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Consumo de benzodiazepinos sem prescrição médica entre estudantes do primeiro ano da escola de enfermagem da Universidade de Guayaquil, Equador.

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Academic year: 2017

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CONSUMO DE BENZODI AZEPI NOS SEM PRESCRI ÇÃO MÉDI CA ENTRE ESTUDANTES

DO PRI MEI RO ANO DA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNI VERSI DADE

DE GUAYAQUI L, EQUADOR

Niv ia Pinos Par edes1 Adr iana I nocent i Miasso2 Car los Renat o Tir apelli2

O obj et iv o dest e est udo foi det er m inar o consum o de benzodiazepinos sem pr escr ição em est udant es do pr im eir o ano de enfer m agem de um a univer sidade pública do Equador . Tr at a- se de um est udo t r ansver sal, descr it iv o e ex plor at ór io, com abor dagem quan t it at iv a. Um quest ionár io foi usado par a colet a dos dados. A p op u lação est u d ad a f oi com p ost a p or 1 8 1 est u d an t es. Os r esu lt ad os m ost r am q u e 1 0 , 5 % d os est u d an t es con su m ir am b en zod iazep in os sem p r escr ição m éd ica alg u m a v ez n a v id a. Do t ot al, 6 , 1 % con su m ir am n o ú lt im o an o e 3 , 9 % u sam at u alm en t e. O Diazep an f oi a BZ D m ais u sad a sem p r escr ição m éd ica, sen d o a farm ácia, o local de m aior acesso. Ent re os principais m ot ivos para o consum o de benzodiazepinos encont ram -se: insônia, ansiedade, est r esse, depr essão e pr oblem as fam iliar es ou econôm icos. O uso de benzodiazepinos com pr opósit os não- m edicinais est á r elacionado a pr oblem as de per da da m em ór ia, síndr om e de abst inência e sedação. Quando são com binados com álcool ou out ras drogas, podem levar ao com a e à m ort e. Est e est udo m ost r a as gr av es conseqüências que os benzodiazepinos podem ocasionar quando ut ilizados por est udant es de en fer m agem n o Equ ador .

DESCRI TORES: au t om edicação; r ecept or es de GABA- A; est u dan t es de en fer m agem

CONSUMPTI ON OF BENZODI AZEPI NES W I THOUT PRESCRI PTI ON AMONG

FI RST-YEAR NURSI NG STUDENTS AT THE UNI VERSI TY OF GUAYAQUI L,

SCHOOL OF NURSI NG, ECUADOR

This st udy aim ed t o det er m ine t he consum pt ion of benzodiazepines w it hout pr escr ipt ion am ong fir st -y ear st udent s fr om a nur sing school of a public Univ er sit -y in Ecuador . This is a descr ipt iv e, t r ansv er sal and ex planat or y st udy w it h a quant it at iv e appr oach. A quest ionnair e w as used for dat a collect ion. The populat ion st udied w as of 181 st udent s. The r esult s show ed t hat 10. 5% of t he st udent s had consum ed benzodiazepine w it hout pr escr ipt ion once in t heir liv es. Of t hese, 6.1% consum ed benzodiazepine in t he last y ear , and 3.9% ar e cur r ent ly consum ing it . The diazepam w as t he m ost consum ed BZD w it hout pr escr ipt ion and phar m acies, w er e t h e p lace of h ig h er access. Th e m ain r eason s f or t h e b en zod iazep in e con su m p t ion w er e: in som n ia, anx iet y , st r ess, depr ession, fam ily and econom ical pr oblem s. The use of benzodiazepines w it h non- m edicinal purposes is relat ed t o problem s such as m em ory loss, ret irem ent syndrom e and sedat ion. When benzodiazepines are consum ed j oint ly wit h alcohol or ot her drugs t hey can lead t o com a or deat h. This st udy shows t he serious consequences benzodiazepines cause w hen used by nur sing st udent s in Ecuador .

DESCRI PTORS: aut o m edicat ion; GABA- A r ecept or s; st udent s, nur sing

CONSUMO DE BENZODI ACEPI NAS SI N PRESCRI PCI ÓN MÉDI CA EN LOS/ AS

ESTUDI ANTES DE PRI MER AÑO DE LA ESCUELA DE ENFERMERÍ A DE LA

UNI VERSI DAD DE GUAYAQUI L, ECUADOR

La finalidad de est e est udio fue det erm inar el consum o de benzodiacepinas sin prescripción en est udiant es del pr im er añ o de en f er m er ía de u n a u n iv er sidad pú blica de Ecu ador . Se t r at a de u n est u dio t r an sv er sal, descr ipt iv o y ex plor at or io, con apr ox im ación cuant it at iv a. Un cuest ionar io fue usado par a la r ecolect a de los dat os. La población est udiada fue com puest a por 181 est udiant es. Los r esult ados m uest r an que el 10,5% de los est udiant es consum ió benzodiacepinas sin pr escr ipción m édica alguna v ez en la v ida. Del t ot al, el 6 , 1 % consum ió en el últ im o año y el 3, 9% usan act ualm ent e. El Diazepan fue la BZD m ás usada sin pr escr ipción m éd ica, sien d o la f ar m acia el local d e m ay or acceso. En t r e los p r in cip ales m ot iv os p ar a el con su m o d e benzodiacepinas se encuent r an: insom nio, ansiedad, est r és, depr esión y pr oblem as fam iliar es o económ icos. El u so d e b en zod iacep in as con p r op ósit os n o- m ed icin ales est á r elacion ad o a p r ob lem as d e p ér d id a d e la m em or ia, sín dr om e de abst in en cia y sedación . Cu an do son com bin ados con alcoh ol u ot r as dr ogas, pu eden llevar a la com a y a la m uert e. Est e est udio m uest ra las graves consecuencias que las benzodiacepinas pueden ocasionar cuando ut ilizados por est udiant es de enfer m er ía en Ecuador .

DESCRI PTORES: au t om edicación ; r ecept or es GABA- A; est u dian t es de en fer m er ía

(2)

I NTRODUÇÃO

O

u so d e m ed i cam en t o s sem p r escr i ção m édica t em sido um a prát ica freqüent e em t odos os t em pos e cult uras, com caract eríst icas próprias. Est a “ prática tem se transform ado em um a habilidade para sat i sf azer su as p r ó p r i as n ecessi d ad es d e saú d e, com part ilhar rem édios com os m em bros da fam ília e com o circulo social, e utilizar rem édios que sobraram de out ras prescrições”( 1).

O co n su m o i l e g a l d o s b e n zo d i a ze p i n o s represent a um risco para a saúde, devido à falt a de infor m ação adequada. Est a sit uação pode m ascar ar um a doença ou com plicar um quadro sintom atológico, podendo r et ar dar o per íodo de r ecuper ação. Nesse sent ido, é im port ant e dest acar que a aut om edicação isolada pr odu z u m con su m o n ociv o e in desej áv el. Est a s d r o g a s, q u e p e r t e n ce m a o g r u p o d o s t r anqüilizant es m enor es, devido a seu am plo poder t er apêut ico, são m ot iv o de abuso e de pr escr ições excessivas na prát ica m édica geral ( 2- 3).

Co m o d e p r e sso r e s d o si st e m a n e r v o so cent ral, desenvolvem t olerância às poucas sem anas d e t r a t a m e n t o . A se d a çã o e so n o l ê n ci a p o d e m o ca si o n a r d e t e r i o r a çã o d a s f u n çõ e s m e n t a i s e m o t o r a s, d i m i n u i r a ca p a ci d a d e d e a t e n çã o , co n ce n t r a çã o e d e ci sã o , e ca u sa r a m n é si a a n t e r ó g r a d a . Po r t a n t o , é i m p o r t a n t e ch a m a r a at enção sobre esses efeit os, que podem apresent ar-se por sobredoar-se, e quando com binadas com out ros depressores do SNC( 2). Produzem dependência física

q u an d o u sad as p or lon g os p er íod os d e t em p o, e quando suspensos de form a abrupta podem ocasionar a síndrom e de abst inência ( 4). A int oxicação aguda,

a ci d e n t a l o u su i ci d a co m e st a s d r o g a s é m u i t o freqüent e, em bora a m ort alidade por sobredose sej a m uito baixa ( inferior a 1% )( 5). É tam bém utilizada para

t r a n st o r n o s f ó b i co s, d e p â n i co , e st r e sse p ó s-t r au m ás-t ico, s-t r an ss-t or n os con v u lsiv os, sín d r om e d e abst in ên cia do álcool e bar bit ú r icos, em cr ises de i n sô n i a , e t a m b é m e m ca so s d e a n si e d a d e ( m undialm ent e ut ilizado)( 6).

Ex ist e gr ande quant idade de infor m ação a r espeit o de dr ogas t ais com o o álcool, o t abaco, a m aconha e a cocaína, entre as principais. Ressaltam -se as est at íst icas sob r e o u so, ap esar d o p ou co in t er esse d e p esq u isad or es, n ão ap en as p or su a im port ância, m as sim pelas conseqüências que delas se d er iv am . Cab e d est acar q u e a f alt a d e d ad os quant it at ivos favorece a escassa inform ação sobre a t em át ica.

A v en d a l i v r e d e f á r m a co s t em cr esci d o m undialm ente, e as instituições controladoras não são su f i ci e n t e m e n t e r íg i d a s p a r a d e t e r e ssa e sp i r a l ascendent e, que t om a car act er íst icas de epidem ia. Esse fat o per m it e ev idenciar que a aut om edicação est á present e na população em geral: t rabalhadores, d o n a s d e ca sa , e st u d a n t e s d a á r e a m é d i ca , u n iv er sit ár ios e p r of ission ais – d est acan d o- se os profissionais da saúde, nos quais esta prática é m uito habit ual. Considerando que os profissionais da saúde possuem conhecim ent os, m aior acesso a inform ação so b r e sa ú d e , e t a m b é m a su a r e l a çã o co m o s m e d i ca m e n t o s, o s q u a i s t ê m si d o f a t o r e s det erm inant es para fazer dest a prát ica um hábit o.

Tr a d i ci o n a l m e n t e a Am é r i ca La t i n a f o i consider ada com o um a das r egiões que abast ece e fav or ece o t r ânsit o de dr ogas par a o m undo, m as n os ú lt im os an os t em ex p er im en t ad o u m a r áp id a t r ansição, deix ando de ser um a r egião m er am ent e p r o d u t o r a p a r a p a ssa r a se r co n su m i d o r a ( 7 ).

Obser v am - se dados sobr e o cr escent e aum ent o no u so i l e g a l d e a n si o l ít i co s ( t r a n q ü i l i za n t e s) e an f et am i n as n as ár eas u r b an as e p er i f ér i cas d a Am érica do Sul, sit uação que vem sendo favorecida pela prescrição sem receita m édica, ou pela prescrição i r r a ci o n a l d e p r e p a r a d o s f a r m a cê u t i co s co m su b st â n ci a s p si co t r ó p i ca s, co m o e f e i t o d e desenv olv er a dependência ( 8). São dr ogas de fácil

acesso em dr ogar ias e far m ácias, por ser em u m a alt er n at iv a p ar a m elh or ar d iv er sos p r ob lem as d e saúde, obser v ando- se um a t endência gener alizada p a r a a a u t o m e d i ca çã o . Assi m , p a ssa - se d e u m m edicam en t o par a ou t r o, de acor do com doses e freqüências est abelecidas pelo próprio indivíduo.

Or ganism os int er nacionais consider am que os diagnóst icos sobre o uso de drogas na população escola, const it uem - se em um dos inst rum ent os m ais eficientes para obter conhecim ento, não apenas sobre a sit uação pr oblem át ica at ual, m as t am bém , com o um a base que prevê o consum o de drogas no futuro( 9).

(3)

Co l ô m b i a , co m 7 , 1 % , 7 , 0 % e , 6 , 4 % , r espect iv am ent e( 10).

Em 2003, estudos em sete países m ostraram que a droga de m aior consum o no Paraguai é Jarra l o u ca ( m i st u r a d e á l co o l co m t r a n q ü i l i za n t e ) , com binação per igosa, pois pot encializa seus efeit os sedativos. Na República Dom inicana, os tranqüilizantes consum idos sem pr escr ição m édica apar ecem com altos índices no ultim o ano, sendo 12,8% para o caso das m ulher es e 6, 5% par a os hom ens ( 1 1). É um a

problem át ica não apenas em nível escolar, pois t em -se ob-ser v ado um aum ent o no abuso por par t e de adult os – em especial, de benzodiazepinos, os quais são m uit as vezes m ist urados com álcool ( 12).

No Eq u a d o r, em 1 9 9 8 , a p r ev a l ên ci a n o consum o de tranqüilizantes em nível escolar registrou 6,6% a m ais que os estim ulantes ( 3,6% ) , e m édia de idade para o inicio de 14,3 anos. O com port am ent o de consum o quant o ao sexo não m ost rou diferença significativa, sendo 8,2% para o sexo fem inino e 8% para o sexo m asculino. Mesm o assim , 23% dos pais dos ent revist ados usam com prim idos para ansiedade ( dorm ir, tranqüilizar- se, sentir- se bem , entre outros)( 9).

Est e com port am ent o dos pais pode ser considerado com o um exem plo que influi na incidência de cert os com port am ent os nos filhos.

Pa r a 2 0 0 2 , o Eq u a d o r m o st r o u u m a p r ev a l ên ci a n o co n su m o d e t r a n q ü i l i za n t e s, e m est udant es de ensino m édio de 5,9% , sendo a idade m édia para o prim eiro consum o 13,6 anos; ressalt a-se que 51,1% da população entrevistada o usava sob pr escr ição m édica( 9), sit uação que r ev ela um a alt a

porcent agem de est udant es usam est as subst âncias de form a suspeita. Pesquisas nacionais realizadas em 2 0 0 5 dest acam qu e o u so de t r an qü ilizan t es sem pr escr ição m édica f oi m aior par a os est im u lan t es ( 6,1% ) , sendo a idade para o prim eiro consum o de 13 anos e 4 m eses( 9)

.

Os estudantes de enferm agem , com o pessoas j ovens e com fut uro profissional na área da saúde, en co n t r a m - se i m er so s em u m co n t ex t o cu l t u r a l inexorável, que favorece o contato com drogas legais e ilegais ( 12). Portanto, pesquisar este recurso hum ano

é um desafio a se ex plorar, pois é um a população vulner ável par a a aut om edicação.

O cenário da prát ica docent e t em perm it ido à p e sq u i sa d o r a o b se r v a r o co m p o r t a m e n t o d o s est udant es: seus anseios; problem as, inseguranças, t em ores e a ansiedade perant e a im possibilidade de enfrent á- la, além da t om ada decisões. São sit uações

que os levam , algum as vezes, a usar m edicam ent os com a finalidade de aliviar m om ent os de desconfort o de form a inst ant ânea. Const it uindo est es fat ores em m ot iv os par a o pr esent e est udo, são os ob j et iv os: d e t e r m i n a r o u so d e BZ D se m p r e scr i çã o n o s est u d an t es d o p r i m ei r o an o d e En f er m ag em ; as ca r a ct e r íst i ca s so ci o d e m o g r á f i ca s, o s t i p o s d e benzodiazepinos, a freqüência, a dose, o m otivo e as for m as de acesso.

METODOLOGI A

Estudo transversal, descritivo e, exploratório, com en f oqu e qu an t it at iv o, eealizado n a Escola de Enferm agem da Universidade de Guayaquil, Equador. A popu lação f oi com post a por 1 8 1 est u dan t es do pr im eir o ano de enfer m agem , de am bos os sex os, m a i o r e s d e 1 8 a n o s d e i d a d e , r e g u l a r m e n t e m at r iculados na unidade acadêm ica e assist indo às a u l a s co m o p a r t e d o s g r u p o s Re g u l a r e Com plem entar. O prim eiro grupo, na sua m aioria, não t rabalha, dispondo de t em po suficient e para cum prir com as lab or es acad êm icas q u e a su a f or m ação d e m a n d a . En t a n t o , o se g u n d o g r u p o , t a m b é m d e n o m i n a d o d e g r u p o d e p r o f i ssi o n a l i za çã o d e Auxiliares de Enferm agem , foi criado com o um m eio par a facilit ar o seu acesso à licenciat ur a, m elhor ar se u n ív e l d e co n h e ci m e n t o s e a q u a l i d a d e n o s cuidados, par a dest a for m a conseguir um pr ocesso d e r e n o v a çã o n o g r u p o d e e n f e r m a g e m . Est e s cum prem diversos papéis ( pai, m ãe, t rabalhadores e e st u d a n t e s) . Re ssa l t a - se q u e o s e st u d o s sã o t ot alm ent e aut ofinanciados pelo est udant e ( m at rícula e par celas) .

O i n st r u m e n t o d a e n t r e v i st a f o i u m Questionário de Histórico sobre Drogas Psicoativas( 13),

o qual foi adapt ado às necessidades do est udo, com pergunt as est rut uradas, com post o de caract eríst icas d o en t r ev ist ad o e p er g u n t as g er ais e esp ecíf icas referentes ao consum o de BZD, com posto por 25 itens no t ot al.

(4)

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Part iciparam dest a pesquisa 181 est udant es do prim eiro ano de enferm agem , sendo classificados com o grupos Regular e Com plem ent ar.

Na Tab ela 1 ob ser v a- se q u e, d o t ot al d e e st u d a n t e s, 1 1 0 ( 6 0 , 8 % ) r e sp o n d e r a m n ã o t e r con su m id o BZ D, e 2 0 ( 1 1 % ) n ão r esp on d er am à pergunt a. Som adas am bas as cifras observa- se um a porcent agem significat iva ( 71,8% ) , o que pode levar a su p or q u e as r esp ost as n ão f or am sin cer as. O consum o por prescrição m édica foi de 14 ( 7,7% ) ; 19 ( 10,5% ) o usar am algum a v ez sem pr escr ição; 11 ( 6 , 1 % ) u sar am n o ú lt im o an o e at é o m om en t o ( durant e as ent revist as, 7 ( 3,9% ) est udant es) . Est es r esu lt ados con v er gem com est u dos in t er n acion ais

( 10,14), e, em nível local, com um estudo experim ental

realizado com est udant es universit ários ( 15).

Ta b e l a 1 - Co n su m o d e BZ D e m e st u d a n t e s d o prim eiro ano. Guayaquil, Equador, 2007

Co m r e sp e i t o a o co n su m o d e b en zod iazep in os sem p r escr ição seg u n d o o sex o, o b se r v a - se q u e a l a cu n a e n t r e o co n su m o d a s m ulheres é alta com respeito aos hom ens, 35 ( 94,6% ) r espect iv am ent e. São r esult ados significat iv os, que convergem com outros estudos nos quais as m ulheres preferem o consum o de drogas m edicam ent osas sem prescrição( 12,16).

Na Ta b e l a 2 o b se r v a - se q u e , d o s 2 0 estudantes do curso Regular que reportaram consum o de BZD sem pr escr ição, 5 t r abalh av am , en qu an t o q u e , d o s 1 7 a l u n o s d o Co m p l e m e n t a r, t o d o s t r abalhav am e er am Aux iliar es de Enfer m agem . O local de t r abalho foi na sua m aior ia hospit ais, nos quais, 12 ( 70, 6% ) at uav am na Em er gência e UTI ; 47,1% em unidades alt am ent e crit icas e de grande

est resse com o psiquiat ria; e 8 em horários not urno. Est e s f a t o s, p o d e m a f e t a r se u d e se m p e n h o a ca d ê m i co , p r o v o ca n d o a l t e r a çõ e s e d i sf u n çõ e s d u r an t e o d ia ocasion ad os p ela m u lt ip licid ad e d e papéis que dev em cum pr ir, além de m encionar os b a i x o s sa l á r i o s. É f á ci l e n t e n d e r a so b r e ca r g a econôm ica e em ocional que atravessam , situação que p o d e l e v a r à d e se r çã o d a ca r r e i r a – f e n ô m e n o o b se r v a d o ca d a v e z m a i s n a s u n i v e r si d a d e s, considerando que os est udant es procuram por ofícios o u t r a b a l h o s q u e l h e s o f e r e ça m co n d i çõ e s econôm icas, laborais e sociais m ais dignas( 17).

Ta b el a 2 - Uso d e BZ D sem p r escr i çã o m éd i ca , segundo v ar iáv eis socioeconôm icas, em est udant es do prim eiro ano de enferm agem . Guayaquil, Ecuador, 2007

Segundo os dados da Tabela 3, o BZD m ais consum ido sem prescrição, é o Diazepan, com 40% par a am bos os gr u pos de est u dan t es, segu ido do Alprazolan com 20% para o Grupo Regular, e 17,6% p a r a o Co m p l e m e n t a r, se n d o r e su l t a d o s q u e cor r elacion am com est u d os r ealizad os em ou t r os p a íse s( 1 4 ). Re ssa l t a - se q u e o u t r o s e st u d o s

m encionaram o uso de Flunit razepan.

Uso de BZD Curso regular

Curso

complementar Total

n % n % n %

Com prescrição 5 4.1 9 15.5 14 7.7

Sem prescrição

Alguma vez 11 8.9 8 13.8 19 10.5

Usou no último

ano 6 4.9 5 8.6 11 6.1

Uso actual 3 2.4 4 6.9 7 3.9

Não usam 86 69.9 24 41.4 110 60.8

Não responderam 12 9.8 8 13.8 20 11

Total 123 100 58 100 181 100

Variáveis

Regular (n=5)

Complementário (n=17)

Total (n=22)

n % n % n %

Trabalho- Local

Hospital 1 20 12 70.6 13 59.1

Centro de saúde 0 0 1 5.9 1 4.5

Consultório 2 40 1 5.9 3 13.6

Clínica 0 0 3 17.6 3 13.6

Outros 2 40 0 0 2 9.1

Unidade

Emergência 1 20 4 23.5 5 22.7

UTI 0 0 4 23.5 4 18.2

Psiquiatria 1 20 3 17.6 4 18.2

Clínica 1 20 3 17.6 4 18.2

Ginecologia 1 20 1 5.9 2 9.1

Pediatria 1 20 2 11.8 3 13.6

Cargo

Auxiliar 2 40 17 100 19 86.4

Atendente 3 60 0 0 3 13.6

Horário

7 - 13 2 40 3 17.6 5 22.7

7 -15 0 0 6 35.3 6 27.3

15 - 23 1 20 0 0 1 4.5

23 - 7 2 40 8 47.1 10 45.4

Salário Mensal $

Menos de 100$ 1 20 2 11.8 3 13.6

101-200$ 2 40 7 41.2 9 40.9

201-300$ 1 20 5 29.4 6 27.3

301-400$ 1 20 2 11.8 3 13.6

(5)

25

20

25

15 15

35,29

23,53 23,53

5,88 11,76

0 5 10 15 20 25 30 35 40

Insônia Estresse Ansiedade Depressão Outros

Regular Complementar

Tabela 3 – BZD de m aior consum o sem pr escr ição em est udant es do prim eiro ano. Guayaquil, Equador, 2007

Com respeit o ao m ot ivo do consum o, 35,3% dos est udant es do cur so Com plem ent ar e 25% dos est u d an t es d o cu r so Reg u lar r ef er em à in sôn ia e dist úr bios no sono, sendo um a das sint om at ologias com m aior incidência nas pesquisas encont radas. A incidência dest a sint om at ologia é alt a, e det er ior a not avelm ent e a qualidade de vida das pessoas que dela padecem , apresentando conseqüências negativas nas at iv idades fam iliar es, labor ais e sociais ( 18). A

an siedade é a segu n da cau sa de u so, segu ida da d ep r essão e d o est r esse, al ém d e m en ci o n ar em p r ob lem as econ ôm icos, f am iliar es, lab or ais e d e est udo ( Figura 1) .

Figura 1 - m otivo de consum o de BZD sem prescrição, est udant es do prim eiro ano, EEUG, Guayaquil, 2007

Na Fi g u r a 2 , se ev i d ên ci a q u e 5 0 % d o s e st u d a n t e s o b t i v e r a m a s BZ D n a s f a r m á ci a s, m o st r a n d o - se a m e sm a t e n d ê n ci a e v a l o r e s significativos j á observados ( 14). O papel das farm ácias

co m o “ v e n d e d o r e s” d e m e d i ca m e n t o s d e v e se r investigado e controlado, com a finalidade de dim inuir o con su m o ir r espon sáv el de f ár m acos ( 1 9 ). Ou t r os

m eios de obt er essas drogas são: am igos, caixas de r em éd ios e acesso a am ost r as m éd icas en t r e os est udant es do gr upo Com plem ent ar que t r abalham em inst it uições de saúde.

Figura 2 – Local de aquisição de BZD sem prescrição, em est udant es do pr im eir o ano, EEUG, Guay aquil, Equador, 2007

CONCLUSÕES

- A aut om edicação com BZD é um a prát ica que est á present e nos est udant es de enferm agem ;

- Os grupos pesquisados, na sua m aioria, são j ovens, em especial os per t en cen t es ao gr u po Regu lar. O g r u p o Co m p l e m e n t a r, a l é m d e cu m p r i r co m a s at iv idades acadêm icas, t r abalha com o aux iliar es de Enferm agem , em especial em hospit ais, at uando em áreas crít icas com o em ergência e UTI , unidades que g e r a m e st r e sse co m o p si q u i a t r i a , e m p l a n t õ e s n ot u r n os, com salár ios b aix os q u e n ão p er m it em cobrir as necessidades básicas. Talv ez est es fat ores se j a m co n d i ci o n a n t e s p a r a o co n su m o se m pr escr ição;

- O Diazepan foi o benzodiazepino de m aior consum o sem prescrição m édica, sendo a farm ácia o local de m aior acesso, seguido de am igos e am ostras m édicas; - Os principais m otivos para o consum o foram : insônia, ansiedade, est resse, depressão, e out ros problem as: fam iliares, econôm icos, laborais e de est udo; - O t em po de consum o foi de 3,6 m eses em m édia, caract erizado por freqüência e dose variável, o que d en o t a a f al t a d e i n f o r m ação so b r e o p er i g o d a aut om edicação e seus efeit os indesej áv eis. A única f o r m a d e r e v e r t e r e st a si t u a çã o é e l e v a r o s co n h e ci m e n t o s d o s f u t u r o s p r o f i ssi o n a i s d e Enferm agem , pois espera- se que valorizem os riscos e benefícios no m om ent o de cuidar da sua saúde, dos pacient es, da fam ília e da com unidade.

BZD mais consumido

Curso

regular complementárioCurso Total

n % n % n %

Clonazepan 2 10 2 11.8 4 10.8

Lorazepan 2 10 2 11.8 4 10.8

Diazepan 8 40 7 41.1 15 40.6

Alprazolan 4 20 3 17.6 7 18.9

Bromazepan 2 10 2 11.8 4 10.8

Ketazolan 1 5 1 5.9 2 5.4

Outros 1 5 0 0 1 2.7

Total 20 100 17 100 37 100

50

10

15

10

15 47,1

17,6 17,6

5,9

11,8

0 10 20 30 40 50 60

Farmácia Amostra

médica

Amigos Familiares Caixas de

(6)

REFERÊNCI AS

1. De Loyola A, Uchoa E. Prevalecía y fact ores asociados a au t om edicación. Resu lt ados del Pr oy ect o de Bam bu í. Rev Saúde Pública 2 0 0 2 ; 3 6 ( 1 ) : 5 5 - 6 2 .

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AGRADECI MENTOS

Ag r ad ecem os a Com issão I n t er am er ican a p a r a o Co n t r o l e d o Ab u so d e D r o g a s/ CI CAD d a Su b secr et ar ia d e Seg u r an ça Mu lt id im en sion al d a Or g a n i za çã o d o s Est a d o s Am e r i ca n o s/ OEA, a Secret aria Nacional Ant idrogas/ SENAD, aos docent es d a Esco l a d e En f er m a g em d e Ri b ei r ã o Pr et o d a Univ er sidade de São Paulo, Cent r o Colabor ador da

OMS p a r a o d e se n v o l v i m e n t o d a p e sq u i sa e m enferm agem , a população da am ost ra dos est udos e aos represent ant es dos oit o países Lat inoam ericanos que participaram do I e I I Program a de Especialização On - l i n e d e Ca p a ci t a çã o e I n v e st i g a çã o so b r e o Fen ôm en o d as Dr og as - PREI NVEST of er ecid o n o b iên io 2 0 0 5 / 2 0 0 6 p ela Escola d e En f er m ag em d e Ribeir ão Pr et o, da Un iv er sidade de São Pau lo, n a m odalidade de ensino a dist ância.

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