• Nenhum resultado encontrado

Indicadores das condições nutricionais na região Polonoroeste: V. Desnutrição protéico-energética e parasitoses intestinais em um grupo de crianças de 3 a 72 meses de idade da cidade de Mirassol D'Oeste, Mato Grosso, Brasil.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Indicadores das condições nutricionais na região Polonoroeste: V. Desnutrição protéico-energética e parasitoses intestinais em um grupo de crianças de 3 a 72 meses de idade da cidade de Mirassol D'Oeste, Mato Grosso, Brasil."

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Rev. Inst. Med. trop. São Paulo 30 (3):192-196, maio-junho, 1988

INDICADORES DAS CONDIÇÕES NUTRICIONAIS NA REGIÃO

POLONOROESTE. V. DESNUTRIÇÃO PROTÉICO-ENERGÉTICA

E

PARASITOSES INTESTINAIS EM UM GRUPO DE CRIANÇAS DE

3

A

72

MESES

DE IDADE DA CIDADE DE MIRASSOL D O E S T E , MATO GROSSO, BRASIL (1)

M.Q. LATORRAGA ( 2 ) ; S.M.P. MEIRELLES (3) & J.S. MARCHINI (4)

R E S U M O

E s t e t r a b a l h o t e m p o r o b j e t i v o c a r a c t e r i z a r a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a a s s o c i a d a a p a r a s i t o s e i n t e s t i n a l e m g r u p o de 149 c r i a n ç a s de a m b o s os s e x o s , n a faix a e t á r i a d e 3 a 72 m e s e s , d a c i d a d e d e M i r a s s o l D ' O e s t e , n a r e g i ã o d o P r o j e t o P o l o -n o r o e s t e e m M a t o G r o s s o . D e c a d a c r i a -n ç a f o r a m c o l e t a d o s os s e g u i -n t e s d a d o s : se-x o , p e s o , i d a d e e a m o s t r a d e fezes p a r a e se-x a m e p a r a s i t o l ó g i c o . O s d a d o s p e s o / i d a d e o b t i d o s f o r a m a n a l i s a d o s pelos critérios d e G O M E Z . Utilizou-se c o m o p a d r ã o d e referência o N a t i o n a l C e n t e r for H e a l t h Statistic ( N C H S ) . P a r a d i a g n ó s t i c o d o s p a r a -sitas i n t e s t i n a i s e x e c u t o u - s e o m é t o d o d e H o f f m a n , P o n s e J a n e r . O g r u p o e s t u d a d o c o n s t i t u i s e e m s u a m a i o r i a d e c r i a n ç a s d e s n u t r i d a s , s e n d o a f o r m a leve d e d e s n u t r i -ç ã o m a i s c o m u m q u e as f o r m a s m o d e r a d a e g r a v e . A s e n t e r o p a r a s i t o s e s f o r a m enc o n t r a d a s e m 6 9 % d a s a m o s t r a s e x a m i n a d a s . A "Giardia l a m b l i a " foi o p r o t o z o á -rio m a i s c o m u m e o " A n c i l o s t o m í d e o " o h e l m i n t o m a i s e n c o n t r a d o . O teste X2 n ã o

m o s t r o u r e l a ç ã o d e d e p e n d ê n c i a e n t r e o e s t a d o n u t r i c i o n a l e a f r e q ü ê n c i a d e e n t e r o -p a r a s i t o s e s .

U N I T E R M O S : D e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a , p a r a s i t o s e s i n t e s t i n a i s .

I N T R O D U Ç Ã O

A d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a a f e t a g r a n d e s p r o p o r ç õ e s d a p o p u l a ç ã o infantil n o s países e m d e s e n v o l v i m e n t o6-1 3>6 5. V á r i o s s ã o os

f a t o r e s c a u s a i s d a d e s n u t r i ç ã o , m a s a d i e t a i n a -d e q u a -d a , seja p e l a falta -d e n u t r i e n t e s o u p o r u m d e s e q u i l í b r i o e n t r e eles, g e r a l m e n t e c o n s t i -tui c a u s a b á s i c a6-I 3. E n t r e t a n t o , o u t r o s p r o b l e

m a s c o m o as e n t e r o p a r a s i t o s e s p o d e m a t u a r c o -m o f a t o r e s c o a d j u v a n t e s6-8<1 3-1 7.

A s e n t e r o p a r a s i t o s e s e n c o n t r a m s e a m p l a -m e n t e d i f u n d i d a s p e l o -m u n d o , c o n s t i t u i n d o - s e n u m d o s m a i s s é r i o s p r o b l e m a s d e s a ú d e p ú b l i c a4- 7> 1 7-2 4. P o d e m ser c o n s i d e r a d a s c o m o

r e s u l t a n t e s d a p o b r e z a , i n s a l u b r i d a d e e

ineficá-(1) Trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Pesquisa cm Saúde Coletiva do Polonoroeste. Convênio n'' 700.10.0/83 — C N P q / U F M T / S E S - M T . Desenvolvido pelo Núcleo de Desenvolvimento em S a ú d e / C C B S / U F M T , Cuiabá, M T .

(2) Professora Auxiliar do Departamento de Nutrição.

(3) Professor Adjunto-Doutor do Departamento de Medicina da U F M T .

(4) Professor Assistente Doutor da Disciplina de Nutrologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto — Professor Pesquisador do C N P q .

(2)

cia d o s serviços d e s a n e a m e n t o , c o n d i ç õ e s c o m u n s e m v a s t o s setores d a p o p u l a ç ã o , c a r a c t e -r i z a n d o o a t -r a s o social e e c o n ô m i c o4. D e u m a

m a n e i r a g e r a l , os p a r a s i t a s i n t e s t i n a i s p r o v o -c a m m a n i f e s t a ç õ e s -clíni-cas -c o m o a n o r e x i a , n á u s e a s , v ô m i t o s , d i a r r é i a , e p r i v a m o o r g a n i s m o h u m a n o d e n u t r i e n t e s , p e l a c o m p e t i ç ã o p e -lo a l i m e n t o c o m o h o s p e d e i r o , p o d e n d o ser u m f a t o r p r e c i p i í a n t e o u a g r a v a n t e d a d e s n u t r i ç ã o7

-17, 2 2 .

A c o e x i s t ê n c i a desses f a t o r e s ( d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g é t i c a e e n t e r o p a r a s i t o s e s ) é u m a d a s p r i n c i p a i s c a u s a s de m o r b i d a d e e m o r t a l i -d a -d e infantil n o s países -d e T e r c e i r o M u n -d o1 7.

N e s s a s p o p u l a ç õ e s os coeficientes d e m o r b i d a -d e e m c r i a n ç a s -d e 1 a 4 a n o s s ã o -d e 30 a 40 vezes m a i s a l t o s q u e n a s n a ç õ e s d e s e n v o l v i d a s , s e n d o q u e 5 0 % d a s c r i a n ç a s m e n o r e s d e 5 a n o s m o r -r e m a n t e s de c o m p l e t a -r e m essa i d a d e1 7.

D i a n t e d a i m p o r t â n c i a e m a g n i t u d e d o s p r o b l e m a s n u t r i c i o n a i s e d e p a r a s i t o s e s intesti-n a i s em d i v e r s o s l o c a i s , e t e intesti-n d o e m vista a escassez d e i n f o r m a ç õ e s a r e s p e i t o d e tais p r o b l e m a s n a r e g i ã o d o P o l o n o r o e s t e , o p r e s e n t e t r a b a l h o c a r a c t e r i z o u a d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o -e n -e r g é t i c a -e -e n t -e r o p a r a s i t o s -e s -e m u m g r u p o d -e c r i a n ç a s d e 3 a 72 m e s e s , d a c i d a d e d e M i r a s s o l D ' O e s t e , E s t a d o d o M a t o G r o s s o .

M A T E R I A L E M É T O D O S

F o r a m e s t u d a d a s 149 c r i a n ç a s n a faixa etária de 3 a 72 m e s e s d e M i r a s s o l D ' O e s t e , m u n i -cípio p e r t e n c e n t e à á r e a d e a b r a n g ê n c i a d a " P e s q u i s a e m S a ú d e P ú b l i c a n o P o l o n o r o e s t e " , e m n o v e m b r o d e 1 9 8 31 4. O m o

delo a m o s t r a i u t i l i z a d o p a r a a seleção d e c r i a n ças foi p r o b a b i l í s t i c o e e s t r a t i f i c a d o e m m ú l t i -p l o s e s t á g i o s1 4- 2 i .

A c o l e t a d a i d a d e e p e s o o b e d e c e u as r e c o -m e n d a ç õ e s d e J E L L I F F E ^ c o -m a d a p t a ç õ e s r e a l i z a d a s p e l o D e p a r t a m e n t o d e N u t r i ç ã o d a F a c u l d a d e d e S a ú d e P ú b l i c a d a U n i v e r s i d a d e d e S ã o P a u l o1 6. O s d a d o s p e s o / i d a d e o b t i d o s

fo-r a m a n a l i s a d o s p e l o s cfo-ritéfo-rios d e G O M E Z1 0.

U t i l i z o u s e c o m o p a d r ã o d e r e f e r ê n c i a o N a t i o -n a l C e -n t e r H e a l t h Statistics ( N C H S )1 1 1 9.

P a r a d i a g n ó s t i c o s d o s p a r a s i t a s i n t e s t i n a i s foi e x e c u t a d o o m é t o d o d e H o f f m a n , P o n s e J A N E R1 8. O r e s u l t a d o d a presença de cistos, ovos

e l a r v a s d o m a t e r i a l e x a m i n a d o foi e x p r e s s o se-g u n d o a q u a n t i d a d e e x i s t e n t e . U s o u - s e o sinal

de c r u z p a r a e x p r e s s a r a i n t e n s i d a d e d a infesta-ç ã o .

Q u a n d o n e c e s s á r i o foi a p l i c a d o o teste q u i - q u a d r a d o p a r a verificar a a s s o c i a ç ã o e n t r e o s d a d o s a n t r o p o m é t r i c o s e e n t e r o p a r a s i t o s e s3.

A d o t o u - s e e m t o d o s o s c a s o s o nível de p < 0,05 p a r a e x c l u s ã o d a h i p ó t e s e .

R E S U L T A D O S

D e a c o r d o c o m a classificação de G O M E Z , d a s 149 c r i a n ç a s a v a l i a d a s 4 8 % e r a m e u t r ó f i -c a s , 5 2 % e r a m d e s n u t r i d a s , -c o m m a i o r fre-q ü ê n c i a p a r a o t i p o leve, c o m o m o s t r a a t a b e l a 1. A o b s e r v a ç ã o s e g u n d o o sexo revela p r e d o -m í n i o d e d e s n u t r i ç ã o n o sexo -m a s c u l i n o s e n d o 4 8 % d o s c a s o s c o n s i d e r a d o s leves e 1 0 % m o d e -r a d o s . N o sexo f e m i n i n o os d e s n u t -r i d o s s o m a m 4 6 % s e n d o 4 2 % d o s c a s o s c o n s i d e r a d o s leves, 3 % m o d e r a d o s e 1 % g r a v e ( t a b e l a 1).

Verificou-se q u e d a s 149 a m o s t r a s d e fezes e x a m i n a d a s , 6 9 % e s t a v a m p a r a s i t a d a s , s e n d o 3 8 % c o m u m a espécie d e p a r a s i t a e 3 3 % esta-v a m p o l i p a r a s i t a d a s ( t a b e l a 2 ) .

O s r e s u l t a d o s d a t a b e l a 3 m o s t r a m q u e a Giardia lamblia foi o p r o t o z o á r i o m a i s c o m u m , e n c o n t r a d a e m 4 2 d a s 149 a m o s t r a s de fezes e x a m i n a d a s , s e g u i d a d a E n t a m o e b a hystolitica e E n t a m o e b a coli, e n q u a n t o q u e o A n c i l o s t o m í -d e o foi o h e l m i n t o m a i s e n c o n t r a -d o .

A t a b e l a 4 m o s t r a d e u m a m a n e i r a geral a r e l a ç ã o e n t r e o e s t a d o n u t r i c i o n a l e a f r e q ü ê n c i a d e p a r a s i t a s i n t e s t i n a i s n a s c r i a n ç a s e s t u d a d a s . O teste q u i - q u a d r a d o a p l i c a d o m o s t r a u m a n ã o a s s o c i a ç ã o e n t r e e s t a d o n u t r i c i o n a l e f r e q ü ê n c i a d e p a r a s i t o s e s i n t e s t i n a i s .

N a t a b e l a 5 a r e l a ç ã o e n t r e e s t a d o n u t r i c i o -n a l e a i -n t e -n s i d a d e d e i -n f e s t a ç ã o p o r Giardia lamblia é m o s t r a d a . O teste q u i - q u a d r a d o n ã o e v i d e n c i o u u m a r e l a ç ã o significativa e n t r e o es-t a d o n u es-t r i c i o n a l e a i n es-t e n s i d a d e d a i n f e s es-t a ç ã o p o r esse p a r a s i t a .

(3)

T A B E L A 1

Desnutrição protéico-energética segundo o sexo em u m grupo de crianças de 3 a 72 meses da cidade de Mirassol

D'Oeste-MT (Classificação de G o m e z ) . N o v e m b r o , 1 9 8 3 .

Sexo

E s t a d o Masculino Feminino Total

Nutricional N ? % N ? % N ? %

Eutrofia 37 44 35 54 72 4 8

Desnutrição I 39 46 27 4 2 66 4 4

Desnutrição II 08 10 02 03 10 07

Desnutrição III - - 0 1 01 01 01

T O T A L 84 100 65 100 149 100

T A B E L A 2

Parasitoses intestinais em u m grupo de crianças de 3 a 72 meses da cidade de Mirassol D'Oeste-MT.

N o v e m b r o , 1 9 8 3 .

Freqüência de Parasitas N 9 %

Crianças n/ parasitadas 46 31

Crianças com 1 parasita 53 36

Crianças com 2 parasitas 31 20

Crianças com 3 parasitas 12 8

Crianças com + 3 parasitas 07 5

T O T A L 149 100

T A B E L A 3

Parasitas intestinais isolados em amostras de fezes de u m grupo de crianças da cidade de Mirassol D'Oeste-MT.

N o v e m b r o , 1 9 8 3 .

Parasitas Intestinais N ?

G. lamblia 4 2

E. hystolítica 33

Ancilostomídeo 27

E. coli 24

E. nana 17

A. lumbricóides 16

E. butchiüi 12

Larvas S. stercoralis 05

T. trichurus 0 2

E. vermicularis 01

H. d i m i n u t a 01

T A B E L A 4

Relação entre estado nutricional e a freqüência de parasitoses intestinais em u m grupo de crianças

de 3 a 72 meses da cidade de Mirassol D'Oeste-MT.

N o v e m b r o , 1 9 8 3 . E s t a d o Nutricional

Freqüência Eutróficas Desnutridas Total

Parasitoses N 9 % N9 % N9 %

N ã o parasitadas 27 38 18 23 45 30

1 - 2 parasitas 36 50 48 62 84 56

3 ou + parasitas 09 12 11 15 20 14

T O T A L 72 100 77 100 149 100

X2

E n c o n t r a d o = 3 , 6 4 X2

Crítico = 5,99 ( 2 6 1 , p < 0,05).

TABELA 5

Relação entre estado nutricional de crianças de 3 a 72 meses e a intensidade de infestação por G. lamblia.

Mirassol D'Oeste. N o v e m b r o , 1 9 8 3 . E s t a d o Nutricional

Intensidade Eutróficas Desnutridas Total

Infestação N 9 % N 9 % N9 %

(+) 08 35 11 58 19 45

(++) 05 22 03 16 08 19

(+ ++) 10 4 3 05 26 15 37

T O T A L 23 100 19 100 4 2 100

X2

E n c o n t r a d o = 2,27 X2

Crítico = 5,99 ( 2 6 1 , p < 0,05).

T A B E L A 6

Relação entre estado nutricional de crianças de 3 a 72 meses e a intensidade de infestação p o r A n c i l o s t o m í d e o .

Mirassol D'Oeste-MT. N o v e m b r o , 1 9 8 3 . E s t a d o Nutricional

Intensidade Eutróficas Desnutridas T o t a l

Infestação N 9 % N9 % N9 %

(+) 02 22 06 33 08 30

(++) 0 3 33 08 44 11 41

(+++) 04 45 0 4 23 08 29

T O T A L 09 100 18 100 27 100

X2

E n c o n t r a d o = 1,43

(4)

D I S C U S S Ã O

A d e s n u t r i ç ã o p r o t é i c o - e n e r g e t i c a e m s u a s f o r m a s a g u d a e c r ô n i c a p o d e ser c a u s a d a p o r v á r i o s f a t o r e s , s e n d o a p o b r e z a c o n s i d e r a d a a c a u s a b á s i c a p o r levar a deficiência de n u t r i e n -tes e a e x p o s i ç ã o a a m b i e n t e s i n s a l u b r e s , q u e p r o p i c i a m as infecções c p a r a s i t i s m o , p r i n c i p a i s a g r a v a n t e s d o e s t a d o n u t r i c i o n a l .

O g r u p o e s t u d a d o c o n s t i t u i u - s e em sua m a i o r i a p o r c r i a n ç a s d e s n u t r i d a s ( 5 2 % ) , s e n d o a f o r m a leve d a d e s n u t r i ç ã o m a r c o m u m q u e as f o r m a s m o d e r a d a e g r a v e . C o m p a a n d o os re-s u l t a d o re-s c o m ore-s o b t i d o re-s n a p o p u l a ç ã o de J a u r u1, m u n i c í p i o e n v o l v i d o n a P e s q u i s a de

S a ú d e P ú b l i c a n o P o l o n o r o e s t e e m M a t o G r o s -s o , o b -s e r v a - -s e q u e o-s c a -s o -s m o d e r a d o -s e g r a v e -s u l t r a p a s s a m o s e n c o n t r a d o s e m M i r a s s o l D ' O e s t e . Q u a n d o esses d a d o s s ã o c o m p a r a d o s c o m os r e s u l t a d o s a p r e s e n t a d o s p e l o E N D E F ( E s t u d o N a c i o n a l d e D e s p e s a F a m i l i a r ) p a r a os E s t a d o s m a i s d e s e n v o l v i d o s c o m o R i o d e J a n e i r o2 3 e c o m os d o Vale d o R i b e i r a1 5 n o t a - s e

u m a p o s i ç ã o d e s f a v o r á v e l p a r a o g r u p o de c r i a n ç a s e s t u d a d a s .

C o m r e l a ç ã o a d i s t r i b u i ç ã o d a d e s n u t r i ç ã o s e g u n d o o s e x o , o m a s c u l i n o foi o m a i s atingi d o . R e s u l t a d o d i f e r e n t e foi e n c o n t r a d o n o Vaie d o R i D c k c1 5 q u e m o s t r a a d e s n u t r i ç ã o a t i n g i n d o

5 3 , 4 % d a s m e n i n a s e 4 5, 6 % d o s m e n i n o s , sen-d o q u e as f o r m a s g r a v e e m o sen-d e r a sen-d a a t i n g e m em m a i o r p r o p o r ç ã o as m e n i n a s .

A s p a r a s i t o s e s i n t e s t i n a i s f o r a m e n c o n t r a d a s e m e l e v a d a f r e q ü ê n c i a . R e s u l t a d o s e m e -l h a n t e foi e n c o n t r a d o n o Rio de J a n e i r o2 4 e em

R e c i f e5. N o E q u a d o r2 0 a f r e q ü ê n c i a de e n t e r o

-p a r a s i t o s e s foi d e 9 6 % , c o m u m a m é d i a d e d u a s a três espécies p o r p e s s o a . E m M i r a s s o l D ' O e s t e o p o l i p a r a s i t i s m o foi m u i t o f r e q ü e n t e , p o d e n d o -se p r e v e r o g r a n d e risco a infecções i n t e s t i n a i s a q u e a p o p u l a ç ã o está e x p o s t a .

Neste e s t u d o h o u v e m a i o r i n f e c ç ã o p o r p r o t o z o á r i o s . N o E s t a d o d o A m a z o n a s , n u m e s t u d o d e p r e v a l ê n c i a de p a r a s i t a s i n t e s t i n a i s9,

h o u v e p r e v a l ê n c i a d e 1 7 , 9 % p a r a p r o t o z o á rios e e n t r e 40 a 5 0 % p a r a h e l m i n t o s . A a l t a p o -s i t i v i d a d e p a r a p r o t o z o á r i o -s i n t e -s t i n a i -s n a -s c r i a n ç a s de M i r a s s o l D ' O e s t e , leva a fazer s u p o -sições s o b r e a i n s a l u b r i d a d e d o m e i o e m q u e vi-ve esse g r u p o . E s t u d o s t e m m o s t r a d o q u e a á g u a t e m sido u m a i m p o r t a n t e f o n t e d e infec-ç ã o p o r G i a r d i a l a m b l i a2. P o r o u t r o l a d o a

in-f e s t a ç ã o p o r A n c i l o s t o m í d e o e n c o n t r a d a n o g r u p o e s t u d a d o s u g e r e falta d e c o n h e c i m e n t o

d e p r i n c í p i o s h i g i ê n i c o s t a n t o p e s s o a i s c o m o d o m é s t i c o s , p o i s este é u m p a r a s i t a q u e se t r a n s m i t e p e l o solo e a p a s s a g e m de u m h ó s p e d e a o u t r o d e p e n d e d a c o n t a m i n a ç ã o fecal d o solo p r ó x i m o às c a s a s2 0.

S o b o p o n t o de vista d o s p r o b l e m a s d a N u t r i ç ã o , e s p e c i a l m e n t e a d e s n u t r i ç ã o p r o t e i c o e n e r g é t i c a , a i n s a l u b r i d a d e a m b i e n t a l t e m g r a n d e d e s t a q u e n a i n s t a l a ç ã o d e q u a d r o s d e c a r ê n cia. A s c o n d i ç õ e s d e higiene insatisfatórias, c o n -s e q ü e n t e -s d a -s ineficiente-s r e d e -s d e á g u a , de-sti- destin o i destin a d e q u a d o de d e j e t o s , h a b i t a ç õ e s i destin s a l u -b r e s , f a v o r e c e m as i n f e c ç õ e s , q u e c o n s t i t u e m f a t o r e s d e c o m p l i c a ç ã o d o e s t a d o n u t r i c i o n a l , seja p e l a a n o r e x i a o u p e l a s p e r t u r b a ç õ e s diges-tivas e d e m á a ü s o r ç ã o d e v á r i o s n u t r i e n t e s1 7*1 9.

A a s s o c i a ç ã o e n t r e e s t a d o n u t r i c i o n a l e p o -l i p a r a s i t i s m o e n c o n t r a d o n e s t e e s t u d o n ã o se m o s t r o u significativa, o m e s m o a c o n t e c e n d o q u a n d o fez-se a r e l a ç ã o e n t r e e s t a d o n u t r i c i o n a l e i n t e n s i d a d e d e i n f e s t a ç ã o p o r Giardia l a m b l i a e o A n c i l o s t o m í d e o . Esses r e s u l t a d o s s u g e r e m , n o g r u p o e s t u d a d o , q u e t a n t o as c r i a n ç a s e u t r ó ficas c o m o as d e s n u t r i d a s s ã o suscetíveis a p a r a s i t o s e s i n t e s t i n a i s e q u e n e m só o e s t a d o n u t r i -c i o n a l exer-ce p a p e l p r e p o n d e r a n t e , h a v e n d o o u t r o s f a t o r e s q u e o c o r r e m p a r a m a i o r infesta-ç ã o p o r p a r a s i t a s , l i g a d a s a o e c o s s i s t e m a em q u e vive o i n d i v í d u o .

S U M M A R Y

Nutritional c o n d i t i o n s indicators in P o l o n o r o e s t e A r e a . V — Proteic-energetic

malnutrition and intestinal parasites in a group of children the ages of 3 and 72

m o n t h s from Mirassol D ' O e s t e , M a t o G r o s s o , Brazil

(5)

studied c o n s i s t e d of u n d e r n o u r i s h e d c h i l d r e n . T h e m a j o r i t y of these were ' ' s l i g h t l y u n d e r n o u -r i s h e d " , -r a t h e -r t h a n " m o -r e u n d e -r n o u -r i s h e d " or " s e r i o u s l y u n d e r n o u r i s h e d " . I n t e s t i n a l p a r a -sites w e r e f o u n d in 6 9 % of t h e s a m p l e s t u d i e d . T h e m o s t c o m m o n p r o t o z o o n w a s Giardia 1am-blia a n d t h e A n c i l o s t o m i d e o w a s t h e h e l m i n t m o s t f o u n d . T h e X2 test did n o t s h o w d e p e n

-d e n c e r e l a t i o n b e t w e e n t h e n u t r i t i o n a l state a n -d t h e f r e q u e n c y of intestinal p a r a s i t e s .

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. A L B U Q U E R Q U E , M . C . W . ; SILVA R.R. da; SPI-N E L L I , M . A . dos S.; T E I X E I R A , I.R.; S A SPI-N T O S , S.M.C, dos; Y O K O O , E . M . ; M E I R E L L E S , S . M . P . & M A R C H I N I , J.S. — Inquérito nutricional em Jauru-M T . Rev. Univ. Fed. Maio Grosso, 4(3): 109-135, 1984.

2. BAL, D . G . & P O R T E R , B.W. — La giardiasis en las guarderias infantiles de Tucson, Arizona, E U A . Boi. Ofic. sanit. panamer., 93: 421-431, 1982.

3. B E R Q U Ô , E.S.; S O U Z A , J . M . P . & GOT LI EB, S.L.I). — Bioestatística. São Paulo, Editora Pedagógi-ca e Universitária, 1980. C a p . 18, p . 250-252. 4. B O T E R O , D. — Persistência de parasitosis intestinales

endémicas en América Latina. Boi. Ofic. sanit. pana-mer., 90: 39-45, 1981.

5. B R I T O , D.V. — Estado nutricional de escolares de 7 a 11 anos de uma área suburbana de Recife. Recife, 1982. (Dissertação de Mestrado — Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco). 6. C H A V E S , N. — Nutrição básica e aplicada. Rio de

Ja-neiro, G u a n a b a r a Koogan, 1978. C a p . 20, p. 281. 7. C O U R A , L.C. — Helmintoses intestinais —

considera-ções gerais sobre epidemiologia, clínica e terapêutica.

Ars Curandi, 9: 5-22, 1976.

8. C O U T I N H O , E . M . — Nutrição e saúde pública: nutri-ção x infecnutri-ção. In: C H A V E S , N. Nutrição básica e

aplicada. Rio de Janeiro, G u a n a b a r a Koogan, 1978. C a p . 17, p . 235-237.

9. DIAS, L.C. de S.; D E L L O M E F I L H O , J.; P A E S , M . G . ; F A R I A S , A . N . & A G U I A R , J.C.R. — Preva-lência de parasitas intestinais em habitantes do Rio Ne-gro, Estado do Amazonas, Brasil. Acta amaz. (Ma-naus), 12: 65-70, 1982.

10. G O M E Z , F. — Desnutrition. Boi. méd. Hosp. infant. (Méx.), 3: 543-546, 1946.

11. H A M I L L , P.V.V.; D R I Z D , T.A.; J O H N S O N , C.L.; R E E D , R.B.; R O C H E , A . F . & M O O R E , W . M . — Physical growth: National Center for Health Statistics percentiles. Amer. J. clin. Nutr., 32: 607-629, 1979. 12. J E L L I F F E , D.B. — Evaluación del estado de nutrición

de la comunidad. Genebra, Organización Mundial de la Salud, 1966. (Serie de monografias, 53)

13. J E L L I F F E , D . B . — Nutrición infantil en países en de-sarrollo: manual para trabajadores especializados. 4.a ed. México, Editorial Lamusa, 1974.

14. M E I R E L L E S , S . M . P . & S A N C H E Z , O. — Adaptação do " D e s e n h o A m o s t r a i " elaborado para a pesquisa em Saúde Pública no Polonoroeste — M T . Rev. Univ. Fed. Mato Grosso, 4(3): 96-108, 1984.

15. M O N T E I R O , C A . — Os determinantes da desnutri-ção infantil no Vale do Ribeira. Cad. pesq. (Fund. Car-los Chagas), 29: 57-75, 1979.

16. M O N T E I R O , C A . — Avaliação do estado nutricional na idade pré-escolar em áreas de baixa renda do Estado de São Paulo. São Paulo, 1982. (Tese de Livre Docên-cia — Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo)

17. N E U M A N N , C G . ; J E L L I F F E , D . B . & J E L L I F F E , E . F . P . — Interaction of nutrition and infection. Clin. Pediat., 11: 807-812, 1978.

18. N E V E S , D P . — Parasitologia humana. 4:!

ed. Rio cie Janeiro, G u a n a b a r a Koogan, 1979. Can. 9, p . 120-122. 19. O R G A N I Z A C I Ó N DE LA S A L U D Medición de!

cambio del estado nutricional. Genebra, 1983. 20. PEPLOVv, D. — Parásitos intestinales en la población

de várias regiones de Ecuador: estudo estadístico. Bol. Ofic. sanit. panamer., 93: 233 237, 1982.

21. S A N C H E Z , O. & C A R V A L H E I R O , J. da R. — Des-crição do desenho da amostra da pesquisa de Saúde Pú-blica no Polonoroeste-MT. Rev. Univ. Fed. Mato Grosso, 4(3): 87-95, 1984.

22. S E R A P I Ã O , C J . & S E R A P I Ã O , M.J. — Helmintíases intestinais — estudo anátomo-patológico. Ars Curan-di, 9: 23-24, 1976.

23. VIACAVA, F.; F I G U E I R E D O , C . M . P . & OLIVEIRA,

W.A. — A desnutrição no Brasil: uma análise do Estudo Nacional da Despesa Familiar (IBGE 74-75) para o nor-deste, Estado de São Paulo e Estado do Rio de Janeiro.

Petrópolis, Editora Vozes, 1983. C a p . 2, p. 111. 24. V I N H A , C. — Parasitismo intestinal em escolares da

cidade do Rio de Janeiro. J. Pediat., 55: 222-228, 1983. 25. Y U N E S , J. — Fatores predisponentes. Incidência e

Referências

Documentos relacionados

Durante a pesquisa, foram entrevistados dois Agentes de Acompanhamento de Gestão Escolar que orientam as escolas objeto da pesquisa para verificar quais são as percepções

Nesta perspectiva, observamos que, após o ingresso dos novos professores inspetores escolares na rede da Secretaria de Estado de Educação, houve um movimento de

A proposta do Plano de Ação Educacional indicou ações que poderão ser executadas, no sentido de favorecer as escolas inseridas na referida região através de um treinamento que

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

[r]

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

Neste capítulo foram descritas: a composição e a abrangência da Rede Estadual de Ensino do Estado do Rio de Janeiro; o Programa Estadual de Educação e em especial as

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em