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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO

DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS

GERADAS PELA EMBRAPA

Nome da tecnologia:

Sistema de produção de algodão herbáceo para a

agricultura familiar no Semiárido brasileiro.

Ano de avaliação da tecnologia:

2002 a 2012

Unidade:

CNPA

Equipe de Avaliação:

Gilvan Alves Ramos e Maria Auxiliadora Lemos Barros

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS

TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

1 - IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1 - Nome/Título:

Sistema de produção de algodão herbáceo para a agricultura familiar no Semiárido brasileiro.

1.2 - Objetivo Estratégico PDE/PDU:

Indique em qual objetivo estratégico da Embrapa (PDE/PDU) se enquadra a tecnologia avaliada:

Objetivo Estratégico PDE/PDU

(X) Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio (X) Inclusão da Agricultura Familiar

( ) Segurança Alimentar – Nutrição e Saúde ( ) Sustentabilidade dos Biomas

( ) Avanço do Conhecimento ( ) Não se aplica

1.3 - Descrição Sucinta:

O sistema de produção de algodão herbáceo para a agricultura familiar no Semiárido brasileiro é recomendado para regiões climáticas com pluviosidade acima de 600 mm anuais, com baixa umidade e elevada temperatura do ar, em cultivos solteiros e/ou consorciados, sob regime de sequeiro ou irrigado. Sob regime de sequeiro recomenda-se o plantio no início da estação chuvosa, atendendo o preconizado no Zoneamento Agrícola de Risco Climático, do MAPA. Sob regime irrigado recomenda-se o plantio no período de julho/agosto. O sistema de produção envolve a mecanização; sementes com valor cultural superior a 75%, e Manejo Integrado de Pragas (MIP). As principais exigências definidas para uma variedade de algodão fazer parte desse sistema são: rendimento médio entre 1.500 e 2.000 kg/ha; resistência a estiagens eventuais ou adaptação à seca; precocidade; ciclo de 110 a 130 dias; fibras de comprimento médio (30-32 mm) a longo (32-34mm); boas características de fibra, e adaptação à colheita manual. As cultivares desenvolvidas pela Embrapa Algodão e recomendadas para esse sistema de produção apresentam

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características iguais ou superiores a essas. São recomendadas quatro cultivares: CNPA 7H - lançada em 1993 e com início de adoção em 1993; BRS 186 CNPA Precoce 3 - lançada em 1999 e com início de adoção em 2001; BRS 187 CNPA 8H - lançada em 1999 e com início de adoção em 2000; BRS 201 - lançada em 2000 e com início de adoção em 2002, BRS ARARIPE e BRS SERIDÓ lançadas em 2006. Para a cultivar CNPA 7 H utiliza-se o espaçamento de 1,00 m entre fileiras com 5 a 10 plantas por metro linear, adequado para colheita manual. Para a cultivar BRS 186 CNPA Precoce 3, em cultivos solteiros, utiliza-se o espaçamento de 0,80 x 0,15 m ou 0,90 x 0,15 m, com uma planta por cova ou de 6 a 7 plantas por metro linear, suportando bem espaçamentos estreitos de até 0,60 a 0,75 m entre fileiras. Para a BRS 187 CNPA 8H, em cultivos solteiros, deve-se utilizar o espaçamento de 0,90 x 0,15 m ou 1,00 x 0,15 m, com uma planta por cova ou 6 a 7 plantas por metro linear. As cultivares BRS 201, BRS ARARIPE e BRS SERIDÓ seguem as mesmas recomendações da BRS 187 CNPA 8H. Esta tecnologia é voltada para produtores familiares capazes de utilizar melhores níveis tecnológicos.

1.4 - Ano de Lançamento: a partir de 1993. 1.5 - Ano de Início de adoção: a partir de 1993.

1.6 - Abrangência: Selecione os estados brasileiros onde a tecnologia selecionada está sendo adotada:

Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul

AL X AC DF ES PR BA AM GO MG RS CE X AP MS RJ SC MA RO MT SP PB X RR PE X TO PI RN X SE

1.7 –Beneficiários: Produtores rurais, principalmente agricultores familiares; vendedores

de insumos; empresários da indústria têxtil; trabalhadores rurais.

2 - IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

Historicamente a cotonicultura, a despeito de ser uma atividade praticada em moldes tradicionais, em pequena escala, desempenhou importante papel no âmbito da economia do Semiárido brasileiro, tanto quanto à autosuficiência no suprimento de matéria prima ao parque têxtil quanto à capacidade de geração de emprego e renda.

O Brasil chegou a ter 3,5 milhões de hectares de algodão plantados na safra 1973/1974, sendo a maior parte cultivada com algodão arbóreo no Semiárido brasileiro.

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Dadas as dificuldades ecológicas em que a cultura era cultivada, e a falta de adoção de tecnologias apropriadas, a produtividade se situava em torno de 150kg/ha de algodão em caroço, muito baixa e sem competitividade. Destaque-se que, mesmo na safra 1973/1974, o algodão herbáceo, com maior produtividade, já ocupava uma área de 1.723,2 mil hectares, produzindo 844,5 kg/ha de algodão em caroço, com produção total de 522,5 mil toneladas de algodão em pluma (dados do IBGE, em Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, 1974).

No Semiárido brasileiro, o que inclui o norte do estado de Minas Gerais, o algodão herbáceo foi cultivado em 809,1 mil hectares na safra 1973/1974, ocasião em que a Bahia contribuiu com 36,9% da área plantada, especialmente na zona produtora da região de Guanambi (dados do IBGE, ídem). Essa produção era feita em moldes tradicionais, no âmbito da agricultura familiar, baseada em pequena escala de produção e baixo padrão tecnológico.

Apesar da importância da atividade cotonícola, nas duas últimas décadas foi observado um declínio drástico na atividade algodoeira no Semiárido brasileiro. Muitas cooperativas fecharam, muitas pequenas indústrias faliram. Vários foram os fatores associados ao desmantelamento da cadeia produtiva do algodão no Semiárido, sobressaindo-se o tradicionalismo da estrutura de produção, a incapacidade de convivência com o bicudo (Anthonomus grandis, Boheman) e a política agrícola do Governo Federal que nos anos 1990 inviabilizava economicamente a cultura. No início dos anos 1990 o Governo Federal proibiu a exportação de pluma para garantir o abastecimento interno, porém facilitou a importação de fibras subsidiadas do exterior. Havia facilidades creditícias para importação de algodão do exterior, com longos prazos de pagamento. Os preços internos pagos aos produtores caíram e não podiam acompanhar a elevação de custo pelo surgimento da praga emergente, o bicudo. A estrutura de custos da cadeia de produção, com base na agricultura familiar, já não se adequava para a nova realidade da globalização da economia.

Diante de tantos problemas, na safra 2007-2008 a área colhida e a produção de algodão herbáceo no Semiárido (deixamos de considerar a produção dos estados da Bahia, Maranhão e Piauí, onde o algodão herbáceo está sendo cultivado especialmente na região dos Cerrados) foi de apenas 20.340 hectares e 15.312 toneladas de algodão em caroço (um rendimento médio de aproximadamente 753kg/ha).

Paralelamente ao declínio da atividade algodoeira no Semiárido brasileiro, a indústria de fibra vem se deslocando para a região Nordestina. O Nordeste detêm o segundo maior parque industrial têxtil do Brasil, o qual passou a consumir, a partir de 1997, mais de 300 mil toneladas anuais de pluma, especialmente no Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Na América Latina, apenas o México tem capacidade instalada maior do que a existente no Nordeste do Brasil, a qual vem sendo ampliada com a transferência de novas plantas industriais para essa região em razão do baixo preço da mão-de-obra local. Em Campina Grande-PB está localizada a maior fiadora do mundo, pertencente ao grupo Coteminas, empresa que veio investindo fortemente também no Rio Grande do Norte, Minas Gerais e outros estados. A pluma consumida nessa indústria (com exceção das unidades instaladas no Rio Grande do Norte, que vem sendo desinstaladas ultimamente por razões

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de mercado e de administração do Grupo) é quase toda proveniente do Oeste da Bahia e de outras regiões brasileiras. Vale ressaltar que o transporte dessa matéria-prima até à indústria tem enfrentado transtornos devido às más condições das estradas, às longas distâncias percorridas e ao elevado custo do transporte rodoviário no Brasil.

Acredita-se que, por óbvio, a indústria têxtil instalada no Nordeste precisa de uma base de produção local para não ficar sujeita aos transtornos e incertezas de um adequado fornecimento de pluma oriunda de outras regiões. É do interesse da indústria a produção local de pluma de algodão, aproveitando-se de vantagens como a proximidade dos plantios e a redução do custo do transporte, dentre outras. O algodão produzido no Nordeste tem qualidade equivalente ou superior aos melhores do mundo, quando as tecnologias de cultivo disponíveis são utilizadas corretamente e o governo cria um ambiente econômico propício ao investimento na cultura.

O algodoeiro é a mais tradicional das culturas do Semiárido brasileiro, havendo na região crescentes estoques de conhecimentos e tecnologias desenvolvidas para o seu cultivo. Existe também uma grande quantidade de produtores tradicionais da cultura que podem ser motivados com políticas séria s para a revitalização da produção regional. Acrescente-se a isto, a recente disposição dos empresários locais de instalar empreendimentos de alta tecnologia com padrões similares aos usados no Oeste da Bahia, inclusive já existindo algumas experiências em andamento.

Destaque-se também a possibilidade do algodão ser incluído no sistema de rotação de culturas com o melão, no período do inverno, no Rio Grande do Norte, com o uso de variedades com resistências múltiplas a vírus, bactérias, fungos e nematoides e de alta rentabilidade de fibras (como a BRS Jatobá, BRS Antares, BRS Cedro e BRS Aroeira). No entanto, é necessário que se adotem medidas em conjunto com vistas ao fortalecimento de todos os elos da cadeia produtiva do algodão no Nordeste e, nesse contexto, devem os agricultores se organizar em defesa de seus direitos e, os Governos, adotar mecanismos de redução de impostos.

3 - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1 - Avaliação dos Impactos Econômicos

Se aplica: Sim ( X ) Não ( )

Tipo de Impacto: Incremento de Produtividade Tabela Aa - Ganhos Líquidos Unitários

Ano Unidade de Medida - UM Rendimento Anterior/UM (A) Rendimento Atual/UM (B) Preço Unitário R$/UM (C) Custo Adicional R$/UM (D) Ganho Unitário R$/UM E=[(B-A)xC]-D 2002 638 1.200 1,33 0 747,46 2003 731 1.370 1,89 0 1.207,71

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hectare 2004 772 1.400 2,08 0 1.306,24 2005 619 1.120 1,16 0 581,16 2006 721 1.300 1,16 0 671,64 2007 620 1.120 1,22 0 610,00 2008 734 1.320 1,10 0 644,60 2009 800 1.000 1,13 0 226,00 2010 500 800 1,20 0 360,00 2011 800 1.100 3,50 0 1.050,00 2012 1.100 1.675 2,31 0 1.328,25

Tabela Ba - Benefícios Econômicos na Região Ano Participação da Embrapa % (F) Ganho Líquido Embrapa R$/UM G=(ExF) Área de Adoção: Unidade de Medida -UM Área de Adoção: Quant. XUM (H) Benefício Econômico I = (G X H) 2002 70% 523,222 hectare 74.781 39.127.064,38 2003 70% 845,397 40.800 34.492.197,60 2004 70% 914,368 50.000 45.718.400,00 2005 70% 406,812 40.000 16.272.480,00 2006 70% 470,148 20.000 9.402.960,00 2007 70% 427,000 15.000 6.405.000,00 2008 70% 451,220 13.000 5.865.860,00 2009 70% 158,200 10.000 1.582.000,00 2010 70% 252,000 5.000 1.260.000,00 2011 80% 840,000 10.000 8.400.000,00 2012 70% 929,780 10.000 9.297.800,00 TOTAL: 177.823.761,98 3.2.- Análise dos impactos econômicos

O benefício econômico atribuído à Embrapa Algodão pela participação na geração e transferência dessa tecnologia, foi de 9,297 milhões de reais em 2012, contabilizados em termos de incremento de produtividade (70% de participação da Embrapa), a preços de 1º de fevereiro de 2013. Se forem considerados os gastos com a geração e transferência dessa tecnologia, nesse mesmo ano, da ordem de 4,843 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), constata-se que o retorno foi de aproximadamente duas vezes do total dos recursos aplicados, no mesmo ano, para a geração e transferência dessa tecnologia, ou seja, o retorno foi de aproximadamente 100% dos recursos aplicados.

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Se forem considerados os benefícios acumulados com essa tecnologia de 2002 a 2012, que foram da ordem de 177,823 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas) e os gastos acumulados que foram da ordem de 31,562 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), verifica-se, pois, que o retorno foi de 5,63 vezes o total dos recursos aplicados, no mesmo período, para a geração e transferência dessa tecnologia.

Se considerarmos o total dos recursos aplicados na Embrapa Algodão, no período de 2002 a 2012, da ordem de 338,589 milhões de reais (a preços de 1º de fevereiro de 2013), e relacionarmos com os benefícios acumulados e obtidos com essa tecnologia, de 177,823 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), a mesma gerou benefícios equivalentes a aproximadamente 1,90 vez o total dos recursos aplicados, ou seja, somente essa tecnologia recuperou mais de 52% de todas as despesas realizadas no CNPA naquele período.

Para a determinação dos benefícios econômicos devidos ao incremento de produtividade, tomou-se como referencia o sistema de produção que usa sementes comuns (colhidas na própria roça) e comparou-se com o sistema de produção que usa sementes fiscalizadas de variedades da Embrapa Algodão. A principal diferença entre os sistemas de produção é o uso de sementes fiscalizadas de variedades da Embrapa, com alto valor cultural, que resulta em uma maior produtividade do sistema. Em relação aos custos de produção estima-se que não existem diferenças de um sistema para o outro, portanto, na Tabela Aa os custos adicionais são iguais a zero.

4.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1 - Avaliação dos Impactos

A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social? ( X ) Sim ( ) Não. 4.1.1 - Tabela - Impactos sociais – Aspecto emprego:

Indicadores Se aplica

(Sim/Não) Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Média Geral

Capacitação Sim 0,63 0,63 Oportunidade de emprego local qualificado Sim 3,63 3,63 Oferta de emprego e condição do trabalhador Sim 4 4 Qualidade do emprego Sim 0,5 0,5

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial ).

O aspecto emprego baseia-se na análise de quatro indicadores: 1) Indicador Capacitação: a tecnologia em análise implicou moderado aumento na realização de treinamentos locais em nível básico, resultando em um impacto positivo igual a 0,63. 2) Indicador Oferta de Emprego Local Qualificado: os empregos gerados como resultado da adoção da tecnologia foram todos de pessoal braçal, sendo que houve grande aumento em trabalhadores do próprio estabelecimento e de trabalhadores provenientes do local e do

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município. Com essas características, o indicador resultou em impacto positivo igual a 3,63. 3) Indicador Oferta de Emprego e Condição do Trabalhador: a adoção da tecnologia resultou em grande aumento da ocupação em nível familiar, além de moderada oferta de trabalho temporário e de moderado aumento nas relações de parceria/meeiro. Nenhum efeito ocorreu na oferta de emprego permanente. Esta configuração de oferta de emprego resulta em impacto positivo, igual a 4. 4) Indicador Qualidade do Emprego: houve moderada alteração quanto aos componentes deste indicador, resultando em impacto positivo igual a 0,5. A consideração de ter havido essas alterações refere-se ao grande aumento de produtividade da cultura.

4.1.2 - Tabela - Impactos sociais – Aspecto renda: Indicadores

Se aplica

(Sim/Não) Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Média Geral

Geração de renda do estabelecimento Sim 5 5 Diversidade de fonte de renda Sim - 0,63 - 0,63 Valor da propriedade Sim - 0,63 - 0,63

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial)

O aspecto Renda baseia-se na análise de três indicadores: 1) Indicador Geração de Renda: a inovação tecnológica trouxe melhorias na renda do produtor, com grande alteração positiva na segurança e montante recebido. A consideração para ter havido essa alteração foi o grande aumento de produtividade. Os indicadores Diversidade de Fontes de Renda e Valor da Propriedade sofreram alterações negativas devido à inovação tecnológica. Os coeficientes de impacto desses indicadores foram iguais a -0,63. 4.1.3 - Tabela - Impactos sociais – Aspecto saúde:

Indicadores Se aplica

(Sim/Não) Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Média Geral

Saúde ambiental e pessoal Sim - 1,5 - 1,5 Segurança e saúde ocupacional Sim -2 - 2 Segurança alimentar Sim 3 3

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial)

O aspecto saúde baseia-se na análise de três indicadores: Para os Indicadores Saúde Ambiental e Pessoal e Segurança e Saúde Ocupacional a adoção da tecnologia em análise implicou em alterações negativas de -1,5 e -2. Os agricultores acreditam que o aumento de produtividade provoca aumento do esforço e maior exposição a riscos. O Indicador Segurança Alimentar sofreu importantes melhorias. O aumento de produtividade garante ao produtor um nível melhor de renda, implicando em melhor condição para a aquisição de alimentos que não podem ser produzidos na propriedade. O coeficiente de impacto para esse indicador foi igual a 3.

4.1.4 - Tabela - Impactos sociais – Aspecto gestão e administração:

Indicadores

Se aplica

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Dedicação e perfil do responsável Sim 1,88 1,88 Condição de comercialização Sim 2 2 Reciclagem de resíduos Sim 0 0 Relacionamento institucional Sim 1,88 1,88

*Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial)

O aspecto Gestão e Administração é formado por quatro indicadores: 1) Indicador Dedicação e Perfil do Responsável: a tecnologia em análise melhorou a capacitação, horas de permanência no estabelecimento e o engajamento familiar. Para os demais componentes do indicador, não houve efeito. O índice de impacto resultante foi igual a 1,88. 2) Indicador Comercialização: a adoção da tecnologia em estudo melhorou os componentes de venda cooperada; Os demais componentes do indicador não sofreram efeito. O índice de impacto para esse indicador foi igual a 2. 3) Indicador Reciclagem de Resíduos: a adoção tecnológica não trouxe qualquer efeito no tratamento dos resíduos domésticos ou da produção, implicando um índice nulo para este indicador. 4) Indicador Relacionamento Institucional: o componente desse indicador que foi positivamente alterado pela adoção tecnológica foi “utilização de assistência técnica”. O índice de impacto positivo foi igual a 1,88.

4.2.- Análise dos Resultados:

Média Tipo 1 Média Tipo 2 Média Geral

1,32 1,32

Com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a 10 (dez) agricultores familiares, apresentou-se nos itens 4.1.1, 4.1.2, 4.1.3 e 4.1.4 uma síntese dos principais resultados da aplicação da metodologia Ambitec-Social, com as estimativas dos coeficientes de impactos sociais por indicador, abordando os aspectos Emprego, Renda, Saúde e Gestão e Administração. O índice Geral de Impacto Social do “Sistema de produção de algodão herbáceo para a agricultura familiar no Semiárido do Nordeste brasileiro”, alcançou um valor pequeno, igual a 1,32, nas estimativas, de um valor máximo possível de 15, mas positivo (desejável), sugerindo possibilidades de melhorias.

4.3 - Impactos sobre o Emprego:

Número de empregos gerados ao longo da cadeia produtiva: 3.333 Observação: Empregos diretos.

O impacto da adoção desta tecnologia sobre o Emprego é muito irregular no Nordeste devido às irregularidades climáticas. Também existe uma tendência declinante na área plantada com algodão na região semiárida do Brasil que afeta a geração de empregos. Como a produção de algodão na região onde a tecnologia é adotada é predominantemente de agricultores familiares, e o produto é uma das poucas alternativas econômicas viáveis para o uso agrícola das propriedades, pode-se considerar importantes os empregos gerados , mesmo que a quantidade seja pequena.

Com base em coeficientes técnicos dos sistemas de produção de algodão herbáceo, praticados no Semiárido brasileiro, estimou-se que a cada 3 hectares plantados é ofertado um emprego direto. Em 2011, e não considerando os estados da Bahia, do Maranhão e

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do Piauí, onde o algodão está sendo plantado no Cerrado, esta tecnologia alcançou uma área de adoção de aproximadamente 10 mil hectares, resultando na ocupação direta de, aproximadamente, 3.333 trabalhadores.

No ano agrícola 1991/92 (ano anterior ao início da adoção da tecnologia), se for considerado o mesmo coeficiente técnico, a cultura do algodão no Semiárido brasileiro gerou empregos diretos para 120 mil homens e mulheres. Em 2011, os dados do IBGE (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, 2012) mostram que a cultura do algodão no Semiárido Nordestino foi colhida em torno de 50 mil hectares - excetuando-se o estado da Bahia do total do Nordeste, já que quase todo seu cultivo é em áreas de Cerrado. Nesse caso, a estimativa de mão-de-obra empregada em 2011 é de 16.666 pessoas, o que implica liberação da área do algodão do Semiárido da ordem de 103 mil trabalhadores, entre 1992 e 2011.

Isso mostra a importância de uma política de retomada da produção algodoeira na região semiárida do Brasil, respeitando-se o caráter social desta produção. Mesmo aceitando o fato de que ela não tem condições de competir com a produção do Cerrado brasileiro, mas tem potencial de gerar atividade produtiva e emprego para a agricultura familiar. Deve-se lembrar ainda que o algodão produzido neste sistema é matéria-prima que tem condições de ser utilizada pelas pequenas e médias indústrias têxteis existentes no Nordeste, gerando renda e emprego adicional nessa região.

4.4 – Fonte de Dados:

A avaliação dos impactos sociais foi realizada com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a 10 (dez) produtores adotantes da tecnologia. Tomou-se como referencia o sistema de produção de algodão recomendado pela Embrapa Algodão (descrito no item 1.3), em substituição aos sistemas de produção convencionais existentes no Semiárido brasileiro.

Tabela 4.4.1 – Número de consultas realizadas por município:

Municípios Estado Produtor

Familiar

Produtor Patronal Total

Pequeno Médio Grande Comercial

Guanambi-BA 2 - -

-Patos-PB 4 - -

-Caiçara-PB 2 - -

-Barbalha-CE/Crato-CE 2 - -

-Total: 10

5 - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1 - Avaliação dos impactos ambientais

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5.1.1 - Alcance da Tecnologia:

O cultivo de algodão no Semiárido brasileiro, onde as condições climáticas são favoráveis ao cultivo do algodão herbáceo, atingiu uma área colhida de aproximadamente 15.000 hectares no ano agrícola de 2011/2012. Segundo a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA, no Vale do Iuiú as lavouras de algodão tiveram perda de 70%, no enfrentamento do que se considerou como a pior seca dos últimos 40 anos. Deixou-se de considerar a área colhida no extremo-oeste da Bahia, onde o algodão é cultivado especialmente na região do Cerrado, embora considerando o Vale do Iuiú, que é a região do município de Guanambi-BA; como também ficou de fora os estados do Maranhão e do Piauí, com cultivos de algodão na parte de cerrado, no sul dos seus territórios). Em termos do alcance da tecnologia estima-se que a área colhida utilizando-se sementes fiscalizadas das variedades BRS 187 CNPA 8H, BRS Araripe e BRS Seridó no sistema de produção, foi de aproximadamente 10.000 hectares (para a determinação do alcance da tecnologia, tomou-se como referencia a comercialização e/ou a distribuição, feita por Governos dos Estados, de sementes fiscalizadas de variedades da Embrapa). O alcance da tecnologia tem diminuído a cada ano devido, principalmente, à drástica redução da área plantada com algodão no Semiárido brasileiro. Em termos otimistas estima-se que pode-se cultivar, em ano normal de precipitações pluviométricas e com atuação de políticas públicas de incentivo à produção de algodão, uma área plantada de 400 mil hectares, passível de aumento para algo em torno de um milhão de hectares, como já ocorreu no passado. É de interesse da indústria têxtil instalada no Nordeste (segundo maior parque têxtil do Brasil) a produção local do algodão, aproveitando-se de vantagens com a proximidade dos plantios que reduz o custo do transporte, dentre outras. Além disso, o algodoeiro é a mais tradicional das culturas do Semiárido brasileiro, havendo na região crescentes estoques de conhecimentos e tecnologias desenvolvidas para a cultura. Existe também uma grande quantidade de produtores tradicionais da cultura que podem ser motivados com políticas sérias para a revitalização da produção. Acrescente-se a isso a recente disposição dos empresários locais de instalar empreendimentos de alta tecnologia, com padrões similares aos usados nas regiões do Cerrado, inclusive já existindo algumas experiências em andamento. Preconiza-se, por exemplo, a possibilidade do algodão ser incluído no sistema de rotação de culturas com o melão, no período do inverno no Rio Grande do Norte.

5.1.2 - Eficiência Tecnológica

Tabela 5.1.2.1 - Eficiência Tecnológica: Indicadores

Se aplica

(Sim/Não) Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Média Geral

Uso de agroquímicos/insumos

químicos e ou materiais Sim - 2,5 - - 2,5 Uso de energia Sim - 3 - - 3 Uso de recursos naturais Sim - 1,5 - - 1,5

*Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial)

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coeficientes de impactos ambientais por indicador, no aspecto eficiência tecnológica, o indicador Uso de Agroquímicos teve um coeficiente de impacto negativo igual a -2,5. Esse resultado é devido aos aumentos observados para os componentes NPK hidrossolúvel e na frequência do uso de pesticidas. O sistema de produção recomendado pela Embrapa Algodão para a agricultura familiar do Semiárido brasileiro, incorpora o uso do Manejo Integrado de Pragas, mas mesmo assim, na visão dos agricultores entrevistados, não contribuiu para a redução do uso de inseticidas nas lavouras. Com a intensificação de pesquisas, visando reduzir o uso de agroquímicos na cultura do algodão, a Embrapa Algodão estará contribuindo nos próximos anos para tornar a agricultura do Nordeste menos dependente desses insumos. Nos aspectos Uso de Energia e Uso de Recursos Naturais, os coeficiente de impacto também foram negativos iguais a -3 e -1,5, respectivamente. Esse resultado resulta das respostas dos agricultores que usam sistemas de irrigação que acreditam ter havido grande aumento no uso de energia e água para irrigação.

5.1.3 - Conservação Ambiental

Tabela 5.1.3.1 – Conservação Ambiental para AMBITEC-Agro: Indicadores

Se aplica

(Sim/Não) Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Média Geral

Atmosfera Sim - 2 - 2

Capacidade produtiva do solo Sim - 5 - 5

Água Sim 0 0

Biodiversidade Sim 0 0

*Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial)

Resultados da aplicação da metodologia Ambitec Agro, com as estimativas dos coeficientes de impactos ambientais por indicador, os coeficientes de impacto referentes ao aspecto Conservação Ambiental foram negativos ou inalterados. O indicador Atmosfera teve um coeficiente de impacto negativo igual a -2. Na opinião dos agricultores entrevistados, houve aumento da emissão de gases de efeito estufa e material particulado/fumaça, pelo aumento do uso de máquinas e, consequentemente, maior queima de diesel, principalmente no preparo de área. Os coeficientes de alteração atribuídos a esses componentes foram iguais a 1 em nível pontual, local e entorno. Os demais componentes desse indicador permaneceram inalterados. Quanto ao indicador Capacidade Produtiva do Solo os agricultores acreditam que o cultivo mais intensivo do algodão provoca aumento da erosão, perda de matéria orgânica, perda de nutrientes e compactação do solo, resultando um coeficiente de alteração negativo igual a -5.

Os indicadores Água e Biodiversidade tiveram coeficientes de impacto iguais a zero (coeficientes de alteração para todos os componentes sem efeito).

5.1.4.- Recuperação Ambiental

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Indicadores Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

Recuperação Ambiental Sim 0 - 0

*’Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial)

Resultados da aplicação da metodologia Ambitec Agro, com as estimativas dos coeficientes de impactos ambientais por indicador, o aspecto Recuperação Ambiental teve um coeficiente de impacto inalterado (igual a zero).

5.2 - Índice de Impacto Ambiental

Média Tipo 1 Média Tipo 2 Média Geral

- 1,76 - - 1,76

Com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a cinco Agricultores Familiares, apresentou-se nos itens 5.1.2, 5.1.3 e 5.1.4 uma síntese dos principais resultados da aplicação da metodologia Ambitec Agro, com as estimativas dos coeficientes de impactos ambientais por indicador, abordando os aspectos Eficiência Tecnológica, Conservação Ambiental e Recuperação Ambiental.

Considerou-se um peso de 0,125 para cada indicador de impacto ambiental, refletindo assim uma importância relativa única dada ao conjunto de indicadores.

Para o estabelecimento dos coeficientes de alteração dos componentes, tomou-se como referencia o sistema de produção normalmente utilizado pelos agricultores e comparou-se com o sistema recomendado pela Embrapa Algodão. O Sistema de Produção de Algodão recomendado pela Embrapa atingiu um índice final de impacto ambiental da inovação tecnológica pequeno (-1,76) nas estimativas, mas negativo (indesejável), sugerindo possibilidades de melhoria tecnológica. Na determinação do índice de impacto final, os coeficientes de impacto negativos foram para os indicadores Uso de Agroquímicos (-2,5), Uso de Energia (-3), Uso de Recursos Naturais (-1,5), Atmosfera (-2) e Capacidade Produtiva do Solo (-5).

5.3. – Fonte de dados

A avaliação dos impactos sociais foi realizada com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a 10 (dez) produtores adotantes da tecnologia. Tomou-se como referencia o sistema de produção de algodão recomendado pela Embrapa Algodão (descrito no item 1.3), em substituição aos sistemas de produção convencionais existentes no Semiárido brasileiro.

Tabela 5.3.1 – Número de consultas realizadas por município:

Municípios Estado Produtor

Familiar

Produtor Patronal Total

Pequeno Médio Grande Comercial

Guanambi-BA 2 - -

(14)

-Caiçara-PB 2 - -

-Barbalha-CE/Crato-CE 2 - -

-Total: 10

6 - AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO E POLÍTICO-INSTITUCIONAL

6.1 - Impactos sobre o Conhecimento

Tabela 6.1.1 - Impacto sobre o Conhecimento:

Indicadores Se aplica (Sim/ Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliador 3 Média

Nível de geração de novos conhecimentos Sim 0 3 0 1,00 Grau de inovação das novas técnicas e

métodos gerados Sim 1 3 1 1,67 Nível de intercâmbio de conhecimento Sim 3 3 1 2,33 Diversidade dos conhecimentos aprendidos Sim 1 1 1 1,00 Patentes protegidas Sim 1 1 1 1,00 Artigos técnico-científicos publicados em

periódicos indexados Sim 3 3 1 2,33 Teses desenvolvidas a partir da tecnologia Sim 3 1 1 1,67

Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem

mudança (0): sem alteração ou alterações que representem reduções ou aumentos menor que 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%.

Na opinião das pessoas consultadas todos os indicadores do aspecto Conhecimento foram positivos. Os indicadores Nível de Intercâmbio de Conhecimento e Artigos Técnico-Científicos Publicados em Periódicos Indexados, a partir do desenvolvimento da tecnologia, tiveram coeficientes de alteração próximos de muito positivo (média igual a 2,33). Destacou-se o lançamento de um grande número de cultivares de algodão para o Nordeste, devidamente incorporadas aos sistemas de produção em uso pelos produtores. Os resultados das pesquisas com algodão foram amplamente divulgados através de publicações de trabalhos técnico-científicos e orientações de trabalhos em universidades a alunos de pós-graduação.

6.2 - Impactos sobre Capacitação

Tabela 6.2.1 - Impacto sobre Capacitação:

Indicadores Se aplica

(Sim/ Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliador 3 Média

Capacidade de se relacionar com o

ambiente externo Sim 3 3 1 2,33 Capacidade de formar redes e de

estabelecer parcerias Sim 3 1 1 1,67 Capacidade de compartilhar equipamentos e

instalações Sim 1 0 1 0,67 Capacidade de socializar o conhecimento

gerado

Sim 1 3 1 1,67 Capacidade de trocar informações e dados

(15)

codificados Sim 1 0 1 0,67 Capacitação da equipe técnica Sim 3 1 3 2,33 Capacitação de pessoas externas Sim 1 3 3 2,33

Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem

mudança (0): sem alteração ou alterações que representem reduções ou aumentos menor que 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%.

As pessoas consultadas acreditam que todos os indicadores do aspecto Capacitação e Aprendizagem foram positivos. Destaca-se que ocorreu um grande aumento na formação de agentes multiplicadores envolvendo técnicos da extensão rural, cursos de capacitação para produtores, dias de campo direcionados a agricultores familiares, envolvendo grande número de participantes e melhor relação (socialização) dos conhecimentos adquiridos (acumulados).

6.3 - Impactos Político-institucional Tabela 6.3.1 - Impacto Político-institucional:

Indicadores Se aplica

(Sim/ Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliador 3 Média

Mudanças organizacionais e no marco

institucional Sim 3 0 1 1,33 Mudanças na orientação de políticas

públicas Sim 3 0 1 1,33 Relações de cooperação público-privada Sim 1 0 1 0,67 Melhora da imagem da instituição Sim 1 3 1 1,67 Capacidade de captar recursos Sim 1 0 1 0,67 Multifuncionalidade e interdisciplinaridade

das equipes Sim 3 1 1 1,67 Adoção de novos métodos de gestão e de

qualidade Sim 1 0 1 0,67

Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%.

Na opinião das pessoas consultadas a relação de Cooperação Público-Privada melhorou, expressa no incremento de grande número de produtores de sementes certificadas, melhora da imagem da instituição na região semiárida do Nordeste brasileiroe mudanças na orientação de políticas públicas visando o crescimento na adoção da tecnologia. Destaca-se também que a Capacidade de Captação de Recursos para o Desenvolvimento de Pesquisas aumentou nos últimos anos. Além dos recursos do Tesouro, a Embrapa Algodão tem captado recursos junto ao Banco do Nordeste do Brasil - BNB para a geração e transferência dessa tecnologia.

6.4 - Análise Agregada dos Impactos sobre o Conhecimento, Capacitação e Político-institucionais

A grande contribuição ocorrida foi a possibilidade de divulgação de novos conhecimentos técnicos através de publicações de trabalhos técnico-científicos, na formação de agentes multiplicadores envolvendo técnicos da extensão rural, cursos de capacitação e

(16)

treinamento para produtores, dias de campo direcionados a agricultores familiares com vistas à melhor socialização dos conhecimentos acumulados, além de grande melhora na relação público privada.

6.5 – Fonte de dados:

Foram consultados 03 (três) três pesquisadores da Embrapa Algodão: um engenheiro agrônomo, D. Sc. em Solos; uma economista, M.Sc. em Economia Rural; um engenheiro agrônomo, M.Sc em Produção Vegetal.

7 - AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS GERADOS

O benefício econômico atribuído à Embrapa Algodão pela participação na geração e transferência dessa tecnologia, foi de 9,297 milhões de reais em 2012, contabilizados em termos de incremento de produtividade (70% de participação da Embrapa), a preços de 1º de fevereiro de 2013. Se forem considerados os gastos com a geração e transferência dessa tecnologia, nesse mesmo ano, da ordem de 4,843 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), constata-se que o retorno foi de aproximadamente duas vezes do total dos recursos aplicados, no mesmo ano, para a geração e transferência dessa tecnologia, ou seja, o retorno foi de aproximadamente 100% dos recursos aplicados.

Se forem considerados os benefícios acumulados com essa tecnologia de 2002 a 2012, que foram da ordem de 177,823 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas) e os gastos acumulados que foram da ordem de 31,562 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), verifica-se, pois, que o retorno foi de 5,63 vezes o total dos recursos aplicados, no mesmo período, para a geração e transferência dessa tecnologia.

Se considerarmos o total dos recursos aplicados na Embrapa Algodão, no período de 2002 a 2012, da ordem de 338,589 milhões de reais (a preços de 1º de fevereiro de 2013), e relacionarmos com os benefícios acumulados e obtidos com essa tecnologia, de 177,823 milhões de reais (valor base de 1º de fevereiro de 2013, corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), a mesma gerou benefícios equivalentes a aproximadamente 1,90 vez o total dos recursos aplicados, ou seja, somente essa tecnologia recuperou mais de 52% de todas as despesas realizadas na Embrapa Algodão naquele período.

O impacto da adoção desta tecnologia sobre o emprego é muito irregular no Semiárido brasileiro devido às irregularidades climáticas. Também existe uma tendência declinante na área plantada com algodão na região semiárida do Brasil que afeta a geração de empregos. Como a produção de algodão na região onde a tecnologia é adotada é predominantemente de agricultores familiares, e o produto é uma das poucas alternativas econômicas viáveis para o uso agrícola das propriedades, pode-se considerar importantes os empregos gerados, mesmo que a quantidade seja pequena.

(17)

Com base em coeficientes técnicos dos sistemas de produção de algodão herbáceo, praticados no Semiárido brasileiro, estima que a cada 3 hectares plantados é ofertado um emprego direto. Em 2012, nessa região (considerando na Bahia apenas o Vale do Iuiú, na região do município de Guanambi-BA, e não o extremo-oeste, onde o algodão está sendo plantado no Cerrado; não considerando também a parte de cerrado dos estados do Piauí e do Maranhão) esta tecnologia alcançou uma área de adoção de aproximadamente 10 mil hectares, o que resulta em nenhum emprego gerado, dado que a Área de Adoção repetiu a mesma de 2011 e não houve área adicional.

Resultado da aplicação da metodologia Ambitec-Social, com as estimativas dos coeficientes de impactos sociais por indicador, abordando os aspectos Emprego, Renda, Saúde e Gestão e Administração, o índice Geral de Impacto Social do “Sistema de produção de algodão herbáceo para a agricultura familiar no Semiárido brasileiro” alcançou um valor pequeno, igual a 1,32, nas estimativas, de um valor máximo possível de 15, mas positivo (desejável), sugerindo possibilidades de melhorias.

Em termos ambientais, resultados da aplicação da metodologia Ambitec-Agro, com as estimativas dos coeficientes de impactos ambientais por indicador, abordando os aspectos Eficiência Tecnológica, Conservação Ambiental e Recuperação Ambiental, o sistema de produção de algodão herbáceo para o Nordeste semiárido, recomendado pela Embrapa, atingiu um índice final de impacto ambiental da inovação tecnológica pequeno (-1,76) nas estimativas, mas negativo (indesejável), sugerindo possibilidades de melhoria tecnológica. Na determinação do índice de impacto final, os coeficientes de impacto negativos foram para os indicadores Uso de Agroquímicos (-2,5), Uso de Energia (-3), Uso de Recursos Naturais (-1,5), Atmosfera (-2) e Capacidade Produtiva do Solo (-5). Resultados da avaliação dos impactos sobre o Conhecimento, Capacitação e Político-Institucional indicam que a grande contribuição da tecnologia em relação a esses aspectos foi a possibilidade de divulgação de novos conhecimentos técnicos através de publicações de trabalhos técnico-científicos, na formação de agentes multiplicadores envolvendo técnicos da extensão rural, cursos de capacitação e treinamento para produtores, dias de campo direcionados a agricultores familiares com vistas à melhor socialização dos conhecimentos acumulados, além de grande melhora na relação público privada.

8 - CUSTOS DA TECNOLOGIA 8.1 - Estimativa dos Custos

Tabela 8.1.1 – Estimativa dos custos:

Ano Custos de

Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital AdministraçãoCustos de Transferência Custos de Tecnológica

Total

2002 1.476.457,04 147.645,70 36.911,43 129.189,99 55.367,14 1.845.571,30 2003 1.634.753,50 163.475,35 40.868,84 143.040,93 61.303,25 2.043.441,87 2004 1.661.037,26 166.103,73 41.525,93 145.340,76 62.288,90 2.076.296,58

(18)

2005 1.809.101,27 180.910,13 45.227,53 158.296,36 67.841,30 2.261.373,59 2006 1.890.899,74 189.089,97 47.272,49 165.453,73 70.908,74 2.363.624,67 2007 2.121.963,65 212.196,36 53.049,09 185.671,82 79.573,64 2.652.454,56 2008 2.121.634,23 212.163,42 53.040,86 185.643,00 79.561,28 2.652.042,79 2009 2.503.842,00 250.384,18 62.596,00 219.086,16 93.894,00 3.129.802,34 2010 2.929.121,31 292.912,13 73.228,03 256.298,11 109.842,05 3.661.401,63 2011 3.225.713,23 322.571,32 80.642,82 282.249,92 120.964,25 4.032.141,54 2012 3.875.170,64 387.517,06 96.879,27 339.077,43 145.318,90 4.843.963,30 (TOTAL: 31.562.117,17)

8.2- Análise dos Custos:

Os custos de geração e transferência da tecnologia foram obtidos por meio da estimativa do percentual dos gastos com pesquisa em relação ao total das despesas com pessoal, custeio e investimento da Embrapa Algodão. Este percentual foi estimado considerando a importância da tecnologia no portfólio de tecnologias da unidade (10%). Em 2012 os gastos com a geração e transferência desta tecnologia corresponderam a R$4.843.963,30 (a preços de 1º de fevereiro de 2013) e os benefícios econômicos, em termos de incremento de produtividade, foram de R$9.297.800,00 (a preços de 1º de fevereiro de 2013). Verifica-se, pois, que a relação benefício/custo neste ano foi de aproximadamente 1,92 (a relação benefício/custo é maior que 1, demonstrando que os benefícios são 92% superiores aos custos).

Se forem considerados os benefícios acumulados no período de 2002 a 2012, que foi de R$177.823.761,98 (a preços de 1º de fevereiro de 2013) e os gastos com a geração e transferência desta tecnologia, neste mesmo período, da ordem de R$31.562.117,17(a preços de 1º de fevereiro de 2013), verifica-se, pois, que a relação beneficio/custo foi de aproximadamente 5,63 (a relação benefício/custo é maior que 1, demonstrando que os benefícios são 463% superiores aos custos). Estimou-se que 80% dos recursos aplicados na Embrapa Algodão para geração e transferência desta tecnologia foram referentes à rubrica Pessoal e Encargos.

10 - BIBLIOGRAFIA

BELTRÃO, N. E. de M.; BEZERRA, J. R. C. Coords. Recomendações técnicas para o cultivo

do algodoeiro herbáceo de sequeiro e irrigado nas regiões nordeste e norte do Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão, 1994. 73 p. (Embrapa Algodão. Circular técnica, 17).

BELTRÃO, N.E. de M. Informações sobre o algodão no Brasil: situação, problemas,

perspectivas e possíveis soluções. Campina Grande: CNPA-Embrapa, 1996. 20p (Embrapa-CNPA. Documentos, 48).

EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). Algodoeiro herbáceo CNPA 7H. Campina

(19)

EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). BRS 186 Precoce 3; Cultivar de algodoeiro

herbáceo precoce para as condições do Nordeste e uso na agricultura familiar. Campina Grande, nov. 1998. (Folder).

EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). Centro Nacional de Pesquisa de Algodão. BRS

187 8H; Cultivar de Algodoeiro Herbáceo para as condições do Nordeste e uso na Agricultura Familiar. Campina Grande, 1999. (Folder).

EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). Cultivares de algodão da Embrapa para o

Nordeste do Brasil; safra 2003/2004. Campina Grande, 2003. (Folder).

EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). BRS 187 8H. Campina Grande, 2003.

(Folder).

FARIAS, F.J.C; RAMALHO, M. A. P.; CARVALHO, L. P. de; MOREIRA, J. de A. N. Parâmetros

de Estabilidade em cultivares de Algodoeiro Herbáceo Avaliadas no Nordeste do Brasil. Pesquisas Agropecuária Brasileira, v. 31, n. 12, p. 877-883, dez. 1996.

LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA, Rio de Janeiro: IBGE, 1974, e

2012.

MENDONÇA, E.R. de. Manual do produtor e do beneficiador do algodão. Brasília:

Nacional, 1973. 222p.

TAKEYA, D.M. Um outro nordeste: o algodão na economia do Rio Grande do Norte

(1880-1915). Fortaleza: BNB/ETENE, 1985. 138p (BNB/ETENE. Documentos do Nordeste, 4).

11 - EQUIPE RESPONSÁVEL:

• Gilvan Alves Ramos

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