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Formação de Preços no Varejo: Estudos de Casos Múltiplos em Belo Horizonte

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Formação de Preços no Varejo: Estudos de Casos Múltiplos em Belo

Horizonte

Autoria: Antônio Artur de Souza, Ewerton Alex Avelar, Mariana Guerra, Terence Machado Boina Resumo

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo geral analisar o processo de formação de preços (FP) em empresas varejistas de pequeno e médio porte de Belo Horizonte/MG. Para tal, foram propostos os seguintes objetivos específicos: (a) realizar uma pesquisa na literatura nacional e internacional sobre o tema; (b) modelar o processo de FP nas empresas estudadas; (c) analisar os sistemas de informações utilizados para dar suporte ao processo; e (d) identificar outros fatores que influenciam o processo de FP nessas empresas. A metodologia adotada na pesquisa pode ser classificada como qualitativa e exploratória, consistindo em seis estudos de casos. Para a coleta de dados foram utilizadas quatro técnicas distintas: entrevistas semi-estruturadas, entrevistas não estruturadas, observação não participante e análise documental. Observou-se que todas as empresas utilizam a metodologia da FP baseada em custos. No intuito de atenuar as limitações apresentadas por essa metodologia, contudo, os gestores de algumas empresas também utilizam a concorrência como fundamento para seu processo de FP. Contudo, em nenhum dos seis casos estudados, observou-se o uso da metodologia da FP baseada no valor percebido pelo cliente (possivelmente, o fator mais relevante). No que tange ao uso dos sistemas de informações como suporte à tomada de decisão de preços, verificou-se um uso incipiente nas empresas estudadas. Durante o desenvolvimento da pesquisa, foram identificados 21 fatores diferentes que influenciam o processo de FP nas empresas varejistas, sendo onze fatores internos e dez fatores externos. Apesar desse aparente equilíbrio entre fatores internos e externos, observou-se uma tendência significativamente maior dos gestores das empresas a enfocarem fatores internos em detrimento dos externos, o que pode influenciar negativamente a gestão da empresa, conforme estudos da literatura. Portanto, de modo geral, acredita-se que o processo de FP nas empresas estudadas ainda é realizado de forma pouco profissional e poderia ser incrementado de forma a ser mais adequado – apesar de os gestores delas ainda não terem percebido isso ou sofrido imposições mais contundentes do mercado. Salientam-se as contribuições da pesquisa apresentada neste artigo, tanto da perspectiva acadêmica quanto da perspectiva empresarial. Apesar de ser apresentado como um processo usualmente importante e complexo, a FP tem sido pouco estudada no âmbito do comércio varejista, como indicam alguns autores, embora esse setor apresente normalmente muita relevância na economia brasileira. Assim, a pesquisa apresentou um enfoque em profundidade desse processo, identificando alguns dos vários fatores que influenciam esse processo e aumentando a compreensão sobre o tema e as evidências da gestão ineficiente dessa importante variável do composto de marketing que é o preço.

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1 Introdução

Kyriazopoulos e Rounti (2007) ressaltam que, de modo geral, as empresas estão em um ambiente crescentemente competitivo e há uma demanda de estratégias flexíveis que possibilitem às mesmas se adaptarem rapidamente às perspectivas dos clientes. Segundo esses autores, o preço pode ser entendido como uma variável muito importante para a manutenção da competitividade das empresas nesse contexto. Consoante Dolan e Simon (1998), o preço pode ser gerenciado como uma variável estratégica pelas empresas e com significativo grau de alavancagem sobre a lucratividade das mesmas.

Contudo, o processo de formação de preços (FP) normalmente é complexo, envolvendo uma série de variáveis e considerações dos gestores (SMITH, 1995; GOURVILLE; SOMAN, 2002). Cram (1996) destaca que o processo de FP geralmente envolve uma série de conflitos tanto internos quanto externos à empresa. Tendo em vista essa dificuldade, muitos gestores optam por utilizar métodos simplistas e metodologicamente pouco fundamentados, tal como destacam Zicker (2002) e Justina (2004).

Um dos setores da economia no qual o preço apresenta normalmente uma importância estratégica ainda maior é o varejo (TOLEDO et al., 2006). Consoante Oliveira (2000) e Botelho (2005), o preço pode representar uma fonte de vantagem competitiva para as empresas presentes nesse setor da economia, o que demanda um número maior de pesquisas, tendo em vista o díspare nível de profissionalismo e a importância dessas empresas para a economia nacional.

Nesse sentido, este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo geral analisar o processo de FP em empresas varejistas de médio porte de Belo Horizonte/MG. Para tal, foram propostos os seguintes objetivos específicos: (i) realizar uma pesquisa na literatura nacional e internacional sobre o tema; (ii) modelar o processo de FP nas empresas estudadas; (iii) analisar os sistemas de informações utilizados para dar suporte ao processo; e (iv) identificar outros fatores que influenciam o processo de FP nessas empresas.

A metodologia adotada na pesquisa pode ser classificada como qualitativa e exploratória, consistindo em seis estudos de casos desenvolvidos em empresas varejistas de porte médio. Para a coleta de dados foram utilizadas diversas técnicas distintas: entrevistas semi-estruturadas, entrevistas não estruturadas, observação não participante e análise documental.

Essa pesquisa se justifica diante da deficiência de estudos sobre o processo de FP no varejo brasileiro, como evidenciam Botelho (2005) e Toledo et al. (2006). Conforme esses últimos autores, “o varejo brasileiro historicamente enfatiza o aspecto preço como fator fundamental para a busca de um diferencial competitivo e a conquista de clientes” (p. 324). Ademais, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) indicam que a histórica importância do varejo para a economia nacional, empregando milhões de pessoas e com grande influência sob o produto interno bruto (PIB) nacional (IBGE, 2010).

O presente artigo está estruturado em 6 seções (contando com esta introdução). Na seção 2, destaca uma revisão da literatura sobre tópicos necessários para a compreensão do estudo apresentado. Posteriormente, descreve-se a metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa (seção 3). Em seguida, os resultados da pesquisa são apresentados e discutidos, nas seções 4 e 5, respectivamente. Por fim, na seção 6, apresentam-se as conclusões do estudo, seguidas das referências bibliográficas.

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2 Revisão da literatura

2.1 Considerações sobre marketing e preços

Segundo a American Marketing Association (apud CHURCHIL; PETER, 2000), o marketing pode ser compreendido como o processo de planejar e executar a concepção do produto, a formação de preços e a promoção e a distribuição de idéias, produtos e serviços, no intuito de viabilizar trocas que satisfaçam às metas individuais e às organizacionais. Destaca-se que essa concepção de marketing contempla todo o chamado “composto de marketing”, ou “4 Ps” (do inglês, product, price, promotion e place): produto, preço, promoção e praça (canais de distribuição) (BOTELHO; URDAN, 2005; KOTLER; KELLER, 2006).

Dentre os componentes do composto de marketing, o preço, foco deste trabalho, destaca-se por sua usual importância e complexidade (GOURVILLE; SOMAN, 2002; MEGLIORINI, 2003). O preço pode ser definido como o valor monetário cobrado por uma organização pela venda de seus produtos (URBANY, 2001). Cram (1996), por sua vez, destaca que o preço representa o ponto de equilíbrio entre os interesses de duas partes (clientes e fornecedores) em uma transação. Alguns autores, como Boone e Kurtz (2004), ressaltam que o preço não necessariamente precisa ser mensurado em uma base monetária, sendo que algumas transações ocorrem simplesmente com base em trocas.

Zicker (2002) destaca, contudo, que o preço não pode ser considerado como um componente independente dos outros elementos do composto de marketing. No que tange aos canais distribuição (place), esses podem se tornar um elemento diferenciador do produto, guiando toda a política de precificação, e tornando os clientes menos sensíveis a variações de preços. O produto, por sua vez, pode influenciar o preço, dependendo: do segmento de mercado de atuação, do seu ciclo de vida e do seu nível de diferenciação. Por fim, a coordenação entre preço e propaganda pode ser considerada fundamental, pois tem o potencial afetar relevantemente na resposta dos consumidores às variações de preço.

Apesar de sua usual importância para a competitividade das empresas, pode-se dizer que o processo de FP está entre os maiores desafios para os gestores atualmente (CRAM, 1996; DOLAN; SIMON, 1998; TOLEDO et al., 2006). Nesse sentido, Zicker (2002, p. 12) afirma que “uma parcela significativa das empresas não lida bem com os preços”. Ademais, Calado et al. (2007, p. 53) destacam que “empresas, com fim lucrativo ou não, enfrentam dificuldades para determinar o preço de seus produtos ou serviços”. Segundo o referido autor, a definição de preços é “um tema complexo, que pode ser tratado com os conceitos da microeconomia, administração financeira, contabilidade e marketing” (p. 53). Cram (1996), por sua vez, ressalta o fato de a FP usualmente gerar conflitos nas empresas.

2.2 O processo de formação de preços (FP)

Pode-se dizer que a complexidade inerente ao processo de FP está estreitamente relacionada aos diversos fatores que o influenciam, tais como: o custo, o valor percebido, os objetivos da empresa, a estrutura da indústria, o ciclo de vida do produto, a elasticidade da demanda, a concorrência, dentre outros (ZICKER, 2002). Dentre todos os fatores, internos e externos, que normalmente influenciam a FP, três normalmente apresentam uma relevância maior nesse processo: custos, clientes e concorrentes (DOLAN; SIMON, 1998; KOTLER; KELLER, 2006). Oliveira (2000) destaca que o primeiro é um fator interno e os dois últimos são fatores externos (mercadológicos).

Warren et al. (2003), por sua vez, destacam que as principais metodologias para a FP fundamentam-se nesses três referidos fatores: (i) FP baseada nos custos; (ii) FP baseada

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nos preços dos concorrentes; (iii) e FP baseada no valor percebido pelos clientes. Há evidências de que o processo de FP baseado nos custos é o mais difundido, principalmente entre as empresas de menor porte e as que têm uma grande quantidade de produtos (HANKISON, 1995; ZICKER, 2002). Conforme Megliorini (2003), segundo essa metodologia, primeiramente, estimam-se os custos totais de comercialização do produto, e, posteriormente, aplica-se um fator de mark-up. Smith (1995) destaca que, sob essa abordagem, são necessárias informações sobre custos fixos e variáveis. Banker et al. (2002) e Justina (2004) destacam a complexidade de se considerar custos fixos durante a FP, uma vez que esses custos são irrelevantes nesse processo, pelo menos, no curto prazo. A limitação mais importante dessa metodologia para a FP parece ser o fato de não se considerar o valor percebido pelo cliente, como destacam Macedo e Rosadas (2006, p. 13)

A limitação mais importante das técnicas de preços baseados em custos talvez seja a de não considerar o efeito do preço sobre a demanda dos clientes. Assim, as empresas poderiam descobrir, tardiamente, que um preço suficientemente alto para cobrir os custos e proporcionar um lucro confortável é tão elevado que os compradores voltam-se para produtos concorrentes ou substitutos.

Por outro lado, a metodologia para FP baseada nos concorrentes tem enfoque no ambiente externo da empresa (OLIVEIRA, 2000). Conforme Smith (1995), as empresas que utilizam essa metodologia para formar seus preços, de modo geral, monitoram cuidadosamente o mercado no qual atuam, verificando especialmente os preços praticados pelos concorrentes, os nichos de mercado por eles dominados e quaisquer sinais emitidos pelos mesmos. Para Macedo e Rosadas (2006), a metodologia para a FP baseada nos concorrentes também apresentam limitações relevantes, sendo as principais delas: não considerar o custo total demandado para a transação e não explorar diretamente o valor percebido pelos clientes no processo.

Por fim, conforme Dolan e Simon (1998), a metodologia para a FP baseada no valor percebido pelos clientes visa considerar o valor observado pelo cliente no produto sob determinado contexto. Segundo esses autores, essa abordagem se torna cada vez mais relevante no atual ambiente crescentemente competitivo, no qual a maior parte das empresas está inserida. De acordo com Zicker (2002), essa abordagem, ao contrário das duas anteriores, é pró-ativa. Conforme Macedo e Rosadas (2006, p. 14), “centrar-se no valor para o cliente possibilita à organização dar ao cliente o que ele quer, talvez até mesmo com uma boa margem de lucro”. Conforme esses autores, entretanto, o preço baseado no valor percebido pelos clientes apresenta limitações, sendo a principal delas a desconsideração dos custos totais de comercialização. Justina (2004) e Calado et al. (2007) apresentam a necessidade de se considerar os custos como “piso” para determinação do preço de venda. Conforme esses últimos autores, todavia, “independentemente da abordagem [metodologia para FP], fica evidente sua importância [do preço], pois é através dos resultados obtidos pela venda de produtos e/ou serviços que empresas asseguram a continuidade de suas atividades” (p. 53).

Além disso, Levy e Weitz (2000), Boone e Kurtz (2004) e Toledo et al. (2006) apresentam uma série de táticas referentes a preços que podem ser utilizadas pelas empresas independentemente da metodologia utilizada para a FP, tais como: (a) preços psicológicos – consiste no uso de números ímpares para precificar os produtos (R$ 29,95 em lugar de R$ 30,00, por exemplo); (b) preços geográficos – consiste na atribuição de

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preços diferentes para localidades distintas; (c) alinhamento de preços – consiste no estabelecimento de faixas diferentes de preços para linhas de mercadorias distintas; e (d) Internet – consiste na atribuição de preços alternativos no canal Internet.

Vários estudos disponíveis na literatura evidenciam uma série de outras considerações normalmente necessárias para uma adequada FP. Gourville e Soman (2002), por exemplo, destacam a importância de se considerar o custo percebido pelo consumidor, sendo essa percepção bastante influenciada, principalmente, pelo frequência dos desembolsos de caixa realizados pelos clientes. Banker et al. (2002) destacam a importância de se considerar a capacidade ociosa em um horizonte temporal de longo prazo da empresa no processo de FP. Por outro lado, o estudo de Martin et al. (2009) indica a importância de apresentar um processo justo de FP para os clientes. Conforme os achados desses autores, pequenos aumentos nos preços, justificados por fatores plausíveis, podem ser entendidos pelos clientes como um aumento justo. Todavia, grandes aumentos dos preços, mesmo bem fundamentados, têm efeito nulo nesse sentido (i.e., os clientes não percebem justiça ou injustiça no processo de FP), e a falta de clareza para grandes aumentos reduzem a percepção dos clientes em relação à adequabilidade (justiça) do preço.

Diante da complexidade, de modo geral, inerente à FP, o uso de sistemas de informações pode auxiliar nesse processo (MEGLIORINI, 2003). Conforme Wand e Weber (1990), os sistemas de informações podem ser compreendidos como uma representação artificial de um sistema presente no mundo real desenvolvida para trabalhar a informação sob a perspectiva de um dado indivíduo. Por exemplo, recentemente, Lin e Hong (2009) e Souza et al. (2009) apresentaram estudos que evidenciam a aplicabilidade dos sistemas de informações e a significativa contribuição desses na orientação do processo de FP nas empresas. Esses últimos autores ressaltam, principalmente, a relevância dos sistemas de suporte a decisão nesse processo. Conforme Teixeira Jr. et al. (2006) e Stair e Reynolds (2006), esses sistemas são úteis principalmente em decisões não-estruturadas, tais como normalmente são às referentes à FP.

As decisões de preços parecem ser ainda mais complexas, em especial, no setor varejista, onde normalmente têm uma importância estratégica segundo Toledo et al. (2006). Segundo os referidos autores, “de todas as variáveis integrantes do marketing mix, o preço é a que mais rapidamente afeta a competitividade, o volume de vendas, as margens e a lucratividade das empresas varejistas” (p. 324).

2.3 O varejo brasileiro e o processo de formação de preços (FP)

Conforme Chaves (2002), o varejo está relacionado à atividade econômica de praticar o comércio, sendo que o termo mais adequado para definir essa atividade é o “comércio varejista”. Segundo a referida autora, o comércio varejista se diferencia do comércio atacadista por duas características principais: (i) o volume comercializado – o primeiro trata primordialmente da venda de quantidades que suprem as necessidades pessoais e de famílias, enquanto o segundo se refere a grandes quantidades para suprir as necessidades de outros comerciantes; e (ii) o destino da compra – enquanto o comércio varejista normalmente vende ao consumidor final, o comércio atacadista, de modo geral, vende a outras empresas. De acordo com Oliveira (2000), o varejo é o último negociante que liga o fabricante ao consumidor final.

Cereali (2003) destaca que o varejo pode ser entendido por meio de seus macro processos: compras, vendas e suporte administrativo, sendo implícitas as atividades de estocagem, marketing, finanças e outras atividades administrativas. Segundo o referido

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autor, vários fatores são inerentes ao varejo brasileiro, tais como: concorrência regionalizada, concentração primordialmente nas regiões sul e sudeste do país, disparidades acentuadas no padrão de gestão das empresas, elevado turnover e freqüente indefinição do foco do negócio.

Por sua vez, Oliveira (2000, p. 40) destaca que “as transformações vivenciadas pelo varejo brasileiro desde os seus primórdios foram sempre baseadas nas experiências bem sucedidas no exterior”. Segundo esse autor, a expansão do varejo brasileiro se deu principalmente a partir do fim da segunda guerra mundial, devido a dois fatores essenciais: política de substituição de importações e intensa migração do campo para as grandes cidades.

Atualmente, o setor varejista apresenta uma grande importância para a economia nacional. Segundo dados do IBGE, em 2007, por exemplo, o comércio varejista brasileiro contava com cerca de 1,4 milhões de estabelecimentos, empregando mais de 6,4 milhões de pessoas, gerando uma receita líquida de aproximadamente R$ 518 bilhões (PESQUISA ANUAL DO COMÉRCIO, 2007). Conforme dados do Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), o varejo brasileiro teve problemas com a crise financeira mundial, contudo, apesar da redução do crescimento, o varejo não deixou de se desenvolver e apresenta uma nova tendência de crescimento, o que denota o dinamismo desse setor (IDV, 2010).

O varejo normalmente está relacionado a um ambiente de grande competição, sendo que o preço apresenta, de modo geral, um importante papel neste contexto (BOTELHO; URDAN, 2005; LIN; HONG, 2009). Tal como destacado, conforme Toledo et al. (2006), o preço é a variável do composto de marketing que afeta mais rapidamente variáveis essenciais, como o volume de vendas e a lucratividade do comércio varejista.

Botelho (2005) evidencia que o preço pode ter uma grande influência no comportamento de compra do consumidor no que tange ao curto prazo, principalmente, nos bens comercializados no varejo. Conforme Botelho e Urdan (2006), o estudo acadêmico sobre o preço no comércio varejista ganhou impulso e praticidade apenas após o fim do período de hiperinflação (após 1994) e o uso de novas tecnologias da informação (como os dados escaneados, isto é, códigos de barra). Entretanto esses mesmos autores ressaltam, ainda, a deficiência encontrada nos estudos sobre FP nessas empresas, sendo que tal situação é ratificada por Toledo et al. (2006), o que parece evidenciar a necessidade de maiores estudos científicos sobre o tema.

3 Metodologia

A pesquisa apresentada neste artigo possui um caráter exploratório e qualitativo e consistiu em seis estudos de casos realizados entre 2007 e 2010 em empresas varejistas de pequeno e médio porte localizadas em Belo Horizonte/MG. Reneker (1993) conceitua a pesquisa qualitativa como um tipo de pesquisa indutiva, uma vez que o pesquisador desenvolve conceitos, idéias e entendimentos a partir de padrões encontrados nos dados. Por sua vez, a pesquisa exploratória, conforme Collis e Hussey (2005), realiza-se sobre um problema ou uma questão de pesquisa quando há pouco estudo anterior e tem como objetivo procurar padrões, idéias ou hipóteses, em vez de testar ou confirmar hipóteses. Por fim, Yin (2005) afirma que os estudos de casos se caracterizam pela observação direta dos acontecimentos contemporâneos, no contexto da vida real, principalmente quando os limites entre o fenômeno (teoria) e o contexto prático (real) ainda não estão bem definidos. Destaca-se que, para o desenvolvimento da pesquisa, utilizaram-se estudos de casos múltiplos. Conforme Passolongo (2004, p. 24),

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A análise de casos múltiplos é interessante pois permite verificar similaridades ou diferenças entre os casos estudados, além de permitir que um estudo de caso seja complementar ao outro, permitindo uma melhor análise dos dados.

Para o desenvolvimento da pesquisa, primeiramente, realizou-se um estudo bibliográfico sobre o tema proposto em revistas nacionais e internacionais, bibliotecas universitárias e no portal de periódicos da CAPES. Esse estudo teve como enfoque artigos, dissertações e teses recentes que versam sobre o tópico estudado na pesquisa. Posteriormente, realizou-se contato com várias empresas varejistas de médio porte com o intuito de coletar os dados empíricos, sendo que seis aceitaram o convite dos pesquisadores. Foram utilizadas quatro diferentes técnicas para a coleta de dados nas empresas pesquisadas: entrevistas semi-estruturadas e não-estruturadas, observação não-participante e análise documental. No caso da entrevista semi-estruturada, o papel do entrevistador não é direcionado a nenhuma pessoa e possibilita ao pesquisador uma maior amplitude do que em outros métodos existentes de natureza qualitativa, tendo em vista seu planejamento relativamente aberto (TRIVINOS, 1994). Por outro lado, nas entrevistas não-estruturadas, o entrevistado tem liberdade para interpretar determinados acontecimentos e opinar sobre os eventos (não há uma estrutura pré-determinada a seguir) (HAIR et al., 2005). A observação não-participante, também chamada de observação passiva, é aquela em que o observador tem contato, mas não se integra à realidade estudada (MICHEL, 2005). Por fim, a análise documental pode ser realizada a partir de qualquer registro escrito ou em meio magnético usado como fonte de informação, sendo que esses documentos podem esclarecer princípios e normas regentes do comportamento de um grupo e sobre as relações que se estabelecem (CRESWELL, 1998).

As entrevistas semi-estruturadas foram realizadas com os principais gestores de cada uma das empresas pesquisadas, assim como outros funcionários diretamente relacionados ao processo de FP e aos sistemas de informações que dão suporte a esse processo. O roteiro de entrevistas utilizado continha questões que visaram abordar em profundidade o processo de FP nessas empresas, assim como os fatores que o influenciam e os sistemas de informações utilizados para dar suporte a esse processo. Por sua vez, as entrevistas não-estruturadas tiveram como principal objetivo tirar dúvidas suscitadas ao longo da observação não-participante e das entrevistas semi-estruturadas. Por meio da observação não-participante, foi possível desenvolver um relacionamento interpessoal com os funcionários das empresas pesquisadas e, desta maneira, aumentar a quantidade de informações disponibilizadas para realizar o estudo. Por fim, a análise documental visou identificar normas e dados contidos em documentos, em meio físico e magnético (como formulários e planilhas, respectivamente), que dão suporte ou norteiam o processo de FP.

Destaca-se que os dados coletados foram analisados por meio da análise de conteúdo, que se trata de uma função heurística, aumentando a propensão a descobertas, e uma função de administração de provas, no sentido de afirmação ou não dos dados coletados (BARDIN, 2002). Ressalta-se, ainda que, a partir da coleta dos dados, empregando técnicas distintas, foi possível realizar a triangulação dos dados, que teve como principais objetivos comparar e inter-relacionar os resultados das diversas técnicas e aumentar a confiabilidade e a compreensão dos resultados do estudo (YIN, 2005).

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Tal como destacado, a pesquisa, cujos resultados são apresentados neste artigo, consistiu em seis empresas varejistas de pequeno e médio porte da região Metropolitana de Belo Horizonte-MG. De acordo com a Lei 123/06, para ser considerada de pequeno porte, a empresa deve ter um faturamento anual entre R$ 240 mil e R$ 2,4 milhões e, para se classificar como médio porte, esse faturamento deve estar entre R$ 2,4 milhões e R$ 40 milhões (BRASIL, 2006). Para manter o sigilo exigido pelas seis empresas nos quais foi desenvolvido o estudo, utilizam-se, no presente trabalho, os seguintes pseudônimos: Alfa, Beta, Gama, Delta, Épsilon e Zeta. A Figura 1 apresenta um resumo com as principais informações de cada uma das empresas estudadas.

Empresa Ramo de atuação funcionários Número de Mercado de atuação

Alfa Materiais esportivos 17 Região metropolitana de Belo Horizonte

Beta Materiais elétricos 13 Minas Gerais

Gama Moda masculina 25 Minas Gerais

Delta Supermercadista 160 Bairros de Belo Horizonte Épsilon Tecidos, cama, mesa e banho e confecções 450 Nacional

Zeta Peças automotivas 10 Região metropolitana de Belo Horizonte

Figura 1. Principais Informações sobre as Empresas Estudadas

Fonte: Elaborado pelos autores.

Nota-se que todas as empresas pesquisadas, embora do setor varejista, pertencem a segmentos variados. Além disso, o porte dessas empresas também é diversificado, tendo a maior empresa pesquisada (Épsilon) 450 funcionários e a menor (Beta), 13. Essa diversidade das características das empresas é interessante para que se possa analisar a FP em empresas de portes e segmentos distintos.

No que tange ao processo de FP, primeiramente, verificou-se que, na empresa Alfa utiliza-se duas metodologias básicas distintas: FP com base nos custos e FP com base nos concorrentes. No processo de FP das mercadorias com maior volume de vendas, o principal fator que influencia a determinação do preço é o preço cobrado pelas mercadorias similares comercializadas pelos concorrentes. Nesses casos, os gestores da empresa Alfa definem o valor da mercadoria igual ou um pouco inferior ao valor dos produtos da concorrência. O processo de FP de mercadorias com menor volume varia de acordo com suas características, as quais também irão determinar o valor percentual a incidir sobre o custo (mark-up). Destaca-se, ainda, que os gestores da empresa utilizam preços por linha de produtos.

Por sua vez, o processo de FP na empresa Beta é relativamente simples e se baseia nos custos da mercadoria. Após receber a mercadoria adquirida, os gestores da empresa simplesmente multiplicam o custo do produto por 1,35 (mark-up). A base de multiplicação (custo do produto) inclui: o valor da mercadoria em si, o frete de compra e os tributos nele inclusos (tal como o IPI). Essa metodologia de cálculo é baseada no Anexo XV do Regulamento do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS) de 2002 (RICMS/2002) do Estado de Minas Gerais, que trata do regime de substituição tributária no estado. Assim, para a grande maioria das mercadorias da Empresa Beta, a alíquota de lucro presumida pelo governo estadual é de 35% sobre o custo total.

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No caso da empresa Gama, pode-se dizer que os seus gestores utilizam uma mescla entre a FP baseada nos custos e a FP baseada nos concorrentes. Consideram-se os fatores do custo da mercadoria em si, do custo de estocagem das mercadorias e dos custos fixos e variáveis da empresa. Com base nesses valores, o gestor da empresa define o mark-up, que pode variar conforme diversos outros fatores (destacados na seção seguinte). Destaca-se que a empresa também utiliza preços psicológicos para formar o preço.

Os gestores da empresa Delta também utilizam todos os referidos fatores utilizados pela empresa Gama para apurar o preço de venda de seus produtos. Contudo, a base para a FP são basicamente os custos (o preço dos concorrentes relevantemente não influencia o processo). O mark-up na empresa Delta também varia de mercadoria para mercadoria, de acordo com os gestores.

Os gestores da empresa Épsilon também utilizam componentes do custo para subsidiar o processo de FP. Além dos custos com as mercadorias em si, utilizam-se os seguintes componentes: custos fixos e variáveis da empresa, frete e tributos. Assim como na empresa Gama, o mark-up na empresa Épsilon também varia de mercadoria para mercadorias. Além disso, Épsilon também utiliza preços psicológicos para ao definir o preço de venda de seus produtos.

Por fim, na empresa Zeta, o processo de FP é realizado com base no preço da peça nova. Isso ocorre, porque o preço da peça usada (mercadoria comercializada pela empresa) é considerado, em geral, a metade do preço de uma nova, sendo observados também outros fatores para a FP, tal como a situação da peça. Contudo, devido à influência significativa dos custos durante a definição de preços, pode-se dizer que os gestores da empresa Zeta utilizam a FP tanto baseada nos custos, quanto nos concorrentes. A Figura 2 apresenta um resumo dessas informações sobre a FP para cada uma das empresas pesquisadas.

Empresa Metodologia básica para FP Tática utilizada para FP

Alfa FP baseada nos Concorrentes e FP baseada nos Custos Preços por linhas de produto

Beta FP baseada nos Custos Nenhuma

Gama FP baseada nos Concorrentes e FP baseada nos Custos Preços psicológicos

Delta FP baseada nos Custos Nenhuma

Épsilon FP baseada nos Custos Preços psicológicos

Zeta FP baseada nos Concorrentes e FP baseada nos Custos Nenhuma

Figura 2. Resumo da Metodologia Básica e Outras Táticas Utilizadas para a FP

Fonte: Elaborado pelos autores.

Quanto à utilização de sistemas de informações como suporte ao processo de FP, verificou-se que, na empresa Alfa, não se utiliza um sistema de informações para dar suporte a esse processo. Os gestores dessa empresa possuem apenas um sistema referente à gestão de estoques, contudo, suas informações não são utilizadas como subsídio ao processo de FP.

Por sua vez, os gestores da empresa Beta normalmente utilizam um sistema de gestão integrada (Enterprise Resource Planning – ERP) no processo de FP. Por meio desse sistema é possível calcular o custo total do produto (considerando os componentes supracitados) e aplicar o mark-up de 1,35 sobre o custo de todas as mercadorias comercializadas pela empresa. No caso da empresa Gama, seus gestores utilizam também um sistema de informações (que não é um ERP) para auxiliar no processo de FP da empresa. Conjuntamente com planilhas do Microsoft® Excel (MS-Excel), os gestores de

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Gama obtêm informações detalhadas sobre cada produto da empresa: custos, tributos, características, frete etc.

No caso da empresa Delta, utiliza-se um sistema de informações que disponibiliza várias informações sobre: tipo da mercadoria, quantidade comprada, custo da mercadoria, incluindo o valor dos tributos pagos, quantidade em estoque, média de dias de reposição, giro do estoque, projeções de vendas, etc. Algumas informações disponibilizadas pelo sistema de informações são utilizadas no processo de FP, no qual são considerados o custo da mercadoria comprada e a rotatividade do produto. Por meio da aplicação de uma taxa sobre o custo da mercadoria (mark-up), esse sistema automaticamente sugere um preço de venda.

Por sua vez, os gestores da empresa Épsilon, assim como os da empresa Beta, utilizam um ERP para o controle da gestão, incluindo áreas como: Contabilidade, Tesouraria, Estoques e Custos. No processo de FP, esse sistema é utilizado apenas para disponibilizar as informações de custos da mercadoria comprada, bem como para registrar os preços dos produtos. Além desse software integrado, a empresa costuma utilizar o

Pacote Office (MS-Excel, MS-Word, etc.) para geração de relatórios e controle paralelo de

informações.

Por fim, na empresa Zeta, os gestores utilizam um sistema de informações próprio do setor automotivo, que automatiza o processo de FP. A partir das informações inseridas no sistema sobre a mercadoria e da definição do mark-up para cada peça comercializada, o sistema calcula automaticamente o preço de venda.

Observa-se que praticamente todas as empresas pesquisadas utilizam um sistema de informações para auxiliar no processo de FP. Contudo, o nível potencial de suporte oferecido ao gestor e a importância atribuída a esse sistema ao definir o preço de venda varia bastante entre as empresas. Ademais, destaca-se que os sistemas de informações em questão utilizam principalmente fatores internos às empresas para formar os preços de venda, negligenciando informações sobre fatores externos.

A Figura 3 apresenta resumidamente os fatores, tanto internos quanto externos, identificados na pesquisa desenvolvida. Para segregar os fatores internos dos externos, utilizaram-se os conceitos propostos por Souza et al. (2000) e Oliveira (2000). Em suma, esses autores consideram que fatores internos compreendem normalmente os elementos de custos de determinados produtos, os objetivos de marketing e a estratégia corporativa, enquanto os fatores externos podem ser entendidos como propriedades ou condições do ambiente que influenciam ou afetam o processo decisório.

Foram identificados os seguintes fatores internos que influenciam o processo de FP nas empresas estudadas: (a) características das mercadorias – peculiaridades da mercadoria comercializada; (b) custos de estocagem das mercadorias – custo necessário para se manter determinada mercadoria armazenada na empresa (funcionários, espaço físico, etc.); (c) custo da mercadoria – valor original da mercadoria constante da nota fiscal da mesma e desconsiderando os tributos; (d) custo de oportunidade – custo relacionado à perda em relação uma dada decisão em detrimento de outra (trade-off); (e) custos fixos e variáveis da empresa – outros custos fixos (água, aluguel, etc.) e variáveis (comissão, etc.) não relacionados a compra de mercadorias; (f) despesas financeiras – despesas advindas de financiamentos e empréstimos (em sentido amplo) necessários à manutenção da atividade operacional da empresa; (g) frete pago na aquisição da mercadoria – valor pago para que a mercadoria seja entregue na empresa; (h) giro do estoque – rotação das mercadorias em estoque; (i) valores de peças perdidas ou roubadas – expectativa, com base em estimativas

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dos prejuízos com peças perdidas ou roubadas em determinado período; (j) volume médio de vendas – quantidade média vendida por período; e (k) tributos incidentes na compra do produto – impostos incidentes sobre a transação de compra de mercadorias por parte da empresa (ICMS, imposto sobre produtos industrializados, dentre outros).

Por sua vez, foram identificados os seguintes fatores externos que influenciam o processo de FP nas empresas selecionadas na pesquisa: (i) exigência de fornecedores – alguns fornecedores, em determinados mercados, exigem que uma certa consistência do preço de comercialização de suas mercadorias; (ii) fidelização do cliente – nível de fidelidade de um determinado cliente em um dado contexto; (iii) preço da concorrência – nível médio de preço praticado pelos concorrentes da empresa para mercadorias similares; (iv) medidas governamentais – legislação emitidas pelas várias esferas do governo (municipal, estadual e federal) que influenciem as transações comerciais; (v) presença ou não do cliente no estabelecimento – caso o cliente esteja fisicamente no estabelecimento, considera-se que ele tem uma menor sensibilidade ao preço; (vi) pedido de venda – demanda do cliente para entrega da mercadoria em seu estabelecimento; (vii) sazonalidade de vendas – variações cíclicas e previsíveis no volume de vendas da empresa em relação a algum fator; (viii) volume encomendado – quantidade e valor de mercadorias solicitadas pelos clientes; (ix) tendências da moda – mudanças indicadas pelo mercado da moda; (x) tipo de cliente – características específicas de um determinado grupo de clientes.

Empresa Fatores internos Fatores externos

Alfa

Características para mercadoria (tipo); custo de estocagem das mercadorias; custo da mercadoria; despesas financeiras; custos fixos e variáveis da empresa; volume médio de vendas; e tributos incidentes na compra para mercadoria.

Exigências de fornecedores; preço da concorrência; pedido de entrega; tipo de cliente; e volume encomendado. Beta

Custo da mercadoria; frete pago na compra para mercadoria; e tributos incidentes na compra para mercadoria.

Medidas governamentais; e presença do cliente ou não no estabelecimento da empresa.

Gama

Custo de estocagem das mercadorias; custo para mercadoria; custo de oportunidade; custos fixos e variáveis da empresa; frete; giro do estoque; valores das peças perdidas e roubadas; e tributos.

Fidelização de clientes; preço da concorrência; sazonalidade de vendas; e tendências da moda.

Delta

Características para mercadoria (tipo); custo de estocagem das mercadorias; custo para mercadoria; custos fixos e variáveis da empresa; frete pago na compra para mercadoria; e tributos incidentes na compra para mercadoria.

Sazonalidade de vendas

Épsilon Custo para mercadoria; custos fixos e variáveis da empresa; frete; e tributos. Preço da concorrência; e sazonalidade de vendas. Zeta Custo para mercadoria; custos fixos e variáveis da empresa; frete; e tributos. Preço da concorrência; e sazonalidade de vendas.

Figura 3. Síntese dos Fatores que Influenciam o Processo de FP nas Empresas Estudadas

Fonte: Elaborado pelos autores.

5 Discussão dos resultados

Esta seção apresenta uma discussão dos resultados obtidos por meio da pesquisa apresentada neste artigo. Tal como destacado, essa pesquisa teve como objetivo geral analisar o processo de FP em empresas varejistas de pequeno e médio porte de Belo Horizonte/MG. Nesse sentido, visou-se modelar o processo de FP nessas empresas, analisar

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os sistemas de informações utilizados para dar suporte a esse processo e identificar os principais fatores, internos e externos, que o influenciam.

Observou-se que todas as empresas utilizam a metodologia da FP baseada em custos. Nesses casos, apenas aplica-se um mark-up ao valor total do custo da mercadoria para se obter o preço final a ser apresentado ao cliente. Observou-se, contudo, duas diferenças básicas entre as empresas: o uso de um mark-up fixo ou flexível e os custos que compõem a base sobre a qual incide o mark-up. No primeiro, caso, observou-se que apenas os gestores da empresa Beta utilizam um valor de mark-up fixo, o que simplifica o processo, mas diminui consideravelmente a flexibilidade de se obter ganhos diferenciados.

Quanto os componentes de custos que compõem a base para incidência do mark-up, observou-se que os gestores de todas as empresas, exceto a empresa Beta, consideram outros custos fixos e variáveis da empresa, além dos inerentes a transação de compra. Por um lado, tal atitude serve como uma forma de garantir sua longevidade no longo prazo, como destacam Banker et al. (2002) e Campos (2003), mas reduz sua competitividade, como destaca Megliorini (2003). Pode-se considerar a possibilidade de os gestores da empresa Beta utilizarem apenas os custos relacionados à transação de compra para incidirem seu mark-up pelo fato de Beta necessitar aumentar sua competitividade, em parte, perdida com o mark-up fixo.

Esses resultados ratificam as observações de Hankison (1995) e Zicker (2000). Da mesma forma, contudo, indica uma relativa falta de sofisticação por parte dos gestores das empresas estudadas de acordo com Justina (2004) muitas empresas não estão eficientemente organizadas em relação a informação, processos, estruturas e procedimentos de implementação de políticas de preços.

Ainda segundo a referida autora, ao adotarem uma política de preços baseada apenas em seus custos de comercialização, os gestores das empresas estudadas correm dois riscos: formar um preço abaixo do que a sua demanda estaria disposta a pagar (reduzindo uma oportunidade de ganho) ou de formar um preço mais elevado do que a sua demanda estaria disposta a pagar (reduzindo sua competitividade em relação aos concorrentes).

No intuito de atenuar as limitações apresentadas para o método de FP baseada somente em custos, os gestores das empresas Alfa, Gama e Zeta também utilizam a concorrência como fundamento para seu processo de FP. Observou-se, no caso da empresa Alfa, que algumas de suas mercadorias funcionam como commodities em seu setor de atuação, o que faz com que a metodologia de FP baseada em concorrentes seja vital para sua comercialização. Ademais, há uma pressão de alguns fornecedores para manutenção de preços (preço sugerido) entre as empresas. A camisa oficial dos principais times de futebol de Minas Gerais, por exemplo, é vendida pelo mesmo preço (ou significativamente semelhantes) por todos os concorrentes na capital (principal mercado de atuação da empresa).

No caso da empresa Gama, seus gestores observam os preços dos concorrentes continuamente, no intuito de ganhar vendas e fidelizar clientes. Trata-se de uma política deliberada desses gestores que acreditam que fatores internos são tão importantes quanto os externos para se formar o preço de venda de seus produtos. Por sua vez, ratificando o estudo de Smith (1995), os gestores da empresa Zeta, por revenderem peças automotivas usadas, são forçados a seguirem preços de mercado das peças novas, pois estes influenciam diretamente todas as transações comerciais da empresa. Ademais, o fato de as empresas Alfa, Gama e Zeta também utilizarem o custo como um dos fundamentos para o processo de FP minimiza uma das críticas básicas dessa metodologia, que é, segundo Macedo e

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Rosadas (2006), o fato de desconsiderar o custo nesse processo. Em parte, os gestores da empresa Alfa, Gama e Zeta estão de acordo com Calado et al. (2007), que indicam a necessidade de se mesclar diferentes metodologias durante a FP para uma adequada definição de preços.

Contudo, em nenhum dos seis casos estudados, observou-se o uso da metodologia da FP baseada no valor percebido pelo cliente (possivelmente, o fator mais relevante). Destaca-se que vários autores, como Dolan e Simon (1998) e Zicker (2002), que enfatizam o valor percebido pelo consumidor como muito importante, considerando o ambiente crescentemente competitivo que essas empresas normalmente enfrentam. Assim, tem-se que as empresas estudadas, conforme Macedo e Rosadas (2006), podem estar perdendo grandes oportunidades, assim como competitividade.

Acredita-se, entretanto, que a não utilização de uma metodologia para FP baseada no valor percebido pelo cliente está relacionada à dificuldade em se mensurar tal fator, por parte dos gestores das empresas estudadas. Ao contrário dos valores dos custos e do nível de preços dos concorrentes (que são relativamente mais fáceis de se mensurar), o valor percebido pelo cliente exige um esforço maior, pois, tal como indica Zicker (2002), trata-se de uma abordagem pró-ativa dos gestores. Todavia, o que normalmente se observou nas empresas foi a falta de tempo dos gestores responsáveis pela FP, que se sentem mais cômodos apenas agindo de acordo com variáveis mais fáceis (e rápidas) de lidar.

Constatou-se, ainda, que apenas nas empresas Alfa, Gama e Épsilon, utilizam-se táticas, tais como preços por linha de produto e preços psicológicos para a definição do preço de venda. No caso da empresa Alfa, utiliza-se o preço por linha de produto, em parte, porque facilitam o processo de FP e também por imposição de alguns fornecedores. No caso das empresas Gama e Épsilon, por sua vez, seus gestores utilizam a tática de preços psicológicos ao formarem seu preço de venda. Destaca-se que ambas as empresas trabalham com mercadorias bastante influenciadas pela moda. Os gestores dessas empresas objetivam, assim, sofisticar seu processo de FP e incrementar suas vendas, tal como destacam Boone e Kurtz (2004) e Toledo et al. (2006). Nas demais empresas estudadas não são utilizadas tais táticas, por não se acreditar em seu potencial no processo de FP em seu mercado, apesar de existirem evidências empíricas que provem o contrário.

Verificou-se que em praticamente todas as empresas pesquisadas são utilizados sistemas de informações que podem auxiliar no processo de FP das mesmas. Contudo, o uso desses sistemas demonstrou ser muito restrito em todas as empresas. De modo geral, os sistemas de informações utilizados servem apenas como ferramentas para operacionalizar o processo de FP e, ao contrário do que apregoam Souza et al. (2009), não são utilizados efetivamente para orientar o processo de FP ou, como indicam Lin e Hong (2009), para auxiliar em estratégias de precificação.

Assim, no que tange ao uso dos sistemas de informações como suporte à tomada de decisão de preços, verificou-se um uso extremamente incipiente. As empresas Beta e Gama, por exemplo, possuem ERPs, que são sistemas que, a priori, possibilitam a obtenção de informações integradas de vários departamentos e podem ser uma importante ferramenta para fornecer um suporte ao processo de FP, mas não exploram esse potencial. Assim, tem-se que essas empresas podem perder uma possível fonte de benefícios no processo de FP, como destacado por Campos (2003).

Durante o desenvolvimento da pesquisa, foram identificados, no total, 21 fatores diferentes que influenciam o processo de FP nas empresas varejistas, sendo onze fatores internos e dez fatores externos. Apesar desse aparente equilíbrio entre fatores internos e

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externos, observou-se uma tendência significativamente maior dos gestores das empresas a enfocarem fatores internos em detrimento dos externos. Em média, os gestores de cada empresa indicaram cinco fatores internos contra apenas três fatores externos. No geral, os gestores indicaram 32 fatores internos e 16 fatores externos.

O principal fator interno identificado, tal como esperado, foi o custo da mercadoria (fundamento para a FP baseado nos custos), que foi indicado pelas seis empresas. Basicamente, os componentes totais dos custos de comercialização foram os principais fatores que influenciam o processo de FP, tais como: tributos, frete, custo de estocagem e custo fixos e variáveis. Destaca-se que Megliorini (2003) apresenta uma série de dificuldades em se mensurar estes custos últimos e utilizá-los durante o processo de FP. Observou-se, nas empresas, o uso de técnicas pouco sofisticadas (diante do estado da arte da literatura) para essa alocação de outros custos fixos e variáveis, o que pode enviesar o processo de FP. Ressalta-se, ainda, o fato de os gestores da empresa Gama considerarem o custo de oportunidade durante a FP, um item destacado como relevante para a tomada de decisão, mas negligenciado pelas demais empresas (talvez, por exigir normalmente um maior grau de detalhamento das informações).

No que tange aos fatores externos, tal como esperado, identificou-se principalmente o preço dos concorrentes (fundamento para a FP baseada nos concorrentes). Outro fator bastante citado pelos gestores é a sazonalidade. A observação desse fator também era esperada, tendo em vista a sazonalidade típica das vendas ao consumidor final do varejo. Destaca-se que nenhum outro fator externo se destacou entre os demais identificados. 6 Conclusões

Este artigo apresentou os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo geral analisar o processo de FP em empresas varejistas de pequeno e médio porte de Belo Horizonte/MG. A metodologia adotada na pesquisa teve um caráter qualitativo e exploratório, consistindo em seis estudos de casos.

Primeiramente, por meio da revisão da literatura realizada sobre o FP tanto em estudos nacionais quanto internacionais, constatou-se a complexidade desse tema. Tal como indicam os diversos estudos consultados, há uma gama de fatores e considerações que tornam o processo demasiadamente complexo, tal como destacam Banker et al. (2002), Gourville e Soman (2002), Macedo e Rosadas (2006), Calado et al. (2007) e Martin et al. (2009), dentre outros autores.

Por meio dos estudos de casos realizados, constatou-se o uso intensivo por parte das empresas varejistas analisadas do custo como fundamento básico para a FP. Possivelmente, isso se deve à simplicidade da metodologia de FP com base em custos, tal como destaca Justina (2004). O resultados da pesquisa parecem ratificar os já apresentados por Hankison (1995) e Zicker (2002), dentre outros autores, de que as empresas, principalmente as de menor porte e com grande número distintos de itens, têm uma certa tendência a utilizar tal metodologia. Contudo, acredita-se que o fato de possuírem uma gestão pouco profissionalizada contribui para que os gestores não utilizem metodologias mais sofisticadas.

O fato de algumas empresas utilizarem também a metodologia para FP com base nos concorrentes não parece indicar, na maioria dos casos um maior nível de sofisticação por parte dos gestores, como sugere Calado et al. (2007), mas, sim, imposições mercadológicas para se atuar em determinados nichos de mercado. Ademais, ressalta-se a conclusão de que os gestores de todas as empresas estudadas negligenciam o valor

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percebido pelo cliente para formar seus preços de venda, o que normalmente vai de encontro às tendências mercadológicas atuais, como destacam Dolan e Simon (1998), Zicker (2002) e Macedo e Rosadas (2006). Assim, acredita-se que o processo de FP nas empresas estudadas ainda é realizado de forma bastante amadora e poderia ser incrementado de forma a ser mais adequado (apesar de os gestores delas ainda não terem percebido isso ou sofrido imposições mais contundentes do mercado).

Quanto ao uso de sistemas de informações como suporte ao processo de FP, verificou-se que os gestores das empresas não fazem uso da grande maioria das ferramentas disponibilizadas por esses sistemas. Tal situação parece ser pouco adequada, considerando as indicações de Megliorini (2003) ou Lin Hong (2009) sobre como os sistemas de informações podem orientar o processo de FP. Assim, acredita-se que os gestores das empresas estudadas estão subutilizando os sistemas de informações utilizados.

Verificou-se, ainda, a superficial consideração de fatores externos em relação aos fatores internos no processo de FP das empresas varejistas. Tal situação parece indicar o viés dos gestores em considerar fatores internos em detrimentos dos externos, o que pode influenciar negativamente a gestão da empresa, considerando o ambiente normalmente cada vez mais competitivo e pouco estável, no qual os fatores externos à empresa têm se tornado cada vez mais relevantes, como indicam Dolan e Simon (1998), desde a década de 1990.

Salientam-se as contribuições da pesquisa apresentada neste artigo, tanto da perspectiva acadêmica quanto da perspectiva empresarial. Apesar de ser apresentado como um processo usualmente importante e complexo, a FP tem sido pouco estudada no âmbito do comércio varejista, como indicam Toledo et al. (2006), embora esse setor apresente normalmente muita relevância na economia brasileira. Assim, a pesquisa apresentou um enfoque em profundidade desse processo, identificando alguns dos vários fatores que influenciam esse processo e aumentando a compreensão sobre o tema e as evidências da gestão ineficiente dessa importante variável do composto de marketing que é o preço.

Destaca-se que a pesquisa desenvolvida também apresentou algumas limitações que devem ser ressaltadas. Primeiramente, tem-se que consistiu em apenas seis estudos de casos, sendo que não é possível generalizar os resultados obtidos em uma abordagem indutiva. Ademais, as empresas estudadas estão localizadas na mesma região do país, o que pode enviesar, pelo menos, parte dos resultados obtidos. Nesse sentido, futuras pesquisas podem ser realizadas utilizando um número maior de casos e/ou em outras regiões do país, de forma a ratificar ou não os resultados obtidos.

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