AS BIBLIOTECAS ELETRÔNICAS ABRIGAM UMA QUANTIDADE
CADA VEZ MAIOR DE TRABALHOS: UTILIZEMO-LAS PARA
REVISÕES DE LITERATURA E OUTROS FINS ACADÊMICOS
Candido Alberto Gomes
Coordenador da Cátedra UNESCO-UCB
É indispensável resenhar literatura completa e atualizada. Não usemos trabalhos “requentados”, que não representam as fronteiras do conhecimento. Para isso, precisamos ser usuários das bibliotecas eletrônicas internacionais. Também a ciência se globalizou. Mais ainda, não há como alegar falta de dinheiro: existe uma infinidade de oportunidades inteiramente gratuitas.
Eis alguns endereços eletrônicos onde podemos achar artigos e outras publicações em várias línguas. Para quem tiver dificuldades com o inglês e o francês, um fato novo é que as revistas científicas brasileiras estão aproveitando estas oportunidades. E, até certo ponto, também as de língua espanhola. Não pensemos que um sítio, por estar escrito em inglês, só tem títulos em inglês. Há inúmeros periódicos de línguas portuguesa e espanhola.
Dessa forma, seguem-se alguns poucos, dentre os muitos sítios, onde podemos buscar e baixar textos, parte deles livre, parte deles paga (embora com frequência acima do nosso poder aquisitivo quando se trata de baixar certo número de trabalhos):
www.scielo.br e scielo.ar, cl, mx, pt, es, co etc., respectivamente da Argentina, Chile, México, Portugal, Espanha e Colômbia.
Educational Research Global Observatory: http://ergo.asu.edu/ejdirectory.html
Clicando em Search , encontraremos várias oportunidades, em especial à esquerda da tela. A Directory of Open Access Scholarly Journals in Education, mantida pela Universidade de Lund, Suécia, é um banco de periódicos que não cobra para baixar os seus números. É muito alto e crescente o total de revistas acessíveis, democratizando o conhecimento. Revistas em português e espanhol são numerosas. Se v. quiser ter acesso aos demais campos do conhecimento, como psicologia, sociologia, neurociências etc., o que é altamente recomendável em ciências da educação, entre direto no endereço geral do Open Access: http://www.doaj.org/
No mesmo endereço (isto é, http://ergo.asu.edu/ejdirectory.html) v. tem acesso ao Bielefeld Academic Search Engine (Alemanha).
Author Mapper é o sítio de uma editora transnacional que inclui artigos que podem ser baixados livremente ou comprados:
http://www.authormapper.com
Ao localizar no mapa a produção científica, verificamos que incomensurável parte dela ainda se encontra no Hemisfério Norte, não nos BRICAS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e ao sul do Equador.
Não nos esqueçamos das inúmeras livrarias e bibliotecas eletrônicas de instituições internacionais, como a UNESCO, que têm publicações também em espanhol. Em certos casos, como a da União Europeia, baixar o livro eletrônico não tem custo e é imediato. Só se paga para importar o livro de papel. Também as instituições de educação superior, inclusive no Brasil, têm bibliotecas digitais das suas dissertações e teses.
VÁ A PORTUGAL!
Vá a Portugal na velocidade da luz, sem gastar nada. Portugal tem relativamente grande produção editorial. E em Portugal, alguns se esquecem, escreve-se em português. Assim, cabe recomendar com toda a ênfase o Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal – RCAAP
(http://www.rcaap.pt/), inteiramente gratuito, que abre as portas a ampla produção portuguesa e brasileira, inclusive dissertações e teses defendidas em Portugal. Este portal, inclusive, oferece serviço de alojamento de repositórios institucionais.
Dentre os repositórios a que o RCAAP dá acesso se inclui a Biblioteca
Digital da Universidade Católica Portuguesa - UCP
(http://www.ucp.pt/site/custom/template/ucptplfac.asp?sspageID=3260 &lang=1). Esta merece atenção prioritária pela quantidade e qualidade dos materiais, inclusive pelos seus componentes:
• e-bases
• e-bibliografias • e-periódicos • e-recursos
• Periódicos digitalizados (Índices)
Ao clicar nesses itens, a que se tem acesso pelo endereço acima, se encontra ampla quantidade de recursos digitais predominantemente em português, mas também em outras línguas. Inúmeros periódicos oferecem gratuitamente os seus resumos dos últimos fascículos e, após certo período, permitem consulta também gratuita à integralidade dos artigos.
Além da Biblioteca Digital, pode-se ter acesso ao Repositório da própria UCP, o que torna essa instituição uma das riquezas mais proeminentes dos países lusófonos.
Também em Portugal, a Biblioteca do Conhecimento Online (http://www.b-on.pt/) é um sítio de pesquisa indispensável.
Os resultados de pesquisas dos países da União Europeia estão disponíveis também no Open AIRE, Open Access Infrastructure for Research in Europe (http://www.openaire.eu/), apresentado em 18 idiomas, inclusive o português. Infelizmente, porém, o acervo de ciências humanas é ainda muito reduzido.
Seria impossível apresentar uma lista exaustiva de endereços para pesquisa. Geralmente as bibliotecas nacionais dos países desenvolvidos,
mas também em desenvolvimento (exemplo: o Egito, com a Biblioteca de Alexandria) abrem amplos recursos digitais, inclusive de documentos históricos milenares.
Last but not least. Além de todos estes recursos, a Universidade Católica de Brasília paga à CAPES, em parte com a sua mensalidade, para v. ter acesso pleno, inclusive fora dos campi, ou seja, até na sua casa, ao Portal de Periódicos. A primeira providência de um estudante que se matricula e preza o seu dinheiro é “voar” à Biblioteca para obter senha e, se preciso, fazer treinamento para uso do Portal.
COMO BUSCAR?
A busca de material envolve um paciente processo de ensaio e erro, com a utilização e combinação de uma ou mais palavras-chave. Todavia, quanto mais utilizamos, mais rápidos e eficazes nos tornamos. Quanto menos utilizamos, mais ficamos “excluídos”.
Para buscar efetivamente os textos, precisamos conhecer bem o thesaurus, isto é, o conjunto de palavras-chave utilizadas, um vocabulário controlado que precisa mudar com relativa constância, em face do dinamismo da ciência. Não nos esqueçamos de que o Thesaurus Brasileiro de Educação se encontra no sítio do INEP (www.inep.gov.br), onde também se acham, na versão eletrônica, as publicações do INEP. Na ordem de importância, segue-se o Thesaurus da UNESCO:
http://www.ibe.unesco.org/en/services/publications/ibe-education-thesaurus.html
Neste endereço temos acesso ao documento em inglês, francês, espanhol. Se preferirmos, também há uma versão em português, como também em árabe e chinês.
Não nos esqueçamos: as palavras-chave, que também devemos utilizar em nossos trabalhos, não podem surgir da imaginação, mas da consulta aos Thesauri adequados. No Brasil, vale o do INEP, devendo-se recorrer
subsidiariamente ao da UNESCO. Cada país e até cada região pode ter o seu.
PLÁGIO É CRIME!
Esta riqueza, inacessível à geração anterior, está à disposição, porém devemos ensinar a ética a nossos alunos: nada pode ser montado com control c e control v: as fontes devem ser cuidadosamente citadas, usando-se aspas ou itálico para o que eles não escreverem. NÃO CITAR A AUTORIA É PLÁGIO. E PLÁGIO É CAPITULADO COMO CRIME PELAS LEIS BRASILEIRAS!