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AULA 06 ATO ILÍCITO RESPONSABILIDADE CIVIL

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Academic year: 2021

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AULA 06

ATO ILÍCITO

RESPONSABILIDADE CIVIL

Meus alunos e amigos. Antes de começar a aula propriamente dita, preciso dar um aviso importante. Como vocês notaram do título da aula, hoje falaremos sobre Ato Ilícito

e

Responsabilidade Civil. Às vezes um edital pede apenas o Ato Ilícito, outras vezes pede apenas a Responsabilidade Civil. Mas é claro que está implícito que cairão na prova os dois temas, pois os mesmos são conexos entre si. Muito comum, também, o edital, que normalmente segue a ordem do Código Civil, pedir o Ato Ilícito num primeiro momento, depois pedir outros temas e somente lá no meio do edital ou no seu final, voltar para pedir o tema Responsabilidade Civil. E sabem por que isto? Porque as matérias estão dispostas em partes diferentes do nosso Código. O Ato Ilícito está previsto nos artigos 186 até 188 do CC (eles são poucos, mas são importantíssimos). Mas não teria lógica estudar apenas esses poucos artigos. Por isso devemos relacioná-los com a Responsabilidade Civil, que está prevista nos artigos 927 a 943 (e, se incluirmos o tema ‘indenização’ – que também será visto hoje – a previsão se estende até o artigo 954). Ou seja, para que nosso estudo seja completo devemos saber qual a importância do Ato Ilícito (que ainda pertence à Parte Geral do Código Civil) e a sua relação com a Responsabilidade Civil (que já integra a Parte Especial).

Estar com Código Civil em mãos para o acompanhamento desta aula é de suma relevância, pois nós vamos estudar os dois temas hoje. Embora, sempre que necessário, irei transcrever alguns artigos de maior relevância.

Comecemos.

CONCEITO DE ATO ILÍCITO

Ato ilícito (art. 186 do CC) é o ato praticado em desacordo com a

ordem jurídica, violando o direito. Praticado o ato ilícito, causando prejuízos a outrem, cria-se o dever de reparar o dano (moral ou

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patrimonial). Por isso o ato ilícito é considerado também como uma “fonte de obrigação” (art. 927 do CC). Vejam que logo de início já relacionamos dois artigos dispostos em lugares bem diferentes do Código: quem pratica ato ilícito (artigo 186) tem a obrigação de reparar o dano (art. 927)

O ato ilícito é considerado como fato jurídico (em sentido amplo – lembrem-se do ponto e do gráfico que forneci sobre os Fatos Jurídicos – se o aluno ficou com alguma dúvida retorne a esta aula), produzindo efeitos jurídicos. Esses efeitos não são desejados pelo agente, mas

impostos pela lei (por isso são chamados de involuntários). Há

infração de um dever e imputação de um resultado. O ato ilícito pode ser: civil, penal ou administrativo. Lógico que nesta aula vamos nos ater apenas ao ilícito civil, porém sempre acabamos falando das outras matérias, pois são conexas.

Há casos em que a conduta ofende à sociedade (ilícito penal) e ao particular (ilícito civil), acarretando dupla responsabilidade (ex.: lesões

corporais - o fato é típico, está descrito no Código Penal, logo é um ilícito penal. Por outro lado, causando danos à vítima o agente é obrigado a reparar esses danos na ordem civil, trata-se, portanto, de um ilícito civil também). À vezes atinge também o Direito Administrativo, havendo

uma tripla responsabilidade. Exemplo: O peculato é um crime, pois está tipificado no Código Penal (artigo 312); é também um ilícito civil, podendo a pessoa ser responsabilizada pelo Estado e compelida a ressarcir o dano que causou. Além disso, cometendo peculato, houve uma “quebra de confiança” por parte da Administração Pública em relação a este funcionário, devendo o mesmo responder a processo administrativo e podendo perder o cargo (ser demitido). Assim o agente, com apenas uma conduta, ofende a três instituições (Penal, Civil e Administrativo), podendo (ao menos em tese) responder a três processos distintos, cada um com objetivos diferentes.

Importante - A responsabilidade penal é pessoal e intransferível;

a responsabilidade civil é patrimonial e em algumas hipóteses pode ser transferida, conforme veremos.

Vamos, logo de início fazer um importante “resuminho” do que já vimos:

• Ato ilícito é a conduta humana que fere direitos subjetivos privados; está em desacordo com a ordem jurídica, violando um direito subjetivo individual.

• A conseqüência do ato ilícito é a obrigação de indenizar (art. 927 CC).

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• Ato ilícito é um fato jurídico, mas não é um ato jurídico, pois para que seja jurídico é necessário que seja lícito.

HISTÓRIA

Sempre evito falar sobre a história dos institutos. Isso geralmente não cai nos concursos. Por isso temos que ser bem objetivos. Mas ser objetivo não significa suprimir toda informação. Neste caso em particular, é interessante falar sobre a história do ato ilícito e a reparação do dano, pois com isso sentimos a evolução do Direito. Não só do Direito Civil, mas de todos os seus ramos. Primitivamente vigorava a pena de talião (“olho por olho, dente por dente” ou também “quem com ferro fere, com ferro será ferido”), segundo a qual os danos a terceiros eram retribuídos na mesma qualidade e quantidade pela própria pessoa ofendida. Era a tese do “mal pelo mal”. Prevalecia a vingança privada. É claro que, em vez de se compensar um dano, causava-se outro, tornando dupla a lesão.

Posteriormente a Lei Aquilia (Direito Romano) introduziu a reparação pecuniária, que evoluiu e, ao final, passou para as mãos do Estado o poder de determinar a indenização. “Lei Aquilia” – por isso, atualmente falamos em responsabilidade aquiliana (conforme veremos adiante) Essa expressão é muito comum em concursos. Mas, apesar de toda a evolução, ainda permanece viva a idéia de culpa nos atos ilícitos, de modo que haverá indenização se houver culpa do agente, conforme também veremos adiante.

RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil surge em face do descumprimento obrigacional, pela desobediência de uma regra estabelecida em um contrato, ou por deixar, determinada pessoa, de observar um preceito normativo que regula a vida. Nota-se então as duas espécies de responsabilidade civil:

1 - A responsabilidade civil contratual está situada no âmbito

da inexecução obrigacional. Como se sabe, as cláusulas contratuais devem ser respeitadas, sob pena de responsabilidade do que as descumprir. O contrato traz em seu conteúdo uma obrigação assumida, podendo o seu descumprimento gerar perdas e danos. Os fundamentos jurídicos principais dessa modalidade de responsabilidade civil estão no artigo 389 do Código Civil, quando a

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obrigação assumida for positiva; e no artigo 390 do Código Civil, quando se tem uma obrigação negativa.

2 - Já a responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana

relaciona-se ao desrespeito ao direito alheio e às normas que regram a conduta, representando qualquer inobservância de um preceito legal. A responsabilidade extracontratual é também conhecida por responsabilidade aquiliana, tendo em vista que a Lex Aquilia de Danno cuidou de estabelecer, no Direito Romano, as bases jurídicas dessa espécie de responsabilidade civil. Seu fundamento jurídico encontra-se hoje no artigo 186 do Código Civil.

Resumindo

a) Responsabilidade contratual – surge pelo descumprimento de uma cláusula do contrato;

b) Responsabilidade aquiliana (ou extracontratual) – deriva de inobservância de qualquer outro preceito legal.

TEORIAS

Existem duas teorias sobre responsabilidade civil, que veremos com detalhes. Primeiro falaremos sobre os aspectos gerais de cada uma delas. Depois vamos nos ater à que foi adotada pelo nosso Código:

• Teoria da Responsabilidade Subjetiva • Teoria da Responsabilidade Objetiva

A) TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

Segundo esta teoria, haverá responsabilidade por indenização somente se houver culpa do agente. É a regra do Direito Civil brasileiro que adotou a Teoria da Culpa.

Cuidado – quando eu falo em culpa, as pessoas lembram de imediato de uma imprudência ou negligência. Não é bem assim. Não é só isso. A Teoria da Culpa está se referindo a culpa em sentido

amplo, que abrange o dolo e a culpa em sentido estrito. Assim culpa

(em sentido amplo) é o gênero. E as espécies são Dolo e Culpa (em sentido estrito):

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♦ Dolo é o pleno conhecimento do mal; o agente deseja as conseqüências maléficas (dolo direto) ou assume o risco de produzi-las (dolo eventual).

♦ Culpa (em sentido estrito) é a violação de um dever que o agente poderia conhecer e acatar.

Portanto, pela Teoria da Responsabilidade Subjetiva, haverá indenização toda vez que o agente tenha praticado o ato danoso porque o conhecia e o quis (dolo direto), como também quando o agente, embora não o conhecesse e não o quisesse, tenha agido por negligência ou imprudência ou violado norma que podia ou devia conhecer e acatar (culpa em sentido estrito). Prevalece a teoria da

previsibilidade. Se o ato era previsível (para a pessoa diligente,

prudente e conhecedora da norma), então haverá culpa para o agente (ex.: se bato na traseira do carro de terceiro, presume-se a culpa, porque

há regra pela qual se deve guardar distância e dirigir com atenção. Se o dentista trata mal um dente, por falta de conhecimento que devia ter, agiu com culpa. O mesmo se diga de um advogado que perde uma causa por falta de preparo profissional).

Classificação da Culpabilidade (em sentido amplo – ou lato sensu)

A principal classificação acerca da culpabilidade é (reforçando o que já foi dito):

• culpa contratual ⎯ resulta da violação de um dever inerente a um contrato (ex.: o inquilino que não paga o

aluguel; o empregado que deixa de cuidar dos animais; o depositário que não conserva o bem, professor que não vem dar aula, etc.).

• culpa extracontratual ou aquiliana ⎯ resulta da violação de um dever fundado em princípios gerais do direito, como o respeito às pessoas e aos bens alheios; deriva de infração ao dever de conduta (dever legal) imposto pela lei (ex.: motorista

em excesso de velocidade provoca atropelamento).

Praticado um ilícito civil derivado de um contrato (culpa contratual) ou de um dever legal (aquiliana), surge a obrigação de

indenizar. Porém, no primeiro caso a responsabilidade é determinada

como conseqüência da inexecução de um contrato, sendo que o lesado só necessita demonstrar o descumprimento do contrato (nesse caso a culpa é presumida). Já na segunda hipótese a responsabilidade se funda na inobservância de um dever genérico (art. 186 do CC) e o

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lesado deve comprovar o elemento subjetivo. Desta forma a diferença primordial reside no ônus da prova: na responsabilidade contratual não se exige qualquer prova enquanto na extracontratual é necessário que se prove a culpa do réu.

Outras Classificações da Culpabilidade:

• culpa in eligendo ⎯ resultante de má escolha do representante ou preposto.

• culpa in vigilando ⎯ que resulta da ausência de fiscalização (ex.:

dono de veículo que não o conserva, dono de hotel que não vigia suas dependências etc.).

• culpa in committendo ⎯ resulta da prática de um ato positivo pelo agente.

• culpa in omittendo ⎯ decorre da abstenção de um ato do agente (ex.: empregado que não tranca a porta do estabelecimento ao final

do expediente; médico que não faz a operação completa, etc.).

• culpa in custodiendo ⎯ decorre da falta de cuidado em se guardar, custodiar algo (ex.: dono de animais que estragaram a

plantação do vizinho pois ele deixou a porteira aberta).

A culpa ainda pode ser classificada em grave (quando resulta de dolo ou negligência crassa), leve (quando a conduta se desenvolve sem a atenção normalmente devida; a lesão seria evitável com atenção ordinária) e levíssima (quando o fato só teria sido evitado mediante cautelas extraordinárias ou especial habilidade). No Direito Civil, em regra responde-se inclusive pela culpa levíssima, porque se tem em vista a extensão do dano e não o grau da culpa. Nos danos morais o grau da culpa pode influir no quantum indenizatório arbitrado, por não se tratar propriamente de um ressarcimento, mas de uma compensação satisfativa.

Conseqüências

Havendo dano decorrente do ato ocorrido com culpa do agente, haverá obrigação de indenizar o lesado.

B) TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

Por esta teoria, não se verifica a existência de culpa do agente. Fundada na Teoria do Risco, a responsabilidade objetiva independe da culpa. Verifica-se só a existência De uma conduta, do dano e a relação de causalidade entre eles, decorrendo daí a obrigação de

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indenizar (ex.: responsabilidade do hoteleiro pelo furto de valores

praticados por empregados contra hóspedes).

Pelo simples fato de o empregado se ferir em serviço há a responsabilidade de indenização a ser paga pelo seguro, que não examina se houve culpa ou não do dono do serviço.

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos (concessionárias e permissionárias) têm responsabilidade civil: respondem pelos danos causados pela atividade administrativa, independentemente de culpa de seus funcionários, inclusive no que se refere à culpa anônima ou do serviço. (art. 37, §6º da CF). Trata-se de responsabilidade de ressarcimento de danos, do tipo objetiva, isto é, não é necessário provar se houve culpa do funcionário. Basta a lesão ao particular, sem culpa deste. Há que se provar a conduta (positiva ou negativa), a lesão e o nexo causal.

Atualmente, vigora sobre o assunto a teoria do risco

administrativo, que equivale a uma responsabilidade objetiva

mitigada, uma vez que pode ser afastada ou diminuída pela culpa exclusiva ou concorrente da vítima, o que não ocorre na responsabilidade objetiva plena ou integral (risco integral).

Elementos

• existência de uma conduta positiva (ação) ou negativa (omissão); • dano (patrimonial ou moral);

• relação de causalidade – nexo causal entre a conduta e o dano.

TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL

Nosso Código Civil adotou como regra a Teoria de Responsabilidade Subjetiva, prevista no artigo 186, que diz:

“Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Cuidado porque há exceções a esta regra, conforme veremos logo

adiante. Isto é, há casos em que o próprio Código Civil (que adotou a teoria da responsabilidade subjetiva) admite a aplicação da responsabilidade objetiva.

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1 - Conduta (fato lesivo) ⎯ causada por uma ação (conduta

positiva) ou omissão (conduta negativa), voluntária (dolo) ou por

negligência ou imprudência (modalidades de culpa). A regra é a ação.

Já para a configuração da omissão é necessário que exista o dever jurídico de praticar determinado fato, a prova de que a conduta não foi praticada (omissão) e a demonstração de que, caso a conduta fosse praticada, o dano poderia ter sido evitado.

Na responsabilidade subjetiva a conduta compreende:

a) Dolo ⎯ violação intencional, voluntária (observem que o Código

Civil utiliza essa última palavra), do dever jurídico; o agente quer o resultado (dolo direto) ou assume o risco de produzi-lo (dolo eventual).

b) Culpa ⎯ não há deliberação, intenção de violar o dever jurídico,

mas este acaba sendo violado por:

• Imprudência ⎯ é a prática de um fato perigoso (ex.:

dirigir veículo em rua movimentada em excesso de velocidade).

• Negligência ⎯ é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado (ex.: deixar arma de fogo ao fácil alcance

de uma criança).

• Imperícia ⎯ falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão (também caracteriza a culpa, embora não esteja expressa no art. 186 CC). É o médico, dentista, engenheiro, etc. que, em face de um desconhecimento ou falta de prática, no desempenho de suas funções, venham a causar dano a interesses jurídicos de terceiros.

Para o Direito Civil não importa se o autor agiu com dolo ou culpa; as conseqüências serão as mesmas: reparação do dano, indenização dos prejuízos.

2 - Ocorrência de um Dano (eventus damni) ⎯ para que haja

pagamento de indenização, além da prova de culpa ou dolo na conduta, é necessário comprovar o dano patrimonial ou

extrapatrimonial (moral).

• Dano Moral - em sentido próprio refere-se ao abalo dos sentimentos de uma pessoa, provocando-lhe dor, tristeza, desgosto, depressão, etc.; em sentido impróprio ou amplo, abrange a lesão de todos e quaisquer bens ou interesses pessoais (exceto econômicos), como a liberdade, o nome, a família, a honra, a integridade física, etc. No dano moral não se pede um preço para a sua dor, mas um meio para atenuar, em parte, as conseqüências do dano emocional de uma pessoa.

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Vejam o que diz o Art. 5º, X da Constituição Federal de 1988: “São

invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente da sua violação” (vide também o inciso V).

O Código Civil não traz critérios para a quantificação da indenização por dano moral. Deve o Magistrado fixá-la analisando a extensão do dano, as condições econômicas dos envolvidos e o grau de culpa do agente. Não se avalia mediante simples cálculo, mas visando compensar a sensação de dor da vítima. A compensação em dinheiro deve representar uma satisfação capaz de anestesiar o sofrimento impingido. Tem finalidade compensatória e punitiva.

• Dano Patrimonial compreende:

a) dano emergente ⎯ efetiva diminuição do patrimônio da vítima;

qual o prejuízo efetivamente suportado, o ela perdeu;

b) lucro cessante ⎯ o que ela deixou de ganhar.

Obs. – Se o dano patrimonial e o moral decorrem do mesmo fato serão cumuláveis as indenizações.

3 - Nexo de Causalidade ⎯ a responsabilidade civil não pode

existir sem a relação de causalidade entre o dano e a conduta ilícita do agente. Se houve dano, mas sua causa não está relacionada com o comportamento do agente, inexiste a relação de causalidade, não havendo a obrigação de indenizar. Não há esse nexo se o evento se deu por culpa exclusiva da vítima (ex.: passageiro desce de veículo em

movimento) ou por caso fortuito ou força maior.

Responsabilidade Objetiva no Código Civil

Conforme dissemos acima, embora o Código Civil tenha adotado como regra a teoria subjetiva, há diversos dispositivos em que a responsabilidade é objetiva. Assim, haverá obrigação de reparar o dano (independentemente de culpa) nos casos especificados em lei ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Ex.: os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação (art. 931 CC), do dono de animais (art. 936 CC), dono de prédios em ruína (art. 937 CC), do habitante da casa da qual caírem coisas (art.

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938 CC), acidentes do trabalho, etc. Analisaremos esses itens logo mais adiante. Além disso, há também responsabilidade dos fornecedores de produtos e serviços nas relações de consumo (art. 14 da Lei de Defesa do Consumidor - CDC). A Lei de Direito Ambiental também fornece exemplos de responsabilidade objetiva como um meio de se coibir danos ao meio ambiente. Como se sabe esta lei prevê até mesmo situações em que a Pessoa Jurídica pode cometer crime ao meio ambiente e responder por esta conduta na esfera penal.

OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Já sabemos o que é um ato ilícito na esfera do Direito Civil. Vamos ver agora o que obriga uma pessoa a reparar os prejuízos que sua conduta causou. Ora, autor de um ato ilícito terá sim a responsabilidade pelo prejuízo que causou, devendo indenizá-lo. Assim determina o art. 927 do CC:

“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

A obrigação de indenizar decorre da inobservância do dever geral de não causar danos a outrem.

Os bens dos responsáveis pela ofensa ou violação do direito de outrem, ficarão sujeitos à reparação do dano patrimonial ou moral causado. Se a ofensa tiver mais de um autor todos responderão

solidariamente pela reparação (art. 942). O titular da ação pode

propô-la contra um ou todos os responsáveis pelo ato ao mesmo tempo. Aquele que pagar a indenização terá direito de regresso contra os demais, para reaver o que desembolsou. Isto é o que chamamos de solidariedade. Voltaremos ao tema na aula sobre o Direito das Obrigações

Abuso de Direito

O Código Civil atual adotou, em seu artigo 187, a Teoria do Abuso de Direito como Ato Ilícito. É uma grande inovação e uma boa “dica” para se pedir em concurso, dada a novidade. Ampliou-se a noção de ato ilícito, para considerar como objeto da responsabilidade civil também aquele ato praticado com abuso de direito, ou seja, o ato originariamente lícito, mas exercido fora dos limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé objetiva ou pelos bons costumes.

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RESPONSABILIDADE POR ATOS DE TERCEIROS

O art. 932 do CC discrimina diversas hipóteses de responsabilidade civil por atos praticados por terceiros:

• Os pais são responsáveis pelos atos praticados pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia (ex.:

pai permite que filho dirija sem habilitação; havendo um acidente, o pai responde; filho que comete delitos como lesão corporal, furto, etc.). Pelo

art. 928 CC o incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de o fazer ou não dispuserem de meios suficientes. A redação do artigo “é meio inversa”. Na verdade o que o legislador quis dizer é que o responsável pelo menor responde pelos atos (civis). Se eles (os pais) não dispuserem de meios suficientes (não têm dinheiro) aí quem irá responder é o próprio menor. Resumindo – o pai responde. Se não puder, responde o menor (que terá então uma responsabilidade subsidiária).

A indenização será eqüitativa e não será devida se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependam.

• O tutor e o curador são responsáveis pelos pupilos e curatelados que estiverem nas condições anteriores.

• O empregador ou comitente, são responsáveis pelos atos de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho ou em razão dele.

• Os donos de hotéis, hospedaria, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, são responsáveis pelos atos danosos praticados pelos seus hóspedes, moradores e educandos.

A pessoa jurídica que exercer exploração industrial terá responsabilidade presumida pelos atos lesivos de seus empregados. Com isso terá de vigiá-los, instruí-los e selecioná-los, reparando os prejuízos que causarem no exercício de suas funções (responsabilidade objetiva).

Observação – As pessoas acima arroladas, ainda que não haja culpa de sua parte (responsabilidade objetiva) responderão pelos atos

praticados pelos terceiros ali referidos (art. 933). Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for seu ascendente, absolutamente ou relativamente incapaz (art. 934).

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Podem ocorrer casos em que a pessoa pratica uma ação e a sua conduta causa uma lesão a terceiros e mesmo assim aquela pessoa não terá cometido ato ilícito (e, por isso, não será responsabilizado). O que pode ter ocorrido no caso? Pode ter ocorrido o que chamamos de “causas de exclusão da ilicitude”. São elas (art. 188 do CC):

• legítima defesa ⎯ uso moderado de meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem (legítima defesa de terceiros).

Ex.: Se uma pessoa, A, agredir outra, B, visando sua morte injustamente, esta última tem o direito de se defender, utilizando, para tanto, os meios necessários. Nesta hipótese, quem deu causa à reação (A) não pode exigir indenização de B. Se na defesa contra a agressão, B atingir uma terceira pessoa, C, esta terá direito de solicitar indenização de quem a agrediu, B, ficando esta com

direito de regresso contra quem deu causa a todo evento (A). O Código Civil também reconhece a legítima defesa da posse (art. 1.210, §1º).

• exercício regular de um direito reconhecido ⎯ se alguém no uso normal de um direito lesar outrem não terá qualquer responsabilidade pelo dano, por não ser um procedimento ilícito.

Ex.: credor que penhora bens do devedor; credor que protesta um título de crédito vencido e não pago; concorrente que se estabelece na mesma rua, etc. Só haverá ato ilícito se houver

abuso de direito (ex.: vizinho que produz em sua residência ruído

que exceda à normalidade).

• estado de necessidade ⎯ deterioração ou destruição de coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente (ex.:

na iminência de ser colhido por um caminhão, ou de atropelar um pedestre, arremesso meu carro contra o portão de uma casa alheia destruindo-o; mato o cão do vizinho atacado por hidrofobia e que ameaça várias pessoas). O ato será legítimo somente quando as

circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.

Aplica-se a mesma regra da legítima defesa: se o prejudicado é o ofensor nada lhe será devido. Quando o prejudicado não é o ofensor, pode pedir indenização ao autor do ato (ainda que o ato tenha sido lícito) e este tem direito de regresso contra o ofensor.

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• ausência de nexo de causalidade - não há responsabilidade se não houver uma relação de causa e efeito entre o dano e a ação ou omissão do agente.

• culpa exclusiva da vítima - também não haverá responsabilidade se o evento ocorreu por culpa exclusiva da vítima. Atenção, se a culpa da vítima foi concorrente (ou seja, tanto o agente como a vítima tiveram culpa) a indenização será cabível, mas será reduzida proporcionalmente. Portanto, havendo culpa concorrente, haverá responsabilidade e indenização, porém de forma reduzida

• caso fortuito - é o acontecimento imprevisível; força maior - o que é impossível de ser evitado e cujo evento não depende do agente (ex.: uma tempestade, um terremoto).

EFEITOS CIVIS DA DECISÃO PROFERIDA NO JUÍZO CRIMINAL Regra Geral

Prevê nosso Código que a responsabilidade civil é independente da criminal (art. 935 do CC). Como vimos uma pessoa que comete um ilícito pode sofrer dois processos (um civil para reparação do dano e outro penal). Às vezes até três processos (também o administrativo). E a regra é que as decisões tomadas em um processo não vinculam os outros. Porém, como veremos, esta não é uma regra absoluta. Como quase tudo, esta regra possui exceções.

Vigora em nosso direito o princípio da independência da responsabilidade civil em relação à penal.

Embora a regra seja a independência das esferas, não se pode

mais questionar no juízo cível algumas questões, quando elas já se

encontrarem decididas no juízo criminal (art. 63 do Código de Processo Penal). Basicamente são duas as hipóteses que, decididas no juízo criminal, não se discute mais no cível:

• a existência do fato, isto é, a ocorrência do crime e suas conseqüências (engloba-se aqui eventual excludente de criminalidade, como veremos);

• ou de quem seja o seu autor, ou seja, a autoria do delito.

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• A sentença condenatória criminal, que reconhece a autoria e o fato delituoso, não pode mais ser discutida no cível. Nem a que reconhece excludente de ilicitude como a legítima defesa, estado de necessidade, etc.

• A sentença absolutória criminal negatória do fato e/ou da autoria não pode mais ser discutida no juízo cível.

• Se a sentença absolutória do juízo criminal não concluiu categoricamente sobre o fato ou a autoria (ou seja, é uma absolvição por falta de provas), pode a matéria ser discutida novamente no cível. Isso porque as provas que são frágeis para uma condenação criminal (e, por causa disso, o juiz absolveu o réu por falta de provas) podem ser suficientes para uma condenação na esfera do direito civil. Aqui a

regra da independência é aplicada em sua integridade.

• Pessoa que foi reconhecida como penalmente inimputável (ex.:

doente mental) pode ser obrigada à reparação de danos na esfera civil.

Cai na regra que vimos acima de que o responsável pelo inimputável, responde civilmente por seus atos.

• Questões sobre o estado das pessoas (solteira, casada, viúva, etc) e sobre a propriedade, se discutidas no cível em primeiro lugar, estas devem prevalecer. A decisão do cível será transportada para o juízo criminal. Ex. Um sujeito está respondendo por crime de bigamia (casou duas vezes) na esfera penal. Esse sujeito alega que seu primeiro casamento era nulo. Ora, a nulidade de um casamento não pode ser declarada por um juiz criminal. Ele suspende o processo criminal e a questão (da anulação ou não do primeiro casamento) é discutida no juízo cível. Decidida a questão, o processo criminal volta a tramitar.

Costumo dar o gráfico abaixo para fixar bem a possibilidade ou não de vinculação penal e civil. Lembre-se que o artigo 935 começa assim a sua redação: “A responsabilidade civil é independente da criminal ...” Logo, a regra á a independência. Mas como vimos há muitas exceções.

Vinculação da esferas Civil e Penal

Juízo Criminal Juízo Cível

1. Sentença condenatória - Juiz condena – a autoria e o fato criminoso estão comprovados. 2. Sentença absolutória - Juiz

absolve. Sentença negatória de

1. Vincula; o Juiz deve, também, condenar. Discute-se apenas o

quantum da indenização.

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autoria e/ou materialidade, ou que reconhece legítima defesa, estado de necessidade, etc.

3. Juiz absolve por falta de provas de autoria e/ou materialidade (non liquet). Verdade Real.

ser proposta; se for o Juiz deve absolver, pois a questão já foi decidida no criminal.

3. Não vincula; o Juiz pode absolver ou condenar, dependendo da prova colhida nos autos do processo civil.

Verdade Formal. TRANSMISSIBILIDADE

Em caso de responsabilidade civil, vindo a falecer o responsável pela indenização e como seus bens passam a seus herdeiros, estes, dentro das forças da herança, deverão reparar o dano ao ofendido (art. 943 CC).

Se o lesado (a vítima) vier a falecer a ação de indenização poderá ser intentada por seus herdeiros.

PRAZO

O atual Código estabelece prazo prescricional de 03 (três) anos para a propositura da ação de reparação de danos (artigo 206, §3º, inciso V do CC). Esse é um dos principais prazos prescricionais. É um dos que mais caem em concursos. Portanto, guardem bem.

DANOS CAUSADOS POR ANIMAL

O art. 936 do CC prevê que o dono do animal ou o seu detentor será responsável pelos danos causados por ele, a não ser que prove que:

• o guardava e o vigiava com o cuidado necessário; • o animal foi provocado;

• houve imprudência do ofendido;

• o fato resultou de caso fortuito ou força maior.

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O dono do edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta (art. 937 CC). A jurisprudência estendeu esta responsabilidade a qualquer dano advindo de edifícios e não só de prédios em ruínas.

DANOS POR COISAS LANÇADAS DAS CASAS

Prevê o Código Civil que aquele que habitar (proprietário, locatário, comodatário, usufrutuário, etc.) uma casa ou parte dela responde pelos danos provenientes das coisas que dela caírem ou forem lançadas (sólidas ou líquidas) em lugar indevido (art. 938). Não importa que o objeto tenha caído acidentalmente, pois a ninguém é lícito pôr em risco a segurança alheia. Também é chamada de responsabilidade effusis et dejectis. Como curiosidade, conto sempre aos alunos, uma passagem típica do “Brasil Colonial”, que li em um livro: na ocasião não tínhamos a rede de esgoto que temos hoje. E as “Ordenações Filipinas”, que vigoravam na ocasião, possuía um dispositivo que obrigava as pessoas de, antes de jogar qualquer coisa à rua, gritasse por três vezes “água vai...”. Atualmente isso mudou. Hoje nada pode ser jogado (e mesmo ‘cair sem querer’) das janelas. Atualmente este dispositivo é mais comum em cidades que têm muitos apartamentos. Uma pessoa que deixa um vaso na janela. Um dia chove forte, venta e o vaso cai. Mesmo que diga que “não teve culpa”, vai responder pelo dano que causar.

RESPONSABILIDADE POR COBRANÇA DE DÍVIDA NÃO VENCIDA

O credor que demandar o devedor antes do vencimento da dívida estará agindo de má-fé, devendo por isso esperar o tempo que faltava para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as custas em dobro (art. 939 CC).

RESPONSABILIDADE POR COBRANÇA DE DÍVIDA JÁ PAGA

Aquele que cobrar dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que lhe for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado, e, no segundo caso, o equivalente ao que exigiu (art. 940 CC).

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RESPONSABILIDADE DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS

Prevê o artigo 951 do Código Civil que o profissional da área de saúde somente terá responsabilidade se provada a sua culpa por imprudência, negligência ou imperícia (responsabilidade subjetiva). Isso porque, regra geral, tais pessoas assumem obrigação de meio (ou de diligência). É a regra contida também no Código de Defesa do Consumidor (art. 14, §4º - Lei nº 8.078/90), que prevê a responsabilidade subjetiva do profissional liberal como exceção à responsabilidade sem culpa das empresas prestadoras de serviços e fornecedoras de produtos.

INDENIZAÇÃO (arts. 944 a 954 CC)

A indenização será medida pela extensão do prejuízo causado. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o Juiz promover a redução eqüitativa do montante indenizatório. Se a vítima concorreu, culposamente, para a ocorrência do evento danoso, a indenização será fixada levando-se em conta a gravidade de sua culpa em relação à do lesante.

Se a quantia indenizatória a que tem direito o lesado não puder ser expressa por um algarismo ou cifra, necessita de prévia apuração do valor das perdas e danos. Para essa apuração será realizado um processo chamado de liquidação da sentença, que fixará o valor em moeda corrente a ser pago ao credor.

Há casos em que a lei determina como será feito o cálculo. Vejam bem: a lei apenas determina o quê será levado em conta para o cálculo. O nosso Código não fez uma tabela de indenização: Homicídio se paga “X”, Lesão corporal se paga “Y”. Não! Não é uma tabela de indenização, porque “cada caso é um caso”. Imagine um pai de família que foi morto e essa pessoa deixou esposa grávida e um outro filho recém nascido. É uma situação. Agora imagine um caso em que a pessoa que foi morta possui um filho, maior de idade, que vive com a mãe em outro Estado. Neste caso o filho até teria direito a indenização, mas de forma bem diferente (e logicamente com valores menores) do que no primeiro caso. Assim o que se leva em conta:

Homicídio - a indenização consiste, sem excluir outras

reparações: a) no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; b) na prestação de alimentos às pessoas

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a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.

Lesão ou outra ofensa à saúde - o ofensor indenizará o ofendido

das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Usurpação ou esbulho do alheio - além da restituição da coisa, a

indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.

Injúria, difamação ou calúnia - a indenização consistirá na

reparação do dano que delas resulte ao ofendido. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao Juiz fixar, eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.

Ofensa à liberdade pessoal - a indenização consistirá no

pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:

a) o cárcere privado; b) a prisão por queixa ou denúncia falsa e de

má-fé; c) a prisão ilegal.

A RESPONSABILIDADE CIVIL E SEU IMPACTO NO DIREITO DO TRABALHO

Caros alunos e amigos. O tema acima é um item específico do último edital do Fiscal do Trabalho. Assim, quem for prestar concurso para o ICMS/SP – 2.006 não precisa estudar esse ponto, pois não está no edital que já foi publicado. Este é um tema muito restrito. O único concurso em que observei ser exigido foi o Fiscal do Trabalho. E nem sei se ainda constará dos próximos, pois muita coisa já mudou sobre o assunto, tornando-o menos controvertido. Como consta do edital

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anterior e tem uma probabilidade de ser repetido, vamos falar sobre o tema.

O Direito do Trabalho, social por excelência, nasceu com a vocação de diminuir eventual injustiça perpetrada pela força do capital contra o empregado. Ele ampara até mesmo uma pequena lesão, um pequeno prejuízo financeiro suportado pelo empregado. Assim, não poderia deixar de fora de sua proteção as lesões que um empregado pode eventualmente sofrer em sua integridade física, honra, boa fama, etc., em virtude de eventual ato ilícito praticado pelo empregador, no contexto de uma relação jurídica. Desta forma, havendo uma Justiça especializada para apreciar as ações trabalhistas, deve ela também apreciar as lesões aos direitos personalíssimos do empregado, com vista a manter a harmonia e o respeito entre as partes contratantes. Por isso entendo que o inverso também é verdadeiro, ou seja, essa Justiça deveria apreciar também eventuais desrespeitos do empregado para com o empregador, numa relação de emprego.

A proteção aos direitos personalíssimos não só integram como constituem a base o e fundamento do Direito do Trabalho. É cláusula tácita de todo contrato de trabalho. Por isso é imperativo reconhecer, como integrante do Direito do Trabalho, o dano moral oriundo da relação trabalhista e, por via de conseqüência, a competência da Justiça do Trabalho para conhecer e julgar essas lides.

O artigo 114 da CF atribui competência à Justiça do Trabalho. Anteriormente o texto constitucional era expresso no sentido de que lhe competia (entre outros itens) “processar e julgar os dissídios individuais entre trabalhadores e empregadores”, silenciando a respeito do dano moral. Por tal motivo a doutrina e a jurisprudência se dividiam a respeito. A corrente majoritária já entendia que tal matéria era de atribuição da Justiça do Trabalho. Talvez por isso o examinador tenha colocado esse item no edital anterior. Vejam uma decisão antiga: “Dano Moral. Indenização. Competência da Justiça do Trabalho. A indenização de dano moral, desde que ocorrente na relação de emprego, embora de natureza civil, é da competência da Justiça do Trabalho” (TRT 9a Região – Relator Juiz Pedro Ribeiro Tavares – DJ

Paraná – 14/08/92).

No entanto, hoje não há mais qualquer dúvida a respeito. A Emenda Constitucional 45, a chamada “Reforma do Judiciário” trouxe uma série de modificações no texto constitucional referente a todo Poder Judiciário, em especial à Justiça do Trabalho.

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Atualmente, o texto se refere expressamente que é parte integrante de sua competência “as ações de indenização por dano

moral ou patrimonial, decorrentes da relação de emprego” (artigo

114, inciso VI da CF).

Portando já não há dúvida alguma sobre a abrangência da Justiça do Trabalho para o exame (instrução, conciliação e julgamento) dos pedidos de reparação de dano morais, sempre que as alegações feitas disserem respeito às relações de trabalho (empregado e empregador) e decorram direta ou indiretamente da existência de um vínculo de emprego ou contrato de trabalho, seja na fase pré-contratual (ex: exames admissionais) pré-contratual (na vigência do contrato) ou pós-contratual (divulgação indevida ou infundada do motivo da dispensa).

Vamos agora apresentar o nosso já famoso quadro sinótico, que é um resumo do que foi falado na aula de hoje. Esse resumo tem a função de ajudar o aluno a melhor assimilar os conceitos dados em aula e também de facilitar a revisão da matéria para estudos futuros.

QUADRO SINÓTICO

ATO ILÍCITO - RESPONSABILIDADE CIVIL

I - Conceito ⎯ Ato ilícito é o praticado em desacordo com a

norma jurídica, causando danos a terceiros e criando o dever de repará-los.

II - Teorias sobre Responsabilidade A) Objetiva - deve-se provar:

1. Conduta – positiva (ação) ou negativa (omissão).

2. Dano – patrimonial (dano emergente – o que efetivamente perdeu ou lucro cessante – aquilo que deixou de ganhar) e/ou moral.

3. Nexo Causal (ou relação de causalidade) entre a conduta e o dano.

B) Subjetiva – prova-se

1. Conduta 2. Dano

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3. Nexo Casual

4. Elemento Subjetivo ou Culpa em sentido amplo - Dolo (ação voluntária) ou Culpa (imprudência, negligência ou imperícia)

III - Teoria adotada pelo Código Civil – Regra → Subjetiva –

art. 186 C.C: aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito (vejam as exceções em que há responsabilidade objetiva). Culpa contratual ⎯ resulta da violação de um dever inerente a um contrato (ex.: o inquilino que não paga o

aluguel). Culpa extracontratual ou aquiliana ⎯ resulta da violação de

um dever fundado em princípios gerais do direito, como o respeito às pessoas e aos bens alheios; deriva de infração ao dever de conduta (dever legal) imposto pela lei (ex.: motorista em excesso de velocidade

provoca atropelamento).

IV - Obrigação de Indenizar – art. 927 CC: aquele que, por ato

ilícito (arts. 186 e187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

V - Responsabilidade por Atos de Terceiros – art. 932 CC –

pais, tutores, empregador, donos de hotéis.

VI - Exclusão da Ilicitude – art. 188 CC – legítima defesa,

exercício regular de um direito, estado de necessidade, remoção de perigo iminente, ausência de nexo de causalidade, culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior.

VII - Efeitos civis da decisão proferida no Juízo Criminal - A

responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo, entretanto, questionar mais sobre a existência do fato ou sobre quem seja o seu autor quando essas questões já se acharem decididas no juízo criminal (art. 935 CC). Assim, havendo responsabilidade criminal, poderá haver repercussão na esfera civil.

• sentença condenatória – vincula → condena no cível

• sentença absolutória (negatória do fato e/ou autoria) – vincula → absolve no cível

• sentença absolutória (falta de provas) – não vincula → o juiz cível pode condenar ou absolver.

VIII - Transmissibilidade do dever de indenizar - vindo a falecer

o responsável pela indenização e como seus bens passam a seus herdeiros, estes, dentro das forças da herança, deverão reparar o dano ao ofendido (art. 943 CC).

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IX – Danos causados por animais – indenização – 936 do CC X – Danos causados por prédios em ruínas – indenização – art.

937 CC

XI – Danos por coisas lançadas das casas – indenização – art. 938 XII – Responsabilidade por cobrança de dívida não vencida ou já

paga – indenização – art. 940 CC

XIII – Regras sobre cálculo de Indenização – arts. 944/954 CC

XIV – Responsabilidade Civil e Direito do Trabalho –

indenização também dos danos morais, quando disser respeito de relações de trabalho – artigo 114, inciso VI da C.F.

TESTES

Lembrando que estes testes já caíram em concursos anteriores e têm a finalidade de revisar o que foi ministrado hoje, completando a aula.

1) Ao atravessar determinado cruzamento, fora da faixa de pedestres, Antônio é atropelado e morto por Acácio, que dirigia o veículo do amigo José, veículo esse que apresentava visíveis sinais de deterioração na lataria e na pintura, além de estar em atraso com o pagamento do IPVA. No caso:

a) existe responsabilidade subjetiva do motorista (perante o dono do veículo, por via de regresso) e responsabilidade objetiva do proprietário do veículo (perante a vítima), por apresentar esse veículo visíveis sinais de deterioração na lataria e na pintura e, também, por estar em atraso com o pagamento do IPVA; responsabilidades essas atenuadas ante a ocorrência de culpa concorrente da vítima.

b) existe responsabilidade subjetiva do motorista, por trafegar com veículo que apresenta visíveis sinais de deterioração na lataria e na pintura, e que também se encontra em atraso com o pagamento do IPVA.

c) não existe responsabilidade do motorista, nem de seu amigo (proprietário do veículo), por ter sido o dano causado por culpa exclusiva do pedestre, o que constitui excludente total de responsabilidade civil.

d) existe responsabilidade objetiva do proprietário do veículo, por emprestar, ao seu amigo, veículo que apresenta visíveis sinais de deterioração na lataria e na pintura, e que também se encontra em

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atraso com o pagamento do IPVA; responsabilidade essa atenuada ante a ocorrência de culpa concorrente da vítima.

2) Há obrigação de reparar:

a) quando o dano advém de atividade de natureza perigosa, normalmente desenvolvida pelo autor o dano, independentemente de culpa.

b) quando o dano advém de atividade perigosa, normalmente desenvolvida pelo autor do dano, depois de apurada a sua culpa e, conseqüentemente, sua responsabilidade.

c) somente quando a vítima não concorre para o evento danoso.

d) quando o dano é provocado por ataque de animal, ainda que fique provada a culpa exclusiva da vítima.

3) Pode-se dizer que a responsabilidade civil do absolutamente incapaz é espécie de responsabilidade:

a) solidária. b) privativa. c) cumulativa. d) subsidiária.

4) “A”, proprietário de um veículo, empresta-o a “B”, em um domingo, para este transportar um objeto seu (de “A”) para Guarujá. Durante o trajeto, “B”, por realizar uma ultrapassagem em local proibido, abalroou e danificou o veículo de “C”.

a) “A” e “B” devem indenizar os prejuízos de “C”, porque houve culpa in eligendo e in vigilando de “A”, e negligência de “B”. Trata-se de responsabilidade subjetiva de “A” e de “B”. b) “A” e “B” devem indenizar os danos de “C”, porque “A” é responsável objetivamente, por ser comitente, e “B” é responsável subjetivamente, por ter agido com culpa, sendo ambos solidários ao pagamento da indenização.

c) “A” e “B” devem indenizar, solidariamente, os prejuízos sofridos por “C”, porque são subjetivamente responsáveis.

d) Somente “B” deve indenizar os prejuízos de “C”, porque foi o único culpado. Trata-se de responsabilidade subjetiva, exclusivamente dele.

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5) Assinale a alternativa incorreta:

a) Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado, mas a obrigação de reparar é intransmissível, por ser de natureza personalíssima;

b) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes;

c) É objetiva a responsabilidade pelo fato do produto prevista no Código Civil brasileiro;

d) A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de culpa e fundamenta-se no critério objetivo-finalístico.

6) Sobre a responsabilidade civil é correta a seguinte afirmativa:

a) é dependente da criminal, de modo que absolvido o agente no procedimento criminal já não poderá mais ser condenado na esfera civil.

b) sendo negada a existência do fato e sua autoria no procedimento criminal, nada impede que tais matérias sejam novamente questionadas na justiça civil.

c) é independente da criminal, mas decidido sobre a existência do fato ou a autoria do crime no procedimento criminal já não será mais possível rediscutir tais matérias no procedimento civil.

d) prescrita a condenação na esfera criminal, o autor não poderá ser condenado no âmbito civil.

7) Um cirurgião plástico foi locatário, por uma semana, de centro cirúrgico em hospital de renome. Neste período realizou diversas cirurgias, todas com sucesso. Mas em uma delas, apesar de ministrar todos os recursos médicos na intervenção cirúrgica, a paciente veio a falecer. Assinale a resposta correta, indicando a quem cabe a responsabilidade pelo evento.

a) ao médico, se provada sua culpa no evento.

b) ao médico e ao hospital, cumulativamente, pelo vínculo decorrente da locação celebrada.

(25)

d) ao médico, pela teoria do risco profissional.

8) (OAB/SP 114°/30) "A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento". Essa afirmação:

a) é correta, pois o estacionamento é um atrativo para o cliente da empresa e o valor do seu uso considera-se embutido no preço da mercadoria ou do serviço vendido pela empresa.

b) é correta, mas apenas se a empresa deixar de avisar aos clientes, por meio de placa legível, colocada na entrada do estacionamento, que não se responsabiliza pelos bens deixados sob sua guarda.

c) é incorreta, uma vez que só tem aplicação quando o estacionamento é administrado por empresa do ramo e a guarda do veículo é cobrada do cliente.

d) incorreta, uma vez que se trata de responsabilidade por ato ou fato de terceiro e, portanto, objetiva.

GABARITO COMENTADO

1 – Alternativa correta letra “c”. No caso a responsabilidade seria

subjetiva da pessoa que atropelou. Mas, para que fique configurada esse tipo de responsabilidade subjetiva, é imprescindível a existência dos seguintes requisitos: conduta, dano, nexo de causalidade e elemento subjetivo (culpa em sentido amplo). No caso não houve culpa do motorista. Na verdade, a culpa foi exclusiva da vítima (a deterioração da pintura e o atraso do pagamento do IPVA, não influíram no resultado). Portanto, afasta-se o dever de indenizar, nos termos do art. 186, CC/02. As letras “a”, “b”, “d” estão erradas. Não há nexo de causalidade entre a lataria velha e o atraso na documentação e o atropelamento (a menos que a vítima tivesse morrido de tétano...). Não havendo responsabilidade da pessoa que atropelou, muito menos do dono do carro.

2 – Alternativa correta – letra “a”. Como vimos, a regra é que a

responsabilidade é subjetiva, sendo necessário provar a culpa em sentido amplo do agente. Excepcionalmente nosso Código estabelece que a responsabilidade será objetiva. No caso em concreto, o art. 927, parágrafo único, do CC prevê a responsabilidade objetiva quando a atividade do

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autor do dano importar, por sua natureza, potencial risco para direitos de outrem. A letra “b” está errada, pois no caso a responsabilidade objetiva não depende de apuração culpa. A letra “c” também está errada, pois não é “somente” quando a vítima concorre para o evento que há obrigação de reparar o dano. Há casos até que mesmo a vítima concorrendo para a conduta, há a responsabilidade (autor do dano e vítima estão errados – o autor do dano responde pelo fato, ou seja, indeniza, porém sua responsabilidade - e conseqüente indenização - será reduzida proporcionalmente). A “d” também está errada. Notem: se houve culpa exclusiva da vítima (por exemplo, ficou provado que o animal estava preso mas conseguiu se libertar da coleira porque a própria vítima provocou o animal, que, enfurecido, arrebentou a corrente), exclui a conduta do dono do animal.

3 – Alternativa correta – letra “d”. Nos termos do art. 928, do CC/02, a

responsabilidade civil do absolutamente incapaz é subsidiária, pois só responderá pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Deve ser lembrado, que não haverá indenização se esta privar o incapaz ou as pessoas que dele dependam das necessidades básicas.

4 – Alternativa correta – letra “b”. A questão trata da hipótese de

responsabilidade civil por ato de outrem, ou seja, do comitente. Cuidado com essa palavra. Não é raro cair, pois confunde. Quem é o comitente? É aquele que dá ordem. Já o preposto é quem cumpre a ordem. No caso da questão “A” é o comitente e “B” é o preposto. Este estava levando objetos de “A”, cumprindo uma ordem do mesmo. Nesta hipótese (e nas demais do art. 932, CC/02), a lei estabelece a responsabilidade solidária entre os envolvidos (art. 942, parágrafo único). “B” responde porque teve culpa – responsabilidade subjetiva. “A” responde por que era o comitente – responsabilidade objetiva. E há entre eles (“A” e “B”) responsabilidade solidária. Isto é, “C” pode acionar judicialmente somente “A”, ou somente “B” ou os dois ao mesmo tempo (na prática prefere-se acionar os dois).

5 – Alternativa incorreta – letra “a”. Tanto o direito de exigir a

reparação pelos danos, como também o dever de prestá-la, são

transmitidos com a herança, nos termos do art. 943, do CC/02.

Devemos acrescenta que os herdeiros só podem ser chamados a responder até os limites da força da herança, nunca por dívidas superiores (veremos isso mais adiante - art. 1.792, CC/02). Como já

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vimos a letra “b” está correta (art. 928), pois sua responsabilidade é subsidiária. A letra “c” também está correta, não só pelo Código Civil (art. 931 – observe a expressão “independentemente de culpa”), mas também pelo Código de Defesa do Consumidor que estabelece a responsabilidade objetiva. A letra “d” é de teoria. O abuso de direito é uma novidade no Código Civil e está previsto no artigo 187, sendo a responsabilidade objetiva.

6 – Alternativa correta – letra “c”. Como vimos em aula, em nossa

legislação vigora o princípio da independência da responsabilidade civil em relação à penal (art. 935, do CC/02). Na verdade é uma “independência moderada”, pois não poderá mais discutir a responsabilidade no juízo cível se a existência do fato (crime e suas conseqüências - materialidade) ou a autoria já estiverem decididas no juízo criminal.

7 – Alternativa correta – letra “a”. Vejam que o artigo 951 CC prevê

indenização sempre que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. Portanto o artigo menciona as modalidades de culpa. Por esse motivo sua responsabilidade é subjetiva. Além disso, por força do art. 14, § 4º, do CDC, a responsabilidade dos profissionais liberais é subjetiva, ou seja, só respondem se agirem culposamente. Isto ocorre, pois os profissionais liberais, como regra, têm uma obrigação de meio (diligência) e não de fim (resultado), logo, se foram ministrados todos os recursos médicos cabíveis, afasta-se a responsabilidade pelo dano causado. Na questão verifica-se que o profissional ministrou todos os recursos disponíveis ao paciente. Portanto não responde pelo fato. A menos que se prove “culpa”. Mas no caso esta não ocorreu. Portanto, há uma “capciosidade” na questão.

8 - Alternativa correta – letra “a”. Não há previsão expressa na lei.

Mas reiteradamente nossos Tribunais vêm entendendo que o estabelecimento que oferece estacionamento aos seus clientes responde por quaisquer danos causados aos veículos, ainda que o serviço seja gratuito. Assim tem-se entendido porque o preço do estacionamento estaria embutido no preço da mercadoria. Mesmo que o estabelecimento coloque uma placa isentando a sua responsabilidade, esta não tem valor algum (art. 51, inciso I, CDC).

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