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Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano

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Academic year: 2021

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(1)REVISTA DE CIÊNCIAS GERENCIAIS. PERFIL DO PEQUENO E MÉDIO EMPREENDEDOR DE MUNICÍPIO PERNAMBUCANO Janaína Vieira Gonçalves – Faculdades Integradas de Patos (FIP) Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra – Faculdades Integradas de Patos (FIP). RESUMO: O contexto atual de modificações constantes exige que os empreendedores respondam de maneira ágil às exigências do mercado e que tracem estratégias inovadoras e inteligentes. Destarte, objetivou-se identificar o perfil do pequeno e médio empreendedor do município de São José do Egito-PE, realizando-se pesquisa descritiva, bibliográfica e de campo. Os resultados evidenciaram que os empreendedores pertencem, em sua maioria, ao sexo masculino (57%) e estão na faixa etária de 45 a 55 anos (71%), permanecem sempre em busca de novas informações, dispostos a aprender dentro e fora do seu ramo de atividade. Em contrapartida, são pessoas que não possuem iniciativa, pois só realizam novas tarefas raramente ou algumas vezes (43%) quando solicitados ou forçados pelas circunstâncias. Portanto, sugeriu-se que esses profissionais procurem continuamente realizar novas tarefas, fazer contados com pessoas que os ajudem a atingir seus objetivos, detectando oportunidades e nichos de mercado ainda não explorados para expandir seus negócios.. PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo; Perfil; Características.. KEYWORDS: Entrepreneurship; Profile; Features. ABSTRACT: The current context of constant change requires that entrepreneurs respond nimbly to the demands of market demands and to plot strategies and innovative smart. Thus, the objective was to identify the profile of small and medium entrepreneurs in São José Egito-PE, performing descriptive research, bibliographic and field. Results showed that entrepreneurs belong mostly to males (57%) and are aged 45 to 55 years (71%) remain always in search of new information, willing to learn inside and outside of your hive of activity. On the other hand, are people who have no initiative, because only rarely perform new tasks or sometimes (43%) when asked or forced by circumstances. Therefore, it was suggested that these professionals continually seek to perform new tasks, do reckoned with people to help them achieve their goals, identifying opportunities and market niches not yet explored to expand their business.. Artigo Original Recebido em: 08/12/2012 Avaliado em: 14/01/2013 Publicado em: 27/05/2014 Publicação Anhanguera Educacional Ltda. Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas - SARE rc.ipade@anhanguera.com v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128.

(2) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. 1. INTRODUÇÃO O tema empreendedorismo é algo que vem sendo bastante difundido nos dias atuais; no Brasil sua utilização se intensificou, passando a ser visto como um propulsor da economia e do desenvolvimento local no final da década de 1990. Alguns dos motivos para a popularidade da terminologia recaem sobre a preocupação com a criação de pequenas empresas mais duradouras e com a necessidade da diminuição das taxas de mortalidade desses empreendimentos. Embora a temática não seja algo novo, tem despertado grande interesse nos últimos anos. Essa tendência pode ser observada nas grades curriculares dos cursos de Administração ou nos programas de especialização e de educação executiva que, recentemente, passaram a enfatizar temas como empreendedorismo, criação de novos negócios, gestão da pequena e média empresa, elaboração de planos de negócios e inovação (AIDAR, 2007). O estudo do empreendedorismo tem adquirido relevância não só porque ajuda os empreendedores a atender melhor as suas necessidades pessoais, mas também devido à contribuição econômica dos novos empreendimentos (MENDES, 2009). A importância de estudá-lo reside no fato de que se fosse exequível conhecer a mente do empreendedor, como ele pensa, age, executa e transforma a sua história abstrata em fato real, por meio de estudos aplicados; tornar-se-ia possível criar atributos aptos a identificar semelhanças entre os médios e pequenos empreendedores pesquisados, estabelecendo índices que, quando analisados e comparados, contribuiriam para a criação de parâmetros de análise e interpretação do potencial empreendedor (TIMMONS, 1994). Pensar estrategicamente é um requisito que cabe também às pequenas e médias empresas. Conhecer o próprio negócio, seus pontos fortes e fracos, já não é suficiente em um mercado em constante mudança e com crescentes exigências. Nesse ambiente de incertezas, o empreendedor necessita inovar, implementar e vender suas ideias e perseguir as oportunidades, para que, deste modo, desenvolva um elo entre a organização e o ambiente externo, por meio da rede de relações e alianças para a troca de informações e para a formação de uma inteligência de negócios, capaz de vir a se constituir em fonte de vantagem competitiva para a empresa (BARROS et al., 2005). Diante destes fatores delineou-se a seguinte questão enquanto problema de pesquisa: quais características empreendedoras compõem o perfil do pequeno e médio empreendedor do município de São José do Egito–PE? Para tanto, e em decorrência da percepção de que o referido município possui grandes empreendedores, o objetivo geral deste trabalho é identificar o perfil do pequeno e médio empreendedor desta cidade. Os objetivos específicos são: analisar o perfil social e demográfico do empreendedor egipciense do setor de móveis, verificar as características empreendedoras mais evidentes no perfil do pequeno e médio empreendedor do município,. 110. Revista de Ciências Gerenciais.

(3) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. identificar os fatores que motivaram a formação do empreendimento e verificar a relevância de cada uma das competências empreendedoras para o sucesso do negócio. Além de todos esses fatores, a escolha deste tema se justifica pelo fato da pesquisadora manifestar grande afinidade com o tema. Contudo, resolveu-se focar a cidade de São José do Egito-PE, por esta vir apresentando uma parcela significativa de empreendedores que souberam identificar e validar oportunidades e que agiram para expandir o seu negócio a novas áreas, produtos e serviços, reduzindo riscos e controlando resultados. Também se deve levar em consideração o ineditismo da pesquisa, de maneira que inexistem registros de investigações sobre o tema na cidade. Portanto, é notório que este trabalho poderá trazer grandes contribuições tanto para o meio acadêmico, quanto para as pessoas que planejam abrir um negócio na cidade ou ainda para aqueles que já o possuem.. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Empreendedorismo: Conceitos e Evolução Histórica O empreendedorismo faz parte de toda a história da humanidade, desde os tempos primitivos aos atuais. Ao longo desse período as formas de empreender foram sendo modificadas, no entanto, sua essência permaneceu a mesma: a ação aliada à coragem de assumir riscos, visando à melhoria da qualidade de vida (MARCELINO, 2010). A palavra empreendedor ou entrepreneur tem origem francesa e consiste no estudo voltado para o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas à criação de um projeto. “O empreendedor é a pessoa que inicia e/ou opera um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente” (LONGENECKER et al., 1998 apud CHIAVENATO, 2007, p. 3). De acordo com Mendes (2009), durante a Idade Média francesa, o termo “empresário” designava de uma forma bem simples uma pessoa que assumia uma tarefa. Algum tempo depois, passou a designar uma pessoa corajosa, pouco honesta, pronta para assumir os riscos financeiros. O enriquecimento pessoal e o êxito comercial eram o único meio permitido àquelas que viviam à margem da sociedade (aqueles que não se submetiam à ordem do clero e da nobreza), de instalarem-se em uma sociedade muito hierarquizada e muito rígida. Segundo o autor, nesses tempos pré-capitalistas o empresário era uma pessoa que consolidava uma relação contratual com o governo para a execução de determinado serviço ou fornecimento de mercadorias. É deste fato que remonta a exposição aos riscos financeiros, pois o montante dos recursos alocados para a realização dos trabalhos encomendados era fixado depois do início.. v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 111.

(4) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. A partir do século XVIII, o sentido da palavra empresário tornou-se geral e passou a designar “aquele que empreende alguma coisa”, ou de uma maneira mais simples uma pessoa muito ativa que realiza diversas coisas ao mesmo tempo. Foi também neste século que teve início o processo de industrialização e houve a definição do papel dos investidores no processo de manufatura. O capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, ou seja, a pessoa que criava e conduzia empreendimentos (COSTA et al., 2007). O autor acrescenta que com tantas modificações ao longo dos anos, o empreendedorismo pode ser considerado como o despertar do indivíduo para o aproveitamento integral de suas potencialidades racionais e intuitivas. É a busca do autoconhecimento em processo de aprendizado permanente, em atitude de abertura para novas experiências e novos paradigmas. Porém, de acordo com Alves (2005), até os dias de hoje, pesquisadores e estudiosos ainda não chegaram a um consenso sobre uma definição deste tema. As definições variam de acordo com as diferentes atividades, incluindo a criação de empresas, o desenvolvimento de novas combinações, a exploração e identificação de oportunidades, a condução da incerteza, a união de fatores de produção, entre outros. Para Drucker (1986 apud ALVES, 2005), o empreendedorismo não está apenas nas pequenas e novas empresas, pois estes aspectos não são suficientes para que se determine uma empresa como sendo empreendedora. É preciso que se crie algo novo, diferente, que se mude ou transforme valores. Uma empresa, mesmo que motivada por uma oportunidade, mas que não promova uma inovação, não pode ser considerada empreendedora. Assim, Mendes (2009) assegura que entender este conceito é um estímulo para que o cidadão comum abra um pequeno negócio por conta própria e seja feliz até o fim da vida. No entanto, colocá-lo em prática requer habilidades, características, virtudes, comportamentos e conhecimentos específicos que não são encontrados em fontes de literatura específica.. 2.2. Características Empreendedoras Segundo Chiavenato (2007), empreender não é somente fundar novas empresas ou construir novos negócios, é também farejar novas oportunidades fortuitas aproveitando-as, de modo que seja rápido e haja antes que outros o façam. “Uma ideia isolada não tem valor se não transformada em algo viável de implementar, visando atender a determinado público-alvo que faz parte de um nicho de mercado mal explorado. Isso é detectar uma oportunidade” (DORNELAS, 2005, p. 56). Ter a ideia de um novo negócio é relativamente simples, difícil é transformá-la em oportunidade de negócios. A grande maioria dos novos negócios, mesmo aqueles em que o empreendedor afirma ter identificado uma oportunidade antes de sua abertura, é composta de negócios tradicionais com pequena barreira de entrada e pouco potencial. 112. Revista de Ciências Gerenciais.

(5) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. para crescimento. Esses negócios não exploram realmente as oportunidades. Antes, porém, de discutir onde se encontram as oportunidades de negócios, é importante caracterizá-las (AIDAR, 2007). Por conseguinte e de acordo com o autor acima citado, a ideia do negócio é sem dúvida importante, mas não é a etapa crucial nem o primeiro passo na construção de um empreendimento. Na realidade, o autoconhecimento do empreendedor vem antes de tudo. Em um mercado altamente competitivo, é fundamental ambições, conhecimentos e competências. Para Dornelas (2005), isso não significa que uma ideia revolucionária não tenha a competência necessária para dar início a empresas de sucesso. Só que este fato só vai se concretizar, quando o empreendedor por trás da ideia conhecer o mercado que pretende atuar, for pragmático no momento adequado, identificando suas deficiências, protegendo sua ideia e conhecendo sua concorrência. Em anuência com a ideia de Dornelas (2005), Chiavenato (2007) assegura que o verdadeiro empreendedor consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, consegue transformar ideias em realidade, para benefício próprio e da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam a transformar uma ideia simples e mal estruturada em algo concreto e bem-sucedido no mercado. A mortalidade infantil das empresas brasileiras, definida pelo percentual de empresas que encerram suas atividades nos primeiros anos de sua existência, tem sido motivo de preocupação constante de órgãos de apoio ao micro e pequeno empresário. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) Nacional, em 2004, quase 60% das empresas brasileiras encerravam suas atividades antes de completar o 5º ano de vida. Assim sendo, essa elevada taxa de mortalidade pode ser atribuída ao despreparo do empreendedor brasileiro, que inicia seu próprio negócio mais por necessidade do que com base em alguma efetiva oportunidade (AIDAR, 2007). O fracasso de tais organizações também pode estar ligado à falta de habilidades administrativas, financeiras mercadológicas e tecnológicas dos empreendedores, a falta de dinheiro no mercado, escassez de recursos próprios, entrada de novos concorrentes e mudanças das políticas do governo (DORNELAS, 2005). Desde modo, pode-se inferir que algumas das várias razões para o fracasso dos novos negócios são: a falta de planejamento, pesquisa, conhecimento do ramo de atividade e do mercado. Existem, ainda, pessoas que não possuem as características empreendedoras. v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 113.

(6) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. necessárias para levar uma ideia adiante por mais inovadora que ela seja. Não têm coragem de assumir riscos e, principalmente, não são persistentes, desistem no primeiro obstáculo por não acreditarem na sua capacidade. Justus (2007) afirma que é essencial que o empreendedor informe-se sobre seu negócio, seus números, seu potencial. Sobre os riscos do negócio, os concorrentes e seu histórico de atividades. Deve informar-se também sobre sua área e levantar o maior número possível de dados e possibilidades. Enfim, o empreendedor precisa sempre e cada vez mais estar informado, sabendo usar suas informações com talento e critério. O grande profissional é valorizado, hoje em dia, não só pelo volume de informações que possui, mas principalmente pelo que é capaz de fazer em todas elas. O verdadeiro empreendedor está sempre disposto a aprender, tem sede de conhecimento, de buscar novas informações dentro do seu ramo de atividade, ou fora dele. Acredita que a inovação contínua é a base das organizações modernas. Tem consciência de que nunca sabe tudo e que sempre existem coisas a entender e a descobrir sobre sua empresa, clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes e funcionários (SEBRAE, 2010). Enfim, vários fatores envolvem e compõe uma oportunidade, saber se ela é realmente tentadora não é fácil. Antes de partir para um plano de negócios propriamente dito, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem em mãos, para evitar despender tempo e recursos em uma ideia que talvez não agregue tanto valor para o negócio nascente ou já criado (DORNELAS, 2005).. 2.3. Processo de Identificação de Oportunidades Segundo Aidar (2007), muitas oportunidades de negócios são identificadas por pessoas que atuam no próprio segmento, como funcionários, prestadores de serviços ou clientes. Todavia, na maioria das vezes o empreendedor não tem experiência prévia no ramo de atuação em que está criando seu negócio. Nesses casos, ele é frequentemente surpreendido por detalhes operacionais, organizacionais ou financeiros que podem ser decisivos para o sucesso do empreendimento. O processo de identificação e avaliação de uma oportunidade envolve alguns passos como: prestar atenção à criação e ao alcance da oportunidade, seu valor real e seu valor percebido, seus riscos e possibilidade de retorno, sua adequação às habilidades, metas e objetivos pessoais e sua vantagem competitiva em relação aos demais negócios já existentes no mercado (MENDES, 2009). Para Chiavenato (2007), a decisão de abrir um negócio vai muito além de simplesmente fazer uma análise de viabilidade econômica, mercadológica ou financeira. É uma busca de compatibilidade entre o empreendedor e sua ideia de empreender. O empreendedor deve ter sempre em mente que não estará trabalhando sozinho no mercado. Muitos concorrentes. 114. Revista de Ciências Gerenciais.

(7) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. certamente estarão oferecendo produtos/serviços similares e com muitas vantagens e benefícios para os mesmos clientes que ele tem como foco. Deste modo, as organizações precisam deter um conhecimento de mercado superior ao da concorrência, permitindo com isso que a mesma monitore e controle as tendências desse mercado, antecipando-se aos competidores e trazendo constantemente novidades que atendam aos anseios de seus consumidores, estabelecendo sua marca e fortalecendo sua presença na mente dos clientes (DORNELAS, 2005). O autor afirma ainda que é de fundamental importância que o empreendedor possua uma equipe gerencial de formação eclética e multidisciplinar, ou seja, uma equipe composta por perfis com habilidades complementares. Pois de nada adianta identificar uma oportunidade, criar um protótipo de um produto, o mercado ser espetacular e promissor, se a equipe não estiver à altura do negócio que está sendo criado. Ou ainda se a mesma estiver no negócio apenas pelas compensações financeiras que ele irá proporcionar, sem paixão e orgulho pelo que está fazendo. Enfim, o espírito empreendedor envolve emoção, paixão, impulso, inovação, risco e intuição. Contudo, deve também reservar um vasto espaço para a racionalidade e para o equilíbrio entre aspectos racionais e emocionais do negócio. Necessita fixar metas e objetivos globais e localizar os meios adequados para “chegar lá”, da melhor maneira possível. Isso significa estratégia. Entretanto, os meios adequados são extremamente diversos. O empreendedor precisa saber definir seu negócio, conhecer profundamente o cliente e suas necessidades, definir a missão e a visão do futuro, formular objetivos e estabelecer estratégias para alcançá-los, criar e consolidar sua equipe, lidar com assuntos de produção, marketing e finanças, inovar e competir em um contexto repleto de ameaças e de oportunidades. Um leque extenso. Uma corrida sem fim. Mas extremamente gratificante (CHIAVENATO, 2007).. 3. METODOLOGIA Para a classificação da metodologia da pesquisa, tomou-se como base os conhecimentos encontrados na obra de Vergara (2007), que a qualifica em relação a dois aspectos: quanto aos fins e aos meios. Quanto aos fins a pesquisa foi classificada como descritiva, pois teve como finalidade expor as características empreendedoras existentes entre os pequenos e médios empresários do município de São José do Egito-PE. Quanto aos meios, qualificou-se como sendo bibliográfica e de campo. O estudo foi realizado no município de São José do Egito, sertão de Pernambuco, sendo efetivado junto a sete empresas vendedoras de móveis e eletrodomésticos, as quais prestam serviços a uma população estimada em aproximadamente 39.500 habitantes, v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 115.

(8) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), além das de cidades circunvizinhas. O universo da pesquisa foi um conjunto de trezentos e cinquenta empreendedores da cidade, pertencentes a vários ramos de negócio. A população amostral foi rotulada como não probabilística, por tipicidade e por acessibilidade, constituída por sete empreendedores do ramo de móveis. Não probabilística, porque não fez uso de procedimentos estatísticos, por tipicidade porque foi constituída uma seleção de elementos considerados representativos pela pesquisadora, da população-alvo; requerendo com isso, profundo conhecimento dessa população. E por acessibilidade, por existir a facilidade da coleta dos dados na mencionada cidade (VERGARA, 2007). Os critérios adotados para a coleta de dados levaram em consideração os objetivos da pesquisa, em encontrar semelhanças entre os pequenos e médios empreendedores da cidade de São José do Egito-PE. Assim sendo, a amostra foi composta por sete empreendedores do ramo de móveis, que já possuíam no mínimo quatro anos de experiência no mercado, pertencentes ao sexo masculino e feminino, com idade entre dezoito e cinquenta e cinco anos. Foram excluídas da pesquisa pessoas que não obtiveram sucesso em seu empreendimento ou que não possuíam as características anteriormente citadas. O instrumento utilizado para se chegar ao resultado final foi uma entrevista com os empreendedores egipcienses. Para tanto, foi utilizado um questionário adaptado do SEBRAE (2010) com 26 questões fechadas, onde o entrevistado teve a possibilidade de ler a todas elas com atenção e em seguida escolher a resposta que melhor o descrevia. Antes de cada entrevista ter início, foi explicado o objetivo e a relevância do estudo e a importância de sua colaboração. Ao passo que ficou claro que a mesma é confidencial e que os resultados encontrados seriam enviados ao empreendedor no término da pesquisa. A coleta dos dados foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica de onde se retirou todo o embasamento teórico e estudo de campo, onde foram realizadas entrevistas com os empreendedores selecionados. Quanto ao tratamento dos dados, Vergara (2007) o considera como a seção na qual são explicitados para o leitor como se pretende analisar os dados a coletar, justificando o porquê de tal tratamento ter sido adequado aos propósitos do projeto. Segundo ele, as informações colhidas, podem ser tratadas com procedimentos estatísticos ou não. Portanto, os dados obtidos foram analisados de forma estatística e não estatística, de modo que estão codificados e apresentados de maneira bem estruturada. Com relação ao posicionamento ético, pelo fato de ser um estudo que envolve pessoas, tomou-se como base a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), tendo o projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba, conforme CAEE 0529.0.133.000-10.. 116. Revista de Ciências Gerenciais.

(9) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS Esta seção abordará os resultados obtidos na pesquisa, os dados correspondentes a esses resultados foram arredondados para números exatos. Neste contexto, os dados foram submetidos ao tratamento estatístico descritivo, através do qual resultaram gráficos que irão expor o perfil dos pequenos e médios empreendedores da cidade de São José do EgitoPE, textos descritivos e comparativos. Com este procedimento atendeu-se ao objetivo do trabalho.. 4.1. Sexo Inicialmente investigou-se sobre o sexo, conforme mostra o gráfico 1, abaixo.. Gráfico 1: Distribuição dos participantes referente ao sexo.. As organizações atuais estão encarando uma série de transformações tanto externas quanto internas que às levam inevitavelmente à mudança. Surgem problemas e oportunidades novos, que exigem novas maneiras de pensar e agir e as pessoas, cada vez mais, precisam de inúmeras características para se destacar no mundo corporativo. É neste contexto que se vive a época da entrada da mulher no ambiente corporativo. Hoje, por exemplo, tem-se maior número de estudantes do sexo feminino em quase todas as universidades (VARGAS, 2004). Pode-se perceber que nas últimas décadas a participação feminina no mercado de trabalho cresceu expressivamente e que as mulheres estão presentes em na maioria dos segmentos e classes empresariais, apesar de ainda existirem desigualdades de oportunidades no mundo do trabalho, diferenciais de rendimentos entre os dois sexos e obstáculos aos planos de ascensão a cargos de chefia. Nesta pesquisa, ao analisar os gráficos acima, percebese que as mulheres representam 43% do total de empreendedores pesquisados, percentual bastante elevado e que corrobora a afirmativa do autor acima citado. Entretanto, os homens continuam sendo a maioria dominante, já que na presente pesquisa representam 57% do total.. v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 117.

(10) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. 4.2. Faixa Etária A classificação da faixa etária dos empreendedores apresenta-se no gráfico abaixo.. Gráfico 2: Distribuição quanto a faixa etária dos empreendedores.. Com a análise do gráfico 2, pode-se perceber que os empreendedores pesquisados tem, em sua maioria, de 45 a 55 anos, representando 71% do total; o que evidencia a atuação de dirigentes com maior experiência de vida e na área empresarial. A alternativa “35 a 45 anos” foi assinalada por 29% dos participantes, e as demais não foram marcadas. Segundo Timmons (1994), a idade não é barreira para sucesso ou não do profissional. Apesar dos dirigentes de empresas de sucesso possuírem em média de 30 a 35 anos, existem diversos casos de empreendedores situados na faixa de 45 a 55 anos, como é o caso dos empresários que compõe a amostra desta pesquisa.. 4.3. Grau de Escolaridade O grau de escolaridade, fator determinante para a solidificação da empresa, encontra-se na ilustração a seguir:. Gráfico 3: Distribuição quanto ao grau de escolaridade dos empreendedores.. Com relação ao grau de escolaridade e com base nos dados do gráfico 3, observa-se que em sua maioria os empreendedores do ramo de móveis da cidade de São José do EgitoPE possuem 2º e 3º Graus, já que estas opções foram assinaladas por 43% dos entrevistados, cada. O 1º Grau foi assinalado por 14% deles, enquanto que as demais opções não foram marcadas. De acordo com o IBGE (2010), no município no ano de 2009 o 1º Grau teve 5.287 matrículas, já o 2º Grau teve 2.057, enquanto que o 3º Grau teve 6.268. Em termos comparativos, esta. 118. Revista de Ciências Gerenciais.

(11) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. amostra demonstra estar no mesmo nível da média do país conforme o censo demográfico de 2000 (IBGE, 2000). Estas informações integram o perfil dos empresários desta pesquisa e dão margem à desconfiança de que o grau de instrução talvez possa influenciar na mortalidade da empresa. Ainda segundo o IBGE (2010), a probabilidade de um empreendedor que possui pelo menos o segundo grau encerrar as atividades é significativamente menor do que aquele que possui até o primeiro grau de escolaridade. No entanto, parece não haver grande diferença na chance de fechamento do negócio de um empreendedor que possui o nível superior ou apenas o segundo grau como pode ser observado nos dados do gráfico abaixo.. 4.4. Anos de Existência do Empreendimento Fazendo uma análise do gráfico que segue, pode-se constatar que 57% dos empreendimentos do setor existem a mais de dez anos, enquanto que 29% estão entre cinco e dez anos de existência e apenas 14% está no mercado há apenas dois anos.. Gráfico 4: Distribuição referente a quantidade de anos de existência do empreendimento.. A taxa de mortalidade empresarial no Brasil, apurada para as empresas constituídas e registradas nas juntas comerciais dos estados nos anos de 2003, 2004 e 2005, revela que 49,4% encerraram as atividades com até dois anos de existência, 56,4% com até três anos e 59,9% não sobrevivem além dos quatro anos SEBRAE (2007). Dado este que não equivale aos encontrados com a amostra de empresas do setor de móveis da cidade, já que as mesmas possuem em sua maioria mais de dez anos, expondo a solidez dos negócios da área da cidade.. 4.5. Fatores que Motivaram a Formação do Empreendimento Aidar (2007) afirma que muitos dos negócios abertos no Brasil apresentam características de “auto emprego”, pois são empresas criadas com o intuito de sustentar o empreendedor e sua família e para o aumento da renda do mesmo, que por vezes, trabalha na microempresa, sem carteira assinada. Esta natureza de atividade caracteriza o empreendedorismo por necessidade, pois reflete a precisão em possuir um meio de sobrevivência, não sendo uma ação voluntária, mas com uma ação de causalidade específica. v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 119.

(12) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. O gráfico abaixo irá expor os quatro fatores mais votados como determinantes para a formação do empreendimento.. Gráfico 5: Distribuição referente aos fatores que motivaram a formação do empreendimento.. Com a observação do gráfico percebe-se que vontade de aumentar a renda, necessidade de sustentar a família e conhecimento técnico do ramo foram opções escolhidas por 29% dos entrevistados, cada. Já a alternativa “necessidade de inovar” foi indicada por apenas 14% dos empreendedores pesquisados. Araújo (2008) afirma que no Brasil, grande parte da atividade empreendedora está concentrada nos empreendimentos por necessidade, que são criados por razão de sobrevivência do então empreendedor, já que o mercado não absorve toda a mão-de-obra existente, e a consequente necessidade de geração de renda. Tal situação pode ser observada na redução dos índices da atividade empreendedora por oportunidade, que teve uma redução de 59,97% em 2001, para 42,75% em 2002. Também se pode inferir ao analisar o gráfico 6 que os empresários não veem a necessidade de inovar como um fator preponderante. Drucker (1987) entende que a inovação é o instrumento específico dos empreendedores, é o meio pelo qual eles podem explorar a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente. Segundo Porton; Longaray (2005), o estudo das características empreendedoras é importante por ser um dos principais agentes a impulsionar o surgimento de novas ideias e negócios. Ao saber quais são seus pontos fortes e fracos, o empreendedor pode trabalhar as características ausentes no seu perfil e otimizar as que ele possui. Diante disso, o presente trabalho não se preocupa em desenhar um protótipo, e sim buscar características ou traços esperados do empreendedor com o intuito de delinear o perfil do empreendedor da cidade de São José do Egito-PE. A seguir a análise dos gráficos que correspondem às características encontradas.. 120. Revista de Ciências Gerenciais.

(13) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. 4.6. Busca de Oportunidades e Iniciativa O gráfico abaixo apresentará os resultados relacionados ao apreço por desafio e novas oportunidades.. Gráfico 6: Distribuição relacionada ao apreço por desafios e novas oportunidades.. Nota-se, diante do gráfico, que a maioria (86%) dos entrevistados sempre gosta de desafios e está de olho em novas oportunidades. Apenas 14% afirmaram que a maioria das vezes toma essa atitude. Segundo Marcelino (2010), o empreendedor age a partir de oportunidades ou necessidades latentes identificadas no mercado, com o intuito de melhorar sua própria condição de vida e a dos que o cercam, e ainda no sentido de realizar autopromoção ou ampliar seu status e poder. Logo, em meio às qualidades fundamentais que um empreendedor precisa ter está a capacidade de identificar, capturar e buscar recursos para aproveitar uma oportunidade. Ter coragem de assumir riscos e não ter medo de transformar seus sonhos em realidade. Necessita identificar e aproveitar oportunidades já que percebe o mercado de forma diferenciada, vê o que os outros não percebem, é motivado e deve estar preparado e conhecer formas de análises do negócio, do mercado e de si mesmo para perseguir o sucesso com passos firmes e saber colocar a sorte a seu favor. A seguir observa-se um gráfico com os dados sobre a realização de novas tarefas em detrimento das que já domina.. Gráfico 7: Distribuição quanto a realização de novas tarefas em detrimento das que já domina.. Conforme se observa no gráfico 7, 43% dos empreendedores raramente está interessado em realizar novas tarefas prefere desempenhar as que já domina em detrimento de novas que talvez não esteja apto ou não possua as habilidades e competências necessárias. Outros v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 121.

(14) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. 43% algumas vezes o faz, um percentual de apenas 14% afirma que a maioria das vezes toma essa atitude. Fazer as coisas antes de solicitado ou forçado pelas circunstâncias é também uma característica do empreendedor para expandir seus negócios, aproveitando oportunidades não detectadas por outros empresários.. 4.7. Persistência O gráfico ulterior trata da persistência na realização de tarefas mesmo diante de obstáculos.. Gráfico 8: Distribuição referente a persistência na realização de uma tarefa mesmo diante de obstáculos.. O gráfico 8 mostrou que 57% dos entrevistados mesmo diante de obstáculos, persiste na realização das suas tarefas e objetivos. Um percentual de 29% afirma que na maioria das vezes toma essa atitude e 14% que raramente o faz. Assim sendo, o empreendedor não deve jamais confundir persistência e teimosia, já que dentro de um estudo pode-se persistir em busca de objetivos, mas não de deve teimar insistindo em atitudes imprudentes sabendo que se têm informações desfavoráveis ao negócio. Deste modo, é a persistência que faz o empreendedor continuar, apesar dos obstáculos, pois é determinado e dinâmico, além é claro de dedicado.. 4.8. Busca de Informações A busca de informações é uma das características mais preponderantes quando se vai abrir um negócio. Esta busca inclui obtenção de informações de clientes, fornecedores e concorrentes. O gráfico que a seguir apresenta resultados quanto à busca de informações antes do início de uma nova atividade ou projeto.. Gráfico 9: Distribuição quanto a reunião de toda informação possível para a inicialização de uma nova atividade ou um novo projeto.. 122. Revista de Ciências Gerenciais.

(15) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. Pode-se inferir do gráfico 9 que o total de empreendedores pesquisados (100%) só começa uma atividade ou novo projeto, depois de ter reunido todas as informações possíveis. Esta é uma característica bastante significativa já que é essencial que o empreendedor informe-se sobre seu negócio, seus números, seu potencial. Sobre os riscos do negócio, os concorrentes e seu histórico de atividades. Precisa sempre e cada vez mais estar informado, sabendo usar suas informações com talento e critério (JUSTUS, 2007).. 4.9. Estabelecimento de Metas Para ter sucesso o empreendedor estabelece metas, pensa no futuro e é estimulado pelas perspectivas futuras; tem a necessidade de realizar; é ativo e competitivo; está preocupado em atingir o sucesso e a evitar o fracasso. Dedica-se duramente a aprender tudo sobre seu empreendimento, visualizando-o no futuro; acreditando em si mesmo; mantendo-se em atividade constante sobre a realização de suas metas; sendo flexível e reagindo depressa diante de problemas e oportunidades (DEBASTIANI, 2003). Quanto à resposta a esse quesito, o gráfico que segue, refere-se ao empreendedor que estabelece suas próprias metas.. Gráfico 10: Distribuição referente ao estabelecimento de metas próprias.. Deste modo, pode-se inferir do gráfico 10 que a maioria dos entrevistados (71%), estabelece suas próprias metas. A opção a “maioria das vezes” e “algumas vezes” foi assinalada por 14%, cada. Assim sendo, e de acordo com o SEBRAE (1993) as metas desses empreendedores devem ser específicas, bem definidas e mensuráveis, capazes de se estabelecer um levantamento de conquista, alcançável e que traga satisfação pessoal e temporal a partir de um prazo preestabelecido.. v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 123.

(16) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. 4.10. Correr Riscos Calculados O próximo gráfico tratará justamente do percentual de entrevistados que anseiam correr riscos calculados.. Gráfico 11: Distribuição quanto ao anseio por correr riscos calculados.. Assim sendo, e de acordo com a observação do gráfico 11, 43% dos empreendedores entrevistados a maioria das vezes gostam de correr riscos calculados, 29% responderam sempre tomam essa atitude, 14% algumas vezes e 14% nunca corre riscos calculados. Percentual positivo e que evidencia que os empreendedores pesquisados assumem risos calculados para posteriormente se beneficiar dos lucros. O empreendedor, por definição, tem de assumir riscos e o seu sucesso está na capacidade conviver com eles e sobreviver a eles. Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso saber administrá-los. O empreendedor não é malsucedido nos seus negócios porque sofre revezes, mas porque não sabe superá-los (URIARTE et al., 2010).. 4.11. Persuasão O gráfico seguinte exibirá os resultados da característica persuasão percebida pelos empreendedores.. Gráfico 12: Distribuição quanto à persuasão dispensada com outras pessoas.. O gráfico 13 mostra que 43 % dos empreendedores acreditam que a maioria das vezes possui o poder de persuasão, 29% considera que raramente sabe persuadir e 29% afirmam que nunca possuem tal característica, percentual representativo e deve ser levado em consideração já que o empreendedor deve ser alguém capaz de desenvolver uma visão, deve saber persuadir terceiros, sócios, colaboradores, investidores, convencê-los de que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro. Utilizando energia e perseverança. 124. Revista de Ciências Gerenciais.

(17) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. e uma grande dose de paixão constrói algo a partir do nada e continua em frente, apesar de obstáculos, armadilhas e da solidão.. 4.12. Preocupações com Gestões Financeiras O gráfico subsequente divulgará dados sobre a noção de recursos materiais, humanos e financeiros que o empreendedor possui para desenvolver seus projetos.. Gráfico 13: Distribuição referente à noção de quanto precisa (recursos materiais, humanos e financeiros), para desenvolver projetos e atividades.. No que diz respeito à distribuição dos recursos (humanos, materiais e financeiros) de forma eficiente, conforme o gráfico 25 pode-se constatar que mais da metade dos respondentes (86%) afirmam sempre tomar tal atitude, 14% a maioria das vezes. Contudo, procurar aprimorar suas técnicas de gestão de pessoas, gestão da produção e gestão financeira são fundamentais para a sobrevivência do empreendimento.. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Comparando as características do perfil dos empreendedores da cidade de São José do Egito-PE, estabelecido na literatura e considerando-se a amostra de sete questionários analisados, o conjunto dos resultados das variáveis e fatores apresentados aponta o perfil do empreendedor voltado para as seguintes características: busca de oportunidades, iniciativa, persistência, busca de informações, estabelecimento de metas, correr riscos calculados, persuasão e preocupação com gestões financeiras. Ainda, e com base nos resultados da pesquisa realizada se conseguiu definir o perfil social e demográfico dos empreendedores. Em sua maioria, pertencem ao sexo masculino, estão na faixa de 45 a 55 anos e possuem grau de escolaridade entre 2º e 3º graus. Quanto aos anos de existência do empreendimento observou-se que 57% dos negócios do setor de móveis estão ativos há mais de dez anos, resultado bastante interessante e representativo, pois foge à regra, já que na maioria das vezes os novos negócios criados todos os anos no Brasil não sobrevivem aos dois primeiros anos de vida. Destacam-se, também, os quatro fatores mais votados que motivaram a criação de tais empreendimentos como: vontade aumentar a renda, necessidade de sustentar a família e conhecimento técnico do ramo, cada v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 125.

(18) Perfil do pequeno e médio empreendedor de município pernambucano. um obteve 29% das escolhas. Já a necessidade de inovar obteve 14%. Com isso, constata-se que tais empresas foram criadas com o intuito de sustentar o empreendedor e sua família e para o aumento da renda do mesmo, é o tipo característico de empreendedorismo por necessidade, ou seja, o empresário não criou aquele negócio porque identificou uma boa oportunidade, mas para possuir um meio de sobrevivência. Evidenciouse também que a necessidade de inovar não foi descrita como uma das mais importantes para se abrir um negócio, o que deveria ser justamente o contrário, em virtude do fato de que foi possível observar na literatura que a habilidade de inovar é um instrumento característico de cada empreendedor, é por meio dela que ele pode explorar e detectar uma boa oportunidade. Em relação à busca de oportunidades averiguou-se que, a maioria, possui apreço por desafios e novas oportunidades. Entretanto, a pesquisa tornou claro que esta amostra de empreendedores não possuem a característica de perfil iniciativa, já que 43% afirmou que raramente ou algumas vezes realiza novas tarefas, preferem apenas desempenhar os trabalhos que já dominam e fazer as coisas apenas quando solicitado ou forçado pelas circunstâncias. Mesmo assim 57% dos entrevistados sempre persistem diante de um obstáculo, criando diferentes estratégias para enfrentá-los e superá-los. Quanto à busca de informações, 100% dos empresários responderam que sempre antes do início de qualquer atividade ou projeto toma essa atitude. Ao passo que 57% sempre busca a orientação das pessoas que conhecem as características do seu empreendimento. Esta é uma particularidade bastante expressiva já que é essencial que o empreendedor informe-se sobre seu negócio, seus números, seu potencial, quem serão seus clientes, seu produto, seus fornecedores e concorrentes. Precisa sempre e cada vez mais estar informado, sabendo usar suas informações com talento estando sempre disposto a aprender dentro do seu ramo de atividade, ou fora dele. Analisando-se aqueles empreendedores que definem suas próprias metas, encontrouse uma maioria (71%) que sempre toma essa atitude. Como pôde ser observado no decorrer da literatura, essa característica pode ser aprendida ao longo das experiências, ou seja, o empreendedor é formado para o alcance de metas e objetivos dentro do próprio mercado de trabalho. Quanto ao desejo por correr riscos calculados ficou claro que a maioria (43%) às vezes toma essa atitude, enquanto que 29% escolheram a afirmativa sempre e outras 14% às vezes ou nunca correm riscos calculados. Assim sendo, o empreendedor para ter sucesso no seu negócio precisa assumir riscos e desenvolver a capacidade administrá-los, conviver e sobreviver a eles. Por outro lado, as análises demonstram que 43% destes empreendedores, a maioria das vezes, sabe persuadir terceiros, em contrapartida um percentual de 29% nunca ou raramente. 126. Revista de Ciências Gerenciais.

(19) Janaína Vieira Gonçalves, Milena Nunes Alves de Sousa Bezerra. possui a mencionada característica. Recomenda-se que esses profissionais reflitam sobre esses resultados e tentem melhorar essa característica, já que um empreendedor deve ser alguém capaz de convencer sócios, colaboradores, investidores, fazendo com eles acreditem que o seu produto ou serviço é o melhor e que sua visão poderá levar todos a uma situação confortável no futuro. Por fim, a última característica encontrada foi a preocupação com gestões financeiras, evidenciada em 86% dos empresários quando afirmam que sempre distribuem seus recursos humanos, materiais e financeiros de forma eficiente e estão sempre preocupados com as consequências financeiras de suas atitudes, o que demonstra grande responsabilidade por parte dos mesmos. Assim sendo, todos os objetivos a que se destinou esta pesquisa foram alcançados. Espera-se que a mesma traga contribuições tanto para o meio acadêmico como para os empreendedores que participaram do estudo. A ação de empreender sempre gera mudanças e novos conhecimentos. Ao passo que poderá ser, a partir das recomendações propostas, que os profissionais conseguirão cada vez mais atuar de forma direta e objetiva no desenvolvimento de suas habilidades e características intrínsecas formadoras do seu perfil empreendedor.. REFERÊNCIAS AIDAR, Marcelo Marinho. Empreendedorismo. São Paulo: Thonson Learning, 2007. ALVES, Rafael Duton. Empreendedorismo e o processo de identificação de oportunidades. Tese (doutorado). Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. ARAÚJO, Fernanda de Kássia Silva. A importância das ferramentas administrativas para os empreendedores por necessidade do empreender – JP. Monografia (graduação). Centro Universitário de João Pessoa, João Pessoa, 2008. BARROS, Francisco Sávio de Oliveira et al. O empreendedorismo como estratégia emergente de gestão: histórias de sucesso. Revista de Administração, Fortaleza, ed. 47, v. 11, n. 5, p. 109-128, setout 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2007. COSTA, Alexandre Marino; et al. Empreendedorismo corporativo: uma nova estratégia para a inovação em organizações comtemporâneas. Revista de Negócios, Blumenau, v. 12, n. 4, p. 32--43, out-dez 2007. DEBASTIANI, Irio Roque. Empreendedorismo: relação entre motivação empreendedora, perfil do empreendedor e desempenho organizacional. Dissertação (mestrado). Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2003. DORNELAS, José Carlos Assis. Transformando idéias em negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor. São Paulo: Pioneira, 1987. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). IBGE cidades. Disponível em: <http://www. ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=261360#estatistica>. Acesso em: 03 Nov 2010. v.17 • n.25 • 2013 • p. 109 - 128. 127.

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