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PSICO-ONCOLOGIA: O PSICÓLOGO COMO AGENTE ATIVO NA ATUAÇÃO EM ÂMBITOS ONCOLÓGICOS

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Academic year: 2021

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VI Sem an a d e Ps ico lo g ia d a F a cu ld a d e Lu cia n o F eijã o . , 2 7 a 2 9 d e ag o sto d e 2 0 1 8 .

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MBITOS

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NCOLÓGICOS

LUIZ AUGUSTO SOUZA BARBOSA1

RONIEL SOUSA DAMASCENO2

JAMILE MARIA SAMPAIO TABOSA3

MARIA SUELY ALVES COSTA4

INTRODUÇÃO

A Psicologia propicia novos e distintos olhares acerca de fenômenos sociais, culturais e biológicos; a percepção desta ciência sobre o câncer atravessa os mais variados âmbitos, a qual se mostra uma temática favorável para estudos de pesquisadores, acadêmicos e profissionais da área.

Autores como Veit & Carvalho (2010) definem a patologia câncer como “uma denominação genérica para modificações em estruturas celulares que resultam, de modo geral, em formações tumorais”. No entanto, mesmo percebendo pela definição anterior que o câncer é entendido como uma doença restritamente biológica, ela desafia e influência os mais variados âmbitos da vida do sujeito- seja o social, econômico, psíquico ou familiar. Por esse motivo, é essencial a existência de uma política multiprofissional no tratamento dos indivíduos que possuem essa doença, sendo a Psicologia uma das práticas evidentemente importantes para a (des)construção dos aspectos que envolvem o processo saúde-doença.

Além do supracitado, no que diz respeito à inter-relação entre Psicologia e Oncologia, Veit & Carvalho (2010) denominam a área “como a intersecção entre a

1 Universidade Federal do Ceará (UFC). E-mail: luiz.28.augusto@gmail.com 2 Universidade Federal do Ceará (UFC).

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Psicologia e a Oncologia, que cabem o estudo das variáveis psicológicas e comportamentais envolvidas no processo de adoecimento e cura e as intervenções ao longo de todo ele.” Com isto, mostra-se necessário discussões acerca do que está sendo construído nessa sub-área da psicologia da saúde, como salienta Araújo (2006), para que assim profissionais e futuros profissionais conquistem conhecimentos quanto a atuação do psicólogo no contexto oncológico.

Referenciando Veras & Moreira (2012), podemos entender que “A consciência da finitude é uma característica comum a todos os seres humanos, mas a maneira que cada comunidade desenvolve para se relacionar com a morte é peculiar, influenciada por questões histórico-sociais e culturais”. Por conta dos mais distintos comportamentos culturais é imprescindível para o profissional de psicologia perceber, analisar e compreender a construção daquele sujeito que está iniciando ou finalizando o processo de enfrentamento e tratamento da patologia. É perceptível a importância de compreender a Oncologia como um processo que está entrelaçado a um sujeito, e não como uma característica inata e separada dos aspectos alheios ao biológico (Veit & Carvalho, 2010; Carvalho, 2002).

Essa produção coloca-se como uma ferramenta de reflexão, discussão e aprimoramento das possíveis interlocuções entre Psicologia e Oncologia, por ser uma área relativamente nova, segundo Veit & Carvalho (2010) as produções ainda se mostram limitadas em termos de quantidade, mesmo que essa área se coloque como propícia para várias pesquisas futuras. Por esse motivo, essa pesquisa justifica-se pela busca de aprimoramento da prática dos psicólogos e a promoção das possibilidades que cercam os campos dos profissionais de psicologia; pelos motivos expostos até aqui, as atuações nos setores de oncologia demonstram-se serem possíveis e necessárias.

Portanto, devido às mudanças conquistadas através das novas perspectivas de saúde, explicitam-se as necessidades de conhecer os mais variados aspectos e formas de

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VI Sem an a d e Ps ico lo g ia d a F a cu ld a d e Lu cia n o F eijã o . , 2 7 a 2 9 d e ag o sto d e 2 0 1 8 . PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a aquisição de material de literatura foi realizado buscas de referências em meios eletrônicos, pode-se citar sites como Redalyc.org, Pepsic e SciELO Brasil, além de sites de Universidades brasileiras, tais como nos sites da Universidade Metodista de São Paulo e Universidade de São Paulo (USP), a escolha por essas universidades se deu pelos resultados obtidos nas pesquisas nos sites de periódicos supracitados, tornando-se universidades onde esse tema surge como relevante em suas pesquisas e publicações.

De tal forma, realizamos um breve levantamento da literatura acerca de aspectos históricos, conceituais e específicos da área de Psico-oncologia; palavras-chaves foram utilizadas, sendo elas psicologia, oncologia, hospital e saúde. Essa revisão foi disposta por 08 artigos acerca do tema, dentre os assuntos/temas primordiais descritos foram: (1) o histórico da área no mundo e no Brasil, (2) a atuação do profissional, (3) a percepção de pacientes e cuidadores, e (4) a sub-área focada em crianças e jovens, psico-oncologia infantil. Essa breve revisão teve como objetivo discorrer e perceber o que está sendo discutido na área da psico-oncologia. Para a inclusão dos artigos na revisão foram selecionados os que mais se colocavam em uma posição histórica da área, descrevendo de uma forma mais especifica a história no Brasil, definições necessárias para entender a área e a atuação do psicólogo, de uma forma genérica, nesse âmbito oncológico.

A utilização da metodologia de revisão literária possibilita um maior acesso às publicações mais recentes sobre a área e amplia a criticidade sobre questões de atuação profissional no âmbito da oncologia. Além disso, essa metodologia possibilita uma maior aquisição de conhecimentos acerca da psico-oncologia, auxiliando na formação de profissionais e contribuindo para a sua atuação profissional em psicologia.

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an a d e Ps ico lo g ia d a F a cu ld a d e Lu cia n o F eijã o . 2 9 d e ag o sto d e 2 0 1 8 . RESULTADOS E DISCUSSÕES

As buscas eletrônicas propiciaram alguns fatores relevantes no estudo da área de psico-oncologia, tal como percebido no que se refere o processo de adoecimento, nesse aspecto pode-se observar que ainda é presente, no contexto tanto dos adoentados quanto dos familiares, a percepção do diagnóstico como algo intimamente ligada à morte (Veras & Moreira, 2012; Veit & Carvalho, 2010; Kohlsdorf & Junior, 2012; Almeida & Santos, 2013; Del Bianco Faria et al., 2010). Contudo, com os avanços tecnológicos no processo de diagnóstico e tratamento, essa concepção se mostra como consequência do histórico dessa enfermidade na nossa sociedade, pois no passado haviam um número maior de falecimentos e sequelas consequentes dessa patologia. Agrega-se a permanência desse estigma a ausência de informações sobre o processo de adoecimento e o tratamento, que nos leva a refletir sobre políticas públicas em saúde neste campo especifico de adoecimento; por esses motivos, desde o aspecto de promoção da saúde ao aspecto de educação na saúde, o profissional de psico-oncologia evidenciasse como um importante agente nas mudanças de hábitos, costumes e comportamentos que possam prejudicar ou estereotipar, de alguma forma, o processo de saúde-doença do sujeito com câncer.

Além disso, mesmo com a inegável importância de tratamentos e do diagnóstico no processo de adoecimento no indivíduo adoentado, o sofrimento consequente da patologia também irá afetar outras perspectivas de sua vida que vão além do âmbito biológico/hospitalar, dentre esses os âmbitos familiares, afetivos e sociais; os familiares, de uma forma geral, serão os mais atingidos com as mudanças da realidade desse sujeito, pois serão, possivelmente, os cuidadores informais desses sujeitos (Scorsolini-Comin et al. 2008; Veras & Moreira, 2012).

Ademais, a psico-oncologia agrega ao âmbito biológico os determinantes sociais, perceptíveis atualmente devido às mudanças de visões biologistas predominantes em outrora. Logo, percebendo o sujeito não como uma doença, mas como um indivíduo

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doente que possui uma história além do que está a se viver em hospitais ou em outras instituições.

A literatura acerca da área mostra-se, portanto, como proveitosa para profissionais interessados no tema, mesmo com o crescimento de estudos e pesquisas, essa perspectiva acerca do tema merece ainda mais atenção e desenvolvimento.

CONCLUSÃO

A presente revisão de literatura, embora sucinta, mostrou-se como uma importante ferramenta na aquisição de conhecimentos acerca da área de psico-oncologia. Fica claro a importância de profissionais de psicologia no campo da saúde, mais especificamente no âmbito hospitalar; adaptar-se, conhecer, analisar, respeitar e ajudar os pacientes/cuidadores de pacientes oncológicos colocasse como um dos papéis do Psicólogo.

Ressalta-se ainda que esse campo ainda possui desafios a serem ultrapassados e conquistas a serem realizadas, todavia, para esses aspectos é necessário a preparação e especialização dos psicólogos para que, assim, os conhecimentos produzidos na Psico-oncologia sejam ainda mais consolidados e enaltecidos entre os profissionais psi.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, TEREZA CRISTINA CAVALCANTI FERREIRA DE. “Câncer Infantil: intervenção, formação e pesquisa em psico-oncologia pediátrica”. In: Psicologia Hospitalar, v. 4, n. 1, p. 0-0, 2006.

CARVALHO, MARIA MARGARIDA. “Psico-Oncologia: História, Caracteristicas e Desafios”. In:

Psicologia USP, v. 13, n. 1, p. 151-166, 2002.

DE ALMEIDA, M.; SANTOS, A. “Câncer infantil: o médico diante de notícias difíceis-uma contribuição da psicanálise”. In: Mudanças-Psicologia da Saúde, v. 21, n. 1, p. 49-54, 2013.

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DEL BIANCO FARIA, ANA MARIA et al. “Aspectos psicossociais de acompanhantes cuidadores de crianças com câncer: stress e enfrentamento”. In: Estudos de Psicologia (Campinas), v. 27, n. 1, p. 13-20, 2010.

KOHLSDORF, M.; COSTA JUNIOR, Áderson Luiz. “Impacto psicossocial do câncer pediátrico para pais: revisão da literatura”. In: Paidéia, v. 22, n. 51, 2012.

SCORSOLINI-COMIN, F.; VILELA E SOUZA, Laura; SANTOS, Manoel Antônio dos. “Tornar-se psicólogo: Experiência de estágio de Psico-oncologia em equipe multiprofissional de saúde”. In: Revista

Brasileira de Orientação Profissional, v. 9, n. 2, p. 113-125, 2008.

VERAS; MOREIRA. “A morte na visão do sertanejo nordestino em tratamento oncológico”. In: Estudos

de Psicologia, v. 17, n. 2, 2012.

VEIT; CARVALHO. “Psico-Oncologia: um novo olhar para o câncer”. In: O Mundo da saúde. São Paulo, v. 34, n. 4, p. 526-530, 2010.

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