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Relatório de Estágio Profissional "A aprendizagem dentro da escola do Cerco: Passagem da teoria para a prática"

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UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE DESPORTO

A aprendizagem dentro da escola do Cerco:

Passagem da teoria para a prática

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Professora Cooperante: Professora Dárida Castro Orientador: Professor José Virgílio Santos Silva

Cátia Rafaela Pinto Mota

Porto, novembro de 2019

“Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto com vista à obtenção do 2.º Ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de

Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário, da Faculdade da Universidade do Porto, ao abrigo do Decreto-lei n.º 74/2006 de 24 de março, na redação dada pelo Decreto-lei n.º 65/2018 de 16 de agosto e do Decreto-lei nº 43/2007, de 22 de fevereiro”.

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UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE DESPORTO

A aprendizagem dentro da escola do Cerco:

Passagem da teoria para a prática

RELATÓRIO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL

Professora Cooperante: Professora Dárida Castro Orientador: Professor José Virgílio Santos Silva

Cátia Rafaela Pinto Mota

Porto, novembro de 2019

“Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto com vista à obtenção do 2.º Ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de

Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário, da Faculdade da Universidade do Porto, ao abrigo do Decreto-lei n.º 74/2006 de 24 de março, na redação dada pelo Decreto-lei n.º 65/2018 de 16 de agosto e do Decreto-lei nº 43/2007, de 22 de fevereiro”.

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Ficha de Catalogação

Rocha, E. (2016). A aprendizagem dentro da escola do Cerco: Passagem da teoria para a prática – Relatório de estágio profissional. Porto: C. Mota.

Relatório de Estágio profissional para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário apresentada à

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras-chave: EDUCAÇÃO FÍSICA, ESTÁGIO PROFISSIONAL ENSINO/APRENDIZAGEM, REFLEXÃO.

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DEDICATÓRIA

Por tudo pelo que tenho passado,

Por ser muito resmungona,

Por me aturarem com esta minha ansiedade,

Enfim, por nunca me deixarem desistir,

De um sonho que sabem que que é o que mais anseio.

À minha Mãe, Tia Mãe (Carmo), Falecidos Avós (segundos Pais).

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AGRADECIMENTOS

Desde já, um especial agradecimento a todos aqueles que apesar de todas as dificuldades obtidas no início do estágio, sempre acreditaram que seria possível conseguir realizar o estágio até ao fim.

À minha Mãe, por toda a força e pela oportunidade de realizar o meu sonho de ser Professora de Educação física.

À minha Tia Mãe (Carmo), sim mãe porque sem dúvida que és como uma mãe para mim.

À minha Tia Rosa, por toda a preocupação, carinho e acima de tudo pelo apoio que me tem demonstrado.

Aos meus avós, mesmo não estando presentes, continuam a dar-me forças para continuar e nunca desistir dos meus sonhos.

Às minhas melhores amigas, Ana Coutinho e Penélope Silva.

Aos meus colegas de estágio, Enmanuel e João, pela partilha de conhecimentos e bons momentos passados.

À Professora Cooperante, Dárida Castro, pela orientação que me forneceu, pelos conhecimentos que me transmitiu e fundamentalmente, pela dedicação com que todos os dias me motivou e nunca me deixou desistir da caminhada tão longa e difícil que atravessava na minha vida;

Ao Professor Orientador, pela mestria com que dirigiu este percurso e pelos feedbacks cruciais para o nosso crescimento enquanto professores;

Aos alunos da turma 6º e 7º, pela cooperação, empenho, afeto e por todos os desafios que diariamente me colocavam à prova.

Em suma, um sincero obrigado a todos os que de uma maneira ou de outra estiveram sempre comigo nos piores e melhores momentos da minha vida durante todo este ano letivo.

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ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA ... V AGRADECIMENTOS... VII ÍNDICE GERAL ... IX ÍNDICE DE FIGURAS ... XIII ÍNDICE DE TABELAS ... XV ÍNDICE DE GRÁFICOS ... XVII ÍNDICE DE ANEXOS ... XIX RESUMO ... XXI ABSTRACT ... XXIII LISTA DE ABREVIATURAS ... XXV 1.INTRODUÇÃO ... 1 2.DIMENSÃO PESSOAL ... 5 2.1 O Caminho percorrido ... 7

2.2 Expetativas em relação à escola/ Estágio Profissional ... 10

3- ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFFISIONAL ... 13

3.1 O Enquadramento da Prática Profissional ... 15

3.2 Caracterização da Escola Básica e Secundaria do Cerco ... 16

3.2.1 Estabelecimento de Ensino ... 20

3.2.2.1 Material e infraestruturas na escola, para a prática da E.F ... 25

3.3 Caracterização da Turma. ... 26

Turma 7º ... 26

3.4 Departamento de Educação Física ... 31

4. Enquadramento da prática Profissional ... 33

4.1 Ser Professor ... 35

4.1.1 A Escola ... 36

4.2 Área 1- Organização e Gestão Do Ensino e da Aprendizagem ... 38

4.2.1 Conceção, Planeamento e Realização ... 38

4.2.2 Planeamento ... 39

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X

4.2.2.2 O Planeamento da Unidade Didática ... 41

4.2.2.3 Modelo de Estrutura do Conhecimento... 42

Módulo 1 – Estrutura do Conhecimento ... 42

Módulo 2 - Análise do Meio Ambiente ... 42

Módulo 3 - Análise dos Alunos ... 42

Módulo 4 – Extensão e sequência dos conteúdos ... 43

Módulo 5 – Definição dos Objetivos ... 43

Módulo 6 – Avaliação ... 43

Módulo 7 – Progressões de aprendizagem ... 44

Módulo 8 – Aplicação ... 44 4.2.2.4 Modelos Praticados ... 45 4.2.2.5 O Plano de Aula ... 47 4.2.2.6 Prática Profissional ... 49 4.2.3.1 Gestão da Aula/Turma ... 49 4.2.4 Obstáculos vividos ... 51 4.2.4.1 Instrução e Feedback ... 51 4.2.4.2 Nas Aulas ... 55 4.2.5 Aprender a Refletir ... 55 4.2.6 Avaliação ... 57

4.2.7 Avaliação Diagnóstica (Inicial) ... 58

4.2.8 Avaliação Sumativa ... 59

4.3 Áreas 2 e 3 – Participação na escola e relações com a comunidade ... 61

4.3.1 Direção de Turma ... 62

4.3.2 Reuniões ... 63

4.3.3 Atividades na Escola ... 65

4.3.3.1 Dia do Desporto Escolar ... 65

4.3.3.2 Desporto Escolar ... 65

4.3.3.3 A Despedida ... 66

4.4 ÁREA 4 – Desenvolvimento Profissional ... 68

5.CONCLUSÕES E PERSPETIVAS PARA O FUTURO ... 71

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 75

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 77 7.ANEXOS ... XXVI

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XI

Anexo 1- Plano anual 7º ... XXVII Anexo 2- Extensão e conteúdos na modalidade de Futebol ... XXVIII Anexo 3- Plano de aula ... XXIX Anexo 4 – Critérios de Avaliação em Voleibol ... XXX

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XIII

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Localização da EBSC e Restantes Escolas Do Agrupamento ... 16

Figura 2. Campo Exterior ... 21

Figura 4. Sala Dos Professores ... 21

Figura 3. Ginásio Para Ginástica ... 21

Figura 5. Arrecadação ... 22

Figura 6. Balneários ... 23

Figura 7. Pavilhão G2 ... 23

Figura 8. Parede De Escalada ... 24

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XV

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 2. Perguntas Do Inquérito ... 27 Tabela 3. Informações Gerais Dos Alunos ... 30

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XVII

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Média De Idades ... 26 Gráfico 2. Notas Do Ano Letivo Anterior a E.F ... 26

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XIX

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1. Plano Anual 7º ... XXVII Anexo 2. Extensão e Conteúdos Na Modalidade de Andebol ... XXVIII Anexo 3. Plano De aula ... XXIX Anexo 4. Parâmetros De Avaliação ... XXX

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XXI

RESUMO

Relatório de Estágio na obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducentes ao grau de Mestre em Ensino Básico e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Na condição de estagiária, realizei o meu estágio profissional na escola Básica e Secundária do Cerco, com o objetivo de dar continuidade à aprendizagem do desempenho de todas as funções relativamente à atividade docente, inserida num núcleo de estágio, composto por três elementos, uma professora cooperante pertencente aos quadros da escola e um professor orientador da faculdade. A realização deste trabalho tem como objetivo refletir, analisar e rever todo o meu percurso realizado na escola, pelo qual me permitiu desenvolver e aperfeiçoar algumas das minhas capacidades como professora, permitindo-me assim um maior crescimento tanto a nível pessoal como profissional, nas várias áreas de intervenção na comunidade escolar. Este relatório distingue-se por diferentes capítulos: a Introdução; a Dimensão pessoal onde retrato o meu percurso de vida até à realização do Estágio Profissional; o Enquadramento da Prática Profissional onde está inserida, a Prática letiva e a caraterização do núcleo de estágio e dos alunos; para além de um resumo das atividades realizadas ao longo do ano letivo e por fim a Conclusão, onde relata todo o meu percurso como professora estagiária, bem como as minhas expetativas e motivações futuras.

Palavras-chaves: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, ENSINO/APRENDIZAGEM, REFLEXÃO.

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XXIII

ABSTRACT

Report of Internship in obtaining the 2nd Cycle of Studies leading to the Master's Degree in Basic and Secondary Education of the Faculty of Sport of the University of Porto. As a trainee, I completed my professional internship at the Basic and Secondary School of Cerco, with the objective of continuing the learning of the performance of all functions relative to the teaching activity, inserted in a trainee nucleus, composed of three elements, a teacher cooperative member of the school staff and a faculty advisor. The purpose of this work is to reflect, analyze and review my entire course in school, which allowed me to develop and improve some of my abilities as a teacher, thus allowing me to increase both personally and professionally in the various areas of intervention in the school community. This report is distinguished by different chapters: Introduction; a Personal dimension where I portray my life path up to the completion of the Professional Internship; the Framework of Professional Practice where it is inserted, the teaching practice and the characterization of the trainees and students; as well as a summary of the activities carried out throughout the school year and finally the Conclusion, where she describes my entire career as a trainee teacher, as well as my future motivations and expectations. I'm thinking of putting together a study based on the theme: "The Combat of Anxiety through Physical Activity".

Keywords: PROFESSIONAL STAFF, PHYSICAL EDUCATION, TEACHING /

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XXV

LISTA DE ABREVIATURAS

AF– Atividade Física

CET- Curso de Especialização Tecnológica DT – Diretor de Turma

EF – Educação Física EP – Estágio Pedagógico

EBSC – Escola Básica e Secundária do Cerco FB - Feedback

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto JDC – Jogos Desportivos Coletivos

MED – Modelo de Educação Desportiva

MEC – Modelo de Estrutura do Conhecimento

MID – Modelo de Instrução Direta NE – Núcleo de Estágio

PES – Prática Educativa Supervisionada PC – Professor Cooperante

PO – Professor Orientador PE – Professor Estagiário RE – Relatório de Estágio

TPA – Tempo potencial de Aprendizagem

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“Quanto mais metodicamente rigoroso me torno na minha busca e na minha docência, tanto mais alegre me sinto e esperançoso também. A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo de busca.”

Paulo Freire, Pedagogia da autonomia, (FREIRE, 1996, p. 160).

É cada vez mais importante, ao longo do crescimento e do desenvolvimento de um indivíduo, de forma a estabelecer uma ponte entre a teoria e a prática, dispor de uma formação que complete e aperfeiçoe as competências sócio profissionais e o conhecimento do mundo profissional.

Deste modo, o estágio, parte integrante do 2º ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Faculdade da Universidade do Porto, a par da realização de um Relatório de Estágio de cariz científico, possibilita ao aluno a ligação entre uma vertente pratica e teórica.

Existe a possibilidade de aquisição de novos conhecimentos teóricos e técnicos numa articulação entre a formação e as vivências preconizadas em contexto de trabalho, pelo que os profissionais da área, devidamente articulados com os supervisores, acompanham os alunos.

O presente trabalho insere-se no âmbito de um 2º ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física no Ensino Básico e Secundário que se fundamenta na vivência assumida junto da escola Básica e Secundária do Cerco e a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Relativamente as funções desempenhadas, estive a acompanhar todo o processo. Estando ligada às turmas 6º e 7º, e como professora titular da turma do 7º, houve desde logo um envolvimento em todo o processo pertencente ao

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desenvolvimento dos alunos e um acompanhamento de todas as aulas e reuniões.

O objetivo passa também pela criação de um Relatório de Estágio, bem como todo o seu material de suporte, estabelecendo relações de forma a perceber a construção do mesmo, o seu desenvolvimento e a sua aplicação ao longo de um ano letivo.

Baseado na observação, na interpretação e na análise que foi feita ao longo deste estágio, nestes escalões etários e com vista ao seu desenvolvimento, o objetivo geral, passa por preparar o enquadramento geral dos alunos. Trabalhar segundo os princípios da escola em que estão associados ao ano de escolaridade respetivo. Alimentar o entendimento inicial do jogo, fazendo-o evoluir para níveis cada vez maiores de complexidade, criar contextos relativos a um jogar que permita ser manifestado com regularidade e fundamentalmente oferecer um momento de liberdade e de criatividade em que é permitido aos alunos corresponder a imprevisibilidade e resolver os problemas que o jogo lhes apresenta, conseguindo assim, dotar as crianças de critério. O grande e principal objetivo, num processo de formação, passa por desenvolver características individuais de cada um, desenvolvendo-as e tornado as crianças muito boas naquilo que sabem fazer melhor. Gerar um grande nível de competitividade.

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Desde que nasci, a minha vida sempre esteve ligada ao desporto, seja recreativo ou federado e sempre houve algo “nele” que me atraiu e me continua a atrair. O porquê dessa atração, foi descoberto ainda quando era criança, onde me interessava, cada vez mais, pelos vários desportos que existiam querendo sempre saber mais sobre cada um e todos eles. Principalmente o Futebol.

2.1 O Caminho percorrido

Nasci a 21 de junho de 1990, e logo desde pequena era bastante traquinas. Desde então, pratiquei futebol de rua, na maioria das vezes com rapazes da minha idade. Por isso, ter ficado na altura com a alcunha de “Maria Rapaz”.

Após ter completado 15 anos de idade, comecei a prática desportiva no Futebol, não federado. Depois, deixei um pouco o futebol, e direcionei-me para o futsal, no Futebol Clube do Aliviada, que posso dizer que até hoje, foi o sítio que melhor me acolheu e onde fui mais feliz na minha carreira como futebolista. Anos mais tarde, e já noutro clube, foi-me proposto se queria integrar a equipa do ADMARCO 09 federado, claro desde logo aceitei a proposta. Mantive contato com este clube durante 2 anos, anos esses em que me senti a pessoa mais feliz em praticar o desporto que mais ambicionava para ser a melhor. Mais tarde, por razões de ansiedade e algumas lesões, fui obrigada a deixar o que mais gostava, sim o futsal. Então, não querendo deixar de praticar algum desporto, inscrevi-me na natação, algo que sempre gostei também. Comecei por realizar algumas cronometragens para mim mesma, para tentar ver até quantos quilómetros conseguia realizar em 45 minutos. Com isto tudo, fui convidada a participar num evento de natação realizado no clube onde me encontrava, e aceitei por mera curiosidade em saber como seria competir nesta área. Claro, para mim foi um grande desafio, ao qual consegui retirar um 2º lugar no pódio.

Enfim, toda esta vivência se tornou imensamente rica no meu desenvolvimento pessoal, cultural e social.

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Sobre este meu percurso de vida, cheguei à conclusão que muitas das minhas experiências vividas, momentos bons e menos bons, estiveram sempre relacionados com o desporto. Assim sendo, cresceu ainda mais dentro de mim uma enorme vontade de querer ensinar, daí ter escolhido tirar um CET- Curso de Especialização Tecnológica, em Técnico de Desporto e Lazer.

Após ter terminado o meu CET, resolvi partir para a licenciatura em educação física e desporto no Instituto Superior da Maia. Perante esses três anos vivos nesta Licenciatura de Educação Física e Desporto, fiquei ainda mais esclarecida e com a certeza de querer prosseguir a minha formação no ensino da educação física.

No final da Licenciatura, tive a minha primeira proposta, como treinadora de Futebol Feminino na Associação Recreativa do Tuias. Foi nesse instante, que realmente acabaria por ver realizado mais um sonho, após ter concluído outro. Foi aqui, nesta associação que surgiu a oportunidade de trabalhar com crianças adolescentes, idades bastante complicadas, mas que soube dar volta às adversidades encontradas ao longo da época desportiva. Assim sendo, surgiu a oportunidade de poder tirar a formação de nível 1, de treinadora de futebol junto da associação de futebol do porto e juntamente o mestrado de Educação Física, nos ensinos básico e secundário, na faculdade de desporto da universidade do Porto. Sem dúvida alguma, que estas formações têm contribuído da melhor forma para o meu desenvolvimento, não só a nível pessoal, mas também, a nível Profissional, notando ser agora muito melhor “professora” do que era no final da minha licenciatura, ou seja, consigo ter uma melhor perceção dos meus verdadeiros conhecimentos e imperfeições, tentando sempre melhorar este último aspeto, através de formações constantes, leitura de livros ou artigos relacionados com o desporto. Vejo, e revejo que com estas minhas experiências vivenciadas ao longo deste período como treinadora, tem sido bastante favorável para que outros clubes tenham interesse em me contratar. E, não inesperadamente surgiu uma nova proposta para ser treinadora de futsal, neste caso, com meninos entre os 10 e 12 anos de idade, o que me fascinou logo de início.

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Estando eu sempre a trabalhar com crianças, cada vez mais creio que é importante esta formação nos ensinos básico e secundário, pois cada vez mais se procura direcionar o ensino da educação física para as várias fases de desenvolvimento, não só, cognitivo como também, o desenvolvimento motor das crianças. Assim sendo, e optando por tirar este mestrado, sabia que seria bastante complicado e muito trabalhoso, e que me colocaria à prova novamente, porque teria pouco tempo junto dos que mais amo. Desta forma, consegui separar o tempo e geri-lo da melhor maneira possível para poder dar resposta a todas as minhas responsabilidades.

Ir para estágio e poder concluir o meu curso, o estágio profissional aparece como um culminar da etapa de ensino.

Contudo, não é apenas para aprender a ensinar que se apresenta esta etapa formativa, mas também, para dar a mostrar a realidade dos aspetos que surgem em volta da planificação e as vivências no ambiente escolar, tanto na relação com os alunos, como com o restante corpo docente e não docente.

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2.2 Expetativas em relação à escola/ Estágio Profissional

O meu primeiro contato com a escola não foi o melhor, pois perante o mau momento que atravessava em relação à minha ansiedade, quando fiquei a conhecer que a minha colocação teria sido na escola do Cerco, surgiu de imediato uma crise de ansiedade, pois por palavras de algumas pessoas, esta escola havido tido um historial bastante grande de mau comportamento por parte dos alunos.

Sabendo isto, mas de forma alguma querendo desistir do estágio, liguei para a escola do Cerco, para que me pudessem fornecer um contacto ou e-mail para poder falar sobre o que estava a passar com a professora Dárida Castro. Assim, e conseguindo entrar em contacto com a professora Dárida, expus desde início tudo o que se estava a passar comigo, e a professora, mostrou-se desde logo bastante acessível e atenciosa como o meu estado naquele momento. Quando me apresentei na escola para obter o primeiro contacto com a professora Dárida, colegas de estágio, alunos e funcionários, fui extremamente bem recebida. O grupo de professores de Educação Física, desde cedo se mostrou ser bastante recetivo e disponível para me ajudar em tudo o que precisasse. O medo foi bastante inerente, com a primeira entrada na escola, pois desde cedo, perante alguns cometários de certas pessoas, esta escola era bastante problemática. Porém, e depois de me ter sido apresentados os alunos, a minha perceção mudou de imediato. Normalmente, costuma-se dizer que o povo fala demais, e essa foi a realidade, foram relatos bastante exagerados acerca desta escola, pois visto ter lecionado na mesma e sentir que por mais complicada e inconstante que seja a escola, possui uma boa comunidade escolar, tendo crianças bastante motivadas, educadas e com bastante vontade de aprender.

Estranho é também como estudante e professor estagiário que sou, ouvir crianças a chamar-me de “stora” ou “professora”, ou seja, já estava habituada a ser líder e a ter responsabilidades, porém ouvir funcionários e crianças a tratarem-me assim, faz-me sentir ainda com mais com responsabilidade naquilo que estava a fazer.

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Usufruindo eu, ter estudado e concluído toda a minha educação no ensino privado, é bem diferente esta nova perspetiva que me surgiu da escola, pois um estabelecimento de ensino público é completamente diferente daquilo a que estava habituada. Todavia, tentei adaptar-me rapidamente ao funcionamento da escola. Tendo em conta a minha personalidade, mudei e adequei um pouco, a maneira de como era em relação aos meus atletas, tentei não ser tao rígida ou autoritária, pois no futsal, tento tirar ao máximo partido de tudo o que são capazes de realizar, pois quero que todos vinguem no futsal. Visto estar perante uma escola com algumas crianças problemáticas, muitas delas sendo de etnia cigana, adaptei o meu comportamento. Um dos objetivos fulcrais, deste estágio, seria a permissão de criação de estratégias para melhor adaptar o ensino a este tipo de crianças e comunidades. Foi sem dúvida, uma prova de fogo, talvez das mais difíceis que poderei encontrar ao longo da minha vida profissional, mas com muito trabalho e dedicação, consegui atingir os objetivos delineados por mim, pela professora Dárida Castro e pelo professor orientador José Virgílio. Sabendo eu de como sou, principalmente quando traço algum objetivo, tenho de ir até ao fim das minhas forças até o alcançar.

Consegui aplicar os conhecimentos adquiridos, principalmente os aprendidos nas disciplinas teóricas e didáticas no mestrado que era o meu objetivo.

Esperava ser capaz de contextualizar o programa nacional com os recursos da escola e as características dos alunos adaptar os exercícios às dificuldades/facilidades dos alunos e motivá-los nas diversas modalidades lecionadas. Acima de tudo esperava conseguir transmitir os conceitos a lecionar de uma forma clara e adequada ao nível dos alunos, conseguir adquirir o perfil de um bom professor, tudo isto com a ajuda do meu professor cooperante e orientador, esperando ainda aprender muito com os meus alunos.

Tinha ainda como expectativas para o ano de estágio, a aquisição de uma formação, quer a nível dos conhecimentos quer a nível das planificações, que me permitisse utilizar metodologias adequadas e diversificadas como professora. Pretendia também adquirir conhecimentos que me permitissem planificar uma aula e consequentemente ter a capacidade de a lecionar cativar

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o maior número de alunos para a prática desportiva; adquirir mais conhecimentos e formação; adquirir as competência necessárias para poder orientar uma aula num clima de harmonia e controlo dos alunos; adquirir as competências necessárias para conseguir avaliar os alunos de uma forma honesta e isenta de críticas; obter um vasto leque de conhecimentos relacionados com a organização e a dinamização de diferentes atividades a desenvolver com os alunos; adquirir conhecimentos sobre as diferentes estruturas de organização escolar; adquirir experiência no contato com os Encarregados de Educação; vivenciar e aprender a registar os conhecimentos inerentes aos diferentes tipos de reuniões realizadas a nível de escola.

Em suma, penso ter conseguido transmitir os meus conhecimentos acerca de todas as modalidades abordadas ao longo do estágio, mesmo com todas as dificuldades que se atravessaram durante o meu estágio. O que não consegui tanto quanto esperava, foi estar o maior tempo com os alunos em atividades extracurriculares, visto a minha debilidade emocional em relação à minha ansiedade e medo constante de conduzir.

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3.1 O Enquadramento da Prática Profissional

O estágio Profissional na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, está inserido no 2º Ciclo de Mestrado do Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário. No culminar deste Ciclo, o 2º e último ano de mestrado, este é composto por uma prática de ensino supervisionada e pelo Relatório Final de Estágio Profissional, estando enquadrado por algumas obrigações institucionais e legais, sendo assim, o Estágio Profissional submete-se aos princípios decorrentes das orientações legais perante o Decreto-lei nº4372007 de 22 de fevereiro, que compõe a condição de aptidão profissional para a docência institucional.

Assim, o Estágio Profissional decorre num núcleo de estágio supervisionado e acompanhado por um professor orientador, oriundo da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto prof, José Virgílio e um professor(a) cooperante prof. Dárida Castro, oriundo da Escola Básica e Secundária do Cerco no Porto, onde a estagiária Cátia Mota se encontra.

O professor cooperante tem a função de supervisionar e orientar o grupo de estagiários, durante todo o ano letivo, onde cada estagiário assume uma das turmas em que o professor cooperante é titular. Sendo assim, o professor orientador, apoia e orienta, os seus estagiários na aprendizagem e na aquisição deste novo papel como professores estagiários.

Para concluir, a turma que me foi concedida, foi a turma do 7º, constituída por 18 alunos, muitos deles com problemas graves socioeconómicos e psicológicos, não deixando por vezes de cooperarem com as minha tarefas propostas.

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3.2 Caracterização da Escola Básica e Secundaria do Cerco

Figura 1. Localização da EBSC e Restantes Escolas Do Agrupamento

O Agrupamento de Escolas do Cerco, está situado na zona oriental da Cidade do Porto, freguesia de Campanhã. Campanhã, localiza-se no extremo oriental do concelho do Porto, sendo delimitada a sul pelo rio Douro, a este e a Nordeste pelo município de Gondomar, e a Oeste, pelas freguesias de Bonfim e Paranhos. Com uma área de 8,13 km2, que é a morada, segundo os Censos de 2011, de 32.652 pessoas (a terceira freguesia mais populosa do concelho, com 14 bairros sociais). De acordo com os dados do Censos de 2011, residem em Campanhã 12995 famílias clássicas (os dados de 2001, apontavam para 13 786) e 18 famílias institucionais (os dados de 2001, apontavam para 13).

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Em 1994, sensivelmente há 20 anos, Campanhã em geral, e o Vale de Campanhã, em particular, era vista pela autarquia como:

- Uma das zonas urbanas mais desfavorecidas, quer da cidade, quer da Área Metropolitana do Porto;

- Zona periférica pautada por uma forte degradação sócia urbanística e ecológica;

- Zona de declínio industrial;

- Zona onde existem reminiscências de uma agricultura de subsistência feita de forma informal e desordenada; zona possuidora de uma estrutura demográfica relativamente jovem face ao cômputo geral;

- Zona caracterizada por uma forte desintegração dos ativos residentes do mercado de trabalho;

- Zona afetada por programas consecutivos de realojamento, sem articulação com políticas urbanas mais globais o que a tem transformado em «zona-depósito» de Bairros sociais e de problemas sociais;

- Zona de forte concentração espacial de pessoas carenciadas o que se traduz em efeitos perversos ao nível da produção e da reprodução de determinados problemas sociais, de que são exemplo, certos comportamentos desviantes; - Zona onde as populações (nomeadamente oriundas de bairros) se vão afirmando pela negativa, acentuando estigmas sociais; inadaptação à escola e dificuldades de integração laboral da população juvenil.

Vinte anos volvidos e a caracterização da zona são idênticos. Nesta freguesia, como em todo o território nacional, verifica-se uma tendência para o envelhecimento da população. No entanto, no que se refere aos bairros sociais da freguesia, a tendência é a inversa. De uma forma geral, a população residente nos bairros municipais de Campanhã é mais jovem do que a média da freguesia e do concelho. Relativamente à escolaridade, podemos constatar baixos níveis de escolaridade da população residente na freguesia de Campanhã, o que se acentua ainda mais nos Bairros de Habitação Social / Camarária do território: perto de 20% da população não tem qualquer grau de escolaridade, cerca de 30% tem o 1º ciclo do ensino básico, e menos de 10% atinge o 3º ciclo de escolaridade (Censos, 2001). Segundo dados dos Censos (INE, 2001), a taxa

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de desemprego na freguesia de Campanhã é de 13,7% (a maior do Concelho do Porto), sendo significativamente mais alta que a taxa nacional (6,7%). No que se refere à população residente nos bairros municipais de Campanhã, este valor é ainda mais alto e preocupante - 30,3% (Estudo Socioeconómico da Habitação Social, CMP, 2001).

A freguesia de Campanhã concentra o maior número de Bairros Sociais e Camarários da Cidade - Cerco, Falcão, Lagarteiro, Pego Negro, Machado Vaz, S. Roque, S. João de Deus, Antas, Contumil, Monte da Bela e Ilhéu. Note-se, ainda, que os realojamentos de outros Bairros da cidade são feitos nesta zona (Bairro do Aleixo).

Nesta freguesia, coabitam um grande número de indivíduos da comunidade cigana, oriundos do bairro de S. João de Deus e outros, que, anualmente são integrados nas escolas pelo facto de terem sido realojados no Bairro do Cerco. Paula Guerra, socióloga e docente na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, apresentou no "V Congresso Português de Sociologia" uma comunicação intitulada: "Contextos de vivência no bairro do Cerco do Porto: Cenários de pertenças, de afetividades e de simbologias". Aí debruça-se sobre as auto e hétero imagens dos habitantes do Bairro do Cerco, notando que ao confrontarmos os habitantes com a imagem pública do seu próprio Bairro face aos outros bairros de habitação social do Vale de Campanhã e da freguesia de Campanhã, podemos considerar que as representações dos habitantes refletem gradações diversas, consoante o «ambiente social» e «construído» referente a cada bairro em particular. Num polo positivo, o Bairro do Falcão é classificado como tendo um «ambiente social» «muito bom» e «bom», seguido pelo Bairro de S. Roque da Lameira e pelo Bairro de Contumil, classificados entre o «bom» e o «razoável». Num outro polo, constituído por apreciações negativas, situam-se o Bairro do Cerco do Porto com um «ambiente social» medíocre, o Bairro do Lagarteiro oscilando entre o «medíocre» e o «mau» e por fim, o Bairro S. João de Deus, assumindo as categorizações de «mau» e de «muito mau». Não deixa de ser significativo observar que na hierarquização dos espaços, os próprios residentes assumem sentimentos de auto marginalização, embora o seu próprio

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Bairro não se situe na posição mais desfavorável no contexto de freguesia de residência. Importa referir que o Bairro S. João de Deus foi demolido (última fase em 2008) e grande parte da sua população realojada no Bairro do Cerco. Em parte, as representações (autorrepresentações) dos habitantes sobre os bairros que habitam refletem-se no ambiente das escolas.

O Bairro do Cerco do Porto foi construído na década de 60. O objetivo primordial da construção deste Bairro Social (e de outros que surgiram posteriormente), foi de albergar famílias oriundas de zonas pobres e degradadas da cidade do Porto, de baixo nível social e cultural, de poucos recursos financeiros e baixas expectativas devido, sobretudo, à existência de desemprego e consequente ausência de projetos de vida, obrigando muitas destas famílias a manter uma luta constante pela sua sobrevivência, arrastando-as, por vezes, para estilos de vida desviantes, provocando a exclusão total no seio da comunidade em que estão inseridos, refletindo-se os efeitos nos seus descendentes.

Nos últimos anos, num enquadramento de crise económica generalizada, os problemas sociais têm vindo a acentuar-se, bem como as vulnerabilidades e riscos envolvidos. Uma grande parte da população vive em condições económicas e socialmente desfavorecidas. Um grande número de agregados familiares vive em situação instável, com empregos precários, com práticas de trabalho atípicas, com um rendimento abaixo do salário mínimo nacional, dependendo de subsídios e do RSI (Rendimento Social de Inserção).

Verificam-se elevados índices de exclusão, quer do sistema educativo, quer do mercado de trabalho - fatores estruturantes no desenvolvimento sustentável de qualquer comunidade. As situações de exclusão social decorrem de um processo mais ou menos avançado de acumulação de várias ruturas: ao nível do trabalho, do habitat, da família e de grosso modo, ao nível da participação nos modos de vida dominantes, com a consequente interiorização de identidades desvalorizadas.

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3.2.1 Estabelecimento de Ensino

O estabelecimento de ensino em si, apresenta instalações bastante recentes, com espaços asseados e agradáveis, o que proporciona um bom ambiente, tanto para os alunos, como para professores e funcionários da escola. Apresenta várias zonas verdes, onde os alunos se podem divertir/brincar nos intervalos e proporcionar momentos recreativos fora das aulas.

As restantes instalações, incluem cinco edifícios que possuem ligações entre si com corredores semicobertos para proteção da chuva. Ainda existem mais dois edifícios (pavilhões) destinados ao ensino da educação física. Os primeiros edifícios são destinados a aulas, serviços administrativos, de gestão e de direção da escola e para professores. Apresenta ainda salas para reuniões, uma biblioteca e uma reprografia.

No que se refere a sua estrutura de coordenação esta escola detém: Departamentos Curriculares:

- Pré-escolar - 1.º Ciclo - Línguas

- Ciências Sociais e Humanas

- Matemática e Ciências Experimentais - Expressões

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3.2.2 Condições de Aprendizagem

No que diz respeito às condições de aprendizagem, os espaços existentes para lecionar a disciplina de Educação Física, como referi inicialmente dois espaços exteriores, o ginásio 1 (G1) e o ginásio 2 (G2). Estes são compostos por um campo de 40m x 20m que é utilizado para a prática do Futsal ou futebol, do Andebol e basquetebol. Estes espaços possuem ainda uma pista com 4 faixas para Atletismo, que apresenta um perímetro de, aproximadamente, 168 metros. Tem ainda uma zona reta com 4 pistas de 60 metros, ideal para provas de velocidade.

Figura 2. Campo Exterior

Figura 3. Sala Dos Professores Figura 4. Ginásio Para Ginástica

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No G1, encontra-se a caixa de areia e a respetiva pista, construída para o salto em comprimento.

No interior do G1 podemos contar com um pavilhão, o principal (que durante as aulas pode ser dividido em três partes), ainda possui um ginásio pequeno para a prática de ginástica e uma sala de musculação bem como uma sala para os professores

O ginásio grande tem duas balizas, respondendo às necessidades do Andebol e do Futsal ou futebol.

Dispõe também, de 2 Tabelas longitudinais para o Basquetebol e mais 6, colocadas perpendicularmente, para a referida modalidade.

Tem ainda capacidade para colocação de postes para uma rede de Voleibol e corfebol. O ginásio pequeno, mais

pensado para a prática da ginástica, tem os espaldares e barra fixa. Tem capacidade para

fixar diversos aparelhos de ginástica. O G1, está equipado com um sistema sonoro.

Ambos os espaços têm boa luminosidade, são limpos, cuidados e agradáveis. Além disso, não só, são auxiliados por uma arrecadação para guardar material, bem como, 6 balneários (três masculinos e três femininos).

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Figura 7. Pavilhão G2

O G2 é muito semelhante ao G1. Possui duas balizas, respondendo às necessidades do Andebol e do Futsal ou futebol, tem também 2 tabelas longitudinais para o Basquetebol e mais 6, colocadas perpendicularmente, para a referida modalidade. Tem ainda capacidade para colocação de postes para uma rede de Voleibol.

Possui uma parede de escalada e equipamento para a prática de ginástica, bem como uma sala destinada à prática de aulas de dança ou desportos de combate.

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Tudo isto também é complementado por mais seis balneários (três masculinos e três femininos) e uma sala dos professores.

Todos os espaços interiores no G1 e G2, apresentam ainda um grande corredor com uma pequena sala para os funcionários, uma sala que funciona como posto de primeiros socorros, uma sala dos professores é utilizada como se de um espaço de reunião se tratasse, com uma mesa redonda, uma secretária e um computador. É servida por uma casa de banho, disposta por um espaço de banho e por dois sanitários

Figura 8. Parede De Escalada

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Sendo a escola uma infraestrutura recente, todos estes espaços estão bem conservados e não apresentam sinais de deterioração ou degaste.

Os balneários são limpos não só, quando uma turma acaba a sua aula, como também bem, a sua limpeza diária para a manutenção dos pavilhões.

3.2.2.1 Material e infraestruturas na escola, para a prática da E.F

Posso e devo comprovar que existem as melhores condições para a prática e ensino da educação física na escola do Cerco. Relativamente às aulas, tanto no G1, como no G2, disponibilizam não só, as melhores infraestruturas, bem como os melhores equipamentos para a prática de qualquer modalidade, seguindo-se dos Ginásios anexados ao pavilhão e acabando no espaço exterior. Toda esta panóplia, permite que o professor desenvolva uma unidade didática de forma contínua e com as melhores condições possíveis para a sua aprendizagem.

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3.3 Caracterização da Turma.

Turma 7º

A turma do 7º ano escolaridade da Escola Secundária do Cerco é constituída por 18 alunos, 6 raparigas e 12 rapazes, com uma média de idades de 12.9, sendo que oito têm 12 anos, seis têm 13 anos, dois têm 14 anos e dois têm 15 anos.

Relativamente às notas das disciplinas do ano letivo anterior, importa salientar que as notas são boas, destacando-se apenas dois alunos com nota 20 (5,6%), quatro com nota 19 (22,2%), dois com 18 (5,6%), três alunos com 17 (16,7 %), quatro com 16 (22,2%) e finalmente três que tiveram a nota 15 (17,7 %).

0 2 4 6 8 10

12 anos13 anos14 anos15 anos

Média de idades

Média de idades 0 2 4 6 Nota 15 Nota 16 Nota 17 Nota 18 Nota 19 Nota 20

Notas do Ano Letivo anterior a EF

Alunos Gráfico 1. Média De Idades

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Foram preenchidos uns inquéritos de modo a ser possível ter um conhecimento generalista dos alunos relativamente aos seus hábitos diários, gostos, vivências desportivas e outras informações importantes. Os inquéritos contemplavam dez áreas:

1) Identificação do aluno 2) Filiação

3) Encarregado de Educação 4) Residência

5) Escola 6) Educação Física

7) Ocupação dos Tempos Livres 8) Atividade Física Desportiva

9) Alimentação 10) Dados Médicos

Tabela 1. Perguntas Do Inquérito

Os pontos 1, 2, 3 e 4 são referentes às informações pessoais dos alunos, como o nome, data de nascimento, morada, encarregado de educação, entre outros, que são importantes para o conhecimento geral dos alunos. Os pontos seguintes dizem respeito aos hábitos e gostos dos alunos, quer na sua vida pessoal, quer na sua relação com a escola.

No ponto 5 – Escola – é analisada a disciplina favorita dos alunos e a disciplina que os alunos menos gostam. Analisando os resultados é possível concluir que a disciplina preferida da maioria dos alunos é Educação Física e a que menos gostam é Filosofia. Assim, podemos ter a noção que a turma tem motivação para as aulas de Educação Física, porém, tendo em atenção o nível do ano letivo

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anterior que regista um desempenho não muito elevado para a prática nas aulas de Educação Física.

Apenas 3 alunos praticam atividade física organizada, 3 atividade física não organizada, e os restantes 12 alunos não praticam nenhum desporto regularmente, denotando uma vida sedentária sem estilos de vida ativos.

Entre os alunos que praticam desporto federado, praticam três alunos a modalidade de Futebol e um aluno Futsal. Relativamente aos alunos que praticam desporto ou atividade física encontram-se: natação, futebol e Karaté.

Uma vez que foram dadas várias opções aos alunos para escolherem a modalidade favorita nas aulas de Educação Física, não foi possível determinar com exatidão, visto que alguns alunos escolheram apenas uma modalidade e outros duas ou mais. Desta forma, é apenas possível determinar a modalidade mais escolhida pela turma, sendo essa o Futebol, com 10 escolhas, seguindo-se do Andebol com 8, e Basquetebol com 7. A seguindo-seguir temos o Badmínton com 5 e empate de 3 para Voleibol, Ginástica e Natação.

No ponto 8, foi colocada a questão “Praticas alguma atividade física ou desportiva regularmente?”. Através desta questão pretende-se saber quais os hábitos dos alunos, se adotam um estilo de vida ativo ou não. Os resultados apontam que apenas 39% (7 alunos) praticam atividade física ou desporto organizado regularmente e 61% (11 alunos) não praticam nada. Estes valores caracterizam uma turma praticamente sem quaisquer hábitos desportivos, o que remete para uma turma na sua maioria ativa no que diz respeito a atividade física.

Após análise dos resultados é possível concluir que mais de metade da turma não tem um estilo de vida ativo, no que respeita à prática desportiva, bem

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como a prática desportiva de alta competição praticamente não se encontra presente.

Tendo em atenção os hábitos alimentares dos alunos, e fazendo uma análise das suas respostas, é possível concluir que apenas um aluno faz 2 refeições diárias, o que revela que praticamente a maioria alimenta-se várias vezes ao dia.

Em termos médicos, reportando às dificuldades que possam condicionar a prática da educação física, os problemas evidenciados referem-se à visão, nomeadamente ao uso de óculos. Este aspeto pode influenciar de forma direta, pois, não podendo usar as lentes de contacto ou os óculos para a prática de modalidades de maior contacto

Contudo, e em relação à última pergunta “Tem algum fator que condicione a prática de aula de Educação Física? “Todos os alunos responderam pela negativa, com exceção de uma aluna, que padece de um cuidado especial de atenção.

Alunos Idade Data de Nascimento

Contacto

Emergência Desporto Praticado

Peso (Registo Pessoal) Altura (Registo Pessoal) 1. A 13 26/09/1993 --- Futebol 45 1,55 2. B 12 10/03/1994 --- Dança 42 1,50 3. C 13 06/04/1993 --- Nenhum 48 1,45 4. D 15 12/10/1991 --- Karaté 52 1,47 5. E 15 05/10/1991 --- Nenhum 55 1,60 7. F 13 01/04/1993 --- Nenhum 46 1,46 11. G 14 28/01/1992 --- Natação 50 1,48 12. H 12 02/07/1994 --- Futebol 43 - 15. I 13 15/09/1993 --- Futebol, Natação 42 1,43 16. J 13 25/09/1993 --- Futebol 45 1,45 17. K 12 12/12/1994 --- Nenhum 41 1,50 18.L 12 13/04/1994 --- Futsal 42 1,57

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30 19. M 13 31/03/1993 --- Nenhum 45 1,55 21. N 12 15/08/1994 --- Nenhum 43 1,52 22. O 12 15/04/1994 --- Nenhum 40 1,58 23. P 14 14/11/1992 --- Nenhum 48 1,55 24. Q 12 24/01/1994 --- Nenhum 39 1,58 25. R 12 03/08/1994 --- Futebol 38 1,55

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3.4 Departamento de Educação Física

O Departamento de educação física é composto por 12 professores de Educação Física e 3 Professores Estagiários. Foi bastante percetível, que este grupo de trabalho, já está adaptado aos professores estagiários, pois fomos recebidos com bastante alegria e entusiasmo por parte de todo grupo que logo se ofereceu em ajudar em qualquer situação que precisasse-mos.

A nossa professora cooperante, teve um papel fundamental nesta nossa nova realidade, pois não só, nos ajudou na integração da escola, como também, surgiu como a nossa “Progenitora”, em que todo os dias nos ajudava e nos ensinava a caminhar nesta nova aventura, ou para por corrigir aspetos menos bons, feedbacks, motivação, ou simplesmente pelo carinho demonstrado em todos nós. Igualmente, não menosprezando os meus amigos estagiários, que também foram muito importantes na minha aprendizagem, pois com eles passei também várias horas, discutindo as nossas aulas sempre com o objetivo de fornecer um prisma de tudo o que ocorria de menos bom, para que juntos pudéssemos desenvolver-nos como Professores Estagiários.

A minha presença na escola, era efetuada todas as Terças e sextas-feiras, para lecionar as aulas à minha turma 7º ano, bem como todas as aulas do 6º ano, estas últimas, que ficaram programadas logo desde o início do ano letivo, onde eu e os meus colegas de estágio, elaboramos o planeamento anual e distribuímos uniformemente por todos os estagiários as unidades didáticas que iriamos lecionar. Após isto, também comparecia na escola para observação das aulas dos meus dois colegas estagiários de 11º ano, bem como em reuniões do grupo de educação física e reuniões da direção de turma da qual era titular.

Todos estes momentos foram partilhados com a professora cooperante Dárida Castro e com os meus colegas de estágio, onde nos ajudávamos mutuamente.

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4.1 Ser Professor

Desempenhar um papel tão importante como é este, de ser professora na escola, demonstra-se como uma meta fundamental em todo o meu percurso, pois é através deste, que finalmente tive a oportunidade de poder colocar todas as minhas vivências e aprendizagens adquiridas ao longo de todo o meu percurso académico.

Com isto, nesta parte irei contar todas as minhas intervenções como professora estagiária da escola básica e secundária do cerco. Foi sem dúvida um ano letivo difícil e com muitas tarefas para desempenhar, não só, a nível do próprio estágio, mas também, em conjunto com a minha vida pessoal e profissional, o que se relevou ser um grande desafio para mim.

Neste momento da minha vida, estaria a atravessar por um mau momento, uma grave Ansiedade Generalizada, que até hoje permanece, mas graças a Deus estabilizada e controlada.

Esta ansiedade levou a que o meu estágio fosse mais curto que o dos meus colegas de estágio, pois tive de faltar várias vezes por crises de pânico e ansiedade.

Todas estas tarefas fizeram de mim, uma mulher e professora melhor, pois, não só, tive de me adaptar a uma nova realidade, como também, tive o prazer de ensinar e experienciar vivências únicas que serão certamente uma mais-valia para os tempos que se avizinham.

Como professora de educação física, comecei por aplicar uma prática reflexiva que já possuía como treinadora, prática essa, que passava pela reflexão dos erros ocorridos na parte fundamental do jogo, tentando corrigir isso ao longo da semana. Nas aulas de educação física, fiz a mesma reflexão, não só, utilizei isso para os meus alunos atingirem os objetivos propostos, mas também,

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aproveitei e criei estratégias de correção e autoavaliação para o meu desempenho durante esse percurso.

No que diz respeito ao estágio, a organização das várias áreas de desempenho do professor estagiário são definidas pelas áreas: 1 - Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem, 2 e 3 - Participação na Escola e Relações com a Comunidade, e por último, a área 4 - Desenvolvimento Profissional. Esta área, engloba atividades e vivências importantes na construção da competência profissional, numa perspetiva do seu desenvolvimento ao longo da vida profissional, promovendo o sentido de domínio e identidade profissionais e a colaboração e a abertura à inovação.

O relatório de estágio integra a componente de reflexão, sobre a reflexão na ação da PES aliada à componente investigativa.

4.1.1 A Escola

Hoje em dia, os alunos passam mais tempo na escola do que em casa, e como tal, esta acaba por servir como laço de união entre a vida individual e a vida social. Antigamente, a família era um dos pilares mais importantes para a formação das crianças, quer a nível de aprendizagens práticas, (por ex: a educação) quer a nível teórico (por ex: matemática e conhecimento em geral). Hoje em dia, esta responsabilidade passa quase por completo pela escola, tornando esta um centro de aprendizagem e formação de alunos e de pessoas, uma vez que nos dá, não só conhecimento, mas também valores, regras e ideais. Exemplos desses são o respeito e a igualdade. Atualmente, as escolas estão lotadas de alunos, o que resulta numa heterogeneidade social e cultural de pessoas, e por isso, não pode ser um mero fator de instrução ou de ensino, tendo para além de educar, sociabilizar (Sêco, 1997) e como tal, os professores têm efetivamente de compreender a revolução que a escola atual exige, e por isso socializar e instruir, através do educar (Sampaio,1996).

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Segundo Patrício (1993) a escola deve ser integradora sob três pontos de vista: o funcional, onde a escola desempenha importantes funções a nível pessoal, social, cívico, profissional e cultural da família; o sistémico, que engloba quatro processos integradores: o da organização e funcionamento institucionais do aparelho educativo, o da organização e funcionamento da instituição escolar, o da articulação da escola com a comunidade e o da articulação da escola com a família; e o do processo de aprendizagem, que está centralizado na consciência do educando que, por sua vez, se articula e coopera com a consciência do educador. Segundo o mesmo autor a escola deve ainda proporcionar aos educandos, aos professores, aos funcionários, à família, à comunidade envolvente, à estrutura pedagógica e à estrutura administrativa uma participação conjunta e ativa.

Segundo Arends (1997) o ensino sempre foi uma atividade complexa, sendo-o ainda mais à medida que as escolas foram assumindo uma responsabilidade social crescente, pois sem um bom funcionamento das escolas não é possível o progresso de um país. Ainda segundo Arends (1997, p. 1): “a tarefa de educar a juventude é demasiado importante e complexa para ser deixada inteiramente à mercê dos progenitores ou das estruturas informais de tempos passados”. Segundo este autor, a escola tem uma necessidade fundamental de ter na sua estrutura, um leque de pessoas especializadas nas suas áreas de ensino, de modo a promover não só a transmissão de ensinamentos aos alunos, mas a socializar com estes também.

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4.2 Área 1- Organização e Gestão Do Ensino e da

Aprendizagem

Esta área, engloba a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do ensino, tendo como Tarefas: Lecionar as aulas da turma atribuída pelo professor cooperante e elaborar documentos para os três níveis de planeamento (anual, unidade temática e aula). Elaborar os planos de observação sistemática e realizar as respetivas observações dos professores estagiários e do Professor cooperante ou outro professor da Escola. Elaborar a reflexão final escrita de cada aula e da unidade didática, do plano anual e das observações realizadas. Participar nos conselhos da turma em que realiza a PES, nas reuniões do departamento curricular e do grupo disciplinar. Construir e manter atualizado o portfólio.

4.2.1 Conceção, Planeamento e Realização

No que compete à conceção, planeamento e realização, nós como professores deveremos permanentemente deter de um amplo leque de conhecimentos a todos esses níveis, pois não só, os teremos que saber aplicar, mas também, teremos de nos saber adaptar de maneira a que se enquadrem com todo o seu meio envolvente, ou seja, teremos que entender a cultura e a realidade da escola, o seu funcionamento interno e a sua hierarquia. Temos também de saber os seus recursos matérias e humanos, para que possamos potenciar todas as suas vantagens e assim promover a aprendizagem dos nossos alunos.

Como mencionou, a nossa professora Paula Batista numa das suas aulas, “devemos produzir mediante as condições que estamos inseridos de modo à nossa prática ir de encontro à especificidade do contexto”.1

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39 4.2.2 Planeamento

Luckesi (1998), afirma que o planeamento implica uma escolha e envolve juízos e valores sobre uma determinada realidade, salientando ainda que o planeamento é uma atividade orientada para uma finalidade e que esta contém opções políticas e filosóficas acerca da sociedade na qual vivemos.

Quanto à escola, Libâneo (1994), diz que planeamento é um processo que visa articular o trabalho da escola com a realidade social e que tudo que ocorre no interior da escola está atravessado de significados políticos, económicos e culturais, característicos da sociedade em que vivemos.

Tendo isto em conta, e após uma análise ao Projeto Educativo Escolar, do Plano nacional de Educação Física, do projeto curricular de turma e do Regulamento interno da escola, procedemos ao planeamento daquilo que pretendíamos abordar e como o iriamos abordar de maneira a ajudar as aprendizagens dos alunos.

4.2.2.1 Planeamento Anual

O planeamento anual foi assim elaborado nas primeiras reuniões com a professora cooperante e com os meus colegas estagiários. Numa primeira fase, elaboramos logo em conjunto o planeamento anual para o 6ºA e numa segunda fase e após a 1ºaula de apresentação, iriamos fazer de uma maneira individual o planeamento anual para o 7ºC (ver anexo 1). Assim sendo, ficou estabelecido que no 1º período iria lecionar futebol; ginástica (minitrampolim); no 2º período atletismo (salto em altura) e andebol e por último, no 3º período basquetebol e lutas (judo).

Após essa elaboração e sabendo que este planeamento nunca seria definitivo, pois poderia sempre sofrer alterações ou ajustes, tudo se tornou mais simples desde a elaboração das unidades didáticas (ver anexo 2) e com a elaboração dos planos de aula (ver anexo 3).

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Este Planeamento constitui-se como um documento de caracter global cujo objetivo é situar o programa.

Uma vez que as UD e os planos envolvem aspetos relativamente à didática, a metodologia e a pontos mais incidentes do ensino, o planeamento anual não contém pormenores relativamente a como o professor deve atuar, no entanto, para o realizar torna-se crucial uma análise de carácter reflexiva e a longo prazo. Os objetivos, no que diz respeito a cada período são apresentados em geral.

Recomenda a primeira na preparação do ensino, que englobe a bateria de tarefas iniciais do professor. Estas tarefas são compostas por uma análise do programa, e futuramente adaptá-lo à turma e à faixa etária dos alunos.

Uma vez que o grupo disciplinar de EF, já tinha definido anteriormente as modalidades a abordar ao longo do ano letivo, a tarefa que nos foi confiada posteriormente, foi a de elaborar a sequência e extensão das matérias.

A fim de melhorar e tornar mais rico e preciso o processo de ensino-aprendizagem, a minha orientadora indicou-me quem tinha sido o professor da minha turma no ano anterior. Após algumas horas de conversa, conversa essa muito produtiva e que me ajudou a entender e perceber a turma que iria enfrentar. Depois pude então criar o planeamento anual, tendo por base, as condições da escola o roulement dos espaços e o clima.

Esta tarefa foi um pouco complexa. Pois tivemos de criar uma sequência das UD, ordená-la e atribuir-lhe as horas para a sua realização. Tivemos ainda de ter em conta, as aulas destinadas às visitas de estudo, aos feriados e às atividades escolares que não nos permitiam lecionar.

Contudo, apesar do planeamento anual apresentar características fechadas e que vão meticulosamente ao pormenor, na prática por vezes tive de me adaptar ao material e ao espaço que tinha no momento disponível.

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41 4.2.2.2 O Planeamento da Unidade Didática

A UD e o seu planeamento, mostraram-se ser um guião que me auxiliou ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem, relativamente a lecionação de todas as modalidades e planificação dos planos de aula. Saber o que abordar e como cada parâmetro facilitou na preparação das aulas, na medida em que, anteriormente tudo já tinha sido pensado e organizado, de uma forma lógica, pertinente e adequada. Posso afirmar que a UD é, e foi uma peça fundamental para a preparação de todas as aulas.

Numa fase inicial tive algumas dificuldades na realização das mesmas, mas com a ajuda da minha orientadora e do meu núcleo de estágio, esta tarefas tornou-se cada vez mais fácil. Discutimos conteúdos a abordar, trocamos ideias e esta organização tornou-se ainda mais clara.

A sua planificação mostrou-se essencial para elaborar uma sequência de ordem lógica e específica de todas as modalidades a abordar, cuja meta era garantir o desenvolvimento dos alunos a nível motor, social e cognitivo.

A atividade docente desenrola-se em torno da UD e do seu planeamento.

Assim sendo, foi por intermédio dela que se levantaram as dúvidas, no que diz respeito, a metodologias, à didática e ao que realmente demonstra ser importante abordar. Esta tarefa obrigou-me a pesquisar, ou seja, a saber mais acerca de cada modalidade, aprofundando e enriquecendo assim o meu conhecimento, a minha formação e as minhas habilidades em relação a essas modalidades. Tornou-se ainda mais precisa, pois, os objetivos para cada aula já tinham sido definidos anteriormente, aquando a realização do planeamento anual.

Para a realização da UD, utilizei o Modelo de Estrutura do Conhecimento (MEC), (Vickers, 1990).

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4.2.2.3 Modelo de Estrutura do Conhecimento

Numa segunda fase, o planeamento foi elaborado através da realização de um Modelo de Estrutura do Conhecimento, proposto por Vickers (1990) para cada uma das modalidades que se iria abordar. Esta forma apresentou-se como decisiva para que a ação do professor seguisse uma sequência lógica e eficaz. Este modelo consente a criação de uma estrutura, a partir da qual se apresenta o essencial e necessário na execução de uma atividade. As três fases em que o Modelo de Estrutura do Conhecimento se baseia, dividem-se em oito módulos:

Módulo 1 – Estrutura do Conhecimento

Análise do conhecimento personalizado e individual das modalidades, em base de conhecimentos obtidos por experts da modalidade, em conjunto com o conhecimento que se vai adquirindo sobre a modalidade ao longo dos anos.

Módulo 2 - Análise do Meio Ambiente

Análise inicial sobre as instalações, segurança e materiais, com o objetivo de melhorar a nossa forma de atuar.

Módulo 3 - Análise dos Alunos

Proceder a uma breve análise dos alunos, com o intuito de os conhecermos melhor. Entender e estar a par das suas capacidades, das suas competências e das suas debilidades.

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Módulo 4 – Extensão e sequência dos conteúdos

Restringir a esfera de ação e a sequência para uma unidade ou uma sessão. É neste módulo que realizamos as unidades didáticas., para dessa forma planearmos toda a nossa atividade na modalidade. A importância da elaboração de uma unidade didática é extrema para a preparação de um professor perante uma turma. Junto em anexo a extensão de conteúdos de uma modalidade realizada neste contexto de estágio profissional (ver anexo 2). Saber qual o nível em que a turma se encontra, para poder adaptar melhor os conteúdos a abordar. Extensão neste caso, por exemplo: é o “tamanho” do conteúdo a ser incluído numa aula. E, sequência será a progressão, a ordem na qual o conteúdo será transmitido.

Módulo 5 – Definição dos Objetivos

Definir quais os objetivos para cada conteúdo, cada proposta de tarefa numa correta progressão pedagógica dirigida à turma.

Módulo 6 – Avaliação

Momento onde se realiza a avaliação diagnóstica, formativa e sumativa. É o modo de testar e perceber quais os conhecimentos dos alunos perante determinado conteúdo. O momento de definição do que se quer avaliar é crucial. (ver anexo 4)

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44 Módulo 7 – Progressões de aprendizagem

Definir as progressões das atividades de aprendizagem. Estas, são evidentemente o auxílio principal para a obtenção dos objetivos propostos aos estudantes

Módulo 8 – Aplicação

Neste módulo, encontram-se todas as outras aplicações determinantes, como é o caso das planificações de aula. É também o momento onde se definem modelos curriculares para criar diferentes instrumentos de ensino ou de treino. No início de todas as modalidades, o professor cooperante durante as reuniões do núcleo de estágio, deu sempre um prazo de alguns dias para apresentar o Modelo de Estrutura do Conhecimento da modalidade em questão. Apesar de ser bastante cansativo e trabalhoso, penso que toda esta planificação foi determinante para a organização das aulas, e também para responder a todas as necessidades da turma. Sempre que iniciava a abordagem a uma nova modalidade, as duas primeiras aulas eram preenchidas e destinadas à Avaliação Diagnóstica, para que dessa forma fosse possível identificar o nível em que a turma se encontrava. Senti, claro algumas dificuldades neste momento de avaliação, pois eram demasiados conteúdos para avaliar, para tantos elementos (alunos). Após a realização de todas as unidades didáticas, tive que apresentar uma justificação sustentada em torno de todos os objetivos propostos. Desta forma, a unidade didática era comparada com uma reflexão e uma análise, para que caso fosse necessário, aperfeiçoar a maneira de proceder e casualmente fazer alguma alteração.

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45 4.2.2.4 Modelos Praticados

O MID distingue-se dos outros modelos, porque centra no professor a responsabilidade de todas as decisões respeitantes ao processo de ensino-aprendizagem. É um modelo comportamentalista, que sustenta uma conceção analítica de transmissão dos conteúdos e conhecimentos de forma gradual. Incide no ensino da técnica, como fator fundamental para o desenvolvimento das ações de jogo, proporcionando aos alunos o domínio do conhecimento dos processos necessários à execução de determinadas tarefas (Graça & Mesquita, 2011, p-48).

Segundo Rosenshine (1983, cit. Por Graça& Mesquita, 2011, p. 48), no MID. Os professores efetuam um conjunto de decisões didáticas, evidenciando-se: “a estruturação meticulosa e pormenorizada das situações de aprendizagem; progressão das situações de ensino em pequenos passos; indicação do critério de sucesso mínimo a alcançar pelos alunos, o qual é colocado no limite mínimo aceitável de 80% na passagem para um nível mais exigem de prática; prática motora ativa e intensa; avaliação e correção dos estudantes particularmente nas fases iniciais de aprendizagem”. Assim sendo, o docente seleciona e controla as tarefas a realizar pelos alunos, conseguindo mantê-los a desempenhar as tarefas ativamente, devido a uma prévia estruturação pormenorizada.

Na perspetiva de Rosenshine (1983, cit, por Graça 6 Mesquita, 2011), é fundamental que, aquando da aplicação do MID nas aulas de EF, sejam cumpridas algumas tarefas, nomeadamente: (1) a revisão da matéria previamente aprendida – rever o que foi ensinado anteriormente, perceber se os alunos compreenderam e relacionar a matéria com o que vai ser lecionado posteriormente; (2) a apresentação da nova habilidade ou conteúdo em geral – expor a matéria demonstrando o desempenho da competência a adquirir, desenvolvendo as componentes críticas que deseja que os discentes adquiram; (3) a monotorização elevada da atividade motora dos alunos – apresenta uma prática orientada e bem estruturada, ou seja, o professor estrutura a prática decidindo o controlo

Referências

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