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O CORPO DA DOCÊNCIA. A mulher e a construção do Ensino Normal em Guarapuava ( )

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Academic year: 2021

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O CORPO DA DOCÊNCIA

A mulher e a construção do Ensino

Normal em Guarapuava (1930-1960)

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Universidade Estadual do Centro-Oeste Guarapuava - Irati - Paraná - Brasil

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Sonia Antonovicz Vicentin Carlos Herold Junior

A mulher e a construção do Ensino

Normal em Guarapuava (1930-1960)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE UNICENTRO

Reitor: Aldo Nelson Bona Vice-Reitor: Osmar Ambrosio de Souza

Copyright © 2012 Editora UNICENTRO

Nota: O conteúdo desta obra é de exclusiva responsabilidade de seus autores. Editora UNICENTRO

Direção: Beatriz Anselmo Olinto

Assessoria Técnica: Bruna Silva, Luciano Farinha Watzlawick, Luiz Gilberto Bertotti, Ruth Rieth Leonhardt, Waldemar Feller

Divisão de Editoração: Renata Daletese Correção: Ari José de Souza

Diagramadores: André Luis Justus Czovny, Fernanda Nabas Gongra, Lucas Silva Casarini, Marcio Fraga de Oliveira

Diagramação: Marcio Fraga de Oliveira Capa: Renata Daletese Imagem da capa: Luiz Gustavo Leme

Publicação aprovada pelo Conselho Editorial da Unicentro

Ficha Catalográfica Catalogação na Publicação Regiane de Souza Martins -CRB9/1372

Vicentin, Sonia Antonovicz

V633c O corpo da docência: a mulher e a construção do ensino normal em Guarapuava (1930-1960). / Sonia Antonovicz Vicentin; Carlos Herold Junior. – – Guarapuava: Unicentro, 2012.

166 p.: il. Bibliografia.

ISBN 978-85-7891-118-8

1. Educação – Guarapuava – Paraná. 2. Educação – Guarapuava – História. 3. Educação – Mulheres. 4. Mulheres Educadoras. I. Autor. II. Título.

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Este livro é dedicado à memória da professora Julia de Santa Maria Pereira.

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Apresentação

Este livro é um dos resultados do projeto “Escolarização e instituições educacionais em Guarapuava (1860-1960)”, desenvolvido no Departamento de Pedagogia da UNICENTRO, entre 2007 e 2009, e apoiado pelo CNPq com auxílio à pesquisa.

Do ponto institucional, o início da trajetória que culminou em O Corpo da Docência deu-se em

um processo de diálogo centrado em trabalhos de iniciação científica e de conclusão de curso. No que diz respeito à temática, o grande impulso que uniu o trabalho de uma acadêmica do Curso de Pedagogia da UNICENTRO-Guarapuava e de um professor do mesmo departamento, foi a preocupação em incrementar, qualitativa e quantitativamente, estudos que focalizassem as diferenciadas facetas da educação de Guarapuava a partir de uma perspectiva histórica.

Essa intenção, em primeiro lugar, tem uma justificativa regional, por descortinar processos e lutas em torno da escolarização da sociedade

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“escolarizar” foi um caminho seguido de forma geral pela sociedade brasileira a partir do século XIX, o foco nas particularidades de cada região ou município pode contribuir para a construção coletiva da área de história da educação, fornecendo condições para bem analisar tanto as continuidades quanto as rupturas postas em evidência no difícil “jogo de escalas” (REVEL, 1996). Com isso, mesmo com a nossa atenção direcionada para meados do século XX, assumimos que nosso objetivo maior é o de pensar a realidade que enfrentamos em nossas instituições de ensino, hoje, sem nos esquecer, entretanto, que essa “boa intenção” só poderá ser realizada embasando-se no rigor e cuidados metodológicos que subsidiam a escrita histórica. O desafio, assim, é evitarmos tanto as generalizações apressadas, quanto recusar qualquer tentativa de generalizar conclusões, transitando entre diferentes temporalidades em busca de seus mútuos débitos.

Em segundo lugar, as lacunas existentes em torno da história da educação de Guarapuava são, também, silêncios a serem abordados por aqueles que estudam a história da educação do Paraná. O

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volume e a qualidade de estudos sobre a história educacional do Paraná têm aumentado nos últimos anos, possuindo nos cursos de pós-graduação existentes em Curitiba, Ponta Grossa, Maringá e Cascavel polos de irradiação de grande valor. Mesmo sendo compreensível o fato de essas cidades receberem maior atenção, outras localidades também são alvo de inquietações, com uma frequência e profundidade maiores do que aquelas direcionadas à Guarapuava. Se contemplarmos a presença e o papel que Guarapuava teve na história do Paraná desde o final do século XVIII, constatamos um espaço de pesquisa que pode ser mais explorado e, com certeza, oferecer questões e respostas sobre variadas problemáticas da educação e história paranaenses.

A ambição de colaborar com esse conjunto de questões só existe pela presença e pelo apoio de pessoas e instituições que foram fundamentais para a existência desta obra. Murilo Walter Teixeira, Julia de Santa Maria Pereira (in memorian), Erony Leonor Costa Loures, o Colégio Nossa Senhora do Belém e o Centro de Documentação e Memória da Unicentro, ajudaram-nos ao permitir acesso

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aos seus arquivos. Waldemar Feller e Terezinha Saldanha fizeram leituras atentas dos originais e deram preciosas sugestões para aprimorar o resultado final. Por fim, agradecemos à Fundação Araucária e ao CNPq pelo apoio financeiro que possibilitou à pesquisa e publicação deste livro.

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Prefácio

Sonia Antonovicz Vincentin e Carlos Herold Junior gentilmente solicitaram-me a escrita do prefácio para o livro O corpo da docência: a mulher e a construção do ensino normal em Guarapuava (1930-1960).

O texto é um dos resultados da pesquisa apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Escolarização e Instituições Educacionais em Guarapuava (1860- 1960).

O tema, o período, as fontes são familiares, fazem parte de meu universo de pesquisa e interesse de estudo. A leitura estimulante, de imediato, fez lembrar Ecléa Bosi, em Memória e Sociedade, ao

afirmar que “O passado [...] não é o antecedente do presente, é a sua fonte”1. Mas por meio de quais

fontes o historiador da educação busca no passado os vestígios deixados pelo tempo?

No âmago da história da educação, ao longo das últimas décadas, os pesquisadores têm se debruçado sobre novas fontes documentais para encontrar nos registros do tempo passado, indícios dos caminhos percorridos pela formação de professores e pela profissão docente de modo a 1 BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: lembranças de velhos. 10. Ed. São Paulo:

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constituir o campo educativo, retratado a partir de enfoques teórico-metodológicos e periodizações diversas.

A temática tem feito parte de esforços individuais e coletivos de pesquisadores brasileiros

na atualidade. Recorrente nos congressos e nas publicações da área de história da educação, expressa a crescente produção da pesquisa, sobretudo no âmbito da pós-graduação stricto sensu.

Como exemplos, os livros: A história da profissão docente no Brasil: representações em disputa2, que busca

compreender o processo de profissionalização docente a partir de uma perspectiva sócio-histórica; e As escolas normais no Brasil: do império à república3, que

congrega o trabalho de 31 pesquisadores sobre a história da formação de professores e o processo de institucionalização da escola normal em diferentes províncias e estados.

As contribuições destas investigações têm sido imensuráveis para o campo da história e da historiografia da educação brasileira, à medida 2 VICENTINI, Paula Perin; LUGLI, Rosario Genta. História da profissão docente no Brasil: representações em disputa. São Paulo: Cortez, 2009

(Biblioteca Básica da História da Educação Brasileira).

3 ARAUJO, José Carlos de Souza; FREITAS, Ana Maria Gonçalves Bueno de; LOPES, Antônio de Pádua Carvalho. As escolas normais no Brasil: do

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que suscitam inúmeras reflexões acerca das ações do Estado, da organização do trabalho escolar, do trabalho docente e da formação de professores, envolvendo os processos de escolarização e feminização do magistério.

O livro que Vicentin e Herold Junior tornam público, certamente, vem agregar conhecimento a este campo de pesquisa. Objetiva analisar os debates acerca da construção do ensino normal em Guarapuava e compreender as diferentes representações sobre as mulheres retratadas nos jornais que circularam na cidade entre as décadas de 1930 e 1960. A obra contribui para minimizar algumas lacunas ainda existentes na historiografia da educação paranaense acerca dos estudos regionais e, ao mesmo tempo, conduz o leitor a reexaminar minuciosamente as temáticas da feminização do corpo docente e da formação de professores a partir do foco da história regional da educação.

Segundo os autores, o esforço consistiu em relacionar a especificidade do regional da sociedade guarapuavana nas décadas supracitadas com o movimento mais amplo do capitalismo e da educação pública no contexto nacional e internacional. Tarefa que perpassa toda a narrativa,

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apoiada em fontes documentais da imprensa periódica.

A imprensa tem se configurado como uma importante fonte para a pesquisa histórico-educacional à medida que possibilita retratar a vida cotidiana e as questões que lhes são relevantes. Nas palavras de António Nóvoa, “[...] é difícil encontrar um outro corpus documental que traduza com tanta

riqueza os debates, os anseios, as desilusões e as utopias que têm marcado o projeto educativo nos últimos dois séculos” 4.

No livro, os autores não só se utilizam da imprensa para compor o retrato da vida cotidiana na qual as representações sobre a mulher se constituem na sociedade guarapuavana em meio ao processo de institucionalização da escola normal e da profissionalização do magistério feminino, como o fazem com o rigor teórico-metodológico que esta fonte exige. A partir da análise dos periódicos, chegam a fundação de um discurso acerca do papel da mulher na sociedade e na escola.

4 NÓVOA, António. A imprensa de educação e ensino: concepção e organização do repertório português. In: CATANI, Denice Barbara; BASTOS, Maria Helena Camara (orgs.). Educação em Revista. A imprensa periódica e a história da educação. São Paulo: Escrituras, 1997, p. 30.

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O texto apresenta-se dividido em dois capítulos. No primeiro, intitulado A mulher e seus diferentes papéis educacionais na história, os autores tomam como ponto de partida a sociedade industrial do século XVIII para refletir sobre as permanências históricas e as novas características que envolvem a condição da mulher no campo econômico, social e cultural e as sucessivas representações construídas até o último quartel do século XIX que irão identificá-la como “[...] a mãe educadora como base para justificativa da mulher professora”. Neste capítulo retratam a condição feminina e o ensino normal brasileiro no decorrer do século dezenove até as décadas iniciais do século vinte, para conduzir o leitor na pertinente reflexão sobre o processo de feminização do magistério, a qual se faz apoiada na produção historiográfica acerca da temática.

Sob o título Mulheres, educação e formação de professores no Paraná o leitor é movido, no segundo

capítulo do livro, a percorrer a trajetória do ensino normal no Estado do Paraná e, a partir deste cenário, identificar as diferentes representações sobre a mulher que emergiram das páginas dos jornais guarapuavanos em meio aos debates sobre a constituição do ensino normal.

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Concluído com a ênfase de que a história da educação guarapuavana esteve imersa em meio às mudanças políticas e econômicas que marcaram a história do capitalismo e da educação pública no século XIX, em âmbito nacional e internacional, os autores constatam

[...] que no interior das representações que se cruzaram e se chocaram em Guarapuava, a mulher tornou-se o corpo da docência, em processo em que visões, signos e atitudes historicamente construídas, agregaram-se à materialidade corporal, formatando, assim, o que era e o que deveria ser a ‘professorinha’ com responsabilidades ‘sacrossantas’.

O livro traz uma significativa contribuição para o campo da história da educação e cumpre uma dupla finalidade: comunica os resultados de um processo de pesquisa à comunidade acadêmica e científica e, ao mesmo tempo, socializa o teor de fontes documentais inéditas sobre a escola normal em Guarapuava e as diversas representações constituídas acerca do corpo da docência.

A qualidade do texto, o conhecimento proporcionado pela leitura, enfim, o mérito do livro consiste exatamente em lançar luzes a um

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período da história da educação, no qual o debate educacional é intensificado em torno das questões relacionadas à organização da escola pública primária e do sistema nacional de educação, com o objetivo de democratizar as condições de acesso ao ensino elementar, que havia sido preconizado pelo ideário republicano, mas ainda não equacionado na realidade brasileira. Neste cenário, a formação de professores ganha relevo específico no interior do país e recebe, por meio da Lei Orgânica do Ensino Normal de 19465, orientação precisa para

atender a escolarização da infância nas regiões mais afastadas, sobretudo, nas zonas rurais, com a criação do curso normal regional. O que torna a temática, sob o olhar dos estudos regionais, relevante para refletirmos sobre os desafios da escola pública na atualidade.

À Sonia e ao Carlos, parabenizo pela

importância do trabalho realizado e agradeço pela possibilidade da leitura em primeira mão. Aos novos leitores, desejo uma prazerosa leitura a partir da reflexão de Roger Chartier6 “[...] cada

5 BRASIL. Decreto-Lei N. 8.530 – de 2 de janeiro de 1946. Lei Orgânica do Ensino Normal. Disponível em: <http://www.soleis.adv.br/ leiorganicaensinonormal.htm> Acesso em: 17 jul. 2011.

6 CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. Tradução:

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leitor, cada espectador, cada ouvinte produz uma apropriação inventiva da obra ou do texto que recebe”.

Analete Regina Schelbauer7

Agosto de 2011

Estado de São Paulo, 1999, p. 19.

7 Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Professora Adjunta do Departamento de Teoria e Prática da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá.

Referências

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