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INQUÉRITO SOBRE O CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO DA CIDADE DE TRÊS LAGOAS - MS SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Faculdade de Odontologia e Curso de Medicina Veterinária Câmpus de Araçatuba

INQUÉRITO SOBRE O CONHECIMENTO DA

POPULAÇÃO DA CIDADE DE TRÊS LAGOAS - MS

SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL

Cláudia Souza e Silva Boraschi

Médica Veterinária

ARAÇATUBA -SP 2007

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Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

Faculdade de Odontologia e Curso de Medicina Veterinária Câmpus de Araçatuba

INQUÉRITO SOBRE O CONHECIMENTO DA

POPULAÇÃO DA CIDADE DE TRÊS LAGOAS - MS

SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL

Cláudia Souza e Silva Boraschi

Orientadora: Profa. Adj. Cáris Maroni Nunes

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia – Unesp, Campus de Araçatuba, como parte das exigências para a obtenção do Título de Mestre em Ciência Animal (Medicina Veterinária Preventiva e Produção Animal).

ARAÇATUBA -SP 2007

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

CLÁUDIA SOUZA E SILVA BORASCHI - nascida em Marília-SP no dia 26 de Junho de 1976, domiciliada em Três Lagoas-MS, e-mail-clauril@terra.com.br, formada em Medicina Veterinária pela Universidade de Marília no Ano de 1998, exercendo a função de clínica e cirurgia veterinária de pequenos animais desde de 1999 no município de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul como Médica Veterinária autônoma.

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“É importante preparar o homem por meio de uma educação autêntica: uma educação que liberte, que não adapte, domestique ou subjugue” (Paulo Freire)

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Dedico esta pesquisa e a conclusão deste mestrado a todos os cães que tiveram suas vidas sacrificadas em nome da vida humana.

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AGRADECIMENTOS

A meus Pais que por suas intermináveis visitas a Três Lagoas para tomarem conta de minha casa e minha filha, tornaram possíveis tantos dias de ausência.

Ao amigo e também médico veterinário Dr. José Mario Guerreiro que cuidou de meus pacientes em minha ausência profissional.

A meu amigo e marido Rildo Boraschi, que em todos os momentos foi meu incentivador.

À Profa. Luzia Helena de Queiroz por ter me recebido em minha primeira visita a esta faculdade sendo gentil e mostrado-me o caminho à minha orientadora.

A minha orientadora porque, mesmo sem me conhecer, acreditou em mim e gastou horas, conhecimentos e muita boa vontade para que eu me tornasse Mestre.

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I 10

Considerações Gerais 10

CÁPITULO II 18

ARTIGO CIENTÍFICO: “LEISHMANIOSE VISCERAL: o que a população de Três Lagoas, MS, Brasil sabe sobre esta enfermidade?” 18

Introdução 20 Material e métodos 21 Resultados 22 Discussão 25 Conclusão 27 Considerações finais 28 Referências Bibliográficas 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA REVISÃO DE LITERATURA 32

PÓS TEXTO 37

Apêndices 37

Apêndice A: Questionário para os proprietários 38 Apêndice B: Questionários para os Clínicos Veterinários 39

Anexo: Normas para publicação do periódico 40

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RESUMO

Inquérito sobre o conhecimento da população da cidade de Três Lagoas -MS sobre leishmaniose visceral.

A leishmaniose visceral (LV) é um importante problema de saúde pública e as medidas de prevenção preconizadas nem sempre são conhecidas pela população. Esta pesquisa avaliou, por meio da aplicação de um questionário, o conhecimento que a população de Três Lagoas, MS tem sobre esta zoonose. Dos 384 entrevistados, 100% afirmaram que já tinham conhecimento prévio da LV, 64,5% sabiam que é transmitida através do inseto vetor e 65,4% sabiam que a prevenção se dá evitando o criadouro deste. Observaram-se 93,5% de respostas para manutenção do quintal limpo como medida preventiva conhecida. Pelo menos um método de prevenção era utilizado no animal por 50,5% dos entrevistados e observou-se associação estatisticamente significante entre o grupo de proprietários cujos cães nunca apresentaram leishmaniose visceral canina e o grupo que fazia uso de alguma prevenção no animal (p=0,0006).

Palavras-chave: Conhecimento, Epidemiologia, Leishmaniose Visceral, Prevenção e controle

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SUMMARY

Evaluation of the population’s knowledge of Três Lagoas city, Mato Grosso do Sul, Brazil, on visceral leishmaniasis.

Visceral Leishmaniasis (VL) is an important public health problem and the measures to prevent it are not always known by the population. This research evaluated the knowledge that the population of Três Lagoas, MS, Brazil has about this zoonosis. One hundred percent of the interviewed (384) had previous knowledge of the disease, 64.5% knew that a vector transmits it and 65.4% knew that the prevention is achieved by preventing vector’s breeding sites. Maintenance of the backyard clean was informed by 93,5% as a known preventive measure. At least one preventive method was used in the animal by 51% of the interviewed ones and statically significant association between the group of owners whose dogs had never presented canine visceral leishmaniasis and owners that used some preventive method in the animal (p=0.0006) was observed.

Keywords: Awareness, Epidemiology, Visceral Leishmaniasis, Prevention & control

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Capítulo I – Considerações Gerais

A leishmaniose visceral é uma doença tropical de grande importância para a medicina humana e veterinária constituindo problema de saúde pública devido à alta incidência, letalidade e implicação econômica, com gastos provenientes de seu tratamento e depleção da força de trabalho. A doença está presente em cerca de 88 países, sendo 66 do velho mundo e 22 do novo mundo e apresentam algumas variações no ciclo epidemiológico, conforme a espécie do agente etiológico, a região geográfica considerada e as espécies de mamíferos susceptíveis (DESJEUX, 2004; FRANÇA-SILVA et al., 2005).

A leishmaniose visceral (LV) faz parte de um conjunto de doenças causadas por um protozoário pertencente à ordem Kinetoplastida, família

Trypanosomatidae e gênero Leishmania. A espécie Leishmania donovani é agente da leishmaniose

visceral na África, Índia e China, Leishmania

infatum, é agente da LV no Mediterrâneo e Oriente

Médio, e Leishmania chagasi, agente da LV no continente americano (DESJEUX, 2004).

A primeira descrição do parasito foi feita na Índia por William Boog Leishman, entretanto, o parasito foi confundido com Trypanosoma. Em 1908, na Tunísia, formas amastigotas foram detectadas em canídeos domésticos e Nicolle demonstrou que eles também eram hospedeiros intermediários. Em 1914, na Índia, comprovou-se que as áreas de incidência da doença coincidiam com as áreas de ocorrência de flebótomos. Entre 1936 e 1939, Evandro Chagas realizou estudos no Brasil que demonstraram a doença no homem e em cães e a infecção do flebótomo Lutzomyia longipalpis, que foi incriminado como provável vetor. O primeiro caso de LV diagnosticado em paciente vivo no Brasil foi feito em 1936, tendo sido relatado o primeiro surto de LV no Ceará, por Pessoa, em 1953 (MIRANDA-SÁ, 2006).

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Estima-se que a incidência anual seja de cerca de 500 mil casos novos de leishmaniose visceral. A prevalência média é de 12 milhões de casos no mundo sendo que aproximadamente 90% dos casos ocorrem em cinco países: Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão e Brasil, atingindo principalmente as populações pobres desses países. A forma epidemiológica zoonótica ocorre principalmente na América Latina, na Bacia do Mediterrâneo e na Ásia (ALVAR et al., 2006; DESJEUX, 2004). Nas Américas são registrados casos autóctones na Argentina, Bolívia, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Paraguai, Venezuela e Brasil, que responde por 90% dos casos que ocorrem no continente (MIRANDA-SÁ, 2006). No Brasil encontra-se distribuída no Nordeste (Maranhão, Bahia e Ceará), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo) e Centro Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) (LAINSON; RANGEL, 2005).

Desde o primeiro registro da ocorrência da doença no Brasil, esta vem se mostrando como um crescente problema de saúde pública, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. Inicialmente, a leishmaniose visceral foi descrita como uma doença esporádica, do ambiente silvestre ou rural, atingindo indiferentemente seres humanos ou cães que vivessem em contato próximo com a mata. A partir da década de 90, um novo modelo de ocorrência de leishmaniose visceral começou a ser percebido nos centros urbanos (LAINSON ; RANGEL, 2005).

Um dos principais fatores responsáveis pelo aumento do número de casos de leishmaniose são as profundas transformações ambientais ocorridas nas últimas décadas as quais, aliadas a fatores sócio econômico que promovem a migração da população de áreas rurais para centros urbanos, contribuíram para a ocorrência dos ciclos urbanos (FRANÇA-SILVA et al., 2005). A urbanização é fenômeno novo e pouco se conhece sobre a epidemiologia da LV nestes focos, sendo a relação entre os componentes da cadeia de transmissão no ciclo urbano mais complexa e variada que no rural (GONTIJO; MELO, 2004).

A transmissão da Leishmania sp. no Brasil se dá em dois hospedeiros: o vetor e um hospedeiro vertebrado. O vetor é representado por insetos dípteros,

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da família Psychodidae, conhecidos como flebotomíneos, tendo como principal representante a Lutzomyia longipalpis, embora mais recentemente Lutzomyia

cruzi também tenha sido observada como vetor no Estado do Mato Grosso do

Sul (GALATI et al., 1997; GONTIJO; MELO, 2004; GRAMICCIA; GRADONI, 2005; MONTEIRO et al., 2005). Outros possíveis vetores no Brasil são a L.

intermédia e a L. whitmani (LAINSON; RANGEL, 2005).

Lutzomyia longipalpis é popularmente conhecido por mosquito palha,

birigui ou cangalhinha. É pequeno, coberto de pêlos e de coloração clara (cor de palha ou castanho claro), facilmente reconhecível pelo seu comportamento ao voar em saltos e pousar com as asas entreabertas e ligeiramente levantadas, em vez de se cruzarem sobre o dorso. Vivem preferencialmente ao nível do solo, próximos a vegetação em raízes e/ou troncos de árvores, podendo ser encontrados em tocas de animais. Os flebotomíneos gostam de lugares com pouca luz, úmidos, sem vento e que tenham alimento por perto. De um modo geral, requerem temperaturas entre 20 e 30ºC, umidade superiores a 80% e presença de matéria orgânica para seu desenvolvimento. Ambos os sexos necessitam de carboidratos, que são extraídos da seiva de plantas como fonte energética sendo que as fêmeas precisam ingerir sangue para o desenvolvimento dos ovos (FRANÇA-SILVA et al., 2005). O ciclo de vida completo compõem-se das fases embrionária, larvária, pupa e adulto e o tempo de desenvolvimento do ovo ao adulto é de aproximadamente 30 a 40 dias em temperatura favorável. Temperaturas inferiores reduzem o crescimento larvário e a atividade do inseto adulto, prolongando o tempo do ciclo. As formas adultas estão adaptadas a diversos ambientes e têm atividade crepuscular e noturna. No domicílio e peridomicílio são encontradas próximas a fontes de alimento, ficando durante o dia em locais sombreados protegidos do vento e de predadores naturais (MIRANDA-SÁ, 2006). Lutzomyia longipalpis está presente em uma variedade de habitats, de água à rocha, tem capacidade de se adaptar ao ambiente peridoméstico particularmente em áreas rurais ou suburbanas com abundância de animais domésticos e animais de produção, ocasionando uma alta densidade dos flebotomíneos o que aumenta o risco de transmissão da

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doença, particularmente em épocas de calor e chuva (FRANÇA-SILVA et al., 2005).

O comportamento e hábitos alimentares de algumas espécies de flebotomíneos têm sido útil na compreensão da epidemiologia das leishmanioses. Estudo realizado no Município de Porteirinha (MG) indicou que

Lutzomyia longipalpis é espécie oportunista, podendo sugar uma ampla

variedade de vertebrados como gambá, roedor, cavalo, homem, cão e cachorro do mato (BARATA et al., 2005). Ao picar um vertebrado infectado o inseto ingere, junto com sangue, células parasitadas por formas amastigotas. As células infectadas rompem-se liberando formas amastigotas, que se multiplicam e se transformam em formas promastigotas. As formas promastigotas multiplicam-se rapidamente no trato digestivo do flebotomíneo e transformam-se em paramastigotas, que ficam aderidas ao epitélio do esôfago e faringe. Ao se soltarem do epitélio são livres e ágeis e se dirigem para a parte anterior do aparelho bucal, sendo a forma infectante do parasito. Quando o inseto realiza novo repasto sangüíneo, as formas promastigotas são inoculadas juntamente com a saliva, no início e durante a hematofagia. O ciclo no inseto dura cerca de 72 horas (MIRANDA-SÁ, 2006). Em modelos experimentais, as promastigotas se convertem em amastigotas nos macrófagos da pele, multiplicam-se e disseminam-se para fagócitos mononucleares através do sistema retículo endotelial. As células parasitadas mostram forte tendência a invadir baço, fígado e medula óssea (FRANÇA-SILVA et al.,2005; GALATI et al.,1997; GONTIJO; MELO, 2004; GRAMICCIA; GRADONI, 2005 ; MONTEIRO et al., 2005; SOUZA et al., 2004;).

O hospedeiro vertebrado é representado por animais silvestres, como roedores, gambás, tamanduás, tatus, canídeos, primatas e preguiças; animais domésticos como cães, gatos e eqüinos e o homem (RICHARDS; ASHFORD, 1996). Entre as espécies animais que podem hospedar o agente etiológico a canina é a que aparentemente apresenta a maior importância epidemiológica, pois o cão convive e compartilha a habitação do homem (THOMÉ, 1999), possui elevada proporção de infecções inaparentes (RIBEIRO; MICHALICK, 2001) e apresenta maior quantidade de parasitos na pele. Os cães possuem

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maior chance de se infectarem após o primeiro ano de vida, assim como há uma maior incidência da doença em cães de pelagem curta, condição esta que pode estar relacionada à barreira mecânica que a pelagem longa representa ao vetor (MOREIRA et al., 2003).

A incidência da LV em cães também apresenta relação com a moradia destes perto de matas e quando compartilha o peridomicílio com galinhas, porcos e gambás, pois são animais importantes na manutenção da população de vetores no peridomicílio (MOREIRA et al., 2003; SILVA et al., 2005).

As manifestações clínicas da doença no cão e no homem são similares e apresentam sinais inespecíficos, como febre irregular por longos períodos, anemia, perda progressiva de peso, apatia e caquexia em seu estágio final (FEITOSA, 2006). Alterações dermatológicas (alopecias, descamação furfurácea da pele, dermatite seborréica, piodermite periorbital, nódulos que podem ou não ulcerar, onicogrifose), insuficiência renal, alterações gastroentestinais como diarréias sanguinolentas, alterações oftalmológicas como uveíte e glaucoma e alterações neurológicas como tetraparesia, convulsões, mioclonias, andar em círculos, nistagmo, tremor de intenção, estrabismo, paralisia de mandíbula e ptose labial são sinais freqüentes (IKEDA et al., 2003; FEITOSA, 2006; THOMÉ, 1999).

Os hospedeiros silvestres que representam maior risco de infecção para os cães ou humanos têm sido os didelfídeos ou gambás (Didelphis marsupiallis e/ou Didelphis albiventris), de ampla distribuição geográfica nas Américas, sendo de grande capacidade de domiciliação; o cachorro do mato Cerdocyon

thous, encontrado na fronteira entre os Estados de São Paulo e Mato Grosso

do Sul e no Nordeste (regiões de cerrado, caatinga e pantanal) e a raposa

Lycalopex vetulus, que é encontrada no Brasil central (campos naturais,

cerrado ou pantanal), foram descritas como naturalmente infectado pela L.

chagasi e citadas em algumas áreas como envolvidas no ciclo da leishmaniose

(BORASCHI; NUNES, 2007; CERQUEIRA et al., 2000; GONTIJO; MELLO, 2004).

Outro hospedeiro silvestre potencialmente envolvido na leishmaniose é o roedor Rattus rattus, que é sinantrópico e de grande circulação, tendo sido

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capturado dentro de habitações humanas em vários municípios, apresentando positividade para L. chagasi (DIAS et al., 2003; OLIVEIRA et al., 2005). Quanto aos animais domésticos como bovino, eqüino, asinino, caprino e principalmente suíno, ainda não tiveram seu papel como reservatório bem estabelecido, mas estas espécies são importantes para a manutenção da população de vetores, assim como as galinhas, pois a presença de galinheiros no peridomicílio aumenta a chance de transmissão da LV uma vez que permite a manutenção da população de vetores (MOREIRA et al., 2003).

No Brasil três ciclos epidemiológicos distintos de LV podem ser identificados: o ciclo silvestre, o ciclo doméstico e o ciclo artificial epidêmico. No ciclo silvestre o vetor e reservatório habitam nichos ecológicos nos quais o homem ainda não interferiu. No Brasil os vetores silvestres são Lutzomyia

longipalpis e Lutzomyia cruzi e os reservatórios são gambás, raposas e

roedores. No ciclo doméstico os ambientes envolvidos são o rural, periurbano e/ou urbano, onde a leishmânia circula entre canídeos e gambás, que apesar de origem silvestre, são bem adaptados ao ambiente rural e urbano (sinantrópicos). Aqui o vetor se mantém e consegue se reproduzir nos domicílios, transmitindo a enfermidade para o homem e cães, assegurando a manutenção da infecção. O ciclo artificial epidêmico se dá de dois modos: quando cão e/ou homem penetram no ambiente silvestre são infectados por flebótomos e, no regresso para o domicílio (rural ou urbano), servem de fonte de infecção para os flebótomos do local, gerando novos focos, ou quando animais erráticos, infectados no ambiente silvestre, chegam nos arredores das fazendas e/ou sítios à procura de alimento e acabam servindo de fonte de infecção para os vetores peridomiciliares (MIRANDA-SÁ, 2006).

O controle da leishmaniose visceral tem como objetivo principal interromper a cadeia de transmissão da doença em uma comunidade. A ocorrência de várias espécies de Leishmania, o contínuo aumento das afecções causadas por esses parasitos e as diferentes situações epidemiológicas encontradas, tanto em regiões rurais como em urbanas, vem requerendo a adoção de diferentes estratégias para o controle dessas endemias no Brasil. Essas medidas demandam estudos relacionados aos parasitos, insetos vetores,

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fontes de infecção, aspectos clínicos, distribuição geográfica, fatores históricos e sócio-econômicos, integração dos serviços de saúde, tecnologias apropriadas de diagnóstico, tratamento e imunoprofilaxia. Finalmente, para o sucesso do controle, são requeridos esforços junto às comunidades humanas, envolvendo educação, provisão de informação, promoção da saúde e participação dessas comunidades no planejamento, desenvolvimento e manutenção dos programas adotados (MARZOCHI; MARZOCHI, 1994).

No Brasil, as medidas de controle preconizadas pelo Ministério da Saúde se baseiam no diagnóstico precoce e tratamento adequado dos casos humanos; na redução do contato homem vetor através do combate ao inseto com inseticidas na área domiciliar e peridomiciliar e combate individual com uso de telas, mosquiteiros e repelentes, e o controle das condições propícias para desenvolvimento da população de flebotomíneos, além da identificação dos reservatórios domésticos do parasito e sua eliminação (BRASIL, 2006). O programa de eliminação de cães domésticos apresenta o menor suporte técnico-científico entre as três estratégias do programa de controle e as falhas observadas foram: 1) a falta de correlação espacial entre a incidência cumulativa de LV humana com a soroprevalência canina, 2) a demonstração teórica de que é um método pouco eficiente em comparação com as estratégias de controle vetorial, 3) a demonstração de que outros reservatórios podem ser fontes de infecção de L. chagasi, 4) a baixa eficiência dos testes sorológicos em detectar infecção canina e 5) a ausência de experiências anteriores que tenham demonstrado vantagens exclusivas da eliminação de cães (COSTA; VIEIRA, 2001). Além disto, devido a características socioeconômicas e culturais, a reposição da população eliminada é comum, tendo sido observada em 38,8% dos casos de área endêmica, em tempo mediano de 2,4 meses no município de Araçatuba, Estado de São Paulo (NUNES, 2007).

As medidas preconizadas têm apresentado resultados controversos, demonstrando que muitos aspectos relacionados ao papel do cão na epidemiologia da LV ainda são desconhecidos, sugerindo a necessidade de uma reformulação das medidas empregadas para seu controle (SILVA et al., 2005).

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A saúde e a doença, principalmente quando se trata das endemias, não são problemas isolados e individuais, são coletivos. Dependem de como um grupo de pessoas vive, como trabalha, como se alimenta, como mora e de seu poder aquisitivo (DIAS, 1998). As ações de promoção de saúde devem consideram os meios com que cada pessoa enfrenta suas necessidades e como, juntas, podem exercitar cidadania e serem capazes de produzir transformações em suas realidades (OLIVEIRA et al., 2007).

De modo geral, nos países em desenvolvimento, as ações dirigidas para controlar determinado problema de saúde

em uma população afetada ou exposta, deixam a educação popular de lado como medida sanitária concreta, constituindo-se um ponto débil dos programas de controle (GAMA et al, 1998). A Promoção de saúde é um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, onde é necessária uma participação efetiva da comunidade na eleição de prioridades, tomada de decisões e na elaboração e desenvolvimento de estratégias para alcançar melhor nível de saúde. O desenvolvimento pessoal e social pode ser

conquistado pelo meio de informação, educação para a saúde e intensificação de habilidades que possibilitem a população exercer maior controle sobre sua própria saúde (OLIVEIRA et al., 2007). Assim a promoção da saúde é resultado de uma racional tomada de decisão quanto ao comportamento pessoal, o que pressupõe que o conhecimento esteja diretamente relacionado à mudança de comportamento.(OLIVEIRA, 2005).

A presente pesquisa teve a intenção de avaliar o conhecimento que a população de Três Lagoas tem sobre leishmaniose visceral com o intuito de

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fornecer subsídios às autoridades de saúde para ações de promoção de saúde que possam ser úteis para o controle desta zoonose.

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Capítulo II- Leishmaniose visceral: o que a população de Três Lagoas, MS, Brasil sabe sobre esta enfermidade?

Visceral leishmaniasis - what the population from the city of Três Lagoas, MS, Brazil knows about this disease?

RESUMO

A leishmaniose visceral (LV) é um importante problema de saúde pública e as medidas de prevenção preconizadas nem sempre são conhecidas pela população. Esta pesquisa avaliou, por meio da aplicação de um questionário, o conhecimento que a população de Três Lagoas, MS, tem sobre esta zoonose. Dos 384 entrevistados, 100% afirmaram que já tinham conhecimento prévio da LV, 64,5% sabiam que é transmitida através do inseto vetor e 65,4% sabiam que a prevenção se dá evitando o criadouro deste. Observaram-se 93,5% de respostas para manutenção do quintal limpo como medida preventiva conhecida. Pelo menos um método de prevenção era utilizado no animal por 50,5% dos entrevistados e observou-se associação estatisticamente significante entre o grupo de proprietários cujos cães nunca apresentaram leishmaniose visceral canina e o grupo que fazia uso de alguma prevenção no animal (p=0,0006). Observou-se ainda que o conhecimento não difere entre as classes econômicas, mas a adoção de medidas preventivas nos cães depende do poder aquisitivo da população.

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ABSTRACT

Visceral leishmaniasis (VL) is an important public health problem and the measures to prevent it are not always known by the population. This research evaluated the knowledge that the population of Três Lagoas, MS, Brazil has about this zoonosis. One hundred percent of the interviewed (384) had previous knowledge of the disease, 64.5% knew that a vector transmits it and 65.4% knew that the prevention is achieved by preventing vector’s breeding sites. Maintenance of the backyard clean was informed by 93,5% as a known preventive measure. At least one preventive method was used in the animal by 50,5% of the interviewed ones and statically significant association between the group of owners whose dogs had never presented canine visceral leishmaniasis and owners that used some preventive method in the animal (p=0.0006) was observed. Knowledge about the disease did not differ between the economically different classes but the adoption of preventive measures in the dogs depends on the economic condition.

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INTRODUÇÃO

As leishmanioses são doenças endêmicas ocasionadas por protozoários do gênero Leishmania e registradas em 66 paises do velho mundo e 22 países do novo mundo1, sendo de grande importância para a medicina humana e veterinária por constituir problema de saúde pública com a alta incidência, letalidade e implicações econômicas2.

A leishmaniose visceral (LV) é uma das formas clínicas e sua transmissão ocorre por meio dos flebotomíneos, cujo principal representante nas Américas, é a Lutzomyia longipalpis3. O hospedeiro vertebrado é representado pelo homem e mamíferos domésticos ou silvestres sendo o cão a espécie de maior importância epidemiológica4. A LV encontra-se em expansão no Brasil, ocorrendo de casos de leishmaniose visceral em 19 estados brasileiros, sendo que nos estados da região centro–oeste e sudeste a expansão é decorrente principalmente dos ciclos urbanos. A urbanização da doença é um fenômeno novo onde a relação entre os componentes da cadeia de transmissão é mais complexa e variada do que no rural4. Os principais determinantes dos níveis epidêmicos da LV nos grandes centros têm sido o convívio muito próximo entre o homem e o reservatório, o aumento da densidade do vetor, o desmatamento acentuado e o constante processo migratório3.

As medidas de controle da LV no Brasil têm se baseado no diagnóstico precoce e tratamento de casos humanos; na redução do contato homem-vetor e na identificação e eliminação do reservatório canino5, além da educação em saúde2.

Em se tratando de endemias, a saúde e a doença não são problemas isolados e individuais, são coletivos e dependem de como um grupo de pessoas vive, trabalha, como se alimenta, como mora, seu poder aquisitivo6, e de sua participação na comunidade para a resolução de problemas. Assim, a presente pesquisa teve como objetivo avaliar o conhecimento que a população de Três

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Lagoas, MS, tem sobre a leishmaniose visceral, visando fornecer subsídios ou novas perspectivas ao controle da doença.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada no Município de Três Lagoas, localizado no Estado de Mato Grosso do Sul, (20´45´04´de latitude sul e 51´40´42´longitude oeste), com população humana estimada, em 2006, em 87.113 habitantes (IBGE) e população animal de 12.000 cães e 2.500 gatos. A ocorrência da leishmaniose visceral humana em Três Lagoas, desde de seu aparecimento em 2001 até março de 2007, foi de 268 casos humanos, com 35 óbitos. A porcentagem de positividade canina no ano de 2006 foi de 22,9% (2.745 /12.000)

O tamanho da amostra (384) foi calculado considerando-se nível de confiança de 95% e uma proporção populacional de 50% com algum conhecimento sobre LV 7. Para a coleta de dados utilizou-se o método de entrevistas individuais tendo sido entrevistado um indivíduo adulto de cada domicílio com presença de cães, após consentimento esclarecido, em número proporcional à porcentagem de domicílios existentes nos bairros. Um questionário sobre a ocorrência prévia de leishmaniose visceral canina nos cães do domicílio e as medidas de prevenção para o meio ambiente e para os cães foi aplicado por veterinário e um auxiliar treinado, contendo questões de múltipla escolha, onde o indivíduo tinha acesso às respostas e podia escolher uma ou mais alternativa. As entrevistas foram feitas de junho a dezembro de 2006. Esta pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia da UNESP, campus de Araçatuba.

A associação entre variáveis foi avaliada por meio do teste do c2 ou teste exato de Fisher, com auxílio do programa GraphPad Instat 3®. Adotou-se nível de significância de 5%.

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RESULTADOS

Todos os entrevistados (384) afirmaram que já tinham conhecimento prévio da leishmaniose visceral embora apenas 4,4% (17/384) tenham reconhecido a presença do flebótomo no domicílio. A idade média dos entrevistados foi de 35,8 anos. Dos 384 entrevistados, 353 forneceram informações sobre grau de instrução resultando em 30,6% com ensino médio; 291 forneceram informações sobre a renda familiar e destes, 64,3% ganhavam até 03 salários mínimos.

Dentre os entrevistados, 73,2% (281/384) nunca tiveram animal com leishmaniose visceral enquanto que 26,0% (100/384) tiveram animais positivos para LV. Em relação ao modo de transmissão, 1,8% (7/384) não sabiam como a leishmaniose visceral é transmitida e 0,8% (3/384) não responderam à pergunta. A maior parte dos entrevistados, (64,5%) sabia que a LV é transmitida pela picada do mosquito e 26,0% (100/381) acreditavam que a transmissão acontece quando há a presença do cão doente e o mosquito. Da mesma, forma 65,4% (251/384) sabiam que a prevenção é feita evitando o criadouro do inseto e 27,6% (106/384) achavam que também se deve evitar o cão doente.

Ao serem questionados sobre quais medidas citadas no questionário conheciam como prevenção da leishmaniose, observou-se que 93,5% (359/384) dos entrevistados responderam a manutenção do quintal limpo, 74,5% (286/384) o recolhimento das fezes dos animais diariamente, 61,5% (236/384) o recolhimento de frutos e folhas diariamente e 56,5% (217/384) responderam manter o recipiente de lixo sempre tampado. Na associação feita entre o ambiente e sua influência na ocorrência prévia de leishmaniose visceral canina (LVC) nos animais do domicílio, houve diferença estatisticamente significante na não manutenção do latão de lixo tampado (p=0,0012).

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Dos métodos de prevenção de uso no animal citados no questionário, 51,0% (194/382) dos entrevistados utilizava algum tipo de prevenção, enquanto que 49,5% (189/382) não faziam uso de nenhum dos métodos de prevenção (Tabela 1).

Tabela 1– Número e porcentagem (%) de respostas dadas segundo o método utilizado para a prevenção da leishmaniose visceral em Três Lagoas, MS.

Prevenção utilizada Entrevistados

Número %

Nenhum método 189 49,5

Banho semanal 66 17,3

Mais de um método 59 15,4

Uso de citronela tópica 22 5,8

Vacinação 21 5,5

Uso de coleira repelente 12 3,1

Uso de “spray” repelente 6 1,6

Plantio de citronela 5 1,3

Uso de piretroíde no dorso 2 0,5

questionários sem resposta - 2

Observou-se diferença estatisticamente significante para o grupo com renda maior que seis salários mínimos quando comparado ao grupo com renda de até três salários mínimos, para o uso de coleira repelente (p=0,0004), uso de citronela tópica (p<0,0001) e vacinação contra leishmaniose (p<0,0001). Dos entrevistados, 4,7% (18/384) faziam uso de telas protetoras, sendo que destes, somente 11,1% (2/18) utilizavam tela de malha fina.

Não houve associação estatisticamente significante entre o relato de terrenos baldios limpos ou sujos, presença de chácara com plantas ou pomar e comércio na vizinhança dos domicílios com a ocorrência prévia de positividade para leishmaniose visceral canina. Da mesma forma não houve diferença estatisticamente significante entre o relato da presença de animais domésticos como o gato ou de produção (cavalo e galinha) no peridomicílio com a ocorrência prévia de positividade dos cães. Dentre os animais sinantrópicos

(27)

relatados no peridomicílio (Tabela 2), observou-se diferença estatisticamente significante quanto à presença de roedores (p=0,0479) e a ocorrência prévia de LVC.

Tabela 2- Relato da presença de animais sinantrópicos no peridomicílio dos entrevistados em Três Lagoas, MS

Animal sinantrópico observado NúmeroEntrevistados %

Nenhum animal 298 78,8

Roedor 46 12,2

Gambá 19 5,0

Outros 14 3,7

Cachorro do mato 1 0,3

Avaliou-se também a influência dos meios de comunicação que veicularam as informações sobre a LV, observando-se que a maioria (54,8%) recebeu a informação por meio de jornais, rádio, revista ou televisão seguida de panfletos ou palestras (Tabela 3). Alguns entrevistados citaram mais de um meio de comunicação.

Tabela 3 – Meio de comunicação que veiculou informações sobre a leishmaniose visceral segundo população entrevistada em Três Lagoas, MS.

Meio de Comunicação Entrevistados

Número %

Jornal, Rádio, Revista ou Televisão 210 54,8

Palestra / Panfletos 142 37,1

Amigo / Vizinho 20 5,2

(28)

Não se observou associação estatisticamente significante entre os meios de comunicação que veicularam informações sobre a LV e a ocorrência prévia de leishmaniose visceral canina. Já a associação do meio de comunicação com o tipo de prevenção utilizada revelou diferenças estatisticamente significantes para algumas das medidas adotadas (Tabela 4).

(29)

Tabela 4 - Associação entre o meio de comunicação e sua influência na utilização dos métodos de prevenção da leishmaniose visceral no cão.

Meio de Comunicação Tipo de Prevenção utilizada nos cães P

Jornal Citronela tópica 0,0032

Banho 0,0083

Palestra Citronela tópica 0,00175

Panfleto Citronela tópica 0,0006

Vacinação 0,0185

Televisão

Coleira repelente <0,0001

Vacinação <0,0001

Plantio de citronela no peridomicílio 0,0027

Bisnaga no dorso 0,0027 Citronela tópica 0,0003 Rádio Vacinação 0,0109 “Spray” repelente 0,0014 Médico Veterinário Coleira repelente <0,0001 Citronela tópica <0,0001

Plantio de citronela no peridomicílio 0,0017

Vacinação 0,0001

“Spray” repelente <0,0001

Bisnaga no dorso 0,0001

DISCUSSÃO

A avaliação do conhecimento que a população de Três Lagoas, MS, tem sobre a leishmaniose visceral revelou que esta conhece a doença e sua transmissão, bem como o que é necessário para sua prevenção,

(30)

diferentemente do que Gama et al.6 observaram no Maranhão, onde havia o conhecimento prévio do que é a LV, embora a mesma população não tivesse conhecimento de como é transmitida ou de métodos preventivos sobre a doença. Da mesma forma, difere do que Uchôa et al.8 (2004) observaram em Maricá, RJ, onde o conhecimento sobre a leishmaniose tegumentar restringiu-se a pessoas que já tinham tido a doença ou casos na família.

Na presente pesquisa, o fato dos proprietários terem conhecimento sobre a transmissão da doença, prevenção do vetor, assim como a renda familiar e o grau de escolaridade, não demonstrou diferença estatisticamente significante com a ocorrência prévia de leishmaniose visceral canina, fato este que concorda com as observações de Oliveira et al.9 em pesquisa realizada anteriormente em Três Lagoas. O ganho de conhecimento indica que o contato com novas informações é relevante como instrumento de prevenção mas não é efetivo para garantir um comportamento de proteção10.

Os dados observados revelam que a renda familiar influiu na opção para a adoção de método preventivo no animal, sendo que o uso da coleira repelente no cão, da vacinação e o uso de citronela tópica foram mais citados por proprietários que possuíam renda acima de seis salários mínimos. Já a opção de não adotar nenhum método de prevenção foi relatada principalmente por proprietários que possuíam renda de até três salários mínimos. Santos et al.11 também observaram que as medidas individuais de proteção para leishmaniose tegumentar eram pouco utilizadas por pessoas de famílias com renda menor a um salário mínimo, no sul da Bahia.

(31)

O aspecto do ambiente peridomiciliar ou a presença de animais domésticos (cão e gato) ou de produção (cavalo e galinha) relatados pelos entrevistados não revelou diferença estatisticamente significante com a ocorrência prévia de LVC no domicílio, embora Moreira et al.12 tenham observado que quintais com porcos, galinhas e animais de produção aumentam o risco de infecção pela LV. Moreno et al.13 citam que matéria orgânica como folhas, troncos, material orgânico em decomposição e a presença de animais no peridomicílio, são as duas variáveis que influem na presença de L.

longipalpis, pois favorecem a oviposição e o desenvolvimento das larvas.

Noventa e três por cento da população sabia que a manutenção do quintal limpo é importante, mas ainda assim observaram-se quintais com a presença de animais para subsistência familiar e pomares.

A associação entre as medidas preventivas adotadas para os animais e a não ocorrência prévia de leishmaniose visceral nos cães revelou diferença estatisticamente significante para o uso de coleira repelente ou citronela tópica no cão. A recomendação de tais medidas de prevenção já foi sugerida por David et al.14 e Reithinger et al.15 que observaram eficiência tanto na repelência quanto na mortalidade de L. longipalpis, quando do uso do colar impregnado com deltametrina. Não há relatos do efeito de óleo de citronela na repelência de flebotomíneos até o presente momento, porém Kim et al.16 demonstraram que o óleo de citronela ocasiona uma repelência de 57 a 71% durante 90 minutos para mosquitos Aedes sp. e Trongtokit et al.17 observaram resultados de 100% de repelência com o óleo de citronela na diluição de 10% e 50%, durante 2 horas, para Culex, Anopheles e Aedes.

O relato de maior presença de roedores no peridomicílio bem como sua associação com ocorrência prévia de LVC não difere dos achados de Gama et al.6 onde animais sinanatrópicos também foram citados pelos moradores em local de incidência de LV. O resultado observado na presente pesquisa pode estar associado a condições inadequadas de limpeza dos domicílios, mas favorece a manutenção da população de flebótomos, já que Barata et al.18

(32)

observaram que o vetor se alimenta preferencialmente em galinhas e cavalos, mas também de sangue de roedores (15,8%), cães (13,2%), bois (10,5%) e homem (5,3%).

Os meios de comunicação que veicularam informações sobre leishmaniose visceral citados pela maior parte dos entrevistados foram a mídia falada e escrita, porém, até o presente momento não há relatos da avaliação destes meios de comunicação no conhecimento de LV na população. Os panfletos foram o segundo meio de informação mais freqüentemente relatado pelos entrevistados (37,0%) e embora Camargo e Bárbara10 tenham concluído que os meios de informação influenciam na aquisição e repetição de conhecimentos, mas não na incorporação destes ao universo do entrevistado, Luz et al.19,20 mostram que os panfletos poderiam ser utilizados para um processo de educação continuada

.

(33)

CONCLUSÃO

A partir dos dados obtidos nesta pesquisa concluiu-se que a população está informada sobre a enfermidade e seu controle, embora aparentemente isto não se traduza na adoção de medidas de controle aplicáveis ao ambiente ou aos animais. Observou-se também que o conhecimento não difere entre as classes econômicas, mas a adoção de medidas preventivas nos cães depende do poder aquisitivo da população.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando-se que a população tem informações sobre a enfermidade, sugere-se o desenvolvimento de ações que auxiliem na mudança de comportamento desta população, visando o controle da doença. A formação de um viveiro municipal com mudas de citronela as quais possam ser oferecidas para a população juntamente com folheto explicativo de cuidados e utilização da planta; o fornecimento de latões de lixo com tampa e orientação da necessidade do correto acondicionado do lixo; o acompanhamento das equipes de saúde da família por médicos veterinários para detecção de zoonoses dentro do contexto de cada família e indicação dos meios de prevenção e a realização de atividades com a população para promoção da saúde são algumas das ações que poderiam auxiliar no controle da leishmaniose visceral.

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APÊNDICE A- QUESTIONÁRIO PARA OS PROPRIETÁRIOS

Da ta : __ __ __ __ __ __ _Cl ín i caFr eq üent ad a: _ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ No m e:_ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ _ Idade:____________ Profissão:_______________________ Renda familiar :______________________

Escolaridade: ( ) 1º grau incompleto ( ) 1º grau completo ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau completo ( ) 3º grau

1. Já ouviu falar sobre leishmaniose? ( ) sim ( ) Não

2. Como é transmitida?( ) cão ( ) cão doente ( ) mosquito ( ) não sabe 3. Como se previne a leishmaniose?

( ) evitando o cão doente ( ) evitando criadouro de mosquitos ( ) evitando gente doente ( ) não sei 4. Já teve algum animal portador da Leishmaniose? ( ) sim ( ) Não

5. Se sim, quantos animais? ________ Há quanto tempo? _______________ 6. Qual era a idade destes animais que tinham leishmaniose ? ____________ 7. Utiliza alguma medida de prevenção no cão?

( ) Coleira repelente ( ) Citronela tópica ( ) Spray repelente ( ) nenhuma

( ) Bisnaga nas costas ( ) Plantou citronela na casa/quintal ( ) Banhos semanais com repelente 8. Se usa alguma prevenção, desde quando?

( )últimos 6 meses ( ) 6 meses a 1 ano ( ) 1a 2 anos ( ) Mais de 3 anos 9. Quem o orientou quanto à prevenção ?

( ) Médico Veterinário ( ) Amigo/colega ( ) Vizinho ( ) Jornal ( ) Revista ( ) Rádio ( ) Televisão ( ) Panfleto educativo ( )Palestra ( ) Alguém que já teve seu animal doente 10. Já ouviu falar sobre vacina contra Leishmaniose ? ( ) sim ( ) Não

11. Já utilizou a vacina ? ( ) sim ( ) Não

12. Quantas vezes? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) mais que 3 vezes 13. Como é o quintal da residência deste animal ?

( )cimentado ( ) piso cerâmica ( )gramado ( )terra batida ( )pomar 14. Em sua casa existe tela contra insetos?

( ) Não ( ) Sim, nas janelas e canil ( ) Sim, nas janelas ( ) Sim, no canil 15. Como é a tela?

( ) de galinheiro ( ) malha fina ( ) das verdes, contra pernilongos 16. Há outros animais no quintal? ( ) sim ( ) Não Quais? _____________ 17. Como é o local ao redor de sua casa?

( )Terrenos baldios limpos ( ) Terrenos baldios sujos ( ) chácaras com plantas/pomar ( ) casas ( ) comércio

18. Como é mantido o lixo em sua residência?

( ) lata de lixo tampada ( ) lata de lixo sem tampa ( ) Sacos plásticos ( ) Em sacos dentro da lata 19. A coleta de lixo é feita: ( ) 1x na semana ( ) 2-3 x na semana ( ) diariamente ( ) não há coleta 20. Já viu algum animal no quintal?

( ) não ( ) Gambá ( ) Roedor ( ) Cachorro do mato ( ) Outros____________ 21. Já percebeu mosquito da leishmaniose na casa? ( ) sim ( ) não ( ) não sabe 22. .Quantas pessoas moram na casa ? ( ) 0-4; ( ) 5-10; ( ) 11-15 23. Quais ações de controle e prevenção são feitas contra a leishmaniose ?

( ) quintal sempre limpo ( ) recolher as fezes dos animais diariamente ( ) recolher os frutos e folhas caídos no chão diariamente ( ) lixo sempre tampado

Declaro ter sido esclarecido de que as informações colhidas serão utilizadas para pesquisa de leishmaniose e estou de acordo com a inclusão das informações na pesquisa.

(44)

APÊNDICE B- QUESTIONÁRIO PARA CLÍNICOS VETERINÁRIOS

Data: ______________ Médico Veterinário:____________________________Clínica: ______________

1. Em geral, quais sinais o levam a suspeitar que o animal tem leishmaniose? (em ordem de importância: 1 para mais

importante, 10 para menos importante)

( ) onicogrifose ( ) alopecia ocular/nasal ( ) perda de peso ( ) edema de membros ( ) diarrréia/êmese ( ) ceratoconjuntivite ( ) lesões cutâneas ( ) infartamento ganglionar ( )Outros _ ________________ 2. Qual a opção de diagnóstico laboratorial de rotina?

( )ELISA ( )RIFI ( ) PCR ( )Punção aspirativa ( ) Outros _____________ 3. Por quê?

( ) mais rápido ( ) menor custo ( ) mais confiável ( ) Orientado pela saúde

4. Quais medidas de prevenção você orienta o proprietário adotar até a chegada do resultado do exame ? ( ) nenhuma ( ) uso de repelentes ( ) permanência em canil telado

( ) plantio de citronela no peridomicílio ( ) Outros ________________________

5. Se o resultado do exame for negativo para LVC, faz alguma orientação ao proprietário? ( ) Sim ( ) Não

6. Se sim, quais orientações de prevenção costuma dar? (em ordem de importância: 1 para mais importante, 10 para

menos importante)

( ) usar coleira repelente ( ) usar bisnaga repelente ( ) usar spray repelente ( ) plantio de citronela ( ) pulverização ambiental ( ) Empresa Dedetização ( ) vacinação contra Leishmaniose

7. Quando os proprietários não optam pela vacinação contra leishmaniose, qual a principal justificativa? (em ordem de

importância: 1 para mais importante, 10 para menos importante)

( ) custo alto ( ) medo das reações vacinais ( ) medo do animal ficar positivo

8. Se optam pela vacina, quais outras medidas de prevenção são dadas durante e após a vacinação? (em ordem de

importância: 1 para mais importante, 10 para menos importante)

( )nenhuma ( )uso de repelentes tópicos ( )uso de coleira repelente ( )plantio de citronela no peridomicílio 9. Se o resultado do exame for positivo para LVC, qual orientação é dada?

( ) tratamento ( )eutanásia ( )depende do paciente e proprietário em questão 10. Em caso de eutanásia, qual justificativa é dada?

( ) imprescindível para controle da doença

( ) orientação do Ministério da Saúde, portanto uma obrigação do clínico ( ) manter a saúde da família em questão

11. Quando a opção é a Eutanásia, a maioria dos proprietários opta por fazê-la: ( ) na Clínica ( ) no Centro de Controle de Zoonoses 12. Qual a reação da maioria dos proprietários em relação à eutanásia ? ( ) aceita bem ( ) revolta-se ( ) conforma-se ( ) pergunta sobre tratamento

13. Se a opção for tratamento, qual a orientação dada ao proprietário? (em ordem de importância: 1 para mais

importante, 10 para menos importante)

( )conscientizar o proprietário sobre a necessidade de se usar repelente o resto da vida do animal ( ) deixar o proprietário a par dos custos e tempo prolongado de tratamento

( ) Controle periódico do animal

14- Quais orientações são passadas em relação à manutenção do peridomicílio? (em ordem de importância: 1 para mais

importante, 10 para menos importante)

( ) não deixar lixo destampado ( ) recolher fezes diariamente

( ) diariamente recolher montes de folhas e/ou frutos no chão ( ) quintal livre de entulho

( ) quintal sempre capinado

( )Plantio de citronela no quintal ou em vasos

( ) cuidados ao ter outros animais domésticos ou silvestres no peridomicílio

Declaro ter sido esclarecido de que as informações colhidas serão utilizadas para pesquisa de leishmaniose e estou de acordo com a inclusão das informações na pesquisa.

(45)
(46)

ANEXO A – Normas de publicação – Cadernos de saúde pública

Cadernos de Saúde Pública/Reports in Public Health (CSP) publica artigos

originais que contribuam ao estudo da saúde pública em geral e disciplinas afins, como epidemiologia, nutrição, parasitologia, ecologia e controle de vetores, saúde ambiental, políticas públicas e planejamento em saúde, ciências sociais aplicadas à saúde, dentre outras.

Serão aceitos trabalhos para as seguintes seções: (1) Revisão – revisão crítica da literatura sobre temas pertinentes à saúde pública (máximo de 8.000 palavras); (2) Artigos – resultado de pesquisa de natureza empírica, experimental ou conceitual (máximo de 6.000 palavras); (3) Notas – nota prévia, relatando resultados parciais ou preliminares de pesquisa (máximo de 1.700 palavras); (4) Resenhas – resenha crítica de livro relacionado ao campo temático de CSP, publicado nos últimos dois anos (máximo de 1.200 palavras); (5) Cartas – crítica a artigo publicado em fascículo anterior de CSP ou nota curta, relatando observações de campo ou laboratório (máximo de 1.200 palavras); (6) Debate – artigo teórico que se faz acompanhar de cartas críticas assinadas por autores de diferentes instituições, convidados pelo Editor, seguidas de resposta do autor do artigo principal (máximo de 6.000 palavras); (7) Fórum – seção destinada à publicação de 2 a 3 artigos coordenados entre si, de diferentes autores, e versando sobre tema de interesse atual (máximo de 12.000 palavras no total).

O limite de palavras inclui texto e referências bibliográficas (folha de rosto, resumos e ilustrações serão considerados à parte).

Apresentação do texto

Serão aceitas contribuições em português, espanhol ou inglês. O original deve ser apresentado em espaço duplo e submetidos em 1 via, fonte Times New

Roman, tamanho 12, com margens de 2,5cm. Deve ser enviado com uma

página de rosto, onde constará título completo (no idioma original e em inglês) e título corrido, nome(s) do(s) autor(es) e da(s) respectiva(s) instituição(ões) por extenso, com endereço completo apenas do autor responsável pela correspondência. Todos os artigos deverão ser encaminhados acompanhados de disquete ou CD contendo o arquivo do trabalho e indicação quanto ao programa e à versão utilizada (somente programas compatíveis com Windows). Notas de rodapé não serão aceitas. É imprescindível o envio de carta informando se o artigo está sendo encaminhado pela primeira vez ou sendo reapresentado à nossa secretaria.

No envio da segunda versão do artigo deverá ser encaminhada uma cópia impressa do mesmo, acompanhadas de disquete.

(47)

C o l a b o r a d o r e s Deverão ser especificadas, ao final do texto, quais foram as contribuições individuais de cada autor na elaboração do artigo.

I l u s t r a ç õ e s

As figuras deverão ser enviadas em impressão de alta qualidade, em preto-e-branco e/ou diferentes tons de cinza e/ou hachuras. Os custos adicionais para publicação de figuras em cores serão de total responsabilidade

dos autores.

É necessário o envio dos gráficos, separadamente, em arquivos no formato WMF (Windows Metafile) e no formato do programa em que foram gerados (SPSS, Excel, Harvard Graphics etc.), acompanhados de seus parâmetros quantitativos, em forma de tabela e com nome de todas as variáveis. Também é necessário o envio de mapas no formato WMF, observando que os custos daqueles em cores serão de responsabilidade dos autores. Os mapas que não forem gerados em meio eletrônico devem ser encaminhados em papel branco (não utilizar papel vegetal). As fotografias serão impressas em preto-e-branco e os originais poderão ser igualmente em preto-e-branco ou coloridos, devendo ser enviados em papel fotográfico no formato 12x18cm.

O número de tabelas e/ou figuras deverá ser mantido ao mínimo (máximo de cinco tabelas e/ou figuras). Os autores deverão arcar com os custos referentes ao material ilustrativo que ultrapasse este limite.

R e s u m o s

Com exceção das contribuições enviadas às seções Resenha ou Cartas, todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resumo na língua principal e em inglês. Os artigos submetidos em inglês deverão vir acompanhados de resumo em português ou em espanhol, além do abstract em inglês. Os resumos não deverão exceder o limite de 180 palavras e deverão ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave.

N o m e n c l a t u r a

Devem ser observadas rigidamente as regras de nomenclatura zoológica e botânica, assim como abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas

e s p e c i a l i z a d a s .

Pesquisas envolvendo seres humanos

A publicação de artigos que trazem resultados de pesquisas envolvendo seres humanos está condicionada ao cumprimento dos princípios éticos contidos na Declaração de Helsinki (1964, reformulada em 1975, 1983, 1989, 1996 e 2000), da World Medical Association (http://www.wma.net/e/policy/b3.htm), além do atendimento a legislações específicas (quando houver) do país no qual a pesquisa foi realizada. Artigos que apresentem resultados de pesquisas envolvendo seres humanos deverão conter uma clara afirmação deste cumprimento (tal afirmação deverá constituir o último parágrafo da seção

(48)

Metodologia do artigo). Após a aceitação do trabalho para publicação, todos os autores deverão assinar um formulário, a ser fornecido pela Secretaria Editorial de CSP, indicando o cumprimento integral de princípios éticos e legislações

e s p e c í f i c a s .

R e f e r ê n c i a s

As referências devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem em que forem sendo citadas no texto. Devem ser identificadas por números arábicos sobrescritos (Ex.: Silva 1). As referências citadas somente em tabelas e figuras devem ser numeradas a partir do número da última referência citada no texto. As referências citadas deverão ser listadas ao final do artigo, em ordem numérica, seguindo as normas gerais dos Requisitos

Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos

( h t t p : / / w w w . i c m j e . o r g ) .

Todas as referências devem ser apresentadas de modo correto e completo. A veracidade das informações contidas na lista de referências é de responsabilidade do(s) autor(es).

E x e m p l o s

Artigos de periódicos • Artigo padrão

Até 6 autores:

Barbosa FS, Pinto R, Souza OA. Control of schistosomiasis mansoni in a small north east Brazilian community. Trans R Soc Trop Med Hyg 1971; 65:206-13. Mais de 6 autores:

DeJong RJ, Morgan JA, Paraense WL, Pointier JP, Amarista M, Ayeh-Kumi PF, et al. Evolutionary relationships and biogeography of Biomphalaria (Gastropoda: Planorbidae) with implications regarding its role as host of the human bloodfluke, Schistosoma mansoni. Mol Biol Evol 2001; 18:2225-39.

• Instituição como autor

The Cardiac Society of Australia and New Zealand. Clinical exercise stress testing. Safety and performance guidelines. Med J Aust 1996; 116:41-2. • Sem indicação de autoria

Cancer in South Africa [Editorial]. S Afr Med J 1994; 84:15. • Volume com suplemento

Deane LM. Simian malaria in Brazil. Mem Inst Oswaldo Cruz 1992; 87 Suppl

3 : 1 - 2 0 .

• Fascículo com suplemento

Lebrão ML, Jorge MHPM, Laurenti R. Hospital morbidity by lesions and poisonings. Rev Saúde Pública 1997; 31(4 Suppl):26-37.

Referências

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