• Nenhum resultado encontrado

ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA Módulo 6. Estado e Poder Estudo de Caso: ANGOLA Sessão 16/11/2016

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA Módulo 6. Estado e Poder Estudo de Caso: ANGOLA Sessão 16/11/2016"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

ECONOMIA E PODER EM ÁFRICA

Módulo 6. Estado e Poder

Estudo de Caso: ANGOLA

Claudia Generoso de Almeida claudiagalmeida@gmail.com

@ António Ole, 1978

(2)

Resumo da sessão de 6 de Novembro

» 1. Principais abordagens no estudo do Estado em África [1980-1995;1995-1989;1989-início da década de 2000]

Podemos afirmar que há um movimento: um esforço de sair da visão eurocêntrica de Estado, ao mesmo tempo procurando formular conceitos válidos para analisar a realidade da política africana.

» 2. Características atribuídas ao Estado pós-colonial em África

Poder limitado; Estado Falhado e ou colapsado, Estado rendeiro; Incidência de conflitos armados (guerras civis); Pobreza e fome; níveis elevados de corrupção; INFORMALIZAÇÃO DO PODER

» 3. Neopatrimonialismo e personalização do poder (big man rule) como características fundamentais do

O que faltou detalhar

(3)

Quiz: por que razão estão assinalados estes 3 países africanos? O que aconteceu recentemente?

(4)
(5)

Fonte: https://asp.icc-cpi.int/EN_Menus/asp/pages/asp_home.aspx

Resposta: Saída anunciada de vários Estados Africanos do Tribunal Pena Internacional, nomeadamente Burundi, África do Sul e Gâmbia. Que significado tem?

Veja-se: http://cei.iscte-iul.pt/blog/tensoes-entre-africa-e-o-tribunal-penal-internacional/

http://www.aljazeera.com/news/2016/10/gambia-withdraws-international-criminal-court-161026041436188.html

(6)

» 3. Neopatrimonialismo e personalização do poder (big man rule)

Patrick Chabal e Jean-Pascal Daloz (Africa Works, Disorder as Political

Instrument 1999): 3 enfoques sobre a natureza do Estado Africano

1) Atributos do Estado moderno (estrutura política centralizada + povo + território). Problema: o Estado não é simplesmente o resultado inevitável da evolução do sistema de regulação do poder dentro de uma dada ordem social. 2) Marxista e neomarxista: o Estado é um instrumento de acumulação e de violência ao serviço da classe dominante. Problema: a ideia da existência de classes sociais em África que promoveu e coordenou o crescimento económico para benefício de uma dada classe social.

3) Origens do Estado: a noção de que todos os estados pós-coloniais foram constituídos formalmente segundo o modelo de Estado moderno ocidental Problema: não é uma evidência do seu grau de institucionalização e não nos ajuda a compreender o exercício do poder.

Proposta destes dois autores: Informalização do poder e das instituições

o obstáculo para o desenvolvimento do Estado (tal como se entende no ocidente) em África é o resultado da dinâmica da instrumentalização da política da desordem (caos organizado).

(7)

Conceito que remonta para o conceito de Patrimonialismo do sociólogo alemão Max Weber (séc. XIX). 3 fontes de autoridade/legitimidade

(tradicional, carismática e legal-racional)

Emancipação do Estado (estabelecimento de uma burocracia verdadeiramente independente, ou seja, a formalização e a autonomia das instituições) assenta no estabelecimento e no funcionamento de um serviço público não constrangido pelas dinâmicas das pressões sociais – ou seja, o fim do patrimonialismo (Max Weber) O conceito de neopatrimonialismo surge com Shmuel N. Eisenstadt,

(Traditional Patrimonialism and Modern Neopatrimonialism,1993): forma moderna de patrimonialismo.

Na sequência, e sobretudo nos países da África ocidental, a noção foi explorada. Aparelho de Estado formal + Sistema informal. Ou seja, a esfera pública e privada estão misturadas. Consequências: o serviço público mantém-se personalizado por via do clientelismo e do nepotismo (favorecimento de pessoas próximas) + o acesso às instituições do Estado é o meio principal para enriquecimento pessoal.

(8)

Neopatrimonialismo: Forma moderna de patrimonialismo: sistema híbrido de

autoridade patrimonial (relações pessoais, esfera privada) e de autoridade legal-racional (esfera pública). A informalidade e a formalidade interrelacionam-se de várias formas e em vários níveis e institucionaliza-se. Distribuição de recursos que dão origem a uma rede clientelar (patrão-cliente) ao redor de um indivíduo ou partido poderoso.

Consequência: insegurança dos cidadãos relativamente às instituições do Estado

Como parte integrante do neopatrimonialismo, temos:

Clientelismo : oferta de serviços e recursos específicos a indíviduos em

troca de apoio político (por exemplo: voto).

Patronagem: distribuição de favores (por exemplo: estradas, escolas)

politicamente motivada a grupos.

(Gero Erdmann e Ulf Engel, Neopatrimonialism Reconsidered: Critical

(9)

Nicholas Van de Walle (Neopatrimonialism and Democracy in Africa, with

an Illustration from Cameroon,1994): o traço institucional distintivo dos

regimes africanos é o neopatrimonialismo, isto é, o chefe executivo mantem a autoridade a partir de patronagem pessoal.

Mas há quem se distancia do conceito:

Por exemplo, Crawford Young (The Third Wave of Democratization in

Africa: Ambiguities and Contradictions,1999) usa antes o conceito de

Estado patrimonial autocrático.

MwayilaTshiyembé (État multinational et démocratie Africaine: Sociologie

de la renaissance politique, 2001), por sua vez, afirma que existe uma

tendência no que respeita ao neopatrimonialismo, mas os Estados em África não podem ser analisados exclusivamente a partir dessa teoria.

(10)

Big man rule como instituição informal chave em África

Traduz as relações patrão-cliente num sistema patrimonial, com ênfase no poder do patrão e na distância entre o líder e o subordinado. A essência dessa relação é que o patrão providencia recursos, serviços e oportunidades – aos quais o big man tem acesso – aos seus seguidores em troca de lealdade. Os recursos de patronagem provêm do Estado.

(John F. McCauley, Africa's new big man rule? Pentecostalism and patronage

in Ghana, 2012)

Porém, o big man não consegue estar em contacto com todos, então estabelece relações clientelares. Problema: necessita de acumular muitos recursos para dar à sua rede clientelar e demonstrar a sua riqueza pessoal para ser credível aos seus clientes (Jean-Pascal Daloz Big men’ in

Sub-Saharan Africa: How elites accumulate positions and resources, 2002; Hydén

2012).

Ou seja, a acumulação pessoal de recursos é necessário para que o big

man consiga sustentar a suas relações clientelares e, por conseguinte,

(11)

O Problema de não sair do Poder

Os mandatos sem termo dos presidentes:

http://www.africanvault.com/longest-serving-african-presidents/

Term Limits and Democratic Consolidation in Sub-Saharan Africa: Lessons from Burundi

(12)

Na próxima sessão (dia 18 de Novembro), iremos analisar O Estado em Angola

Referências

Documentos relacionados

Enfim, está claro que a discussão entre Ghiselin e De Queiroz diz res- peito ao critério de identidade para táxons. Para Ghiselin, um indivíduo é algo que não apresenta

entrevistados e dividimos em categorias a serem analisadas, são elas: Livro Didático de Educação Física existentes no contexto escolar; A adoção do Livro Didático nas aulas

Uma técnica muito utilizada pelas empresas para melhorar seus processos é o método DMAIC, que alinhado com a metodologia Seis Sigma visa a resolução de problemas na

Essa revista é organizada pela Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE) e por isso foram selecionados trabalhos que tinham como objetivo tratar a

introduzido por seus orifícios e daí se descarrega no difusor secundário e depois no difusor principal, e a seguir para o coletor de admissão e cilindros... 8-C

9º, §1º da Lei nº 12.513/2011, as atividades dos servidores ativos nos cursos não poderão prejudicar a carga horária regular de atuação e o atendimento do plano de metas do

Portanto, conclui-se que o princípio do centro da gravidade deve ser interpretado com cautela nas relações de trabalho marítimo, considerando a regra basilar de

Esses comportamentos são também vistos por Simmel como uma patologia porque, assim como ao avaro e ao pródigo, o dinheiro pode tornar-se um fim em si mesmo,