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A DITADURA CIVIL-MILITAR E A IGREJA CATÓLICA NO BRASIL: UMA ABORDAGEM DO PENSAMENTO SOCIAL CATÓLICO

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A DITADURA CIVIL-MILITAR E A IGREJA CATÓLICA NO BRASIL: UMA ABORDAGEM DO PENSAMENTO SOCIAL CATÓLICO

Luiz Fernando Mangea da Silva*

A ditadura civil-militar vitoriosa em 31 de março de 1964 tem suscitado diversos debates acerca da sua legitimidade frente à sociedade brasileira. A começar, pelo próprio termo civil-militar que tem gerado diferentes interpretações no meio acadêmico.

O terno ditadura civil-militar não tem aqui uma finalidade de enfatizar a participação massiva de civis na operação e na condição do golpe durante todo o período que perdurou o regime. Também não tem um caráter de renovação conceitual, mas de incluir a participação de certos setores da sociedade civil no golpe.

Na historiografia a participação de setores da sociedade não expressa uma novidade, René Armand Dreifuss em sua obra1 publicada em 1981, já trazia a participação de setores da

sociedade civil: Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES). Dreifuss evidência à queda do presidente João Goulart por um movimento civil-militar e não como uma exclusividade das Forças Armadas, “a queda do governo ocorreu como a culminância de movimento civil-militar e não como um movimento das Forças Armadas contra João Goulart”. (DREIFUSS, 1981:361)

O IBAD fundado em maio de 1959 por Ivan Hasslocher, recebeu contribuições de empresários brasileiros e estrangeiros, que, descontentes com a disparada da inflação e o “estilo populista” do presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, organizaram-se para combater o comunismo no Brasil e influir nos rumos do debate econômico, político e social do país. Posteriormente, esse instituto engendrou campanha contra o governo Goulart e os candidatos ao Legislativo identificados pelos ibadianos como comunistas.

O IPES fundado em fevereiro de 1962, resultado da fusão de grupos de empresários organizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, e rapidamente ganhou a adesão de outras unidades empresariais do país. Esses institutos desenvolveram uma intensa campanha objetivando a desestabilização do governo de João Goulart.

* Doutorando em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Seropédica/RJ), sob orientação da Prof. Dr. Alexandre Fortes.

1 A tese de Dreifuss foi apoiada em evidências nas quais sustentam a participação de setores importantes da sociedade civil, no golpe, como o Instituto Brasileiro de Ação Democrático (IBAD) e Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES). Ver em: DREIFUSS, René Armand. 1964, a conquista do Estado. Petrópolis: Vozes, 1981.

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No artigo publicado em 2012, Demian Bezerra de Melo comentando o último capítulo da obra do cientista político Dreifuss diz: “(...) tal articulação foi capaz de tomar de assalto o aparelho de Estado, ocupando seus postos estratégicos, como: o Ministério do Planejamento, ocupado por Roberto Campos, o da Fazenda, por Otávio Gouveia de Bulhões, Indústria e Comércio, por Paulo Egydio Martins, todos eminências pardas do IPES.” (MELO, 2012:39-53)

Nesse artigo, Melo chama atenção para o uso do termo civil-militar. Mesmo reconhecendo a participação de civis no golpe por meio desses institutos, o autor não concorda com o emprego do termo civil-militar pela historiografia revisionista. Melo faz crítica a essa modalidade de historiografia que tem ganhado espaço no meio acadêmico, desde os anos 2000, dando ênfase à participação de entidades organizadas da sociedade civil na operacionalidade e sustentabilidade uma legitimidade do golpe.

Para Melo é preciso que os historiadores estejam atentos ao abordarem sobre a participação das Forças Armadas e de civis no processo político brasileiro, evitando assim reproduzir e compartilhar ideologias das instituições do Estado, como próprias das instituições militares. Melo diz:

Em suma, o argumento “civil militar” da forma como vem sendo apresentado pela historiografia recente como “grande novidade”, ao se distanciar do estudo da dinâmica da luta de classes como nervo da política, acaba por reproduzir a pobre visão corporativa dos militares, significando um retrocesso no conhecimento já acumulado pela pesquisa acadêmica sobre o golpe e a ditadura. (MELO,

2012:39-53)

Na contramão dessa interpretação, o historiador e professor titular de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense (UFF), Daniel Aarão Reis Filho, argumenta: “houve uma ampla aliança social entre civis e militares que permitiu a vitória do golpe de Estado em 1964 era heterogênea – e contraditória.” (FILHO, 2014:47)

Um pouco mais cometido sobre a participação de civis no movimento de 1964, o historiador e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Carlos Fico, reconhece o caráter autoritário que está impregnado na sociedade brasileira e a liderança de civis que participaram ativamente daquele processo político:

Também buscando esclarecer as bases sociais do regime militar, análises historiográficas e jornalísticas contemporâneas têm caracterizado o golpe de 1964 como “cívico-militar”, assim destacando, ao que parece, tanto o apoio inicial de expressivos setores da classe média urbana quanto a participação efetiva de

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liderança políticas civis que ajudaram na eclosão do movimento. (FICO,

2001:19-20)

Diferentemente de Filho que interpreta esse movimento como sendo uma ampla aliança entre civis e militares. Fico diz que não há como negar que desde as primeiras horas da deflagração do golpe, o movimento foi liderado por tropas militares. Pois, com a declaração da vagância do cargo de presidente da República, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu o lugar do presidente deposto João Goulart.

Todo esse processo teve que ser tratado com o general que “dava as ordens”. Mais adiante Fico afirma: “O primeiro presidente foi escolhido numa tumultuada reunião de feches civis com o general Arthur da Costa e Silva, tão humilhante para os civis, que, na segunda rodada, não compareceram os governadores Carlos Lacerda e Magalhães Pinto.” (FICO, 2001:20) Isso mostra que o movimento de 31 de março de 1964 tinha sido lançado, aparentemente, como um movimento que viria livrar o país da corrupção, do comunismo, fortalecer os valores da família e restaurar a democracia. Essa propaganda foi difundida pela Escola Superior de Guerra (ESG).

Do ponto de vista das Forças Armadas, essa propaganda tinha o objetivo construir e exaltar um corpo de valores que servisse como parâmetro para moldar todas as relações estabelecidas pelos diversos setores sociais, uma vez que a construção do poder dos militares seria estendido por toda sociedade. Esse corpo de valores difundido pela propaganda da ESG ressaltava que o regime militar salvaria à democracia, à família, à Constituição e à propriedade privado.

Assim, militares e lideranças civis desejavam retirar Jango do poder e remover seus aliados mais radicais como os comunistas. Essas lideranças civis como Magalhães Pinto, Carlos Lacerda e Ademar de Barros só para citar as lideranças mais expressivas, não mediram esforços na colaboração com os militares para deposição de Jango.

Também contaram com uma “aliada de peso”, a Igreja Católica, pois essa instituição se colocava guardiã dos valores morais da família. Sendo assim, o brasilianista norte-americano Kenneth P. Serbin, abordando a aliança da Igreja com os militares na deposição de Jango ressalta:

De um lado, as Forças Armadas depuseram Jango para evitar o que acreditavam ser a comunização do Brasil. A Revolução rapidamente expandiu a luta contra o comunismo, incluindo todos os opositores do status quo brasileiro (conforme era

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definido pelo regime) De outro, a maioria dos bispos intuitivamente apoiou o golpe como medida anticomunista. (SERBIN, 2001:58)

Além do apoio da hierarquia católica ao golpe não podemos desconsiderar as entidades da sociedade civil apontadas na obra de Dreifuss, que somaram forças à bandeira do antimunismo.

Portanto, quando optamos por utilizar o termo civil-militar para se referir ao movimento político destituiu o presidente João Goulart em 1964, estamos pensando naquelas entidades que foram nomeadas pelo cientista político Dreifuss, em editoriais como os jornais como: Correio da Manhã, O Globo, A Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo.

Além de políticos como os governadores de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto, de São Paulo, Ademar Pereira de Barros e do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, setores da Igreja Católica como a Marcha da Família com Deus pela Liberdade e uma parte significativa da hierarquia clerical.

Partindo da premissa que os políticos que não eram militares, uma parcela significativa da imprensa, a classe produtora e setores conservadores pertencentes ao catolicismo apoiaram abertamente o golpe. Podemos concluir que, houve participação ativa de civis na deposição do presidente João Goulart.

Ao nomear a participação de setores organizados da sociedade civil na operação e na condução do golpe, não estamos minimizando a participação predominante das Forças Armadas na tomada do poder, nem a participação de forças externas como o envolvimento dos Estados Unidos nos golpes que ocorreram em toda a América Latina de modo geral e no Brasil em particular.

Não seguirmos a linha interpretativa de Melo que seria um reducionismo e um retrocesso no conhecimento já acumulado pela pesquisa acadêmica sobre o golpe e a ditadura. De sorte que, também não concordamos com a interpretação de Filho que houve ampla aliança social entre civis e militares. Diante desse debate, sustentamos a posição de que houve sim, participação de setores importantes da sociedade civil, como o apoio dado pela Igreja Católica aos militares.

As inovações da Igreja Católica, no âmbito internacional, tiveram início com o Concílio Vaticano II, ocorrido em Roma entre os anos de 1962 a 1965, participaram a alta hierarquia clerical, teólogos e estudiosos de diversas partes do mundo. O Concílio é a expressão de uma renovação que se inicia depois da Segunda Guerra Mundial devida à rápida mudança

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socioeconômica (crescimento urbano), à ameaça do comunismo e ao crescimento do protestantismo.

A partir do final da década de 1940, uma parcela significativa de bispos já denunciava a iniquidade da concentração fundiária nos países em desenvolvimento latino-americanos. Para os religiosos, a concentração de terras nesses países contribuía para a migração do campo para os grandes centros urbanos.

Devemos levar em consideração a polarização política e ideológica entre os Estados Unidos e a União Soviética, por ocasião da Guerra Fria, em que ambos irão demarcar suas zonas de influência. Com isso, havia toda uma preocupação por parte do Vaticano sobre o avanço do comunismo em países do Continente Latino-Americano.

Michael Löwy explica a preocupação do Vaticano com uma possível influência do catolicismo latino-americano com o comunismo:

Durante meio século, o marxismo foi proibido – sob o epíteto caricatural de “comunismo ateísta” – como o inimigo mais terrível e traiçoeiro da fé cristã. A excomunhão decretada pelo Papa Pio XII depois da Segunda Guerra Mundial foi apenas a sanção canônica de uma luta implacável e obsessiva que construiu um muro de hostilidade na America Latina e pelo mundo afora os féis da Igreja e os movimentos políticos orientados para o marxismo. (LÖWY, 2000:111)

Devemos enfatizar é a disputa política e ideológica que ocorreu no interior da Igreja Católica, que antecede o Vaticano II. Porém, o Concílio carregou consigo uma dimensão política que perpassou toda a sua duração e contribuiu para que setores do catolicismo tanto conservadores quanto progressistas tentassem implantar suas ações religiosas e sociais em seus países. Assim, a Igreja vai fazer uma reinterpretação de si e da sociedade por meio de um discurso contrário ou a favor da sociedade moderna ocidental. Sociedade que se orienta ideologicamente, após a Segunda Guerra Mundial, pelos valores liberais individualistas (capitalistas) em que se absolutizam a propriedade, compreendendo-a como atributo exclusivo do indivíduo ou pelos valores “totalitários” no sentido coletivista (comunista) em que o Estado é o único detentor dos meios de produção e da coesão social.

É por isso que ao analisar as relações estabelecidas entre a Igreja e o Estado devemos levar em consideração duas situações. Primeira, os conflitos existenciais no interior da própria Igreja. Segunda, os conflitos e as alianças dela com o Estado. Os conflitos internos estão

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intimamente ligados a projetos católicos distintos entre o clero e a alta hierarquia romana, além de intelectuais e militantes católicos conhecidos como leigos.

Quando se trata do conflito ou da aliança envolvendo a alta hierarquia romana e o clero de modo geral com a burguesia e o Estado o que está em voga são ações políticas da Igreja em defesa dos seus interesses corporativos, de seu poder e de seus privilégios.

Já quando se trata de conflitos internos, são as divergências dos diferentes grupos em busca de poder e de legitimar uma “verdade discursiva”, realidade social em que estão inseridos. Nesse contexto de aliança e conflito com o Estado, além da disputa de poder no interior da Igreja é que vão desenrolar as ações políticas e sociais dessa instituição durante e posterior ao golpe civil-militar.

A Igreja Católica teve uma posição fundamental nas denúncias de desrespeitos aos Direitos Humanos durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1985). Mas essa posição não foi tomada desde o início. Ela foi sendo construída ao longo do regime político vigente daquela época. A Igreja só se colocou na oposição ao regime, que ela mesma ajudou a tomar o poder em 1964, à medida que militantes católicos e até autoridades eclesiásticas passaram a ser perseguidos pelos militares.

Para compreendermos o apoio ao golpe de 1964, e depois a oposição da Igreja a ele, é fundamental que voltemos um pouco no tempo. Isso porque até 1950, a Igreja Católica no Brasil era bastante romanizada, marcada por uma atuação religiosa tradicional, de expansão do catolicismo, mas pouco presente na questão social, além da aliança com as classes urbanas e, no campo, pela boa convivência com a oligarquia rural. A aliança da instituição católica com as elites urbana e rural se caracterizava por uma busca de privilégio, materializado na concessão de expandir a fé católica e na defesa de seus princípios morais na cidade e no campo.

Quando pensamos a relação institucional da Igreja com a política não devemos desconsiderar a busca por uma expansão do catolicismo e a retomada de seus privilégios. Assim, o brasilianista Scott Mainwaring ressalta que: “A tendência de proteger interesses organizacionais tem sido e continuará sendo, dessa formar, um elemento chave no entendimento da Igreja Católica na política.” (MAINWARING, 2004:16)

Porém, não estamos afirmando que a Igreja atua politicamente a todo movimento na busca de privilégio e na afirmação de seus interesses corporativos. Em virtude de ser uma instituição que está inserida na sociedade ela também recebe a influência da militância católica.

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Entendermos isso é importante, para compreender o porquê de ela ter mudado radicalmente o posicionamento em relação ao golpe civil-militar.

Como organização que congrega interesses distintos, a Igreja apoiou abertamente o golpe e a partir de 1968, colocou-se contra, porque seus interesses já não eram mais atendidos e uma parcela significativa de sua militância estava sendo perseguida pela repressão do regime político vigente.

Nas palavras de Ivo Lesbaupin, com o desencadeamento do golpe uma parte da Igreja sentiu-se como sentiu-se “suas preces tivessentiu-sem sido ouvidas”. Para respaldar sua assentiu-sertiva Lesbaupin cita um documento episcopal emitido dois meses após a instauração:

Atendendo à geral e angustiosa expectativa do povo brasileiro, que via a marcha acelerada do comunismo para a conquista do poder, as Forças Armadas acudiram em tempo, e evitaram que se consumasse a implantação do regime bolchevista em nossa terra. [...] De uma a outra extremidade da pátria, transborda dos corações o mesmo sentimento de gratidão a Deus, pelo êxito incruento de uma revolução armada. (LESBAUPIN, 2013:17-36)

O documento traz a interpretação da Igreja ao novo regime. Mostra a heterogeneidade do catolicismo brasileiro. Pois, no mesmo documento há uma aprovação oficial do episcopado ao golpe, há também o reconhecimento por uma transformação social. As informações contidas no documento mostram, de certa forma, como a Igreja estava inserida no contexto político dos anos 60.

Nesse período emergiu no Brasil uma vigorosa esquerda católica. Os grupos que lideram esse movimento surgiram de dentro da Ação Católica Brasileira (ACB) e do Movimento de Educação de Base (MEB). Essas organizações católicas eram formadas em sua grande maioria por jovens como a Juventude Universitário Católica (JUC), a Juventude Estudantil Católica (JEC) e a Juventude Operário Católica (JOC). Além da Ação Católica Operária (ACO) e a Ação Popular (AP).

No final dos anos 50 e início dos anos 60, jovens orientados por padres se juntaram à esquerda tanto universitária quanto operária. Para Mainwaring: “No Brasil, durante o fim da década de 50 o início dos anos 60, a participação mais profunda dos católicos nos movimentos operários, camponeses e estudantes dependia da aquiescência da hierarquia.” (MAINWARING, 2004:83)

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Apesar de ter formado uma esquerda católica no final dos anos 50 e início dos anos 60, não podemos esquecer do movimento Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Era movimento organizado por mulheres católicas pertencentes às classes médias urbanas contrárias ao governo de João Goulart. Esse movimento levou milhares de manifestantes em várias regiões do país e nas principais capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, nos fins de 1963 até meados de março de 1964.

Esse movimento foi um indicador de que a Igreja apoiou o golpe. No entanto, é preciso salientar que foram poucos os membros do clero, sobretudo pertencentes à hierarquia apoiaram declaradamente a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, pois como já foi ressaltado anteriormente, já havia setores de clero que se identificaram com as propostas de reformas sociais anunciadas pelo governo de João Goulart.

Mas também não houve por parte da Igreja um movimento coeso de apoio ao governo de Goulart. “Sendo assim, conclui-se que não havia unidade e nem mesmo clareza dentro da Igreja sobre as intenções políticas do presidente João Goulart, resultando daí uma ação difusa de parcelas do clero católico.” (CANCIAN, 2011:39)

Portanto, o que contribuiu para a Igreja se afastar gradativamente do regime, que ajudou a legitimar, foram as prisões e as perseguições a esses militantes que irão ocorrer nos primeiros anos do golpe civil-militar (1964-1968), e passou a ter um posicionamento contrário ao regime após o Ato Institucional Número nº5 (AI-5), publicado em 13 de dezembro 1968. O AI-5 teve um impacto direto sobre a vida política e social do país, atingindo inclusive a existência das principais instituições religiosas. É nesse período que em várias regiões do Brasil, militantes vão ser presos e torturados, padres e bispos serão alvos da repressão por proferirem sermões crítico à ditadura civil-militar, e os religiosos estrangeiros sofrerão processo de expulsão do país.

Referências Bibliográficas:

CANCIAN, Renato. Igreja Católica e ditadura militar no Brasil. São Paulo: Claridade, 2011.

DREIFUSS, René Armand. 1964, a conquista do Estado. Petrópolis: Vozes, 1981. FICO, Calos. Como eles agiam. Rio de janeiro: Record, 2001.

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FILHO, Daniel Aarão Reis. Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988.

LESBAUPIN, Ivo. A Igreja e a ditadura militar. In: ASSIS, João Marcus Figueiredo; RODRIGUES, Daniel dos Santos. Cidadania, movimentos sociais e religião: abordagens

contemporâneas. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2013.

LÖWY, Michael. A guerra dos deuses: religião e política na América Latina. Petrópolis: Vozes, 2000.

MAINWARING, Scott. A Igreja Católica e a política no Brasil (1916-19850). São Paulo: Brasiliense, 2004.

MELO, Demian Bezerra de. Ditadura “civil-militar”?: controvérsias historiográficas sobre o processo político brasileiro no pós-1964 e os desafios da do tempo presente. Espaço Plural, Cascavel (PR), Ano XIII , Nº 27, 2º Semestre 2012, p. 39-53 , ISSN 1518-4196.

SERBIN, Kenneth P. Diálogos na Sombra: bispos e militares, tortura e justiça social na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Referências

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