Intervenção na Tomada de Decisão dos jovens nos Jogos Desportivos Colectivos

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Intervenção na Tomada de Decisão

dos jovens nos Jogos Desportivos

Colectivos

Joana Andreia Gonçalves Costa

Professor Doutor Nuno Leite

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Intervenção na Tomada de Decisão dos jovens nos

Jogos Desportivos Colectivos

Joana Andreia Gonçalves Costa

Professor Doutor Nuno Leite

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Nuno Leite.

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AGRADECIMENTOS

Quando se culmina um trabalho desta importância, em que o dia-a-dia se converte num longo caminho repleto de ambiguidades, são necessários valores como a cooperação, compreensão e inter-ajuda de diversas pessoas, para que a sua realização se torne possível. Assim, não poderia deixar de expressar a minha inteira gratidão e estima àquelas pessoas, que directa ou indirectamente, contribuíram para que este estudo se tornasse uma realidade.

 Agradeço ao Professor Doutor Nuno Leite, meu orientador, pela forma como, com o seu saber, sugestões, orientações e conselhos me auxiliou de forma a tornar este estudo possível.

 À Filipa companheira nesta jornada, sempre disponível para ajudar, obrigada por todo o teu apoio, amizade e paciência nos vários debates de ideias.

 Aos professores Clotilde e Joaquim da Escola Básica 2/3 Diogo Cão, Vila Real, que sem qualquer interesse, me disponibilizarem o seu tempo e turma para que este projecto corresse da melhor forma.

 Aos meus pais, irmão e família por me apoiarem e encorajarem sempre.

 Ao Nuno, por estar sempre disponível para me ouvir e ajudar.

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos RESUMO

I RESUMO

A proposta deste estudo é analisar, (i) como um programa de supervisão reflexiva afecta a tomada de decisão em situação de jogo e (ii) se a melhoria da tomada de decisão influencia o índice de execução de habilidades e o índice de apoio em jogo.

Foram escolhidos 18 alunos de ambos os géneros de uma turma do 6ºano da Escola Básica 2/3 Diogo Cão, Vila Real, e divididos em três grupos heterogéneos de seis elementos cada. O estudo foi composto por três momentos distintos: pré-teste, em que todos os alunos observavam os vídeos do jogo; 5 sessões de aula, em que apenas três alunos de cada grupo visualizaram os vídeos do jogo e o pós-teste em que os vídeos do jogo voltavam a ser observados por todos os alunos. Este desenho de estudo foi mantido para três modalidades: futsal, basquetebol e andebol.

Os resultados foram recolhidos recorrendo aos índices que constituem o Game

Performance Assessment Instrument, avaliados em situação de jogo. E demonstraram que os

alunos evoluíram do pré-teste para o pós-teste em todos os índices. Essa evolução é comum às três modalidades. Sendo que o futsal foi onde os alunos obtiveram os resultados mais baixos e o andebol a modalidade em que os resultados foram mais elevados.

A análise dos dados recolhidos permitiu-nos verificar que realmente este tipo de intervenção tem uma influência positiva na tomada de decisão. Já que os alunos que visualizaram os vídeos do jogo em todas as aulas, tiveram melhores resultados na tomada de decisão em jogo que os restantes alunos. Ainda podemos concluir que esta melhoria da tomada de decisão parece ser acompanhada por uma melhoria da execução de habilidades e da desmarcação em jogo.

Este tipo de intervenção pode ser desenvolvida com eficácia nas aulas de educação física, contribuindo assim para uma formação mais completa do aluno, complementando a parte prática.

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos ABSTRACT

II ABSTRACT

The purpose of this study is to analyze (i) how a intervention program affects the decision making in game and (ii) the improving of decision-making leads to increased level on execution of skills and support in game.

Were selected 18 students of both genders of a 6th class of Elementary School Diogo Cão, Vila Real, and divided into three heterogeneous groups of 6 elements each. The study consisted of three stages: pre-test, in which all three groups watched the videos; 5 sessions, in which only three students in each group viewed the videos and the pos-test, in which all three groups watched the videos. This design was maintained for three sports: football, basketball and handball.

The results were collected using the Game Performance Assessment Instrument evaluated in game. And shows that all students have increased their levels from pre-test to pos-test and this evolution is common for three sports. Football was where students had the lowest scores and the highest values were obtained on handball.

Analyze of results show, this type of intervention program improves decision-making. Since students who watch the videos had better results in decision making on game in relation with other students. And that improvement leads to an increased rate of effective skills and support in game.

This type of intervention program can be developed effectively in the physical education classes, contributing to a more complete training of the student.

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos INDICE GERAL III INDICE GERAL RESUMO ... I ABSTRACT ... II INDICE GERAL ... III INDICE DE TABELAS ... IV INDICE DE FIGURAS ... V LISTA DE ABREVIATURAS ... VII

I. INTRODUÇÃO ... 1

1. Justificação do estudo ... 3

2. Objectivos e hipotéses do estudo ... 6

3. Estrutura da dissertação ... 7

II. MATERIAL E MÉTODOS ... 9

1. Caracterização da amostra ... 11

2. Procedimentos ... 11

2.1. Definição de variáveis e instrumentos de avaliação ... 11

2.2. Desenho de estudo ... 12

2.3. Recolha de dados ... 13

2.4. Procedimentos estatísticos ... 13

III. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS... 17

IV. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 27

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 31

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos INDICE TABELAS IV INDICE DE TABELAS

Tabela 3.1- Resultados do Índice Tomada de Decisão dos pré e pós testes. ... 17 Tabela 3.2- Resultados do Índice Execução de Habilidades - passe no pré e pós teste. ... 18 Tabela 3.3- Resultados do Índice Execução de Habilidades – lançamento/remate no pré e pós

teste… ... 19

Tabela 3.4- Resultados do Índice de Execução de Habilidades - drible no pré e pós teste. ... 20 Tabela 3.5- Resultados do Índice de Acções de Apoio nos pré e pós testes. ... 20 Tabela 3.6- Tomada de Decisão apropriada em situação de jogo, ao longo das aulas de futsal. .. 21 Tabela 3.7- Tomada de Decisão apropriada em situação de jogo, ao longo das aulas em

basquetebol ... 22

Tabela 3.8- Tomada de Decisão apropriada em situação de jogo, ao longo das aulas em

andebol ... 22

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos INDICE

DE FIGURAS

V

ÍNDICE DE FIGURAS

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos LISTA DE ABREVIATURAS VI LISTA DE ABREVIATURAS

JDC – Jogos Desportivos Colectivos TD – Tomada de Decisão

EF - Educação Física

CP – Conhecimento Processual CD – Conhecimento Declarativo

TGFU - Teaching Games for Understanding

GPAI - Game Performance Assessment Instrument ITD - Índice de Tomadas de Decisão

TDA - Tomadas de decisão apropriadas TDI - Tomadas de decisão inapropriadas IEH - Índice de Execução de Habilidades EHE - Execução da habilidade eficaz EHI - Execução da habilidade ineficaz IAA - Índice de Acções de Apoio AAA - Acções de apoio apropriadas AAI - Acções de apoio inapropriadas IAD - Índice de Acções de Defesa ADA - Acções de defesa apropriadas ADI - Acções de defesa inapropriadas EH – Execução de Habilidades

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I. INTRODUÇÃO

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos INTRODUÇÃO 3 I. INTRODUÇÃO 1. Justificação do estudo

Toda acção que se execute voluntariamente, não depende unicamente de uma habilidade motora para que a sua execução seja eficaz, também é necessário optar pela melhor habilidade para executar essa acção.

Como no desporto, temos sempre uma perspectiva estratégica e uma perspectiva táctica a ser considerada leva a que estas opções sejam mais complexas (Garganta e Oliveira, 1996). Pois neste tipo de actividades os indivíduos além de competirem para se superarem a si próprios competem também para superar os adversários (Gallego, 2005).

Segundo Garganta (1998) os Jogos Desportivos Colectivos (JDC) são caracterizados pelo confronto entre duas equipas, regidas por um regulamento e que se dispõem de uma forma particular no terreno de jogo com o objectivo de vencer. Assim, as sucessivas formas que o jogo vai experimentando, resultam de como as equipas gerem estas relações de cooperação/oposição. O que leva a uma constante mudança no jogo (Gréhaigne et al. 2011).

O objectivo do comportamento dos intervenientes nos JDC é ganhar. Assim, a sua actuação é orientada no sentido de marcar o golo/ponto e impedir que a equipa adversária o faça, levando à construção de uma atitude estratégica que depende da selecção e da qualidade das acções (Garganta, 1998).

Todo o jogo é influenciado por este processo estratégico, que se baseia nas ideias de inteligência e de Tomada de Decisão (TD). Acrescentando-se ainda a influência exercida pela aleatoriedade, imprevisibilidade e a variabilidade de procedimentos e acções. São estas características que tornam os JDC tão peculiares (Garganta e Oliveira, 1996).

Para Kirk e MacPhail (2002) a competência de um indivíduo nos JDC é determinada pela execução técnica e pela TD. Entendo-se por técnica a capacidade para executar uma habilidade motora. E por TD a capacidade de responder rápida e eficazmente a uma determinada situação, encontrando a melhor habilidade técnica para a mesma (Memmert et al. 2010).

Segundo Thomas e Thomas (1994) durante o jogo utilizamos processos cognitivos e emocionais relacionados com recolha de informação que vão determinar a TD. Assim, a TD centra-se em três tipos de conhecimento: o declarativo, o processual e o estratégico (McPherson e French, 1991).

O Conhecimento Declarativo (CD) está relacionado com a informação factual: como as regras, os objectivos e a terminologia do jogo, é “Saber o que fazer”.

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos

INTRODUÇÃO

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Por sua vez o Conhecimento Processual (CP) é o que nos permite seleccionar a habilidade técnica adequada a determinada situação de jogo, é o “Saber como fazer”. Dividindo-se em Processual motor, que está ligado ao processo de execução do movimento e em Selecção de Resposta que define que movimento utilizar em determinada circunstância (McPherson e French, 1991). É no CP que reside a chamada “inteligência de jogo” que se caracteriza como a capacidade de aprender e executar habilidades técnicas de forma a decidir rápida e eficazmente. Nesta, estão contidos os conhecimentos estratégicos e tácticos, que permitem a adaptação contínua às situações num curto período de tempo e de espaço.

Por fim o Conhecimento Estratégico, que é considerado uma forma especial de CP. Está aliado à aquisição de estratégias, feita antes, durante e depois da performance, de forma a concretizar o objectivo do jogo. É um conhecimento fundamental nos JDC, pois está directamente interligado ao conhecimento específico da modalidade. É este conhecimento que permite adequar as acções às características de cada jogo. Pois a estratégia é a base do processo de TD. Sendo a TD a aplicação de uma estratégia.

Este três tipos de conhecimento estão todos interligados, sendo que o CD é um precursor para o desenvolvimento do CP. Ambos estão presentes nas actividades de desenvolvimento de habilidades técnicas, como é o caso dos JDC. É esta ligação que permite ter a habilidade de reagir rapidamente à forma de jogo do adversário, de perceber as regras, os princípios do jogo e de responder eficazmente a cada situação nova que surge no jogo (Kirk e MacPhail, 2002).

Segundo Uys (2008), a primeira consideração que deve ser feita na TD, é a identificação de quem é o portador da bola. Assim, se o jogador possuir a bola tomará decisões de forma a concretizar o objectivo do jogo. Se pelo contrário a bola estiver na posse de um adversário, as decisões a ser tomadas terão como objectivo reduzir as hipóteses deste concretizar o mesmo.

São vários os factores que influenciam a TD incluindo: o conhecimento das próprias capacidades técnicas e das do adversário; a colocação do adversário e a zona do campo em que se desenvolve a acção. Os factores cognitivos como a concentração; atenção; inteligência e a antecipação (Jonhson, 2006) também têm um papel importante na TD. Segundo McPherson (1994) a experiência influencia a TD, já que esta nos faculta um conhecimento mais aprimorado de saber “como” e “quando” executar uma habilidade, tornando a TD mais eficaz. É a interacção de todos estes factores que afecta a forma de como decidimos (Jonhson, 2006).

Como refere Abernethy (1996), a acção motora decompõe-se em três componentes: a percepção, a TD e a execução do movimento. Este autor, tal como Thorpe et al. (1986)

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INTRODUÇÃO

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realçam que o desenvolvimento das habilidades técnicas está primariamente relacionado com os processos cognitivos. Não podendo haver uma desagregação entre a cognição e o desempenho motor. Pois é esta ligação que nos permite pensar estrategicamente nas acções e executar um movimento.

Esta ligação não é considerada no ensino centrado em formas descontextualizadas. Daí a necessidade de passar a um ensino que se baseie numa pedagogia de resolução de problemas (Leite & Sampaio, 2005) que coloque como parte central do desenvolvimento a TD e a percepção (Kannekens et al. 2009). Só assim, poderemos dotar os alunos com uma panóplia de estratégias que lhes permitam actuar adequadamente perante as mudanças que acontecem nos JDC (Kannekens et al. 2009). Ajudando-os a adquirir uma compreensão do jogo que não envolva somente a selecção da habilidade técnica. Já que essa compreensão também diz respeito a se essa habilidade técnica pode ser executada eficazmente. Considera-se que uma TD foi apropriada, quando é utilizada a habilidade técnica correcta no tempo certo para concretizar os objectivos do jogo (Thorpe et al. 1986).

Para enfatizar este tipo de ideia Bunker e Thorpe em 1982, sugerem os Teaching Games

for Understanding (TGFU), que fazem transitar a importância dada ao domínio das habilidades

técnicas para jogar, para a compreensão do jogo e a TD. Neste modelo a aprendizagem é feita com base na resolução de problemas, em que o ensino das habilidades técnicas está incluído no ensino da táctica, dando significado à aplicação das habilidades técnicas. Este ensino é baseado em formas jogadas adequadas ao nível de compreensão dos alunos, tornando-os o principal agente na sua aprendizagem (Griffin e Patton, 2005). Este modelo não coloca de lado a necessidade de aprender as habilidades técnicas, apenas defende que esse desenvolvimento deve ser feito depois da compreensão do jogo.

Nesta abordagem os alunos são confrontados com duas ideias, que segundo Thorpe et al. (1986) são “O que fazer?” e o “Como fazer?”. No “O que fazer?” avalia-se a forma como agir, baseada na recolha de pistas e na previsão dos resultados dessa forma de actuação. Sendo este processo fundamental para uma boa TD. Por sua vez no “Como fazer?” para além de se decidir a melhor forma de agir, acrescenta-se a selecção de uma resposta apropriada.

Na perspectiva do TGFU o fundamental é os alunos primeiro compreenderem o jogo para posteriormente desenvolverem as suas habilidades técnicas. Tornando-se melhores na TD e mais competentes no jogo. O que os torna ainda mais motivados para a participação no jogo, tirando mais benefícios dessa participação (Griffin & Patton, 2005).

Segundo Kannekens et al. (2009) ensinar os indivíduos a tomar decisões correctas em jogo é uma tarefa muito complexa. Actualmente, devido ao desenvolvimento informático são

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INTRODUÇÃO

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vários os estudos feitos (Gallego (2005), Blomqvist et al. (2005), Hastie et al. (2008)) com o intuito de verificar a vantagem de utilizar os programas de supervisão reflexiva no ensino. Este tipo de programa consiste em melhorar a capacidade do aluno em seleccionar a resposta mais eficaz, reflectindo sobre a própria TD (Gallego 2005).

Através da visualização de vídeos, o aluno observa a sua actuação e vai reflectir. Após a análise responde como actuaria. Decidindo se opta por rematar/lançar, passar ou driblar, em circunstâncias ofensivas. No caso defensivo estará relacionado com o tempo de desarme e a sua colocação defensiva (Gallego, 2005). Surge assim, a concepção do aluno como sujeito reflexivo, que necessita de analisar as decisões adoptadas para melhorar as suas acções de jogo (Chambers & Vickers, 2006).

Este tipo de intervenção denota melhorias na velocidade e na eficácia da TD durante o jogo. Ajudando também a aumentar a atenção, levando a uma recolha de informação mais rápida e a um desenvolvimento de estratégias mais veloz. Tornando-se assim, uma mais-valia para um complemento às sessões práticas já que trabalha todo um conjunto de factores que influenciam o processo de TD (Uys, 2008).

Assim, o presente estudo pretende analisar qual o impacto da utilização de um programa de supervisão reflexiva, baseado na visualização de vídeos, sobre a tomada de decisão em jogo.

2. Objectivos e hipóteses do estudo

O presente estudo tem como principais objectivos:

 Desenvolver um programa de supervisão reflexiva sobre a tomada de decisão, baseado na visualização de vídeos, numa turma de 6ºano nas modalidades de futsal, basquetebol e andebol.

 Análise da influência de um programa de supervisão reflexiva sobre a tomada de decisão em situação de jogo.

Para tal foram formuladas as seguintes hipóteses:

 O facto de visualizar os vídeos em todas as sessões de aula influencia a tomada de decisão em situação de jogo?

 Os alunos que apresentam melhorias na tomada de decisão, manifestam simultaneamente melhorias na execução de habilidades e nas acções de apoio?

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INTRODUÇÃO

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3. Estrutura da dissertação

O presente estudo procura responder a um conjunto de preocupações centradas na intervenção que a supervisão reflexiva da performance no jogo tem no desenvolvimento da tomada de decisão dos jovens nos Jogos Desportivos Colectivos. Assim, o presente estudo encontra-se estruturado do seguinte modo:

No capítulo INTRODUÇÃO (ver ponto I), fazemos a justificação do estudo com base na literatura existente sobre a temática, definimos os objectivos e as hipóteses do mesmo.

No capítulo MATERIAL E MÉTODOS (ver ponto II), referimos a metodologia, caracterizamos a amostra e os procedimentos, definimos as variáveis, demonstramos o desenho de estudo, referimos a recolha de dados e os procedimentos estatísticos.

No capítulo APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS (ver ponto III), mostramos os principais resultados dos diferentes momentos do estudo.

No capítulo DISCUSSÃO DOS RESULTADOS (ver ponto IV), argumentamos acerca dos resultados obtidos e interpretamos esses resultados à luz da literatura disponível.

No capítulo CONSIDERAÇÕES FINAIS (ver ponto V), apresentamos as conclusões mais pertinentes extraídas dos resultados do estudo, bem como algumas linhas orientadoras para futuros estudos.

Finalmente, apresentamos toda a BIBLIOGRAFIA (ver ponto VI), utilizada na realização do presente trabalho.

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INTRODUÇÃO

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II. MATERIAL E MÉTODOS

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MATERIAL E MÉTODOS

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II. MATERIAL E MÉTODOS

1. Caracterização da amostra

A amostra foi constituída por 18 alunos da turma do 6ºD da Escola Básica 2/3 Diogo Cão de Vila Real, sendo 7 raparigas e 11 rapazes. Estes alunos posteriormente foram separados em três grupos: um designado por grupo da técnica (n=6); outro grupo chamado grupo da táctica (n=6) e por último um grupo de controlo (n=6). Esta distribuição pelos três grupos foi feita com base na pauta de notas de Educação Física do ano anterior. Os grupos foram sempre mantidos ao longo das semanas de estudo, não mudando nas diferentes modalidades.

2. Procedimentos

2.1. Definição de variáveis e instrumentos de avaliação

Como variável independente foi definida a visualização dos vídeos ao longo das aulas. E como variáveis dependentes foram definidas: o Índice de tomada de decisões, Índice de execução de habilidades e o Índice de acções de apoio. Na observação das variáveis dependentes, avaliadas em situação de jogo, foi utilizado o Game Performance Assessment

Instrument (GPAI) de Oslin et al. (1998) devidamente adaptado a cada uma das modalidades

que se pretendia estudar.

O Game Performance Assessment Instrument (GPAI) de Oslin et al. (1998) é um sistema multidimensional de análise para medir os comportamentos da performance em jogo, que permite avaliar quatro comportamentos observáveis:

 Escolha acerca do que fazer com a bola, através do Índice de Tomadas de Decisão (ITD) = tomadas de decisão apropriadas (TDA) / tomadas de decisão inapropriadas (TDI);

 Eficácia da habilidade seleccionada, recorrendo ao Índice de Execução de Habilidades (IEH) = execução da habilidade eficaz (EHE) / execução da habilidade ineficaz (EHI);

 Movimento sem bola no ataque, usando o Índice de Acções de Apoio (IAA) = acções de apoio apropriadas (AAA) / acções de apoio inapropriadas (AAI);  Acções de defesa, recorrendo ao Índice de Acções de Defesa (IAD) = acções

de defesa apropriadas (ADA) / acções de defesa inapropriadas (ADI);  Performance (P) = (ITD + IEH + IAA + IAD) / 4;

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Para além destes instrumentos de avaliação, foram ainda usados: uma máquina de filmar Fujifilm Finepix AV100 para registar os diferentes jogos e o programa de edição de vídeos Windows Movie Maker para editar as imagens captadas.

2.2. Desenho de estudo

Antes de iniciar qualquer recolha de dados, foi feita uma reunião com os encarregados de educação dos alunos, director de turma e com a professora de Educação Física responsável por esta turma. Onde foram informados sobre o propósito do estudo, bem como todo o procedimento. Por fim foi pedido aos encarregados de educação autorização para filmar as aulas da turma, não havendo nenhum encarregado de educação que se contrapusesse à realização do estudo.

Para a visualização dos vídeos foram gravadas as performances dos alunos nos jogos realizados na parte prática. Posteriormente foram editadas e apresentadas aos três grupos, um conjunto de seis situações, em que três situações representavam tomadas de decisão apropriadas e três situações representavam tomadas de decisão inapropriadas, referentes ao portador da bola. Ao serem confrontados pelas imagens tinham de referir se a tomada de decisão era apropriada ou inapropriada, justificando a sua decisão. Esta apresentação foi feita de forma aleatória, sobre a única premissa de não se revelar todas as tomadas de decisão apropriadas ou inapropriadas sucessivamente. Cada uma das situações foi analisada separadamente, mostrando-se um a um, os vídeos das acções sobre as quais o aluno devia reflectir.

Este estudo decorreu em três momentos: o pré-teste, em que todos os alunos analisaram as situações; as 5 sessões de aula, em que apenas 3 alunos de cada grupo faziam a análise dos vídeos e o pós-teste em que todos os elementos voltaram a analisar os vídeos. Em todos estes momentos foram feitos os registos dos índices que constituem o GPAI de todos os alunos no jogo.

A posteriori, efectuou-se a comparação entre os resultados do pré-teste e do pós-teste dos

índices que constituíam o GPAI de cada grupo e os resultados da TD de todos os alunos. Para verificar, se a visualização dos vídeos afecta ou não o processo de tomada de decisão, bem como se aumenta o índice de execução de habilidades e o índice de apoio.

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos MATERIAL E MÉTODOS 13 2.3. Recolha de dados

A recolha de dados foi feita através da aplicação do GPAI e ocorreu em momentos previamente definidos. Nos dois momentos de avaliação (pré-teste e pós-teste) e ao longo de todas as aulas práticas. Recorrendo-se às filmagens feitas nos diferentes instantes que estruturam este estudo. No que respeita a visualização dos vídeos as respostas de cada elemento foram registadas numa tabela.

2.4. Procedimentos estatísticos

Os dados recolhidos foram registados numa folha de Excel e posteriormente foi realizado um tratamento recorrendo ao programa estatístico SPSS 18.0. Mais especificamente à comparação de médias entre os três grupos (ANOVA). Nos casos em que foram identificadas diferenças entre os grupos, recorremos ao teste t para medidas repetidas com o propósito de averiguar entre que grupos se centraram essas diferenças. O nível de significância foi de 5%.

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III. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 17

III. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Dando inicio à análise dos resultados obtidos, por uma questão de facilidade da percepção dos mesmos optamos por apresentar os resultados recolhidos no pré-teste e no pós-teste, de cada um dos grupos, no que respeita à performance no jogo, discriminado os diferentes índices que se pretendiam avaliar. Resultados que se encontram representados nas tabelas 3.1, 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5. E para uma melhor análise dos dados da evolução da TD apresentamos as tabelas 3.6, 3.7, 3.8 e 3.9 que evidenciam as alterações na TD de cada um dos membros do grupo em situação de jogo, após a visualização dos vídeos.

Tabela 3.1 – Resultados do Índice de Tomada de decisão no pré-teste e no pós-teste.

Na tabela 3.1 é possível verificar que os três grupos obtiveram melhorias em todas as modalidades. No que respeita à Tomada de Decisão Apropriada (TDA) encontramos melhorias estatisticamente significativas (p<0,05), nos grupos da táctica e controlo na modalidade de futsal.

Na modalidade de basquetebol todos os grupos melhoraram, mas apenas o grupo controlo obteve melhorias estatisticamente significativas (p<0,05).

Na modalidade de andebol obtiveram-se os melhores resultados em comparação com o futsal e o basquetebol, já que todos os grupos apresentaram resultados estatisticamente significativos (p<0,05).

Referindo os resultados obtidos na Tomada de Decisão Inapropriada (TDI), seria considerado como melhoria se os resultados obtidos no pré-teste fossem inferiores ao do pós-teste.

FUTSAL BASQUETEBOL ANDEBOL

VARIÁVEL PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE M±DP M±DP T P ES M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T p ES TD ap TÉC 3.0±3.9 3.7±2.6 -0.8 0.4 -0.1 8.7±5.2 11.5±7.6 -2.0 0.1 -0.2 4.0±3.0 10.8±6.3 -3.3 0.02 -0.6 TD ap TÁC 1.7±2.0 4.0±2.5 -3.1 0.03 -0.5 5.5±6.7 8.3±7.5 -1.4 0.2 -0.2 4.5±4.0 10.2±6,4 -2.6 0.05 -0.5 TD ap CON 1.5±1.5 4.5±3.2 -4.1 0.01 -0.5 5.0±4.5 10.0±6.5 -2.6 0.05 -0.4 4.5±4.7 8.3±4.4 -2.8 0.04 -0.4 TD ina TÉC 0.5±0.8 1.7±2.2 -1.2 0.3 -0.3 2.8±3.8 2.2±1.7 1.2 0.3 0.1 3.0±3.3 3.3±2.6 -0.3 0.8 -0.1 TD ina TÁC 0.5±1.2 1.7±1.8 -3.8 0.01 -0.4 2.5±1.9 2.5±2.5 0.0 1.0 0.0 3.8±4.1 3.3±2.5 0.5 0.7 0.1 TD ina CON 0.3±0.8 2.3±3.2 -1.6 0.2 -0.4 2.8±3.8 3.3±2.7 -0.5 0.6 -0.1 4.5±3.3 2.7±3.6 1.4 0.2 0.3

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Na modalidade de futsal é possível verificar que todos os grupos aumentaram os seus valores, tendo a táctica um aumento estatisticamente significativo (p<0,05), o que revela uma pioria da TDI.

No que se refere à modalidade de basquetebol, apenas o grupo de controlo piorou os seus resultados. Sendo que o grupo da técnica obteve uma diminuição dos valores do pré para o pós-teste, melhorando assim o seu resultado.

Ao invés na modalidade de andebol, grupo da técnica piorou os seus resultados, enquanto o grupo da táctica e de controlo apresentaram melhorias.

Sendo os resultados do Índice de Execução de Habilidades (IEH), referentes a três habilidades técnicas, passe, lançamento/remate e drible apresentamos uma tabela para cada uma delas. Referindo sempre o índice de habilidades eficazes e ineficazes.

Tabela 3.2 -Resultados do Índice de Execução de Habilidades - passe no pré e pós teste.

Da análise da tabela 3.2. é possível verificar que o grupo da técnica apresentou uma melhoria nas três modalidades, no que respeita à Eficácia do Passe, sendo que no andebol mostrou uma melhoria estatisticamente significativa (p<0,05).

O grupo da táctica apresentou a mesma evolução positiva mas manifestou uma evolução significativa (p<0,05) no basquetebol.

É o grupo de controlo que ostentou um índice superior de melhorias, pois estas têm um valor estatístico (p<0,05) nas três modalidades.

Relativamente ao Passe Ineficaz, é possível verificar que apenas no futsal, os grupos da técnica e de controlo apresentaram um aumento dos seus valores. Sendo que a técnica apresentou um aumento significativo (p<0,05).

VARIÁVEL PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T p ES P efi TÉC _3.0±4.3 _4.2±3.8 _-1.1 _0.3 _-0.1 _5.7±4.8 _6.2±4.0 _-0.5 _0.7 _-0.4 _2.8±2.0 _7.5±3.4 _-3.7 _0.01 _-0.6 P efi TÁC 1.8±1.3 2.8±2.3 -1.1 0.3 -0.3 3.2±4.1 5.2±4.3 -2.9 0.03 -0.2 4.0±2.8 6.8±4.0 -1.6 0.2 -0.4 P efi CON 0.5±0.6 4.3±2.9 -3.4 0.02 -0.7 2.7±2.7 7.0±3.6 -3.8 0.01 -0.6 3.8±3.3 5.7±3.3 -3.1 0.03 -0.3 P ine TÉC 1.2±1.3 3.3±2.0 -2.7 0.04 -0.5 1.5±1.1 1.0±0.6 0.9 0.4 0.3 1.2±1.5 1.1±0.8 0.0 1.0 0.0 P ine TÁC 2.5±1.6 1.7±1.5 1.5 0.2 0.3 2.0±1.3 1.7±1.2 0.4 0.7 0.1 2.3±2.3 1.7±1.0 1.1 0.3 0.2 P ine CON 1.5±0.8 2.0±1.3 -1.2 0.3 -0.2 1.7±2.7 1.3±1.4 0.4 0.7 0.1 2.3±1,8 1.0±1.1 1.7 0.2 0.4

(33)

Por seu lado, nas modalidades de basquetebol e de andebol, todos os grupos apresentaram um decréscimo nos resultados entre os dois momentos de avaliação.

Tabela 3.3 -Resultados do Índice de Execução de Habilidades – lançamento/remate no pré e

pós-teste.

Das três habilidades técnicas foi no lançamento/remate que os grupos apresentaram menos evolução.

Analisando a tabela 3.3, verificamos que na Eficácia do Lançamento/remate é no futsal que os grupos da técnica e de controlo revelaram ligeiras melhorias. O grupo da táctica revelou uma pioria dos valores.

Enquanto no basquetebol, essas melhorias são observadas pelos grupos da técnica e da táctica. O grupo de controlo obteve uma redução dos seus valores.

Por sua vez no andebol, todos os grupos revelaram um decréscimo dos resultados entre o pré-teste e o pós-teste.

Na Ineficácia do Lançamento/remate, os três grupos aumentaram os valores obtidos no pré-teste em todas as modalidades. Sendo que o grupo da táctica no futsal obteve valores com significado estatístico (p<0,05).

VARIÁVEL PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T P ES L/R efi TÉC 0.0±0.0 0.3±0.5 -1.6 0.2 -0.4 0.8±1,6 1.0±1.6 -0.2 0.9 -0.1 1.2±1.6 0.3±0.8 2.1 0.1 0.4 L/R efi TÁC 0.5±0.8 0.3±0.5 1.0 0.4 0.1 0.5±0.8 0.7±0.8 -1.0 0.4 -0.1 1.3±2.1 0.5±0.6 2.0 0.3 0.3 L/R efi CON 0.0±0.0 0.2±0.4 -1.0 0.4 -0.3 0.7±1.0 0.5±0.8 0.4 0.7 0.1 1.5±1.9 0.8±0.8 0.9 0.4 0.2 L/R ine TÉC 0.8±1.2 0.8±1.0 0.0 1.0 0.0 4.3±2.9 4.3±4.2 0.0 1.0 0.0 1.5±1.2 2.3±2.0 -1.5 0.2 -0.3 L/R ine TÁC 0.7±1.0 1.5±1.6 -2.7 0.04 -0.3 1.7±3.6 1.3±1.8 0.3 0.8 0.1 0.8±2.0 1.3±1.2 -0.8 0.5 -0.2 L/R ine CON 0.5±0.8 1.7±2.7 -1.4 0.2 -0.3 0.5±0.6 2.0±2.0 -2.0 0.1 -0.5 1.0±1.3 1.3±1.5 -0.6 0.6 -0.1

(34)

Tabela 3.4 -Resultados do Índice de Execução de Habilidades – drible no pré e pós teste.

O drible foi avaliado no basquetebol e no andebol, pois esta habilidade técnica não fazia parte da avaliação do protocolo utilizado no futsal.

Analisando a tabela 3.4, nomeadamente os valores da Eficácia do Drible, aferimos que no basquetebol todos os grupos apresentaram uma evolução nesta habilidade técnica. E do lado oposto temos o andebol em que os grupos baixaram os seus valores.

Na Ineficácia do Drible, esta aumentou para os grupos da táctica e do controlo no basquetebol, o que lhes conferiu uma piora. Mantendo-se os valores para o grupo da técnica.

Na modalidade de andebol, decresceu nos grupos da táctica e de controlo, revelando uma melhoria. Sendo que no grupo da técnica como existiu um aumento, este piorou entre o pré-teste e o pós-teste.

Tabela 3.5 -Resultados do Índice de Acções de Apoio no pré e pós testes.

VARIÁVEL PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T P ES D efi TÉC 1.8±3.0 3.3±3.6 -2.2 0.1 -0.2 2.5±2.9 2.0±1.7 0.5 0.6 0.1 D efi TÁC 1.5±2.1 2.7±3.0 -1.2 0.3 -0.2 2.0±3.0 1.7±2.0 0.3 0.8 0.1 D efi CON 1.7±2.7 2.2±2.8 -1.5 0.2 -0.1 2.2±3.1 1.8±2.1 0.5 0.6 0.1 D ine TÉC 0.2±0.4 0.0±0.0 1.0 0.4 0.3 0.8±1.0 0.8±1.0 0.5 0.6 0.0 D ine TÁC 0.2±0.4 0.7±0.8 -1.2 0.3 -0.4 1.2±1.2 0.8±0.8 0.5 0.6 0.2 D ine CON 1.2±1.2 1.5±2.1 -0.4 0.7 -0.1 0.8±1.3 0.8±0.8 0.9 0.4 0.0

VARIÁVEL PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE PRÉ-TESTE PÓS-TESTE M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T p ES M±DP M±DP T P ES Des ap TÉC 4.2±1.5 7.7±3.6 -3.0 0.03 -0.5 0.5±2.3 6.8±1.9 -1.4 0.2 -0.8 3.7±2.3 9.2±2.5 -6.0 0.02 -0.8 Des ap TÁC 2.3±2.3 5.5±2.0 -6.6 0.01 -0.6 3.7±4.3 6.7±3.0 -1.6 0.2 -0.4 5.7±2.0 8.3±2.8 -1.9 0.1 -0.5 Des ap CON 1.5±1.0 6.7±2.6 -5.5 0.03 -0.8 6.2±1.0 8.2±2.8 -1.4 0.2 -0.4 5.7±1.5 8.7±2.3 -2.2 0.1 -0.6 Des ina TÉC 1.0±1.6 0.5±0.8 0.8 0.5 0.2 1.2±1.2 0.5±0.6 1.2 0.3 0.2 1.8±1.5 0.7±0.5 1.8 0.1 0.5 Des ina TÁC 1.2±1.6 0.8±1.6 0.8 0.5 0.1 1.5±1.8 1.3±1.0 0.2 0.8 0.1 3.2±1.2 1.3±1.0 1.9 0.1 0.5

(35)

No que respeita aos valores obtidos na desmarcação, apresentados na tabela 3.5, é possível verificar que os alunos obtiveram melhorias no futsal, pois tivemos um aumento significativo (p<0,05) das Desmarcações Apropriadas e uma redução das Desmarcações Inapropriadas que é comum aos três grupos.

Esta tendência verifica-se também para a modalidade de andebol, tendo mesmo o grupo da técnica um aumento significativo (p<0,05) das suas Desmarcações Apropriadas. Enquanto o grupo de controlo teve uma redução significativa (p<0,05) nas Desmarcações Inapropriadas.

No basquetebol, só o grupo de controlo apresentou um ligeiro aumento dos valores da Desmarcação Inapropriada. Sendo que nesta modalidade todos os grupos aumentaram os seus resultados na Desmarcação Apropriada.

Após a análise das tabelas 3.1, 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5 constatamos que todos os grupos apresentaram melhorias nas três modalidades. Sendo o andebol que apresentou as melhorias mais significativas e o futsal apresentou um número inferior de melhorias.

Nas tabelas 3.6, 3.7 e 3.8 estão apresentados os resultados da TDA, divididos por modalidade de todos os alunos que constituem os diferentes grupos, obtidos em situação de jogo. Os alunos que se encontram a sombreado são os alunos que realizaram o visionamento dos vídeos ao longo de todas as aulas. Os resultados encontram-se expressos sob a forma de frequência, ou seja, foram registados o número de vezes que os alunos tomavam uma TDA ou TDI, durante o jogo.

Tabela 3.6 - Tomada de Decisão apropriada em situação de jogo, ao longo das aulas de futsal.

GRUPO TÉCNICA GRUPO TÁCTICA GRUPO CONTROLO

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 F UT S AL Pré 0 0 0 2 8 8 1 0 1 0 3 5 2 0 4 1 2 0 1º 1 0 2 6 13 9 2 2 6 4 6 4 4 1 11 3 11 2 2º 1 2 2 3 9 9 1 0 3 1 11 11 3 0 14 3 14 3 3º 1 0 3 4 15 7 1 1 5 5 5 2 2 3 8 0 2 1 4º 0 0 0 4 7 7 0 1 5 0 4 4 4 2 8 2 8 0 5º 1 1 0 1 4 3 1 1 6 1 7 2 2 0 6 2 8 1 Pós 0 2 3 4 7 6 1 1 5 4 7 6 4 2 10 5 5 1

(36)

Tabela 3.7 - Tomada de Decisão apropriada em situação de jogo, ao longo das aulas em

basquetebol

Tabela 3.8- Tomada de Decisão apropriada em situação de jogo, ao longo das aulas em

andebol

Analisando os resultados expressos nas tabelas 3.6, 3.7 e 3.8, podemos verificar que após a visualização do vídeo do jogo do pré-teste os valores da TDA aumentaram na 1ºaula, facto este que se verifica para as três modalidades.

Podemos ainda referir que é por volta da 2ª/3ª aula que os alunos a sombreado têm um aumento significativo nos seus valores.

Como anteriormente referido, mantém-se a tendência do futsal ter resultados mais baixos e o andebol obter resultados superiores.

TÉCNICA TÁCTICA CONTROLO

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 BA S Q UE T E BO L Pré 10 2 4 8 12 16 1 1 3 0 14 14 1 1 13 3 8 1 1º 9 0 3 7 11 11 1 4 9 1 13 12 10 5 0 3 7 4 2º 9 0 4 4 18 9 2 4 6 0 11 13 8 4 22 11 12 0 3º 10 2 3 14 16 11 0 0 0 0 27 20 14 7 16 3 0 5 4º 6 1 5 4 20 17 6 8 18 5 20 17 4 2 19 3 11 4 5º 9 2 3 4 24 11 4 6 11 3 25 11 6 5 16 7 10 8 Pós 10 0 7 11 18 22 0 4 13 3 20 10 11 8 21 9 10 4

TÉCNICA TÁCTICA CONTROLO

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 AN DE BO L Pré 2 3 3 1 9 6 3 0 3 2 10 9 3 0 13 4 6 1 1º 6 1 3 5 17 16 3 2 7 2 15 18 2 1 11 6 14 0 2º 7 4 5 13 13 15 4 1 6 0 13 13 6 3 18 8 12 8 3º 4 1 5 9 4 11 0 5 6 0 14 19 5 2 15 4 14 4 4º 5 4 4 16 20 17 1 0 13 7 6 9 0 2 18 0 12 4 5º 5 1 3 9 13 22 0 4 3 5 14 18 0 1 15 3 16 1 Pós 8 3 5 14 18 17 2 7 18 5 16 13 6 3 12 7 15 7

(37)

É possível verificar que os alunos a sombreado têm melhorias superiores aos outros alunos, independentemente da modalidade.

Tabela 3.9- Tomada de Decisão inapropriada em situação de jogo, ao longo das aulas.

Na tabela 3.9, estão apresentados os valores de TDI ao longo das aulas nas três modalidades. Foi possível verificar que estes valores decrescem do pré-teste para o pós-teste nas três modalidades, para os alunos a sombreado. Enquanto a maioria dos restantes alunos revelaram aumentos.

GRUPO TÉCNICA GRUPO TÁCTICA GRUPO CONTROLO

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6 F UT S AL Pré 0 0 0 2 0 1 0 0 0 0 2 3 0 0 2 0 0 0 1º 0 1 0 2 5 4 0 0 2 0 0 9 2 0 4 0 5 0 2º 0 0 0 2 7 5 0 1 0 1 3 7 0 1 4 1 3 0 3º 0 0 0 3 3 1 0 1 0 1 0 6 1 2 2 1 2 0 4º 0 0 1 0 2 2 0 0 0 0 1 10 0 0 3 0 5 0 5º 0 0 0 1 2 0 0 0 1 1 2 3 2 0 2 1 3 0 Pós 1 1 1 3 6 1 1 0 1 1 0 5 2 0 4 0 8 0 BA S Q UE T E BO L Pré 4 0 0 4 6 3 3 1 2 0 4 5 0 0 6 2 9 2 1º 2 0 0 2 2 2 0 2 0 2 5 4 2 1 0 4 9 1 2º 3 0 0 1 8 6 1 1 2 0 6 6 2 1 9 5 5 0 3º 4 0 0 3 7 2 0 0 0 0 3 5 1 0 5 3 0 3 4º 2 0 2 1 6 0 2 2 5 1 7 3 1 0 7 1 3 0 5º 1 0 0 3 3 3 1 1 4 1 2 3 3 0 10 0 6 4 Pós 4 0 0 4 3 2 1 0 0 1 3 3 0 1 7 5 5 0 AN DE BO L Pré 1 1 1 3 9 4 0 2 4 3 5 11 1 2 8 6 8 3 1º 2 1 0 4 4 6 4 2 3 0 2 20 1 1 10 2 5 0 2º 0 1 1 5 6 3 0 1 2 0 3 8 1 4 7 4 6 0 3º 0 0 3 4 3 4 3 2 1 0 4 3 2 1 8 1 6 0 4º 0 3 1 9 3 5 0 0 7 3 2 5 0 0 6 0 5 1 5º 1 0 1 3 2 8 0 2 5 1 3 9 0 0 5 1 7 0 Pós 2 1 0 6 3 2 1 0 2 2 2 7 0 1 10 2 1 1

(38)

(39)

IV. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos DISCUSSÃO DE RESULTADOS 27

IV. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A discussão dos resultados obtidos vai ser feita com base nas hipóteses formuladas para este estudo, ou seja, (i) se o visionamento dos vídeos tem influência na TD em situação de jogo e, (ii) se essa melhoria na TD tem efeito também sobre a eficácia das execuções de habilidades (EH) e sobre as desmarcações.

Começando por analisar os resultados à luz da primeira hipótese, os resultados demonstraram que todos os alunos apresentaram melhorias na TD. Facto que está relacionado com os grupos serem submetidos a uma situação de jogo na sessão prática. No entanto, os que foram submetidos ao programa de visualização de vídeo têm resultados superiores na TDA em jogo entre o pré e o pós-teste (TDA(0)= 3; TDA(3)=13).

Na TDI os alunos submetidos ao programa revelaram valores inferiores do pré-teste para o pós-teste (TDI(3)=6; TDI(9)=3). Estes resultados podem advir do facto de ser pedido o “porquê” da acção ser apropriada ou inapropriada. E quando esta era inapropriada, ainda era pedido uma alternativa de forma a torna-la uma TDA. Assim, os alunos tinham que raciocinar de forma a tomar a opção correcta na situação táctica apresentada. O que leva a que ao depararem-se com uma situação similar em jogo tenham a noção de como a resolver. Gréhaigne et al. (2001) afirmam que se os jogadores conseguirem premeditar uma acção têm uma TD mais eficaz e mais veloz.

São vários os estudos que comprovam os resultados obtidos neste estudo (Blomqvist et al. (2005); Dominguez (2010); Gallego, (2005); Hastie et al. (2008); Uys 2008).

Blomqvist et al. (2005) demonstraram a existência de uma analogia entre a análise apropriada do vídeo e a TD em jogo. Pois os alunos que escolhiam as TD apropriadas na análise do vídeo eram aqueles que também possuíam uma melhor percentagem de TD apropriadas em situação de jogo.

Outro estudo que vai de encontro a estes resultados, foi o realizado por Dominguez (2010) que encontrou melhorias significativas na TD dos elementos do seu grupo experimental, entre o pré-teste e o pós-teste.

Também Gallego (2005) defende, que o facto dos alunos, serem submetidos a programas que promovam o desenvolvimento da compreensão do jogo são importantes para o aumento da eficácia da TD. No estudo por ele realizado, em que o objectivo era melhorar o conhecimento processual e a TD, este obteve níveis superiores para as duas variáveis em avaliação no grupo que foi submetido ao programa.

(42)

Hastie et al. (2008) após administrar um programa para melhorar a compreensão táctica, deparou-se com o facto dos seus intervenientes se tornarem mais aprimorados no que respeita ao processo de TD.

Outro estudo que mostra a influência positiva deste tipo de programa de intervenção na TD, é o realizado por Uys (2008) com o objectivo de verificar as modificações na TD no rugby. Este autor afirmou que ambos os grupos avaliados se tornaram mais rápidos a decidir.

Como podemos averiguar, existe um conjunto de autores que corroboram a hipótese “a visualização dos vídeos melhora a TD”. Sendo unânime afirmar, que o uso de vídeos é importante para a melhoria da TD em jogo. Já que todos os estudos apresentados demonstram haver melhorias.

Comparando a evolução nas três modalidades abordadas, pode-se verificar que é a modalidade de futsal que possui os valores mais baixos em todas as componentes que compõe o GPAI (TDfutsal(1.7)=4.0; TDbasquetebol(5.5)=8.3; TDandebol(4.5)=10.2; IEHfutsal(1.8)=2.8;

IEHbasquetebol(3.2)=5.2; IEHandebol(4.0)=6.8; IAAfutsal(2.3)= 5.5; IAAbasquetebol(3.7)=6.7;

IAAandebol(5.7)=8.3).

Por sua vez, o andebol é a que obtém os melhores resultados para os mesmos itens. Uma das justificações é o facto de as crianças terem mais facilidade em manipular e controlar a bola com as mãos do que com os pés (Memmert, 2010). Outra é o facto de na modalidade de futsal existirem alunos que praticavam a modalidade extra-curricularmente. O que se tornou prejudicial, pois levou a que estes alunos se tornassem individualistas ou que só jogassem com os colegas que também praticavam a modalidade. Este facto influenciou os valores da TD, principalmente a TDI, daí haver um aumento dos valores entre o pré-teste e o pós-teste (TDItécnica(0.5)=1.7; TDItáctica(0.5)=1.7; TDIcontrolo(0.3)=2.3). O facto de haver mais experiência

numa modalidade, não quer dizer que os jogadores com maior experiência tenham necessariamente melhores índices de TD (Uys, 2008).

No caso do andebol os alunos nunca tinham tido contacto com a modalidade partindo todos do mesmo patamar. Isto levou a que a margem de evolução fosse maior do pré-teste para o pós-teste.

Considerando a segunda hipótese “os alunos que melhoraram a TD têm simultaneamente melhorias na execução de habilidades e na desmarcação”, verificou-se que ao existir uma melhoria da TD (TDfutsal(3.0)=3.7; TDbasquetebol(8.7)=11.5; TDandebol(4.0)=10.8) o IEH

(IEHfutsal(3.0)=4.2; IEHbasquetebol(5.7)=6.2; IEHandebol(2.8)=7.5) e IAA (IAAfutsal(4.2)= 7.7;

(43)

começam a tomar decisões mais acertadas de “como” e “quando” reagir sendo eles os portadores da bola e adquirem uma noção de colocação mais correcta em campo para receberem a bola.

Um facto interessante é que apesar de haver melhorias na eficiência do passe (Passefutsal(3.0)=4.2; Passebasquetebol(5.7)=6.2; Passeandebol(2.8)=7.5) e do drible

(Driblebasquetebol(1.8)=3.3; Dribleandebol(2.5)=2.0), o mesmo não acontece com a finalização, pois

esta apresenta valores superiores na ineficácia (Rematefutsal(0.8)=0.8;

Lançamentobasquetebol(4.3)=4.3; Remateandebol(1.5)=2.3) em relação à eficácia

(Rematefutsal(0.0)=0.3; Lançamentobasquetebol(0.8)=1.0; Remateandebol(1.2)=0.3). Facto que pode

ser justificado pelo remate ser feito de zonas onde o sucesso era quase nulo, no futsal. E no andebol os alunos revelavam dificuldades em agarrar a bola, por esta ser demasiado grande.

Resultados similares foram encontrados por Blomqvist et al. (2005), que afirmam que os alunos que tinham os melhores IEH no jogo eram os alunos que também possuíam os melhores valores TDA.

Também num estudo realizado por Gallego (2005) em que este revelou que parece existir uma relação entre a eficácia da TD e a eficácia da EH. Já que os alunos que melhoram a eficácia da TD também se tornaram mais eficazes na EH.

Hastie et al. (2008) também verificou que os alunos ao apresentarem melhores decisões, também aumentavam o número de passes que chegavam ao destino.

Iglesias et al. (2005) realizaram um estudo baseado num programa de supervisão reflexiva sobre o passe e o lançamento no basquetebol. Concluíram que os jogadores melhoraram tanto a sua TD como a EH de ambas as habilidades técnicas.

Estes estudos confirmam a segunda hipótese deste estudo. Já que todos, revelam que além dos alunos conseguirem decidir qual a habilidade técnica correcta, ainda se tornam melhores a decidir como executa-la com eficácia.

Ao analisar os dados, pode-se verificar o seguinte facto, que é por volta da 3ª aula que os alunos revelavam melhorias significativas. Facto justificado por Hastie et al. (2008) dizendo que a aquisição de habilidades técnicas e tácticas, só é visível quando o portador da bola adquire capacidades de manipulação da bola e dos adversários.

Num estudo realizado Hastie et al. (2008), na modalidade de badminton, este reparou que no inicio os jogadores se limitavam a devolver o “volante” para o outro lado do court. Com o passar das sessões de estudo, os jogadores começaram a devolver o “volante” para zonas em

(44)

que o adversário ficava vulnerável a um ataque rápido. Passando a demonstrar um ITD e um IEH mais eficaz.

O mesmo aconteceu neste estudo, só quando os alunos verificaram que a progressão feita através do passe era mais eficaz do que a feita pelo drible, é que os seus índices de eficácia começaram a aumentar.

Durante a realização deste estudo foram surgindo algumas limitações: como o facto do cumprimento do calendário escolar. Sendo necessário leccionar duas unidades didácticas por período, o tempo disponível para a aplicação do programa de intervenção foi de 7 semanas para cada modalidade. Poderíamos ter aumentando tempo de aplicação ao reduzir o número de modalidades, mas achámos que seria interessante desenvolve-lo nas modalidades colectivas que fazem parte do programa da disciplina de E.F. Também Memmert et al. (2010) num seus estudos utilizou quatro modalidades: futebol, andebol, basquetebol e hóquei de campo.

Outra das limitações é o facto de escolhermos três elementos de cada grupo para observar em todas as aulas os vídeos. Deveríamos ter optado, como Memmert (2010), em usar dois grupos experimentais que observariam sempre os vídeos e um grupo de controlo que observaria apenas no pré e no pós-teste. Sendo que estruturação não revelaria mudanças nos resultados obtidos, mas seria uma forma mais simples de os expor.

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V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Intervenção na tomada de decisão dos jovens nos jogos desportivos colectivos CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste ponto serão expostas as principais conclusões retiradas da realização desta investigação, em função dos resultados obtidos e das hipóteses formuladas. Refere-se ainda algumas recomendações para futuras investigações.

Da análise dos resultados obtidos podemos verificar que o desenvolvimento do programa de supervisão reflexiva mostra ser eficaz na melhoria da capacidade de tomada de decisão.

Os alunos submetidos ao programa apresentaram melhorias na tomada de decisão em jogo, nomeadamente na tomada de decisão inapropriada. Havendo uma redução dos valores do pré-teste para o pós-teste.

Confirmando-se assim que se pode utilizar com eficácia este tipo de programa de supervisão reflexiva nas aulas de Educação Física.

Esta melhoria na tomada de decisão em situação de jogo parece levar também a uma melhoria da eficácia da execução das habilidades técnicas e das acções de apoio. Já que houve um aumento comum entre estes parâmetros.

Estes resultados corroboram as duas hipóteses formuladas para este estudo, realçando assim, a interacção existente entre a tomada de decisão e a execução de habilidades. Assim, podemos referir que este tipo de intervenção funciona eficazmente como complemento à parte prática das aulas de Educação Física.

Outra das ilações a retirar, é o facto de o andebol apresentar melhores resultados já que os alunos não possuíam qualquer tipo de experiência. O que parece revelar que o ter experiência na modalidade não é sinónimo de eficácia. Já que existiam jogadores de futsal nesta turma, e esta modalidade foi a que obteve resultados mais baixos. Pois a tendência foi os jogadores de futsal tornarem-se demasiado individualistas.

Este tipo de metodologia mostra ser uma importante ferramenta de complemento às aulas de educação física. Já que a colectânea de resultados obtidos e dos estudos apresentados demonstram uma importante valorização da tomada de decisão, da execução de habilidades e da desmarcação. Visto que os sujeitos submetidos a este tipo de programa parecem apresentar melhorias nestes itens.

Assim, temos mais uma alternativa para rentabilizar o tempo de aprendizagem dos nossos alunos nas aulas. Já que podemos colocar a equipa que se encontra de fora a observar o jogo e questiona-los de como eles actuavam em determinada situação de jogo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A partir das conclusões tiradas na nossa investigação, sugerimos algumas possíveis directrizes para futuras investigações nesta temática, como: elaborar um programa que tenha em conta as variáveis psicológicas e emocionais dos intervenientes. Como, por exemplo, o grau de motivação e de envolvimento nas actividades. E analisar se o facto de os alunos praticarem uma determinada modalidade extra-curricular influência este tipo de programa de reflexão.

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