PRQGRAMA
Pos-GRADUAÇAO
ENGENHAR|A DE
PRODUÇÃO
A
|NTEGRAÇÃo PELA
EDucAçÃo
TECNOLÓGICA
Dissertaçao
de
Mestrado
Janice
Parizotto
Florianópolis
PROGRAMA
DE
Pós-GRADUAÇAO
EM
ENGENHAR|A DE
PRODUÇÃO
A
|NTEGRAÇÃO PELA
EDucAçÃo
TECNOLÓGICA
Janice
ParizottoDissertação
apresentada
ao
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção da
Universidade Federalde
Santa
Catarinacomo
requisito parcialFlorianópolis
2001
obtenção do
títulode
Mestreem
A
INTEGRAÇAO PELA
EDUCAÇAO
TECNOLOGICA
Esta dissertação foi julgada
e aprovada
paraobtenção do
títulode Mestre
em
Engenharia
de Produção
no
Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção da
Universidade Federalde
San
- CítarinaFlorianópolis, 2
de
s f-bro
de
2001.l
Prof. Rica Barcia, Pn. D.
. = õ
enador
do Curso
Banca
Examinadora
Â-›z“ r
/
Zíynfif-
/Ú;
Prof.a
Vânia
Ribas Ulbricht, Dr.aOrientadora
%.@@
› .
ndo
Álvo
Ostuni Gauthier, Dr.Banca
Prof. Juli\
César
da
Silva, Dr.Agradecimentos
À
Universidade Federalde
Santa
Catarina.À
Coordenação
de Aperfeiçoamento de
Pessoalde
Nível Superior -
CAPES
À
orientadora, Dra.Vânia
Ribas Ulbricht, poracompanhamento
dedicado, objetividadee
competência.
A
todos osque
diretaou
indiretamente contribuíram para a realização desta pesquisa.Resumo
... ._Abstract
... _.cAPí'ruLo
| -|NTRoDuçÃo
... _. 1.1Apresentaçao da
Problemática
... _. 1.2 Justificativa ... ._ 1.3Hipóteses
... ._ 1.4 objetivos ... __ 1.4.1 Objetivo Geral ... ._ 1.4.2 Objeitvos Específicos ... ._ 1.5Metodologia
... ._ 1.6 Estruturada
Dissertação
... _.CAPÍTULO
II -O
CONTEXTO
TECNOLÓGICO,
O
ADOLESCENTE
E
A
TERCEIRA
IDADE
... ._2.1
Introdução
... ._2.2
A
Era
do Conhecimento
... ._2.3
O
Adolescente
... ._2.4.
Mudanças
nos
Paradigmas
Educacionais
... _.2.5
O
Conhecimento
eas Habilidades
do
Adolescente
... ._2.6
A
TerceiraIdade
no Contexto
Social ... ._O
Computador
para a
TerceiraIdade
2.10
Conclusão
... ..CAPÍTULO
III -PROJETO
DE
INTEGRAÇÃO ENTRE
ADOLESCENTE
E
TERCEIRA
IDADE
... .. 3.1Introdução
... .. 3.2Desenvolvimento
do
Projeto ... .. 3.2.1Procedimentos
... _. 3.3Tarefas Desenvolvidas
... _. 3.3.1 Atividades Desenvolvidas ... ._3.3.2
Quanto ao
Desempenho
dos
Sujeitos ... _.3.4
Análise
das
Atitudes ... ..3.4.1 Atitude
dos
Adolescente ... _.3.4.2
A
Relação
entre Adolescentes e Terceira Idade ... ._3.4.3 Atitude
do Grupo
da
Terceira Idade ... _.3.5
Questionamentos
... ..3.5.1 Escola/Professores ... ._
3.5.2 Terceira Idade ... ._
3.5.3
Adolescentes
... ._3.5.4 Pais ... ._
3.6
Dificuldades
... ..94
1 ~
CAPITULO
IV -CONCLUSAO
... ..97
4.1
Considerações
Finaise
Sugestões
para
Trabalhos Futuros
... ..97
REFERÊNCIAS
BIBIOGRÁFICAS
... _.106
Bibiografias
Consultadas
... ._110
ANEXO
1 - Roteirodas
Atividades
Desenvolvidas
com
a
TerceiraIdade
..113
ANEXO
2 - PolíticaNacional
do
Idoso
... ..118
Figura 1 -
Reunião
com
os
adolescente para
explanação da
proposta
Figura 2:Os
Adolescente
com
TerceiraIdade
... ._Figura 3:
Acompanhamento
do
projeto e roteirode
trabalhodos
adolescentes
... ..Figura 4:
Acompanhamento
do
projeto e roteirode
trabalhodos
adolescentes
... ..Figura 5:
Adolescentes
com
TerceiraIdade
durante
o
desenvolvimento das
atividades ... ..Figura 6:
Os
Adolescentes
explicando
o
que
deveriaser
feitona
atividade ... ..Figura 7:
Os
Adolescentes
explicando
o
que
deveriaser
feitona
atividade ... ._Figura 8
-
Texto Garota
de Ipanema
... ..Figura
9
-
Trabalhando o
texto“O
Sol eo
Vento"
... ..Figura
10
-
Montagem
da
históriada
evolução
da
tecnologia
... ..Figura 11
-
Montagem
de
uma
históriaem
seqüência
... ..Figura
12
-
Trabalhando
poesia
em
forma de
slides ... ..Resumo
PARIZOTTO,
Janice.A
interação pelaeducação
tecnológica. 2001. 135f.Dissertação (Mestrado
em
Engenharia
de Produção)
-
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
Florianópolis.A
entradada
tecnologiano
cotidianoda sociedade provocou
uma
quebra
de paradigma
em
todosos
setores sociais,promovendo
rápidas e variadastransformações
que
estão atingindo diretamenteas
instituições escolares.A
tecnologia trouxe benefícios
ao
mesmo
tempo
em
que
ampliou e reveloudesigualdades.
Neste
contexto,tem-se
um
adolescenteque
freqüentauma
escolaque
não
acompanha
totalmenteo
desenvolvimento encontradona Sociedade
da
Informação,demonstrando-se
muitasvezes
inquietocom
o
que
a escola lheoferece e
ao
percebero
descompasso
procura outras alternativas.Uma
outraclasse social
que
se apresenta perdida entre toda esta tecnologiae
sem
acesso
àmesma
é a terceira idade, principalmente as pertencentes acamadas
sociaismenos
favorecidas.Neste
trabalho se procurou testara
utilizaçãode
uma
metodologia
baseada
em
projetosque
permita considerar as potencialidadesdos
alunos e
ao
mesmo
tempo
amenizar a
realidadede
uma
terceira idadeque
não
foialfabetizada tecnologicamente, possibilitando assim,
além do conhecimento
do
computador,
um
crescimento pessoal e o resgateda
auto-estima.Os
resultadoscolhidos
demonstraram
que
o projeto apresenta-secomo
uma
alternativa válidade
inclusão sociale
tecnológicanão apenas
de
alunos adolescentes,mas também
de
uma
parcela considerávelda
população, a terceira idade, etambém como
demonstração
de que
a escola pode, exercerum
papelmais
dinâmicoe
participativo dentrodo
contexto socialdo
qual faz parte.Palavras chave:
Computador,
adolescente, terceira idade, projetos,Abstract
PARIZOTTO,
Janice.A
interação pelaeducação
tecnológica. 2001. 135f.Dissertação (Mestrado
em
Engenharia
de
Produção)-
Programa
de
Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção,UFSC,
Florianópolis.The
arrival of technology in the society's day-by-dayhas
forced fasttransformations, breaking
paradigms
in all of the social sectorsand
affectingdirectly the schools institutions.
The
technologyhas
brought benefits at thesame
time it
has
revealed differences.In this context, there isan
adolescentwho
goes
toa school that
has
notbeen
able to follow all thedevelopment
found in the Societyof the Information
and
that feelsunhappy
withwhat
the schoolhas
to offerhim
orher.
Another
socialgroup
that feels itself lost in the middle of all this technologyand
many
times withoutaccess
to it is theso
called thirdage.The
goal, in thisstudy,
was
tomeasure
theuse
of amethodology
inwhich
one
seeks
to explore thestudents's potentials while trying to better the third age's conditions in terms of
technological knowledge.
The
results this project is a real alternative topromote
social
and
technological inclusion not only for teen students but also for asignificative portion of population, the so called third age, while
showing
thatschool
can
make
amore
efficientand
dynamical job into its social context.|NTRoDuçÃo
1.1
Apresentação da
Problemática
O
contextode
todoconhecimento
político, econômico, antropológico e ecológicoé o
própriomundo.
O
conhecimento
deste tornou-seuma
necessidade
ao
mesmo
tempo
intelectuale
vital. Trata-sede
um
problema
que
se apresenta a
todocidadão:
teracesso
às informações sobreo mundo,
organizá-las, articulá-las e ainda, através delas tentar
mudanças,
que
exigem
mais
do
que
sobreviver, vivercom
elase pondo-as
aseu
serviço.O
processo
de
construçãoda
cidadaniaautônoma
e
participativa está ligadoà
apropriaçãodas
informações atravésdos meios
e linguagensde
comunicação. Para
que
esse
processo se realize, urgeque
o
individuoestabeleça
uma
relação critico-produtiva-participativacom
omundo
que
ocerca, capacitando-se para interagir
com
as diversasformas de conhecimento
da
tecnologia, surgindoa
partir daía
possibilidadede
diálogocom
a
realidadeem
todosos
níveis.Acontece
que
o
acesso
à informação, muitas vezes, está condicionadoao
poder
aquisitivoda
classe social a qualo
indivíduo pertence, oque
contribui para acentuar
cada vez mais os
contrastes sociais, impossibilitandoCHAUÍ
(2001, p. 18) coloca estes aspectos contrastantes:“O Brasil foi instituído como colônia de Portugal e inventado como *terra abençoada
por Deus”, à qual, se dermos crédito a Pero Vaz de Caminha, 'Nosso Senhor não nos
trouxe
sem
causa"'.A
construção e o desenvolvimento dessa idéia constitui o mito fundador do Brasil.Uma
representação ideológica que serve aos interesses dos que
mandam
e sempremandaram
em
nosso país.Uma
idéia que permite, por exemplo, a alguém afirmar queos índios são ignorantes, os negros indolentes e os nordestinos atrasados,
mas
aomesmo
tempo declarar orgulho de ser brasileiro porque somosum
povosem
preconceitos e
uma
nação nascida da mistura de raças.Em
suma, essa representação permite queuma
sociedade que tolera a existência de milhões de criançassem
infância e que, desde o seu surgimento, pratica o apartheidsocial possa ter de si
mesma
a imagem positiva de sua unidade fratema. 'Seindagarmos de onde proveio essa representação e de onde ela tira sua força sempre
renovada, seremos levados
em
direção ao mito fundador do Brasil, cujas raizes foramfincadas
em
1500'."Quando
se
analisaa
históriado povo
brasileiro, vê-seque desde
o
descobrimentodo
país ela foimarcada
peladominação
de uns
sobre outros.Essa
estruturade
dominação,
que
excluida
maioriada
população ao acesso
asaúde, a alimentação,
ao
saneamento, ao
lazer,ao
transportee a educação,
revela
os
administradoresdos
sistemaseconômicos
como
geradoresda
injustiça social.
Partindo
desses
pressupostos,de
que
nem
asnecessidades
básicassão
atendidas,não é
difícil reconhecer o alijamentodessa população ao
Estudos
feitosna Cidade de Cascavel
-Paraná e
disponíveisna
Secretaria Social
e da
Criança, revelamque
um
grande
contingentede
pessoas, principalmente
de
segmentos
sociais (sejam idosos,Adolescentes ou
crianças) encontra-se
à
margem
de
todauma
estrutura socialde
vida,quanto
mais
do acesso a
informaçõese
sobretudoo
da
realidade tecnológica.Conforme
pode-se
evidenciarno
comentáriode
BELLONI
(2001, p. 7):“O impacto do avanço tecnológico (entendido
como
um
processo social) sobreprocessos e instituições sociais (educação, comunicação, trabalho, lazer, relações pessoais e familiares, cultura, imaginários e identidades, etc.) tem sido muito forte,
embora percebido de modos diversos e estudado a partir de diferentes abordagens.
A
penetração destas "máquinas inteligentes"em
todas as esferas da vida social, éincontestável: no trabalho e no lazer; nas esferas pública e privada.Do cinema
mudo
às redes telemáticas, as principais instituições sociais foram sendo transformadas por
estas tecnologias que, nos dias de hoje (mas as mudanças são tão rápidasl), estão
compreendidas na expressão tecnologias de informação e comunicação (TIC): as famílias, cujo cotidiano foi sendo invadido pela programação televisual; as igrejas que
tiveram que render-se aos apelos da
TV
e do espetáculo; as escolas particulares, quepor pressão do mercado utilizam a informática como
um fim em
si. Hoje, temos Internet para muitos usos, e jogoscom
realidade virtual estarãoem
breve disponíveisno mercado.
São imensos os desafios que estas constatações colocam para o campo da educação, tanto do ponto de vista da intervenção, isto é, da definição e implementação de
políticas públicas, quanto do ponto de vista da reflexão, ou seja, da construção de
conhecimento apropriado à utilização adequada daquelas máquinas
com
finsObserva-se
assim,a necessidade
de
buscaralguma
forma
de
contribuição,na
tentativade
resgatar a dignidade e auto-estimadessas
pessoas,
minimizando
as diferenças sociaise
também
osespaços
vazios entreestes
e
a tecnologia.Podendo-se
considerar esteprocesso
de
proporcionarformas
diferenciadasde
educar, atravésde
projetosque
atenda
interessessociais, o produto
de
uma
educação
voltada parao paradigma
tecnológico.O
jovem, aindaque
dentroda
condiçãode
quem
aprende,também
contribui
na
promoção do
conhecimento
dentrode
uma
sociedade
tecnologicamente desenvolvida,
uma
vez
que
está inserida neste contexto, porseu
dinamismo, agilidadee capacidade de
aquisiçãoe
dominioda
tecnologia.A
Terceira ldade porsua
vez,pode
não conhecer a
tecnologia tãobem,
mas
oferece
uma
contribuiçãoem
termosde conhecimento
quando
transmitesua
experiência
de
vida euma
capacidade de
reflexãoe
discernimento adquiridaem
anos
de
trabalhoe
aprendizagem. Istotem
correlaçãocom
a
aplicaçãodo
conhecimento,
a
qualdeve
atenderàs necessidades
e interessesde
uma
sociedade
atual,marcada
pelaautomação,
onde não
bastaapenas
o ensinoformal,
mas
requer-seuma
alfabetizaçãotambém
em
termos
tecnológicos, capacitandoas
pessoas não
apenas
a
lidarcom
a
tecnologia,mas
também
ashabilitando
a
gerenciar informaçõese
desenvolvernovos
conhecimentos,de
forma a
torna-las aptasao
desempenho
profissionale
social e aindacomo
1.2 Justificativa
Na
presente proposta,que
nasceu
de
um
diálogo entre professoraspreocupadas
com
jovens Adolescentes,que
conhecem
a
tecnologia(computador)
e mostram-se
insatisfeitoscom
a
escolae
acabam
sendo
taxados
de
indisciplinados esem
ideais etambém
com
um
outro setor social -Terceira Idade -
que
se encontraa
margem
desta tecnologia,buscou-se
promover
momentos de
ensino-aprendizagem e
integraçãodos
mesmos.
Os
que
conhecem
e
buscam
esse acesso
de
variadas formas, proporcionaramaos
que
desconhecem,
momentos
de
uma
alfabetizaçãona
tecnologia.Assim,
a
intenção foide
entender e resolveras
contradições citadasanteriormente, proporcionando
à pessoas
da
Terceira Idadede
uma
entidadesocial
e
aos
alunosde
uma
escola públicada
cidadede
Cascavel,momentos
de
convivência etambém
de
vivênciacom
omundo
informatizado,oportunizando pelo
menos
a busca
da
dignidade, indispensávela
qualquerprojeto.
Desta
maneira,é
necessário visualizar aforma
como
é encarada
autilização
do
computador
esuas
tecnologias (Internet, porexemplo)
pelas escolase
pelos profissionaisda
educação, atravésde
ângulosque
realmenteproporcionem aos
educandos
uma
apropriaçãodo conhecimento e
que
leve estes alunosa
uma
visãoda
sociedade
que
ele vivede
uma
fonna mais
real.TAJRA
(1998, p. 25) alertaque
há
recomendações
paraque
as
sócio-políticos
e pedagógicos
da
realidade brasileira;que
os
aspectos técnico-econômicos sejam equacionados
não
em
funçãodas pressões
de
mercado,
mas
dos
benefícios sócio-educacionais".O
trabalho construtivoda
educação
entrecomunidade
e
escolade
serpromovido
pela escolaem
função eem
prolda
sociedade,conforme
MORETTO
(1999, p. 121):“Hoje, a sociedade e a escola parecem estar despertando para
uma
nova realidade, esurgem (ainda não de forma generalizada) novos rumos para a educação na escola.
O
novo foco está na aquisição de habilidades no campo afetivo, no cognitivo e no
psicomotor, que identifiquem as competências do novo profissional e cidadão.
Em
síntese, a escola terá cumprido sua função social se ajudar a formar gerentes de
informações e não meros acumuladores de dados.”
A
este respeito,as
mudanças
ocorridasem
vistada
introduçãode
uma
nova
matriz tecnológicana
Escola (a informática)tendem
a se
intensificarlevando
a
instituição escolarà necessidade
de
um
novo
planejamentoeducacional que,
além
de
uma
adaptação a
um
novo
cenárioem
que
pontifiquem as ferramentas
baseadas
em
tecnologia,contemple
também
a
construção
de
escola democráticae
de
qualidade, estimulandoo
envolvimentoda comunidade
educacionalno
processode
informatização,de forma
que
se
possa
contribuir paraa
manutenção
desses
avanços, pois toda melhoriaque
se
efetivarna
escolapode
resultarna
melhoriada
qualidadede
vidados
cidadãos dentro
da sociedade
como
um
todo(OLIVEIRA,
1998)."Seria doloroso olhar no futuro apenas para ver maravilhosas redes de acesso a
conhecimento para algumas pessoas, enquanto outras foram excluídas; ou ver que a Educação tomou-se até
mesmo
mais do que no passadoum
meio de cultura paraintolerância e o ódio.
A
perspectiva é tão repugnante que eu relutariaem
aceitarquaisquer vantagens meramente intelectuais ao custo de abandonar
um
status quoque serviu á democracia e à diversidade cultural. Contudo, o que não estou pronto
para aceitar é desistir de vantagens reais
em
troca deuma
aparência de igualdade.A
única opção racional que vejo é investir no encorajamento da diversidade educacional
com
um
comprometimento dedicado não apenas a expandir seus benefícios paratodos os que os desejam,
mas também
para assegurar que os que optam por não tê-los estejam fazendo
uma
escolha informada."Analisando-se esta realidade
emergente
que
a
tecnologiavem
apresentando à
sociedade,onde
se necessitao
envolvimento,conhecimento e
domínio
da mesma,
ecom
a preocupação
de
buscarencaminhamentos
paraque
a escolae
comunidade possam
amenizar a
situaçãodas pessoas
sem
acesso
ao
computador,pensou-se
na
propostade
um
projeto entre Adolescentesque
estãode
uma
forma ou
de
outra utilizando esta tecnologia ea
Terceira Idade, cujos integrantes,além de estarem amedrontados
com
a
mesma,
encontram-se
distantes esem
oportunidadesde aprender
econhecer
este instrumental
que
hojeé
parteda
vidade
todo cidadão.Oportunizando
a
estas
duas gerações
distantes cronologicamente,uma
proximidade atravésda
tecnologia, onde,
ambos
possam
aprender, convivere
trocar experiênciasde
vida e passar pormomentos
aindanão
experimentados.1.3
Hipóteses
No
processo
de
desenvolvimentode
uma
propostaem
que
sepromove
uma
relaçäode
aprendizagem
e oconhecimento
entrepessoas
de
gerações
distintas e trocade
experiências, diversas variáveispodem
intervir, taiscomo:
o
desempenho
do
Adolescente,desempenho
da
pessoa
da
Terceira Idade, atitudede
ambos
com
relaçãoao
computador, habilidadesdo
Adolescentenas
atividades relativas
a essa
tecnologia,a
faltade
habilidadeda
Terceira Idade,além
da
expectativado
aprendiz (Terceira Idade)e
do
empenho
do
Adolescenteem
ensiná-Io.Com
base nas
considerações acima,algumas questões
podem
ser colocadase
verificadasem
suas
fundamentações
durante o projeto:-
Os
Adolescentesapresentam
níveismais
avançados de
desenvolvimento cognitivo
com
relaçãoà
tecnologia?-
Os
Adolescentes
não
demonstram
vontade
em
aprender
e
ensinar?-
A
Terceira Idadenão aprende
com
amesma
facilidadede
um
jovem?
-
A
relação entre jovens (Adolescentes)e
Terceira Idadeé
realmenteuma
relação distanteem
que
não há
trocasde
conhecimentos ou
entendimentos?
-
Os
Adolescentesnão têm empatia
com
pessoas
da
Terceira Idade e-
Esse
contato entreduas gerações
pode
trazeralgum
benefício paraambos?
Haveria
percepção dos
professores sobre odesempenho
em
salade
aula
dos
alunosque
participamda
proposta?Como
éa
avaliaçãodos
Adolescentes
feitas poresses
professores,comparando-se
odesempenho
na
habilidade
de
trabalharcom
a
tecnologia eem
ensinarpessoas
de
TerceiraIdade, analisadas por
uma
pessoa
alheiaao
grupo de
alunos,a
qualnão
tivesse
nenhuma
expectativa prévia sobreesse
desempenho?
Estariamesses
resultados correlacionados?
Haveria correlação entre as
percepções dos
professores sobreaspectos
comportamentais
dos
mesmos
alunos?Ter
alguma
familiaridadecom
a
tecnologia auxiliaráa
Terceira Idadena
solução
de
outrosproblemas?
1.4
Objetivos
do
Trabalho
1.4.1 Objetivo Geral
Desenvolver
uma
pesquisaque
permitaa
análisedas
interações,habilidades
e competências dos
Adolescentes epessoas
da
Terceira Idadedurante o
processo de
desenvolvimentodo
projetode ensino-aprendizagem
1.4.2
Objetivos
Específicos
Observar
quaissão os
aspectos relativosà
integraçãodos Adolescentes
e
Terceira Idade durante as aulasde
informática.Organizar atividades
de
alfabetizaçãocom
tecnologia atravésdo
computador,
acompanhando
sua
aplicação pelos Adolescentes .Relatar
o
processode
desenvolvimentoobservado
esua
efetivação,do
ponto
de
vistadas
atitudes, tantodos
Adolescentesquanto
da
Terceira Idadefrente
ao
computador.Analisar
se houve
os níveis diferenciadosde
cogniçãoem
relaçãoa
tecnologia(computador) pelos Adolescentese
Terceira Idade.Observar
como
a
Terceira Idade apresenta interesseem
aprender e o
Adolescente
em
ensinar. _Levantar possibilidades
de
aprendizagem,empatia
e
trocade
experiências entre Adolescente
e
Terceira Idade.Observar
sehouve
benefíciosna
relaçãoAdolescente e
Terceira Idadenum
momento
de
aprendizagem
com
a
tecnologia.Buscar conhecimentos
juntoaos
professores sobre resultadosou
mudanças
dos
Adolescentesem
salade
aula.1.5
Metodologia
A
presente pesquisapode
ser classificadaquanto sua
naturezacomo
Pesquisa
Aplicada, devidosua
aplicabilidade práticaem
conhecer
osanalfabetismo
da
Terceira Idadequanto
à
tecnologia (computador) e apromoção
da
valorização pessoaldos
Adolescentes (auto-estima).Quanto aos seus
objetivos,pode
ser consideradacomo
uma
Pesquisa
Descritiva
porque
visa dissertar sobre os fatos observados,descrevendo as
caracteristicasda
população
investigada (Adolescentese
Terceira Idade)envolvendo
técnicasde
observação
sistemáticae
questionários.Quanto
ao
aspectodos
procedimentos técnicos, esta pesquisapode
serclassificada
como
projeto tecnológicode
parcerias, poisa
mesma
propõe
colaborar
com
a
soluçãode
um
problema
coletivoque
se apresentacom
a
faltade
conhecimento
da
tecnologia por parteda
Terceira Idadee a busca
de
um
processo diferenciado
ou
desafiantede
ensino para o Adolescente e osmembros
da
pesquisa estão envolvidosnum
processo cooperativoe
participativo. r
A
caracterizaçãoda
presente pesquisaquanto
o pontode
vistada forma
de
abordagem do
problema
pode
ser classificadacomo
pesquisa qualitativa, pois consideraa
relação entre omundo
real eo
sujeitoque
não
pode
ser traduzidoem
números
equanto o
método
ou
investigação científica utilizadaque
proporcionam
suas
bases
lógicas,pode-se
considerá-Iapautada
no
método
fenomenológico, poisa
mesma
é
de
significado etem seus
registrosbaseados no
que
os
participantessentem e
dizem,preocupando-se
com
a
descrição direta
da
experiência talcomo
ela é. Interpreta-seo
significadoque
os
participantestem no
processo.Os
procedimentos relatadosna
presente pesquisa iniciaram-secom
a
criação, implantaçãoe coordenação
do
projetode
parceria enteuma
escolada
cidade
de
Cascavel, doismembros
do
NTE'
de
Cascavel, a secretária,na
época,
da
Secretariade
Assistência Social,uma
Entidade Socialde
Cascavel,tendo
como
participantes diretosos
Adolescentes ea
Terceira Idadepertencentes
à
escola e instituição social respectivamente. Utilizou-se para oprocesso a tecnologia advinda
do
computador.Além
da
organizaçãodos
materiais
e
instrumentosde
trabalho,acompanhamentos
das
atividadesdesenvolvidas pelos
dez
Adolescentes junto asdez pessoas da
TerceiraIdade. Fez-se
a observação e
análisedo
processoque
se
efetivouno
contra turnodos
alunosque
estudavam
pelamanhã
na
referente escola.Trabalhou-se, nesta pesquisa,
no
períodode
outubrode
1999
aténovembro
de
2000,com
10 alunosde
séries variadasdo
EnsinoMédio de
uma
escola estadualde Cascavel
- Paraná, os quaisforam convidados
a
participarem
da
proposta peloNTE
(Núcleode
Tecnologia Educacionalde
Cascavel, através
das
Professoras Janice Parizotto e Celina Effgen) e,com
dez pessoas
da
Terceira idadede
uma
entidade Socialde Cascavel
que
desconheciam
totalmentea
máquina (também
convidadas),sendo que
todosas
pessoas
que
seapresentaram
eram
do sexo
feminino.1 - Núcleo de Tecnologia Educacional de Cascavel - trabalha com a capacitação de professores em
informática na Educação e Assessoria e desenvolvimento de Projetos Pedagógicos nas escolas
Envolveram-se
aindacom
a
propostaa coordenação
da
escola,a
entidade social
com
oencaminhamento
dos
idosos ea
Secretaria Estadualde
Assistência Social,na pessoa de
Vigínia A. Marassi, responsável pelamesma
época,que
fezos
contatos entrea
entidade e oNTE,
a
qual participavada
realidadeda
escolacomo membro
do
conselho escolare
aindaacompanhou
o
projetobuscando
sempre
informações sobreo
mesmo.
Em
1999,houve
apenas
dois encontrosonde
formou-sea turma de
idosos
e
Adolescentes;em
2000, forampromovidos no
periodode
agostoa
novembro,
encontrossemanais
entre Adolescentes e Terceira Idadeno
ano
de
2000, utilizando-se para issoo
laboratóriode
informáticada
própria escola, disponibilizando 5 computadores,em
dois horários (13:30 as 14:30e
14:30as
15:30),com
cincopessoas de
Terceira idadee
cinco Adolescentesem
cada
horário.O
projeto foi desenvolvidono
contra turnodos
alunos (Adolescentes).Os
roteiros foram elaborados pelosmembros
do NTE, os
quais estabeleciama seqüência do
que
seria trabalhadoem
cada
aula.Quanto
à
escolhadas pessoas da
Terceira Idade ficoua
cargoda
Instituição Social
que
não
estabeleceu critériode
seleção,apenas
convidou-ose
quem
demonstrou
interesse participoudo
projeto, jáno caso dos
Adolescentes, ficoua
cargoda
orientação educacionalda
escola,que
teve dois critériosde
escolha: o primeirobaseava-se no
estabelecido peloproponente
do
projetoque
deveriam
terum
conhecimento
básicodo
Adolescentes
em
salade
aula oque
faziacom
que
os
mesmos
passassem
mais
tempo na
orientação educacionalcom
conversas
sobreseus problemas
(os
chamados
“sermões”)do
que
na
salade
aulaestudando
enão
apresentavam mudanças.
Esta foiuma
tentativade
resgatar estesAdolescentes considerados indisciplinados
e
até“sem
futuro” por partede
alguns professores, para
que
osmesmos
talvezpudessem mudar
seu
comportamento.
A
proposiçãodo
projeto estevena
responsabilidadeda
Secretáriade
Assistência Socialde Cascavel
atravésde
um
membro
do
NTE
de
Cascavel e
o
acompanhamento
atravésde
doismembros
destamesma
instituição.Elaborou-se
um
questionário,apresentado no
Capítulo lll,que foiencaminhado
aos
envolvidosno
do
projetode forma
diretaou
indiretamentepara
que
sepudesse
sabera
posição delesquanto
ao
mesmo
e o
que
issotrouxe
de
mudança
parasua
vida.A
revisãode
literaturafundamentou-se
em
pesquisas bibliográficassobre
o
tema
escolhido e pesquisasna
Internetcom
leituras sobreo
assuntoe
na
pesquisa in loco,com
observação
e análisedos
fatos.E
tendoas
pesquisasna
Internet e/ou pesquisasde
campo
dos procedimentos
sobre a relação entreAdolescentes
e
Terceira Idadepermeada
pelouso
dos
recursos tecnológicos(computador),
complementando e
estruturandoo
acompanhamento
e
observação
do
desenvolvimentodo
projeto entre Adolescentese
Terceira Idadeem
uma
escola públicade
Cascavel
para estudo analítico e possiveisconclusões.
Permeado
por visitassemanais
entre osmeses
agostode
1999
anovembro
de
2000
aos
encontrosdo
projeto estavasendo
desenvolvido,também
foi incluído filmagem. Finalizandocom
relato dissertativodos
fatosmais
importantes encontrado duranteo
projeto entre Adolescentes e TerceiraIdade.
1.6 Estrutura
da
Dissertação
No
desenvolvimentoda
dissertaçãoé apresentado no
Capitulo I -Introdução,
a
descriçãodas
etapas correspondentesaos
objetivos,justificativas, hipóteses, metodologia utilizada e
a
estruturaçãodo
trabalho.O
Capitulo ll -O
Contexto Tecnológico,O
Adolescentee a
Terceiraidade,
aborda as
perspectivasque a
tecnologia apresentaem
termos
de
vida,o
que
elasproporcionam
ao
serhumano
e a desigualdadeque
elapode
promover,caso
não
sepense
em
formas de
reduzira
faltade acesso a
estatecnologia pelas pessoas. Este capítulo
também
discorre sobrea
adolescência,
seus
anseios,sua forma de
agir,sua
habilidadee
familiaridadecom
a
tecnologiae
como
a
escolapode
contribuir, oferecendo diferentesoportunidades para atingir estes jovens repletos
de
perspectivasquanto
ao
futuro.
Na
seqüência
é abordada a
Terceira Idade,sua
distânciada
tecnologiae a
faltade
oportunidadeque
estestem
paraque tenham
acesso à
mesma.
Relatar-se-á as
pequenas
iniciativasde
pessoas
de
Terceira Idadena busca
O
Capítulo lll - Projetode
Integração entre Adolescentee
TerceiraIdade,
busca a
relação entre os capítulos anteriorese a
relevânciaque
estestrazem
neste capítulo, atravésdo
relatoe
análisedo
projeto implantadoem
uma
escola públicade
Cascavel,onde
se proporcionoua
uma
entidade socialo
contato diretocom
ambiente
informatizado, possibilitando assim,aos
membros
daquela
instituição,sua aproximação e
integraçãocom
osavanços e
inovações
da
tecnologia.Neste
capítulo, ainda, se analisaa
relação ea
trocade
experiências entre alunos (Adolescentes) pertencentesà
escola públicae
das pessoas de
Terceira Idadeda
entidade social,os
quaisdesenvolveram-se
em
atividadesde
conhecimento
da
tecnologia;o
computador; eonde
se
fez oacompanhamento do
desenvolvimento deste trabalho prático.O
Capitulo IV-
Conclusões, apresentaas
considerações finais, relataas
conclusõesa
partirdas
análises feitas,como
foi o experimentodo
projetocom
parceriase 0
que
seobservou
em
termos
de
possibilidades futuras,podendo-se
assim, sugerirencaminhamentos
e
novas
propostas.O
CONTEXTO
TECNOLÓGICO,
O
ADOLESCENTE
E
A
TERCEIRA
IDADE
2.1
Introdução
O
séculoXX
foimarcado
pelo crescente desenvolvimentoda
tecnologia.Nos
últimoscem
anos,o
homem
foicapaz de
produziruma
talgama
de
conhecimentos
eavanços
científicosque
superou
tudo aquiloque
a
humanidade
tinha produzido até então.Em
um
períodode
tempo
relativamentepequeno,
ohomem
foià
lua,dominou
novas formas
de
energia, descobriusegredos
do
universo e foicapaz de
mudar
radicalmenteo seu
modo
de
vida.Quase
todoo
desenvolvimentoexperimentado
neste século está, desta forma,baseado
em
algum
tipode
tecnologia.Neste
contextode
desenvolvimento tecnológico,um
segmento
em
particular
tem
sido responsávelou
estado presenteem
praticamente todosos
avanços
experimentados, a informática.Pode-se
observarque
praticamente todas as inovações surgidasnos
últimos vintea
trintaanos
estäo,de alguma
forma, ligadasao
computador. Esta ferramenta única permitiuao
homem
estender
os
limitesde
seu conhecimento
e o
advento
da
informáticatem
provocado
uma
verdadeira revoluçãoem
todosos
campos
da
atividadeinformar-se, conceber, ler, escrever,
comunicar
atravésde som,
da
imagem
ou
da
linguagem:
a
maioriadas
atividades cognitivassão
potencialmente redefinidas pelanova
tecnologia intelectualque
é a informática."Da
mesma
maneira
que
evoluiucomo
máquina,o computador
evoluiucomo
agentede
desenvolvimento e aperfeiçoamentode
outras tecnologias, transformações culturaise
de
transmissãode
informação,além de
modificara
maneira
como
os indivíduosvêem
e interagemcom
o
mundo
àsua
volta,tornando-se
uma
ferramenta indispensávele
básicada
sociedade
da
informação.
Todos
os
segmentos
têm-se beneficiadodas
modificações introduzidas pelo computador,da
agriculturaàs
pesquisas científicas,do
lazeraos
processos industriais,
fazendo
prevernovas
mudanças
eem um
ritmosempre
crescente.
TAJRA(1998,
p. 9) mostra estes aspectosda
mudança
quando
coloca:“Podemos verificar que, nos últimos anos surgiram, de forma nunca vista antes, tanto nos aspectos quantitativo e qualitativo, grandes mudanças tecnológicas,
principalmente no campo da microeletrônica, as quais proporcionam o
desenvolvimento
em
diversas áreas: econômica - inclusive na vasta expansão docapitalismo; industrial -
com
agama
de processos que passaram a ser automatizadose robotizados; engenharia - possibilitando cada vez mais edificações complexas;
telecomunicações - possibilidade de nos comunicarmos por intermédio de aparelhos
celulares; medicina -
com
a precisão dos resultados dos diagnósticos de doenças antesnão detectadas
em
tempo hábil; aeroespacial - a-criação do ônibus espacialà órbita da terra e devido retorno. Todas estas evoluções científicas foram
também
favorecidas pela informática, que possibilita o embasamento a aprimoramento dos
processos de produção de pesquisa.”
A
históriados computadores tem
sidomarcada
poruma
evolução
contínua
de máquinas
e softwares,que
provavelmente continuará seampliando
em
termos de poder de comunicação,
tanto individualquanto de
massa.
Não
houve
uma
mudança
significativada
tecnologiaempregada,
oque
houve
foiuma
maior utilização,que
sepode
dizerem
larga escalada
mesma.
Tanta
evolução,de
forma
tão rápida,como
sepode
observar, traza
necessidade
de
se estar atento paraque
estanão aumente,
ainda mais,a
desigualdade social já observada.Para
SANCHO
(1998, p. 39):“O sentido que dermos à nossa ação dependerá, entre outras coisas, da visão do
mundo que adotarmos, de que sejamos capazes de entender
como
eem
que sentidoas diferentes tecnologias têm modelado a nossa compreensão e capacidade de açãoe
de como estivermos dispostos a transformar a nossa relação
com
os demais ecom
o meio ambiente.O
nosso processo de compreensão e ação do mundo tem estado marcado, entre outros fatores, pela nossa experiência escolar. As tecnologias usadasno ensino escoIar(instrumentais, simbólicas e organizadoras) modelam o
desenvolvimento dos indivíduos e as suas formas de apreensão do mundo.”
Analisando esta colocação e as
mudanças que
a
tecnologia trouxe,deve-se
pensar
em
formas
alternativasde
compreensão
do
mundo
e atravésda
escola proporcionaraos
jovensque
buscam,
querem
e
seadaptam
com
SHAFF
(1995) coloca que, a juventudeque
hojetem acesso a
toda esta tecnologia,passou
por escolasque
não conheciam
a informática,que
não se
atualizaram e
não
oferecerama
esta juventude metodologias apropriadasde
percepção
da
realidadee
inclusão.Conforme
afirmaMORAN
(2000, p. 16):“As mudanças demorarão mais do que alguns pensam, porque nos encontramos
em
processos desiguais de aprendizagem e evolução pessoal e social. Não temos muitas
instituições e pessoas que desenvolvam formas avançadas de compreensão e
integração, que possam servir como referência. Predomina a média - a ênfase no
intelectual, a separação entre a teoria e a prática.
Temos
ainda grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. São poucos os modelosvivos de aprendizagem integradora, que junta teoria e prática, que aproxima o pensar
do viver”.
Desta
forma, esta éuma
juventudeque
viveuma
“relaçãoque
oscilaentre dois extremos, o individualismo e o totalismo"
(SHAFT,
1995, p. 103).Isto
demonstra
que,a
educação
deve
reverseus
métodos
necessitando assim,buscar
uma
dupla construção entre projetos pessoais e projetos coletivos,que
na
visãode
MACHADO
(2000, p. 21)é
definida:“Tais projetos são estruturados a partir de
uma
arquitetura de valores socialmente negociados e acordados, na busca do delicado equilíbrio entre a conservação Do quese julga valioso e a transformação
em
direção ao novo. Neste sentido,mesmo
em
tempos
em
que a meta mais explicita era a inserçãoem
uma
sociedade previamente existente, organizada deuma
forma que não estavaem
questão, a educação sempre permaneceu - e sempre permanecerá - tributária de idéias utópicas. Sempre serámotivada pelo que é possível imaginar e não apenas pelo que é possível
como
possivel; nunca poderá resumir-se apenas a utopias,
mas
jamais poderá prescindir delas. Freqüentemente, inspirados por elas, os projetos educacionais buscam as condições de operacionalidade necessária para as fecundações e/ou transformaçõesprefiguradas."
Sendo
assim,pensar
numa
propostaou
projetoque
usufruada
tecnologia,
favorecendo
escola epopulação ao
mesmo
tempo,não
seriade
todo utópico,
e
poderia sim, trazervantagens
paraa
educação
etambém
paraa
comunidade
à
margem
dela, proporcionadouma
integração social aindaque
pequena,
almejada pela política educacional brasileira epregada
como
"soluçâo" para alguns
dos problemas
brasileiros.MACHADO
(2000, p. 23)comenta
ainda que:“No caso específico da educação brasileira, a ausência de
um
projeto coletivo tem sidoconfundida amiúde
com
a inexistência de algo comoum
Plano Nacional de Educação,bem como
deuma
legislação adequada.A
atual Constituição (1988) prevê, inclusive, aexistência formal de tal Plano, que orienta diretamente as ações educacionais, e
um
projeto de lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 1996) tramitou
durante quase
uma
década no Congresso Nacional, subjazendo certa expectativa deque a solução de muitos dos problemas educacionais decorreria de sua aprovação, o
que, naturalmente, não ocorreu."
Para
que
a sociedade
colha frutosde
uma
educação
euma
culturaonde
estejam escola e
comunidade
beneficiando-semutuamente
e
usufruindouma
da
outra,apresentando
soluções para osproblemas
que
acontecem,
necessita-se
que
caminhem
juntas ecomecem
a
tornar o aprendidona
escola, parteda
vida socialdo
indivíduo, transformando realmente a informaçãoem
conhecimento.
De
nada
valeriauma
sociedade
tecnologicamente desenvolvidase os indivíduos
que
nelavivem não usufruem
disso,ou
ainda,nem
tomem
conhecimento de sua
existênciaou
que
fiqueapenas
para alguns usufruírem(SHAFF,
1995).Na
perspectivade
PIAGET
(1972),o
papeldo
professor é ode
propor situaçõesde
desequilíbrios,aguçando
a
curiosidadede seus
alunos paranovas
descobertas,novos
conhecimentos,favorecendo
um
ambiente
de
liberdade,
de
trocade
experiências,de
discussão,de
proposiçãode
situaçõese
de
desafios.Pode-se
complementar, ainda,que
esse
papel de' transformara
informação
em
conhecimento,não
seriasomente
do
professore
do
aluno,mas
de
todauma
sociedade,independente
da
classe social,ou
da
função
que
seocupa
nela.A
transformaçãonão
se faz sozinho,mas
num
conjuntode
pessoas
que fazem
a
históriada sua comunidade.
FREIRE
(1996, p. 88) coloca issode
uma
forma
bem
simples:“A mudança do mundo implica a dialetização entre a denúncia da situação
desumanizante e o anúncio de sua superação, no fundo o nosso sonho.
...É a partir deste saber fundamental: mudar é dificil
mas
é possível, que vamosprogramar nossa ação político-pedagógica, não importa se o projeto
com
o qual noscomprometemos é de alfabetização de adultos ou de crianças, se de ação sanitária, se
de evangelização, se de formação de mão-de-obra técnica.
É importante salientar que o novo momento da compreensão da vida social não é
exclusivo de
uma
pessoa.A
experiência que possibilita o discurso novo é social.Uma
realidade.
Uma
das tarefas fundamentais do educador progressista é, sensível àreleitura e a releitura do grupo, provocá-lo
bem como
estimular a generalização danova forma de compreensão do contexto.”
Pode-se
analisarque
as
tecnologias trazem paraa
escola eos
jovensformas de
reestruturara sociedade
em
que
vivem. Bastaque
estes se aliemnum
processode
cidadaniae
com
isso possibilitema
certascamadas
sociaiscom menos
alternativasuma
reorganizaçãode suas
estruturas etenham
assim,formas
de
agirdignamente
numa
sociedade
com
tantas transformações.2.2
A
Era
do Conhecimento
No
séculoXXI desponta
a erada
Telemática2,que
vem
reuniros
recursos
da
informáticaaos das
telecomunicações. Ela surgeembalada
nos
velozes chips
de
computadores,a reboque dos cabos
edas
ondas
que
a
cada
momento
tendem a
se
superarem. Este aparato tecnológicocomeça
a
provocaruma
verdadeira revolução cultural, tão profunda e intensa,que somente pode
ser
comparada
à
citada invençãoda
imprensaa.A
realidade acessivelda
Internetque
ora se apresenta,é
uma
nova
teiadisseminadora
do
saber.Todos
são testemunhas
da
história, pois seacompanha
esta transição significativaque
deverá
implicarna democratização
2 - Ciência que trata da manipulação e utilização de informação através do computador e da
telecomunicação.
3 -
O
alemão Gutemberg inventa, no Século XV, uma máquina que, utilizando tipos móveis, permite areprodução rápida e barata de livros.
Com
isso houve uma surpreendente propagação do conhecimento,do
conhecimento
humano
de
forma
nunca
antes imaginada.Todos
esses
avanços
tecnológicos tiveram esempre
terão asua
importância.Na
visãode
DELORS
(2001, p.222)pode-se
resumirbem
este aspecto:“O Século XXI, enfrenta assim, o seu maior desafio: o da reconstrução das comunidades humanas.
Abundam
os sinais de impaciências; as sociedades humanaspressentem que
uma
projeção linear das pesadas tendências do século que se aproxima do seu termo não auguraum
destino feliz.A
massificação e aoindividualismo que caracterizam a primeira geração de tecnologias da informação e da
comunicação, levando ao paroxismo e modelo econômico triunfante, sucede-se, no
momento,
uma
segunda geração tecnológicaem
que se começa a recuperar a idéia deinteração
em
redesbem
como o valor das relações de vizinhança (virtual).A
sociedade cognitiva assentada na ética da partilha do conhecimento e
em
fenômenos de cognição que brotam de relações interpessoaissem
fronteiras, que setomam
possíveis ao alastramento de valores pós-materialistas.”
É pensando
no
homem,
enquanto
ser social,que
a
educação
precisaconcentrar esforços
nos
conceitos norteadoresde
inovação emodernidade
tecnológica desta Era
do
Conhecimento4. E,conforme
DEMO
(2001, p.26): "Aeducação não pode
escapar
da
fascinação tecnológica,porque é no fundo a
mesma
do
conhecimento".Nesta
Erado Conhecimento,
onde
as
transformaçõesnão
param, encontram-se,de
um
lado, os Adolescentes, já habituadosa
tudo isso,porém
ansiosos poruma
propostaque
tragao
sentido procurado parasua
vidae
que
4 - Era do conhecimento também denominada de Sociedade do Conhecimento ou Sociedade da
a
partir dissopossa
oferecerno seu
futurouma
sociedade mais humana.
Do
outro, a Terceira Idade, distante desta realidade e tentando encontrarmeios
para minimizar esta distância.
Neste
contexto, espera-seque alguma
alternativa surja, oferecendo
uma
possível solução paraambos, ou
quem
sabe,uma
propostaque
possa
diminuir, preencherde
alguma
forma, esta lacuna.A
qual
pode-se
exemplificarcom
o
projetoque
seráapresentado no
próximocapítulo,
que
mostraa
relação entre Adolescentese
Terceira Idademediada
pela tecnologia.Neste pensamento, cabe
também
ao
professor eà
escola reavaliarsuas
opções,
buscando
desenvolvernovas
alternativas para transformar estequadro.
Conforme
a realidadede
cada
instituição,é
possívelconceber
estratégias especificas, ajustadas
ao
cenário local, oque
se traduz,na
verdade,
em
todoum
universode opções
possíveis.Dentro desta realidade situa-se este estudo,
que
apresentauma
proposta
de
integração entre o Adolescentee a
Terceira Idade,a
relaçãoentre estes junto
a
tecnologia-computador,como
se situamcada
um
delesna
sociedade
da
informação, quais assuas
expectativas ecomo
a
escolapode
promover a
estes indivíduosde
faixas etárias tão distintasmomentos
de
trocasde
experiências,onde
elespodem
auxiliarem-senas
dificuldades.Para
isso, se discorreráa
seguir, sobrecada
um
deles, contextualizando-os dentroda
sociedade
da
informaçãoe
como
este processo atingecada
um
deles.2.3
O
Adolescente
Dentre as diversas etapas
a
serem
vencidas pelo serhumano, a
adolescência talvez
possa
ser colocadacomo
uma
das mais
marcantes, postoque
sinaliza o fimde
um
ciclo bastante definido,a
infância e,ao
mesmo
tempo,anuncia
a
chegada
de
uma
outra e definitiva etapa,a
vida adulta.A
adolescência, assim,
assume
contornosde
uma
época de
transições,quando,
ao
mesmo
tempo
em
que
se
abrem
uma
infinidadede novas
e fascinantesalternativas,
também
se apresentam inúmeras
questões,as
quais irão exigir,cedo ou
tarde,uma
tomada de
posição por partedo
indivíduo,com
reflexosque
se farão presentes por todaa sua
vida posterior.ZAGURI
(1997, p. 26) apresenta estes aspectoscolocando
que:“Em ambos os sexos, o desenvolvimento intelectual
também
é notável,com
o surgimento do raciocinio hipotético-dedutivo, permitindo generalizações rápidas,bem
como compreensão de conceitos abstratos.
Em
decorrência, a independência intelectual surgecom
força, muitas vezes apresentando-secomo
rebeldiaem
relaçãoàs autoridades
em
geral. Este fato está ligado a essa recém adquirida capacidade deabstração, reflexão e generalização a partir de hipóteses. Essa nova habilidade leva os
jovens a
uma
abordagem mais filosófica e independente sobre quaisquer conceitos que lhe seja apresentados."Esta é, portanto,