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CENTRO DE ENSINO FACULDADE SÃO LUCAS CURSO DE ENFERMAGEM JULIA DE ALMEIDA TRABALHO DAS DOULAS NO ACOMPANHAMENTO ÀS MULHERES NO SEGUIMENTO DO PARTO

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CENTRO DE ENSINO FACULDADE SÃO LUCAS CURSO DE ENFERMAGEM

JULIA DE ALMEIDA

TRABALHO DAS DOULAS NO ACOMPANHAMENTO ÀS MULHERES NO SEGUIMENTO DO PARTO

PORTO VELHO 2016

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JULIA DE ALMEIDA

TRABALHO DAS DOULAS NO ACOMPANHAMENTO ÀS MULHERES NO SEGUIMENTO DO PARTO

Monografia apresentada ao Curso de

Enfermagem da Faculdade São Lucas, como requisito para obtenção do Titulo de Bacharel Orientador: Profª. Mestra em Ensino em Ciências da Saúde Edilene Macedo Cordeiro.

PORTO VELHO 2016

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JULIA DE ALMEIDA

TRABALHO DAS DOULAS NO ACOMPANHAMENTO ÀS MULHERES NO SEGUIMENTO DO PARTO

Monografia apresentada ao Curso de

Enfermagem da Faculdade São Lucas, como requisito para obtenção do Titulo de Bacharel.

Data de Aprovação: 30/06/2016.

Banca Examinadora

_______________________________________________

Profª. Mestra em Ensino em Ciências da Saúde Edilene Macedo Cordeiro Orientador

_______________________________________________ Prof. Ms César Alexandra R. Figueiredo

Profº;Esp.

______________________________________________ Jandra Abrantes Pereira Leite

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À Deus, minha família especialmente aos meus pais excluídos dos bancos escolares pela palmatória, ao meu amor pela ajuda e compreensão, aos meus amigos, Drº. Luis E. Maiorquin, Drª. Carmelita Carvalho, Risoneide de Souza, enfermeiras Maria Augusta Ramalhes e Débora Melo pelo incentivo desta conquista, a minha orientadora Mestra Edilene Macedo, aos profissionais, aos pacientes em especial grávidas, das unidades da atenção básica ao nosocômio, por

contribuir com meu crescimento e

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à DEUS, pela oportunidade concedida na realização de mais uma conquista em minha vida.

À minha família em especial meus país, meu amor pelo apoio, paciência e compreensão que tiveram a cada ausência minha.

Aos meus amigos com quem pude contar nos momentos difíceis, e aos demais que passaram na minha vida neste período e acrescentarão o meu intelecto, pelo esforço e a paciência que tiveram comigo.

Na pessoa do professor Bernardo na sua sensibilidade humana, compreensão e ética, que me serviu como espelho profissional e assim contribuiu para o meu aprendizado e vitória, deixo minha gratidão a todos os educadores que escolhe sua profissão com respeito ético, que não assassinam sonhos, mas que desvela vidas competentes na busca de suas conquistas.

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“A forma de nascer continua sendo a mesma, mas é necessário que nesse nascer o amor se transborde.” (de Almeida Julia).

“Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la.” (Augusto Cury).

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RESUMO

O estudo propôs uma análise do trabalho das doulas no acompanhamento às mulheres no seguimento do parto que buscou demonstrar os efeitos do suporte dado às parturientes durante o trabalho de parto/parto, pelas profissionais doulas. Quanto aos resultados deste estudo foi possível observar que através de diversos autores em unanimidade comprovaram a eficácia da referida assistência, maternas e neonatais têm sido aferido em diversos ensaios clínicos randomizados, metanálises e revisões sistemáticas. Essa monografia apresenta à revisão dessas pesquisas, onde os resultados apontaram que o suporte no trabalho de parto não é novo e que as mulheres continuam precisando de segurança, aceitação e liberdade e que a presença de uma companhia apoiadora durante o trabalho de parto é apresentada como resposta positiva a essa necessidade. Também enfocaram que os hospitais maternidades precisam implementar o programa de doulas, ou fazer ajustes, para que esse cuidado seja providenciado durante o trabalho de parto. Neste contexto foram incluídos estudos publicados entre os anos de 1980 a 2015, que consideram explicitamente os aspectos ponderados. De forma geral, destacam-se para a redução da taxa de cesarianas, da analgesia/medicamentos para alívio da dor, da duração do trabalho de par to, da utilização de ocitocina, produzindo aumento na satisfação materna com a experiência vivida e maior produção do aleitamento. O presente estudo demonstrou que, se o provedor de suporte não for um profissional de saúde, os benefícios são bem mais exacerbados.

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ABSTRACT

The study proposed an analysis of the work of doulas in monitoring women following childbirth which sought to demonstrate the effects of the support given to mothers during labor / delivery, by professional doulas. As for the results of this study it was observed that through various authors unanimously confirmed the effectiveness of such assistance, maternal and neonatal have been assessed in several randomized controlled trials, meta-analyzes and systematic reviews. This monograph presents the review of these surveys, where results showed that support during labor is not new and that women continue to need security, acceptance and freedom and that the presence of a supportive company during labor is presented as positive response to this need. Also focused on the maternity hospitals need to implement the program doulas, or make adjustments so that this care is provided during labor. In this context it was included studies published between the years 1980-2015, which explicitly consider the weighted aspects. In general, stand out for the reduction of cesarean rate, analgesia / drugs for pain relief, duration of labor, use of oxytocin, an increase in maternal satisfaction with the lived experience and increased production of breastfeeding . This study showed that if the support provider is not a health professional, the benefits are even more exacerbated.

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LISTAS DE TABELAS

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BASE – Hospital Dr. Ary Pinheiro/RO BH – Belo Horizonte

BIREM – Biblioteca Regional de Medicina BIS - Boletim do Instituto de Saúde

CBO – Categorização Brasileira de Empregos DOE – Diário Oficial do Estado de Rondônia EUA – Estados Unidos da America

LILACS – Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde. MS – Ministério da Saúde

OMS – Organização Mundial de Saúde ONGs – Organizações não Governamentais

PHPN – Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento RO – Rondônia

SIELO – Biblioteca Regional de Medicina SUS – Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ... 12 2 OBJETIVOS ... 15 2.1 OBJETIVO GERAL ... 15 3 METODOLOGIA ... 16 4.1 HISTÓRICO DA DOULA ... 177 4.1.2 O Acompanhante de Parto ... 222

4.1.3 Doula na Eventualidade do Parto e Parto ... 23

4.2 DOULA UMA NOVA PROFISSÃO COMO PROPOSTA DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO ... 24

4.2.1 Formação da Doula ... 26

5 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO... 28

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 322

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1 INTRODUÇÃO

A humanização da assistência ofertada à mulher no decorrer do fenômeno natural e fisiológico do parto vem sofrendo novas concepções, sendo substituída, ou seja, transformada com o passar dos tempos (SANTOS, 2002).

Apoiado ainda na ótica de Santos (2002), sobre a atenção ao parto no mundo, onde o Brasil também se encontra incluso, são muitas as mudanças ocorridas e novas formulações estão sendo introduzidas, entre profissionais e a clientela, essa postura de normalidade, seja no Sistema Único de Saúde - SUS ou privado.

De acordo com Brasil (2001), a profissional doula é uma acompanhante de parto treinada para proporcionar suporte físico, emocional e afetivo durante o trabalho de parto e parto.

Neste sentido ela prestar assistência à parturiente de diversas formas, por exemplo: orientando-a a assumir a posição que mais lhe agrade durante as contrações; favorecendo a manutenção de um ambiente tranquilo e acolhedor, com silêncio e privacidade; auxiliando na utilização de técnicas respiratórias, massagens e banhos mornos; orientando a mulher sobre métodos para alívio da dor que podem ser utilizados, se necessários; estimulando a participação do marido ou companheiro em todo o processo; apoiando e orientando a mulher durante todo o período expulsivo, incluindo a possibilidade da liberdade de escolha quanto à posição a ser adotada (BRASIL, 2001).

A primeira pesquisa realizada na década de 80 se deu na Guatemala, com a finalidade de verificar a eficácia da presença das doulas na companhia das parturientes em trabalho de parto e nesta pesquisa foi observado um grupo de grávidas que quando apoiada pela acompanhante doulas desvelou qualidade na assistência como: diminuição de anestesiológia peridural no parto vaginal e redução das cesarianas (SANTOS; NUNES, 2009).

O primeiro estudo que teve como objetivo investigar os efeitos da presença contínua de uma acompanhante qualificada (doula) ao lado da parturiente durante o trabalho de parto foi realizado em 1980. Trata-se de um ensaio clínico randomizado com 136 parturientes, no Hospital da Previdência Social na Guatemala (LEÃO; BASTO 2001, p. 2).

Conforme analise de outros estudos em diversos países Santos; Nunes (2009), diz que: os resultados foram favoráveis, pois apontou o elevado nível de controle sobre a experiência do parto para aquelas mulheres em estudo.

Para Santos; Nunes (2009), no século XX as discussões em torno das práticas obstétricas habituais foram frutíferas. No Brasil, chamou a atenção na questão desenfreada do

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uso de medicamentos na gestação e no parto, a alta estatística de cesáreas e outra preocupação foram quanto ao perfil relacionado à morbimortalidade materna.

A contribuição vinda das Organizações não Governamentais e do Movimento de Mulheres o Feminismo ONGs, refere que uma nova Estratégia governamental deu conta do imenso estrangulamento da assistência prestada às parturientes. No Brasil, relatos do Dossiê da Humanização do Parto faz referência ao trabalho das doulas, da fundação do “Grupo Doulas do Brasil, criado em 2002 por iniciativa de quatro doulas de São Paulo e Campinas” (DINIZ; CHAMCHAM, 2002 p. 20).

Esse mercado de trabalho em Rondônia já se encontra amparado pela Lei nº 3657 de 09/11/2015 que regulamenta o exercício profissional da Doula no Estado-RO. Assembleia Legislativa aprovou e publicou no DOE em 10/11/2015 “Dispõe sobre a presença de doulas durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, nas maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares congêneres, da rede pública e privada do Estado de Rondônia" (RONDÔNIA, 2015).

O efeito desta Lei em concordância com a titulação da Categorização Brasileira de Empregos - CBO, Código 3221-35, doulas são profissionais nomeada livremente por mulheres parturientes, que se dispõe a oferecer apoio consecutivo no ciclo gravídico puerperal, favorecendo a evolução do parto e bem-estar da gestante, com certificação ocupacional em curso para essa finalidade (RONDÔNIA, 2015).

Segundo Brasil (2014), referência que os estudos de Hodnett et al., buscou averiguar os efeitos do suporte doula à mulher durante o trabalho de parto/parto pela profissional, sobre os resultados maternos e neonatais têm sido aferidos em diversos ensaios clínicos randomizados, metanálises e revisões sistemáticas.

De acordo com da Silva et al., (2011) os estudos referenciados foram organizados a partir dos dados nas temáticas: doulas e suas técnicas de suporte onde se evidenciou o emocional, o conselho e a informação, as medidas de conforto físico, a assistência realizada e o apoio nas decisões; os benefícios no parto e pós-parto foram notórios a melhora nos resultados do parto, pós-parto e neonatal, especialmente, boa experiência com parto, na relação mãe e filho, amamentação bem-sucedida e diminuição da incidência de depressão pós-parto.

E no presente estudo de monografia, buscou-se analisar através das literaturas, o suporte das doulas no acompanhamento às mulheres no seguimento do parto visando à assistência humanizada na gestação, parto e puerpério.

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Brüggemann et al., (2005) destaca que são muitas as contribuições deixadas por essas pesquisas frente o suporte durante o trabalho de parto/parto qualifica à assistência humanizada, o bom acolhimento, melhor prognóstico nos partos passivos de complicações, a redução da mortalidade materna, a redução do alarmante número de parto cesariano, a redução da medicalização neste evento, as depressões, o ganho no aleitamento materno, o bem estar psicológico e complicações do parto e pós- parto. Neste contexto entende-se um sistema de saúde comprometido e fortalecido, acercado por uma ação efetiva de sensibilidade para com a saúde obstétrica.

A relevância desta pesquisa se dá no contexto enriquecedor do universo cientifico ao somar o acervo bibliotecário ao final onde ficará a disposição de todos os estudantes e a quem possa interessar, enquanto acadêmica o trabalho proporciona a expansão do conhecimento que nos acompanhara a vida inteira, e para a sociedade o estudo contribui em tempo que instrumentaliza permitindo visualizar informações e direito de cidadania na busca de um serviço de saúde com um SUS fortalecido e integralizado na saúde obstétrica.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOGERAL

Revisão bibliográfica sobre a atuação das Doulas no acompanhamento ás mulheres no seguimento parto.

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3 METODOLOGIA

Esse estudo é de caráter descritivo e bibliográfico efetivado por meio de pesquisas de dados: documento público, livros, revistas, artigos, teses de mestrados, monografias, manuais, protocolos do Ministério da Saúde, site da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) e outros, cujas bases de dados pesquisadas são a Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Librany Online (SCIELO), são coletâneas de reflexões sobre a eficácia do trabalho das doulas e os efeitos proporcionados pela presença delas no acompanhamento às mulheres no seguimento do parto.

A pesquisa bibliográfica se dá quando o pesquisador se apropria de acervos, revistas, documentos, jornal, enfim registros impressos e outros. No entanto qualquer trabalho científico dá início a uma pesquisa bibliográfica, que consente ao pesquisador apreciar o que já se explorou sobre o tema (SILVA, 2004).

De acordo com Gil (2002), esse tipo de pesquisa é desenvolvido com base em material já elaborado, instituído especialmente de obra e artigos científicos.

Deste feito foram incluídos todos os estudos pertinentes com o tema, até mesmo aqueles que se encontrava em outros idiomas, mas com texto transcrito na integra e foram excluídos desse estudo todos os trabalhos que não condiziam com tema evidenciado, os que não se encontravam no período 1980 a 2015 compreendido no proposto por este estudo.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 HISTÓRICOS DA DOULA

Para Silvani (2010), no passado o trabalho de parto se dava em ambientes domiciliares e quase sem interferência humana, sendo as parturientes assistida por avós, mães, tias vizinhas e amigas, pessoas com experiência empírica sobre o parto conhecidas como as parteiras.

No século XVIII, Sanfelice et al., (2014) relata que o parto era visto como um ritual de mulheres e não um ato médico, já que permanecia a cargo das parteiras. Ao final do século XIX, a obstetrícia passou a empreender campanhas com o intuito de modificar o parto em um evento controlado.

Segundo Bourroul (2013), a função das doulas é relatada como um acontecimento acidental, quando diz que ao final dos anos 70, os médicos John Kennell e Marshall Klaus norte-americanos com formação na área da pediatria, concretizavam uma investigação em um hospital público na Guatemala sobre o vínculo entre mãe e neonato observou que uma estagiaria da área médica acolhia as parturientes de forma carinhosa ao segurar na mão das mesmas, as mulheres deste acolhimento apresentou uma progressão positiva para com o andamento do parto e com menos intervenções.

Bourroul (2013) relata que os médicos Klaus e Kennell observaram que os partos tornavam-se mais simplificados de menor agravo com reduzido uso de drogas, resultando em um diferencial frente à atenção oferecida, a estudante de medicina Wendy prestava um acolhimento atencioso, cheio de carinho onde agarrava a mão das parturientes encorajando-as naquele evento e isso deixavam mais tranquilas e menos ansiosas.

Dodou et al., (2014) afirma que a importância da companhia humana especializado durante o seguimento do parto de forma ininterrupta acarretando em benefícios as parturientes no momento de dar a luz.

Confere Santos (2002), que com a chegada da coroa portuguesa no ano de 1808 no Brasil, surge o estudo científico da Medicina, associado à obstetrícia na formalidade por especialidade médica. Cria-se em 1847 a maternidade Santa Casa de Misericórdia, no Rio de Janeiro, logo essa passa a ofertar estágio da prática médica.

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A inclusão do profissional da medicina na obstetrícia para a assistência ao parto Motta (2003) concebe ser um acontecimento de transformação, pois modifica a dinâmica do parto da natureza fisiológica para a patológica:

[...] enquanto a prática da parteira estava fundamentada na concepção de parto como processo natural e fisiológico, o obstetra ou médico parteiro construiu sua prática a partir dos partos distócios aos quais eram chamados para atender. Portanto, a percepção da gestação e nascimento dentro da prática médica deu-se dentro do modelo patológico. O parto passa a ser encarado como um problema de saúde que necessita de intervenção médica [...]. (MOTTA 2003, p. 23).

Justifica Tornquist (2004), que a transformação da assistência ao parto acelerou-se nos séculos XIX e XX, com as variações que foram acontecendo na sociedade, na classe familiar, nas inclusões e reproduções de gênero. Seguindo esse raciocínio Tornquist (2004) diz; o nascimento foi se transformando e tornando um contexto medicinal, pertinente absolutamente a um evento patológico e contemporizado para ambiente hospitalar, afastado do seio familiar e comunitário.

A pesquisadora Justifica Tornquist (2004), vai além quando completa que o modelo medicalizado de assistência ao parto é adotado e professado como parte da modernização da assistência, lógica com a vigência e apreciação de progresso:

A partir da metade do século XX, o parto hospitalar tornou-se uma prática da maioria das mulheres urbanas, assinalando não só a profissionalização do campo da assistência, mas também a adesão das mulheres. Neste processo de mudanças, saberes femininos, leigos e especializados, foram deslocados, subalternizando as mulheres, que até então prestavam assistência ao parto e desde então suas práticas passaram a ser malvistas e até mesmo desaconselháveis. (TORNQUIST, 2004, p.79).

Para Motta (2003), tudo se deu com o passar do tempo e o capitalismo desenfreado. O cenário do parto passou a ser outro, ambiente hospitalar hostil e frio, um mundo, mas que estranho para as mulheres que acostumadas ao seu aconchego agora experimentam de uma assistência um tanto sóbria.

Para Leão; Bastos (2001), foi a partir desta institucionalização da assistência ao parto que a contribuição da família no nascimento foi depreciada, substituída pela assistência oferecida por profissionais de saúde, sendo esse público desconhecido por parte da gestante, sem vínculo algum, onde a parturiente se sentia em mundo desconexo, ficando até mesmo a sóis durante bom período do trabalho de parto, o que contribuí e muito para a produção da ansiedade e várias outras complicações do parto.

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Dias (2006), se reporta deste fato destacando a dicotomia familiar, alteração da dinâmica deste ciclo para um ambiente hostil e sombrio marcado por perda afetiva e humanitária quando ele diz:

[...] a institucionalização do parto provocou uma grande mudança no modelo de assistência ao nascimento, a substituição da casa pelo hospital e da parteira pelo médico transformaram um modelo feminino de atenção em um modelo masculino, na grande maioria das vezes desatento a real necessidade das mulheres neste momento tão importante. (DIAS, 2006, p.57).

Para esse modelo de assistência, a parturiente necessita de internação precoce, onde ficará a sóis, momento cruel e desumano, pós é justamente a hora em que mais precisa de apoio, por ser um momento de muito estresse o período que intercede o trabalho de parto, a privação de informação sobre os procedimentos aos quais será submetida, e ainda muitas das vezes desrespeitada em sua privacidade e autonomia de decidir sobre a adoção de certas condutas, trazendo a invasão de dúvidas, temores e medos (SANTOS; NUNES, 2009).

Para da Silva; Carvalho; Figueiredo (2011) as novas mudanças provocaram transformação no ambiente, dos profissionais comprometidos e de suas maneiras frente do acontecimento da paridela, desde que o evento do parto passou do domiciliar ao hospitalar, uma vez que assistência se dava por parteiras, e sobre a cooperação de todos de seu meio afetivo, passando agora para o ambiente hospitalar, neste instante cria-se um distanciamento da mulher ao seu habitat familiar, rotulando-a paciente, com isso roubam sua privacidade e autonomia de um evento que é todo seu deixando a alheia e submissa no ambiente frio e temeroso acercado de mistérios e logo a invasão do medo.

Frente esses anseios, incertezas, angustia e vários outros acontecimentos, sem falar do afastamento familiar, e os relacionamentos afetivos, perante essas fragilidades fez com que o Ministério da Saúde viesse a implementar Estratégias para prestação de uma assistência acolhedora e integral as parturientes (BRASIL, 2014).

Reconhecendo os trabalhos científicos Brasil (2014), destaca que o apoio proporcionado pelas profissionais doulas promove, em várias evidências, uma série de benefícios para as mulheres gravidas. E que esses benefícios; acarretam em maior incidência de parto vaginal espontâneo, menor necessidade de analgesia e maior satisfação com a experiência do parto.Com isso houve menor probabilidade de serem submetidas à cesariana ou ao parto instrumental e de terem bebê com baixos escores de Apgar no quinto minuto.. (SILVA, et al., 2011).

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Confere Brasil (2014), que em uma análise de subgrupo foi desvelado que o suporte contínuo é mais efetivo quando promovido por uma mulher que não faça parte da equipe do hospital ou da vida familiar (doulas), e em locais onde não há disponibilidade de analgesia peridural. Os profissionais que assistem à mulher devem promover um balanço entre os cuidados high-tech e high-touch por meio do desenvolvimento e da compreensão do apoio no parto e seus benefícios, tornando as mulheres cientes disso. (BRASIL, 2014, p.37).

As doulas são profissionais capacitadas que cumprem função de prestar assistência diferenciada já que possui o conhecimento cientifico do trabalho de parto humanizado devendo criar vinculo com a clientela, acompanhá-las em todo o estado gravídico e após parto estendendo a assistência na puericultura (BRASIL, 2001, p.66).

Brasil (2014, p. 31) diz que;

A incorporação ativa de outros sujeitos, como enfermeiras obstetras, obste- trizes, educadores perinatais, psicólogos, e doulas, entre outros, na equipe assistencial deve ser promovida, proporcionado uma assistência integral, de acordo com as necessidades da mulher e de sua família. Dessa forma, as potencialidades de cada membro da equipe podem ser utilizadas plenamente, de acordo com suas capacidades técnica e legal, em benefício da mulher e da criança.

Desta forma Fadynha (2003), refere ser primordial a concepção positiva dos profissionais de saúde principalmente os da enfermagem quanto atuação das doulas para com as parturientes, uma vez que o trabalho da enfermagem é árduo e exaustivo, logo as doulas quando inseridas na equipe cumpre papel significativo para com toda a equipe, afirmando Para Duarte (2007), o corpo de enfermagem pode somente ofertar poucos instante de cuidado a cada mulher.

A equipe da enfermagem pode apenas oferecer poucos minutos a cada mulher. No modelo particular, a doula geralmente é também a preparadora para o parto. Durante a gestação faz um trabalho de aconselhamento e educação para o trabalho de parto e puerpério (pós-parto). Quando a mulher entra em trabalho de parto, a doula passa a acompanhá-la, dando sugestões, oferecendo massagens, mostrando ao companheiro como ele pode ser útil, dando suporte também a ele, assegurando ao casal que tudo está indo bem e assim por diante. (DUARTE, A. C., 2007).

De acordo com Santos et al., (2011) a validação do ensaio clínico dirigido por Hodnett e Osborn, no Canadá, em 1989, é que efetivamente estimulou o trabalho dos demais pesquisadores para evidenciar os benefícios da presença de um acompanhante durante o evento da parturição. Santos et al., (2011) afirmam que neste estudo, os autores comprovaram que uma parturiente de baixo risco que teve seu primeiro filho em um hospital universitário foi assistida por 16 profissionais distintos durante seis horas de trabalho de parto, e mesmo assim foi deixada isolada na maior parte do tempo.

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Conforme os autores abaixo:

A atuação das doulas minora o trabalho da equipe de enfermagem na unidade hospitalar, visto que esta pode direcionar seu plano de cuidado com ênfase a pacientes que necessitem de maior assistência, bem como realizar suas atividades burocráticas com maior concentração (PAPAGNI; BUCKNER, 2006).

Dodou et al., (2014) diz que a necessidade da doula no evento do parto nasceu com base em estudos realizados por pesquisadores, estudos esses que objetivaram avaliar a contribuição da presença ininterrupta do acompanhante especializado acarretando em benefícios as parturientes no momento de dar a luz.

A pesquisa revela que a presença da profissional doula, contribui de forma significativa reduzindo o tempo de trabalho de parto, culminando na diminuição nos partos cesárea, com mínimas solicitações de anestesias peridural, menor administração de ocitocina a parturiente, melhora no aleitamento materno, o afeto mãe e filho tornam mais envolvente, o que acaba afastando o risco de depressão pós-parto (DODOU et al., 2014).

De acordo com Carvalho et al., (2013) o desenvolvimento de estudos em vários países que comprovaram os diversos benefícios agregados à presença do acompanhante desde o ciclo gravídico ao puerperal, como redução do índice de cesárea, do uso de ocitocina, da duração do trabalho de parto, da analgesia para alívio da dor e do trauma perineal, até de averiguarem aumento da satisfação maternal com a experiência de dar a luz, dentre outros.

Confere Brasil, (2012), que o suporte apoio continua por doula apresenta vários benefícios à grávida segundo estudos científicos de metanálise nacionais e internacionais vem demonstrando, que as gestantes ajudadas por acompanhantes doulas se senti mais protegidas e seguras no evento do parto assemelhado a resultado positivo. Destaque ainda para a redução do uso medicamentoso, alívio da dor, duração do trabalho de parto, número de cesáreas, redução dos casos de depressão pós-parto e outros efeitos (BRASIL, 2012).

Os benefícios com a redução da taxa de cesariana ainda foi identificada em duas revisões sistemáticas publicadas na Cochrane Library. Hodnett, aferiu 14 ensaios clínicos abrangendo mais de 5 mil mulheres e 15 ensaios (HODNETT et al., 2005).

Uma revisão realizada por Bruggemann; Parpinelli; Osis (2007), sobre os efeitos do trabalho prestado à mulher durante o evento de parto/parto por profissionais de saúde, mulheres leigas e doulas mostram resultados favoráveis, destacando-se redução da taxa de cesarianas, da analgesia/medicamentos para alívio da dor, da duração do trabalho de parto, da aplicação de ocitocina sintética e aumento na satisfação materna com a experiência vivida.

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Quando o provedor de suporte não era oferecido por um profissional de saúde, os benefícios foram mais acentuados.

Os resultados corroboraram com os obtidos por Bruggemann; Parpinelli; Osis (2005), mas além deles, foi diagnosticado que até seis semanas depois do parto as mães estavam amamentando, demonstrando uma autoestima mais elevada, com menor incidência de depressão e maior cuidado com seus bebês, em comparação com o grupo controle.

Outro aspecto positivo da assistência doula, é o apoio prestado aos parceiros das gestantes o que representa uma presença tranquilizante ao acompanhante, os deixam mais seguros e, assim, conseguem oferecer maior suporte emocional as esposas mães (DE SOUZA; DIAS, 2010).

4.1.2 O Acompanhante de Parto

Frente tantas ocorrências desumana no evento do parto, ações são pensadas visando sanar ou amenizar os traumas (SANTOS, NUNES, 2009). Nesta perspectiva Brasil (2005), reconhecendo o direito ao criar uma lei própria para tal, é uma humanização a mais do parto e nascimento, garantindo à mulher o direito de um acompanhante de sua confiança durante a hospitalização na eventualidade do parto.

Para Leão; de Oliveira (2005) no Brasil é garantido em Lei, a presença do pai do bebê nos exames pré-natais e no evento do parto. A mulher, nesta fase extraordinária de sua vida, devera ser amparada não só pelo companheiro ou pessoa de sua confiança, e mais por uma doula.

Conforme: de Souza; Dias (2010):

A Lei nº. 10.241 que, no seu parágrafo XVI, assegura a presença do companheiro nos pré-natais e no momento do parto (1). Finalmente, em 7 de abril de 2005, a Lei n°. 11.108 altera a Lei n.º 8080, de 19 de setembro de 1990, que determina aos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde e da rede própria ou conveniada, permitir a presença de um acompanhante com a parturiente durante o processo de parto, nascimento e pós-parto imediato.

De acordo com Brasil (2014), o acompanhante durante o trabalho de parto faz parte da humanização do parto e nascimento, desta forma à parturiente possui direito de ter um acompanhante durante o trabalho de parto, a garantia que os estabelecimentos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) venham permitir a presença do acompanhante indicado pela parturiente durante o período de trabalho de pré-parto, de parto e de pós-parto imediato.

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Deste feito “assim, podem ser escolhidos para desempenhar tais funções tanto profissionais quanto o companheiro, familiar, amiga da parturiente, parteiras, enfermeiras ou doulas” (SANTOS; NUNES, 2009, p.583).

Neste sentido a Organização Mundial de Saúde referencia sobre o acompanhante devendo este ser de livre escolha da gestante, desta forma compreende que a mesma uma vez acompanhada pelos seus sinta-se confiante, ou mais segura. Logo, devem ser delegado para as tarefas ou função, profissionais; doulas, companheiro, familiar, amiga da parturiente, parteiras e enfermeiras (SANTOS, NUNES, 2009).

O pai que se faz presente no cenário do parto, acompanhando o evoluir do trabalho de parto e parto da parturiente, amparando-a firmemente, as implicações do final do nascer da criança soma-se a resultados positivos na construção de maior afeto entre o pai e o recém-nascido, vale ressaltar o estímulo à mulher que se soma ao momento de dar à luz, logo se atenuam as intercorrências durante o processo da parturição o qual certamente será lembrado de forma marcante na vida do casal (PERDOMINI; BONILHA, 2011, p.2).

4.1.3 Doula na Eventualidade do Parto e Parto

Explica Fleischer; (2005) que doula é um termo que vem do grego, e significa senhora que presta cuidado a outra mulher, entendida como aquelas mulheres que auxiliar outras, ou seja, suporte físico e emocional às parturientes antes, durante e após o parto.

Sobre a ótica de Fadynha; (2003) a doula nasceu no seio da civilização grega, quer dizer senhora que serve ou, seja aquela que cuida da mulher, quem se apropriou inicialmente desta frase foi Dona Raphael´s em 1973 em um livro sobre amamentação, nesta literatura a mesma retrata a doula uma, ou mais mulheres que presta acolhimento psicológico, assistência humanizada as parturientes.

“As doulas são acompanhantes de parto profissionais, encarregadas de prover o conforto físico, emocional e afetivo à mulher que está dando à luz” ((DINIZ; CHAMCHAM, 2002 p.20). Já Carraro et al., (2008) vê as doulas como profissionais que presta apoio afetivo, psicológico, de encorajamento, força e estimulação; em tempo que proporciona o conforto e orientação sobre seu estado e os procedimentos. “Nesse sentido, a inserção de doulas no cenário do parto foi recebida de forma positiva, visto que a presença delas carrega consigo a calma, segurança e confiança para as parturientes”. (TAKEMOTO; CORSO; 2013 p.1)

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Seguindo Diniz; Chacham (2002), confere que a inserção dessa profissional no Brasil surgiu a partir do “grupo Doulas do Brasil” criado em 2002 por iniciativa de quatro doulas de São Paulo e Campinas Rede Feminista de Saúde.

Foi a partir das pesquisas pioneira de Klaus, Kennel, Sosa, Steven, de 1980, na Guatemala, que houve o diferencial de assistência à parturiente, desde então vem sendo empregado de forma crescente em diversos países essa modalidade (JABLONSKI, 2006).

As evidencias dos benefícios do apoio contínuo são muitas, segundo pesquisas neste campo é o que justifica Hodnett; et al., (2007) quando diz que; já antecedia essa Lei apontando a necessidade de uma pessoa preparada e intima do convívio desta gestante para ser sua acompanhante neste evento. Ele diz mais, é um fator que coopera para ganho de qualidade no procedimento frente à parturição.

Toda parturiente tem direito ao acompanhante de sua preferência, entende-se a doula como uma de suas alternativas a mais, uma profissional de parto capacitada para oferecer apoio contínuo físico e emocional à parturiente antes, durante e depois do parto (TEIXEIRA, 2003, p.1).

Para Dodou et al., (2014) a gestante torna-se mais confiante quando tem alguém preparado para esclarecer, amparar e auxiliar durante o trabalho de parto, mesmo que não sendo seu familiar ou pessoa conhecida, mas humanas e detentora de conhecimento já a tranquiliza.

4.2 DOULA UMA NOVA PROFISSÃO COMO PROPOSTA DE HUMANIZAÇÃO DO PARTO

Visando modificar o padrão de cuidado e de gestão do parto e nascimento, é imprescindível avaliar e intervir coletivamente “em práticas de saúde “desumanizadoras”, tecer enfim, uma rede coletiva de produção de saúde materna e infantil capaz de transformar uma racionalidade e um cenário de (des) cuidado naturalizado”. (BRASIL, 2014, p.13).

Por outro lado, Diniz (2005) assegura que a humanização surge da necessidade da redefinição das relações humanas na assistência, como revisão do plano de cuidado, e mesmo da compreensão da condição humana e de direitos humanos.

Segundo Brasil (2014, p.126);

As leis nº 11.108, de 7 de abril de 2005 (Lei do acompanhante) e do exercício profissional da Enfermagem (Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987). Parteiras e doulas, bem como centros de parto normal (casas de parto), integram o programa Rede Cegonha do MS para atenção mais segura e humanizada e suas diretrizes são baseadas em evidências científicas sólidas.

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Refere Brasil, (2014) que a gravidez concepção humana é algo muito singular e particular na vida da mulher e de todos os que a cercam, devendo ser resguardada sua integridade e dignidade neste estado sensível. Sendo esse acontecimento fenômeno natural e fisiológico onde a parturiente deva receber assistência integral e humanizada, deixar que a vida flua em seu curso normal acercada de cuidados.

A preocupação por uma assistência integral e com qualidade da atenção obstétrica visando reduzir a mortalidade materna e perinatal foi prevista na Portaria /GM n.°569, de Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), publicada pelo Ministério da Saúde. As ações pensadas e trabalhadas melhoram, promovem a qualidade dos serviços ofertados tornando os cuidados mais humanizados, em tempo que se volta às necessidades das gestantes durante o estado gravídico, o parto e pós-parto (SANTOS, NUNES, 2009).

A humanização do parto é a dignidade que deve ser dado à parturiente como ser único, em uma fase especial em que passa carecendo de vigilância e cuidado. Ainda neste pensamento o autor diz que, é o respeito, também dado à família em formação e ao recém-nascido, que tem direito a um nascer sadio e harmonioso, um direito confiável internacionalmente pela OMS - Organização Mundial de Saúde (HUMANIZAÇÃO, 2015).

As fundamentais particularidades desta assistência se fundamentam em expressões de estímulo e encorajamento, elogios, massagens, técnica especifica de relaxamento, musicoterapia, yoga, excitação, exercícios físicos que visem promover o trabalho de parto e suavizam os efeitos de angústia. Neste contexto a deambulação, o uso da bola suíça, a mudança de posição, o uso de assentos especiais, e outras, e esclarecimento às dúvidas, com finalidade de garantir à mulher segurança e autonomia perante os acontecimentos fisiológicos do parto e das interferências obstétricas (BRASIL, 2001).

“A doula é um novo personagem observado no cenário dos partos brasileiros” (FLEISCHER, 2005, p.1).

Segundo de Souza; Dias (2010), a antropóloga americana, pesquisadora da prática do aleitamento materno, foi quem verbalizou o vocábulo doula no primeiro momento, em referência na sua obra, onde apresente proposta para com amamentação:

A palavra, de origem grega, apareceu como a presença de uma companheira no momento do parto e nascimento. No entanto, a palavra doula foi resgatada, primeiramente, por Dana Raphael, antropóloga americana, estudiosa da prática do aleitamento materno, para referir-se a uma experiente companheira de parto que fornece à mulher, ao seu marido ou acompanhante suporte emocional e físico durante todo o processo de parto e nascimento inclusive no puerpério (DE SOUZA; DIAS, 2010).

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De acordo com Brasil (2014) o Projeto Humanização do Parto a profissional doula é uma acompanhante presta apoio à parturiente no evento do parto, amparando-a, preocupar-se como seu bem-estar físico e emocional. Essa acompanha a família desde o pré-parto, norteando e amparando nas escolhas e até no trabalho de parto, cooperando com o diálogo entre a gestante e os profissionais de saúde. A doula ainda subsidia a achar posições mais confortáveis para o momento do parto e sugere medidas naturais para suavizar as dores e aflições. Neste contexto ela não substitui o acompanhante de escolha da mulher, tão pouco os profissionais tradicionalmente submergidos na assistência ao parto (FADYNHA, 2003).

4.2.1 Formação da Doula

A formação da profissional doula segundo Teixeira (2003) requer de capacitação específica ao cuidado para com a mulher em estado gestacional até o puérperio. É uma profissão que não requer pré-requisito, ou seja, não é necessário ter formação profissional na área da saúde, mas é primordial que a acompanhante seja especializada, tenha conhecimentos sobre a fisiologia do parto, os procedimentos médico hospitalares e se interajam com a equipe multidisciplinar de saúde, para estar atuando em conjunto na unidade hospitalar de forma terapêutica, porém, sem intervir nas condutas um do outro evitando os conflitos, mas que visem à qualidade da assistência ao cliente.

Neste contexto a Doula é uma acompanhante de parto treinada para proporcionar suporte físico, emocional e afetivo. Durante o trabalho de parto e parto, ela pode prestar assistência à parturiente de diversas formas como, por exemplo: orientando-a a assumir a posição que mais lhe agrade durante as contrações; favorecendo a manutenção de um ambiente tranqüilo e acolhedor, com silêncio e privacidade; auxiliando na utilização de técnicas respiratórias, massagens e banhos mornos; orientando a mulher sobre métodos para alívio da dor que podem ser utilizados, se necessários; estimulando a participação do marido ou companheiro em todo o processo; apoiando e orientando a mulher durante todo o período expulsivo, incluindo a possibilidade da liberdade de escolha quanto à posição a ser adotada (BRASIL, 2000).

O serviço de doulas pode ser voluntário ou particular. No Brasil, são as maternidades, que já apresentam programas de serviço voluntário das doulas, “as doulas comunitárias já é assegurada em seis das sete maternidades do SUS-BH, essa parceria com o Hospital Sofia Feldman possibilitou a qualificação de mais de 500 mulheres com cerca de 60 atuando como voluntárias nos plantões das maternidades” (BRASIL, 2014, p. 91).

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Geralmente mulheres das comunidades que recebem treinamento e se dispõem a oferecer uma assistência de qualidade às parturientes, principalmente as que estão sozinhas (MOTTA, 2003). De acordo com Brasil (2014), o Ministério da Saúde tem investido na qualificação de doulas, com 350 doulas já capacitadas em 13 cursos em 2011.

Muito promissora essa nova profissão que surgiu no campo da saúde com finalidade de humanização dos serviços de parto dando uma contribuição qualitativa na assistência ao parto e a sociedade, deixando o evento do parto mais prazeroso e tranquilo, a doula é uma profissão relativamente nova e está a crescer ligeiramente, o surgimento da doula como profissional da área de saúde vem ao encontro, também, das recomendações da OMS para um parto respeitoso (BRASIL, 2003).

Não é pré-requisito ter uma formação profissional na área da saúde, mas é fundamental que essa acompanhante seja qualificada conheça os procedimentos médicos e se envolva com a equipe de saúde, a fim de atuar no ambiente hospitalar de forma terapêutica, porém, sem interferir nas condutas médicas (TEIXEIRA, 2003).

No Brasil, discorre Diniz; Chacham (2002), no documentário Dossiê Humanização do Parto dá conta que o trabalho das doulas, deu origem a fundação de um “grupo Doulas, criado no Brasil em 2002 por iniciativa de quatro doulas de São Paulo e Campinas”.

A assistência dessas profissionais em Rondônia já se encontra amparada, pela a Lei nº 3657 de 09/11/2015 regulamentado o exercício profissional da Doula no Estado-RO. Assembléia Legislativa conclui o Publicado no DOE em 10/11/2015 “Dispõe sobre a presença de doulas durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, nas maternidades, casas de parto e estabelecimentos hospitalares congêneres, da rede pública e privada do Estado de Rondônia" (RONDÔNIA, 2015).

O empacar dos efeitos desta Lei e em concordância com a titulação da Categorização Brasileira de Empregos - CBO, Código 3221-35, doulas são profissionais nomeada livremente pelas mulheres e parturientes, que dispor-se oferecer apoio consecutivo à grávida no ciclo gravídico puerperal, favorecendo a evolução do parto e bem-estar da gestante, com certificação ocupacional em curso para essa finalidade (RONDÔNIA, 09/11/2015).

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5 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO Quadro 1. Caracterização dos artigos analisados.

Autor, ano, local

População estudada e objeto de estudo

Artigos Analisados Resultados

RODRIGUES A, V; SIQUEIRA, A. (2008) SãoPaulo Brasil 20 Parturientes 07 Doulas Efeitos do acompanhamento Contínuo da doula

Reflexões sobre os possíveis

Efeitos benéficos proporcionados pela presença da doula - Caracterização do grupo estudado - Os dizeres sobre si (subjetividade autor referida pelas parturientes)

- Os dizeres sobre a presença do outro (intersubjetividade)

- O acompanhamento da doula propôs

Efeitos favoráveis à vivência do ser materno.

- A dor referida era intensa, Traumática, horrível e inesquecível. - A doula estabeleceu segurança confiança, relaxamento e calma. SCHROEDER C; BELL, J. (2005) Washington EUA 14 Mulheres encarceradas Suporte da doula no trabalho De parto

Suporte da doula no trabalho de

Parto de mulheres grávidas Encarceradas

- Caracterização do grupo estudado

- Satisfação com o projeto das Doulas gravidez e nascimento em custódia - Separação de bebês: perdas e luto Planos para a liberdade e esperanças para o futuro - Recomendações

14 entrevistadas mostraram satisfeitas com o suporte da doula. - As doulas foram essenciais para as mulheres encarceradas.

- As mulheres vivenciaram a separação dos filhos com tristeza e ansiedade.

- O suporte da doula ajudou Positivamente no momento do parto e no cuidado integral a saúde. PAPAGNI, K.; BUCKNER, E. (2006) Alabama EUA 09 Parturientes Aceitação das doulas por Enfermeiras na concepção de Parturientes

Percepção das parturientes sobre o nível de aceitação das doulas pelas enfermeiras - Caracterização do grupo estudado - Medidas de suporte providenciado durante o trabalho de parto

- Percepções das parturientes sobre as atitudes das enfermeiras

- A doula proporcionou o suporte físico e emocional. - As parturientes referiram que o trabalho da doula ajudou as Enfermeiras a desenvolverem melhor suas atividades. - As enfermeiras deveriam se sentir encorajadas com o suporte das doula.

KAYNE, M. A; GREULINCH, M. B; ALBERS (2001) Guatemala, EstadosUnidos e Botsuana EUA Guatemala – 40 mulheres Estados Unidos – 412 Mulheres Botsuana – 109 Primigestas Efeitos do suporte da doula No trabalho de parto

Efeitos positivos do suporte da doula no parto

- Doulas e suas técnicas de suporte

- Benefícios no pós-parto - Treinamento e certificação das doulas

- O suporte contínuo diminuiu o uso de analgesia, ocitocina e índices de cesarianas. - Os hospitais precisam implementar o programa de doulas ou fazer ajustes para inserir a doula na sala de parto. - A presença de um acompanhante durante o trabalho de parto apresenta Resultados positivos. GINGER, B. (2005) África e América 12 Gestantes 12 Recém-mães Adolescentes Percepção de adolescentes Grávidas sobre o apoio de doulas

Percepções de adolescentes Grávidas que receberam o suporte de doulas comunitárias

- Caracterização do grupo estudado

- Papel social das doulas - Características do suporte

As participantes identificaram o contínuo apoio emocional e físico durante o trabalho de parto e nascimento.

As doulas da comunidade Providenciam cuidados baseados nos relacionamentos, são modelos positivos e foi desenvolvido o suporte primário durante gravidez, parto e nascimento.

SOSA, R.; KENNEl, J. H.; Hospital da Previdência Social

Os efeitos de um companheiro de apoio sobre

Observado, menor incidência de problemas perinatais,

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29 KLAUS, M. H, ROBERTSON S, Urrutia J. 1980-Guatemala na Guatemala 136 parturientes os problemas perinatais, tempo de trabalho e interação mãe-bebê.

menor tempo de trabalho de

parto, evidenciou

comportamento materno mais interação da mãe com o bebê

BRÜGGEMANN, O. M; PARPINELLI M. A; OSIS M.

J. D. (2005) Campinas-SP - Brasil

Hospital da Previdência Social na Guatemala

465 primigestas saudáveis no

Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura.

Houve menor ocorrência de complicações perinatais incluindo parto cesariano, uso de ocitocina e bebês admitidos na unidade de cuidados intensivos neonatais. HOFMEYER, G. J.; NIKODEM, V. C.; WOLMAN, W.; CHALMERS B.; KRAMER, T. (1991) África do Sul 189 nulíparas no Coronation Hospital, África do Sul

Objetivo Estudar o Suporte Intraparto Realizado por Doulas

Companheirismo para modificar o ambiente do parto clínico: efeitos sobre o progresso e percepções de trabalho e amamentação

Na sexta semana após o parto, as mulheres do grupo com suporte apresentaram maior índice de aleitamento exclusivo ao seio, reportaram mais facilidade em tornarem-se mães e bom detornarem-sempenho nos cuidados com o bebê em relação às mulheres do grupo controle. Média de escore de autoestima mais elevado e uma média de escore de ansiedade menor.

CAMPERO, L.; GARCÍA, C.; DÍAZ C, ORTIZ, O.; REYNOSO, S.; LANGER, A.

(1998) México

724 mulheres nulíparas no Instituto de Seguros Sociais do México.

mulheres, médicos, enfermeiras e doulas 16 mulheres, 8 acompanhadas por doulas e 8 sem

acompanhantes.

Um Estudo Qualitativo Sobre Apoio Social Durante

o Trabalho

Parto/Nascimento o que a mulher sentia durante o trabalho de parto se acompanhada pela doula ou se deixada sozinha? Entrevistas Profundas Realizadas

Maior frequência de

amamentação exclusiva ao seio um mês após o parto, menor tempo de trabalho de parto e alto grau de controle sobre a experiência do parto no grupo que recebeu apoio das doula tiveram uma experiência de parto mais positiva. A diferença mais importante foi expressão dos sentimentos sobre o próprio trabalho de parto, o senso de controle do processo e a auto percepção

LEÃO, M. R. C. BASTOS, M. A.R

(2001) Brasil

Hospital Sofia Feldman (HSF) 14 doulas

Doulas Apoiando Mulheres Durante o Trabalho de Parto: Experiência do Hospital Sofia Feldman O Projeto "Doula Comunitária"

Projeto "Doula Comunitária" seja considerado uma experiência satisfatória pelos profissionais da instituição, até o momento nenhum tipo de avaliação sistematizada foi realizada. MCGRATH, S. K; KENNELL; J. (2008) EUA 686 Nulíparas Um estudo controlado randomizado de apoio trabalho contínuo para casais de classe média: efeito sobre a entrega taxas de cesariana

- Os efeitos do suporte contínuo oferecido por doula.

Observou-se, redução na taxa de cesarianas, do uso da analgesia e da duração do trabalho de parto, além de aumento da satisfação materna no grupo de estudo. DA CAMPBELL, LAKE, M. F, BACKSTRAND, J. (2006) New Brunswick EUA 600 Parturientes Um estudo randomizado de controle contínuo apoio em trabalho de parto por Lay doula.

- Os efeitos do suporte contínuo oferecido por doula.

Campbell, Lake e Backstrand demonstraram que o grupo que recebeu o suporte por doula apresentou redução da duração do trabalho de parto, instalação da analgesia epidural com dilatação cervical avançada e índices de APGAR mais elevados

HODNETT, E. D; GATES, S; HOFMEYR, G. J; SAKALA.C (2008) A revisão sistemática 16 ensaios clínicos randomizados e controlados com 13.391 mulheres

Apoio Contínuo para as Mulheres Durante o Parto - Suporte contínuo Intraparto

Concluíram que o suporte reduz a duração do trabalho de parto, a probabilidade da parturiente de receber analgesia e relatar insatisfação com sua experiência.

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30

Um estudo realizado em uma maternidade do Sistema Único de Saúde - SUS, na cidade de São Paulo, por Rodrigues e Siqueira com o tema as reflexões sobre os possíveis efeitos benéficos de uma escuta responsiva à verbalização da dor, medos e seus correlatos na cena do parto. Participaram da pesquisa, 20 parturientes que realizaram partos por via vaginal, e sete doulas. As conclusões dos autores foram, que as relações interpessoais no modelo acompanhamento consecutivo foram capazes de produzir efeitos favoráveis às vivências do estresse maternal, ponderando-a como tecnologia adequada no campo do cuidado.

Neste trabalho Rodrigues; Siqueira (2008) relatam que as pacientes referiram constantemente a percepção de muita aflição durante o momento expulsivo e que a presença da doula na sala de parto desvelou um processo relacional favorável. O diálogo significativo junto à presença constante das mesmas ficou evidente o diferencial no acolhimento. “Às parturientes compararam “como; “anjo da guarda”,” mães” e “fadas”. O cuidado intensivo e a permanência constante constituíram uma assistência eficaz e extraordinária naquele momento de “angústia” e “aflição”.

Ainda fomentado esse estudo, vale destacar o fato de que a doula transmitia segurança, confiança, relaxamento e calma à parturiente, o que converge com os resultados encontrados por Schroeder; Bell (2005). Esses autores desenvolveram um programa-piloto, no qual identificaram um excelente suporte, que transmitia calma e encorajamento e supria as necessidades das parturientes. Esses achados indicaram que a atuação desse gênero feminino é relevante e significante para a mulher, antes, durante e após o parto.

Objetivando implemento e expansão a um programa-piloto com o suporte de doulas no trabalho de parto de grávidas encarceradas em Washington. Os resultados obtidos no estudo constataram que o suporte pode ajudar positivamente no momento do parto e no cuidado integral na saúde, bem como o apoio relacional, pode ser um passo para interromper o ciclo de vícios, negligência, violência, privação econômica e eventual perda das crianças. A parceria do cuidado entre a enfermeira de saúde pública, as doulas e as mulheres pode promover a saúde comunitária e o suporte de serviço, pois elas podem se reunir em prol do benefício da família e da sociedade como um todo.

Foram descrito o mecanismo do parto das mulheres encarceradas como sendo uma experiência estressante, insegura, com desconforto, expostas a material tóxico de limpeza, fome constante e sem condições adequadas.

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31

A presença da doula ajudou a ter uma experiência positiva e todas as parturientes as consideraram como importantes, pois foi à única pessoa que permaneceu junta em todo o processo do nascimento.

Neste contexto Papagni e Bucker (2006) desenvolveram um estudo qualitativo para examinar a percepção das parturientes quanto ao nível de aceitação das doulas por enfermeiras. O estudo refletiu sobre as possibilidades de enfermeiras não perceberem que suas atividades podem ser negativas em algumas situações e que o papel da doula é preencher a lacuna na assistência, mediante o suporte emocional que os enfermeiros não oferecem a todas as mulheres.

Relataram algumas barreiras dos enfermeiros quanto ao suporte das doulas, especificando pessoal insuficiente, ambiente físico inadequado, atitude negativa em relação à equipe de cuidado e falta de apoio à gestão.

Já Gilliland (2002) observou, contudo, que, “para doula e enfermeiros trabalharem juntos como uma equipe, no objetivo de fornecer o melhor possível e cuidar da paciente durante o parto é preciso desenvolver uma relação baseada no respeito mútuo”.

A tensão que poderá surgir entre esses profissionais pode ser nociva à saúde emocional e produzir efeitos físicos para a parturiente e o feto, de forma que a doula e a enfermeira precisam aceitar e respeitar o papel de cada profissional de saúde. Os enfermeiros devem reconhecer que a função da doula é importante e poderá aumentar a satisfação da paciente e facilitar o próprio papel, pois as atribuições de cada membro da equipe são diferentes e, se trabalhadas em conjunto, proporcionam às mulheres um parto seguro e gratificante.

Kayne et al., (2001); desenvolveram uma metanálise com três estudos realizados na Guatemala, Estados Unidos e Botsuana, com o objetivo de avaliar os efeitos do suporte da doula no trabalho de parto. No estudo realizado na Guatemala participaram 40 mulheres, sendo 20 no grupo caso controle e 20 no experimental. Nos Estados Unidos, participaram 412 mulheres nulíparas com dilatação de 3 a 4 cm, das quais 212 pertenciam ao grupo ao qual foi prestado o suporte e 200 àquele somente observado. Em Botsuana, participaram109 primigestas em trabalho de parto não complicado, distribuídas aleatoriamente em um grupo controle e em um experimental.

Os achados foram que a presença de uma companhia apoiadora durante o trabalho de parto é apreciada como resposta positiva a esta necessidade. Também focalizaram que os hospitais necessitam implementar o programa de doulas, ou fazer ajustes, para que esse cuidado seja fornecido no evento do trabalho de parto/parto.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O suporte contínuo oferecido por doula na eventualidade de parto não é novo, surgiu na literatura científica por volta da década de 1980, os primeiros ensaios clínicos propôs a avaliar o efeito do suporte à mulher no evento do parto/parto concretizado na Guatemala..

Compreende que a contribuição deixada por essas pesquisas frente uma assistência humanizada. As pesquisas comprovam que a satisfação da mulher no parto está intensamente agregada ao ambiente acolhedor, entende-se que medidas de conforto físico e emocional favorecem mãe e bebê, melhora o prognóstico nos partos passivos de complicações, a redução da mortalidade materna, a redução do alarmante número de parto cesariano, a redução da medicalização neste evento, as depressões o ganho no aleitamento materno, o bem estar psicológico e complicações do parto e pós- parto.

A presença da doula apoiado durante o trabalho de parto é apresentada como alternativa, e como resposta positiva para com a saúde obstétrica. O chamamento é para com as unidades e os hospitais maternidades venham a implementar o programa de doulas voluntarias instituído pelo Mistério da saúde, ou fazer ajustes, para que esse serviço seja ofertado na eventualidade do ciclo gravídico, trabalho de parto, parto e puérperio.

Mas o que nos intrigam é saber da importância desta assistência e perceber que ainda existam gestores da saúde que não tenham implantado o serviço nas casas de partos hospitais maternidades e congêneres em nosso país. Vale registrar aqui o serviço tímido das doulas na capital frente à rede particular “Belo Parto” a escola para doula.

Verifica-se que apesar de tanta constatação positiva desta assistência, e apesar do Estado de Rondônia constituir uma lei para tal os serviços ainda não se encontra implantado ou, seja implementado na rede SUS – Sistema Único de Saúde, observa que as principais Maternidades; Mãe Esperança da capital Porto Velho/RO e Hospital de BASE/RO não dispõem do serviço das doulas, e tão pouco a rede privada prova disso foi uma reportagem feita outro dia desses por uma emissora de televisão de grande audiência na cidade que trouxa a discussão a para o seio da sociedade a discussão foi que um futuro pai primigesto se preparou pra assistir o nascimento de seu filho como acompanhante, mas a maternidade da rede privada não permitira, foi necessário valer de seus direitos via justiça.

Neste contexto os gestores da saúde devem zelar por um sistema de saúde comprometido e fortalecido, acercado por uma ação efetiva de sensibilidade para com a saúde pública uma vez que a saúde obstétrica deve ser acolhida com muito mais cuido já são varias

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as vidadas envidadas. É necessário e preciso fortalecer e humanizar a saúde perinatal, o resultado é redução dos gastos públicos, saúde de qualidade e sociedade mais feliz.

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REFERÊNCIAS

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