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Responsabilidade coletiva na participação da enfermagem em suas entidades organizativas.

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Academic year: 2017

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RESPONSABILIDADE COLTIVA NAPARTICIPACAO DA

ENFERMAGEM EM SUAS ENTIDADES ORGANIAIVAS

COLLECTIVE RESPONSABI LITY AND N U RSES' PARTICIPATION I N

PROFESSIONAL I N STITUTIONS

RESPONSAB I L I DAD COLECTIVA E N LA PART I C I PAC I O N DE LA

E N FERM E RiA E N S U S ENTI DADES O RGAN IZATIVAS

Maia de Lourdes Denardin Budd 1 Carmem L ucia Colome Beck2 Grace Teresinha Marcon Dal Sassl Rosa Maria Bracini Gonzales4

RES U M O : Este trabalho teve como objetivo trazer a d i scussao a responsabilidade coletiva dos enfermeiros na partici payao nas suas entidades org a n izativas, ou sej a , Associayao Brasileira de Enfermagem, Conselho Regional de E nfermagem e Sindicato dos Enfermeiros. 0 referido estudo foi realizado com enfermeiros de duas i nstituiyoes de ensino sendo uma publica e outra privada e em uma i nstituiyao de assistencia privada. Percebeu-se que a participayao dos enfermeiros nas suas entidades organizativas ainda e reduzida, mas ja ha sinais de conscientizayao a respeito da necessidade de integrayao nos mesmos .

PALAVRAS-CHAVE: participayao , entidades organizativas, enfermage m , responsabilidade coletiva

INTRODUCAo

Ao analisarmos 0 contexto historico do pars, denota-se que a participagao social e pol ftica tem sido uma conqu ista que os setores pop u l a res tem obtido no embate com as classes dominantes, observando-se que ao longo da historia dos povos, 0 aces so ao poder econ6mico e pol itico e objeto de fortes contrad igoes e dolorosos confrontos .

Ao anal isarmos estas consideragoes do ponto de vista profissional percebemos, na

pratica , as l i mitagoes dos enfermeiros no processo de partici pagao nas q uestoes relativas a

profissao e ao proprio processo socia l , pol itico e econ6mico do pars.

Entende-se que u m dos fatores que interfere nesse processo e a propria concepgao que orienta a pratica profissional. Esta permanece fortemente alicergada no atendimento ao indivrduo

doente; reforgando 0 modele clrn ico de assistencia , privilegiando os proced i mentos tecnicos e

curativos e tendo como conseq uencia a permanencia de uma visao acrrtica e fragmentada do carater social e pol itico de suas agoes. Outro fator q u e chama a atengao e que, possivelmente ,

i nterfira no processo d e participagao nao somente dos enfermeiros , mas da popu lagao de u m

1 Enfermeira, Prof Ad/unto-UFSM (aposentada), prof Itular - IEL USC - Joinville/S, Doutora em Fllosofia da Enfermagem da UFS, Membro do NEPENIEL USC

UFSM

2 Enfermeira, Prof A d/unto - UFS, Doutora em Enfermagem. Memba do Gupo GEPES/

J Enfermeira, Professor Assistente UNISUL, enfermeira Educa:8o em Sevl:o do Instituto de Cardiologia, Doutora em Flosofia da Enfermagem da UFSC

4 Enfermeira, Prof A d/unto da Federal de Santa Maria- UFS, Doutora em Enfermagem,

membro do Grupo GEPES/UFSM

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modo gera l , d iz respeito a d ificu ldade de exercer a cidadania e m estados a utoritarios e burocraticos , tornando-se u m trabalho d ificil e i ncerto. .

A partir destas considera�6es e de alguns questionamentos e que procura mos refletir, atraves de um estudo investigativ�, sobre a responsabilidade coletiva dos enfermeiros nas suas entidades organizativas, pois entendemos que u ma entidade somente tem existencia como representante de uma categoria profissional a medida que os trabalhadores decidem coletivamente sobre os destinos da entidade e sobre as lutas prioritarias . Procura mos , entao, avaliar a participa�ao dos profissionais no ambiente de trabalho e identificar os limites encontrados para a efetiva�ao dessa pratica .

Assim sendo, assumir, discutir e descrever sobre participa�ao exige, a ntes de tudo,

examinar: 0 que e participa�ao? por que participa�ao? como e em fun�ao de q uem participar?

Deste modo, procuramos organizar 0 estudo i n icialmente fazendo uma revisao teorica sobre

participa�ao, seguida do que se entende por responsabilidade em participar das Entidades Organizativas da Enfermagem a fim de subsidiar a compreensao dos dados coletados.

REFERENCIAL TEO RICO

Ao pensarmos sobre a responsabilidade coletiva , nao podemos deixar de refletir sobre 0

que significa ser responsavel no plano ind ividu a l . Branden ( 1 997) nos respalda quando diz que

a responsabilidade pessoal implica ter a d isponibilidade para responder por escolhas, decis6es e comportamentos adotados. Somos responsaveis quando pensamos e assumimos os nossos atos e suas conseq uencias . Porta nto , q u a ndo se escolhe um determinado comportamento , cujas conseq uencias e possivel anteci par, tambem se esta escolhendo essas consequencias e aceitando tal fato . A responsabilidade implica em independencia intelectual, ou seja , a vontade

de pensar por si e agir seg u ndo 0 proprio julgamento .

Branden ( 1 997 } , afirma ainda que "0 primeiro ate de responsabilidade p o r si e a base d e todos o s outros , e o ate de assumir a responsabil idade p o r s e r consciente", q u e r d izer, por executar atividades dentro de um n ivel a propriado de consciencia .

A participa�ao pode ser entend ida, primeiro , como u m processo rea l de l utas , em que

uma classe busca recu perar 0 que e delas por d i reito , sob ponto de vista das classes que

operam na sociedade. Podemos falar de participa�ao num sentido ideal, abstrato. A participa�ao implica em tomar parte das coisas, tanto no planejamento, q u a nto na execu�ao e avalia�ao do processo. Partici pa�ao e luta por direitos , e luta por a q u i lo que e seu e que Ihe esta sendo

negado (Pinto, 1 986).

Bordenave ( 1 983), ressalta que a participa�ao e 0 caminho natural para 0 homem exprimir

sua tendencia inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se e dominar a natureza e 0 mundo. Alem

disso, sua pratica envolve a satisfa�ao de outras necessidades nao menos basicas, tais como a i nteragao com os demais homens, a auto-expressao , 0 desenvolvimento do pensamento

reflexivo, 0 prazer de criar e recriar coisas e, ainda, a valoriza�ao de si mesmo pelos outros .

A participa�ao como processo social pode ser entendida independente da interferencia

provocada por u m ou outro agente externo. Ela e 0 proprio processo de cria�ao do homem ao

pensar e agir sobre os desafios d a natureza e sobre os desafios sociais nos quais ele proprio

esta situado . E u ma q uestao a ser refletida e enfrentada por todos os gru pos sociais que nao

chegam a penetrar nas decis6es que d izem respeito as suas condi�6es basicas de existencia . Vista desta forma , ela esta longe de ser pol itica de reprodu�ao d a ordem, e, sobretudo uma

questao social. Ela e social a med ida que as contrad i�6es desafiam 0 homem como ser criador

e este toma consciencia da sua realidade social e assume posi�6es de desafio e enfrentamento.

Desta forma , a partici pa�ao e 0 resu ltado da a�ao de for�as sociais que se constituem como

tais a partir de determinantes mu ito d iversos: classe, grupo, genero, etnicos e outros ( Souza,

1 987).

(3)

B U OG , M . de L . O . et aL

Para Bordenave ( 1 98 3 ) , existem diversas formas de participagao . Oentre elas destacam­ se: a paticipa;io de fato - 0 primeiro tipo de participagao do comego da h u m a n idade; a

paticipa;io espontanea - aquela q u e leva os hom ens a formarem gru pos de vizinhos, de a migos, ou seja , grupos flu idos, sem organizagao estavel ou prop6sitos claros e definidos a nao ser os de satisfazer necessidades psicol6gicas de pertencer, expressar-se, receber e dar afeto ; obter reconhecimento e prestigio; a paticipa;io imposta -nos q uais 0 ind ividuo e obrigado a

fazer parte de grupos e rea l izar certas tarefas consideradas ind ispensaveis; a paticipa;io voluntaria - na q u a l 0 gru po e criado pelos pr6prios participantes q u e definem sua pr6pria

organizagao e estabelecem seus objetivos e metodos de trabalho; a paticipa;io provocada

-por agentes externos, q u e ajudam outros a real izarem seus objetivos ou os manipulam a fi m

de atingir seus pr6prios objetivos previamente estabelecidos (educagao em saude); paticipaio concedida -esta viria a ser a parte de pod er ou de i nfl u encia exercida pelos subordinados e

considerada como leg iti ma por eles mesmos e seus su periores .

Sob outro angulo, Souza ( 1 987), afirma que todos os individuos tem 0 dever de participar da vida social enquanto necessidade basica dos seres humanos. I sso se caracteriza como uma constante troca de bens e servigos, nao havendo uma s6 pessoa que nao receba alguma coisa de outros . Se mu itos fica rem em atitude passiva , deixando as decis6es para outros , um peq ueno g ru po mais d istante, o u mais audacioso , acabara dominando sem resistencia e l i mitag6es , 0 q u e nao e saudavel para nenhum grupo.

METODOLOGIA

o estudo foi desenvolvido com enfermeiros em duas i nstituig6es de ensino sendo uma privada e u m a pu blica ; e numa instituigao de servigo privado. Optamos por d iferenciar 0 tipo de I nstituigao por entendermos ser necessario conhecer as caracteristicas e formas de participagao dos enfermeiros nas entidades de classe bem como, se essa partici pagao tem relagao com 0 tipo de servigo prestado (publico ou privado).

Utilizamos, para coleta de dados, um instrumento organizado sob a forma de questionario, composto por dados de identificagao e de q uest6es a bertas e fechadas, tais como: descreva como tem sido sua participagao nas seguintes entidades organizativas da Enfermagem (AB E N , C O R E N e Sind icato ) ; 0 q u e voce pensa sobre sua partici pagao nestas entidades? Quais os limites que voce identifica para participar nestas entidades? Que estrategias voce prop6e para ampliar a participagao dos enfermeiros nas Entidades de Classe? Observag6es que considerar i mportantes.

ORGANIACAO E ANALISE DOS DADOS

Entendemos como Bordenave ( 1 983) que a participagao tem duas bases complementares: u m a base afetiva , pois participa porque sente prazer em fazer coisas com outros ; e uma base i nstru mental na qual se participa porq u e fazer coisas com outros e mais eficaz e eficiente do que faze-las sozinho. Tudo i ndica q u e 0 homem so mente desenvolvera seu potencial pleno numa sociedade que permita e facilite a participagao de todos. Para 0 autor futuro ideal do homem s6 se dara numa sociedade participativa .

Assi m sendo , de modo a facil itar a compreensao dos dados levantados optamos por a presenta-Ios na forma de tabelas, relacionadas com 0 servigo publico e privado .

Oeste estudo, paticiparam livremente 2 4 enfermeiros que foram escolhidos aleatoriamente,

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esta ndo assim d istri b u idos: 1 4 enfermeiros do ensino publico (58,33%); 0 2 enfermeiros d o ensino privado (8,33%) e 0 8 enfermeiros d o servi;o privado (33,33%).

A faixa etaria predominante foi de 30-40 a nos (75%) tanto no setor privado q uanta no publico. Acred ita-se que, nesta fase da vid a , existe um importante auto-investimento da pessoa no seu desenvolvimento, no qual especialmente a mulher busca firmar-se no campo de trabalho, abrindo possibilidades e espa;os para crescer em suas atividades.

Do tota l de participantes do estudo, 95,83% sao mulheres . 0 predominio das m u l heres

na Enfermagem cond uz a reflexao do q u e isso representa na sociedade, na qual 0 trabalho

feminino tem sido, mu itas vezes, discri minado, pouco valorizado e onde, muitas enfermeiras tem d u pla e ate tripla jornada de trabalho vivendo com consta ntes desafios no mercado de trabalho.

Observa-se diversidade no tempo de servi;o na institui;ao, variando de forma relativamente distri b u ida de 0 1 ate 20 anos. Tanto no servi;o publico, quanto no privado ha renova;ao de enfermeiros na institui;ao. Neste sentido , pode-se considerar ser este u m fator de estimulo para a maior mobiliza;ao no trabalho, de maneira a estimular os profissionais "mais acomodados" a participarem mais efetiva mente de suas entidades de classe.

Por outr� lado, entende-se que um dos fatores que podem interferir na participa;ao dos enfermeiros nas entidades e a i nseg u ran;a gerada pela falta de estabil idade no trabalho; pelo desconhecimento da filosofia da institui;ao; pela necessidade de adapta;ao a um novo ambiente de trabalho; ou ainda pela falta de vivencia com as necessidades e caracteristicas do grupo.

A renova;ao de pessoal nos servi;os publico e privado, parece-nos que embora este seja um fator que interfire no processo de participa;ao, ele nao e determinante para que ela ocorra . Essa renova;ao mostrou-se maior na area do ensino, tanto no setor publico quanto no privado.

TAB ELA 1 - PART I C I PANTES S EG U N DO 0 TEMPO D E S E RVlyO NA E N F ERMAG E M .

F LORIANO POLl S , 1 997

T E M P O E N S I N O S E RV I ; O

(a n o s) P R IVA D O % P U B L IC O % P R IVA D O % TOTA L %

1 - 5 0 0 , 0 0 0 3 2 1 , 4 3 0 3 3 7 , 5 0 0 6 2 5 , 0 0

6 - 1 0 0 0 , 0 0 0 0 , 0 0 0 2 2 5 , 0 0 0 2 8 , 3 3

1 1 - 1 5 0 0 , 0 0 0 5 3 5 , 7 1 0 2 2 5 , 0 0 0 7 2 9 , 1 7

1 6 - 2 0 0 2 1 0 0 , 0 0 0 6 4 2 , 8 6 0 1 1 2 , 5 0 0 9 3 7 , 5 0

T O TA L 0 2 1 0 0 , 0 0 1 4 1 0 0 , 0 0 0 8 1 0 0 , 0 0 2 4 1 0 0 , 0 0

Observou-se que o s enfermeiros com mais tempo d e servi;o n a Enfermagem s e concentram no ensino, ta nto no publico , q u a nto no privado ( 1 1 - 20 anos) correspondendo a 66,67% dos participantes . Por outro lado, as pessoas com menor tempo de Servi;o na Enfermagem ( 1 -5 anos) concentram-se mais no servi;o privado (37,50% ) , permitindo considerar que ha uma tendencia de que a mao-de-obra recem formada de enfermeiros continua sendo a bsorvida na assistenci a .

Paticipa;io nas Entidades Organizativas:

- ABEn (Associa;io Brasileira de Enfenagem)

(5)

B U D6 , M . de L . D . et al.

TABELA 2 - PARTICIPANTES S EG U N DO A FORMA D E PARTICIPA;AO NAABEN. FLORIANO-POL I S , 1 997.

PA R T I C I PA ; A O E N S I N O S E RV lgO

P R IVA D O % P U B L I C O % P R IVA D O % TOTA L %

S 6 e io efetivo 0 1 5 0 , 0 0 0 4 2 8 , 5 7 0 3 3 7 , 5 0 0 8 3 3 , 3 3 O rg . d e 0 1 5 0 , 0 0 0 4 2 8 , 5 7 0 0 , 0 0 0 5 2 0 , 8 3 e v e n to slD iretoria

N a o p a rt i e i p a 0 0 , 0 0 0 6 4 2 , 8 6 0 5 6 2 , 5 0 1 1 4 5 , 8 3 T O TA L 0 2 1 0 0 , 0 0 1 4 1 0 0 , 0 0 0 8 1 0 0 , 0 0 2 4 1 0 0 , 0 0

- A maior participa:ao na ABEn e d e docentes ( 1 0 enfermeiros) correspondendo a 4 1 ,66% do total de partici pantes ;

- 4 5 , 83% da a mostra pesq uisada nao tem nenhuma participa:ao na ABE N , sendo q u e especificamente no ensino publico 25% nao t e m q u a lq u er t i p o de participa:ao assim como, 62 , 50% no servi:o privado;

- por outro lado, 1 00% dos docentes do setor privado tem a lg u m tipo de partici pa:ao na ABEn assim como, 57, 1 4% dos docentes no setor publico tem algum tipo de partici pa:ao. Ainda no servi:o privado, 20,83% dos enfermeiros nao tem n e n h u m tipo de partici pa:ao na AB E n ;

- U m dado que chama a aten:ao e que os que m a i s participam da A B E N sao o s que tem maior tem po de serVi:o na enfermagem. (Observamos este dado ao analisarmos as respostas, porem ainda nao foi categorizado).

COREN (Conselho Regional de Enfenagem)

Por ser consid erado um orgao fisca l izador, d isci p l i nador e normatizador do exercfcio profissiona l , todos os participa ntes do estudo ( 1 00%) sao i nscritos ( i nscri:ao compu lsori a ) , sendo que somente u m enfermeiro (4 , 1 7% ) e atua nte .

Este fato e i mporta nte para a man uten:ao dos conselhos e para 0 alcance das metas em prol da categoria . No entanto, mostra a a liena:ao dos enfermeiros enq uanto grupo.

TABELA 3 - PARTIC I PANTES SEG U N DO A FORMA D E PARTIC I PA;AO NO CORE N . FLORIA­ NOPOL l S , 1 997.

PA R T I C I PA ; A o E N S I N O S E RV lgO

P R IVA D O % P U B L I C O % P R IVA D O % TOTA L %

I n s e r i � a o 0 2 1 0 0 , 0 0 1 3 9 2 , 8 6 0 8 1 0 0 , 0 0 2 3 9 5 , 8 3

c o m p u ls 6 ri a

I n s e rito e atu a n te 0 0 , 0 0 0 1 7 , 1 4 0 0 , 0 0 0 1 4 , 1 7

T O TA L 0 2 1 0 0 , 0 0 1 4 1 0 0 , 0 0 0 8 1 0 0 , 0 0 2 4 1 0 0 , 0 0

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- Sindicatos

TABELA 4 - PARTI C I P

NTES SEGU N D O A FORMA DE PARTIC I PA;;AO NOS S I N DICATOS.

FLORIAN OPOL I S , 1 997

PA R T I C I PA ; A O E N S I N O S E RV I ; O

P R IVA D O % P U B L IC O % P R IVA D O % TOTA L %

F i l i a d o /S i n d i c a to 0 0 , 0 0 0 3 2 1 , 4 3 0 0 , 0 0 0 3 1 2 , 5 0 D o c e n t e s

F i l i a d o /S i n d . 0 0 , 0 0 0 2 1 4 , 2 9 0 0 , 0 0 0 2 8 , 3 3 E n fe r m a g e m

F i l i a d o /S i n d . 0 2 1 0 0 , 0 0 0 0 , 0 0 0 3 3 7 , 5 0 0 5 2 0 , 8 3

S e rv. S a u d e

N a o fi l i a d o 0 0 , 0 0 0 7 5 0 , 0 0 0 5 6 2 , 5 0 1 2 5 0 , 0 0

N a o reseo n d e u 0 0 , 0 0 0 2 1 4 , 2 9 0 0 , 0 0 0 2 8 , 3 3 T O TA L 0 2 1 0 0 , 0 0 1 4 1 0 0 , 0 0 0 8 1 0 0 , 0 0 2 4 1 0 0 , 0 0

- Do tota l de participantes do estudo, 1 0 (4 1 ,66%) sao fil iados a u m tipo de sindicato e 50% dos participa ntes nao sao fil iados . Na area do ensino (tanto publ ico q u a nto privado), 43, 75%% sao fi liados;

- 1 00% dos enfermeiros na area do ensino privado sao fi liados a u m tipo de sind icato assim como, 3 5 , 7 1 % na area do ensino publ ico sao fi l iados ao sind icato;

- ainda, 37,50% dos enfermeiros do serviyo privado sao fi liados a u m tipo de sind icato ; - 50% dos docentes do ensino publico nao sao filiados a nenhum tipo de sindicato assim

como, 62 , 50% do serviyo privado;

Nestes dados 0 que chama a atenyao e 0 comporta mento dos docentes com relayao a sindicalizayao, pois atuam na formayaO academica de futuros enfermeiros. Espilto Santo ( 1 997) ressalta que, apesar do avanyo conquistado pelos trabalhadores na decada de 80 (mais liberdade e autonomia sindica l ) , 0 atual sistema ainda esta atrelado a um profundo controle estatal sobre a organizayao sind ical e negociayao coletiva . I sso e detectado med ia nte 0 i mposto sindical obrigat6rio e a man utenyao da unicidade sindica l .

TABELA 5- PARTICIPANTES SEG U N DO 0 Q U E PENSA SOBRE A SUA PARTIC I PA;;Ao NOS

O RGAOS DE CLASSE. F LORIANOPOLl S , 1 997

O P I N IAO E N S I N O S E RVtO

P R IVA D O % P U B L IC O % P R IVA D O % TOTA L %

P a rt i c i p a e a c h a 0 0 7 , 1 4 0 0 4 , 1 7

i m p o rta n te

P a rt i c ipa 5 0 0 0 2 2 5 3 1 2 , 5

p a s s iv a m e n te

N a o p a rt i c i p a m a s 5 0 1 1 7 8 , 5 7 6 7 5 1 8 7 5

a c h a i m p o rta nte

N a o p a rt i c i p a 0 0 7 , 1 4 0 0 4 , 1 7

N a o reseo n d e u 0 0 7 , 1 4 0 0 4 , 1 7

T O TA L 0 2 1 0 0 , 0 0 1 4 1 0 0 , 0 0 0 8 1 0 0 , 0 0 2 4 1 0 0 , 0 0

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B U DO , M . de L . D . et a l .

- 79, 1 7% dos participantes do estudo consideram importante a participa9ao, porem apenas 4 , 1 7% do total participam efetivamente .

- A maior parte dos participa ntes do estudo nao consideram participa9ao 0 fato de estar inscrito ou filiado a um orgao de classe , no que concordamos pois eles contribuem apenas para a manuten9ao das entidades. No entanto , a participa9ao que ajuda efetivamente a construi r e a transformar e feita de metas e d e pessoas q u e e mpreendam lutas no sentido de a lcan9a-las.

No ensino publ ico e privado nao ha d iscrepancia nos dados e parece que se i nicia 0 processo de conscientiza9ao individ u a l com rela9ao a sua participa9ao nos orgaos de classe.

TABELA 6 - PARTICIPANTES S EG U N DO OS L l M ITES QUE ENCONTRA NA SUA PARTIC I PA­ ;AO . F LORIAN O POLl S , 1 997

L l M I T E S E N S I N O S E RV lgO

P R IVA D O % P U B L I C O % P R IVA D O % T O TA L %

F a l ta d e p ri o rid a d e 0 0 3 2 1 , 4 3 0 0 3 1 2 , 5 0

F a l ta d e te m p o e 2 1 0 0 5 3 5 , 7 1 2 2 5 9 3 7 , 5 0

c re d i b i l i d a d e n a s I n stitu iyo e s

F a lta d e e s t i m u lo 0 0 2 1 4 , 2 9 0 0 2 8 , 3 3

F a l ta 0 0 7 , 1 4 2 2 5 3 1 2 , 5 0

re s o l u tiv i d a d e e

o rg a n iz a � a o

A s p e cto 0 0 0 0 3 3 7 , 5 0 3 1 2 , 5 0

F i n a n c e iro

D e s c o m prom is s o 0 0 7 , 1 4 0 0 4 , 1 7

c o m a p rofis s a o

S e x o f e m i n i n o 0 0 7 , 1 4 0 0 4 , 1 7

N a o i d e n ti fi c o u 0 0 7 , 1 4 0 0 4 , 1 7

l i m ites

N a o re s p o n d e u 0 0 0 0 1 2 , 5 0 4 , 1 7

T O TA L 0 2 1 0 0 , 0 0 1 4 1 0 0 , 0 0 0 8 1 0 0 , 0 0 2 4 1 0 0 , 0 0

A maior concentra9ao de l i m ites para participa9ao d o s enfermeiros n a s entidades de classe tanto no setor de ensino privado, ensino publico como no Servi90 privado (37,5%), refere­ se a falta de tempo e a cred i b i l idade dos orgaos.

Dentre os que trabalham nos servi90 privado 37,5% consideram 0 aspecto financeiro como u m l i m ite para a sua participa9ao, ou sej a , necessitam trabalhar em outros loca is para melhorar sua renda mensal , nao tendo tem po para participar de reu nioes e eventos promovidos por estes orgaos.

Destaque ao item falta de prioridade ( 1 2 , 50% ) , estando este relacionado ao valor que se da a estas questoes . Neste sentido, Bordenave ( 1 983) , ressalta que a paticipa9ao d isseminada em associa90es e entidades eq u i l i braria a tendencia para a ru ptura contida na participa9ao se canalizada, exclusiva mente , atraves de entidades ou partidos pol iticos .

U m aspecto destacado pelo autor e que a participa9ao e mais genulna e produtiva quando o grupo con hece bem a si mesmo e se mantem bem informado sobre 0 que acontece dentro e fora de s i . Porta nto , entendemos q u e nao basta a penas informar a categoria dos objetivos e atividades de uma entidade, mas e preciso qualidade nas informa90es. Isso implica num continuo processo de cria9ao de conhecimento pelo grupo, tanto sobre si mesmo como sobre 0 ambiente,

(8)

processo q u e requer a a bertura de canais i nformativos confiaveis e desobstru fdos .

Neste sentido, entendemos que a maior forga para a participagao e 0 dialogo, procurando colocar-se no lugar do outro para compreender seu ponto de vista ; respeitar a opin iao alheia; aceitar a vit6ria da maioria ; compartilhar experiencias vividas, boas ou ruins; partilhar a informagao disponfvel; tolerar longas discussoes para chegar a um consenso satisfat6rio para todos. Contudo,

Bordenave ( 1 983) ressalta q u e 0 dia logo verdadeiro somente e possfvel entre iguais ou entre

pessoas que desejam igualar-se.

QUADRO 1 - ESTRATEG IAS SUGERI DAS PARAAMPLIAR A PARTICIPA;AO DOS EN FERMEI­ ROS NAS ENTI DADES O RGAN IZATIVAS . F LORIANOPOL l S , 1 997

E S T R AT E G IA S E TO R

E d u ca Q a o p a ra 0 co letivo d a p ro fi s s a o n o s O rg a o s d e fo rm a Qa o E n s i n o P u b lico e lo c a is de tra b a l h o

D iv u l g a r c o m m a i o r c l a reza p a ra a c a te g o ria a fin a lid a d e e E n s i n o P u b lico e P riva d o e

p l a n o d e aQa o d o s O rg a o s d e C la s s e S e rviQo P riva d o .

C o n s cie ntizaQa o d o s P ro fi s s io n a is s o b re a i m p o rta n c ia d a E n s i n o P u b lico e P riva d o . p a rtic i p a Qa o , d e s d e a G ra d u a Q a o .

R e u n ia e s n o s L o c a i s d e tra b a lh o E n s i n o P u b lico

E n co n tro s m a is freq u e n te s , d is c u t in d o q u e s ta e s pe rti n e n te s a E n s i n o P u b lico

p rofi s s a o .

A u m e n ta r c a n a i s d e c o m u n ic aQa o , m o tiva n d o e s e n s ib i l iz a n d o E n s i n o P u b lico M e l h o ra r as c o n d iQa e s de tra b a l h o S e rviQo P riva d o D e bates tec n ico -cie n t ific o s c o m fin s d e d e s e n v o lv i m e nto e/ou E n s i n o privado

c o n ti n u i d a d e d a fo rm a ; a o dos p rofis s io n a i s .

A p ro x i m a r-se d o s e n fe r m e i ro s d a p ratica p o i s o s 6 r g a o s S e rviQo P riva d o

p e rm a n e c e m m u ito a o n iv e l d a a c a d e m ia

M e l h o ra r a m otivaQao E n s i n o P u b lico e P riv a d o e S e rviQo P riva d o

M a i o r atuaQa o , e s p e c i a l m e n te d o C O R E N ju n to a o s S e rviQo P riva d o

p rofi s s io n a i s .

M a i o r inte Q ra Q a o d o s re p re s e n ta n te s c o m a c a tegoria S e rviQo e E n s i n o P riva d o

Nestes dados ficou evidente q u e o s enfermeiros q uerem cad a vez mais tomar parte no constante processo de tomada de decisoes da categoria e nao somente nas eleigoes peri6dicas quando se defi nem os representantes da categoria .

Pensamos q u e e preciso haver u ma democracia mais participativa entre a s entidades de

classe e que este objetivo nao faga somente parte dos d iscursos de campanha. Entendemos a democracia participativa aquela na q u a l os enfermeiros por fazerem parte de uma categoria profissional e conseq uentemente de u ma nagao, tem parte real na cond ugao dos interesses da classe e , por isso, tomam parte cad a qual no seu ambiente de trabalho, na constru:80 de uma nova filosofia de cia sse da qual se sentem parte.

Observou-se que no setor publico ha maior participagao do que na esfera privada . Neste

sentido podemos ressaltar que a grande causa da resistencia a participagao pode relacionar-se

com a contradigao de fu ndo entre a igualdade de todos os cidadaos na esfera publica e a desigua ldade na esfera privada . Vivemos dentro de u m sistema que nao pode funcionar senao

declarando a igualdade e apl icando a d iscrimina:ao ; um sistema que transfere a sociedade

pol ftica 0 esq uema de desigualdade da sociedade civi l , a bri ndo para os que detem 0 poder a possibilidade de fazer pol ftica com toda a forga de suas posi:oes adqu iridas no esq uema civi l da desigualdade.

Como podemos observar, a vontade de partici par e a busca pela descentra lizag80 das decisoes mostraram-se como ca minhos mais adeq uados para enfrentar os problemas mais graves e complexos da profissao . Alem d isso, ha um descontenta mento genera lizado na

(9)

B U OO , M . de L. O . et a l .

E nfermagem em rela:ao as E ntidade de Classe, especialmente com a marginaliza:ao da Categoria dos assu ntos que i nteressam a maioria e q u e sao decididos por poucos . Ass i m , podemos perceber que a participa:ao oferece vantagens para ambos, pois e l a pode se implantar tanto com objetivos de l i bera:ao e igualdade como para a manuten:ao de u m a s itua:ao de controle de mu itos para alguns.

Assi m sendo, entendemos que 0 pri ncipal objetivo da participa:ao nao e 0 q u a nto se toma parte nos orgaos de classe, mas como se toma parte e , porta nto , algumas q u estoes­ chave nos esti m u l a m a refleti r sobre a participa:ao: q u a l e 0 g rau de controle dos membros sobre as decisoes? q uaD i mportantes sao as decisoes de que se pode partici par?

Bordena ve ( 1 983) salienta a l g u ns graus q u e pode a lcan:ar a partici pa:ao n u m a

organiza:ao qualquer, do ponto de vista do menor ou maior acesso ao controle das decisoes

pelos membros, ta is como a i nforma�ao como 0 menor grau de participa:ao, seguida das

consultas acultativas e obrigatoias . Um grau mais elevado de participa:ao e a elabora�aol

recomenda�ao na qual as pessoas elabora m propostas e recomendam med idas que poderao

ser aceitas ou nao. N u m degrau su perior esta a co-gestao, no q u a l a a d m i n i stra:ao e

compartilhada mediante mecanismos de co-decisao e colegialidade. A delega�ao por sua vez

e um grau de participa:ao onde os administrados tem autonomia em certos campos ou jurisdi:oes

antes reservados aos administradores. Por fim , 0 grau mais alto da participa:ao e a autogestao ,

no q u a l 0 grupo determina seus objetivos , escolhe seus meios e esta belece os controles

pertinentes, sem referencia a uma autoridade externa .

Assim, a democracia participativa pro move a subida da popula:ao a n iveis cada vez mais elevados de participa:ao decisori a , acabando com a d ivisao de fu n:oes entre os que planejam e decidem, la em cima , e os que executam e sofrem as conseq uencias das decisoes em baixo .

C o m o entao s e explica q u e , sendo a participa:ao uma necessidade basica do homem , tao poucos enfermeiros participam real e plenamente das decisoes i m porta ntes da categoria? Que fatores cond icionam a participa:ao, isto e, facil ita m ou obstacu l izam?

Nas respostas pudemos constatar algumas considera:oes , que nos permitem d izer que a Filosofia Social da Entidade de Classe ou do gru po infl u i consid eravel mente sobre 0 a lcance da participa:ao permitid a . Ou sej a , se os representantes d a entidade permitem apenas u m papel instru mental a partici pa:ao da categori a , com certeza 0 controle permanecera s o b 0 poder de poucos em detri mento do todo e assim a participa:ao nao pode ser igualitaria e democratica q u a ndo a estrutura de poder concentra suas decisoes numa elite m i noritaria .

Aind a , outro aspecto q u e merece ser considerado relaciona-se com a d i stri bu i:ao de fun:oes, pois acreditamos que se os membros de uma categoria distribuem entre si os trabalhos da classe, permitindo, ass i m , uma estrutura de organiza:ao mais flexivel e descentra l izada , a participa:ao desenvolve-se mais natura l mente. 0 mesmo acontece com a flexib i l idade da programa:ao, pois quando todas as atividades da associa:ao estao rigidamente previstas n u m programa estabelecido , a participa:ao na tomada de decisoes deixa de s e r relevante e se reduz a decisoes trivia is da tatica operaciona l .

Desta forma , a pluralidade de entidades organizativas na Enfermagem (AB E n , COREN e

Sind icato) tem possibilitado a participa:ao dos profissionais nas q uestoes inerentes a profissao

ou tem contrib u ido para fragmentar e conseq uentemente enfraquecer ainda mais as l utas da Categoria? Embora esta seja uma questao relevante, acreditamos nao ser a u nica , pois apesar

da participa:ao ser uma necessidade basica , 0 homem nao nasce sa bendo participar. A

participa:ao e uma habi l idade que se a prende e se a perfei:o a . Alem disso, temos a tend encia de deixar que uns poucos se encarreg uem das decisoes e das atividades, reservando-nos

a penas 0 direito de criticar seu desempenho.

Cada integra nte de u m gru po deve ser responsavel por sua participa:ao e esta e mais

intensa q uando os membros de uma coletividade percebem que 0 objetivo da a:ao e relevante

para seus proprios objetivos. Precisa mos tambem levar em considera:ao que dentro de u m

(10)

gru po existem d iferen;as individ uais n o comportamento participativo.

Cada membro participa de uma maneira d iferente. Essa d iversidade de maneiras de participar e uma for;a positiva para a d i namica do grupo , mas, ao mesmo tempo, exige um esfor;o de coordena;ao e complementa;ao, que e fun;ao de todo 0 gru po e, especialmente , de suas lideran;as .

E

fu nda mental que os I fderes e agentes ed ucativos aproveitem as d iferen;as ind ividuais de forma construtiva para a melhoria da participa;ao.

CONSIDEACOES FINAlS

Ao i n iciarmos 0 estudo deste tema, nao pretendia mos esgota-Io. Desta forma , a partir

das reflexoes e de u m exerc icio intima de partici pa;ao consciente , salientamos algu mas conclusoes :

- d i sti n g u i mos neste estudo q u e a maior parte dos enfermeiros tem a penas uma participa;ao simb61ica nas Entidades Organ izativas, pois tem influencia m inima ou nenhuma nas decisoes e opera;oes das mesmas;

- entendemos as necessidades dos enfermeiros , pois como podem agir sobre uma rea l idade, para transforma-Ia sem conhece-Ia? E como con hece-Ia sem estuda-Ia? Parece haver uma g rande d istancia entre os 6rgaos e a categoria , pois a comunica;ao entre estes e precaria e confl itante . Contudo, tao i mportante como conhecer a rea lidade objetiva , e q u e a categoria conhe;a a si mesma , suas percep;oes, seus valores e cren;as, temores e aspira;oes; - tanto a participa;ao com i nten;ao pura mente integradora ou adaptadora , visando s6 0 melhora mento de u m a situa;ao especifica , ou uma i nten;ao transformadora , visando modifica;oes precisa ter algum tipo de organiza;ao de seus integrantes ;

- a com u nica;ao e fu ndamenta l para haver participa;ao seja no processo de apenas informa;ao ou no processo de dialogo . Neste sentido, a participa;ao democratica se baseia em canais institucionais e esses canais tem que ser visiveis, de amplo e facil acesso e de contato

freq uente, e seus l i m ites tem que ser clara mente defi nidos.

E

preciso que se saiba 0 que se

pode reclamar e com q u e m ;

- a capacidade para a partici pa;ao n a o e simples. Esta ca pacidade n a o s e adq u i re na sala de aula, mas numa praxis, que combina pratica , tecnica , cria;ao e teoria colocando-se ao servi;o da luta pelos objetivos de uma categoria . Neste sentido, entendemos que a participa;ao nao e um conteudo que se possa transmitir, mas uma mentalidade e um comportamento coerente, um processo ed ucativo contin uo;

- a participa;ao tem valor d iferenciado na vivencia coletiva , nao ind ividu a l , de modo que so mente se pode aprender na praxis grupa l ,ou seja, s6 se aprende a participar .. . participando; - participa;ao e u m processo de desenvolvimento da consciencia critica e de aqu isi;ao de poder;

- a participa;ao pode ser provocada e organizada, sem que isto signifique necessariamente manipu la;ao , especial mente em gru pos sociais nao acostu mados a participa;ao;

- a participa;ao pode resolver conflitos, mas tambem gera-Ios ;

- ha necessidades semelhantes tanto na esfera publica quanto privada , contudo, e preciso construir espa;os comuns, de a;ao coletiva, potica e social na area privada de modo a fortalecer e favorecer a maior partici pa;ao da categoria na l uta por seus interesses ;

- acred ita mos ainda que e preciso aproximar mais os profissionais do setor publ ico e

privado, de modo a fortalecer e organizar a categoria para 0 alcance dos objetivos comuns .. E ,

que 0 fato de serem servi;os com caracterfsticas especificas n a o i m pedem a participa;ao

coletiva da categoria .

Esp/ito Santo ( 1 997) d iz q u e a pesar do avan;o conq u istado pelos trabalhadores n a

decada de 80 (mais l i berdade e autonomia s i ndica l ) 0 atual sistema ainda esta atrelado a u m profu ndo controle estatal sobre a organiza;ao sindical e negocia;ao coletiva . I sto e detectado

(11)

B U DO , M . de L. D . et al.

media nte 0 i mposto sindical obrigatorio e a manuten:ao da u n icidade sindica l .

E

i mporta nte nos reportarmos a o s tipos de partici pa:ao citados a nteriormente por

Bordenave ( 1 983) , reafirmando que a partici pa:ao dos e nfermeiros tem side do ti po i m posta ,

uma vez que se restringe quase que exclusivamente a pagamento da anu idade obrigatoria no

COREN. Ainda nao se evo l u i u para a participa:ao vol u ntaria e espontanea relacionadas a

agrupamentos por objetivos , necessidades e metas comu n s .

Ainda de acordo com este autor, analisando os dados obtidos , pode-se dizer que 0 grau

de partici pa:ao dos enfermei ros nas suas entidades de classe ainda e peq uena e pode-se dizer, tambem, que os enfermeiros nao se i ncluem como sujeitos responsaveis pelas mudan:as

a serem efetivadas pela categori a , 0 que d ificu lta e/ou i m pede q u e os outros g raus sejam

a lca n:ados . Entreta nto , com a conscientiza:ao g rad ativa dos enfermeiros parece ser este 0 caminho: a luta por serem considerados cidadaos e , porta nto, co-responsaveis pelo destino do pa rs e da sua profissao.

ABSTRACT: This study has as its objective the discussion of the nursing professionals' responsibility regarding their participation in professional associations, such as the Brazilian Association of N u rsing (AB E n ) , the Regional Board of N u rsing and the N ursing Union. The investigation was carried out with nurses from a private and a public educational institution and a lso from a private institution of assistance. As a result, it was verified that the participation of nurses in the organizations mentioned above is still scarce , but there is already some awareness of the need for integrating them.

KEWORDS : partici pation , professional association s , n u rsing , collective responsibility

RESU M E N : Este trabajo tiene como objetivo plantear la discusi6n sobre la responsabilidad colectiva

de los enfermeros y la participaci6n en sus entidades organizativas, 0 sea , Asociaci6n Brasileia de

Enfermerfa, Consejo Regional de Enfermerfa y Sindicato de los Enfermeros. EI respectivo estudio fue real izado con enfermeros de dos instituciones de enseianza, siendo una publica y otra particular y tambiem en una instituci6n de asistencia particular. Se percibi6 que la participaci6n de los enfermeros en sus entidades organizativas todavfa es reducida , pero ya existen seiales de concientizaci6n respecto a la necesidad de integraci6n de los mismos.

PALABRAS CLAVE: participaci6 n , entidades organ izativas, enfermerfa , responsabil idad colectiva

REFER�NCIAS BIBLIOGAFICAS

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Imagem

TABELA 3  - PARTIC I PANTES SEG U N DO A FORMA D E  PARTIC I PA;AO NO CORE N .  FLORIA­
TABELA 5- PARTICIPANTES SEG U N DO  0  Q U E  PENSA SOBRE A SUA PARTIC I PA;;Ao NOS  O RGAOS DE CLASSE
TABELA 6 - PARTICIPANTES S EG U N DO OS L l M ITES QUE ENCONTRA NA SUA PART IC I PA­

Referências

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