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EFEITOS DE UM PROGRAMA DE HIDROCINESIOTERAPIA NA ANORGASMIA FEMININA. Caroline Marques da Silva* Melissa Medeiros Braz** - UNISUL

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Academic year: 2021

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EFEITOS DE UM PROGRAMA DE HIDROCINESIOTERAPIA NA ANORGASMIA FEMININA

Caroline Marques da Silva* Melissa Medeiros Braz**

* Acadêmica da 8o fase do Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

** Professora MSc da disciplina de Fisioterapia aplicada à Ginecologia e Obstetrícia II do Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL

RESUMO

O sexo é essencial para a intimidade, para quem somos, para nosso bem-estar emocional e a qualidade de nossas vidas. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a felicidade sexual é uma condição inseparável da questão da saúde. Assim, a Fisioterapia vem sendo reconhecida como uma área de suma importância para ajudar as mulheres na obtenção de prazer sexual. Este estudo é do tipo experimental, sem grupo controle, sendo realizado pré e pós-teste, com o objetivo de analisar os efeitos de um programa de hidrocinesioterapia elaborado para pacientes com anorgasmia feminina O experimento foi realizado na piscina, tendo como amostra três pacientes anorgásmicas entre 20 e 23 anos. Para isso, foi utilizado uma ficha de avaliação, foi graduado o grau de força perineal com o toque bidigital, cones vaginais e aplicada uma escala de satisfação com a vida sexual. Foi estabelecido um protocolo de tratamento na piscina e realizados dez atendimentos. Verificou-se que todas as pacientes obtiveram ganho no grau de força perineal e relataram aumento da satisfação sexual. Sendo assim, o tratamento fisioterapêutico para a anorgasmia feminina realizado na piscina foi benéfico.

Palavras-chave: hidrocinesioterapia, anorgasmia, satisfação com a vida sexual.

ABSTRACT

Sex is essential to be close to someone, to our personality, to our emotional wellness and our life quality. To the Worldwide Health Organization (WHO), the sexual happiness is a condition inseparable from the health matter. This way, physiotherapy has been reconized as a very important area to help women for obtaining sexual pleasure. This is an experimental kind of study, without a controle group, and it had before and after tests. The experiment has been realized in the swmming pool having as sample thee pacients with anorgasmy. Their ages are between 20 and 23 years old. The point was to analyse te efects

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of a hidrokinesiotherapy program, elaborated for pacients with female anorgasmy. For that, it was used an evaluation formulary, it was graduated the perineal strength with the bidigital touch, vaginal cones and it was aplicated a satisfaction scale for the sexual life. It was stablished a protocole about the treatment on the pool and it was realized ten atendments. It was verified that all the pacients have improved their perineal strength ans they all related an improvement on their sexual satisfaction. This way, the physiotherapic treatment to female anorgasmy in the swimming pool was benefic.

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INTRODUÇÃO

A Fisioterapia, como profissão da área da Saúde, deve possuir profissional capaz de lidar com as condições de saúde da população. Executar um trabalho cujo objetivo maior consiste em propiciar um “estado” de condições de saúde que permita um elevado grau de conforto e segurança à população. Para isso, são necessárias promoções de saúde, manutenção de boas condições de saúde e prevenção de problemas, além da assistência curativa e reabilitadora.

O fisioterapeuta tem sido um membro importante da equipe que trabalha com saúde da mulher. O papel do fisioterapeuta nesta área é o de ajudar a mulher a ajustar-se às alterações, avaliar e tratar quaisquer problemas esqueléticos e musculares, promover relaxamento efetivo, conscientização corporal, aconselhar atividade física, ensinar exercícios e dar tratamentos especializados.

O fisioterapeuta que trabalha no campo de ginecologia e obstetrícia deve estar preparado para clientes que queiram debater as suas dificuldades sexuais. Como as disfunções sexuais femininas, que são causadas por muitas variáveis. São causas diretas de desarmonia e estresse nas relações e levam a uma grande angústia pessoal.

A musculatura do assoalho pélvico tem grande importância na obtenção do orgasmo feminino. Os músculos fracos do assoalho pélvico são seguidos por queixas de insatisfação sexual.

As causas psicológicas desempenham um grande papel na disfunção sexual feminina, porém doenças e a pílula anticoncepcional oral também reduzem a libido. A

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dispareunia (relação sexual difícil e dolorosa) pode inibir o estímulo sexual. (POLDEN; MANTLE, 2000)

A resposta sexual é determinada pela interação dos fatores físicos, psicossociais e familiares e se compõem de três fases: desejo, excitação e orgasmo. A interrupção de uma das três fases que compõem o ciclo da resposta sexual é denominada de disfunção sexual.

O orgasmo é o resultado de uma excitação sexual que, ao atingir um certo nível de tensão psicofísica, desencadeia um reflexo de alívio acompanhado por uma agradável sensação de prazer. (HALBE, 2000)

A anorgasmia é caracterizada pela demora persistente em se alcançar o orgasmo ou a falta dele após uma fase de excitação sexual normal, resultando em angústia ou dificuldade interpessoal. (BEREK, ADASHI E HILLARD, 1998)

A hidrocinesioterapia é um recurso que faz a união dos exercícios aquáticos com a terapia física. A palavra hidroterapia deriva das palavras gregas hydor (água) e therapeia (cura), e cinesioterapia significa cura pelo movimento. (NORM ; HANSON, 1998)

A água é um meio maravilhoso para os exercícios e oferece oportunidades estimulantes para os movimentos. Forças diferentes agem na água. Os efeitos de flutuabilidade, metacentro e das rotações fornecem campo para as técnicas especializadas. A turbulência da água pode ser apreciada de uma forma que não é possível no ar, e o peso da água significa que ela pode ser empurrada e utilizada como resistência com que cada indivíduo pode trabalhar. (CAMPION, 2000)

A água proporciona um ambiente controlável para a reeducação de músculos enfraquecidos e desenvolvimento de habilidades.

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A hidroterapia é um recurso que oferece benefícios como: promoção do relaxamento muscular, aumento da facilidade do movimento articular, aumento da força e resistência muscular em casos de fraqueza, aumento da circulação periférica, melhoria da musculatura respiratória, melhoria da consciência corporal, melhoria moral e autoconfiança do paciente.

A água sempre foi uma poderosa inspiração para a imaginação. De acordo com ODENT (1991) a água exerce um efeito na sexualidade, é importante nas fantasias sexuais e tem poder erótico.

Este trabalho teve como objetivo geral analisar os efeitos de um programa de hidrocinesioterapia elaborado para pacientes com anorgasmia feminina. Sendo assim teve como objetivos específicos: elaborar um programa de hidrocinesioterapia para pacientes com anorgasmia feminina; verificar os efeitos de um programa de hidrocinesioterapia na força muscular do períneo; comparar o grau de satisfação com a vida sexual antes e depois do tratamento.

MATERIAIS E MÉTODOS

Esta pesquisa foi do tipo experimental com variação do plano clássico do experimento, constituída de um grupo único sendo realizado pré-teste (T1) e pós-teste (T2). T1 e T2 foram comparados para poder verificar se o tratamento foi eficiente.

O experimento foi realizado na piscina da Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul - campus Tubarão, tendo como população mulheres anorgásmicas, nuligestas, com vida sexual ativa e parceiro único. Para a amostra foram escolhidas de forma aleatória três

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estudantes do curso de Fisioterapia da UNISUL, com idade entre 20 e 23 anos, da cidade de Tubarão.

Com objetivo de realizar uma avaliação mais completa e minuciosa, foram utilizados os seguintes os instrumentos listados abaixo:

• Ficha de avaliação utilizada na Clínica Escola de Fisioterapia, contendo os dados pessoais da paciente, anamnese, história menstrual, ginecológica e clínica, exame físico e inspeção.

• Escala de satisfação sexual: linha tracejada de 0 a 10, onde a paciente indicava o grau de sua satisfação sexual.

• Toque bidigital com os dedos médio e indicador, utilizando luvas e vaselina para a verificação do grau de força perineal que varia de 0 a 3, onde 0 indica sem contração, 1 contração perceptível, 2 não vence resistência e 3 contração vencendo resistência.

• Cones vaginais: são pequenas cápsulas de formato anatômico, constituídas de materiais resistentes e relativamente pesados, o peso dos cones variam entre 20 a 70 gramas aproximadamente. Os cones vaginais utilizados eram da marca Femtone, que era composto por um kit de cinco cones.

Primeiramente foi explicado aos sujeitos da pesquisa o que iria acontecer com eles no decorrer do trabalho. Em seguida as pacientes assinou um termo de consentimento estando ciente que participaria de uma pesquisa.

Foram realizadas duas sessões por semana, com duração de 50 minutos cada, somando um total de 12 sessões. A primeira e a última sessão foram utilizadas para avaliação e reavaliação das pacientes respectivamente. As outras foram para a terapêutica na piscina.

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Na avaliação foi aplicada uma ficha de avaliação contendo dados da paciente, anamnese, história menstrual, ginecológica e clínica, exame físico e inspeção.

Uma escala de satisfação sexual, onde a paciente dava uma “nota” de 0 a 10 para sua relação sexual.

A seguir, foi realizado o toque bidigital, para verificar o grau de força muscular, sendo graduado entre 0 e 3, onde, 0- sem contração, 1- contração perceptível, 2- contração, mas não vence resistência da mão, 3- contração vencendo resistência da mão.

Por último, foi realizada a avaliação com os cones vaginais: um kit composto de cinco cones, onde variavam de peso, entre 20 a 70 gramas. A paciente fez um circuito de atividades, que começava com o cone 1 e ia progredindo para o 2, 3, 4 e 5, conforme terminava o circuito. O circuito constava de caminhada em círculo por dois minutos, passando por subida e descida de escadas e rampas por dez vezes, pular dez vezes, realizar 10 abduções de quadril com cada perna e dez contrações perineal na posição de cócoras, todos com o cone introduzido no canal vaginal. Os cones iam progredindo até a paciente deixar cair.

Os exercícios realizados na piscina em dez sessões foram: caminhada por cinco minutos para aquecimento e alongamento dos membros inferiores. A paciente então realizava exercício de agachamento e no momento em que levantava, associava com contração perineal, em três séries de dez repetições. Realizava movimento de anteversão e retroversão pélvica associado à contração perineal na retroversão, três séries de dez. Exercício de movimento em círculo também associado à contração perineal e em oito com o quadril, três vezes de dez. Na posição deitada em decúbito dorsal, com ajuda de flutuadores e colar cervical, terapeuta na lateral, fazendo resistência manual no movimento

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de abdução do quadril bilateralmente. Com o decorrer das sessões a resistência passou de manual para resistência com caneleiras. E por fim, relaxamento muscular, onde a paciente permanece na mesma posição citada acima, e terapeuta apoiando-a pela cabeça, movimentando-a pela piscina dando estímulos verbais.

Na reavaliação foi aplicada a ficha de avaliação, para comparar algumas respostas como o relacionamento afetivo e sexual com seu parceiro antes e depois tratamento. Foi feita avaliação com o toque bidigital e com os cones vaginais da mesma forma que na avaliação, para comparar o grau de força perineal no pré-teste com o pós-teste. E por fim, foi aplicada a escala de satisfação sexual para observar se as pacientes obtiveram melhora.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As pacientes 1 e 2 possuíam 20 anos de idade e a paciente 3, 23 anos de idade (21 +- 1,7).

Em relação ao sentimento quanto a patologia, a paciente 1 relatou sentir tristeza e as pacientes 2 e 3 relataram sentir-se frustradas

Mannocci (1995) explica que havendo em nossa cultura uma intensa valorização da experiência orgásmica, essa disfunção apresenta um grau elevado de valorização. Berman e Berman (2003) afirmam que o distúrbio orgástico causa sofrimento pessoal à mulher.

Estes sentimentos em relação à patologia fazem com que algumas mulheres sintam-se inferiores diante de seu parceiro, levando à motivação insuficiente pra o ato sexual. Sendo assim, elas adquirem uma insatisfação com a vida sexual.

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A paciente 1 e 3 têm um bom relacionamento com o parceiro no dia-a-dia, e a paciente 2 refere ter um ótimo relacionamento.

Halbe (2000) revela que a história de cada mulher, os motivos de escolha de tal ou qual parceiro, bem como o contexto relacional que se estabeleceu entre ambos são aspectos que interferem nas emoções que permeiam cada ato sexual e orgasmo da mulher.

De acordo com Berman e Berman (2003) problemas de comunicação, raiva, falta de confiança, falta de conexão e uma falta de intimidade podem influenciar de uma maneira negativa a resposta sexual e o interesse da mulher.

As pacientes 1 e 2 fazem utilização de pílula anticoncepcional e a paciente 3 faz uso de preservativo. Todas as pacientes são nuligestas.

Existe evidência que alguns medicamentos causam redução da libido e da excitação e problemas orgásticos. O anticoncepcional é um medicamento que provoca estas respostas em algumas mulheres.

Berman e Berman (2003) dizem que algumas mulheres que tomam pílulas com progesterona, queixam-se de uma perda da libido e de secura vaginal, resultantes das mudanças hormonais provocadas pela pílula.

No pré-teste, a paciente 1 queixou-se de diminuição do desejo para a realização do ato sexual, a paciente 2 de dispareunia e a paciente 3 de anorgasmia.

Berman e Berman (2003) descrevem o distúrbio do desejo sexual hipoativo como sendo uma deficiência contínua ou recorrente ou uma falta de fantasias e pensamentos sexuais, ou uma falta de interesse na atividade sexual. Este distúrbio pode ser resultado de fatores médicos (tais como medicações), de fatores emocionais (tais como depressão) ou da menopausa (natural ou cirúrgica).

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Halbe (2000) explica que o desejo sexual é ativado por um complexo de sistema neuronal no cérebro, que controla a emoção e, com esta, pode ser inibido ou controlado. Quando o desejo é suprimido, inibido, o indivíduo perde o interesse sexual.

Segundo o autor supracitado, dispareunia é a dor durante o coito. Pode ser dividida em superficial (dor no intróito da vagina), profunda (dor com penetração profunda) e intermediária (dor no conduto médio da vagina).

Mannocci (1995) diz que a dispareunia não é propriamente uma disfunção sexual, sendo apenas uma manifestação de um sintoma associado ao coito.

Berman e Berman (2003) concluem que a dispareunia é a dor genital recorrente ou constante associada com o ato sexual. Pode surgir como conseqüência de problemas médicos, tais como infecções vaginais, pode ter uma base psicológica, ou refletir um problema de relacionamento ou ainda outro conflito emocional.

Halbe (2000) explica que a anorgasmia é a falta do orgasmo, que nada mais é do que o resultado de uma excitação sexual que, ao atingir um certo nível de tensão psicofísica, desencadeia um reflexo de alívio acompanhado por uma agradável sensação de prazer. Biologicamente é um ato reflexo.

Mannocci (1995) diz que é comum a queixa de mulheres que embora refiram se excitar bastante, não conseguem atingir o orgasmo.

Nenhuma das pacientes têm problemas respiratórios, doenças cardiovasculares, diabetes ou doenças neurológicas.

Berman e Berman (2003) explicam que as doenças cardiovasculares causam redução do fluxo sanguíneo; a neuropatia diabética (distúrbio do sistema nervoso e dos vasos sanguíneos relacionado à diabetes) é que afeta a função sexual nos diabéticos.

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Assim como as doenças cardiovasculares, e a diabetes, doenças respiratórias e neurológicas também podem enfraquecer a musculatura e diminuir o prazer.

Grau de força perineal através do toque bidigital

0 1 2 3 F o rç a 1 2 3 Pacientes avaliação reavaliação

Gráfico 1 – Grau de força perineal através do toque bidigital pré e pós-teste.

No gráfico 1, pode-se observar que todas as pacientes antes e após o tratamento atingiram o mesmo grau de força perineal. No toque bidigital observou-se ganho de força perineal, passando de grau 2 (contração mas não vence resistência da mão) para grau 3 (contração vencendo resistência da mão).

Mannocci (1995) relata que os exercícios além de melhorar a tonicidade da musculatura perivaginal, aumentam a irrigação sanguínea local e a capacidade sensória vaginal, propiciando à mulher melhor captação e percepção dos estímulos vaginais, além de um melhor conhecimento e percepção sensorial por ter um autocontrole da referida musculatura.

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Moreno (2004) afirma que a cinesioterapia do assoalho pélvico é o único método que não possui contra-indicações e pode ser realizado individualmente ou em grupo.

Luiz e Mazarini (2004) dizem que a hidroterapia facilita o desenvolvimento dos exercícios. Por causa da água, as atividades realizadas em uma sessão de hidroterapia não sobrecarregam as articulações.

Grau de força perineal através dos cones vaginais

0 1 2 3 4 5 F o rç a 1 2 3 Pacientes avaliação reavaliação

Gráfico 2 – Grau da força perineal através dos cones vaginais pré e pós-teste.

Com o gráfico 2, observa-se que a paciente 1 e 2 obtiveram ganho de força perineal na avaliação com os cones, e a paciente 3 manteve sua força, sendo que esta já segurava o cone mais pesado na avaliação.

A paciente 1 teve evolução significativa, passando do cone número 3 para o de número 5. Já a segunda paciente evoluiu do cone número 3 para o de número 4, tendo uma

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evolução considerável. A paciente 3 manteve o cone, sendo este o de número 5, mas não quer dizer que não obteve evolução.

Berman e Berman (2003) explicam que o fortalecimento dos músculos pubococígeos ou assoalho pélvico, músculos que rodeiam o orifício da vagina, pode ajudar a intensificar a excitação e o orgasmo.

Paciornik (1997) diz que grande número de mulheres com pressão vaginal baixa queixam-se de insatisfação sexual. O mau desempenho é freqüente nas com menos de 30 milímetros de mercúrio. Ainda de acordo com o mesmo autor, exercícios apropriados aumentam a pressão vaginal. Em geral, à medida que a pressão vaginal sobe, melhora o desempenho sexual, tornando-se mais raros os desajustes sexuais.

Luiz e Mazarini (2004) explicam que a hidroterapia reduz a ação da força da gravidade, favorecendo a realização dos movimentos, com segurança, principalmente para pessoas com excesso de peso. Aumenta entre seis e quinze vezes a resistência aos exercícios em relação ao ar.

Grau de satisfação com a vida sexual

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 S a ti s fa ç ã o 1 2 3 Pacientes avaliação reavaliação

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Com o gráfico 3 pode-se observar a evolução do grau de satisfação com a vida sexual que as pacientes obtiveram depois do tratamento fisioterapêutico. Pode-se constatar que os efeitos do tratamento foram benéficos.

A paciente 1 evoluiu seu grau de satisfação com a vida sexual, que foi marcado em uma linha tracejada de 0 a 10, de 5 para 8. A paciente dois evoluiu de 7 para 8,5. Já a paciente 3 obteve evolução no grau de satisfação com a vida sexual de 7 para 9.

De um modo geral, as pacientes relataram que o relacionamento sexual com seus parceiros melhorou de modo significativo, sendo esta mais afetiva e amorosa. As fases de desejo e excitação tiveram importância, já que aconteceram de forma mais intensa. As pacientes 1 e 3 conseguiram atingir o orgasmo. A paciente 2 não chegou ao orgasmo mas relatou que a dispareunia reduziu.

4.5 Qualidade do relacionamento sexual

Relacionamento Sexual (pré-teste) Relacionamento Sexual (pós-teste)

1 Bom Ótimo

2 Bom Ótimo

3 Ruim Ótimo

Quadro 1: qualidade do relacionamento sexual pré e pós-teste. Fonte: pesquisa elaborada pela autora.

O quadro 1 está mostrando a evolução quanto à qualidade do relacionamento sexual. No pré-teste as pacientes 1 e 2 classificaram sua relação sexual sendo boa e a paciente 3 como ruim. Mas após o tratamento fisioterapêutico todas as pacientes classificaram o seu relacionamento sexual como sendo ótimo.

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Para Back (2002), o tratamento da disfunção sexual é de suma importância, pois na questão da saúde propriamente dita a questão sexual desempenha uma função vital para os dois sexos, tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula que a felicidade sexual é uma condição inseparável da questão da saúde, onde a falta de prazer pode desencadear múltiplos problemas como uma constante tensão ou mau humor, depressão, insônia, entre outros.

A melhora na qualidade do relacionamento sexual é resultado de todos os fatores citados, já que as pacientes mostraram ganho no grau de força perineal, melhora no grau satisfação e melhora no relacionamento com seu parceiro.

Luiz e Mazarini (2004) relatam que a hidroterapia diminui a ansiedade, sendo excelente no combate ao estresse.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A área de Ginecologia e Obstetrícia ainda é um campo pouco explorado dentro da Fisioterapia. Sendo que relacionado com as disfunções sexuais, neste caso a anorgasmia, poucos são os que conhecem as técnicas e as formas de tratamento que a Fisioterapia oferece.

Com a conclusão deste trabalho, observou-se a importância dos efeitos da Fisioterapia no tratamento deste tipo de patologia, pois foi possível obter resultados significativos.

O protocolo de tratamento utilizado mostrou-se ser eficaz na melhora da disfunção sexual. Foi possível constatar que as pacientes tiveram um ganho no grau de

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força perineal, no grau de satisfação com a vida sexual, melhora no relacionamento diário e sexual com seu parceiro e maior consciência corporal.

Sendo assim, os objetivos propostos nesta pesquisa foram alcançados, o programa de hidrocinesioterapia elaborado para pacientes com anorgasmia feminina obteve sucesso principalmente no grau de força perineal e na satisfação sexual.

Fica aqui sugerido, que para um próximo trabalho de pesquisa nesta área, se faça com uma amostra maior.

A Fisioterapia na área de Ginecologia e Obstetrícia tem muito a evoluir, principalmente relacionada a anorgasmia feminina, já que entre 50 % e 70% das mulheres brasileiras apresentam esta patologia.

REFERÊNCIAS

BACK, L.R Clínica renascer vaginismo. | citado 24 ago 2002 |. Disponível em URL: http://www.mps.com.br/infoserv/renascer/vaginismo.htm.

BEREK, J.S. Novak: Tratado de ginecologia. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. cap. 11, p. 205-210.

BERMAN, J.; BERMAN, L. Só para mulheres. Tradução Vera Joscelyne. Rio de Janeiro: Record, 2003.

CAMPION, M.R. Hidroterapia: princípios e prática. São Paulo: Manole, 2000.

HALBE, H.W. Tratado de ginecologia. 3. ed. São Paulo: Roca, 2000. v. 3.

LUIZ, D.C.G.; MAZARINI, C. Terapia dentro d`água. Disponível em URL:

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MANNOCCI, J,F. Disfunções sexuais: abordagem clínica e terapêutica. 3. ed. São Paulo: Fundo editorial Byk, 1995.

MORENO, A. L. Fisioterapia em uroginecologia. São Paulo: Manole, 2004.

NORM, A.; HANSON, B. Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo: Manole, 1998. p. 1.

ODENT, M. Água e sexualidade. Tradução Fátima Marques. São Paulo: Siliciano, 1991. p. 37-51.

PACIORNIK, M. Aprenda a nascer e a viver com os índios: parto de cócaras, desempenho sexual e ginástica indígena. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 1997.

POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em obstetrícia e ginecologia. 2. ed. São Paulo: Santos, 2000.

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