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PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO DAS VIOLAÇÕES INFANTIS E FAMILIARES DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

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Academic year: 2021

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PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO

DAS VIOLAÇÕES INFANTIS

E FAMILIARES DURANTE

(2)

Resposta à COVID-19 no Brasil

visaomundial.org.br

(3)

Uma das medidas para tentar frear a pandemia de COVID-19 no Brasil é o isolamento social. Essa medida, no entanto, acaba evidenciando o lado sombrio de muitos lares brasileiros no que se refere à violência doméstica e familiar. A violência doméstica sempre foi uma expressão da questão social negativa no país, porém, com as medidas de distanciamento social, ela se agravou, trazendo à tona mais e novos casos.

As restrições no convívio social e o fechamento das escolas acabou tornando o ambiente doméstico mais vulnerável à violência e ao sofrimento psicológico para crianças e adultos. Muitas dessas famílias já viviam em situação de vulnerabilidade por conta da questão socioeconômica. Com a pandemia, passaram a ficar em uma condição de risco ainda maior devido ao fechamento das escolas e dos centros comunitários que desenvolvem ações de proteção à criança e ao adolescente. Dessa forma, ficou mais limitado e difícil de detectar e denunciar os casos de violência e abuso.

As dificuldades de contato com as redes de proteção e cuidados à criança e ao adolescente neste período também evidenciaram o agravamento de outras situações. Durante o isolamento, mais crianças acabaram envolvidas em exploração e/ou trabalhos perigosos, o nível de estresse devido ao isolamento se agravou, e aumentaram os obstáculos para se reportar incidentes e para procurar tratamento médico. Também se notou o crescente risco de exploração sexual de crianças, além da maior imposição às crianças de responsabilidades domésticas e cuidado com membros da família – tarefa geralmente mais imposta às meninas.

Neste cenário, algumas orientações são importantes aos profissionais da rede de proteção e cuidado à criança e ao adolescente. A primeira delas é a necessidade de fortalecimento das políticas públicas intersetoriais que visem garantir os cuidados de atenção psicossocial. Essa política busca reduzir a vulnerabilidade social por meio da garantia do atendimento às necessidades básicas da população e, assim, diminuir o estrese que as famílias possam estar enfrentando durante a pandemia.

As restrições no convívio social e o

fechamento das escolas acabaram

tornando o ambiente doméstico mais

vulnerável à violência e ao sofrimento

(4)

• Mantenha uma rotina com a criança, crie um ambiente lúdico que desperte a criatividade e gere diversão;

• Desenvolva a escuta ativa como forma de compreender o que as crianças estão sentindo nesse momento de pandemia, devido às mudanças que ocorreram na vida delas;

• Busque ajuda com profissionais da rede de proteção e cuidados psicossociais, caso esteja se sentindo sobrecarregado demais para passar por esse momento de tantas mudanças;

• Denuncie toda e qualquer situação de violação de direitos e de violência. A denúncia deve ser feita junto ao Conselho Tutelar ou com profissionais disponíveis no Disque 100.

Como as famílias podem

ajudar a contornar os efeitos

psicológicos causados durante

a pandemia de COVID-19?

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• Medo excessivo de adoecer e morrer; • Medo de perder pessoas

próximas que amamos; • Medo de estar longe dos

entes queridos por conta das medidas de isolamento social; • Medo de perder o emprego e o meio de sustento da casa; • Constante sensação de impotência, irritabilidade, angústia e tristeza; • Forte sentimento de solidão, desesperança, tédio; • Alteração ou distúrbio alimentar, com falta de apetite ou excesso de apetite;

• Agravamento dos conflitos interpessoais com a família, amigos e colegas

de trabalho.

Preste atenção aos sinais!

Alguns sintomas indicam que

algo não está bem na saúde

psicológica:

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• Faça exercícios físicos. Eles ajudam a manter a mente e o corpo sãos e agem como um mecanismo que auxilia a gerenciar os pensamentos e as emoções; • Busque manter o contato, mesmo que de forma virtual, com sua rede

socioafetiva, como amigos e familiares;

• Evite o uso de substancias psicotrópicas, como álcool, fumo e drogas, com o objetivo de amenizar as emoções instáveis durante a pandemia;

• Reduza o tempo que você dedica a assistir, ouvir ou ler noticiários sobre esse momento da pandemia;

• Busque fontes confiáveis de informação em sites oficiais, como da Organização Mundial da Saúde (OMS);

• Estimule ações solidárias e que busquem ajudar ao próximo.

Algumas estratégias e

cuidados são importantes

durante esse período:

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• Profissionais da rede pública possuem papel estratégico na prevenção das violências domésticas e familiares, pois estão em contato direto com a população que passa por esse tipo de violação. Dessa forma, é importante prestar atenção às diferentes expressões da violência e as estratégias de proteção disponíveis durante a pandemia.

• É importante fortalecer a capacidade de atendimento clínico e psicossocial às pessoas que estão sofrendo com violência e violações durante esse período, criando protocolos adequados de atendimento.

• A notificação e o acolhimento são importantes quando se tratar de pessoas em situação de violência, acionando tanto a rede interna como a rede intersetorial. • É importante mapear a rede de parceiros intersetoriais, para que se possa atuar

de maneira conjunta no combate às violências durante a pandemia.

Como profissionais da rede

de proteção e cuidado

podem auxiliar à população

nos casos de violência?

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A importância da ternura

durante a pandemia

Há alguns anos, a Visão Mundial tem desenvolvido uma metodologia conhecida como

Escola da Ternura. Ela tem como objetivo auxiliar cuidadores a educar crianças e adolescentes com ternura, fortalecendo-os frente aos desafios da vida cotidiana. Cuidar com ternura é cuidar da saúde mental de quem você ama. É uma virtude lúdica e pedagógica que nos dá a capacidade de eliminar da nossa prática todo tipo de violência ou punição, reforçando hábitos saudáveis de cuidados e orientação. Nesse período da pandemia, crianças e adolescentes que estão enfrentando algum tipo de perda, principalmente de algum familiar ou de pessoas próximas, precisam receber atenção e resposta carinhosa de seus cuidadores diante de suas necessidades – e essa resposta precisa ser constante e cotidiana.

Chamamos de Ternura

as expressões de amor

e de vínculos afetuosos.

Para alcança-las, é

preciso aprender a

ouvir, aprender a dizer,

aprender a sentir,

aprender a acompanhar,

aprender a tocar e

aprender a agir sem

violência ou opressão.

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Aprender a ouvir requer a escuta de forma íntegra, segura e respeitosa. Ouvir requer aceitação mútua, estar atento ao que a criança ou adolescente expressam para saber como cuidá-los e protege-los diante das suas

necessidades. Quando aprendemos a ouvir e conversar com crianças e adolescentes, eles se tornam mais fortes, acolhidos e cuidados.

Aprender a dizer é dar liberdade para que crianças e adolescentes se expressem, tornando-os assim mais fortes e confiantes. Aprender a dizer palavras mais adequadas ajuda no crescimento e aumenta a autoestima. Criar o hábito de ser verdadeiro é uma conquista valiosa em todas as relações humanas. E buscar uma comunicação construtiva permite que crianças e adolescentes encontrem novos caminhos, aprendam a solucionar problemas e a crescer.

Aprender a sentir é uma tarefa que tem duas dimensões. A primeira é o esforço que fazemos para demostrar nossas emoções e sentimentos. A segunda dimensão é a capacidade de sentir o que as outras pessoas sentem (ter empatia) e, dessa forma, mostramos habilidades de apreciar as emoções e sentimentos das pessoas que estão ao nosso redor. As duas dimensões implicam em esforço pessoal e estão relacionadas a confiar, fortalecer e apoiar. Aprender a sentir é fundamental para que possamos consolar e acalmar, aliviar a carga, reanimar e devolver a esperança para crianças e adolescentes.

Aprender a acompanhar é uma atividade que requer esforço. Para realizá--la, é necessário considerar alguns pontos, como a proximidade com outro ser humano, pois essa aproximação requer cuidado, atenção, proteção, escuta e respeito. Acompanhar é um ato de confiança, e essa confiança é importante para o desenvolvimento da criança e do adolescente. Acompanhar é proteger de violência quando pessoas com mais força e poder as agridem de forma física, psicológica e/ou sexual. Acompanhar é não deixar que crianças e adolescentes sintam-se sozinhos quando se encontram em situações violentas. Acompanhar é cuidar e defender, e se a situação é delicada e ultrapassa nossas capacidades, não podemos nos calar – temos que pedir ajuda aos órgãos públicos e organizações de proteção.

Aprender a tocar requer sabedoria e confiança. Quando tocamos, tomamos crianças e adolescentes pela mão, colocando-os nos ombros, abraçando-os para que se sintam apoiados e seguros, carregando-os com carinho, firmeza e segurança, transmitindo a certeza de que não vão cair.

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Aprender a agir requer sabedoria e honestidade, sem julgamento e condenação. Requer agir com o coração aberto e cheio de ternura, tendo um olhar mais sensível de amor e compaixão. Quando aprendemos a agir, mostramos que situações difíceis não devem ser acompanhadas de violência ou opressão. Agir com ternura ajuda a eliminar o julgamento, a culpa, a condenação - e, quando a colocamos em prática, exercitamos a compaixão.

Materiais Complementares:

• Curso online Infância em tempos de COVID-19: Conhecimentos básicos para

agentes comunitários de saúde, lideranças comunitárias e visitadores domiciliares.

Promovido pelo Unicef e disponível em https://cursocovid19.unicef.iprede.org.br/

Para combater as violações infantis e familiares durante a pandemia de COVID-19, é necessário enfrentar todos esses desafios de forma sábia, levando em

consideração pontos essenciais para uma boa saúde mental, bom relacionamento para com crianças e adolescentes e com todos que estão próximos.

As práticas e estratégias da ternura fortalecem os laços e ajudam cuidadores, crianças e adolescentes a vencerem diariamente com humildade. E, por meio do amor e do afeto, conduz à construção de uma nova história.

• E-book Atividades em casa com as crianças. Para receber, preencha o formulário disponível em https://brasil.unicef.org.br/ ebookatividadeemcasaemp

Referências Bibliográficas:

IASC – Guia preliminar sobre como lidar com os aspectos psicossociais e de saúde mental referentes ao surto de COVID-19.

IASC – Diretrizes do IASC sobre Saúde Mental e Apoio Psicossocial em Emergência Humanitárias. UNICEF: A Aliança para a Proteção da Criança em Ação Humanitária

Nota técnica: Proteção da criança durante a pandemia do coronavírus, Versão 1, Março de 2020.

Escola da Ternura – Guia para participantes: Caderno nº1 Aprender a cultivar a ternura para criar nossos filhos e filhas. Responsáveis Técnicos:

Maria Lucinete Bezerra e Daiane Lacerda

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Brincar de Stop Caça ao tesouro com guloseimas Brincar de batata quente Brincar de esconde-esconde Jogar um jogo de tabuleiro todos juntos Brincar de jogo da memória Juntar a família na sala e brincar de mímica Fazer uma cabana na sala Assistir um filme em família Preparar alguma receita com a família Fazer um desenho por dia Aprender sobre uma cultura diferente Ler um livro novo Aprender origami

DIA 1

DIA 7

DIA 10

DIA 13

DIA 4

DIA 2

DIA 8

DIA 11

DIA 14

DIA 5

DIA 3

DIA 9

DIA 12

DIA 6

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Resposta à COVID-19 no Brasil

Este material é disponibilizado graças ao apoio generoso do povo americano por meio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). O conteúdo é de responsabilidade da Visão Mundial e

não reflete necessariamente as opiniões da USAID ou do Governo dos Estados Unidos

visaomundial.org.br

Referências

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