FUNDAÇÃO GETOLIO VARGAS
ESCOLA DE POS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
"OS PROGRAMAS DE ESTABILIZAÇÃO NO CONE SUL NO FINAL DOS ANOS 70: MODELO TEORICO E EVID!NCIA EMPtRICA"
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA Â CONGREGAÇÃO DA ESCOLA DE POS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA (EPGE) PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ECONOMIA POR
TIEPGE S483p
MARCELO SERFATY
:UNDACAO
GETOUO
VARGAS
TESE DE MESTRADO
APRESENTADA À
EPGE
POR, _ ..
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i : I
C T R C UL A R N9 05
Assunto: Apresentaç~o e defesa pfiblica de Dissertaç~o de Mestrado em Economia.
Comunicamos formalmente à Congregação da Escola aue
está marcada para o dia 22 de fevereiro de 1990 (5a. feira), às
10:00 horas, no Auditório Eugênio Gudin (109 andar), a apresenta-çao e defesa pfiblica da Dissertaç~o de Mestrado em Economia, inti-tulada "PROGRAMA DE ESTABILIZAÇÃO NO CONE SUL NO FINAL 008 ANOS 70: MODELO TEORICO E EVID~CIA EMPtRICA", do candidato ao titulo de Mestre em Economia, Marcelo Ser;eaty.
A Banca Examinadora "ad hoc" designada pela Escola será composta pelos doutores: Antonio Salazar Pessoa Brand~o (Pre sidente), Sérgio Ribeiro da Costa Werlang e Carlos Ivan Simonsen Leal.
Com esta convocação oficial da Congregação de Pro-fessores da Escola, estão ainda convidados a participarem desse ato acadêmico os alunos da EPGE, interessados da FGV e de outras insti tuiçÕes.
Rio de Janeiro, 15 de janeiro de 1990.
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ESCOLA DE PÓS.GRADUAÇÃO EM ECONOMIA DA PUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PRAIA DE BOTAFOGO, 190/10.0 ANDAR RIO DE JANEIRO - BRASIL - CEP 22.200
LAUDO SOBRE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Como integrante da Banca Examinadora designada pela EPGE para julgar a Dissertação de Mestrado, intitulada "PROGRAMA DE ESTABILIZAÇÃO NO CONE SUL NO FINAL DOS ANOS 70: MODELO TEORI CO E EVID~NCIA EMPIRICA", do candidato ao título,Sr. Marcelo SeE faty, apresento as seguintes ponderações que justificam meu par~ cer e voto:
1) O tema da tese é infelizmente de uma atualidade a toda prova;
2) o autor demonstra clareza de raciocínio, argúcia na sua eXPQ sição e profundidade de análise;
3) os modelos apresentados são claros e contribuem para o escla recimento dos problemas econômicos dos países da América do Sul;
4) finalmente, o autor é pessoa extremamente capaz e apresenta grande maturidade nos seus conhecimentos.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a re ferida Dissertação seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato e autor deste trabalho.
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22 defze~ei
t~~1r~S:
Car os Ivan Simonsen eal.
de 1990.
Como integrante da Banca Examinadora, designado pela EPGE para julgar a Dissertação de Mestrado, intitulad~ "Programa de Estabilização no Cone Sul no Final dos Anos 70: Modelo Teó-rico e Evidincia EmpIric~, do Sr. Marcelo Serfaty, sou de pa-recer que a referida Dissertação seja aprovada e outorgado o titulo pretendido pelo candidato e autor deste trabalho.
Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1990.
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~:
ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM eCONOMIA DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PRAIA DE BOTAFOGO, 190/10.0 ANDAR RIO DE JANEIRO· BRASIL. CEP 22.2:50
LAUDO SOBRE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Como integrante da Banca Examinadora, de-signada pela EPGE para julgar a Dissertação de Mestrado, inti-tulada "OS PROGRAMAS DE ESTABILIZAÇÃO NO CONE SUL NO FINAL DOS ANOS 70: MODELO TEÓRICO E EVIDÊNCIA EMPíRICA", do candidado ao título Sr. Marcelo Serfaty, sou de parecer que a referida Dis-sertação seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo can-didato e autor deste trabalho.
A-4 Formato Internacional 210X29'Jmm
Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1990
Antonio
pela
te.
Ao amigo
C~i~tiano Bua~que F~aneoNeto,
pelo
j
~o.e.ida~ieda-A
meu~ pai~, Sul~ana Se~6a~y(in
memo~iamle
Menahe~ Jo~é Se~6a~y;
A
minha
e~po~a, Ma~iada Conceição;
A
meu inmão
Rica~doe
minha cunhada
Ma~iaVi~-..
.
9-<..n-<..a;
A meu~ ~og~o~
João
e
Zenaide
Ma~tin~da Silva;
A
tia Ruth,
com
amo~.i
N D I C ECAPiTULO I:
OS PROGRAMAS DE ESTABILIZAÇÃO NO CONE SUL NO FINAL DOS ANOS 70: MODELO TE6RICO E EVIDf:NCIA EHP!RICA ••..
LI INTRODUÇAO . . . • . . . • . • . • . . • . . . _ . . . .
1.2 ANTECEDENTES
1.2.1 O "Approach" monetirio
i
estabi1izaçio ~Inf1a-pig.
01
01
02
çio como um fenômeno monetirio . . . • • . . . • . 02
1.2.2 Monetarismo para economia fechada 05 CAPíTULO 11: 11.1 INTRODUÇÃO 16 11.2 APRESENTAÇÃO DO MODELO . . . • . . . • . . • . . • . . . . • • 17
11.3 PRIMEIRA VERSÃO
ro
MODELO. . .
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2411.3.1 - Equações do Sistema .
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2411.3.2 - Diagrama de Fase . . . • . . . • . • • . . . 24
11.3.3 - Determinação da Condição de Estabilidade do Sistema
.
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2711.3.4.1 - h x
e
11.3.4.2 - TI X
e
11.3.4.3 - TI x TI
e
11. 3 .4 . 4 - h x TI
e
11.3.4.5 -
e
x TIe
1
N D I C E· . . .
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11.3.5 - Representação Esquemática do comportamento
pág.
31
33
35
39
43
das variáveis do modelo (versão n9 1) . . . 47
11.3.6 - Din~mica do modelo . . . • • . 49
11.3.7 - Dim~mica do modelo: gráficos... 57
11.4 - SEGUNDA VERSÃO DO MODELO· . . . . 63
11.4.1 - Equações do Sistema 63 11.4.2 - Diagrama de Fase. 64 11.4.3 - Condição de Estabilidade ....•.•.•.•••.. ... 66
11. 4.4 Relações entre variáveis e sistemas de equ~ ções diferenciais . . . • ~... . . . 69
11.4.4.1 - h x
e ... ...
6911.4.4.3 - TI XTI
e
.
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11.4.5 - Representação esquemática do comportamento
69
das variáveis do mode lo . • . . . • . . . 74
11. 4.6 - Dinâmica do modelo . . . • . . . 76
11.4.7 - Dinâmica do modelo: gráficos... 82
11.5 - Sacrifício do produto: análise comparativa.. 87
CAPITULO 111:
111.1 - EVOLUÇÃO DAS ECONOivJ.IAS DO CONE SUL AO LONGO
DOS ANOS 70 • . • • . . • . • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • 94
111.2 - TABELAS E GRÁFICOS
CApITULO IV: EVOLUÇÃO DA ECONOMIA ARGENTINA: 1973 A 1982
IV.l - 1~ FASE: ABRIL DE 1976 A DEZEMBRO DE 1978 ..
IV. 2" - 2~ FASE: DEZEMBRO DE 1978 A MARÇO DE 1981 .•
117
124 128
IV.3 - A ADMINISTRAÇÃO DA CRISE: 1981/83 . . • . . • . . . . 134
IV. 4 - TABELAS 136
CAPITULO V: EVOLUÇÃO DA ECONOMI~ CHILENA:
1
N D I C Epág.
V.1 - 1~ FASE: SETEMBRO DE 1973 A FEVEREIRO DE 1978 .. ·139
V.2 - 2ª FASE: FEVEREIRO DE 1978 A DEZEMBRO DE 1981.. 141
V. 3 -: TABELAS 149
CAPiTULO VI: EVOLUÇÃO DA ECONOMIA URUGUAIA: 1972 A
1982 . . • . . . • . . . • • . . . 151
a 151
VI.1 - 1- FASE: 1974 A 1978 . . . • . . .
VI.2 - 2~ FASE: OUTUBRO DE 1978 A 1982/83 . . . . 156
VI.3 - TABELAS
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. . .
160I
CAPíTULO VII: 163
VII.1 ~ CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 163
AP1!:NDI CES . . • . . . . • . . . • . • • . . • . • . . . • . • • . • • . • . . . • . . • 169
ANOS 70: MODELO TEÓRICO E EVID~NCIA EMPíRICA
I.l - INTRODUÇÃO
Dois problemas econômicos contribuíram para a co~
vulsão política que ensejou as experiências neoconservado~
ras na Argentina, Chile e Uruguai: inflação galopante e de
sequilíbrio nas. contas externas.
Certamente, estes três países do Cone Sul tolera
ram por longo tempo inflação elevada graças a um amplo
mecanismo de indexação. Entretanto, a eficácia deste instru
mento foi seriamente abalada quando a inflação atingiu os
três dígitos. Os custos de uma inflação de 600% no Chile
(1973), 300% na Argentina '(1975) e próxima a 100% no
Uru-guai· (1973) e o medo da hiperinflação fez com que estes
países, em especial os dois primeiros, dessem prioridade
absoluta inicialmente a adoção de política
·.01.
Note-se ainda que tais países além das taxas de
inflação sem precedentes, apresentavam sérios
desequilí-brios em suas contas externas. Assim o ·déficit em conta
corrente no início dos novos regimes oscilou de 20% do
va-lor das exportações (Chile) e 27% (Uruguai) até 37%
(Argen-tina) e a relação dívida/exportações estava entre as mais
altas da América Latina a época: 1,7 (Uruguai), 1,9
(Argen-tina) e 2,5 (Chile). Deste modo, eles deveriam atacar duas
qLanaes
fontes de desequilíbrio de imediato.Apesar de que nenhuma política seja puramente de
estabilização ou puramente de ajustamento, pode-se admitir
como aproximação que, nos primeiros anos, e especialmente
na Argentina e Chile, o objetivo era estabilização sujeita
a restrição do balanço de pagamentos, enquanto que nos
úl-timos anos (1981 em diante) a meta era ajustamento sujeito
a restrição anti-inflacionária.
Deste modo, a análise vai enfatizar os fatores
ajusta-mento dos anos mais recentes.
1.2 - ANTECEDENTES
r.
2.1 - O "Approach" monetárioà
estabilização inflaçãocomo um fenômeno monetário
O debate sobre as causas da inflação no Cone Sul
tradicionalmente se dividiu entre o pensamento de duas esco
las: monetarista e estruturalista. Os monetaristas
atri-buiam a inflação a super-expansao da oferta de moeda, nor
malmente resultante de déficits fiscais. A solução seria
,corrigir tais desajustes e reduzir a expansao de crédito.Os
estruturalistas, por outro lado, embora nao negando a r e I a
çao geral entre déficits fiscais, expansao monetária e
in-fIação, afirmavam que tal expansão era endógena. Isto sign~
fica dizer que as autoridades monetárias se viam "forçadas"
a ampliar a oferta de moeda para minimizar o impacto sobre
a produção do desequilíbrio externo ou de choques· agrlco-~
las. Deste modo, a tentativa de superar as consequências
negativas destes estranguiarrentos gerava pressao para a expansao
1
r~ 1,
03.
de crédito. Deriva-se deste "approach" que qualquer tentati
va de eiiminar a inflação sem superar os estrangulamentos
estruturais da economia conduziria ou a um sucesso passage!
ro ou a recessao.
Embora seja verdade, como afirmavam os
monetaris-tas que no Cone Sul existia uma forte relação no longo pr~
zo entre taxa de inflação e taxa de expansao monetária, no
curto prazo este nao era o caso (TABELA I, CaPíTULO 111).
Tal fato acabou abrindo caminho para o argumento dos
estru-turalistas de que para conter a inflação não seria suficien
te reduzir os déficits fiscais e controlar a expansão
mone-tária. Ainda mais, como a velocidade-renda da moeda poderia
flutuar de forma compensatória e dada a rigidez e
estrangu-lamentos existentes na economia, a desaceleração na taxa
de crescimento da demanda agregada (lv1V) , poderia
desacele-rar a taxa de inflação e/ou a produção.
Possivelment~ devido a sua maior simplicidade
e a pouca operacionalidade do "approach" estruturalista,
as políticas de estabilização durante os anos 50 e começo
dos 60 tenderam a ser monetaristas em sua orientação. Por
outro lado, dado que estes programas de estabilização quase
invariavelmente redundaram em recessao, acabaram por
tor-nar-se indesejáveis. Entretanto, o "approach" monetário rea
pareceu nos anos 70, enriquecido pelo reconhecimento de que
a velocidade de circulação da moeda variava e afirmando -se
que ela nao variava nem de forma imprevisível, nem de manei
ra que compensasse automaticamente o crescimento da moed~,
I
1
mas que ao contrário esta variação) na velocidade era
está-velou ao menos previsível. Por outro lado, nao era claro
de que modo a desaceleração na demanda agregada nominal se
dividiria no curto prazo entre menor taxa de inflação e/ou
recessao. Afirmava-se que a recessao poderia ser evitada na
medida em que a inflação fosse corretamente antecipada.
Ou-tro fator decisivo na prática dada a urgência de combater
uma inflação de três dígitos era de que parecia pouco
05.
tão elevada a fatores estruturais ou em insistir na necessi
dade de eliminar tais fatores para evitar alta inflação.
Dadas as preferencias neoconservadoras pelo
mercado e
à
aversao a controles administrativos essesses inicialmente adotaram um "approa.ch" monetarista para
e-conomia fechada. Com o passar do tempo, e com a abertura ca
da vez maior da economia o "approach" se modificou e o
ins-trumental chave deixou de ser o controle da oferta monetá-
.
ria dirigindo-se para a política cambial. De qualquer modo,
ao longo de toda experiência, o espírito prevalescente era
o qe minimizar a intervenção administrativa no mercado.
I.2.2. - Monetarismo para economia fechada
A identidade quantitativa em sua forma dinâmica
oferece um ponto de partida para explicação da política
de estabilização nas três experiências neoconservadoras do
Cone-Sul, numa primeira fase:
• #
Se se deseja desacelerar a inflação
é
necessário reduzir ocrescimento da demanda agregada nominal (MV). Entretanto, o
j.mpacto relativo que esta redução terá sobre os preços e/ou
produção dependerá em muito das expectativas
inflacioná-rias. Se tais expectativas forem amplamente uniformes entre
os diferentes agentes econômicos e coincidirem com a meta
inflacionária implícita na política monetária, a desacelera
çao da demanda agregada nominal produzirá efeito
exclusiva-mente sobre os preços como desejado. Na medida em que exis
I
ta urna diferença significativa entre inflação esperada e a,
compatível com a política monetária e fiscal, a
desacelera-çao da demanda agregada nominal atingirá também a produçã~
I
o que se pretende evitar . .
I
A teoria aceleracionista da Curva de Phillips
I
11 f
t
explica formalmente, porque a política anti-inflacionária
I
1:redundaria em sacrifício do produto, ainda que temporário.
A razao de ser vem das expectativas inflacionárias, que,
,
ienquanto superiores a taxa efetiva de inflação se refleti
I
i07.
riam em reajustes de salários nominais e demais contratos
superiores a própria inflação passada, o que acabaria redun
dando em recessao. O caminho para redução deste sacrifício
é
a reversao das expectativas, posto que então, osreajus-tes salariais se desatrelam da inflação passada sem necessi
daões de maior desemprego.
Em suma, seja qual for o nível da inflação
é
teo-ricamente possível reduzi-la sem queda na produção. "Thomas
Sargent torna este ponto explícito ao afirmar que os
cus-tos de reduzir a inflação são proporcionais não a taxa pa~
sada de inflação mas sim a inflação esperada (expectat~vas
racionais). Assim sendo, o público deveria acreditar que
houve uma mudança permanente nas regras que governam a poli
tica monetária e fiscal e não apenas uma mudança
transitó-ria de política, para que os custos de combate a inflação
se tornem bem menores. Ele cita como exemplos específicos
os casos de hiperinflação abruptamente eliminadas ~
apos a
primeira grande guerra, como na Alemanha, Austria, Hungria
e Polônia, casos em que praticamente inexistiu recessao. Os
I
I
~
~
I
problemas emergem se existir rigidez, especialmente no que
concerne as expectativas, porque isto tornaria mais lento o
ajuste às novas condições que a política econômica tenta
estabelecer. Neste contexto, diversas vezes políticas de
estabilização terminam em recessao, não porque isto seja
inevitável, mas por uma falha em harmonizar as expectativas
dos agentes econômicos com a meta inflacionária implícita
nas políticas monetária e fiscal desenvolvidas pelo
gover-no.
Nas três experiências, sérios esforços foram
fei-tos para evitar a formação de expectativas inflacionárias
"err6neas". Durante a l~ fase os esforços se centraram no
mercado de trabalho, porque as expectativas inflacionárias
seriam incorporadas aos contratos de trabalho e na medida
em que fossem b~seadas na inflação passada os movimentos sa
lariais se tornariam necessariamente r'ígidos. Por exemplo,
se empresários e trabalhadores esperam que a inflação seja
maior que a taxa objetivada pelo governo, os custos de
mao--de-obra se elevariam com consequências negativas para
o
1
I
I1
i
1
I .
09,
emprego e produção. Em suma, 'da hora em que o governo falhe
em harmonizar a inflação erooutida nos contratos salariais
com a implícita na política econômica, ele inevitavelmente
se confrontar& com o seguinte dilema: ou ratificar& tais
expectativas erroneas, desistindo da política monet&ria e
fiscal a custa do sacrifício do seu programa de
estabiliza-çao ou persistir& no corooate a inflação e consoante
políti-ca econômipolíti-ca restritiva, mas as custas de recessao. Dentro
desse raciocínio qualquer programa de estabilização que
vi-I
se evitar recessao deve necessariamente harmonizar
reajus-tes salariais com inflação alvo do governo. Isto implica no
uso de controle sobre sal&rios, posto que o mercado se
man-tido livre acabaria por nao ajustar sal&rios
à
inflação vindoura, ainda mais da hora em que nao se sabe
antecipadarnen-te a seriedade com que o governo preantecipadarnen-tende implementar o
programa. Entretanto, tais dúvidas quanto a habilidade do
mercado em ajustar-se rapidamente em situações de transiçã~
forma que qualquer desequilíbrio seria meramente
transitó-rio.
Visto que a inflação era considerada como sendo
um fenômeno fundamentalmente monetário, um instrumento
cha-ve para a sua redução foi o controle da oferta monetária, a
companhado, no entanto, de controle de salários, visando
evitar os custos recessivos. A desaceleração no crescimento
das variáveis monetárias implicava em redução no déficit
fiscal que na fase inicial oscilava entre 4 e 10% do PNB.ls
to foi feito via elevação dos preços de serviços públicos e
impostos, redução nos gastos correntes principMlmente
salá-rios e no caso do Chile por queda de investimento pÚblico.
De acordo com o ferramental monetário estas medidas eram
a base do programa anti-inflacionário. Além dessas medidas,
dado o desequilíbrio externo com que se deparavam esses
11,
so do Chile e Uruguai ou manter elevada a taxa real de câm
bio, no· caso da Argentina que recentemente fizera ajuste
cambial. :t'; importante ressaltar que pOde-se melhorar a ba
lança comercial sem recessao, o·que se requer é a redução
dos gastos domésticos e o deslocamento· da produção na dire
çao dos "tradables"(via desvalorização e/ou política
co-mercial adequada), substituindo (e nao apenas reduzindo)i~
portações e promovendo exportações.
Na medida em que decline a renda, em termos ge
I
rais, pode se esperar urna correspondente queda nos salá
rios reais. A piora nos termos de troca que a Argentina e
o Uruguai experimentaram desde o início, e o Chile no
fi-nal de 1974,implicaria necessariamente, em redução, embora
modesta nos salários reais (cerca de 6%). No entanto,
hou
-ve urna queda bem mais ampla que nao pode ser explicada p~
lo ajuste externo.
Um segundo ponto relevante era a existência de
um amplo sistema de controle de preços nos três países re
i
~
dundando numa profunda distorção de preços relativos e/ou in
fIação reprimida.
Por estas razoes, os controles de preços foram com
pletamente eliminados nos três países. Deste modo,
objeti-vou-se não apenas combater a inflação, masreequilibrar o
setor externo e corrigir o sistema de preços relativos,
pro-fundamente distorcido.
Os resultados obtidos refletem uma ampliação do
desequilíbrio externo com a queda da inflação, embora em
nível bastante inferior ao antecipado e as custas de uma
queda expressiva de salários reais (de 25% e 30% face aos
níveis históricos), e de severa recessao no Chile ou estagn~
çao na Argentina. No Uruguai o crescimento foi possível gr~
ças ao investimento pÚblico e as exportaç6es que mais que
compensaram o declínio do consumo doméstico. No que se
re-fere a inflação foram obtidas importantes reduç6es do défi
I _
cit fiscal e da expansao da oferta monetária (TABELA 11,
13.
1975/76 e 1978 na Argentina; de 25% para 2% entre 1973 e
1976 no Chile; e de 4% para 1% entre 1973/77 e 1978 no
Uru-guai. O crescimento de B
l , no mesmo período, caiu de 250 p~ ra 140% ao ano na Argentina, de 250 para 220% no Chile e
de 70, para 55% no Uruguai. Como resultado da política mone
tária, fiscal e salarial restritivas a inflação caiu de
300% para 175% na Argentina (1978) ,de 440% para 230% entre
1973/76 no Chile e de 90% para 45~ no Uruguai (1978).
Muito questionável é a hipótese de que as expect~
tivas inflacionárias se expressem principalmente no mercado
de trabalho, ainda mais se prete~de com a política adotada
gerar uma desvalorização real que implique no aumento do
preço relativo de "tx:adables" e aumentar via liberação de
preços o preço relativo de bens até então, controlados (em
especial gêneros alimentícios).
Cumpre ressaltar que o público nao tinha conheci
mento do quanto da desvalorização nominal se converteria em
ta que não se sabia o quanto duraria a política de 1ibera1i
I
zaçao de preços, fica fácil entender que os produtores ten
taram fixar seus preços nao com base na demanda e custos
salariais correntes, mas sim, tendo em vista suas e~pectati
vaso O que é pertinente na determinação I desses fatores futu
ros é o custo esperado de trabalho, das importações, o
ve1 da taxa de juros real, a evolução de preços e serviçDs
públicos, dos preços até então controlados e as
expectati-vas quanto a política de preços dos demais produtores. Fi
na1mente, como os empresários se deparavam com pequena com
•
petição no início da implementação do plano eles tiveram am
p1a margem para fixar preços de acordo com suas expectati
vas inflacionárias, erLduds ou nao.
Enfim, a necessidade de atingir equilíbrio
exter-no e simultaneamente estabilizar e corrigir um sistema de
preços distorcido, acabou provocando não apenas redução de
preços, mas queda da atividade econômica. A política monetá
15,
reais elevados, salários reais muito baixos e recessao. As
expectativas inflacionárias se ajustavam muito lentamente
na medida em que a renda era re-distribuida na direção dos
produtores, compensando-os, pelo menos em parte, via maio
res preços e margens, das perdas provenientes das menores
vendas (TABELA 3 - CA?1TULO 111).
Como os preços permaneciam muito acima do
equi-librio, a demanda interna foi insuficiente para absorver
~
a capacidade instalada levando a economia a recessao. No
caso chileno, o fenômeno foi agravado pela redução
acen-tuada dos investimentos públicos e por um crescimento insa
tisfatório das exportações, levando a uma queda do -PNB per
capita da ordem de 13% entre 1973/76. No caso argentino e
uruguaio os efeitos restritivos da estabilização foram
compensados por aumentos no investimento público e no volu
me de exportações. Na Argentina e acima de tudo no
Uru-guai, a demanda agregada ao invés de se contrair foi
re-orientada do consumo doméstico para investimentos e expo!:
CAPíTULO 11
11.1 - INTRODUÇÃO
Com o objetivo de analisar os programas de
esta-bilização de preços implementados pelos países do Cone-Sul
no final da década de 1970, será apresentado um modelo teó
rico que nos fornecerá os insumos necessários para o enten
diment6 da evolução efetiva e dos resultados econômicos ob
tidos por esses países. No capítulo seguinte, em
contrapo-sição a trajetória teoricamente esperada para as variáveis
econômicas relevantes, a saber, taxa de inflação, hia~o do
produto, taxa de câmbio real, taxa de juros real e taxa es
perada de inflação, será apresentado o curso efetivo
toma-do pelas economias, com ênfase nos desequilíbrios propici~
dos pelas medidas de política econômica que acabaram por
conduzir a denominada "Síndrome do Cone-Sul".
I
1 .
11.2 -' APRESENTAÇÃO DO HODELO (I) {2} {3} (4 ) {5} (6 ) {7} {8}
w = P
q
=
(l-a)p + a{e+p')iTI
=
qTI '- S(TI-TI
e); S > O e
e
=
e+p'-
ph
=
c -
D{r-TI )+
AGie
.
W
=
TI+
yh; y > Oe
onde:
O ~ a~ 1
c
> O, D > O, A > O17.
- p, w, q, p', e,
e
indicam, respectivamente, os logarítmosneperianos do índice de preços internos do índice de salá
rios nominais, do índic~ de custo de vida dos
trabalhado-res, do índice de preços externos, da taxa nominal de
câmbio e da taxa de câmbio real;
- h, r, r' TI, TI
e, Ete representam o desvio do produto {log~
rítmo neperiano da relação entre o índice do produto real
efetivo e o índice do produto real a pleno emprego), a
taxa nominal de juros interna, a taxa nominal de juros
externa, a taxa efetiva de inflação, a taxa esperada de
inflação e o valor esperado da taxa de variação cambial
nominal;
C, D, A, a,
13,
y sao constantes.-Inicialmente, a economia se encontra em pleno
emprego com a taxa de inflação 1T •
o Admite-se,
adicional-mente que ri e p' se mantenham constantes.
Passemos a descrição das equaçoes do modelo:
(I) w
=
PTrata-se da regra de formação de preços via
mark-up, no caso o preço p do produto obtido no pals ~ e
..
equivalente ao índice de salários nominais;
( I I ) q
= (
1-a) p + a (e +p , ); O ~ a ~ 1o
índice de custo de vidaé
determinadoadmitin-do-se que os trabalhadores dispendam a fração (l-a) de
19.
a fração complementar a em produtos importados. Deste mo
do, admite-se que os trabalhadores possam destinar parte
de sua renda a compra de bens importados e ainda, a inexis
tência de impostos indiretos/subsidios incidentes sobre a
cesta de consumo dos trabalhadores;
(III) TI
=
qDefinição da taxa de inflação efetivai
Fórmula da Cagan'para formação adaptativa das
expectativas inflacionárias: os agentes econômicos corri
gem instantaneamente suas expec.tati vas por uma fração do
erro cometido. No caso, a taxa esperada de inflação para o
instante t é uma média ponderada das taxas de inflação
0-bservadas com pesos exponencialmente cadentes para o pass~
do. O coeficiente
S
mede a memória inflacionária que sera..
maior quanto menor ele for.1
(V)
e
=
e+
p-- P(VI) h
=
C - D ( r - TI e )+
A ~; C > O, D > O, A > OVersão log-linear da curva IS, note-se que, o-p~
râmetro' C pode alterar-se pela política fiscal e pelo' de
correr. do tempo.
(VII) r
=
ri + Et eHipótese de perfeita mobilidade de capitais: a
taxa nominal de juros doméstica é equivalente a taxa nomi
nal de juros externa adicionada a taxa e.sperada de
varia-çao do câmbio nominal.
(VIII) W
=
TI + yh; Y > Oe
Curva de Phillips de salários: a taxa de
cresci-mento instantâneo dos salários nominais é igual a taxa es
perada de inflação mais uma função crescente do desvio do
produto.
Um ponto central na política anti-inflacionária
adotada no Cone-Sul foi o anGncio pr~vio da trajetória
da taxa nominal de câmbio que passou a ser ~desvalorizada
21.
a um programa pré-estabelecido, ao final do qual esta seria
fixada. Deste modo, por simplificação, admite-se que no ins
tante zero seja congelada a taxa nominal de câmbio.
Duas versoes do modelo serão apresentadas: a pri
meira, que admite a existência de credibilidade no plano
anti-inflacionário, o que implicaria numa taxa esperada de
desvalorização cambial igual a zero (Ete
=
O); a segunda, que considera a hipótese de nao haver credibilidade, ,casoem que, a taxa esperada de desvalorização cambial seria fun
çao crescente da taxa esperada de inflação e decrescente da
taxa real de câmbio (Ete
=
constantes positivas) .TI
+
a - ba,
e onde a e b sao
Um primeiro passo para a obtenção das trajetórias
das variáveis econômicas relevantes do modelo, consiste na
obtenção da relação de Phillips de preços, o que passamos a
fazer:
w
=
p=
(1q
a)p
+a(e
+p')
=
(1TI
=
q=
(1-
TI) P de (3)w
=
TI + yhe de (4)
..;
TI
=
(1-
ex) [ex e + YhJ (9)A relação de Phillips de preços mostra que a ta
xa efetiva de inflação depende do estado do mercado de tra
balho avaliado pelo hiato do produto e das expectativas in
flacionárias. A inflação será tanto maior quanto maior o
hiato de produto e a taxa esperada de inflação.
Combinando-se a relação de Phillips de preços
com a expectativas adaptativas de inflação, chega-se a
uma relação entre a taxa efetiva de inflação, o hiato do
produto e suas taxas de variação instantâneas.
Deste modo:
TI
=
(1-
ex) [;e:I-TI
=
S(TI-
TI )e e
TI
=
(1-
ex) [SiT -TI=
TI yhfe
1
-
exTI
=
(1 - ex) [STIyh]
.
SiT + yh] e
de (9)
.
STI + Syh + yh]
1 - ex
23,
i
+ aSTI=
(1 - a)Y[h
+ ShJPassemos, doravante a obtenção de sistemas de
equaçoes diferenciais e de seus respectivos diagramas de fa
se para o primeiro modelo, em que Ete
=
O.
Como:
Ete
=
O :+' r=
r';h
=
C-
D(r-
TI ) + Ae
e
h
=
C-
D(r'-
TIe) + A(e + p'
h
=
DTI e-
ApTI
=
(1-
a)ph
=
D TI e A TI1
-
aTI
=
S (TI - TI )e e.
TI e
=
TI - yh, tem-se que1 - a
h
= -
(A + a D S)TI + DS
Y h1 - a
(6)
-
p)(5)
11.3 - PRIMEIRA VERSÃO DO MODELO
11.3.1 - tquaç5es do Sistema
TI
+ a B TI=
(1 - a) Y(h
+ Bh)h
= - (
A + a D B )TI + D S Y hl - a
TI + a S TI
=
(1 - ex) Y [- ( A + ex D ..ê.)
TI + D B y h + B hJ
l - a
TI
=
-[Y (A + a D B) + a SJTI + [(l-a)YS (Dy + l)J hh
= -(
A + a D B ) TI + D S Y. h1- a
11.3.2 - Diagrama de Fase
ir
=
O ~ TI=
_-'-C
_l-_a_),--_S--,-( D--,--Y _+_1....;.)__ h; S (1 - a) (DY + 1 )(A + D ex S) + aS
Y (A+DaS)+
h=O ,>,r= D B Y (l - a)
A-rDaS
Hipótese l : , < l - a ) S (Dy+1)
(A+DaB) + aS
y . h,
>
DBy(l-a)
A + Da B
DBy(l-a)
A + DaS
(A + D ex B) (D y + 1) > Dy ( (A + DaS) +
(A + DaS) 'Dy + A + DaS > D Y (A + D a B) +
>
O
~) y
DaS
y
aS
Y
>
O
!
25,
A
+
D a 13 > Da 13 .A >
O,
verdadeiro.Segue-se o diagrama de fase relacionando a e h,
na hipótese de estabilidade do sistema de equaçoes diferen
ciais. Neste caso, o diagrama de fase nos mostra que toda
solução tende para zero. A dinâmica I do desvio do produto
e da taxa de inflação corresponde ao caso em que a equaçao
característica do sistema apresenta raízes reais negativas,
hipótese em que o ponto crítico (0,0) é um nó
assintotica-mente estável, com caminho atingindo tal ponto. A dinâmica
2 ocorre quando os valores próprios forem complexos conjug~
dos com parte real negativa (foco atrator) o que torna o
ponto crítico do sistema um ponto espiral, assintot.icamente
r
/
/
/
- - _ /
I
\
~
/;
/
I
.
'..J Ir'
-O
I \ I
-/
27,
11.3.3 - Determinação da Condição de Estabilidade do Sistema
Uma condição necessária e suficiente para que o
sistema tenha solução nao trivial
é
de que o determinante:-{ [y (A + a D f3 ) + a f3 ] + À}
\
A + aDS
1 - a
.ou seja:
2
)
(1 - a}yf3(D y + 1)
À + (yA + af3 - Df3y(l - a» À + A yf3
=
O
=
O
Para que o SISTEi-iA SEJA IESrl'ÁVEL" é necessário e
suficiente que tr I4 < O e sabe-se que PM(À)
=
det(M - ÀI)=
onde
I4
=
2
=
À - (tr M) À+
det M- [y(A + aDS) + aS]
A + aDf3
1 - a
(1 - a) yf3(Dy+ 1)
D Sy
A condição de estabilidade do sistema é de que:
Desde que se verifique a condiç~o de
estabilida-de do moestabilida-delo , trM < Ó, o polinômio característico ou possui
duas raízes reais negativas, distintas ou nao, ou possui
raízes complexas conjugadas com parte real negativa. Em
qualquer caso, satisfeita a condição de estabilidade, tanto
a inflaç~o quanto o hiato do produto convergem para zero.
Passemos a determinaç~o das trajetórias em cada um dos
casos possíveis:
l} As ralzes
..
À1 e
À
2 sao reais e
-
distintas,sabendo-se ainda que obedecida a condição de estabilidade,
sao negativas.
Neste caso, o ponto crítico (O,O) do sistema
linear ~ um nó assintoticamente estivel, sendo a solução
geral do sistema do tipo:
e onde C
29.
2) As raízes À1 e À
2 sao reais e iguais.
Deno-tando-s~ por À se~ valor comum, verifica-se, tendo em vista
a condição de estabilidade, ser este negativo, no caso
trM . Novamente, o ponto crítico (0,0) do sistema . linear
2
é
um nó assintoticamente estável, sendo a soiução geral dosistema:
onde, Ais e Bis sao constantes definidas, C
I e C2 sao cons
tantes arbitrárias e
_~~
é igual a B .AI A
3) As ralzes .,. da equação característica
sao complexos conjugados com parte real diferente de zero,
podendo ser escrita da forma a
±
bi onde a e b sao ambos reais diferentes de zero. Neste caso, o ponto crítico (0,0)do sistema linear
é
um ponto espiral e como, pela condiçãode estabilidade, verifica-se que a parte real dos valores
próprios é negativa (foco atrator), trata-se de ponto espi
do tipo:
onde:
AI' A2' B
1 e B2 sao constantes reais definidas e Cl e C2 sao constantes arbitrárias. No caso em questão:
a
=
trM < (foco atrator) então toda solução ten2
-de para zero espiralando em torno da origem quando t +
+
00lim 7f(t)
=
O
lim h(t)=
O
t + + 00 t +
+
00Notas - 1. Objetivando-se checar a possibilidade teórica de existência das três soluções anteriormente propostas, foi es tudado o discriminante do polinômio característico. Analisan do-o, tendo em vista as restrições originariamente impostas aos parâmetros, bem como às provenientes da condição de esta bilidade, verifica-se que, tais restrições de per si não são capazes de determinar o sinal deste discriminante.
(APt;NDICE 1).
2. Adicionalmente, foi" realizada uma análise da con dição de estabilidade combinada com as restrições
sobre os parâmetros do 1110delo. (AP~NDICE 2)
impostas
31.
11.3.4 - Com o objetivo de ~eterminar a traje~6ria conjunta
das varIáveis relevantes do modelo, foram obtidos os siste
mas de equaçoes diferenciais e diagramas de fase
nando: h x 6, TI ~ ~~. TI X
11.3.4.1 - h x
e
TI I
e h x TI e , e
a
x TI e •
relacio-De h
=
C - D(r' - TI )+
A6 combinado come
TI
=
e
(I)
a
=
- yh e
a
=
tem':" se que:1 - a. 1 - a.
C - Dr' + A
a -
(1 + yD) hD D D
=
.
C - Dr' (1+
yD)ha
=
o
+a
- (
A )+
ADiferenciando
h
=
C - D(r' - TI )+
Aa
e tendo eem vista a f6rmula de Cagan para expectativas adaptativas,
ap6s certas substituições, chega-se a:
(11)
h
=
(DaS +A)a
+ D ByhSubstituindo
a
por (1), obtém-se:--"1
r
h
=
DBy- (DBa + A) (1 + yD) h + 2L(DBa.+A)a ++ (Dl:)a + A) (C - Dr') D
l+yD
A
c -
Dr'A
onde demonstra-se, tendo em vista a condição de estabilidade do sistema que o coeficiente angular da reta é positivo.
DIAGRAMA DE FASE
L
í2
e
=
----ºr" -
CA
t;\
e
I ,
I
i
I
r
>
h
33.
11".3.4.2 - TI X 6
o
relacionamento das variáveis é obtido através_.
da equaçao:
6
=
----
TII ex
TI < O
z::c->
6 > O (6 crescente)TI
=
O <==»6 - O (6 no seu ponto de equilíbrio)N
8
, .
)
; .
. .
,
! .
; .
, .
II.3.4.3.
gan:
TI:
x
TIe
A primeira equaçao do sist~ma é a fórmula de
TI = f3(TI - TI )
e e
TI=O >TI=
e
35,
Ca
Substituindo-se na Curva de Phillips de Preços,
o hiato do produto por sua expressa0 na curva I8 e, diferen
ciando a equaçao resultante, obtém-se:
TI
=
(1 - a):(1
+ yD)TI-e
L
Ay
l-a
Tendo em vista a formação de expectativas
à
laCagan, chega-se a:
TI == [(1 - a) (1 + yD)f3 - AY] TI
-
(1 + yD) (1 - a)STIe
[
,
TI == O --...:;> TI == (1 +yD) (l-a) 13·
J
TI(l"'a) (1 +yD) 13- Ay e
Caso n9 1
(1 - a) (1 + )"D) 13 - Ay > O,
então como
(1+1 D) (l-a)B
> l~tem-se que a reta
(l-aj (l+yD) B - Ay
que
representa os pontos para os quais *=0,
é
necessariamente
inclinada do que a reta ne
=
O
DIAGRAMA DE FASE E GRÁFICO DE TRAJET6RIAS
L
I'
~/
I
(
,.;
IL
1.::: .
Caso n9 2:
(l-a) (l+yD) B
o
L
o
-Ay< O
r
N foi
o
Cl H U fi!~
O~
o H U H U fi! Cl fi! U} fi! foi \Ü Pl H ~ \ \,
I I\
\,---
... -\ ...."
"
"
,
,
'\
, ,
'"
);;:. \I \
'"- \
\
\
, .. __ 1-,. _ _
DI'Ó
01>( L
I'
) =i':' ,
-I '~ , " I'
..
, ,t l
11
II.3.4.4 h x TI e
Substituindo-se
39.
...
TI na equaçao de Cagan, por sua
expressa0 fornecida pela Curva de Phillips de Preços, resul
ta que:
(I) TI
e
= -
aSToe
+ S(l - a)yhTI
=
O >TI=
e e l-a )yh a
Diferenciando-se a curva IS e usando-se a
de Phillips de preços chega-se a:
(11 )
Caso n9 1:
( I ) em ( I I) :
h
=
o --:)'
TIe = DBy(l - a) - Ay DaS
+
ASe DBy(l - a) - Ay >
O,
h
curva
então DBy(l~a) - Ay Daf5 + A
< (1 - a)y ,ter-se-ia o seguinte
a diagrama de fase:
'.
oi
:t
r
L
Quanto DSy (l-a.) - Ay < O, tem-se que:
r
"-'
II e
L
41.
h
o
,l
!i
~ ,
til
L í ~
!:
i
, .,
,i
11
Urna vez que foram obtidos dois diagramas de fase,
e interessante verificar, considerando as restrições
impos-tas aos parâmetros para satisfação da condição de
estabili-dade, a efetiva validade desses diagramas. Para tal foi fei
ta an&lise do coeficiente 6
=
DBy(l - a}- Ay(APtNDICE 3)....
11.3.4.5
(I)
(11)
(111 )
e x TI
e
43.
Levando TI
=
-(1 - TI}e para TI=
S(TI-TI ) obtem-se:e e
TI
=
-S(l - TI)9 - STIe
e
-
~A segunda equaçao e obtida do seguinte modo:
TI = (l-TI) (TI + yh)
e
TI = -(l-ale
e = [TI
e + yh]
h = C-D(r'
-
TIe) + Aee
=
y
[Dr' - CJ - (1 + (1 + DY)TI e AyB,(11) em (I)
~e
= Sy(l - a) [c-br'J
+ S[Dy - a(l+Dy)J1fe + SAy(l - a)ee
=
o ) e=
Dr' - C-
(l+Dy) TIe
A Ay
TIe
=
O :)e =
Dr' - C-L
Dy' -
a(1+
Dy)j
"e1
+
Dyr
o
,1
L
Caso.n92:
O'. < Dy
1
+
DyComo
[
Dy - O'. (1 + DO'.)
l .
< (Ay(l-O'.)
-J
1 + yD
AY
diagrama de fase:
e
=
Dr' -C A45.
chega-se ao seguinte
----_._-)
~,
il(.
'--r-J
TI h
e
TI e r - TI eTI(O) = TI > O h(O)=O 9(0)<0 TI (O) TIO TIO
O e = l-a r
-1 - a
I
I.t
i"
,!, !
'v
v
TI=O !
e
MIN I /:I-t I I
~ I
I h MIN
1
,
l'1
Ii I !
'v
I I· 1 I
t:-I
I
I I I'"
vi
r
I
"
TI MIN
v
"
"'.
t (r-TI )! TI = TI MIN MAX
: e e
1'\
"
r
':-: . i V
TI (00)=0 h(oo)=O 9(00)= Drl-C TI (00) =0 (r-TI )
=
riA e e 00
46,
Foi realizada analise do numerador do coeficiente
angular para a reta em que w
=
O·e (dado que o denor:l.inador
é
não negativo) visando verificar a validade dos dois diagramas tendo em vista as restri"ções impostas aos parâmetros,
,,...?tu;;. "",'~:,'; ~
I .
7T
7T (O) =1T >0
O
t
7T=0"
7T HIN
f· ,\ 7T=0 {.
"
7TMAX .; '~' 7T=0 7T(OO)=O h h(O)=OL
i. ."
h MIN
~ I
,.
~ h=O 1 I h=HAX ' i h=O .-, h(oo)=O 66 (0)< O
v
6 MIN
/I
,~
"
t·
r
6 MAX
'li
\'
6 MIN
6(00)= Drl-C
A
7T
e
7T
e (O)= 7T 0
l-a v '(
'"
v v7T=7T HIN
e
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/ ,
I
7T=7T HAX
e
7T «(X» =0
e
r - 7T
e TI
r 1 - O~
l-a
"
(. ~"
"
(r-TI ) HAX
e
\'
\'
v
v
(r-7T ) MIN e
I,
Í'
(r-7T ) =r 1
eoo ~
Q:)
--,-~- ...
/L. • •• ,.-.... _--.,- __ H_. ·,_ •. M. ;;:~.~. _'-_'_-~~"'~----_P_'Ã~~-' -~:_ ---""--:-':;;--:-;:=,-:-::--::'-;--;:;:-;-:::-,-;::-~....:.;;..r-:;- ;~,,=::'==::='-;~ ... ":;.~"'-.::r.r'-:;';;''":3I. .::.::"::~~JI':.~~r- ~2'" ~:MI!r.~~'::...~
49,
II.3.6 - Dinâmica do Modelo
A fixação da taxa nominal de câmbio tem o efeito
inicial de desencadear um processo de valorização do câmbio
-TI
real (9 (O)
=
l-~
) o que faz com que a economia passe a expe-rimentar urna redução vigorosa de sua demanda agregada. SiTI
muI taneamente, como a taxa esperada de inflação (TI (0)= _O __
e l-a.
supera a taxa efetiva (TIO) e esta e cadente, face ao
exces-so de oferta de bens existente na economia verifica-se con
siderando a hipótese de expectativas à la Cagan, que a taxa
esperada de inflação se reduz.
As alterações da. taxa esperada de inflação afetam
tanto a demanda como a oferta agregada. Pela ótica da deman
da, dada a taxa nominal de juros (rI) a·redução esperada de
inflação provocará elevação da taxa de juros real ex-ante
com o consequente desestímulo aos gastos com investimento.
Por outro lado, a relação de Phillips nos diz
que a inflação depende do estado do mercado de trabalho ava
rias. Mais especificamente, a inflação ser
a
tanto maiorquanto maior o hiato do produto e a taxa esperada de infla
çao.
A taxa esperada de inflação indica que há um
po-tencial inflacionário mesmo numa situação de pleno emprego.
Os salários e por conseguinte os preços se elevarão quando
a produção estiver em seu nível de p.e. se se espera que
haja inflação e os salários nominais se ajustarem em confor
midade com ela. Uma queda em TI , desta maneira, faz
e
que cada nível de hiato de produto seja compatível com
taxa efetiva de inflação mais baixa que anteriormente.
com
uma
A queda da taxa esperada de inflação e a
valori-zaçao da taxa de câmbio real, que constitui choque favorá
vel de oferta funcionam como fatores que suavizam a queda
do hiato do pr.oduto diante da redução de demanda agregada
(Gráfico 1).
Quando a taxa de inflação chega a zero inter
-rompe~se o processo de valor~zação do câmbio real que atin
ge o seu valor mínimo, entretanto tendo em vista o cresci
mento da taxa real de juros, uma vez que a taxa esperada de
inflaç~o e declinante (TI
>
TI), tanto que o hiato doprodu-e
to quanto a taxa efetiva de inflação continuam em queda,ap~
sar da desvalorização cambial em curso. Bste processo
pros-segue até que o hiato chega a seu minimo (Gráfico 2), isto
é,
a economia se encontra em seu momento de maior recessao.A partir dai, o hiato do produto começa a crescer puxado
pela expansao de demanda proveniente da recuperaçao do sal
do comercial, tendo em vista a desvalorização do câmbio
real que se sucede, com o I estimulo adicional dos efeitos fa
voráveis sobre a oferta da queda da taxa de inflação esper~
da. Note-se que, apesar do produto já estar em crescimento
ainda assim a taxa de deflação é crescente posto que a que
da na taxa esperada de inflação torna mais brando o trade
off entre inflação e desemprego (Gráfico 3).
Em certo momento, a taxa efetiva de inflação
chega a seu minimo (máxima taxa de deflação) e começa a
crescer simultaneamente com o hiato do produto face a
comercial em contínua elevação. O"fato da taxa esperada de
inflação ser superior a efetiva e, portanto, ainda estar
em declínio ameniza o crescimento da inflação (Gr~fi6o 4).
Quanto a taxa corrente de inflação se torna
igual a esperada, a taxa esperada atinge seu menor valora
A partir daí, como a taxa corrente de inflação supera a
esperada esta última torna-se crescente. A taxa corrente
de inflação cresce aceleradamente tendo em vista o
cresci-mento da demanda agregada face a contínua elevação do sal
do comercial, decorrente da desvalorização real do câmbio
que permanece em curso, bem como da expansao dos investi
-mentos diante da queda da taxa real de juros, tendo em vis
ta que a taxa nominal est~ fixada ao nível da taxa interna
cional e a taxa esperada de inflação é crescente.
Adicio-nalmente, como sabemos o crescimento da taxa esperada de
inflação acarretará, juntamente com a desvalorização da
taxa de câmbio real, aceleração inflacionária, pelo lado
Nesta face, o hiato do produto permanece em
crescimento diante da expansao da demanda, cujo efeito e
..
reduzido pelo acirramento do trade-off, entre inflação e
desemprego que o aumento da taxa esperada de inflação
pro-porçiona. No caso de converg~ncia não clcl{ca a economia
atingirá o pleno emprego com taxa zero de inflação,
inter-rompendo-se o processo de desvalorização da taxa real de
câmbio que atinge o seu valor de equilíbrio, sendo a taxa
real de juros igual a taxa nominal externa (Gráfico 5-a) .
No caso de converg~ncia clclica a economia passa pelo pIe
no emprego com taxa de deflação decrescente (Gráfico 5-b),
chegando-se a uma 3ituação de hiperemprego com taxa de
inflação zero, quando se interrompe o processo de
desvalo-rização da taxa real de câmbio, que atinge o seu valor ma
..
ximo (Gráfico 6). Simetricamente ao processo
anteriormen-te descrito, anteriormen-tendo em vista o decllnio da taxa real de j~
ros diante da elevação da taxa esperada de inflação, tanto
permanecem em alta, mesmo com início da valorização do
câm-bio real. A economia atinge seu nível máximo de superempr~
go (Gráfico 7), havendo a partir daí queda do hiato do pr~
duto, face a redução de demanda, proveniente da perda de
saldo comercial, explicada pela valorização da taxa de
câm-bio real, além é claro, dos efeitos perversos sobre a ofer
ta provenientes do crescimento da taxa esperada de
infla-çao. Cumpre observar que nesta fase, mesmo com o produto em
queda, a inflação ainda é ascendente, o que se explica mais
uma vez, tendo em vista a relação de Phillips (Gráfico 8).
A taxa de inflação chega a seu máximo ~ passa
a se reduzir simultanemanete com o hiato do produto, tendo
em vista basicamente, a queda sucessiva do superávit
comer-cial. A elevação da taxa esperada da inflação, atua como um
freio
à
queda da inflação corrente (Gráfico 9). A satisfa-ção da condi-ção de estabilidade, implica em que a taxa máxi
ma de inflação atingida seja inferior a ~ inicial TIO.
Quando a taxa corrente de inflação se torna mais
55.
valor, tornando-se decresc~nte a partir daí, por ser sup~
rior a taxa efetiva. Segue-se fase em que taxa corrente
e esperada de inflação, bem como o hiato do produto es
tão em declinio. A economia passa pelo pleno emprego com
taxa de inflação cadente, situação semelhante a inicial,
passando o processo descrito a repetir-se ciclicamente. Os
diagramas de fase, deste modo, sao caracterizados por esp~
rais, com a solução dos sistemas indicando que a taxa de
inflação efetiva e esperada, bem como o hiato do produto,
tendem, no longo prazo, para zero, a taxa real de juros
interna para a taxa nominal internacional e a taxa real
de câmbio para Dr ' - C . Algumas considerações de
natu-A
reza geral podem ser levantadas no que diz respeito ao pro
grama de estabilização proposto. Assim, a convergência ao
pleno emprego está adstrita a satisfação da condição de
estabilidade, o que não se sabe o quanto
é
compatível comà
realidade; exige-se ainda a constância de parâmetros,expectativas inflacionárias e da curva 15i desconsidera-se ainda a existência de choques de demanda e oferta.
Certa-~
mente, o mais importante e ressaltar .que nada indica que
a partir de um cenário de inflação elevada, a trajetória
proposta para eliminar a inflação e manter a estabilidade
do nível de emprego seja ótima, isto porque na melhor das
hipóteses, haverá muita deflação até que o produto retorne
ao nível de pleno emprego, atingindo-se o equilíbrio, fenô
meno que se agrava quando a economia segue os conturbados
caminhos do ciclo amortecido. A bem da verdade, se um pl~
no em que a desinflação pode ser muito gradual, h~vendo
acentuada apreciação do câmbio real implicando em
reces-sao, parece de difícil tolerância para a economia, que
nao se dirá a hipótese de convergência cíclica, "neste caso,
por" muito mais sérias razoes, a implementação do plano se
ria interrompida antes de atingida a desejada estabilidade
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II.3.7 - Dinâmica do Modelo: Gráficos
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11'.4 - SEGUNDA VERSÃO DO MODELO
A segunda parte deste capítulo destina-se ao es
tudo da outra versao do modelo teórico, a saber, aquela
em que nao existe credibilidade no programa
anti-inflacio-nário do governo, passando a taxa esperada de desvaloriza
çao cambial a ser descrita da seguinte forma:
E e
=
TI + a - be
t e
A partir daí, tem-se:
h
=
C - D (r - TI )+
ASe
r
=
rI+
Et eh
=
C - D(r' + a) + (Db + A) (e + p' p)h
=
-(Db+
A)p=
(Db + A )TIl-a
11 • .4.1 - Equações do Sistema
(I) TI + aSTI
=
(l-a) [h + Sh] (sistema 1)(I I) h
=
(Db + A1 - a