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«Ter 200 mil plantas por hectare em vez de 60 mil é uma diferença muito grande» URI:

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Academic year: 2021

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«Ter 200 mil plantas por hectare em vez de 60 mil é uma diferença muito grande»

Autor(es):

Faiões, Daniel

Publicado por:

Publindústria

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/25445

Accessed :

14-Jun-2021 21:36:19

digitalis.uc.pt

impactum.uc.pt

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Proteção de pomares – uma inevitabilidade

Maracujá Roxo

A framboesa Kweli afirma-se no Sudoeste Alentejano

José Carvalho e o sonho de criar

uma exploração de morangos

Este suplemento faz par

te integrante da Agr

otec n.

o 6, do 1. o trimestr

e de 2013, e não pode ser v

endido separadamente.

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2 peouenosfrutos

entrevista

PF: O que o levou a apostar na cultura do morango?

JC: Fizemos um estudo sobre os produtos que poderiam ter interesse cultivar nesta zona de Famalicão. Nunca quise-mos entrar pela parte hortícola porque temos muitos amigos que produzem e conhecemos os seus problemas. Chegámos ao morango através de muita pes-quisa. Soubemos que não havia produção de morango nesta zona e decidimos que seria uma boa aposta. Só mais tarde é que começámos a pesquisar sobre as formas de produção, as técnicas de produção e chegámos a esta que encontrámos em Espanha.

PF: Quais as espécies de morango que produz? JC: São de várias qualidades, mas as de maior incidência são Festival, Portola e Albion.

«Ter 200 mil plantas por hectare em vez

de 60 mil é uma diferença muito grande»

POR: DANIEL FAIÕES

PF: Quando arrancou o projeto? JC: Nasceu em outubro de 2008, mas só começámos as obras em 2011, que terminaram em outubro do mesmo ano.

PF: De que tinha mais receio nessa altura?

JC: O facto de não termos nenhuma sensibilidade para o mercado agrícola poderia ter sido um entrave. No entanto, à medida que nos fomos introduzindo, fomos conhecendo e precavendo para certas situações. De qual-quer das formas, o maior receio era entrar num mercado que nunca tínhamos explorado.

PF: Já tinham, nessa fase, alguma ideia de como iam escoar o produto, o preço a que iam vendê-lo, etc.?

JC: Começámos precisamente por aí. Fizemos um estudo de PHUFDGRSDUDLGHQWLͤFDUSRWHQ-ciais clientes e, nessa fase, entrá-mos logo em contacto com as grandes superfícies, uma vez que W¯QKDPRVRREMHWLYRGHFHUWLͤFDUD produção. Fizemos o contrato de fornecimento e arrancámos.

PF: Qual a área cultivada e o investimento efetuado? JC: Esta exploração representa um hectare e teve um investi-mento de cerca de 500 mil euros, sendo 46% suportado pelo PRO-DER - Programa de Desenvolvi-mento Rural do Continente.

PF: Os terrenos foram mais um encargo ou eram propriedade da família?

JC: As terras já estavam na família.

José Carvalho é um jovem de 31 anos, formado em

Gestão de Marketing, que em 2008 teve o sonho de criar

uma exploração de morangos, a Hortivolátil. Para isso,

arregaçou mangas, informou-se sobre o setor e ergueu

um complexo de estufas em sistema de hidroponia

suspensa que lhe valeu o prémio internacional de melhor

jovem agricultor europeu. Neste momento, a ambição

passa por produzir cerca de 150 toneladas daquele fruto

por ano. A revista Agrotec procurou-o, em Mouquim, Vila

Nova de Famalicão, no sentido de compreender o que

o conduziu à conquista do prémio ao qual concorreram

inúmeros projetos europeus.

Pequenos Frutos (PF): Quais são as origens do seu interesse pela agricultura? Houve alguma influência familiar?

José Carvalho (JC): Não há tradição familiar. Foi em conversa com o meu pai que surgiu a ideia de montar umas estufas. Aí começou uma investigação sobre o que plantar e, mais tarde, sobre técnicas de pro-dução, já que não tinha qualquer conhecimento sobre esta área.

PF: Foi uma aposta ou uma alternativa de emprego nos tempos de crise que hoje se vivem?

JC: Um pouco dos dois. Para fugir ao mercado de emprego, que está completamente parado hoje em dia, e foi uma aposta, sem dúvida. Decidimos investir e atirarmo-nos de cabeça para este projeto.

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peouenosfrutos

PF: A que se deve a preferência por estas em particular?

JC: Esse foi um problema que tivemos no início. Ninguém nos abriu a porta e não sabíamos bem que variedades devíamos explorar. Fomos arriscando. À medida que íamos fazendo plantações, íamos experimentando novas variedades e acabámos por fazer boas e más apostas. Hoje em dia, já sabemos aquilo que queremos, mas foi tudo à custa da experimentação.

PF: O morango criado em sistema de hidroponia ganha propriedades distintivas daquele que é produzido em solo? JC: Não há grandes diferenças. Simplesmente temos um controlo muito mais apurado daquilo que o morango leva. Não estamos dependentes do que a terra lhe dá.

PF: Qual o tempo de vida de cada planta?

JC: Ideialmente é de um ano. De um ano para o outro perdem alguma produtividade. O terceiro ano é muito fraco. Eu estou esperançado de chegar às 750 gramas por planta. Na planta temos sempre flor, fruto maduro e fruto a crescer. Está sempre em produção em contínuo, com a planta sempre a trabalhar.

PF: Na fase de arranque, que tipo de acompanhamento é que teve? JC: A informação é-nos dada por engenheiros da área. Nesta zona não há quase ninguém que tenha experiência em exploração de morango. Fomos aprendendo e as pessoas que nos deram DSRLRWDPE«Pͤ]HUDPSHVTXL-sas e foram-se informando com outras.

PF: Quais foram os principais obstáculos à concretização do projeto e de que forma foram contornados?

JC: O investimento é o principal obstáculo, porque é enorme. Depois, faltou muito apoio téc-nico. Foi muito difícil encontrar informação sobre o morango. Se houvesse alguém que nos tivesse ajudado, que estivesse por dentro, tinha sido muito mais fácil e tenho a certeza que tínhamos poupado muito dinheiro.

PF: Que erros cometeu e que não tinha cometido se houvesse esse apoio técnico?

JC: Principalmente na escolha das variedades. Tivemos três variedades que foram totalmente falhadas e, hoje, sabemos que é derivado ao clima. Dão-se bem em climas do sul, mas por cá não têm qualquer hipótese, porque não têm o número de horas de calor necessário à produção em pleno. Agora, já sabemos qual o apoio nutricional que deve-mos dar à planta. Na altura, era um bocado baseado noutras culturas.

PF: Baseou a sua exploração nalguma que tivesse conhecido? JC: Sim. A exploração que vimos em Espanha era uma espécie de «show room». Acabámos por ter de fazer muitas alterações técni-cas para conseguir rentabilizar ao máximo esse modelo, usando o nosso terreno da melhor forma. Desde a inclinação das mangas de cultivo até ao número de mangas que se põe por vãos de 10 metros.

PF: O que é que o seu projeto tem de verdadeiramente inovador?

JC: É o facto das bandas de produção serem oscilantes, o que faz com que possamos ocupar o espaço a 100% e permite-nos colocar 200 mil plantas por hectare. Se compararmos com a cultura tradicional, que mete 60 a 65 mil por hectare, é uma diferença muito grande.

PF: Foi esta a principal razão TXHMXVWLͤFRXDGLVWLQ©¥R europeia?

JC: Foi por tudo: por ser hidro-ponia suspensa, por ser nesta região em concreto e pelo sis-tema utilizado.

«...há um aumento

na rentabilidade dos

trabalhadores, que

trabalham numa posição

ergonomicamente mais

“simpática”. Não têm

de andar curvados e

isso afeta bastante a

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PF: Em concreto, como é que funciona o sistema de hidroponia suspensa?

JC:)XQFLRQDGDPHVPDIRUPDTXHDKLGURSRQLDͤ[D‹DUHFLUFXOD©¥R de uma base nutritiva que faz a nutrição das plantas. Neste caso, é um circuito fechado que faz todo um reaproveitamento da água e nutrientes que não são absorvidos pelas plantas. Há uma enorme economia tanto em água como em nutrientes. Apesar de termos de ser nós a incluir os nutrientes na água, isso permite-nos ter um controlo absoluto da nutrição da planta.

3)4XHPDLVYDOLDVVHYHULͤFDPHPWHUPRVGHSURGX©¥RH sustentabilidade da exploração recorrendo a este método? JC: Intensidade de produção por metro quadrado. Também há um aumento na rentabilidade dos trabalhadores, que trabalham numa posição ergonomicamente mais «simpática». Não têm de andar cur-vados e isso afeta bastante a rentabilidade. As plantas, por estarem ao alto, têm um ganho de 2 a 3 graus em relação ao solo, o que é muito bom para elas e permite-nos fugir às geadas.

PF: O sistema NGS como funciona, exatamente?

JC: O sistema é espanhol, patenteado e nós descobrimo-lo em fase de estudo. Ao acreditar nele, também ajudámos a desenvolvê-lo. Tem havido uma colaboração contínua.

PF: O que é que falhou em Espanha para este sistema não ter sido implementado de uma forma tão sustentada e produtiva?

JC: Em Espanha, era apenas um show room sem interesse na produ-ção. Servia mais para o mostrar a potenciais clientes. Em vez de uma manga por calha, eles usavam duas. Tinha duas armações de ferro e nós acreditámos que com uma manga conseguíamos fazer o mesmo com menos trabalho.

PF: Quantas pessoas trabalham aqui?

JC: Nas fases mais complicadas, temos 7 pessoas que vêm para a colheita, plantação e limpeza.

PF: O que é que está automatizado nesta exploração?

JC: Temos tudo automatizado, desde as regas à climatização das estufas. Controlamos, cá dentro, a temperatura e a humidade e, no exterior, o vento, chuva e radiação solar. Este ano, que passámos

«O facto de estarem a

uma altura mínima de

1,20m permite-nos uma

limpeza muito maior.

Como não estão em

contacto nem com o

solo nem com plásticos,

faz com que haja maior

limpeza na produção.

Como é lógico isso ajuda

a diminuir o aparecimento

de pragas.»

o primeiro inverno, sentimos necessidade de aquecimento. É um investimento que vamos fazer brevemente. A iluminação tam-bém estamos a estudar, pois isso permite-nos enganar a planta e aumentar o número de horas de dia, o que é bom para a produção.

PF: A cultura do morango é suscetível ao aparecimento de pragas?

JC: Menos, mas também. O facto de estarem a uma altura mínima de 1,20m permite-nos uma limpeza muito maior. Como não estão em contacto nem com o solo nem com plásticos, faz com que haja maior limpeza na produção. Como é lógico isso ajuda a diminuir o aparecimento de pragas.

PF: Qual a produção anual e o volume de negócio?

JC: Esperamos chegar às 150 toneladas por ano.

PF: Já começou a exportar a produção?

JC: Ainda não, mas o interesse é precisamente esse: exportar o produto todo assim que haja mais volume de produção. Neste momento, ainda não temos essa capacidade. Os transportes estão muito caros e não vale a pena mandar pouco produto.

PF: Que recomendações dá a quem inicia um projeto? O que é que precisa de ler, que explorações deve visitar? JC: Primeiro tem de ter a sorte que alguém lhe abra a porta, que é o que fazemos aqui. Facul-tamos os conhecimentos que temos porque também temos interesse que haja mais pessoas a explorar o morango. Também recomendo muito cuidado na aquisição de terras.

PF: Como surge o

enquadramento do prémio? JC: Fizemos uma candidatura espontânea ao prémio de melhor jovem agricultor em Portugal, um concurso feito pela Con-federação dos Agricultores de Portugal (CAP). Depois, fui a Bruxelas representar Portugal no Congresso Europeu de jovens agricultores, uma iniciativa dos eurodeputados Nuno Melo e Esther Garcia.

PF: Qual é a importância de receber esta distinção além-fronteiras?

JC: Foi o reconhecimento e a visibilidade que nos pro-porcionou. Estamos a tentar fomentar que haja mais gente empenhada neste tipo de cul-tura de morango para que nos possamos agrupar no sentido de exportar para o Norte da Europa. Já tivemos mais de 600 pessoas que visitaram a explo-ração e algumas delas querem apostar nisto.

Referências

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