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ANÁLISE GERENCIAL DE CUSTOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA QUÍMICA NA REGIÃO DE JOINVILLE

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Academic year: 2021

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ANÁLISE GERENCIAL DE CUSTOS: UM

ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA

QUÍMICA NA REGIÃO DE JOINVILLE

Djonathan Luiz de Oliveira oliveira.ind.eng@gmail.com Tallyta Correa Feitosa tallyta.cf@grad.ufsc.br Antonio Cezar Bornia cezar.bornia@gmail.com Enzo Morosini Frazzon enzo.frazzon@ufsc.br

A competitividade empresarial tem obrigado os gestores a otimizarem todos os processos nas empresas. O custeio dos produtos é um processo importante e uma importante ferramenta, que pode ser vital para o sucesso ou fracasso de uma instituição. Neste artigo, o objetivo do trabalho é estabelecer um método de custeio em uma empresa química na região de Joinville-SC. Por meio de um estudo de caso, aplicou-se o custeio baseado em atividades, gerando informações mais confiáveis sobre os custos dos produtos. Concluiu-se que custeio baseado em atividades é um método de custeio adequado para este tipo de empresa.

Palavras-chave: Análise de Custos, Método ABC, Competitividade Empresarial

XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”

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1. Introdução

A crescente competitividade das empresas tem tornado essencial que os gestores busquem a otimização de seus processos (OLIVEIRA et al., 2017). Em empresas industriais, onde o principal objetivo é a produção de bens de consumo, torna-se um desafio aos gerentes a melhor utilização das ferramentas disponíveis para manter a empresa competitiva sem prejudicar a qualidade do produto.

O aumento da variabilidade de produtos gerou um mercado consumidor mais exigente, com uma necessidade de novas competências a serem desenvolvidas pelas empresas, tais como empatia, coordenação, efetividade, comunicação e flexibilidade. Surgem, então, novos critérios e novas formas gerir uma empresa, visto que a forma tradicional não é suficiente para suprir as exigências do mercado atual (SOUZA; CAUCHICK-MIGUEL, 2017).

Os métodos de quantificar os custos de uma produção são inúmeros, mas não são todas as empresas que buscam compreender e utilizá-los. Isso se torna uma fraqueza, uma vez que um produto potencialmente rentável pode parecer que esteja gerando prejuízos para a empresa e vice-versa(FILHO; TAVEIRA; PENHA, 2017). Faz-se, então, necessária a preocupação dos gestores em melhor administrar os custos das empresas, buscando distribuir os montantes com a forma que melhor se aplica à realidade da sua empresa (CORRÊA et al., 2017).

Este trabalho tem por objetivo estabelecer um método de custeio em uma empresa química na região de Joinville-SC, buscando gerar informações sobre os custos dos produtos produzidos. Para isso, ele está estruturado da seguinte forma: na seção 2, é mostrada uma revisão da literatura acerca dos principais métodos de custeio; a seção3 apresenta a metodologia utilizada; na seção4, é apresentada a empresa, seus processos e todos os custos envolvidos e informações necessárias para a realização do custeio dos produtos. Por fim, na seção 5, é realizada a distribuição dos custos aos produtos, encerrando-se com as concussões finais na seção 6.

2. Revisão da literatura

Neste capítulo será apresentada a literatura relevante referente aos sistemas de custeio. A Figura 1 apresenta o número de publicações ao longo dos anos envolvendo a administração de custos.

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Figura 1- Publicações ao longo dos anos (Fonte: os autores)

É notório o crescimento exponencial de publicações sobre o tema, o que ressalta que a academia como um todo tem voltado muito as atenções para como determinar um bom controle de custos em empresas. A Figura 2 traz as palavras-chave com maior número de ocorrências nesses artigos.

Figura 2- Palavras-chave populares (Fonte: os autores)

Pode-se perceber a grande participação do método “activity-based costing” (Método ABC) no número de publicações, o que indica a grande utilização deste método para o gerenciamento de custos. Além desta, aparecem (em tradução) “gestão estratégica de custos”, “estratégia” e

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“tomada de decisão”, o que ressaltam que os estudos envolvendo a gestão dos custos tem enfoque estratégico, possivelmente voltado para a competitividade entre empresas.

2.1 Sistema de custeio

Um sistema de custeio é composto por Métodos e Princípios (BORNIA, 2010; KRAEMER, 1995):

Sistema de Custeio {Princípos Métodos

Por princípios de custeio, entende-se formas de alocar o custo de produção de um determinado produto ou serviços, englobando tanto os custos variáveis quanto os custos fixos. São exemplos destes: Custeio por Absorção Integral, Custeio Variável, Custeio por Absorção Ideal (BEBER et al., 2004; BORNIA, 2010; MOTTA, 2000).

Os princípios de custeio têm primordialmente um foco voltado para um cliente específico, onde busca-se apresentar o estado dos processos produtivos, voltado tanto para investidores interessados, quanto para a gerência em busca de melhorias (CORRÊA et al., 2017; FILHO; TAVEIRA; PENHA, 2017; MOTTA, 2000).

Os métodos de custeio são utilizados para, entre outras informações, determinar o valor dos objetos de custeio, reduzir custos, melhorar processos, eliminar desperdícios e decidir o que deve ser produzido e o que deve ser terceirizado (ABBAS; GONÇALVES; LEONCINE, 2012).

O método mais utilizado (conforme foi mostrado na seção anterior) é o método por atividades (ABC). Este, e outros métodos serão melhor explicados nas subseções seguintes.

2.2 Método ABC

Motta (2000) explica que o método ABC foi desenvolvido para o gerenciamento dos custos fragmentando a organização em atividades. Sobre isso o autor afirma que:

“As atividades, nesta abordagem, representam o elemento principal da empresa, pois são as atividades que descrevem o que a empresa faz e mostra como o tempo é gasto e quais são os resultados dos processos. ”

A adoção do método ABC não se restringe apenas ao processo produtivo em si, podendo aparecer em diferentes setores de uma empresa (HOFMANN; BOSSHARD, 2017). Este método se baseia na distribuição do custo dos produtos produzidos através das atividades realizadas apara produzi-lo. A Figura 3 apresenta esta definição.

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Figura 3- Método ABC.

Fonte: adaptado de (BORNIA, 2010 e HOFMANN; BOSSHARD, 2017)

De forma simplificada, Bornia (2010) e Bendlin, Gomes e Vichinheski (2017) citam as seguintes etapas para a realização do método ABC:

 Mapeamento das atividades;

 Distribuição dos custos às atividades;

 Distribuição das atividades indiretas até as diretas;  Distribuição dos custos aos produtos.

A fase inicial consiste na coleta de informações. Nesta, deve-se ter conhecimento dos processos existentes na empresa e também todos os custos envolvidos com a produção. As atividades existentes em todos os processos devem ser mapeadas e reconhecidas. Após esse reconhecimento, os custos totais da empresa devem ser distribuídos às atividades de acordo com parâmetros determinados (BORNIA, 2010; KRAEMER, 1995; SHULIANG; JING, 2016).

Após a distribuição primária, os custos referentes às atividades indiretas (aquelas que não agregam valor diretamente ao produto final) devem ser alocadas às atividades diretas. Após essa etapa, faz-se a distribuição final, na qual os custos das atividades diretas são direcionados aos produtos (de acordo com direcionadores de custos) (BORNIA, 2010; KRAEMER, 1995; MOTTA, 2000; SHULIANG; JING, 2016).

2.3 Outros métodos

2.3.1 Método dos Centros de Custos

De forma geral, o método consiste na divisão da empresa em centro de custos diretos e indiretos e no rateio dos custos e despesas desta a estes centros que podem ser setores, áreas, atividades etc (KRAEMER, 1995). Segundo Bornia (2010), sua aplicação pode ser dividida cinco etapas:

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 Divisão da empresa em centros de custos.

 Identificação dos custos com os centros (distribuição primária).

 Distribuição dos custos dos centros indiretos até os diretos (distribuição secundária)  Distribuição dos custos dos centros diretos aos produtos (distribuição final).

Assim, através do método do centro de custos, torna-se possível monitorar os custos de cada setor e, a partir disto, determinar o custo de cada produto com mais precisão e gerando informações mais complexas (KRAEMER, 1995).

2.3.2Método das Unidades de Esforço de Produção (UEP)

No método da UEP, o esforço de produção despendido para a realização de um produto é a base para determinação do seu custo, isso indica que a matéria prima é considerada separadamente. Este método é a solução para sistemas que possuem produtos com variabilidade no processo de fabricação, de forma que não possam ser apenas considerados e somados igualmente no momento da determinação do custo (BATTINI et al., 2017). Assim, por meio do método da unidade de esforço de produção, é possível estabelecer um equivalente entre os produtos que possuem certas diferenças de fabricação de modo que o valor do custo seja proporcional. Este equivalente é estabelecido ao realizar uma relação entre esforços despendidos aos produtos e definindo uma unidade de medida, a UEP (VICHINHESKI et al., 2017).

Segundo Bornia (2010), o método possui alguns conceitos principais, sendo eles:  Esforço de produção: trabalho de transformação (UEP).

 Posto operativo: operações de transformação.

 Potencial produtivo: capacidade de gerar esforço de produção (UEP/h).  Foto-índice: custo de funcionamento do posto operativo, em $/h.

 Foto-custo: custo do produto base, considerando os foto-índices dos postos operativos.  Equivalente do produto: esforço, em UEP, para fabricar o produto.

3. Metodologia

O presente artigo se apresenta como um estudo de caso, por utilizar dados de uma empresa real e buscar melhorar o seu método de custeio. Todos os dados coletados foram cedidos pelos sócios e colaboradores da empresa e foi tomado o cuidado de se modificarem os valores referentes aos custos da empresa de forma proporcional, com o intuito de manter o sigilo dos dados. O método de custeio estabelecido foi o ABC e foi seguido o procedimento sugerido por Bornia (2010), chegando-se nas etapas a seguir:

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Fonte: os autores.

4. Descrição da Empresa

A Empresa X iniciou suas atividades em outro ramo de atividade, isto ocorreu na cidade de Jaraguá do Sul. Em 2003 foi transferida para Joinville, onde se iniciou no ramo de cosméticos e higiene, na época produzindo álcool gel e umectante para os dedos (molha dedo). Em 2010, foi novamente transferida, desta vez para Araquari, onde continua suas atividades.

Os produtos produzidos pela empresa são:  Álcool Gel: um único modelo de 13,5 kg;  Álcool Sólido: em três modelos:

 Tipo 1 - Pote de 7,5 kg;  Tipo 2 - Pote de 900 g;  Tipo 3 - Pastilhas.

 Molha dedo: único modelo, caixa com 10 unidades.

As atividades envolvidas, bem como o tempo necessário para a produção de cada produto, estão exemplificadas nas imagens abaixo.

A Figura 5 apresenta as atividades para a produção de 24 baldes de Álcool Gel (13,5 kg).

Figura 5- Produção de Álcool Gel

Fonte: os autores.

A Figura 6 apresenta as atividades para a produção de 5 Baldes de Álcool Sólido Tipo 1. Coleta de Dados Definição das Atividades Custeio das Atividades Distribuição de Custos entre Atividades Distribuição Atividade -Produto Distribuição de Custos de MP Definição dos Custos Totais

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Figura 6- Produção de Álcool Sólido Tipo 1

Fonte: os autores.

A Figura 7 apresenta as atividades para a produção de 40 Baldes de Álcool Sólido Tipo 2.

Figura 7- Produção de Álcool Sólido Tipo 2

Fonte: os autores.

A Figura 8 apresenta as atividades para a produção de 180 Potes de Álcool Sólido Tipo 3.

Figura 8- Produção de Álcool Sólido Tipo 3

Fonte: os autores.

A Figura 9 apresenta as atividades para a produção de 500 unidades de molha-dedo.

Figura 9- Produção de Molha Dedo

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Ressalta-se que existem 2 tipos de atividades "Cozinhar" e "Embalar"; isso se dá pois, para a produção do molha-dedos, são utilizados equipamentos diferentes e um espaço separado do utilizado para os outros produtos, apesar das atividades de rotulagem e encaixotamento serem executadas no mesmo ambiente.

A Tabela 1 apresenta os gastos do mês de outubro da empresa.

Tabela 1- Custos referentes ao mês de outubro

Foco Custos Salários R$ 6.268,66 Aluguel R$ 1.750,00 Energia R$ 208,96 Outras Despesas R$ 287,31 4.1 Matéria-prima

As matérias-primas necessárias para a produção dos produtos, bem como as quantidades e preços de compra, são mostrados na Tabela 2.

Tabela 2- Preços de Compra de Matéria-Prima

Produto Quantidade de compra Preço Álcool 10 litros R$ 12,07 Base 1 litro R$ 10,00 AETP 2 litros R$ 16,79 Neutralizante 1,5 kg R$ 33,34 Espessante 1,5 kg R$ 105,00 Pó Solidificante 250 kg R$ 20,00 Propilenoglicol 2 litros R$ 70,00 Aromatizante 100 ml R$ 15,00

O consumo das matérias-primas para a produção dos produtos é apresentado na Tabela 3 a seguir.

Tabela 3- Consumo de Matérias-primas

Produto Molha-Dedo Álcool Sólido Álcool Gel

Álcool 20ml 56 l 304 l Base - 400 ml - AETP - 1,95 kg - Neutralizante - - 1,4 kg Espessante - - 1,3 kg Pó Solidificante 200 g - - Propilenoglicol 1,5 l - - Aromatizante 20ml - -

Deve-se notar que, apesar de haver 3 modelos do Álcool Sólido, há uma coluna apenas na Tabela 3. Isso se deve ao fato de a tabela representar o consumo de produção para:

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 Álcool Sólido - as mesmas quantidades de matéria primas produzem:  Tipo 1 - 5 baldes;

 Tipo 2 - 40 baldes;  Tipo 3 - 180 potes.  Álcool Gel - 24 baldes.

Os preços das embalagens (baldes e potes), rótulos e caixas estão contidos na Tabela 4 abaixo:

Tabela 4- Outros custos de MP

Produto Embalagem Rótulo Caixa Álcool Sólido T1 R$ 6,10 R$ 0,35 -

Álcool Sólido T2 R$ 1,10 R$ 0,60 -

Álcool Sólido T3 R$ 0,65 R$ 0,11 R$ 0,20

Álcool Gel R$ 6,50 R$ 0,35 -

Molha Dedo R$ 0,50 R$ 0,10 R$ 0,05

Os custos com água (matéria-prima para todos os produtos) foram considerados irrisórios e alocados juntamente ao custo “Outras Despesas”.

4.2 Produção do mês

A produção no mês é mostrada na Tabela 5.

Tabela 5- Produção de outubro/2017

Álcool Sólido Tipo 1 205 Baldes Álcool Sólido Tipo 2 204 Baldes

Álcool Sólido Tipo 3 9432 Potes

Álcool Gel 30 Baldes

Molha-Dedo 500 Unidades

A produção destas quantidades gerou o consumo de matérias-primas apresentado na Tabela 6.

Tabela 6- MP consumida em outubro/2017

Produto Total Utilizado Álcool 3063 l Base 20253 ml AETP 98735 kg Neutralizante 1,05 kg Espessante 0,975 kg Pó Solidificante 200 g Propilenoglicol 1,5 kg Aromatizante 20 ml 4.3 Depreciação

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As depreciações estimadas são para as máquinas presentes nas atividades da Administração (computadores), Cozinhar 1 (reator), Cozinhar 2 (fogão) e Misturar (mixer). As depreciações estimadas estão contidas na Tabela 7.

Tabela 7- Depreciação

Administrar Cozinhar 1 Cozinhar 2 Misturar Depreciação R$ 31,25 R$ 150,00 R$ 2,50 R$ 41,67

4.4 Horas Trabalhadas

Na Tabela 8, são apresentados os tempos (em horas) de produção de cada produto para as quantidades:

 Molha-Dedo - 500 unidades;

 Álcool Sólido - as mesmas quantidades de matéria primas produzem:  Tipo 1 - 5 baldes;

 Tipo 2 - 40 baldes;  Tipo 3 - 180 potes.  Álcool Gel - 24 baldes.

Tabela 8- Tempo de produção

Produto Álcool Gel Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Molha Dedo Total

Cozinhar 1 - 0,42 0,42 0,42 - 1,25 Cozinhar 2 - - - - 0,5 0,5 Misturar 2,5 - - - - 2,5 Entubar - - - 0,08 - 0,08 Cortar - - - 0,5 - 0,5 Embalar 1 0,25 0,05 0,17 1 - 1,47 Embalar 2 - - - - 0,5 0,5 Rotular 0,17 0,05 0,35 1 0,67 2,23 Encaixotar - - - 0,42 0,5 0,92 4.5 Outros dados

Na Tabela 9, são apresentados outros dados referentes à empresa e suas atividades. Por consumirem a maior parte da energia (e serem os únicos processos que utilizam equipamentos elétricos), decidiu-se dividir o valor de energia elétrica entre as atividades Administrar, Cozinhar 1 e Misturar. A área foi calculada de acordo com o espaço do galpão necessário para a realização de cada ação. As outras despesas foram alocadas todas à administração, por não envolverem as atividades restantes.

Tabela 9- Outros Dados

Atividade Potência (%) Área (m²) Outras Despesas

Administrar 20 15 130,6

Cozinhar 1 35 12 -

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Misturar 45 6 - Entubar - 2 - Cortar - 18 - Embalar 1 - 18 - Embalar 2 - 5 - Rotular - 10 - Encaixotar - 8 -

Além disso, foi constatado que o valor do transporte das mercadorias corresponde a, aproximadamente, 15% dos custos da empresa. Com isso, para este trabalho, foi considerado um custo do transporte equivalente a 15% do custo unitário dos produtos.

4.6 Método de custeio atual

A empresa não conta com um método de custeio específico. O custo dos produtos permanece considerado o mesmo há aproximadamente seis anos, não havendo atualizações e os gestores não conseguiram explicar o método de determinação dos mesmos. A tabela abaixo apresenta os custos estimados pelos gestores.

Tabela 10 - Custos atuais dos produtos

Produto Custo Atual

T1 R$ 25,50

T2 R$ 9,50

T3 R$ 2,25

Gel R$ 23,00

Molha Dedo R$ 2,50

5. Proposta de método de custeio 5.1 Custeio das atividades

O método ideal para o custeio dos produtos é o ABC. Com base nos dados apresentados na seção 4, foi realizado o rateio dos custos das atividades, presentes na Tabela 11

Tabela 11- Custos das atividades

Atividade Salário Energia Aluguel Depreciação Outras Despesas Custo Atividades Administrar R$ 283,92 R$ 41,79 R$ 276,32 R$ 31,25 R$ 130,60 R$ 763,87 Cozinhar 1 R$ 1.165,26 R$ 73,13 R$ 221,05 R$ 150,00 - R$ 1.609,44 Cozinhar 2 R$ 14,20 - R$ 18,42 R$ 2,50 - R$ 35,12 Misturar R$ 88,73 R$ 94,03 R$ 110,53 R$ 41,67 - R$ 334,95 Entubar R$ 123,98 - R$ 36,84 - - R$ 160,82 Cortar R$ 743,87 - R$ 331,58 - - R$ 1.075,45 Embalar 1 R$ 1.578,95 - R$ 331,58 - - R$ 1.910,53 Embalar 2 R$ 14,20 - R$ 92,11 - - R$ 106,30 Rotular R$ 1.621,47 - R$ 184,21 - - R$ 1.805,68 Encaixotar R$ 634,09 - R$ 147,37 - - R$ 781,46

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Com o custo total das atividades, fez-se a segunda divisão, alocando as atividades indiretas ao custo das atividades diretas. Essa divisão foi feita baseada nas horas trabalhadas em casa atividade. O resultado desta segunda alocação é apresentado na Tabela 12.

Tabela 12- Custos das atividades diretas

Cozinhar 1 R$ 1.758,17 Entubar R$ 176,64 Embalar 2 R$ 108,11

Cozinhar 2 R$ 36,93 Cortar R$ 1.170,40 Rotular R$ 2.012,64

Misturar R$ 346,27 Embalar 1 R$ 2.112,06 Encaixotar R$ 862,39

Tendo os custos das atividades diretas, foi feita a distribuição destes custos aos produtos de acordo com o tempo de utilização de cada atividade. A Tabela 13 apresenta esta distribuição.

Tabela 13- Distribuição dos custos das atividades aos produtos.

Atividade T1 T2 T3 Álcool Gel Molha Dedo

Cozinhar 1 R$ 731,83 R$ 91,03 R$ 935,31 - - Cozinhar 2 - - - - R$ 36,93 Misturar - - - R$ 346,27 - Entubar - - R$ 176,64 - - Cortar - - R$ 1.170,40 - - Embalar 1 R$ 77,86 R$ 32,28 R$ 1.990,06 R$ 11,87 - Embalar 2 - - - - R$ 108,11 Rotular R$ 72,25 R$ 62,91 R$ 1.846,65 R$ 7,34 R$ 23,49 Encaixotar - - R$ 843,08 - R$ 19,31

Como resultado das distribuições, chegou-se ao custo total da produção dos produtos. Dividindo o custo total de cada produto pela quantidade produzida, obtiveram-se os custos unitários dos produtos de acordo com suas atividades. Os custos unitários gerados pelo ABC estão presentes na Tabela 14.

Tabela 14- Custos unitários pelo método ABC

Produto Custo Total Custo Unitário

T1 R$ 881,93 R$ 4,30

T2 R$ 186,22 R$ 0,91

T3 R$ 6.962,15 R$ 0,74

Álcool Gel R$ 365,48 R$ 12,18

Molha Dedo R$ 187,84 R$ 0,38

5.2 Custeio das matérias-primas

Para o cálculo dos custos de matéria-prima, foram considerados os consumos totais (tabela 6), os quais foram identificados com os produtos de acordo com os rendimentos apresentados na tabela 3 e as quantidades produzidas (tabela 5). Os custos totais para cada matéria-prima de acordo com a sua utilização para a produção total estão presentes na Tabela 15.

Tabela 15- Custos gerais de matéria-prima

T1

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Álcool (l) 2.296,00 R$ 2.770,78

Base (ml) 16.400,00 R$ 164,00

AETP (g) 79.950,00 R$ 671,18

T2

Total consumido Custo

Álcool (l) 476,00 R$ 574,43

Base (ml) 3400,00 R$ 34,00

AETP (g) 16575,00 R$ 139,15

T3

Total consumido Custo

Álcool (l) 63,47 R$ 76,59

Base (ml) 453,33 R$ 4,53

AETP (g) 2210,00 R$ 18,55

Gel

Total consumido Custo

Álcool (l) 228,00 R$ 275,15

Neutralizante (l) 1,05 R$ 23,34

Espessante (kg) 0,98 R$ 68,25

Molha Dedo

Total consumido Custo

Álcool (ml) 0,04 R$ 0,05

Pó Solidificante (g) 200,00 R$ 16,00

Propilenoglicol (l) 1,50 R$ 52,50

Aromatizante (ml) 20,00 R$ 3,00

Por fim, somando-se todos os custos das matérias-primas por produto tem-se o custo total de matéria-prima de cada produto. Dividindo-se pela produção, tem-se o custo unitário de matéria-prima para cada produto. Este custo unitário foi somado aos custos de embalagem, rótulo e caixas (já apresentados unitariamente). Os custos unitários finais de matéria-prima estão presentes na Tabela 16.

Tabela 16 - Custos unitários de matéria-prima

Produto Total Unitário Outros Custos Unitário de Matéria-prima

T1 R$ 3.605,96 R$ 17,59 R$ 6,45 R$ 24,04 T2 R$ 747,58 R$ 3,66 R$ 1,70 R$ 5,36 T3 R$ 99,68 R$ 0,01 R$ 0,96 R$ 0,97 Álcool Gel R$ 366,73 R$ 12,22 R$ 6,85 R$ 19,07 Molha Dedo R$ 71,55 R$ 0,14 R$ 0,65 R$ 0,79 5.3 Custos finais

Para o cálculo dos custos finais totais, foram somados os custos obtidos através das atividades e os custos de matérias-primas. Deste custo, ainda foram somados os 15% referentes ao valor de transporte. Com isso, foram determinados os custos de cada produto, presentes na Tabela 17.

Tabela 17- Custos Finais

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T1 R$ 4,30 R$ 24,04 R$ 28,34 R$ 4,25 R$ 32,59 T2 R$ 0,91 R$ 5,36 R$ 6,28 R$ 0,94 R$ 7,22 T3 R$ 0,74 R$ 0,97 R$ 1,71 R$ 0,26 R$ 1,97 Gel R$ 12,18 R$ 19,07 R$ 31,26 R$ 4,69 R$ 35,95 Molha Dedo R$ 0,38 R$ 0,79 R$ 1,17 R$ 0,18 R$ 1,34 6. Conclusão

O método aplicado para o custeio dos produtos, apesar de complexo e demandar muito tempo para ser realizado, apresentou resultados de boa qualidade. Os custos alcançados fazem uma boa divisão dos custos, preocupando-se em distribuir de acordo com o consumo de cada atividade (de mão de obra, aluguel, energia, entre outros) e não somente com uma distribuição simplista e pouco precisa por proporcionalidade de demanda.

Percebe-se que os custos utilizados atualmente estão abaixo dos custos estimados pelo método ABC, fato que pode gerar prejuízo à empresa. Com os resultados alcançados, os gestores têm um sistema de custeio melhor e mais eficiente.

Como proposta de trabalhos futuros, sugere-se aplicar: o mesmo método para empresa de outros setores. Além disso, sugere-se que outros métodos sejam aplicados para o mesmo caso, buscando comparar a diferença de resultados.

Referências

ABBAS, Katia; GONÇALVES, Marguit Neumann; LEONCINE, Maury. Os métodos de custeio:vantagens, desvantagens e a sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura.

Contexto, [s. l.], v. 12, n. 22, p. 145–159, 2012.

BATTINI, Ricardo et al. Método de custeio UEP : aplicação em um sistema de produção contínua. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS 2017, Flornaópolis. Anais... Flornaópolis

BEBER, Sedinei José Nardelli et al. Princípios de custeio: uma nova abordagem. In: XXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHEIRA DE PRODUÇÃO 2004, Florianópolis. Anais... Florianópolis

BENDLIN, Luciano; GOMES, Eduardo Luis; VICHINHESKI, Kátia Adrieli. Uma aplicação do custeio baseado em atividades à gestão dos custos da cadeia de suprimentos Uma aplicação do custeio baseado em atividades à gestão dos custos da cadeia de suprimentos. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS 2017, Florianópolis. Anais... Florianópolis

BORNIA, Antonio Cezar. Análise Gerencial de Custos. 3. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010.

CORRÊA, Ricardo Gonçalves de Faria et al. Análise de Custo-Volume-Lucro multiproduto : proposta de um método de balanceamento em função da capacidade de vendas. In: XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS 2017, Florianópolis. Anais... Florianópolis

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Referências

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