• Nenhum resultado encontrado

TÍTULO: PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO PARA PILARES MISTOS. UM OLHAR SOBRE AS NORMAS BRASILERA E EUROPEIA.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TÍTULO: PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO PARA PILARES MISTOS. UM OLHAR SOBRE AS NORMAS BRASILERA E EUROPEIA."

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

TÍTULO: PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO PARA PILARES MISTOS. UM OLHAR SOBRE AS NORMAS BRASILERA E EUROPEIA.

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA ÁREA:

SUBÁREA: Engenharias SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO(ÕES): CENTRO UNIVERSITÁRIO AMPARENSE - UNIFIA INSTITUIÇÃO(ÕES):

AUTOR(ES): MARIELLI MONTANHEIRO, NILMAR BENATTI FILHO, POLIANE PALOMA DE OLIVEIRA, RODRIGO NERY BONCHRISTIANI, HAMILTON SEBASTIÃO PIRANI VIRGÍLIO

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): SILVIO LUIZ CARDOSO PINTO ORIENTADOR(ES):

(2)

RESUMO

Apresentam-se comparações para dimensionamento de pilares mistos de aço e concreto entre a norma brasileira ABNT NBR 8800:2008 e a norma europeia EN 1994-1-1. Mostra-se, ainda, que existe insuficiência quanto a variação de seções de pilares, métodos de calculo e coeficientes apresentados pela norma brasileira.

Palavras-chaves: Dimensionamento. Pilares mistos. Norma. Europeia. Brasileira.

1. INTRODUÇÃO

A utilização de estruturas mistas de aço e concreto vem apresentando nos últimos anos uma trajetória ascendente no Brasil, devido as inúmeras vantagens como por exemplo a rapidez de execução e a redução do peso total da estrutura reduzindo os custos da fundação (DIAS, 2014, p. 07). Suas aplicações são em grandes obras, como edifícios de múltiplos andares, hospitais e shoppings. (Nakamura, 2018).

Estruturas de aço são mais resistentes e mais leves, podendo oferecer vantagens na execução de fundações, entretanto o aço possui baixa proteção contra o fogo e a corrosão. Segundo Carini (2014, p.19), para solucionar este problema, no final do século XIX, o concreto foi utilizado como revestimento sem considerar o acréscimo que o poderia oferecer na resistência. Então, no final do século XX, o surgimento dos conectores de cisalhamento possibilitou a origem dos elementos mistos, vigas, pilares e lajes.

“Apesar de parecer uma técnica recente, as estruturas mistas aço-concreto surgiram no fim do século passado” (FIGUEIREDO,1998, p.02). A combinação de perfis de aço e concreto, simples ou armado, em elementos estruturais procura associar as vantagens que cada um dos materiais pode oferecer, tanto em termos resistentes quanto em termos construtivos.

“A construção em sistema misto é competitiva para estruturas de vãos médios a elevados, grandes balanços, locais de difícil acesso e solos de baixa capacidade resistente, caracterizando-se pela rapidez de execução e pela significativa redução do peso total da estrutura quando comparado aos sistemas convencionais de concreto armado” (PORTAL METÁLICA, 2013).

(3)

Segundo Braga (2011), a utilização de elementos mistos na composição de sistemas estruturais apresenta eficiência significativa para a racionalização da construção civil. Esta eficiência pode ser garantida através da utilização de pilares mistos de aço e concreto que apresentam vantagens sobre pilares convencionais de concreto armado, como a execução de pilares esbeltos e flexíveis que diminuem a utilização de formas e escoras na fase construtiva. A metodologia construtiva permite otimizar o tempo de execução e aumentar a precisão dimensional reduzindo custos com correções.

2. OBJETIVOS

O objetivo é, através da comparação, apresentar os itens que a norma brasileira se apresenta insuficiente e nortear possíveis profissionais e estudantes da área que necessitem executar pilares mistos assimétricos e de cargas elevadas. Este artigo pretende encontrar as diferenças entre a norma brasileira e a norma europeia quanto a pilares mistos, este tema se mostrou promissor devido a necessidade encontrada de consultar a norma europeia ao se fazer trabalhos acadêmicos sobre o assunto.

3. METODOLOGIA

A necessidade de variar as soluções construtivas como pilares de diversas simetrias gera a indispensabilidade de consultar outras normas além da brasileira. A ABNT NBR 8800:2008 trata apenas de quatro tipo de pilares com seções simétricas sendo insuficiente para todas as soluções mistas possíveis como pilares assimétricos (com lados diferentes, como por exemplo triângulos e hexágonos). O artigo trata da análise dos métodos de dimensionamento de pilares mistos através das principais diferenças da norma brasileira e europeia, especificamente nas obras de Luís Calado e João Santos, baseado na norma européia e Gilson Queiroz, Roberval José Pimenta e Alexander Galvão Martins, com base na norma brasileira.

A utilização da construção mista está diretamente ligada ao desenvolvimento do concreto armado e das estruturas de aço, onde sua aplicação vem sendo uma tendência em diversos países europeus, americanos e asiáticos, no

(4)

entanto no Brasil sua utilização ainda é restrita a poucas obras (ALVA E MALITE, 2005).

Segundo Serafim (2013, p. 06), os pilares mistos são mais frequentes em países mais desenvolvidos, no entanto no Brasil, o seu uso é escasso.

Este estudo justifica-se visto o crescimento das estruturas mistas na construção de edifícios altos, onde o pilar misto se mostra como uma opção vantajosa (NAKAMURA, 2018). Isto acarreta em uma demanda ampla de opções e variedades que, muitas vezes, a norma brasileira não oferece suporte para a execução dessas estruturas.

O procedimento do estudo será conduzido através de uma comparação entre a amplitude das normas nos quesitos de métodos de cálculo, dimensionamentos e complexidade.

Foi realizada uma pesquisa comparativa entre as obras dos autores. Consultando as normas NBR 8800:2008 e EN 1994-1-1 em situações esporádicas para esclarecimentos mais complexos.

NBR 8800 (ABNT:2008): a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. ABNT NBR 8800 foi elaborada no Comitê Brasileiro da Construção Civil e pela Comissão de Estudo de Estruturas de Aço (ABNT 2008). “A ABNT NBR8800:2008, apresenta dois modelos de cálculo para dimensionamento de pilares mistos, com base em duas normas internacionais. O primeiro, o Modelo I, no AISC (2005) e o segundo, o Modelo II, no EC 4 (2004)” (SILVA, 2012, p. 02).

EN 1994-1-1: Eurocódigo 4: Projeto de estruturas de aço e concreto compensadas: Parte 1-1 Regras gerais e regras para edifícios, foi preparado em nome do Comitê Técnico. Norma européia que trata de estruturas mistas. Esta norma deve ter o estatuto de norma nacional, que é regida pelo CEN - Comité Europeu de Normalização que está presente nos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.

(5)

Pilar Misto: Segundo Silva (2012) os pilares mistos de aço concreto consistem em um ou mais perfis de aço ligados entre si, trabalhando em conjunto com o concreto, simples ou armado, solicitados à compressão ou à flexocompressão. Os pilares mistos são basicamente de dois tipos preenchidos ou revestidos.

Para pilares mistos existem dois métodos de cálculos citados na EN 1994-1-1:

a) Método geral de cálculo:

“O método geral de cálculo permite considerar elementos estruturais mistos de seção transversal assimétrica ou não uniforme ao longo do comprimento, bem como ter em atenção os efeitos de segunda ordem, incluindo as tensões residuais, as imperfeições geométricas, a instabilidade local, a fendilhação do betão, a fluência e a retratação do betão, assim como a cedência do aço estrutural e das armaduras. Este método exige utilização de programas numéricos específicos e só pode ser utilizado se estes existirem (CALADO; SANTOS, p. 443, 2013).”

b) Método simplificado de cálculo:

“O método simplificado de cálculo é limitado aos elementos estruturais mistos bem como ao valor máximo de esbelteza normalizada, λ , e á quantidade de armadura longitudinal. Este método utiliza as curvas europeias de dimensionamento de colunas de aço, que no caso de elementos estruturais sujeitos à compressão permite ter em consideração, de um modo implícito, as imperfeições geométricas. O método simplificado não se aplica se o elemento de aço estrutural for composto de duas ou mais seções não ligadas entre si (CALADO; SANTOS, p. 443, 2013).”

A NBR8800 (ABNT, 2008) refere-se apenas ao método simplificado de cálculo. Nota-se semelhança em muitos aspectos desta metodologia, entretanto existem diferenças que em alguns casos limitam a utilização dos pilares mistos.

Devido ao uso do método simplificado, a NBR 8800 apenas utiliza pilares de seção transversal simétrica e uniforme, conforme Figura 01. Já a EN 1994-1-1, em conjunto com os exemplos citados na norma brasileira, cita outros modelos de seções transversais, Figura 02.

(6)

Fonte: NBR:8800 (ABNT, 2008)

Figura 02 – Pilares mistos calculados na norma européia

Fonte: Luis Calado (2013), trabalhada pelo autor.

Verificou-se que os valores de cálculo do esforço normal resistente a compressão para seções tubulares preenchidas com concreto difere nas fórmulas e considerações para os cálculos no item P.5.4.4 da NBR 8800 e no item 6.7.3.2 da EN 1994-1-1.

(7)

1. O coeficiente usado para majorar a segurança em relação a tensão de ruptura de compressão do concreto apresenta valores distintos entre as normas, sendo 0,95 para a norma brasileira e 1,00 para a norma europeia

2. Na norma europeia é feita uma análise em relação ao confinamento do aço estrutural e do concreto, os coeficientes utilizados nesta análise são dependentes da excentricidade, do esforço normal e da esbelteza normalizada.

2.1 Método Geral de Cálculo

Verificou-se que a principal diferença entre as duas normas é a presença do método geral de cálculo.

“O artigo 6.7.2 da EN 1994-1-1, referente ao método geral de cálculo, é mais conjunto de princípios do que um método de cálculo (CALADO, 2013, p. 445)”.

Este método exige a utilização de um programa numérico devido a presença de três materiais distintos trabalhando em conjunto, gerando reações diferentes para cada componente, inviabilizando o cálculo simplificado.

2.2.1 Princípios Gerais

• Os cálculos da instabilidade estrutural incluem os efeitos de segunda ordem em todos os cenários, em situações que intervenham consideravelmente na estabilidade estrutural devem ser considerados em qualquer direção que exista possibilidade de ruptura. Os efeitos da fluência e da retração podem ser desprezados em casos onde a deformação por fluência não gera momentos fletores, de primeira ordem, superiores a 10%.

• Não se deve considerar a combinação de ações quando se verifica a instabilidade.

• Todas as seções devem ser resistentes ao esforço normal e transverso e a flexão, simultaneamente.

• Delimita-se os esforços através de uma analise elasto-plástica obrigatoriamente.

(8)

• A interação total entre o aço e o concreto é mantida até a ruptura. • A resistência do concreto à tração deve ser deve ser desprezada.

• A relação tensão-extensão para a análise não linear deve ser verificada para todos materiais conforme suas respectivas normas.

• As tensões elásticas podem ser substituídas pelas curvas de flambagem e imperfeições de membros para colunas compostas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a analise dos livros e das normas citadas neste artigo, constatou-se que a norma brasileira apresenta apenas o método simplificado de cálculo para pilares mistos, em contrapartida a norma europeia apresenta o método simplificado e o geral para este mesmo cálculo que abrange pilares mono e bissimétricos, enquanto a norma brasileira só visa os pilares bissimétricos.

Além disso, a norma europeia, em determinadas seções de cálculos, difere em coeficientes e ponderações, se mostrando mais completa nas considerações e verificações.

Uma discussão que deve ser proposta no âmbito da construção civil brasileira é a de que o uso de pilares mistos vem aumentando no Brasil e, portanto, cria-se uma necessidade de se ter uma norma que englobe situações diversificadas.

4. CONCLUSÃO

A comparação entre as normas brasileira e europeia, com base na literatura utilizada na construção deste artigo, indica que o uso de pilares mistos no Brasil, de certa forma, é limitado pelas variações de seções e verificações de segurança, que lhes são aplicadas. Na Europa a utilização deste tipo de recurso encontra terreno fértil e invariavelmente contribui para o adequado emprego dos recursos disponíveis, viabilizando obras maiores, vãos mais amplos e melhor aproveitamento do espaço interno. A evolução normativa europeia é fruto de pesquisa em novas tecnologias e desenvolvimento de materiais novos ou combinados.

No Brasil a realidade atual é diferente. As limitações no emprego desta técnica, influenciadas por Normas pouco abrangentes, ainda devem perdurar até que tenhamos uma profusão de estudos mais profundos. Uma alternativa seria a

(9)

adequação das Normas europeias à realidade nacional, o que exigiria a participação de profissionais de várias especialidades bem como da iniciativa privada além dos organismos normativos.

5. REFERÊNCIAS

ALVA, Gerson Moacyr Sisniegas; MALITE, Maximiliano. Comportamento estrutural e dimensionamento de elementos mistos aço-concreto. Publicação Interna:

Cadernos de Engenharia de Estruturas-Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, v. 7, n. 25, p. 51-84, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Apresentação: NBR 8800. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

BRAGA, Augusto Cezar Gomes; FERREIRA, Walnório Graça. Pilares mistos aço-concreto e comparativo de custo com pilares de aço e pilares de aço-concreto armado. Rem: Revista Escola de Minas, v. 64, n. 4, 2011.

CALADO, Luis; SANTOS, João. Estruturas mistas de Aço e Betão. cidade, 3ª

edição, Press, 2013

CARINI, Matheus Roman. Estruturas mistas de aço e concreto: projeto de edifício comercial. 2014.CARINI, Matheus Roman. Estruturas mistas de aço e concreto: projeto de edifício comercial. Disponível em:

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/110092/000952028.pdf?sequence =1. Acesso em: 19 jun. 2018.

DIAS, Luis Andrade de Mattos. Estruturas híbridas e mistas de aço e concreto. 1. ed. São Paulo: Zigurate, 2014.280p.

EUROPEAN COMMITTEE FOR STANDARDIZATION. Eurocode 4: Design of composite steel and concrete structures – Part 1-1: General rules and rules for buildings. CEN, 2004.

FERMINO, Victor. CSN anuncia aumento do preço do aço em 12,25%. São Paulo, 16 jul. 2018. Disponível em: < https://moneytimes.com.br/fast/csn-anuncia-aumento-do-preco-do-aco-em-1225/>. Acesso em: 30 ago. 2018

(10)

FIGUEIREDO, Luciana Maria Bonvino. Projeto e construção de pilares mistos

aço-concreto. São Carlos. 142p. Dissertação (Mestrado)–Escola de Engenharia de

São Carlos, Universidade de São Paulo, 1998.

NAKAMURA, Juliana. Estruturas Mistas Ganham Espaço na Construção de Edifícios de Multipavimentos. Disponível em: <https://

www.aecweb.com.br/cont/m/rev/estruturas-mistas-ganham-espaco-na-construcao-de-edificios-multipavimentos_16938_10_0>. Acesso em 23 ago. 2018.

SILVA, Paulo Henrique Lubas. Dimensionamento de pilares mistos de aço e concreto. 2012. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

Em consonância com o disposto na Resolução CONSUNEPE N° 61, de 03 de setembro de 2020 que aprova o Programa de Monitoria de Acadêmica voluntária do

(Rn = 23.003,87€) 89.. Um cliente deposita no início de cada mês 1000€. O aluguer mensal de um prédio é de 30.000€ pagáveis no início de cada mês. Sabendo que a taxa de juro

Após alerta sanitário emitido pela Agencia Francesa de Segurança Sanitária de Produtos de Saúde (AFFSAPS) de não conformidades no silicone utilizado para

Podem treinar tropas (fornecidas pelo cliente) ou levá-las para combate. Geralmente, organizam-se de forma ad-hoc, que respondem a solicitações de Estados; 2)

Nestas regiões, o milho pode ser cultivado em duas épocas distintas, sendo o milho safra cultivado de outubro a janeiro (milho verão) e o milho safrinha (milho segunda

Capaz de processar os dados de imagem seis vezes mais rápido do que o seu antecessor, o poder do DIGIC 5, transportado para a EOS 650D, permite aos fotógrafos uma série de

• A falta de registro do imóvel no CAR gera multa, impossibilidade de contar Áreas de Preservação Permanente (APP) na Reserva Legal (RL), restrição ao crédito agrícola em 2018