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Café Orgânico - Perfil e Preferência dos Consumidores Capixabas

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Academic year: 2021

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Café Orgânico - Perfil e Preferência dos Consumidores Capixabas Organic Coffee - Profile and Preference of Consumers Capixabas CHIRSTÓFORI, João Batista1; OLIVEIRA, Patrycia Pansini2.

1Instituto Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, joao.christofori@ifrj.edu.br; 2Instituto Federal do Espírito Santo, Campus de Alegre, ES, patryciapansini@gmail.com.

Resumo: Com o crescente aumento no consumo de café orgânico, este trabalho tem como objetivo analisar as influências na preferência e no perfil de compra do consumidor de café orgânico, avaliando os seguintes parâmetros: idade, escolaridade, renda mensal familiar, frequência com que toma o café, o tipo de café, fator principal de compra, identificação do café no paladar. Foi realizada uma pesquisa exploratória onde 300 pessoas foram abordadas na saída dos supermercados da região de maneira aleatória, afim de identificar o consumidor de café orgânico. De acordo com a pesquisa, o perfil dos 47% dos entrevistados, são adultos com mais de 40 anos, com nível de escolaridade girando em torno de 40% dos consumidores de café, assim como, a renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos. Em relação à preferência dos entrevistados, 90% consomem a bebida diariamente, em Blend (mistura de Conilon com Arábica). O principal fator que leva o consumidor a comprar determinada marca de café é o sabor, com destaque no paladar o sabor suave.

Palavras-chave: Agroecologia, bebida, sustentabilidade.

Abstract: With the growing increase in organic coffee consumption, this study aims to analyze the influences on preference and organic coffee consumer buying profile, evaluating the following parameters: age, education, monthly family income, often you take coffee, the type of coffee, the main factor of shopping, coffee identification in taste. An exploratory survey was conducted in which 300 people were addressed in the outputs of the supermarkets randomly region in order to identify the organic coffee consumer. According to the survey, the profile of the 47 % of respondents are adults over 40 years with education level is around 40 % of coffee drinkers, as well as family income between 1 and 2 minimum wages. Regarding the preference of respondents, 90 % consume the drink daily in Blend (mixture of Conilon with Arabica). The main factor that leads consumers to buy certain brand of coffee is the taste, especially in the soft palate flavor.

Keywords: Agroecology, drink, sustainability.

Introdução

Conquistando cada vez mais consumidores de uma das bebidas amplamente apreciadas no Brasil, a valorização da sustentabilidade na produção cafeeira com

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métodos menos agressivos ao meio ambiente e com uma melhor qualidade de vida ao trabalhador rural, surge como uma alternativa na produção agroecológica, socialmente justa e equilibrada (SAES et al., 2002).

O aumento por produtos orgânicos cria oportunidades em diferentes regiões para pequenos e médios produtores, auxiliando no desenvolvimento de áreas rurais no mercado de exportações (NEVES et al., 2004).

O café orgânico ainda representa uma pequena parcela de consumidores em relação à cafeicultura brasileira, sendo este de grande importância na preservação do meio ambiente, na valorização social e econômica, fortalecendo a agricultura familiar e reduzindo a desigualdade social (SAES et al., 2002).

Cultivado sob as regras da agricultura orgânica, o café orgânico objetiva o fortalecimento dos processos biológicos através da diversificação de culturas, fertilização com adubos orgânicos e controle biológicos de pragas, representando assim, não somente características de preservação ambiental como também aspectos econômicos e sociais da produção agrícola (SAES, et al. 2002).

Ora chamado de café ecológico, o café orgânico, é normalmente cultivado em sistema consorciado com milho e feijão, o que gera o sombreamento na cultura. O produto no mercado é visto com viabilidade econômica, já que o café é um dos produtos orgânicos mais importantes exportados pelos países em desenvolvimento (UNCTAD, 1999). No final dos anos 90 foi importado para a União Europeia entorno de 69 toneladas de café verde orgânico do México e de 35 toneladas da Costa Rica, com isso o café orgânico pode ser encontrado em lojas especializadas e supermercados da Alemanha, Dinamarca, França, Holanda, Inglaterra, Suécia e Suíça (UNCTAD, 1999).

A cultura de café orgânico tem suas próprias regras no sistema orgânico de produção, cujo mercado interno e externo vem crescendo gradualmente. Com isso, novas perspectivas na economia rural brasileira surgem para os pequenos produtores (LOPES & ANDRADE, 2015).

O perfil dos consumidores de produtos orgânicos está predominantemente ligado as questões ligadas à saúde e questões de caráter ambiental e social (PEDINE, 2000). Pesquisas realizadas pela Interscience (2008) revelou uma evolução no perfil de consumo de café nos últimos anos em todas as regiões do Brasil e classes sociais, houve a também a inserção de novos apreciadores da bebida, os jovens. A pesquisa mostra que, entre os entrevistados, o motivo principal para iniciar o consumo de café é o hábito adquirido desde criança pela tradição familiar.

Ainda de acordo com a pesquisa realizada, revelou-se que o consumo de café está associado à melhora do humor e ao aumento da concentração. Perguntados sobre o

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conceito em relação à qualidade do café, os indicadores destacaram a percepção do aroma forte e agradável como sinônimo de qualidade de café, aliado a sabor suave, rendimento, marca e torrefação na medida certa, estes são indicadores aliados ao reflexo que a indústria/marcas vem fazendo de qualificação e conscientização de qualidade dos grãos juntos aos consumidores. (INTERSCIENCE, 2008).

Em 2009 uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), reafirmou a preferencia do povo brasileiro, com a constatação de 85 % dos entrevistados que consumiam diariamente a bebida, no ano seguinte, a mesma pesquisa registrou um aumento de 97% dos entrevistados.

Com o crescente aumento no consumo da bebida, este trabalho tem como objetivo analisar as influências na preferência e no perfil de compra do consumidor de café orgânico, avaliando os seguintes parâmetros: idade, escolaridade, renda mensal familiar, frequência com que toma o café, o tipo de café, fator principal de compra, identificação do café no paladar.

Metodologia

A pesquisa foi realizada nos meses de maio a junho de 2016 de forma descritiva e quantitativa, no Município de Alegre, localizado ao Sul do Espírito Santo.

Segundo dados do IBGE, a população do município é de 30.784 habitantes (2010, Censo IBGE). Destes, um pouco mais de 18.000 residem na sede, e os demais em 7 distritos: Araraí, Café, Rive, Celina, Santa Angélica, Anutiba e São João do Norte. Segundo dados do IBGE, a população do município é de 30.784 habitantes (2010, Censo IBGE). Destes, um pouco mais de 18.000 residem na sede, e os demais em 7 distritos: Araraí, Café, Rive, Celina, Santa Angélica, Anutiba e São João do Norte. Foi realizada uma pesquisa exploratória onde 300 pessoas foram abordadas na saída dos supermercados da região de maneira aleatória, afim de identificar o consumidor de café orgânico. Em seguida, buscou-se verificar o comportamento de compra do consumidor de café orgânico com os seguintes questionamentos: idade, nível de escolaridade, renda mensal familiar, frequência com que toma o café, o tipo de café, fator principal de compra, identificação do café no paladar.

Resultados e discussões

Dos entrevistados, 47% correspondem a consumidores com idade acima de 40 anos (Tabela 1).

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Tabela 1- Faixa etária dos consumidores de café em relação ao número de pessoas entrevistadas.

12 a 18 anos 19 a 30 anos 31 a 40 anos Acima de 40 anos

10 120 30 140

3% 40% 10% 47%

Segundo Kotler (2006), 70% dos adultos acima de 40 anos consomem a bebida rotineiramente, enquanto que os mais jovens, em torno de 30% não consomem, mas já experimentaram alguma vez.

Em relação ao nível de escolaridade, 40% dos entrevistados possuem 2° Grau Completo (Tabela 2).

Tabela 2 – Nível de escolaridade dos entrevistados. Fund. Inc. Fund. Comp. 2° Grau Inc. 2° Grau Comp. Técnico Sup. Inc. Sup. Comp. 30 30 120 30 50 60 10% 10% 40% 10% 17% 20%

Em Belo Horizonte, Arruda et. al. (2009), constatou em semelhante pesquisa que 75,7% dos entrevistados possuíam no mínimo o segundo grau completo. Deste percentual, 34,7% cursaram ou cursam o ensino superior, demonstrando que o consumo de café não tem relação com o grau de escolaridade.

De acordo com a pesquisa, a renda familiar dos consumidores 57% dos entrevistados gira em torno de 1 a 2 salários mínimos (Tabela 3).

Tabela 3 – Renda familiar dos entrevistados.

1 a 2 Salários Mínimos Acima de 3 salários Mínimos

170 130

57% 43%

Vegro et. al. (2008), relata que 53,8% da população paulista com renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos, apreciam a bebida.

90% (Tabela 4) dos entrevistados confirmaram a preferência pela bebida, segundo a pesquisa, o café é consumido diariamente pela maioria da população.

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Tabela 4 – Consumo diário dos entrevistados.

Sim Não

270 30

90% 10%

Arruda et. al. (2008), destaca que o café é citado por 23,3% dos entrevistados como a bebida mais consumida e, ocupando assim, uma posição de destaque na preferência dos consumidores.

O café tipo Blend (mistura de Conilon com Arábica), ganha destaque na pesquisa com 43% (Tabela 5) de preferências nos consumidores.

Tabela 5 – Tipos de Café consumidos pelos entrevistados.

Arábica Conilon Não sabe Blend

20 20 100 130

7% 7% 33% 43%

O café Conilon é amplamente utilizado nos Blends, com o café Arábica, o que permite uma maior incorporação da bebida e diminuição da acidez (ABIC, 2010). O principal fator que leva o consumidor a comprar determinada marca de café é o sabor, com 57%.

Tabela 6 – Fator que leva o consumidor a compra determinada marca de café.

Aroma Rendimento Sabor Aparência Preço

30 50 170 10 10

10% 17% 57% 3% 3%

Lopes e Andrade (2015), afirmam que o sabor é o conceito essencial na compra do café, mostrando que o consumidor escolhe o café pelo sabor, e não pela marca.

A suavidade no paladar destaca-se com 47% (Tabela 7) nas opiniões dos entrevistados.

Tabela7 – Preferência dos entrevistados

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20 100 140 10

7% 33% 47% 3%

Para Arruda et.al. (2008), o grau de importância na escolha do café é o sabor, sendo este, um critério definitivo na compra da bebida.

Conclusões

De acordo com a pesquisa, o perfil dos 47% dos entrevistados, são adultos com mais de 40 anos, com nível de escolaridade gira em torno de 40% dos consumidores de café, assim como, a renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos. Em relação à preferência dos entrevistados, 90% consomem a bebida diariamente, em Blend (mistura de Conilon com Arábica). O principal fator que leva o consumidor a comprar determinada marca de café é o sabor, com destaque no paladar o sabor suave.

Agradecimentos

Agradecemos ao Instituto Federal do Rio de Janeiro e ao Instituto Federal do Espírito Santo, pelo apoio em desenvolvimento de pesquisas, o que incentiva aos alunos e servidores a aprimorar e aprofundar em estudos no campo científico.

Referências bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO CAFÉ (ABIC). A lenda do café. (2010). Disponível em: <http://www.abic.com.br/scafe_historia.html#trajeto>. Acesso em: 20 maio 2016.

ARRUDA, C. A.; MINIM, R. P. V.; FERREIRA, M. A. M; MINIM, A. L.; SILVA, S. M. N; CLAÚDIO FURTADO SOARES, F. C. Justificativas e motivações do consumo e

não consumo de café. (2009). Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20612009000400009. Acesso em: 20 jul. 2016.

INTERSCIENCE. Tendências de consumo de café. (2007). Disponível em: <http://www.abic.com.br/arquivos/pesquisas/pesq_tendencias_consumo_nov07_2.pd f>. Acesso em: 20 ago.2010.

KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de marketing- 12. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006.

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LOPES, C.D.; ANDRADE, T.C.D. o comportamento de compra do consumidor de

café orgânico no Sul de Minas. (2015). Disponível em:<

https://agrogeoambiental.ifsuldeminas.edu.br/index.php/Agrogeoambiental/article/vie w/628>. Acesso em: 20 ago. 2016.

NEVES, M. C. P.; RIBEIRO, R. de L. D.; PEIXOTO, R. dos G. T. Riscos Associados ao Uso de Fertilizantes. In: Elementos de Apoio para as Boas Práticas Agrícolas

e o Sistema APPCC. Brasília: Campo PAS, 2004. p. 87-97.

PEDINI, S. Produção e certificação de café orgânico. In: Café: produtividade, qualidade e sustentabilidade. Viçosa: UFV, Departamento de Fitopatologia, p. 333-360, 2000.

SAES, M. S.via et al. Pequenos produtores e o segmento de cafés especiais no

Brasil: uma abordagem preliminar. (2002). Disponível em:

<http://www.iea.sp.gov.br/out/LerTexto.php?codTexto=9> Acesso em: 20 ago. 2016.

VEGRO, R. L. C.; PINO, A. F.; ASSUMPÇÃO, R. Perfil do consumidor de café

fora do lar. (2008). Disponível em:

http://www.estudosdoconsumo.com.br/artigosdoenec/ENEC2008Celso_Vegro_et_al. pdf. Acesso em 20 jul. 2016.

UNCTAD. Organic food and beverages: world supply and major European

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