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Potencial de uso dos taninos de Acacia mangium na produção de adesivo para colagem de madeira

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA ESCOLA AGRÍCOLA DE JUNDIAÍ - EAJ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

JALTIERY BEZERRA DE SOUZA

Macaíba/RN Fevereiro de 2019

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JALTIERY BEZERRA DE SOUZA

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências Florestais - Linha de Pesquisa: Tecnologia e utilização de produtos florestais).

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Tatiane Kelly Barbosa de Azevedo

Macaíba/RN Fevereiro de 2019

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POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

Jaltiery Bezerra de Souza

Dissertação de Mestrado em Ciências Florestais julgada para obtenção do título de Mestre em Ciências Florestais (Área de Concentração em Ciências Florestais - Linha de Pesquisa: Tecnologia e utilização de produtos florestais) apresentada em 27 de Fevereiro de 2019.

Banca Examinadora

Macaíba/RN Fevereiro de 2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Rodolfo Helinski - Escola Agrícola de Jundiaí – EAJ

Souza, Jaltiery Bezerra de.

Potencial de uso dos taninos de Acacia mangium na produção de adesivo para colagem de madeira / Jaltiery Bezerra de Souza. - 2019.

64f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, Programa de pós-graduação em Ciências Florestais. Macaíba, RN, 2019.

Orientador: Tatiane Kelly Barbosa de Azevedo.

1. Acácia australiana - Dissertação. 2. Tanino - Dissertação. 3. Produção alternativa - Dissertação. 4. Adesão - Dissertação. I. Azevedo, Tatiane Kelly Barbosa de. II. Título.

RN/UF/BSPRH CDU 582.736 Elaborado por Elaine Paiva de Assunção Araújo - CRB-CRB15/492

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A todos que contribuíram para realização deste projeto

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AGRADECIMENTOS

__________________________________________________________________________ Agradeço em primeiro lugar a Deus pelas oportunidades que me foram dadas, pela proteção e por ter colocado em minha vida pessoas muito especiais. À minha família por ser meu porto seguro e me aturar nos momentos difíceis. Minha irmã, Willyane, pelo incentivo diário entre as viagens. Meu irmão por sempre liberar o computador quando precisava para escrever o trabalho. À minha mãe, Wilma, pelo apoio e força, por ser meu exemplo. Meu pai, João Batista, pela preocupação. Aos amigos da Igreja que entenderam a minha ausência, porém sempre que possível estive presente, em especial Moises Veloso, Lidiane Veloso, Rony Sales, Geovana Belisa, Geórgia, Davi Justino, Rute Justino, Lucio Brandão. Aos amigos do mestrado: Elias Costa, Kivia Pontes, Gabriela.

A todos os colegas do Laboratório de Tecnologia da Madeira da EAJ/UFRN pelo companheirismo, em especial Anderson Carnaval, pelos ensinamentos e ao amigo João Paulo Gomes pela grande ajuda na metodologia. À minha orientadora, Prof.ª Dr.ª Tatiane Azevedo, pela orientação, incentivo e preocupação e a todos os demais professores do Programa de Pós-Graduação de Ciências Florestais da UFRN. Aos funcionários Fatima e Luciana do Laboratório de Genética. Ao professor Dr. Mauro Pacheco pela disponibilidade do seu laboratório como também da sua equipe. À CAPES pela concessão de bolsa de estudos. A todos que de maneira direta e indireta contribuíram para a realização deste trabalho.

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RESUMO GERAL

_______________________________________________________

POTENCIAL DE USO DOS TANINOS DE Acacia mangium NA PRODUÇÃO DE ADESIVO PARA COLAGEM DE MADEIRA

Para que se obtenha êxito no processo de colagem de madeiras é necessário estudar e conhecer as características de cada adesivo utilizado, visando o seu melhor aproveitamento, aumentando a qualidade da peça e reduzindo os custos. O presente trabalho visou quantificar o teor de substâncias tânicas presentes na casca da Acacia mangium Willd em função da influência do preparo do solo e o período de coleta (seco e chuvoso), além de testar sua eficiência na produção de adesivos para madeiras. As coletas foram realizadas na área experimental florestal da Escola Agrícola de Jundiaí, Macaíba, Rio Grande do Norte, nos meses de junho de 2017 e janeiro de 2018, respectivamente, período chuvoso e seco. Foram abatidos oito indivíduos arbóreos no período chuvoso e quatro no período seco para coleta de suas cascas. A quantificação dos taninos foi realizada utilizando 250g de casca para 250 ml de água destilada. Após esse processo foram avaliados o teor de sólidos totais, índice de Stiasny e teor de taninos condensados das cascas da A. mangium coletadas nos dois períodos (seco e chuvoso), como também nas duas subparcelas (preparo de solo mais intensivo e menos intensivo). Os taninos para produção de adesivos foram extraídos utilizando 1kg de casca para 10L de água destilada, colocados em uma autoclave na temperatura de 120°C por 2hs, em seguida foram colocados na casa de vegetação e mantidos em uma temperatura de 40 ± 45ºC, até a completa evaporação (passando a ser um material anidro). Após essa etapa foram produzidos os adesivos (Tanino de A.

mangium e Tanino de A. mearnsii) na qual foram misturados 360 g de pó de taninos, 40 g de

paraformaldeido em 400 ml de água destilada, posteriormente foi realizado os testes de propriedade dos mesmo (pH, viscosidade e tores de sólidos), para realização dos testes de qualidade (testes físicos e mecânicos dos adesivos) foi necessário a confecção de nove painéis de Pinus sp. com dimensões de 30 x 30 cm, constituídos por cinco lâminas de Pinus sp., sendo três paneis colados com adesivos de tanino A. mangium, três com tanino A. mearnsii e três com o sintético Fenol-formaldeído, totalizando nove painéis. Em seguida conclui-se que o teor de tanino da casca da espécie Acacia mangium da cidade de Macaíba/RN, na região Nordeste do Brasil, não foi afetado pelo preparo do solo recebido e que a mesma pode ser classificada como produtora de tanino no período chuvoso, podendo ser utilizado como adesivo para madeira.

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GENERAL ABSTRACT

__________________________________________________________________________

POTENTIAL FOR THE USE OF TANANS OF Acacia mangium IN THE PRODUCTION OF ADHESIVE FOR WOOD COLLAGE

For this case, the portfolio selection process is necessary and know the circumstances more and more, increasing the quality, increasing the quality of the action and reducing the costs. The present work aims to quantify the chemical content of Acacia mangium Willd bark due to the influence of the soil and the sample collection period, as well as the analysis of its production of wood adhesives. The collections were sustained in the experimental area of the Jundiaí Agricultural School, Macaíba, Rio Grande do Norte, in the months of June 2017 and January 2018, and in the rainy and dry season. Eight individuals were slaughtered in the period and four in the dry period for collecting their bark. The tannin quantification was performed with the use of 250g of bark for 250 ml of distilled water, the condensed tannins index of the A. mangium bark collected in the two periods (dry and rainy). ), as well as in the two subplots (more intensive and less intensive soil preparation). The tannins for the production of adhesives were extracted with 1kg of peel to 10L of distilled water, in an autoclave of 121 ° C for 2hs, in washes washed and dried at a temperature of 40 ± 45ºC, until complete evaporation. Tincture of wood for A.

mearnsii tannins, which were removed in 360g of powder, 40g of paraformaldehyde in 400 ml

of distilled water, even (pH, viscosity and loss of solids), nine panels of Pinus sp. With dimensions of 30 x 30 cm, consisting of five slides of Pinus sp., Three collectors with adhesives of A. mangium tannin, three with tannin A. mearnsii and three with the synthetic phenol-formaldehyde, totaling nine panels. It is concluded that the content of the bark of the species

Acacia mangium of the city of Macaíba / RN, in the Northeast region of Brazil, was not affected

by the preparation of the soil received and that it can be classified as a tannin producer in the rainy season, It can be used as a wood adhesive.

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SUMÁRIO __________________________________________________________________________ Página 1. INTRODUÇÃO GERAL ... 12 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 14 2.1. Taninos vegetais ... 14

2.1.2. Espécies produtoras de tanino ... 16

2.1.3. Taninos e sua utilização... 17

2.1.4. Taninos para produção de adesivo ... 20

2.1.5. Importância econômica dos taninos vegetais ... 22

2.1.6. Fatores edafoclimáticos que influenciam na produção de tanino ... 23

LITERATURA CITADA ... 23

3. ARTIGO 1. TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium Willd EM RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM ... 30

RESUMO ... 31 ABSTRACT ... 32 INTRODUÇÃO ... 33 MATERIAL E MÉTODOS ... 35 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 38 CONCLUSÕES ... 42 REFERÊNCIAS ... 42

4. ARTIGO 2. QUALIDADE DOS PAINÉIS COMPENSADOS PRODUZIDOS COM TANINO DE Acacia mangium Willd. ... 46

RESUMO ... 47 ABSTRACT ... 48 INTRODUÇÃO ... 49 MATERIAL E MÉTODOS ... 50 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 53 CONCLUSÕES ... 60 REFERÊNCIAS ... 61

ANEXO 1 Normas da Revista Floresta e Ambiente (Artigo 1) ... 65

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LISTA DE FIGURAS

__________________________________________________________________________

REVISÃO DE LITERATURA

Figura 1. Estrutura de taninos hidrolisáveis. ... ...14 Figura 2. Estrutura química de taninos condensáveis. ... ...15

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LISTA DE TABELAS

__________________________________________________________________________ REVISÃO DE LITERATURA

Tabela 1. Exportação de taninos e extratos tanantes no ano de 2016...22

ARTIGO 1

Tabela 1. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados

(TTC %), encontrados na casca da Acacia mangium, plantados com preparo de solo mais intensivo (A1) e menos intensivo (A0), na região Litorânea do RN...38

Tabela 2. Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados

(TTC %), na casca da Acacia mangium, em dois períodos de coletas seco e chuvoso, em área sob tratamento de solo menos intensivo, na região litorânea do RN...40

ARTIGO 2

Tabela 1. Propriedades do adesivo (Teores sólidos, Viscosidade e pH) dos taninos da A.

mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o sintético

fenol-formaldeído...54

Tabela 2 Propriedades mecânicas (Cisalhamento e Dureza Janka) dos painéis colados com o

adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o sintético fenol-formaldeído...56

Tabela 3. Propriedades mecânicas (Módulo de ruptura e de elasticidade) dos painéis colados

com o adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o sintético fenol-formaldeído...58

Tabela 4. Propriedades físicas (Absorção de água em 2hs e 24hs) dos painéis colados com o

adesivo de taninos da A. mangium comparado com os comerciais Tanino A. mearnsii e o sintético fenol-formaldeído...60

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABIPA – Associação de indústrias de painéis de madeira ABNT – Associação brasileira de normas técnicas FF – Fenol – formaldeído

GEFOR – Grupo de estudo em forragicultura. IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística I – Índice de stiasny

MDF - Fibras de média densidade MSC – Massa seca do colmo MOE – Modulo de elasticidade MOR – Modulo de ruptura OSB - Oriented Strand Board

SNIF – Sistema nacional de informação florestal TC – Taninos condensados

TTC – Teor de taninos condensados TST – Teor de sólidos totais

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1. INTRODUÇÃOGERAL

__________________________________________________________________________

Acacia mangium Willd é uma espécie arbórea de rápido crescimento, rústica e tolerante

a várias condições edafoclimáticas (NEWAZ; MUSTAFA, 2004). No Brasil, essa espécie é popularmente conhecida como acácia, sendo sua madeira usualmente empregada na produção de celulose, papel, chapa de partículas e aglomerados. Apresenta também grande potencial de uso como lenha e carvão, em função do seu poder calorífico, entre 4800-900 Kcal.Kg-1, e para produção de madeira serrada, ligas e móveis (KRISNAWATI; KALLIO; KANNINEN, 2011), além da serragem que fornece substrato de boa qualidade para cogumelos comestíveis (LIM et al., 2003).

Essa espécie tem sido utilizada para recuperação de solo (GONÇALVES e LELIS, 2012) e para o plantio de sistemas agroflorestais (OLIVEIRA et al., 2017), possuindo uma importância na produção de mel e taninos (HOONG et al.,2009). Os taninos vegetais são constituídos por polifenóis classificados em hidrolisáveis e condensados.

Os taninos hidrolisáveis são poliésteres da glicose, sendo classificados (taninos gálicos ou taninos elágicos) a partir do ácido formado de sua hidrólise; já os condensados são constituídos principalmente por monômeros do tipo catequina e conhecidos por flavonoides (PIZZI, 1993).

Os taninos são de interesse econômico e ecológico (MONTEIRO et al., 2006), podem ser utilizados como matéria-prima de produção de adesivo para colagem de madeira (MENDOZA et al., 2017). A qualidade dessa colagem é verificada pela linha de cola, a qual serve para predizer o desempenho do adesivo, quando submetido à aplicação de esforços. Para tanto, é necessário estudar e conhecer bem as características de cada adesivo utilizado no processo de colagem visando ao seu melhor aproveitamento, o aumento de qualidade da peça e a redução de custos.

Nos países em desenvolvimento, o custo do adesivo é muito alto em relação ao custo total das chapas. Isso porque quase todas as matérias-primas para fabricação de adesivos são feitas à base de produtos derivados do petróleo. Com a crise do petróleo no início da década de setenta, houve um grande estímulo para se pesquisar a viabilidade do uso de matérias-primas naturais para a produção de adesivos (PIZZI, 1994).

Devido à importância de novas tecnologias na produção de adesivo renovável para colagem de madeira, faz-se necessário estudar a utilização dos taninos de A. mangium na região Nordeste do Brasil para produção do mesmo, visto que a espécie tem capacidade de se adaptar

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a qualquer região, surgindo como uma alternativa para essa produção.

Diante disto essa dissertação está dividida em dois capítulos, os quais compõem artigos científicos produzidos através de trabalhos realizados com a espécie acácia (Acacia mangium Willd).

O primeiro capítulo intitulado “Teor de tanino condensado na casca da Acacia mangium Willd em resposta ao preparo do solo e época de amostragem” aborda o comportamento dos níveis de teor de taninos condensados na casca da acácia (Acacia mangium Willd), no período seco e chuvoso, como também sua resposta ao preparo do solo.

O segundo capítulo “Qualidade do adesivo produzido com o tanino da casca de A.

mangium Willd” teve como objetivo produzir e testar adesivo natural de tanino de A. mangium

comparando com os utilizados comercialmente.

O objetivo do presente trabalho foi analisar se os fatores externos (período de coleta e preparo do solo) interferem na quantidade de taninos na casca da acácia, como também realizar a extração dos mesmos para a produção de adesivo e verificar se tem utilidade para produção de adesivo para colagem de madeira.

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2. REVISÃODELITERATURA

__________________________________________________________________________

2.1.TANINOSVEGETAIS

Os taninos são substâncias com sabor adstringente, amplamente distribuído entre as plantas, favorecendo a sua proteção contra ataques de fungos, bactérias, vírus e ainda contra herbívoros em geral, contem odor repulsivo e possui uma alta capacidade de causar intoxicações em animais (POYER; SCHAEFER, 2014). Segundo Pizzi (1993), os taninos são constituídos por polifenóis podendo ser classificados em dois grupos, sendo eles hidrolisáveis e condensados.

Os taninos hidrolisáveis (Figura 1) consistem de ésteres de ácidos gálicos e ácidos elágicos glicosilados formados a partir do chiquimato, nos quais os grupos hidroxila do açúcar são esterificados com os ácidos fenólicos (MONTEIRO et al., 2005), Zucker (1983) relata que a principal função dos taninos hidrolisáveis é a defesa das plantas contra os herbívoros.

Figura 1: Estrutura de taninos hidrolisáveis Fonte: Nakamura, Tsuji e Tonogai (2003)

Já os taninos condensáveis (Figura 2) são polímeros de flavan-3-ol e/ou flavan-3,4-diol, produtos do metabolismo do fenilpropanol (MONTEIRO et al., 2005), onde esses polímeros de 2 a 50 (ou mais) unidades de flavonoides, unidas por ligações carbono-carbono, são difíceis de serem quebradas por hidrólises (ASHOK; UPADHYAYA, 2012). São comumente encontrados em folhas, galhos, cascas, frutos, madeiras de várias árvores (BATTESTIN et al., 2004) e, principalmente, nas cascas das árvores (AZEVEDO et al., 2017). Os taninos desse tipo também são chamados de proantocianidinas, provavelmente pelo fato de apresentarem pigmentos avermelhados da classe das antocianidinas, como cianidina e delfinidina, e esses taninos também apresentam uma diversidade estrutural, resultante de padrões de substituições entre

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unidades flavânicas, diversidade de posições entre suas ligações e a estéreo-química de seus compostos (SANTOS; MELLO, 1999).

Figura 2: Estrutura química de taninos condensados Fonte: Lekha e Lonsane (1997).

Os taninos condensados são conhecidos por haver uma larga distribuição na natureza e particularmente pela expressiva concentração encontrada tanto na madeira quanto na casca de várias espécies (PIZZI, 1993). A ocorrência desses compostos é comum em angiospermas e gimnospermas, principalmente em plantas lenhosas (SANTOS; MELLO, 1999). Os taninos condensáveis têm função de assegurar a defesa contra microrganismos patogênicos (ZUCKER, 1983).

Ashok e Upadhyaya (2012) salientam que os taninos também são encontrados no cerne de coníferas e podem desempenhar um papel na inibição da atividade microbiana, resultando, assim, na durabilidade natural da madeira. Os taninos são uma subclasse de polifenóis vegetais, que se distinguem de outros polifenóis pela sua capacidade de formar complexos e precipitar proteínas (HAGERMAN, 2012), sendo também definidos como polímeros fenólicos solúveis em água que precipitam proteínas. Apresentam um peso molecular alto e contêm grupos hidroxilas fenólicos em quantidade suficiente para haver a formação de ligações cruzadas com proteínas (BATTESTIN et al., 2004).

Os teores de taninos nas plantas variam em função de diferentes fatores, como idade da árvore e posição da amostra; podendo ainda receber influência da temperatura, solo e pluviosidade (SILVA, 2001); variando de acordo com a espécie vegetal, como também de uma parte para outra no mesmo indivíduo (BASTTESTIN et al., 2004).

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2.1.2.ESPÉCIESPRODUTORASDETANINOS

No Brasil há várias plantas produtoras de tanino, destacando-se o barbatimão (BORGES FILHO; FELFILI, 2003), acácia-negra (Acacia mearnsii) e o cerne do quebracho (Schinopsis

sp.).

Mousinho et al. (2018), em um levantamento bibliográfico, chegaram à conclusão que de espécies com potencial produção de taninos, onde destacou-se as seguintes espécies: angico vermelho (Anadenanthera colubrina); cajueiro (Anacardium occidentale); castanhola (Terminalia catappa); goiabeira (Psidium guajava); jacarandá-mineiro (Jacaranda

cuspidifolia); jurema-preta (Mimosa tenuiflora); jurema-vermelha (Mimosa arenosa);

marmeleiro (Croton sonderianus Muell.Arg.); pau-pereira (Platycyamus regnellii); sucupira (Pterodon emarginatus); algaroba (Prosopis juliflora). Sendo essa última exótica, mas todas são encontradas na região semiárida (DINIZ et al., 2003). As espécies supracitadas foram avaliadas realizando estudos para identificar a presença de taninos condensados em diversas partes das plantas, como casca, folha, frutos com sementes, frutos sem sementes, casca da raiz e cerne.

No levantamento bibliográfico realizado por Mousinho et al. (2018), a espécie que teve maior destaque foi a Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan. var. cebil (Gris.) Alts. porque apresentou tanino em todas as partes do vegetal (PAES et al., 2006b), em que o teor de taninos condensados encontrado nos frutos é indicado pelos autores como a parte do vegetal com potencial para exploração, sendo necessários estudos que verificassem a eficiência dos mesmos no curtimento de peles, o que certamente reduziria a exploração predatória dessa espécie.

Atualmente, no Brasil, a espécie mais utilizada para produção de tanino é a Acacia

mearnsii, sendo então empregada pelas grandes empresas comerciais de taninos, como TANAC

e SETA, impulsionando, assim, a cultura da acácia-negra no país (MORA et al., 2002).

Para Hoong et al. (2009), a espécie Acacia mangium localizada na Malásia apresenta um alto teor de taninos. Essa espécie é conhecida popularmente por acácia australiana, é uma espécie arbórea pertencente à família Fabaceae, que ocorre naturalmente no Nordeste da Austrália, Papua Nova Guiné, Papua Ocidental e Ilhas Molucas, e foi introduzida na América do Sul, América Central, África e Ásia (RICHARDSON et al., 2011).

Uma característica significante da acácia é seu rápido crescimento em condições desfavoráveis, como durante a seca ou em solos com baixa fertilidade, com pH entre 4,5 e 6,5 (SOUZA et al., 2010; BROICH et al., 2013; RAMDANI; HINO, 2013). Porém, pouco adaptada a ambientes úmidos, com precipitação média anual entre 1000 mm e 4500 mm, temperatura mínima de 12ºC e máxima de 34ºC.

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No Brasil, as espécies arbóreas apresentam algumas vantagens, como rápido crescimento em virtude das condições edafoclimáticas favoráveis e devido ao melhoramento genético utilizado no país, colaborando para suprir a demanda internacional e tornando-se um grande exportador de produtos florestais (TIBURCIO et al., 2012). Diante disso, a acácia vem despertando a atenção dos pesquisadores pela rusticidade e rápido crescimento (VEIGA; CARVALHO; BRASIL, 2000).

A Acácia Australiana apresenta um bom potencial silvicultural no Brasil, sendo muito utilizada em recuperação de áreas antropizadas, porém ainda pouco estudada no que se refere às propriedades tecnológicas de sua madeira, sobretudo em árvores mais jovens (GONÇALVES; LELIS, 2012). Recentemente, começou a ser utilizada em programas de reflorestamento como planta sequestradora de carbono (HERIANSYAH et al. 2007, TONINI; HALFELD-VIERA; SILVA, 2010).

Sua madeira pode ser aproveitada para produção de móveis maciços, construção pesada e leve, chapas e embalagens, na produção de lenha e carvão com alto poder calorífico (entre 4800 e 4900 Kcal.Kg-1), também no processamento da celulose (SOUZA et al., 2010) e em outros

produtos, como chapas de fibras de média densidade (MDF), aglomerados e compensados (SCHIAVO; MARTINS, 2003), e para produção de tanino. Para Hoong et al. (2011), os extratos tânicos obtidos da casca da A. mangium para produção de adesivo encontram-se ricos em compostos fenólicos e têm potencial de substituir o adesivo convencional de fenol-formaldeído (FF) usado na indústria para colagem de madeira.

2.1.3.TANINOSESUAUTILIZAÇÃO

Os taninos condensados constituem de 90% da produção mundial (ARBENZ; AVÉROUS, 2015; GRASEL; FERRÃO; WOLF, 2016) e são muito empregados na indústria vinícola (MANFROI et al, 2010).

No Brasil, a empresa TANAC S. A., em Montenegro, no Rio Grande do Sul, exporta aproximadamente 85% da sua produção para mais de 70 países, cerca de 30.000 toneladas anuais de extratos, colocando o país entre os maiores exportadores tânicos do mundo (TANAC, 2013), produzindo o mesmo para diversas utilidades, como indústria farmacêutica, bebidas, na fabricação de plásticos, fungicidas, confecção de adesivos e como floculantes ou coagulantes (SIMÕES et al., 2010). Já na região Nordeste do Brasil, o seu uso é no curtimento de pele animal (SIMÕES et al., 2010). Por outro lado, o uso de tanantes comerciais, produzidos em escala e com alto nível tecnológico, parece ser cada vez mais comum em grandes curtumes (MEUNIER; FERREIRA, 2015).

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Além disso, de acordo com Özbay e Ayrilmis (2015), ao longo das últimas décadas, as questões ambientais e de sustentabilidade tornaram-se os principais motores de pesquisa para a produção de materiais ecológicos desenvolvidos a partir de recursos renováveis, visto que a maioria dos adesivos produzidos é oriunda da indústria petrolífera, os adesivos tânicos surgem como uma alternativa ambiental (ABDULLAH et al., 2013; ZHOU et al., 2013; ZHOU; PIZZI, 2014; CARVALHO et al., 2014).

O setor de curtimento de couro é um segmento industrial que utiliza bastante os taninos vegetais, ocupando um papel de destaque na utilização dessa matéria-prima (GONÇALVES; LELIS, 2001). De acordo com Gonçalves e Lelis (2001), a associação da palavra tanino com o curtimento de pele animal vem de uma longa data. Os autores destacam que as substâncias tânicas têm o poder de transformar a pele do animal em couro devido a sua ação adstringente de retirar a água dos interstícios das fibras, contrair tecidos orgânicos moles e transformá-la em material não putrescível.

Vários curtumes tradicionais da região Nordeste do Brasil utilizam os taninos vegetais e mesmo com as diversas espécies arbóreas encontradas na região a única fonte utilizada é o angico-vermelho (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan var. cebil (Gris.) Alts.) (DINIZ et al., 2003). Outra espécie que tem potencial para produção de taninos é a jurema-preta (Mimosa

tenuiflora), a mesma possui crescimento rápido e ocorre em praticamente toda a região

Nordeste do Brasil e estudos apontam melhorias de sua aplicação no processo de curtimento de couro (PAES et al. 2006a).

Os taninos são coagulantes vegetais efetivos, que estão em uma ampla faixa de pH, e seu uso torna desnecessário o uso de alcalinizantes, como soda ou cal, além de não acrescentar metais ao processo e proporcionar uma redução no volume de iodo a ser descartado devido a sua composição orgânica, podendo ser biologicamente degradado ou eliminado termicamente (SILVA, 2004). Com isso, os taninos são uma das possibilidades no tratamento de água para abastecimento, sendo uma alternativa com grandes benefícios, se comparados aos coagulantes químicos que normalmente são utilizados (STRÖHER et al., 2013).

Os taninos vegetais são importantes na produção de resinas e dispersantes para controlar a viscosidade dos poços na indústria petrolífera. Essas resinas apresentam características de ligação interna, tempo de formação de géis e viscosidade semelhantes às das resinas de uso comercial (BATTESTIN, MATSUDA; MACEDO, 2004). A corrosão por dióxido de carbono (CO2) é uma falha frequente na indústria de petróleo e gás, ocorrendo em todas as fases da produção, então inibidores de corrosão naturais, não tóxicos e biodegradáveis, são utilizados

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para o controle da corrosão em sistemas de produção e transportes de produtos petrolíferos (MARCOLINO et al., 2014).

Os taninos condensados têm determinados efeitos benéficos no metabolismo animal, como aumento na absorção de aminoácidos e redução da população de parasitas no intestino (NOVOBILSKÝ; MUELLER-HARVEY; THAMSBORG, 2011), o aumento na síntese de proteína microbiana (MAKKAR, 2003) e redução da produção de CH4 ruminal, e posteriormente sua eliminação para a atmosfera (GOEL; MAKKAR, 2012).

Puchala et al. (2012) avaliaram que caprinos alimentados com Sericea lespedeza (leguminosa com 20% de taninos condensados em sua composição), sorgo forrageiro (Sorghum

bicolor) e alfafa (Medicago sativa) constaram uma menor produção de CH4 por massa seca de

colmo (MSC). Os autores relatam que, embora a presença de taninos condensados na dieta tenha prejudicado sua digestibilidade, isso foi compensado por um aumento no consumo de matéria seca da forragem, além de contribuírem para menores taxas de emissão de CH4.

Portanto, o uso de taninos em países como o Brasil cuja a base da dieta usada na alimentação de ruminantes provém principalmente de pastagem apresenta perspectivas favoráveis para o controle da emissão de CH4, sendo uma importante alternativa natural de regulação do metabolismo e a fermentação ruminal, bem como do aquecimento global (CAREGA; DANTAS, 2017). Entretanto, mais estudos são necessários para a incorporação dessas forragens nos sistemas de alimentação de animais ruminantes (CAREGA; DANTAS, 2017).

O Barbatimão possui um alto teor de taninos condensado (de 20 a 30%) em suas cascas do caule, o que provavelmente explica a atividade cicatrizante de feridas e úlceras. Os taninos são substâncias polifenólicas de sabor adstringente, encontrados no interior dos vacúolos vegetais, derivam de um intermediário biossintético comum, a fenilalanina, ou de seu precursor, o ácido chiquímico, sintetizados através da Rota do Chiquimato. Estes precipitam as proteínas dos tecidos lesados, formando um revestimento protetor que favorece a sua regeneração (ARDISSON et al., 2002; CASTRO, 2009; JACOBSON et al., 2005).

A partir das técnicas de extração dos taninos da casca do barbatimão, foi possível constatar que a planta em questão, bem como essas substâncias contidas na mesma, apresenta propriedades satisfatórias na cicatrização de feridas e, posteriormente, as mesmas também se adéquam aos métodos de formulação de cremes cicatrizantes (SILVA; ROSA, 2016).

Araujo et al. (2018) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a atividade antibacteriana contra bactérias com relevância cariogênica, ou seja, elemento com capacidade de auxiliar bactérias, localizadas na boca, a se metabolizarem com o mesmo, formando, assim,

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ácido que gera as cáries. Dessa maneira, avaliou-se o potencial tóxico e genotóxico das plantas

Anacardium occidentale L. e Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Bernam através do extrato

obtido das mesmas.

Araújo et al. (2018) concluíram que os extratos tânicos obtidos da A. occidentale têm potencial como agente antimicrobiano com baixa toxicidade de células eucarióticas ou atividade mutagênica (ocorrer mutação). Com realação ao extrato da A. macrocarpa, embora ausente da atividade antibacteriana, também pode ser uma alternativa fitoterápica segura e eficaz (ARAÚJO et al., 2018).

2.1.4.TANINOSPARAPRODUÇÃODEADESIVO

Os principais componentes em uma ligação adesiva são: adesivo, adesão e aderentes. Industrialmente, os adesivos têm sido utilizados para produzir uma variedade de produtos de madeira de alto valor, tais como vigas laminadas, compensados, Oriented Strand Board (OSB) e aglomerados (SINGH et al., 2008). A função de um adesivo, além de aderir dois substratos, é fluir e preencher espaços vazios entre as juntas a serem coladas, diminuindo, assim, a distância entre elas, gerando interações entre o próprio adesivo e o substrato (PIZZI, 1994).

A adesão (fenômeno interfacial ou a energia de separação de dois substratos) entre a madeira e o adesivo depende de uma série de fatores, como as características inerentes à própria madeira (anatomia, química e física), características do adesivo (químicas e físicas) e do processo adotado durante a colagem propriamente dita. Os mecanismos envolvidos no processo de adesão podem ser explicados pelas teorias mecânicas, difusão de polímeros e adesão química (MARRA, 1992).

Os adesivos sintéticos ureia-formaldeído e fenol-formaldeído são os mais utilizados na colagem de madeira e seus subprodutos. Uma das vantagens do adesivo fenólico decorre da sua resistência à ação da umidade, sendo, portanto, recomendado para a colagem de produtos expostos ao ambiente (SILVA et al., 2012). O adesivo ureico, por sua vez, tem custo mais baixo, porém apresenta baixa resistência à umidade, sendo mais indicado para uso interior (MELO et al., 2010). Nos países em desenvolvimento, o custo do adesivo é muito alto em relação ao custo total dos painéis, o que se deve ao fato de que quase todas as matérias-primas para fabricação de adesivos são feitas à base de produtos derivados do petróleo. Dessa forma, várias pesquisas têm sido realizadas buscando-se matérias-primas alternativas para a produção de adesivos. Nesse esforço, estão em primeiro plano os adesivos obtidos de matérias-primas naturais, como os taninos (SILVA et al., 2012).

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taninos da jurema-preta obtidos da casca para a produção de adesivo formaldeído observando o período de coleta (Chuvoso e Seco). Assim sendo, o estudo demonstrou que o adesivo produzido com os taninos daquela planta apresentou o valor de teor sólido semelhante ao da acácia negra (Acacia mearnsii), que é a espécie mais utilizada comercialmente para produção de tanino (PAES et al.,2006b). O estudo mostrou também que não houve diferença significativa entre os períodos de coleta para o teor sólido e tempo de gelatinização dos adesivos, porém o período de coleta influenciou o pH e a viscosidade dos adesivos, obtendo-se viscosidade elevada (AZEVEDO et al., 2015).

Carvalho et al. (2015) realizaram um trabalho para avaliar as propriedades físicas e mecânicas de painéis do tipo Oriented Strand Board (OSB) produzidos com adesivos comerciais de uréia-formaldeído (UF), fenol formaldeído (FF) e os taninos da Acacia mearnsii e tânico de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville. que apresentam potencial tanífero, espécie conhecida popularmente como barbatimão (ALMEIDA et al., 2008).

Neste estudo, observou-se que em todas as propriedades avaliadas o desempenho dos painéis produzidos com adesivo tânico de barbatimão foi melhor quando comparado com o dos painéis produzidos com o adesivo tânico de acácia (CARVALHO et al., 2015). Os painéis produzidos com os adesivos UF, FF e tânico de barbatimão atenderam a todos os pré-requisitos estipulados pela norma de comercialização, tal fato demonstra grande potencial de utilização dos taninos de barbatimão para produção de painéis OSB (CARVALHO et al., 2015).

Goulart et al. (2012) realizaram um trabalho com a finalidade de verificar a resistência ao cisalhamento de painéis compensados produzidos com adesivo à base de taninos da espécie

Stryphnodendron adstringens (barbatimão). Neste trabalho, o adesivo de casca de barbatimão

apresentou a mesma resistência ao cisalhamento que o adesivo comercial de tanino de casca de acácia-negra, mostrando-se, contudo, com menor resistência do que os painéis produzidos com o adesivo fenol-formaldeído comercial. O adesivo à base de tanino da folha de barbatimão apresentou possibilidade de aplicação apenas em associação com outros tipos de taninos.

Albino, Mori e Mendes (2010) avaliaram a interface madeira-adesivo por meio de fotomicrografias, mensuração da espessura da linha de cola principal, teste de resistência ao cisalhamento e percentagem de falhas na madeira utilizando juntas coladas provenientes das posições radial e longitudinal da madeira de Eucalyptus grandis.

Durante o estudo, verificou-se que foi possível visualizar a linha de cola produzida pela ligação entre o adesivo e a madeira, na qual se verificou a penetrabilidade do adesivo na estrutura anatômica da madeira. Tanto os valores médios da espessura da linha de cola principal quanto os valores médios da resistência ao cisalhamento, densidade básica e percentagem de

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falhas na madeira variaram no sentido radial da tora.

No sentido longitudinal, tanto os valores médios da espessura da linha de cola quanto os valores médios da resistência ao cisalhamento e da percentagem de falhas na madeira variaram de uma extremidade a outra da tora. Em relação à densidade básica da madeira, esta apresentou valores médios iguais no sentido longitudinal da tora. Dessa forma, é necessário mais estudo sobre uso de tanino para produção de adesivo.

2.1.5.IMPORTÂNCIAECONÔMICADOSTANINOSVEGETAIS

Uma economia extrativista baseada na exploração do Quebracho (Schinopsis spp), árvore que produz tanino, desenvolveu-se na fronteira meridional de Mato Grosso por volta dos anos 30 aos 50 do século XX (CORREA; CORREA, 2009). Essa atividade surgiu na região da bacia do Prata, articulada à pecuária e aos seus subprodutos, em especial couros bovinos e peles de animais silvestres. Isso porque o tanino foi o principal insumo no processo de beneficiamento de couros, largamente utilizado por curtumes platinos e destinou-se também aos estabelecimentos do Rio Grande do Sul e de outras praças nacionais e estrangeiras (CORREA; CORREA, 2009).

Dessa maneira, pode-se ver que o tanino é extraído desde o século passado (CORREA e CORREA, 2009), continuando ainda sendo explorado nos dias atuais. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações Florestais-SNIF (BRASIL, 2016), o Brasil exportou taninos e extratos tanantes (Tabela 1).

Tabela 1: Exportação de taninos e extratos tanantes no Brasil no ano de 2016

Produto Quantidade (t) Valor US$

Extrato tanantes 4 31.278

Taninos 64 1.653.593

Total 68 1.684.871

Fonte: SNIF, *(t) tonelada.

É importante frisar a preocupação da região Sul do Brasil quanto à sustentabilidade desse recurso florestal, com atuação de duas empresas a fim de gerar produtos oriundos da extração de tanino. Diante desse cenário fica clara a grande importância de estudar o tanino vegetal com expressiva geração de emprego e renda (MOURA, 2016).

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2.1.6.FATORESEDAFOCLIMÁTICOSQUEINFLUENCIAMNAPRODUÇÃODE TANINO

De acordo com Jacobson et al. (2005), ao realizarem um estudo em duas espécies de barbatimão, Stryphnodendron adstringens e S. polyphyllum, encontraram valores maiores nas produções de fenóis totais e taninos na época chuvosa do ano. O mesmo padrão foi observado por Azevedo et al. (2017), que analisaram a melhor época de coleta da casca da jurema-preta para extração de tanino e fizeram quatro coletas: agosto de 2008 (início do período seco), dezembro de 2008 (fim do período seco), abril de 2009 (início do período chuvoso) e agosto de 2009 (fim do período chuvoso), sendo constatado que o período chuvoso diferiu estatisticamente dos demais períodos.

Em geral, solos de baixa fertilidade proporcionam maiores níveis de fenóis totais e taninos, nas duas espécies estudadas (JACOBSON et al., 2005). Chini et al. (2013) ao analisar a relação do pH no solo e a quantidade de taninos, destacou que o teor de tanino condensado (TC) no interior da planta é afetado pelo pH do solo, possuindo maior concentração TC em cultivares que estavam localizadas em solos ácidos.

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ARTIGO1

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TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium Willd EM RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM

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TEOR DE TANINOS CONDENSADOS NA CASCA DA Acacia mangium WIlld EM RESPOSTA AO PREPARO DO SOLO E ÉPOCA DE AMOSTRAGEM

RESUMO: Os taninos vegetais são conhecidos por apresentarem potencial econômico,

ecológico e social, porém carece de informações sobre a interferência de fatores externos na sua concentração no interior das plantas. O objetivo deste estudo foi analisar a influência do período de coleta (chuvoso e seco) e do preparo do solo (mais e menos intensivo), no teor de taninos condensados presentes na casca da Acacia mangium Willd., localizada na área experimental de Macaíba/RN, sendo analisadas 4 árvores por período, coletadas em preparo do solo diferente. Realizou-se extração e quantificação de taninos, constatando-se que a coleta no período chuvoso apresentou TTC de 12,41%, enquanto no seco 6,81%. Já o preparo de solo mais intensivo não apresentou diferença estatística. Conclui-se que o período de coleta (seco ou chuvoso) influencia o TTC presente nas cascas da árvore A. mangium, sendo o chuvoso o período que apresentou o maior TTC.

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CONTENT OF CONDENSED TANNINS FROM Acacia mangium Willd BARK IN RESPONSE TO SOIL PREPARATION AND SAMPLING PERIOD

ABSTRACT: Plant tannins are known to have economic, ecological and social potential, but

lack information on the interference of external factors in their concentration inside the plants. The objective of this study was to analyze the influence of the collection period (rainy and dry) and soil preparation (more and less intensive), in the content of condensed tannins present in the bark of Acacia mangium Willd., Located in the experimental area of Macaíba / RN, 4 trees per period were analyzed, collected in different soil preparation. Tannin extraction and quantification was carried out, showing that the collection in the rainy season presented TTC of 12.41%, while in the dry season 6.81%. The most intensive soil preparation did not present statistical difference. It is concluded that the collection period (dry or rainy) influences the TTC present in the bark of the A. mangium tree, with rainfall being the period that presented the highest TTC

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1. INTRODUÇÃO

A Acacia mangium Willd pertencente à família Fabaceae, é conhecida popularmente como acácia australiana e ocorre naturalmente no nordeste da Austrália (Richardson et al., 2011). É uma espécie natural de florestas tropicais com precipitação média variando de 1500 a 3000 mm por ano (Perrineau et al., 2011).

Apresenta importância ecológica, destacando o seu rápido crescimento, inclusive sob condições desfavoráveis, como em períodos secos ou em solos com baixa fertilidade, desenvolvendo-se em ambientes com pH entre 4,5 e 6,5 (Souza et al., 2010, Broich et al., 2013; Ramdani & Hino, 2013). Também apresenta um bom potencial silvicultural no Brasil devido à sua boa adaptação, sendo utilizada em recuperação de áreas (Gonçalves & Lelis, 2012), para o plantio de sistemas agroflorestais (Oliveira, 2017), possuindo uma importância na produção de mel (Cordeiro et al., 2015).

Para fins tecnológicos, sua madeira pode ser aproveitada para produção de móveis maciços, construção pesada e leve, chapas e embalagens, na produção de lenha e carvão de alto poder calorífico (entre 4800 e 4900 Kcal.Kg-1), como também no processamento da celulose (Souza et al., 2010). Hoong et al. (2011) identificaram que o extrato tânico obtido da casca da

A. mangium tem potencial para produção de adesivos utilizados nas indústrias de compensados.

Na planta, os taninos têm a função de protegê-las contra ataques de fungos, bactérias, vírus e herbívoros (Poyer et al., 2015). De acordo com Pizzi (1993), podem ser classificados como hidrolisáveis e condensados, sendo que os condensados representam 90% da produção mundial (Duval et al., 2017).

Os taninos são bastante usados na região Nordeste do Brasil, sendo seu uso principal no curtimento de pele animal (Gonçalves & Lelis, 2001), porém apresentam outras formas de utilização, por exemplo, na indústria farmacêutica (Gozales et al., 1990, Carvalho et al., 2018), na fabricação de plásticos (Raygorodsky, 2005), fungicidas (Simões et al., 2010), na indústria

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petrolífera como agentes dispersantes que controlam a viscosidade de argilas na perfuração de poços (Tanac, 2013), tratamento de água (Pelegrino, 2011, Klumb & Faria, 2012, Tanac, 2013, Nepomuceno et al., 2018), na fabricação de tintas e adesivos para madeira (Trugilho et al., 1997), além disso são utilizados contra organismos xilófagos (Vital et al., 2001, Trugilho et al., 2003, Colli et al., 2007) e tratamento de cárie (Araujo et al., 2018).

No Brasil existem algumas plantas que se destacam com potencial produção de taninos vegetais, como o barbatimão (Borges Filho & Felfili, 2003) e acácia-negra (Acacia mearnsii), cerne do quebracho (Schinopsis sp.). No Nordeste, o cajueiro (Anacardium occidentale), jurema-preta (Mimosa tenuiflora), jurema-vermelha (Mimosa arenosa), sabiá (Mimosa

caesalpiniaefolia) e o angico-vermelho (Anadenanthera colubrina) (Diniz et al., 2003), essa

última tem o uso exclusivo no curtimento de pele animal, todavia encontra-se ameaçada de extinção (Paes et al., 2006a). Já a espécie A. mangium por apresentar elevado teor de taninos (Hoong et al., 2009), ser eficiente para produção de adesivos (Hoong et al., 2011) e se adaptar bem à região Nordeste do Brasil (Silva et al., 2018) vem se destacando como uma alternativa silvicultural para tal produção.

Quanto à fertilidade do solo, sabe-se que a mesma interfere na produtividade agrícola (Taiz & Zeiger, 2009), como também pode afetar na qualidade do carvão (Assis et al.,2018), no rendimento pirolenhoso (Assis et al.,2018) e na biomassa (Silva et al.,2018), sendo interessante estudar o seu efeito na concentração de substancias tânicas. Azevedo et al. (2017) relataram que o período de coleta afeta significativamente a concentração de taninos na casca de jurema-preta (Mimosa tenuiflora).

Diante da importância da espécie estudada, este trabalho objetivou avaliar a influência do preparo do solo na quantidade de taninos presentes na casca da A. mangium, como também determinar a melhor época de coleta de casca para o maior rendimento de tanino na espécie.

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2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Área experimental

O trabalho foi conduzido na Área de Experimentação Florestal, em um plantio de Acacia

mangium, com espaçamento entre plantas de 3 m x 3 m, com 4 anos de idade, localizado no município

de Macaíba, Rio Grande do Norte, Brasil. De acordo com a classificação de Köppen, o clima local é caracterizado como tropical chuvoso (transição entre os tipos As e BSw), apresentando estação chuvosa de outono e inverno, com temperatura média de 27°C, sendo a máxima de 32°C e a mínima de 21°C, umidade relativa média anual de 76% e precipitação pluviométrica variando entre 863,7 e 1.070,7 mm (Idema, 2013).

O solo da área é classificado como Latossolo Amarelo, textura arenosa e topografia plana (Beltrão et al., 1975), com pH variando de 5,06 a 5,32 (Silva, 2018) que recebeu dois processos de adubação do solo na fase de implantação, onde a área foi dividida em duas subparcelas (1 e 2), as quais tiveram preparo do solo diferentes. Na subparcela 1 (preparo mais intensivo) foram abertos sulcos com 40,0 cm de profundidade e 70,0 cm de largura. Após realizou-se uma adubação de fundação com esterco bovino e superfosfato triplo. Em seguida os sulcos foram fechados, posteriormente abetas covas com 20 cm de profundidade e 5 cm de largura nas duas subparcelas (1 e 2) para realização do plantio das mudas.

Após o plantio das mudas, foram aplicados 100,0 g/planta de NPK na proporção 6-30-6 em duas covetas laterais com 10 cm de profundidade e 15,0 cm de diâmetro, situadas a 15,0 cm da planta cada. Dois meses após o plantio, realizou-se a correção do solo com a aplicação de calcário (2,0 t) no A1. O calcário foi utilizado para suprir a demanda de cálcio e magnésio da cultura, considerando que a disponibilidade no solo estava abaixo do nível crítico (Alvarez et al., 1999).

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2.2 Delineamento Experimental e Análise estatística.

Utilizou-se o delineamento experimental casualizado retirando as cascas do fuste em dois preparo de solo (A0 e A1), como também em dois períodos (Chuvoso e Seco), com a finalidade de compreender se esses fatores exerciam influencia na produção de taninos na casca da A. mangium. Foram abatidas 08 árvores na primeira coleta, sendo 4 árvores no solo A0 e 04 no solo A1 e mais 04 árvores foram abatidas na segunda coleta, correspondendo o período seco sedo essas retiradas da subparcela menos intensiva.

Para a análise estatística, os valores de Teor de Sólidos Totais (TST %), índice de Stiasny (I %) e Teor de Taninos Condensados (TTC %), foram transformados em arcsen [raiz (TTC/100]. Essa transformação dos dados, sugerida por Steel & Torrie (1980), foi necessária para homogeneizar as variâncias, com médias comparadas pelo teste de T (p ≥ 0,05). As análises foram realizadas no infostat.

2.3 Seleção do material

Após o abate das árvores, as cascas foram separadas do fuste. Em seguida, foram transportadas para o Laboratório de Tecnologia da Madeira da Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias-UFRN, Macaíba, RN.

As cascas foram secas ao ar até ser observado que estavam totalmente secas, para em seguida serem moídas em um triturador forrageiro CID 105 LD 1,5CV Bivolt, objetivando obter um material de menor granulometria. O material moído foi classificado, sendo utilizado o que passou por uma peneira de malha de 2 x 2 cm.

Após essa operação foram retiradas amostras representativas de cascas da espécie a fim de avaliar o teor de umidade (base seca) das cascas. Os materiais destinados à quantificação das substâncias tânicas presentes na espécie foram moídos em um moinho do tipo Willey para obtenção de uma menor granulometria.

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e ficou retida na de 60 “mesh”; em seguida, foi homogeneizada, pesada e conduzida à estufa de ventilação forçada com temperatura de 60ºC para a determinação do teor de umidade do material.

2.4 Extração e quantificação das substâncias tânicas

Para a extração, foram utilizadas 3 repetições de 25g do material seco, que foi posto em um balão de 1000 mL e adicionados 250 mL de água destilada (relação 10:1), sendo mantido em temperatura de ebulição da água por duas horas. Cada amostra foi submetida a duas sequências de extrações a fim de se retirar o máximo de quantidade de extrativos presentes.

Após cada extração, o material foi coado em uma peneira de 60 mesh, passado em tecido de flanela, para a retenção de partículas de serragem, homogeneizado e filtrado em cadinho de vidro sinterizado de porosidade 2; em seguida, o extrato tânico foi completado para 500 mL, utilizando água destilada. Após essa etapa foram retiradas três alíquotas de 50 mL de cada extrato. Duas alíquotas foram utilizadas para a determinação do teor de taninos condensados (TTC) e uma evaporada em estufa a 103 ± 2 por 48 horas para a determinação da porcentagem de teor de sólidos totais (TST). Para as determinações do TST de cada amostra foi empregado a Equação 1.

𝑇𝑆𝑇(%) =𝑀1−𝑀2

𝑀2 𝑥100 (Equação 1).

Em que: TST = Teor de sólidos totais (%); M1 = Massa inicial (g); M2 = Massa final (g). Para determinação do teor de taninos condensados (TTC) presente em cada amostra foi empregado o método de Stiasny, descrito por Guangcheng et al. (1991), com algumas modificações. Para tanto, aos 50 mL do extrato bruto foram adicionados 4 mL de formaldeído (37% m/m) e 1 mL de ácido clorídrico concentrado.

Cada mistura foi submetida à fervura sob refluxo por 30 minutos. Nessas condições, os taninos formaram complexos insolúveis que foram separados por filtração simples; em seguida foi utilizado filtro de papel posto em funil de Büchner de 10 cm de diâmetro e 4 cm de

Referências

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