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O trabalho do Assistente Social na educação: Desafios atuais e o compromisso com o projeto ético-político profissional

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Academic year: 2021

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O trabalho do Assistente Social na educação: Desafios atuais e o compromisso com o projeto ético-político profissional

Autoras: Valdenice José Raimundo1

Sandra Carla Lima2

Ana Claudia Galvão Matos3

Elizabeth Cabral Gomes da Silva4

Jacirelle Alves Grilho5

1. Introdução

Este artigo objetiva refletir sobre o trabalho do assistente social na educação a partir das experiências vivenciadas na Escola Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco, através do projeto de extensão Integrando Conhecimentos e Promovendo Ações de Cidadania, desenvolvido pelo curso de Serviço Social da Universidade Católica de Pernambuco. O referido projeto foi elaborado e proposto com base em autores que dialogam com a perspectiva crítico-dialética do Serviço Social, a partir do reconhecimento da importância da inserção deste profissional no campo educacional, como espaço de construção da cidadania e de fortalecimento do educando enquanto sujeito de direitos.

De acordo com Almeida (2000) pensar o Serviço Social na educação não é apenas pensar em criar estratégias de luta para a ampliação do mercado de trabalho. É pensar em um amadurecimento de natureza política e profissional acerca da legitimação da inserção do assistente social no campo da Política Nacional de Educação e da Lei de Diretrizes e Bases, visando a concretização de suas diretrizes, a conquista da cidadania e a defesa dos direitos sociais que se materializam através das políticas sociais.

A reflexão crítica a respeito dos desafios que permeiam a atuação profissional na área da educação no contexto capitalista, a leitura do significado da identidade profissional, assim como a problematização do Projeto Ético-Político são análises pertinentes e

1 Assistente social, mestre e doutora em Serviço Social, Professora da Universidade Católica de

Pernambuco e Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Raça, Gênero e Políticas Públicas.

2 Assistente social, mestre em Serviço Social e Professora da Universidade Católica de Pernambuco. 3 Graduanda em Serviço Social.

4 Graduanda em Serviço Social.

5 Graduanda em Serviço Social e membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Raça, Gênero e

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necessárias nessa discussão, pois remetem aos fatores essenciais para a promoção da materialização do Projeto Profissional do Serviço Social.

2. Uma breve reflexão sobre o trabalho

A discussão do trabalho do assistente social no contexto contemporâneo não dispensa uma necessária análise dos fundamentos da ontologia do ser social e da centralidade do trabalho em Marx. O trabalho “é um processo entre o homem e a natureza, um processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Ao atuar sobre a natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza” (MARX, 1867, p. 297).

Considerando, portanto, que o trabalho é caracterizado pelo processo de transformação da natureza pelo homem para satisfazer as suas necessidades de sobrevivência e nesse contexto o próprio homem é também transformado, ressaltamos que é essa modificação da natureza do homem, impulsionada pelo trabalho, que determinou o seu avanço histórico na sociedade, ou seja, a sua transformação de ser natural em ser social. “É ao trabalho que o homem tributa a razão de seu ser social, porque este propicia o arrancar das potencialidades naturais a seu serviço e, conduz ao auto-desenvolvimento da espécie” (PONTES, 1995 apud PONTES 1997, p. 61).

Por isso, segundo Pontes (1997), baseado na ontologia marxista, na qual a relação homem/natureza é a determinação, a base de sustentação do processo de produção e reprodução da vida humana o trabalho assume o papel de condicionador da existência humana, de elemento fundante de uma nova objetividade ou ainda, de “protoforma de toda práxis social”, tendo como categoria central presente nesse processo a perspectiva teleológica, isto é, a capacidade de criar e projetar inerente ao homem e desenvolvida pelo trabalho.

Na relação entre as categorias do ser natural e do ser social dá-se a prioridade ontológica do ser sobre a consciência. “Nesta perspectiva ocorre a prioridade ontológica do ser à consciência, não é a consciência dos homens que determina o seu ser; ao contrario, é o seu ser social que determina a sua consciência” (MARX, 1982, p.14 apud PONTES 1997, p. 6).

É a partir do desenvolvimento da consciência - o que Marx chama de desenvolvimento tardio do ser material – que está à essencialidade do trabalho concreto. “a consciência humana deixa, então, de ser mera adaptação ao meio ambiente e configura-se como uma atividade autogovernada. E, ao fazer isso, deixa de ser um mero epifenômeno da reprodução biológica” (Lukács, apud Antunes, 2002, p. 138).

Contribuindo com o debate Antunes (2002) entende “o trabalho em seu sentido mais genérico e abstrato como produtor de valores de uso, é expressão de uma ação metabólica

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entre ser social e a natureza. No sentido primitivo é limitado, por meio do ato laborativo [...] Mais tarde, nas formas desenvolvidas da práxis social, paralelamente a essa relação, homem-natureza desenvolvem-se inter-relações com outros seres sociais [...]” (ANTUNES, 2002, p. 139).

E nesta perspectiva das formas desenvolvidas da práxis social que direcionamos nossa análise partir do século XIX, com a ascenção do capitalismo, onde o trabalho passa a ser apropriado pelo capital, interferindo na relação do homem com a natureza. O processo capitalista de produção determina a venda da força de trabalho e modifica as condições materiais e as relações sociais.

O capital subjuga o trabalho em sua mais ampla dimensão, apropriando-se, para além da perspectiva física do homem e de sua produção material. Subordina e controla o seu potencial de criação e de liberdade. Esse contexto torna o mundo do trabalho no capitalismo um mecanismo de dominação e exploração, atingindo toda a classe de trabalhadores assalariados, na qual está inserido o assistente social.

3. O trabalho do/a Assistente Social

O Serviço Social está inserido nos processos desencadeados pelo modo de produção capitalista. O desenvolvimento das forças produtivas e as relações sociais desenvolvidas nesse processo determinam novas necessidades sociais e novos impasses que passam a exigir profissionais especialmente qualificados para o seu atendimento.

O Serviço Social, sendo uma profissão que se encontra inscrita na divisão social e técnica do trabalho, participa da produção e reprodução das relações sociais. Desta forma, vende sua força de trabalho em troca de um salário, dependendo de diversos condicionantes para efetivar sua prática.

É por isso que, de acordo com Iamamoto (2011), o assistente social embora possui uma autonomia, pois suas atividades profissionais sofrem determinações das lutas hegemônicas presentes na sociedade que ora ampliam ora reduzem os fundamentos que sustentam a direção social projetada pelo profissional. No âmbito institucional isso significa que o assistente social, embora possa em seu exercício propor formas de intervenção baseada em uma leitura crítica da realidade social, sua prática é perpassada por uma correlação de forças que impõe uma natureza contraditória e uma dimensão política à sua atuação. Assim, a condição de trabalhador/a assalariado/a não só enquadra o assistente social na relação de compra e venda da força de trabalho como também molda a sua inserção nos espaços sócio-ocupacionais.

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Pode-se afirmar que os assistentes sociais vivenciam em seus espaços sócio-ocupacionais processos de precarização e exploração do trabalho. Não resta dúvidas que as tendências mais gerais do mercado de trabalho, como a flexibilização e a falta de regulamentação, que tanto produzem instabilidade e insegurança, estão presentes nas condições de trabalho dos assistentes sociais como um problema, pois esses profissionais lidam com indivíduos diretamente inseridos em situações de violação de direitos, de violência e de desigualdade social. É nesta compreensão que concordamos com Iamamoto quando afirma:

Verifica-se (...) uma tensão entre o trabalho controlado e submetido ao poder do empregador, as demandas dos sujeitos de direitos e a relativa autonomia do profissional para perfilar seu trabalho. Assim, o trabalho do assistente social encontra-se sujeito a um conjunto de determinantes históricos, que fogem ao seu controle e impõe limites, socialmente objetivos, à consecução de um projeto profissional coletivo no cotidiano do mercado de trabalho (IAMAMOTO, 2011, p.16).

O profissional de Serviço Social enfrenta barreiras no seu cotidiano, impactos em relação à sua autonomia profissional, um desafio dentro do exercício de negociação política necessário ao seu trabalho, que limita, muitas vezes, sua prática profissional. Esses infortúnios roubam as condições históricas da categoria, podendo comprometer o fazer profissional individual e coletivo, tornando instável a sinalização do projeto ético-político. Iamamoto contribui nesse assunto, quando relata: "Assim, as alterações que incidem no chamado 'mundo do trabalho' e nas relações entre Estado e sociedade [...], atingem diretamente o trabalho cotidiano do assistente social". (IAMAMOTO, 2011, p. 21-22).

A autora ainda reitera que um dos maiores desafios para decifrar o exercício profissional está em apreender as particularidades dos processos de trabalho que diante de circunstâncias diversas, vão atribuindo limites e possibilidades ao exercício profissional.

4. O Serviço Social na Educação

Há relatos de experiências vivenciadas por assistentes sociais na área da educação desde o início da profissão na década de 1930, porém no decorrer dos anos ocorreu uma intensificação das discussões a respeito da inserção do assistente social no campo educacional.

O conteúdo mais abordado nos debates diz respeito a falta do/a assistente social no âmbito escolar e o real motivo dessa falta, uma vez que o assistente social, com sua prática profissional caracterizada pela intervenção nas diversas expressões da questão social, pode colaborar com as demandas socioeducativas decorrentes das relações e vivências sociais da comunidade escolar.

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Orientado pela lei que expõe as atribuições privativas do/a assistente social, Almeida (2012) elabora algumas recomendações que sugere ao Conjunto CFESS/CRESS, dentre as quais destacamos:

• A delimitação de ações de natureza socioassistenciais que assegurem as prerrogativas do exercício profissional do/a assistente social e que não configurem processos fragmentadores da realidade social, em particular, que não reforcem a dicotomia entre o social e o educacional.

• A delimitação de ações socioeducativas voltadas para a valorização da autonomia dos sujeitos sociais e de sua efetiva participação nos processos de gestão das unidades educacionais e da própria política de educação em seus diferentes espaços de controle social.

• Desenvolver ações voltadas para as famílias considerando-as em suas diferentes dimensões e configurações, sobretudo, como sujeito político no processo político-pedagógico que particulariza a área de educação.

• A construção de um trabalho profissional que reitere sua dimensão teleológica a partir da incorporação de instrumentais de planejamento, avaliação e sistematização, particularmente, a partir da elaboração de projetos de intervenção que valorizem a dimensão crítica, propositiva e investigativa do exercício profissional e que explicitem os compromissos éticos e políticos construídos coletivamente no Serviço Social (CFESS. GT EDUCAÇÃO, 2011, p. 55-57).

A contribuição do autor acima citado dialoga com o Plano Nacional de Educação, no qual é previsto, através da Lei Nº 13.005, de 25 de junho de 2014, as seguintes diretrizes:

- Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na produção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;

- Melhoria na qualidade de educação;

- Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade.

Essas são algumas diretrizes que visam o amadurecimento educacional brasileiro. Porém para que essas medidas serem concretizadas se faz necessário novas medidas, pois não se pode restringir a educação a relação professor e aluno, dentro da sala de aula. Essa questão vai além das quatro paredes. Inclusive, fazendo-se necessário a intervenção não só do assistente social, mas de uma equipe interdisciplinar de educadores, da Secretaria Municipal de Educação, dos Conselhos Regionais de Serviço Social e dos alunos de graduação de Serviço Social que se identificam com o campo educacional.

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O Serviço Social brasileiro ousa dizer, diante da forma como vem sendo implementado o acesso da população ao ensino, que, em larga medida, há um extravio do seu caráter público, presencial, laico e de qualidade, resultante de um contexto neoliberal, no qual o Estado empenha-se para atender às exigências dos organismos internacionais, criando as condições para a institucionalização de um padrão educacional que dissemina uma educação que contribui para a manutenção da desigualdade social e de relações sociais que alienam, desumanizam e conferem adesão passiva ao modo de ser burguês (CFESS, 2012).

Por outro lado, para Almeida (2000), há atualmente uma preocupação maior referente à Política Educacional do que anos atrás, pois já não se limita apenas a um campo de atuação profissional, mas de interesses políticos ligados a economia, a cultura e ao social.

Neste sentido, a atuação do assistente social na área da educação requer uma reflexão aprofundada da política educacional em sua dinâmica organizacional, onde o âmbito escolar é sobreposto como um imenso campo de possibilidades de atuação do Serviço Social.

5. O Assistente Social e o Compromisso Com o Projeto Ético-Político Profissional

Conforme Netto (1999) o Projeto ético-político do Serviço Social é compreendido como um conjunto de valores e concepções ético-políticos que direcionam a prática do assistente social. É coletivo, abrange toda a categoria, induzindo-a a determinadas finalidades e apresenta a profissão na sociedade de acordo com seus princípios, valores, objetivos e funções, que respaldam o trabalho do assistente social nos espaços sócio-ocupacionais no âmbito público ou privado. Seu principal fundamento é a transformação social.

Este projeto de profissão reúne um conjunto de leis e regulamentações para o exercício do assistente social, sendo explicitado no Código de Ética Profissional, na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8662/93), nas Diretrizes Curriculares dos Cursos aprovadas pela ABEPSS em 1996 e ainda nas legislações sociais que envolvem o Serviço Social e se vinculam a garantia de direitos.

Sua construção deu-se em um contexto histórico de transição entre as décadas de 70 e 80, num cenário de redemocratização da sociedade brasileira, de recusa do conservadorismo profissional presente no Serviço Social da época. Seu desenvolvimento é resultante de um esforço histórico da categoria para a história social do país e de todos os espaços sócio-ocupacionais dos assistentes sociais, sendo fundado no ideal de

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transformação da sociedade e, portanto, vinculado a um novo projeto societário sem dominação ou exploração de classe, etnia e gênero. Constata-se o seu amadurecimento na década de 90, alcançando nova formulação teórica em um contexto de profundas transformações societárias em que a sociedade, marcada pelo neoliberalismo, foi afetada na sua dimensão produtiva, política, econômica, educacional, cultural e no trabalho.

Assim, o projeto apresenta seu fundamento tanto no legado marxiano como na tradição marxista, pois, o pensar de Marx é que define a prática emancipatória do Serviço Social, assumindo três dimensões norteadoras: Teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política. Ressaltando a dimensão política já referida, explicitamos o posicionamento de Iamamoto: “A dimensão política acompanha as iniciativas de redimensionamento da profissão desde a sua reconceituação. (IAMAMOTO, 2011, p.184)”.

O cenário neoliberal é antagônico ao Projeto Ético-Político do Serviço Social, tornando-se uma ameaça real à sua implementação. Desta forma é fundamental considerar que o projeto ético-político profissional anda na contramão dos interesses éticos, políticos e operacionais do mundo do mercado capitalista contemporâneo.

Neste contexto, se manifesta a realidade da prática profissional na escola que remete o profissional a um processo que exige competências teórico-metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas no espaço educacional. Envolve posicionamento crítico e criativo, definição da identidade profissional, além de questões de valores como escolhas e decisões, sejam de forma política, metodológica e/ou ética, visto que as demandas das expressões da questão social vivenciadas na escola que se apresentam ao profissional são diversas e arcadas por características ideológicas, exigindo dinâmicas criativas em seu espaço de trabalho.

Toda prática que se diz competente e ética, tem como dever trabalhar a conscientização dos indivíduos da sociedade, para que os sujeitos consigam apreender as informações passadas e consigam formular seus próprios ideais, desenvolvendo sua consciência no que diz respeito a vida em sociedade. Profissionais que têm consciência da importância de uma prática informativa, questionadora, argumentativa, enfim transformadora, trabalham na perspectiva de intervir como facilitador para a formação de usuários conscientes, que possam garantir seus direitos e buscar exercer sua cidadania, saindo de uma percepção alienada.

A categoria profissional desenvolve uma ação de cunho sócio-educativo na prestação de serviços sociais viabilizando o acesso aos direitos e aos meios de exercê-los, contribuindo para que necessidades e interesses dos sujeitos de direitos adquiram visibilidade na cena pública e possam, de fato, ser reconhecidos. Esses profissionais afirmaram o compromisso com os direitos e interesses dos usuários, na defesa da qualidade dos serviços prestados, em contraposição à herança conservadora do passado. Importantes investimentos acadêmico-profissionais foram realizados no sentido de se construir uma nova forma de pensar e fazer o Serviço Social, orientadas por

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uma perspectiva teórico-metodológica apoiada na teoria social crítica e em princípios éticos de um humanismo radicalmente histórico, norteadores do projeto de profissão no Brasil (IAMAMOTO, 2011, p. 6).

O Assistente Social, portanto, deve assumir no espaço da educação escolar “a natureza política de sua prática.” (FREIRE, 2006, p. 49). Compreende-se que o profissional deve buscar assumir sua dimensão social e educativa que possibilite a comunidade escolar perceber-se como aliado no jogo de forças que perfazem o ambiente escolar/educativo. É necessário, portanto, deixar explícito a sua posição política e ideológica; ter clareza e compreensão de qual é a sua finalidade profissional e a quem direciona as ações do Serviço Social. (SOUZA, s/d, p.8).

Concluímos assim, que a efetivação do projeto ético-político é um grande desafio, tendo em vista que o dia a dia da prática profissional enfrenta contradições e limites, mas que a efetivação do projeto ético-político ainda é uma possibilidade que depende da força da coletividade profissional.

Considerações

Diante do quadro de desafios observado no âmbito do trabalho do assistente social na educação, entendemos que é de fundamental importância um amplo processo de mobilização da categoria profissional em torno deste tema, reconhecendo que o referido processo não diz respeito apenas ao âmbito do mercado de trabalho, mas ao conhecimento necessário sobre a educação, a política educacional e as possibilidades e demandas para a atuação dos assistentes sociais.

Consideramos esta reflexão como um convite para uma ousada empreitada:

Os assistentes sociais são desafiados neste tempo de divisas, de gente cortada em

suas possibilidades [...]. É preciso resistir, aspirando por novos tempos mais

humanos, mais justos, mais solidários. Temos a ousadia como uma convocação do

tempo presente, como diria Iamamoto: “O momento em que vivemos é um momento

pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter

esperança para enfrentar o presente”. (IAMAMOTO 2011, p. 17). Deste modo,

reafirma-se também a trajetória até aqui percorrida na apreensão da realidade.

Portanto, ousemos a enfrentar o desafio de desvendar os agentes e estruturas que

promovem esta realidade gritante de desigualdades sociais.

Atrevamo-nos a percorrer outro caminho, não sob o enfoque e os anseios do

capital. Mas como condição ao seu enfrentamento e superação. Na busca

incessante da universalização do atendimento escolar. Assim, reafirmamos a

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urgente necessidade do estudo e da produção de conhecimento sobre os aspectos

que permeiam e tecem o espaço educacional.

Referências

ALMEIDA, Ney Luiz Teixeira de. A inserção do Serviço Social na Política de Educação na perspectiva do Conjunto CFESS/CRESS: elementos históricos e desafios para a categoria profissional. In.SER Social, Brasília, v. 14, n. 30, p. 244-258, jan./jun. 2012.

_________, Ney Luiz Teixeira de. Serviço Social e política educacional: Um breve balanço dos avanços e desafios desta relação. Disponível em http://www.cress-

mg.org.br/arquivos/Servi%C3%A7o-Social-e-pol%C3%ADtica-educacional-Um-breve-balan%C3%A7o-dos-avan%C3%A7os-e-desafios-desta-rela%C3%A7%C3%A3o.pdf Acessado em 17/02/2015.

ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6 ed. São Paulo: Boi Tempo, 2002.

CFESS (Conselho Federal de Serviço Social). Subsídios para o debate do Serviço Social na Educação (título provisório). Grupo de Trabalho Serviço Social na Educação. CFESS, 2011.

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. 7ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.

IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

NETTO, J. P. A construção do projeto ético-político do Serviço Social frente à crise contemporânea. In: Unb.Capacitação em Serviço Social e política social: Módulo 1 - Crise contemporânea, questão social e Serviço Social. Brasília: Cead, 1999.

PONTES, Ricardo Nobre. Mediação e Serviço Social. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1997. SOUZA, Iris de Lima. Dimensão educativa do assistente social na educação escolar. Disponível em http://www.cress-mg.org.br/arquivos/Dimens%C3%A3o-educativa-do-assistente-social-na-educa%C3%A7%C3%A3o-escolar.pdf Acesso em 20/02/2015.

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