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Orçamento monetário: formulação e acompanhamento de suas contas no período 1963-1966

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(1)
(2)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA

CAIXA POSTAL 4081 - ZC - 05

RIO DE JANEIRO - GUANABARA - BRASIL

ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

Tese de Mestrado, apresentada à Escola pelo

e-conomista MARCOS AMORIM NETTO, examinada pelos professo

-res Augusto Jefferson de Oliveira, C Elton Hinshaw e

Werner Baer, e aprovada com grau 8,3 (oito vírgula três).

Rio de Janeiro, 13 de dezembro de 1968

oEPGE/IBRE

g

EyCOE DE OLIVEIRA

Coordenador/EPGE

A-4 Formato Internacional

(3)

FUNDAÇÃO GETÚL1O VARGAS

INSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA

CAIXA POSTAL 4081 - ZC - OS

RIO DE JANEIRO GUANABARA BRASIL

Li a Tese de Mestrado do sr. MARCOS AMORIM

NETTO, intitulada "O Orçamento Monetário", a qual consi

dero perfeitamente aceitável, atribuindo-lhe o grau 8

-(oito).

Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1968

ffl

AUGUSTO JEPFERSON DE OLIVEIRA LEMOS

A-4 Formato Internacional

(4)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

CAIXA POSTAL 4O81 ZC - OS

RIO DE JANEIRO BRASIL

I have read the Mster's Thesis of MARCOS AMORIM

NETTO entitled H0 Orçamento Monetário".

I have found the thesis to be acceptable and

reconunend a grade of nine (9)«

October lst, 1968

C. ELTON HINSHAW

(5)

UNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

NSTITUTO BRASILEIRO DE ECONOMIA

IAIXA POSTAL 4081-ZC-05

IO DE JANEIRO - GUANABARA - BRASIL

I hnve r3':a ihe !>;: ter-1

Saorin1 :;et:-.o, entitled "0 O

P-ivir- it a rr-de oT "8".

Th.ei;ii:' of

?n-r H&31

to1 eí5E-;or

A-4 Formato Intei riacional

(6)

O ORÇAMENTO MONETÁRIO

Formulação e acompanhamento de suas contas no período 1963/1966

I - Introdução

A utilização das diversas políticas setoriais, dentro do cem

texto global da política econômica, & importante no sentido de obten

ção das compatibilidades necessárias à realização dos propósitos gover

namentais. Quando da fixação das metas governamentais de crescimento

do produto, emprego de mão-de-obra, desenvolvimento dos diversos seto

res da economia, é preciso que os fluxos de receita e despesa do Gover

no, o comportamento do balanço de pagamentos, a assistência

creditt-cia, etc, ou seja, o movimento dos fluxos de entrada e salda dos diver

sos ramos da atividade que compõem o sistema econômico sejam observa

dos e analisados para que não surjam incompatibilidades capazes de im

pedir que os objetivos da política econômica adotada sejam alcançados*

De acordo com este esquema, 6 o orçamento monetário o instru

mento utilizado pelo Governo no controle das operações do sistema mone

t&rio. Este inclui em sua formulação os empréstimos dos Bancos Comer

ciais e das Autoridades Monetárias ao setor privado, as operações com

o Governo Federal e as ligadas ao comércio com o exterior, assim como

os recursos recebidos do publico pelos bancos, os recursos oriundos

das operações internacionais, etc. Evidentemente, este total das apli^

caçoes e de recursos será igual, quando não ocorrendo isto, independen

temente, as Autoridades Monetárias o equilibraria através de emissões

de papel moeda.

O objetivo final do Orçamento Monetário 6 a previsão da ex»

pansao dos meios de pagamento na economia, tornando-o coerente com a

previsão de crescimento do produto físico e uma certa elevação no ní

vel geral de preços, mantida a velocidade-renda da moeda constante.

Assim, a uma dada capacidade de crescimento do produto, mantida a velo_

cidade-renda constante, a elevação dos meios de pagamento acima daque

la taxa, provocará, em decorrência, uma elevação no nível geral de pre

ços.

Analisando-se as contas constantes do Orçamento verifica-se

que os empréstimos, tanto ao publico como ao Governo geram meios de pa,

gamento. Isto acontece pelo hábito que o publico tem em dispor parte

de seus haveres monetários em depósitos nos bancos e na manutenção,

(7)

mitindo-se, assim, a realização de novos empréstimos e provocando, em

conseqüência, elevação nos meios de pagamento.

Por outro lado, as operações com o comércio exterior seriam

neutras, no sentido de não fornecer ou retirar recursos das Autorida

des Monet&rias quando houvesse equilíbrio no balanço de pagamentos. No

caso de um déficit, o volume de moeda estrangeira saído do pais seria

maior que a contrapartida de entrada de moeda estrangeira, gerando,

assim, um volume de recursos em cruzeiros decorrente da conversão des

tes cruzeiros para envio da moeda estrangeira* No caso de superávit,

ocorreria certamente o contrário, isto 6, a conversão dos excedentes

de moeda estrangeira em cruzeiros implicaria em uma aplicação das Auto_

ridades Monet&rias,

A primeira vista o processo 6 simples. Entretanto, como es

te mecanismo, da mesma forma que as demais operações do sistema proces_

sam-ee dentro de um certo período de tempo e como os fluxos de entra

das e saldas não ocorrem necessariamente no mesmo período, havendo

de-fasagens entre recebimentos e pagamentos, 6 importante verificar a ma

neira como equilibrá-lo de uma foxtna independente da emissão de papel

moeda, ou, pelo menos, com um mínimo de emissões.

0 argumento S válido quando se leva em consideração a análi

se do comportamento das expectativas inflacion&rias, uma vez que a não

consideração das defasagens entre receitas e despesas, alto de previ

-soes falhas nas variações estacionais do sistema econômico dentro de

um determinado período, leva-nos a emissões que afetam as expectativas

inflacion&rias mais do que o esperado, de forma que as previsões inici

almente feitas sao alteradas, não mais pelo processo inicial, mas pelo

que êle gerou decorrente da não observância do comportamento dos flu

xos e da demanda de dinheiro pela economia. Explicando melhor, quere

mos dizer que o financiamento da defasagem entre recursos e aplica

-çoes, ou o não recolhimento de excedentes, decorrente de previsões fa

lhas ou do não conhecimento das flutuações a que está sujeito o siste

ma, levam a economia a sofrer variações em sua liquidez, de tal forma,

que afetam as expectativas dos indivíduos e empresas, induzindo-os a

uma modificação de comportamento, que, em seguida, afetará o sistema

monetário, provocando a sua desobediência à orientação inicialmente tra

cada. Seria o caso, por exemplo, de uma emissão não prevista, colocan

do mais dinheiro na economia*que poderia em principio pressionar a ofer

ta de bens, da mesma forma que alterar a velocidade renda da moeda,pro

vocando uma elevação de preços, que, decorrente de uma mudança nas

(8)

in-flacionário que repercutiria sÔbr« a demanda futura de dinheiro, tor

nando o processo cumulativo, Da mesma forma, a ocorrência de maior li

quidez no sistema bancário provocaria aplicações abaixo do nível econo

micamente desejável, que, neste caso, da mesma maneira, influenciariam

aquelas expectativas»

Portanto, em uma economia inflacionada, o processo de conten

ção do crescimento dos meios de pagamento visando impedir que este ocor

ra para financiar aumento de preços, de vez que o crescimento do produ

para sua elaboração, a análise de comportamento dos diversos setores da

economia, além de um exame minucioso dos acontecimentos parciais em ca

da período do ano, de maneira a compatibilizá-los com o programado para

o período.

De acordo com esta exposição, procurou-se elaborar o trabalho

em duas etapas. A primeira, atravgs da apresentação de um modelo de or

çamento monetário, com base no Balancete Consolidado das Autoridades Mo

netârias e Bancos Comerciais, de maneira a se poder prever a expansão

de meios de pagamento e redescontos, em face de alguns pressupostos fi

xados. A segunda parte se constitui na análise das contas de orçamento

apresentado, com os dados fornecidos pelo Banco Central do Brasil, no

período 1963/1966,

I

(9)

II - Elaboração do Orçamento Monet&rio

0 balancete consolidado das Autoridades Monetárias e dos Bancos Co

merciais pode ser descrito da seguinte forma (l):

AUTORIDADES MONETÁRIAS

Ativo

A - Empréstimos ao Tesouro Nacional

B - Redescontos e outros emprésti

-mos aos Bancos Comerciais,

C - Empréstimos ao Publico

D - Empréstimos a Governos Estadu

-ais. Municipais e Autarquias.

Passivo

E - Depósitos à vista e a curto

prazo do publico,Gov. Esta

duais «Municipais, Autarqui

as e outras Entidades Publí

oas.

F m Depósitos dos Bancos Comerei

ais.

F^ - Voluntários

?2 - Compulsórios

6 - Recursos derivados do comér

cio com o exterior.

H - Outras contas (saldo liquido)

9 - Papel moeda em circulação

Ativo

BANCOS COMERCIAIS

J - Encaixes

Jj - Em moeda corrente

Jg - Em dep«voluntários nas

-Autoridades Monetárias

Jg - Em dep.compulsórios nas

-Autoridades Monetárias

K - Empréstimos ao publico

Passivo

L - Depósitos à vista e a curto

prazo do publico, Gov. Esta

duais,Municipais, Autarqui

as e outras entidades pübli

cas

N - Redescontos e outros débitos

junto as Autoridades Monetá

rias

0 - Outras contas (saldo liquido)

Transformando em igualdades o ativo e o passivo das Autoridades

Monetárias e Bancos Comerciais, teremos as seguintes equações (2):

+ J9 + J, + K N + 0

A resolução deste sistema de equações implica na existência de

apenas duas variáveis dependentes. Neste caso, precisamos eliminar do

sistema algumas destas variáveis potenciais.

0 modelo descrito é, resumidamente, o apresentado pelo Banco Cen

tral do Brasil em seus boletins e relatórios.

Todas as componentes das equações referem-se a variações era um cer

(10)

Por definição, 03 meios de pagamento se dividem em duas com

ponentes: o papel moeda em poder do publico, ou moeda manual, e os de

pósitos à vista e a curto prazo nos Bancos Comerciais e nas Autoridji

des Monet&rias, ou moeda escriturai. A análise dos dados históricos

mostra çpie estes componentes mantém proporções constantes a curto pra

zo em relação ao total de meios de pagamento* Chamamos de M a

varia-çao de meios de pagamento e de c, o percentual marginal de meios de

pagamento em poder do público, d^ ) o percentual marginal de meios

-de pagamento nas Autoridades Monetárias, Podemos dizer, então, que:

cM - meios de pagamento mantidos pelo publico sob a forma de moeda ma

nual;

d^M- meios de pagamento mantidos sob a forma de depósitos à vista e a

curto prazo nos Bancos Comerciais;

TgM -meios de pagamento mantidos sob a forma de depósitos à vista e a

curto prazo nas Autoridades Monetárias,

onde: cM + d,M + d«M = M# pois, c + d, + d2 = 1

Da mesma forma, o encaixe total dos Bancos Comerciais man

têm proporção constante em relação aos depósitos à vista e a curto pra_

zo recebidos. Evidentemente, os depósitos compulsórios sao fixados p£

Ias Autoridades Monetárias, enquanto os outros sao decorrentes das pró

prias necessidades dos Bancos Comerciais. Admitamos que r, seja a re

-laçao marginal entre os encaixes em moeda corrente e os depósitos à

vista e a curto prazo nos Bancos Comerciais, r? a relação marginal en

tre os depósitos voluntários nas Autoridades Monetárias e os depósitos

à vista e a curto prazo nos Bancos Comerciais e, r,, a relação margi

nal entre os depósitos compulsórios nas Autoridades Monetárias e os de

pÓsitos a. vista e a curto prazo nos Bancos Comerciais. Deste modo, te

mos:

r^d^M - encaixe em moeda corrente dos Bancos Comerciais

Tgd^M - encaixe em depósitos voluntários dos Bancos Comerciais

rjd^M - encaixe em depósitos compulsórios dos Bancos Comerciais

rd^M - encaixe total dos Bancos Comerciais, pois,

0 papel moeda em circulação ê obtido pelo papel emitido me

nos a caixa em moeda corrente das Autoridades Monetárias. Retirando,

ainda, a caixa em moeda corrente dos Bancos Comerciais, teremos o pa

-pel moeda em poder do publico. Podemos dizer, que:

( c + r^d^f M = papel moeda em circulação

Para os empréstimos das Autoridades Monetárias e Bancos Co

merciais, precisamos fixar uma condição de comportamento,reiativamente

(11)

aos meios de pagamento. Admitiremos que tais empréstimos mantenham

uma proporção constante em relação aos meios de pagamento. Esta é uma

variável de decisão muito importante, pois permite ao Governo, através

!de

outros instrumentos, como depósitos compulsórios e redescontos, a

escolha da maneira como expandir os empréstimos, se igualmente pelos

Bancos Comerciais e Autoridades Monetárias, ou em proporções diferen

tes. Admitiremos que:

o^M - empréstimos ao publico pelas Autoridades Monetárias

/^M - empréstimos ao publico pelos Bancos Comerciais,

oí,/3 conhecidos.

As outras incógnitas do sistema são consideradas variáveis

independentes e fixadas exògenamente, com exceção dos redescontos e

meios de pagamento, que serão determinados quando resolvido o sistema.

Os empréstimos ao Tesouro Nacional (a) serão estimados de

acordo com a previsão do déficit governamental não financiado por ou

tras fontes. Os empréstimos a Governos Estaduais, Municipais,Autarqui

as e outras Entidades Publicas (D), serão projetados em conformidade

com a política determinada pelos diversos órgãos necessitados de supri

mentos. Os recursos derivados do Comércio com o Exterior (G)serão obti

dos através da projeção do Balanço de Pagamentos, recursos em moeda

estrangeira recebidos, depósitos de importações e exportações, etc.,

que convertidos em cruzeiros nos oferecerão um saldo, que poderá ser

positivo ou negativo, conforme haja déficit ou superávit na balança de

pagamentos. No Brasil, tal afirmativa não é necessariamente válida ,

considerando o controle cambial exercido pelo Governo. Deste modo,

ocorrendo um superávit, as Autoridades Monetárias poderiam evitar uma

colocação liquida de cruzeiros, pela elevação de depósitos compulsóri

os sobre importações, por exemplo, medida esta que poderia impedir que

as contas referentes às nossas relações com o exterior, exercessem uma

pressão

sobre

sua

caixa.

Para

o saldo

liquido

das

outras

contas

(H),

sao estimadas as variações, tanto no ativo oomo no passivo, das diver

sas rubricas que compõem este Item e consolidadas em uma só, constante

do passivo ou ativo das Autoridades Monetárias, respeitado apenas o

seu sinal. Para as outras contas (0) dos Bancos Comerciais procede-se

da mesma forma que para as Autoridades Monetárias.

Assim, agora, substituindo~se todos os resultados

(12)

(c+d2 + rd,) M + G + H

(r- 1) d M = N + O

Como variáveis independentes. A, D, G, H e O sao conhecidas,

sendo, neste caso, possível a solução do sistema com as duas incógni

tas restantes, ou seja, meios de pagamento, M, e redescontos aos Ban

-cos Comerciais, pois, B = N.

A fixação de algumas variáveis na elaboração do Orçamento é

tarefa importante tendo em vista a sua participação no sistema. Deste

modo, em uma economia inflacionaria, com um programa de estabilização,

o nao comportamento destas variáveis dentro das previsões inicialmen

te traçadas, provoca um desajustamento na evolução das demais contas,

levando a falhar o plano previamente elaborado. Por exemplo, os em

préstimos ao Governo Federal crescendo mais do que o previsto, decor

-rente de ura aumento no déficit, levaria a um aumento dos meios de paga

mento tendo em vista a colocação de mais dinheiro em poder do publico

e o poder de expansão de empréstimos dos bancos» Neste caso, para

cumprimento do programa haveria necessidade de uma diminuição em qual

quer das demais contas do ativo, ou elevação das do passivo com recur

sos nao monetários, de maneira a não permitir o seu desequilíbrio, Po

demos concluir, assim, que tanto na previsões como também o acompanha

mento das contas do Orçamento Monetário são providências imprescindí

veis à boa execução da política monetária. Aliado a esta observação,

convém ressaltar a importância das variáveis de comportamento, ou se

-ja, os componentes dos meios de pagamento, e os encaixes voluntários

dos Bancos Comerciais, considerando as oscilações que podem ocorrer du

rante a execução do programa. Necessário se faz a sua fixação median

te critérios que nao levem apenas em consideração o seu comportamento

observação de sua estacionalidade, evitando o comprometimento de todo

(13)

III - Os multiplicadores de meios de pagamento

Examinemos, agora, algumas relações importantes» que nos

permitirão identificar com exatidão as causas da expansão de meios

de pagamento»

Tomando por base o esquema apresentado na seção II, a rela

ção entre meios de pagamento e papel moeda em circulação e dada por:

(c + )M, ou.

Deste modo verificamos que a expansão de meios de pagamen

-to, decorrente da colocação de papel moeda em circulação, depende do

comportamento do público em distribuir seus haveres monet&rios e do

encaixe em moeda corrente dos Bancos Comerciais. Assim, uma redução

no encaixe em moeda corrente dos Bancos Comerciais ou diminuição no

percentual de papel moeda em poder do púilico elevará aquele multipli

cador. Entretanto, tratando-se de uma igualdade, cujas variáveis não

estão sujeitas à influência governamental, pois que se tratam de va

riáveis psicológicas, a sua observação explica apenas a razão da ocor

rência de variações em seu comportamento sem permitir, no entanto,uma

intromissão em sua evolução.

A equação (í ) permite a obtenção de outra relação impor

-tante. Chamemos de Z, a expansão liquida das aplicações das Autorida

des Monet&rias, isto é, o seu ativo menos os recursos oriundos do co

raercio com o exterior e o saldo liquido das outras contas.

-*^M

+ A + B+D-G-H

Substituindo na equação (l)*, temos:

, ou, ainda:

c + d2 + rd

1 - (1 - r)d

chamado de multiplicador de meios de pagamento em função das aplica

ções

líquidas

das

Autoridades

Monetárias.

Esta relação permite algumas conclusões interessantes. Obser

(14)

Bancos Comerciais de seus depósitos à vista e a corto prazo e também

da evolução das aplicações líquidas das Autoridades Monetárias*

Verifica-se* por exemplo, que se houver uma elevação no

centual de meios de pagamento mantido pelo publico em depósitos à v

e a curto prazo nos Bancos Comerciais* esta relação se altera para ci

ma* Entretanto* esta é uma hipótese verificada "ex-post** uma vez que

esta vari&vel independe de fatores legais*

A mais importante função desta igualdade é a penaissibilidade

que ela oferece de uma atuação das Autoridades Monetárias» Assim* um

aumento no encaixe dos Bancos Comerciais, pela elevação de seus depósi

tos compulsórios* provocaria contração nos meios de pagamento* Da mes

ma forma, uma redução nas aplicações líquidas das Autoridades Monetári

as, impediria o crescimento dos meios de pagamento, Podem* desta manei

ra, as Autoridades* Monetárias influenciar o comportamento dos meios de

pagamento impedindo a sua elevação, através de:

a) - Aumento dos encaixes compulsórios dos Bancos Comerciais;

b) - Diminuição dos empréstimos ao Tesouro Nacional* ao Publico ,

aos Bancos e às demais entidades;

c) - Elevação dos recursos derivados do comércio com o exterior;

d) - Venda de titulos do Governo ao publico, conseguindo, desta ma

neira, diminuir os empréstimos ao Tesouro Nacional.

Finalmente, podemos obter a terceira relação, que representa

a capacidade das Autoridades Monetárias de se autofinanciarem para exe

cução de suas operações* Dividamos os dois multiplicadores* 0 resulta

do é a equação:

Esta relação demonstra quanto de moeda as Autoridades Monetá

rias necessitarão colocar em circulação para financiar uma expansão de

suas operações ativas. No Brasil, esta relação é menor que 1, indican

do que as Autoridades Monetárias, para aumento de suas aplicações, pre

cisam colocar em circulação menos que a expansão exigida, tendo em vis

ta que também recebem recursos, tanto dos Bancos Comerciais como do pu

blico, através de sua participação nos meios de pagamento*

(15)

-10-IV - Os instrumentos de política monet&ria

Como se observa do que j& foi dito, as Autoridades podem se

utilizar de vários instrumentos que lhes permitem influenciar no com

portamento do sistema monetário. Os instrumentos tradicionais de in

fluencia são:

a) - depósitos compulsórios

b) - redescontos

c) - operações de mercado aberto

Pela elevação ou redução da taxa de retenção dos depósitos

à vista e a curto prazo dos Bancos Comerciais, as Autoridades

Moneta-rias impedem ou permitem uma expansão de seus empréstimos e, conse

-quentemente, dos meios de pagamento* 0 multiplicador de meios de pa

gamento em função das aplicações líquidas das Autoridades Monetárias

demonstra que, elevado o percentual de depósitos compulsórios dos Ban

cos Comerciais, mantidas as demais relações do encaixe constante, o

multiplicador de meios de pagamento resultante se apresentará menor.

Evidentemente, o movimento será inverso, se houver uma diminuição na

quela reserva*

Com relação aos redescontos, tendo em vista que se eonstitu

em em recursos dos Bancos Comerciais, o não fornecimento deste dinhei

ro, impedirá um crescimento nos empréstimos dos Bancos Comerciais*

Evidentemente, as políticas deverão ser conjugadas, sem o que, a uti

lização dos dois instrumentos tomar-se-ia neutra*

Na elaboração do orçamento monetário, são fixados os níveis

de depósitos compulsórios, obtendo-se na resolução do sistema a parce

Ia de redescontos a ser fornecida e um determinado crescimento nos

meios de pagamento. A não obediência destes valores, através de uma

maior liberação dos redescontos, por exemplo, ofereceria condições

aos bancos de elevarem os seus empréstimos, do que resultaria, caso

nao se realizassem as correções necessárias, um aumento não desejado

dos meios de pagamento*

A política de mercado aberto consiste na colocação ou reti

rada de dinheiro do sistema pela compra ou venda de títulos pelas Au

toridades Monet&rias* No Brasil, entretanto, este instrumento ainda

é pouco usado e, só recentemente, foi aplicado com firmeza pela

colo-cação à venda de títulos do Governo com correção monet&ria, que ser

vem para financiar o déficit de caixa do Tesouro, diminuindo, assim,

(16)

-11-Aliado a estas políticas tradicionais utiliza-se também a fi

xaçao de tetos para empréstimos através do Banco do Brasil. Deste mo!

do, mais um instrumentos é utilizado, fazendo com que somente 70% do

sistema bancário, uma vez que o Banco do Brasil é responsável por

cfcr-ca de 30% dos empréstimos bancários no Brasil, fiquem submetidos ao

controle indireto das Autoridades Monetárias. Tal instrumento, como

veremos mais adiante, atua pelo crescimento inferior das operações do

Banco do Brasil, em relação ao aumento dos empréstimos dos Bancos Co

merciais, fazendo com que a média de crescimento dos financiamentos pe

(17)

-12-Anilise

das

contas

do

orçamento

apresentado,

de

acordo

com

o Balancete

Consolidado das Autoridades Monetárias e dos Bancos Comerciais

1963/1966.

V - Introdução

Antes^de entrarmos na analise das contas do Orçamento Monetâ

rio,

a observação

do

comportamento

global

de

meios

de

pagamento

e velo"

cidade renda da moeda ê útil no sentido de se identificar como influen

ciaram

na

elevação

dos

preços

no

período,

tendo

em

vista

o crescimento"

do produto ocorrido nestes últimos quatro anos. No quadro I,

abaixo,-podemos observar a evolução destas quatro variáveis:

Ano 1963 1964 1965 1966 Variações

Meios de pa

gamento ""

( média men

sal) -+ 57,9 86,4 83,2 + 38,0 Quadro I percentuais Velocidade renda da moeda + 11,2 4,2 - 10,0 + 4,4 anuais índice de Pre508 + 71,7 + 90,8 57,1 + 38,0 Crescimento real do PIB («) + 1,6 + 3,1 + 3,9 + 4,4

Fonte: Banco Central do Brasil e Fundação Getúlio Vargas

(l) - Deflator implícito do PIB

(«) - Estimativa preliminar

A utilização da equação quantitativa da moeda nos oferece os

meios adequados para a análise dos dados acima. Tomemos a

equação-MV = PY, onde: M = meios de pagamento, V « velocidade renda da moeda ,

P - nível

geral

de

preços

e

Y = PIB

real.

Dando-se

acréscimos

às

va

riáveis da equação, temos:

(M +AM)

(V

+AV)B

(P

dP)

(Y+/iY).

Dividindo-se

esta

pe-Ia anterior, obtemos:

De acordo com esta igualdade, a um aumento de meios de paga

mento, a velocidade renda mantendo-se constante, desde que o PIB não"

cresça, aquele aumento em M se transformará, necessariamente, em um

(18)

Verifica-se, assim, que em 1963, a influência do aumento dos

meios de pagamentos sobre a elevação de preços foi bastante intensa,

tendo em vista o pequeno aumento do produto naquele ano e o crescimen

to ocorrido na velocidade renda da moeda. A partir de 1964, com o

controle severo sobre a expansão de meios de pagamentos, razoável êxi

to foi obtido sobre o incremento dos preços, contrabalançado, também,

por um maior incremento do produto real*

í interessante notar o papel da velocidade renda em 1965,que

registrou decréscimo da ordem de 10,0%, fazendo com que a elevação nos

preços

não

ultrapassasse

57,1%,

apesar

da

expansão

dos

meios

de

paga

mento atingir 83,2%. A redução na velocidade renda neste ano,foi pro

vocada, provavelmente, por uma elevação do encaixe retido pelos indlvi

duos e empresas, em face da menor escassez de crídito, gorando,em con

seqüência, diminuição na velocidade.

Vale examinar, ainda, as taxas de crescimento nos meios de

pagamento e preços, calculados por sua variação em relação a dezembro

de cada ano anterior, apresentadas no quadro a seguir:

Quadro II

Variações percentuais anuais

Dezembro de cada ano anterior 1C

Anos

1963

1964

1965

1966

Meios de pagamento

+ 64,0

+ 85,9

+ 75,4

+ 15,5

índice geral de Preços

+ 79,9

+ 92,1

+ 34,2

+ 39,1

Fonte: Banco Central do Brasil e Revista "Conjuntura Econômica"

Da mesma forma, observa-se que o crescimento dos preços não

foi acompanhado por evolução idêntica nas taxas de crescimento dos

meios de pagamento. Em 1963 e 1964, pode-se comprovar a elevação da

velocidade renda da moeda através das taxas de crescimento nos preços

que foram bastante superiores às de meios de pagamento. Por outro la

do, em 1965, a posição superior do incremento dos meios de pagamento

relativamente aos preços comprova o declínio na velocidade renda da

moeda, considerando-se o teto superior existente para o crescimento do

produto real. Em 1966, no entanto, a redução brusca na expansão de

meios de pagamento em relação a dezembro do ano anterior, apesar da

(19)

-14-da em 1965, muito embora estivesse a indicar uma grande elevação na

velocidade renda, foi devida à posição alcançada pelos meios de pagji

mento em dezembro de 1965, bastante superior à média verificada na

quele ano, que influenciou no índice de dezembro de 1966,

(20)

VI th Analise das contas do sistema bancário

Observado como os meios de pagamento pressionam os preços pe

Ia elevação da oferta monetária, passemos à analise das contas do Ba

lancete Consolidado das Autoridades Monetárias e dos Bancos Comerciais,

de acordo com o modelo apresentado, nas (piais poderemos observar, no

período 1963/1966, a sua contribuição ao processo de expansão de meios

de pagamento*

Feita a programação monetária, o desequilíbrio de uma das

contas do orçamento levará, caso não haja compensação, a uma emissão

de papel moeda não prevista. Isto acontece, por exemplo, no caso d

uma

expansão

das

operações

ativas

das

Autoridades

Monetárias,

sem

a

contrapartida de recursos, de modo a eqüivaler o ativo ao passivo. Por

outro lado, tendo em vista o impedimento, dentro de certo limite, dos

Bancos Comerciais para expansão de suas operações, consideraremos sua

participação

no

processo

gerador

de

meios

de

pagamento

como

secunda

-ria, cabendo às Autoridades Monetárias o papel de iniciador do proces

Dentro dessa ordem de idéias, podemos observar nos quadros

III e IV, o balanço consolidado das Autoridades Monetárias e Bancos

Comerciais no período 1963/1966, apresentado em variações anuais, on

de se identificam, de uma forma global, quais as contas responsáveis

pela expansão monetária nos diversos anos da série.

Em

1963,

a elevação

do

ativo

das

Autoridades

Monetárias

foi

decorrência da maior assistência ao setor publico, através dos emprés

timos ao Tesouro Nacional, tendo sido financiada esta expansão, princi.

palmente, por intermédio dos depósitos dos Bancos Comerciais e da colo

cação

de papel

moeda

em

circulação.

Em

1964,

da mesma

forma,

o finanl

ciaraento das contas do ativo se deveu, em grande parte, ao papel moeda

em

circulação.

nos

dois

anos

subsequentes

- 1965

e 1966

- a

eleva

çao do papel moeda em circulação decorreu da necessidade de compensar*

a salda de dinheiro provocada pela conta de recursos derivados do co

mércio

com

o exterior,

que

se

tornou

negativa,

exigindo aplicações

da

ordem de NCR$ 1.193,0 milhões em 1965 e de NCR$ 750,4 milhões em 1966,

em face, principalmente, dos superavits registrados em nosso balanço

de pagamentos. Além disso, destaquem© os empréstimos a Autarquias em

1965, quase equivalentes aos fornecidos ao Tesouro Nacional, e que,

considerando-se

a sua

evolução

anterior,

influenciaram

bastante

na

ell

vação

do

ativo

liquido

das

Autoridades Monetárias.

(21)

-16-emissao de papel moeda neste período* Enquanto nos dois primeiros

anos, a necessidade de colocação de papel moeda em circulação foi de

vida às contas de empréstimos das Autoridades Monetárias, em 1965 e

1966 passou a ser destinada à contrapartida em cruzeiros das contas li^

gadas às transações com o exterior, em sua maior parte.

Por outro lado, os Bancos Comerciais, através este aumento

operações ativas das Autoridades Monetárias, elevaram substancial

mente suas contas do passivo, seja através de uma parcela gerada de

meios de pagamento - depósitos à vista e a curto prazo - como também

por intermédio da assistência recebida das Autoridades Monetárias, que

foi bastante elevada neste período, podendo financiar, deste modo, a

expansão ocorrida em suas contas de empréstimos. Destaque-se, que mui

to embora o aumento nos redescontos, ocorreram, também nos 3 primeiros

anos do pertodo, elevações mais que proporcionais nos depósitos com

pulsórios - a parte liquida sendo positiva - permitindo-se às Autorida

des Monetárias influenciar, em parte, a expansão dos Bancos Comerei

-ais*

Visto o comportamento global das contas do sistema bancário,

passaremos a analisar individualmente as mais importantes, de maneira

a permitir uma observação melhor, sobre como provocaram tais pressões

no sistema bancário, e, consequentemente, nos meios de pagamento.

- Empréstimos ao Tesouro Nacional

Os empréstimos ao Tesouro Nacional pelas Autoridades Monetá

rias, correspondem à parte do déficit do Governo, não financiada por

outras fontes de recursos. No Brasil, a política da divida publica,

começou a ser utilizada recentemente, através da venda de títulos do

Governo no mercado de capitais. Este mecanismo permite às Autorida

-des Governamentais financiar o seu desequilibrio sem a necessidade de

recorrer ao Banco Central. Evidentemente, o êxito desta política de

pende de dois fatores importantes: Da confiança do publico nos títulos

do Governo, isto quer dizer, na capacidade de conversibilidade destes

títulos e de sua rentabilidade. A partir de 1964, tendo em vista a

pressão do déficit governamental sobre a caixa das Autoridades Monetá

rias, decidiu o Governo lançar no mercado obrigações do Tesouro com o

objetivo de financiar parte do déficit. No quadro V, podemos observar

(22)

Variações Anuais em NGHS Milhões

Especificação ' 1963 1964

Absoluta

Ativo

- Empréstimo ao Tes. Nacional. + 433,6 +

- Empréstimos ao Publico... + 255,5 +

I- Emp.a Govs.Est.e Mun.e Autarq. + 19,2 +

- Redescontos aos Bco.Comerciais + 35,3 +

Total

Passivo

- Dep. à vista e a curto prazo

do Pub.Gov.Est.eMun.eAntarq. + 136,6 +

- Dep. Dos.Bancos Comerc.(inclu

sive Compulâorios).. + 220,1 +

I- Recursos derivados do Comer

-cio com o Exterior 32,5 +

Papel moeda em circulação,.... + 343,7 +

- Outras contas(saldo líquido).. + 10,7 +

Absoluta

75,o|+

746,5

+

73,8

+

+ 73,9 +

57,0 + 61,4 + 116,1 +

59,0 + 94,7 + 99,6 +

Absoluta I

265.0 +

304.1 +

223,6 +

k 41,4 +

743,6 + 64,6 + 1.446,0 + 76,3+ 834,1+

51,0 + 560,9 + 138,7 + 609,0 +

Absoluta

15,1 + 25,7 +

23,8 + 899,2 +

196,4 - 81,2

-21,8 + 178,9 +

25,0 + 1.022,6 +

23,7 + 44,5 1+

31,9 +

566,9"-45,5 100,7

80,5+ 860,4 + 102,5+ 112,8 + 6,<

26,2'* 1.193,0

-69,0 + 685,2 +

557, 750,4 - 76,1

667,8 + 32,1

294,4- 127,5- 191,71+ 583,2+ 300,(

(23)

Variaç

BANCOS COMERCIAIS

iaçoes anuais em NCR$ Milhões

Especificação

Ativo

1963 1964

Absoluta Absoluta

... U 276,6 + 84,8 I + 469,3 +

Em moeda corrente . .... + 56,5 +

Em Dep.Volunt.nas A.Monetârias + 99,3 +

69,7 94,9

77.5 | + 158,8 +

Em Dep.Compul.nas A.Monet&rias + 120,8 + 103,2 í + 215,6 +

prestimos ao Publico

Total

+ 434,9 + 56,1 i 1.018,1

v 711,5 + 64,6

Passivo

1966

77,8

69,0

69,8

90,6

84,1

82,0

Absoluta

+ 971,5 h

+ 111,1 H

+ 329,0 h

+ 531,4 h

+1.711.0 h

+ 2.682.5 »

%

k 90,6

v 47,8

h 85,2

117,2

76,8

- 1 81.3

Absoluta 9

+ 167,3 + =

+ 54,5 +-.

+ 108,4 + |

+

4,4

+ 1.

+ 956,0 +

+1.123.3 +

8,2

15,9

15,2

0,4

24,3

"Ift.ft

pôsitos

à vista

e a curto

prazo

+ 666,2

+

64,2

(t 1.365,7

+

80,2

+2.730,1

+

88,9

+

392,2

descontos recebidos

trás contas(saldo liquido)

+ 35,3 + 59,0 94,7 99,6 41,4 + 21,8 + 178,9 77,4

89,0 - 218,1 + 552,2 +1.145,6

Total

(24)

Quadro V

Financiamento do déficit do Governo

variações anuais NGR$ milhões Empréstimos pelas Autp_ ridades Mo" netârias -Obrigações Reajusta

-veis e Le

tras do Te

souro.

Outras Déficit total

+ 433,6 + 746,5 + 265,0 + 25,7 55,5 48,5 + 323,2 + 333,3 + 15,6 + 30,2 + 4,7 +227,6 + 504,7 + 728,2 + 592,9 + 586,6 Déficit finan ciado pelas Autoridades -Monetárias. % 85,9 102,5 44,7 4,4

Fonte: Banco Central do Brasil

Assim, enquanto em 1963 e 1964 a porcentagem do déficit finan

-ciado pelas Autoridades Monetárias era praticamente de 100%, em 1965 pas

sou para 44,7% e, em 1966, a 4,4%. 0 resultado alcançado foi devido ao su

;esso das obrigações reajustâveis do Tesouro Nacional, que, oferecendo uma

taxa de juros competitiva no mercado financeiro (juros + correção monetâ

-ria), permitiu a obtenção de recursos para o financiamento do déficit, e,

iliviando, em conseqüência, a pressão até então existente sobre a caixa

Ias Autoridades Monetárias. Por outro lado a contribuição da rubrica "ou

tras" em 1966, foi bastante acentuada e decorreu do empréstimo externo

re-Jebido da AID em sua maior parte (l). Ao mesmo tempo em que se aliviou a

íaixa das Autoridades Monetárias, pelo financiamento do déficit através de

mtras

fontes,

a relação

déficit

/PIB.

apresentou

declínio

acentuado,

con

forme o quadro VI, abaixo:

Quadro VI

Déficit de Caixa e PIB

NCI?$ milhões "Receita do Governo 930,3 1.888,9 3.232,5 5.909,8 Despesa do Governo 1.435,0 2.617,1 3.825,4 6.496,4 Déficit Caixa "Relação déficit 504,7 728,2 592,9 586,6 9.591,2 18.867,3 30.796,5 44.369,1

onte: Fundação Getulio Vargas e Banco Central do Brasil

(25)

-20-A ocorrência deste declínio na relação deficit/PIB foi

causada por uma taxa acelerada de crescimento na receita, bastante su

perior à verificada na despesa, contribuindo assim para a manutenção d)

déficit em níveis baixos. Uma vez que para financiar o déficit o Go

verno recorria às Autoridades Monetárias, que por sua vez, em face de

suas operações com outros setores, se via na contingência de emitir pa

pel moeda, a diminuição da demanda de crédito para este tipo de opera

ção veio permitir às Autoridades Monetárias a aplicação de seus recur

sos em outros setores, muito embora se mantivessem as emissões de pa

pel moeda, decorrentes, principalmente, jS, nos dois últimos anos da

série, da modificação ocorrida em nossas relações com o exterior.

- Empréstimos ao pftblico pelo sistema bancário

Os recursos colocados à disposição do pflblico neste período

atingiram taxas bastante elevadas, apesar do controle de crédito nos

anos de 1965 e 1966. No quadro VII, pode ser observada a expansão ve

rificada nos empréstimos dos Bancos Comerciais e das Autoridades Mone

tárias:

Quadro VII

Empréstimos ao setor privado

Variações percentuais anuais

Anos

1963

1964

1965

1966

Autoridades Monetárias Bancos Comerciais

56,1

+ 84,1

76,8

24,3

+ 53

+ 73

* 23

+ 56

,3

,9

8

8

Total

+ 55,0

+ 80,3

+ 57,5

+ 33,6

Fonte: Banco Central do Brasil

Nos anos de 1963/1964, as taxas de expansão dos empréstimos

pelos dois componentes do sistema bancário mostraram-se praticamente no

mesmo nível. Entretanto, em 1965, enquanto os empréstimos dos Bancos

Comerciais cresciam de 76,8% os das Autoridades Monetárias se elevaram

de 23,8%, a posição se invertendo no ano seguinte.

Dada a característica de ser o Banco do Brasil, ao mesmo tem

po um Banco Comercial e Autoridade Monetária, suas operações, muito em

bora dependentes no Orçamento Monetário do crescimento dos meios de pã

gamento,

são

utilizadas

como

instrumento

de

política

pelas

Autoridades

Monetárias. Assim, além dos instrumentos tradicionais de política mo

netária,

dispõe

o Governo

de

aproximadamente

1/3

das

operações

do

sis

(26)

1965,

devido

ao

aumento

dos

empréstimos

dos

Bancos

Comerciais,

as

Au

toridades Monetárias restringiram as operações do Banco do Brasil a

níveis

baixos,

como

medida

de

contenção

do

aumento

nos

meios

de

paga

-mento, apesar de elevação substancial de seus depósitos à vista e a

curto prazo, provocando esta medida um crescimento nos empréstimos glo

bais,

de

57,5$,

embora

o aumento

das

aplicações

dos

Bancos

Comerciais"

atingisse

76,8#.

Por

outro

lado,

em

1966,

dada

a preferência

do

pfibli

co em dispor seus haveres monetários em seu poder ou em depósitos à

vista

nas

Autoridades

Monetárias,

viram-se

os

Bancos

Comerciais

impos

sibilitados

de

expandir

as

suas

operações.

0 Banco

do

Brasil,

por

seu

turno, elevou suas aplicações principalmente, induzido peio Ooverno,

no

sentido

de evitar uma retração

de

crédito

muito

forte

em

um

curto'

período, tendo em vista a recessão ocorrida naouêle ano.

Analisado

o comportamento

global

do

sistema,

passemos

agora

a investigar

para

onde

foram

canalizados

estes

recursos.

Os

números

apresentados abaixo mostram a distribuição destes empréstimos entre «

setor rural e urbano (l).

Quadro VIII

Empréstimos 30 Setor Privado

Distribuição por Setores

Variações anuais

NCR$ milhões

1963 1964 1965

Setor urbano

Banco do Brasil

Bancos Comerciais

Setor Rural

Banco do Brasil

Bancos Comerciais

Total

Setor urbano

Setor rural

Setor urbano

W a + f\ y* v* "i -i >* ** TI

ootor ruraJ. Total + * + + + + + + + P« 494 124 369 196 131 64, 690, 494, 196, irtic 71, 28, 100, ,0 ,3 »7 .0 ,1 ,° ,o ,0 ,0 ü] 6 4 0 Fonte:Banco Central -A classificação +1.070,6 + 236,9 + 833,7 + 490,9 + 306,5 + 184,4 +1.561,5 +1.070,6 + 490,9 'ercentual 68,6 31,4 do Brasil

por setores obedeceu ao

+1.597,2 + 169,9 +1.427,3 + 418,0 + 134,2 + 283,8 +2.015,2 +1.597,2 + 418,0 79,3 20,7 100,0 1966 1.201,9 409,7 792,2 653,3 489.5 + 1.855,2 +1.201,9 + 653,3 64,8 35,2 100,0 seguinte critério:

(27)

verifica-se que, muito embora a elevação substancial ocor

-rida nos empréstimos ao setor rural em 1963 e 1964, a sua participa

ção percentualj>ràticamente manteve-se nos mesmos níveis. Em 1965,

sua participação relativa reduziu-se para 20,0%, devido ao pequeno vo

lume de empréstimos fornecido a este setor quando comparado com o to!

tal aplicado junto ao setor privado, dando-se ênfase neste ano, por

tanto, ao setor urbano, cujos financiamentos registraram 62,5% do in

cremento contra 44% do setor rural. Por outro lado, em 1966, ocorreu

acentuado acréscimo nas aplicações junto a este setor, fazendo cora

que a sua participação relativa no total dos empréstimos atingisse

-cèrca^de

35%.

A razão

para

a manutenção

da

participação

em

1963/1964,

redução em 1965 e elevação em 1966, é decorrente em grande parte dos

financiamentos

dos

Bancos

do

Brasil,

que

eqüivalem

aproximadamente

2

vezes os fornecidos pelos Bancos Comerciais. Oeste modo, o menor

crescimento dos empréstimos do Banco do Brasil a este setor, impediu

o aumento nos dois primeiros anos observados, e, em 1965, influenciou

grandemente na redução da participação, em face da contração de seus

empréstimos.

Jt

em

1966,

o volume

de

suas

aplicações

elevou

aquela

participação para cerca de 35%, tendo seus empréstimos correspondido

a cerca de 75% do total fornecido ao setor rural.

- Recursos líquidos derivados do comércio com o exterior

Esta conta se compõe dos saldos dos depósitos compulsórios

sobre

remessas

cambiais,

outras

contas

de

câmbio,

depósitos

para

fe

chamentos

de

câmbio,

recursos

em

cruzeiros

decorrentes

do

controle

do

sistema

cambial

menos

as

operaçSes

cambiais

por

conta

do

Tesouro

Na

cional,

integrantes

do

Balancete

Consolidado

das

Autoridades

Monetâ

-rias.

0 quadro

a seguir

registra

a sua

evolução

a partir

de

1963:

Quadro IX

Hecursos líquidos derivados do comércio com o exterior

variações aguais

NCRS milhões

Anos biaisOperações do Te cam - CarteiraObrigações deda Recursoscruzeiros em

souro Nacional Cambio no Pais decorrentes

(*) do controle

do sistema cambial 114,6 + 227,2 - 109,8 + 306,3 Outras Contas Total 1963 1964 1965 1966

(1) - A

V

91,3

555,7

- 1.318,9

784,6

s variações n

as. anrâsant.A + + -as oj 9,0 309,7 150,7 249,0 >eraco + 18,2 + 63,3 + 85,0 - 23,1 32,5 44,5 1.193,0 750,4

(28)

-23-No ano de 1964, os recursos líquidos foram positivos, ape

sar da grande elevação das operações cambiais por conta do Tesouro

Nacional, em face do superávit do balanço de pagamentos, tendo em vis

ta o aumento nas obrigações da Carteira de Cambio no País através de

depósitos de importadores e nos recursos em cruzeiros decorrentes do

controle do sistema cambial, por intermédio, principalmente, das tran

saçòes de café. Por outro lado, em 1965 e 1966, as variações apresen

taram-se negativas, significando isto uma aplicação das Autoridades

-Monetárias. A razão para esta mudança no comportamento da conta, foi

a ocorrência, de um lado de superávit bastante alto no Balanço de Pa

gamentos, principalmente em 1965, elevando as operações cambiais por

conta do Tesouro Nacional e por outro lado a variação das contas de

recursos decorrentes de depósitos de importadores e do controle do

sistema cambial, que se compensaram durante estes dois últimos anos.

nao permitindo, assim, redução no saldo líquido negativo alcançado;

E interessante observar na conta de recursos decorrentes

do controle do sistema cambial, os recursos fornecidos através das

transações com café. Correspondem estes haveres ao saldo do fundo de

reservas de defesa do café, ao saldo do fundo de racionalização da ca

feicultura, ao fundo de refinanciamentos do café, e à proveniente de

vendas de café em poder do IBC. A conta café inclui, assim, aqueles

recursos menos as aplicações do Banco do Brasil e os redescontos for

necidos aos Bancos Comerciais, sendo computado pelo seu saldo líqui

do. (1).

Quadro X

Saldo líquido da conta café

Variações anuais

NCR$ milhões

Anos

1963

1964

1965

1966

Recursos

1

+ 106,0

+ 228,8

- 102,2

+ 282,7

Aplicações

2

66,4

+ 100,2

+ 28,8

- 69,2

Saldo aiao li cr

d - 2 r uido

+ 39,6

+ 128,6

- 131,0

+ 331,9

A observação

do

saldo desta

conta no

período

indica

que

uma

consider&vel soma de recursos não monetários, com exceção de 1965, foi

fornecida às Autoridades Monetárias. Deste modo o café tem fornecido

(1)

Na

Conta

"Recursos

líquidos

derivados

do Comércio

com

o Exterior"

(29)

-24-ariaçao era seus recursos, em 1963 e 1964 a valores superio

res àqueles verificados na conta de recursos líquidos derivados do

comércio com o exterior, mostrando assim ser um dos principais supri

dores de recursos às Autoridades Monetárias.

TTI - A relação encaixe/depósitos à vista e a curto prazo dos Bancos

Comerciais e os Redescontos,

A análise desta seção nos permitirá melhor observar a atua

çao das Autoridades Monetárias atravSs do Redesconto e dos depósitos

compulsórios dos Bancos Comerciais, na contenção do crescimento dos

meios de pagamento a partir de 1963.

0 papel dos redescontos e depósitos compulsórios g impor

tante como instrumento de controle das operações do sistema bancá

rio. A influencia das Autoridades Monetárias, atravSs destes dois

instrumentos se faz sentir, quando da necessidade de um controle ou

liberação

do

crSdito.

Assim,

atravSs

de

uma diminuição

do

recolhi

mento compulsório ou pelo fornecimento de recursos aos Bancos podem

as Autoridades Monetárias gerar um aumento de empréstimo, ou

vice-versa, propiciando maior ou menor liquidez no sistema não bancário .

No quadro abaixo S apresentada a composição do encaixe dos Bancos

Comerciais, em termos marginais:

Quadro XI

Encaixe dos Bancos Comerciais

Variações anuais

NCR$ milhões

Em moeda Em dep. Em dep. Dep. à

Anos corrente voluntâ compul- vista e

rios, sórios. a curto

prazo

Percentagens

1/4 2/4 3/4 Total

1963 + 56,5 + 99,3 +120,8 +666,2

1964 + 94,9 + 158,8 +215,6 +1.365,7

1965 + 111,1 + 329,0 +531,4 +2.730,1

1966 + 54,5 + 108,4 + 4,4 + 392,2

Fonte: Banco Central do Brasil

8,5 14,9 18,1 41,5

6,9 11,6 15,8 34,3

4,1 12,1 19,5 35,3

13,9 27,6 1,1 42,6

A composição

do

encaixe

total

dos

bancos

no

período

sofreu

(30)

-25-depôsitos voluntários no Banco do Brasil declinaram senaivelmente

até

1965,

para

em

1966,

elevarem-se.

Tendo

em

vista

a pressão

das

Autoridades Monetárias com relação à contenção dos empréstimos pelo

sistema bancário, observada pela elevação verificada na taxa de de

pósitos

compulsórios,

necessitaram

os

Bancos

liberar

parte

de

seus

recursos do encaixe livre para aplicação. Da mesma forma, as altas

taxas de crescimento em seus depósitos à vista e a curto prazo devem

ter contribuído para maior tranqüilidade dos bancos, induzindo - os

a reduzir o seu encaixe livre. Evidentemente, estas modificações

afetaram

a relação

encaixe

total,

fazendo-a

reduzir-se.

Entretanto,

em

1966,

a situação

se

inverteu.

0 encaixe

total

atingiu

42,6%.

não

tendo sido elevado, contudo, por maiores depósitos compulsórios, uma

vez que a sua taxa de recolhimento marginal tomou-se quase nula em

face das medidas adotadas pelo Banco Central no sentido de aumentar

o fornecimento de crédito ao setor privado, objetivando elevar o

ritmo

de

atividade

econômica

pelo

maior

suprimento

de

capital

de gi

ro às empresas.

A manutençáo pelos Bancos de um encaixe disponível elevado,

provavelmente,

se

deveu

à reduzida

elevação

em

seus

depósitos

à

vis

ta e a curto prazo, em virtude da distribuição pelo publico de seus"

haveres monetários, que os mantiveram em seu poder ou nas Autorida

des Monetárias.

A elevação

dos

redescontos

e melhor

observada

quando

com

parada com os depósitos compulsórios. Estes instrumentos serão neu

tros, no sentido de atuar como fator de contenção ou expansão nos

empréstimos

do

sistema

bancário

privado,

se

se

eqüivalerem

os

seus

valores. Isto é decorrente de que, enquanto, os redescontos fome

cem recursos aos Bancos Comerciais, os depósitos compulsórios os rei

tiram

do

sistema.

Serão

positivos

se

a diferença

entre

o valor

dos

compulsórios e dos redescontos fôr positiva, isto é, estarão reti

-rando recursos do sistema bancário. Sua atuação será negativa se o

inverso

ocorrer,

isto

ê,

as

Autoridades

Monetárias

estariam

forne

(31)

-26-Os redescontos fornecidos aos Lanços e os depósitos compul

sórios podem ser vistos no quadro abaixo:

Quadro XII

Encaixe e redescontos aos Bancos Comerciais

Variações anuais

NCJl$ milhões Porcentagens

Redescontos Dep.

com-Anos pulsÓrios

1963

1964

1965

1966

35,3

94,7

41,4

178,9

120,8

215,7

531,3

4,4

Valor

líquido

( 2-1 )

85,5

+ 121,0

+ 489,9 - 174,5

Relação dep.

comp. corri

gi do /dep. à

vista e a

-curto prazo*

12,8

8,9

17,9

- 44,4

Ttelaçao encaixe

total corrigido

dep. à vista e

a curto prazo

36,2

27,5

34,1

- 2,9

Fonte: Banco Central do Brasil

Feitas as transformações necessárias observa-se uma redução

acentuada em 1964 no encaixe total dos Bancos Comerciais, o que, alia

do ao fato de uma elevação de cerca de 80% em seus depósitos à vista

e a curto prazo, permitiu um aumento em seus empréstimos da ordem de

84%. Por outro lado, em 1966, expansão maior nao ocorreu, muito embo

ra o seu encaixe total se apresentasse inferior aos redescontos recebi

dos no período, pela pequena elevação em seus depósitos à vista e a

curto prazo. 0 financiamento da expansão nos empréstimos de 24%, se

deu através das demais contas do sistema bancário privado, que se ele

varam substancialmente no período, principalmente os depósitos a pra

zo, decorrente da permissão aos bancos de captarem recursos mediante

(32)

-27-VIII - O comportamento dos meios de pagamento e seus multiplicadores.

A composição dos meios de pagamento em percentuais do total

ê apresentado abaixo, em termos marginais:

Quadro XII

Meios de Pagamento

Variações anuais

NGR$ milhões

Anos Papel mo£ Dep. a vis_ Dep.à vis

da em po- ta e a cur ta e a cür Total

der do pú to prazo - to prazo

-blico. nos B. Co- no Bane.do

merciais. Brasil.

Composição Percentual

1963

1964

1965

1966

287,2

472,0

574,1

613,3

666,2

1.365,7

5.730,1

392,2

136,6 1.090.0 26,3 61,1 12,6 100

560,9 2.398,6 19,7 56,9 23,4 100

609,0 3.913,2 14,7 69,8 15,5 100

409,2 1.414,7 43,4 27,7 28,9 100

Fonte: Banco Central do Brasil

0 comportamento do papel moeda em poder do publico, apresen

tou posição marginal de 26,3% em 1963, para declinar até 1965 para um

percentual de 14,7% atingindo em 1966, 43,4%. A participação marginal

dos depósitos à vista e a curto prazo nos Bancos Comerciais apresentou

diminuição pequena em 1964, elevou-se em 1965, para apresentar um com

portamento contrário em 1966, influenciando no movimento de seus em

préstimos. Os depósitos à vista e a curto prazo no Banco do Brasil

apresentaram, no período, atuação inversa da moeda escriturai nos Ban

cos Comerciais.

A explicação para estes movimentos ê de natureza psicológi

-ca, sendo bastante dificil o seu controle, podendo-se, ainda, acrescen

tar a influência do maior ou menor fornecimento de crédito ao setor

rural e urbano . A atuação do Banco do Brasil e Bancos Comerciais po

de ter influenciado na composição dos meios de pagamento nos dois filti

mos anos do período, através de seus empréstimos ao setor rural, tendo

em vista que este setor provavelmente possui comportamento diferente

do setor urbano em relação à distribuição de seus haveres monetários .

TTm maior crescimento na aplicação de recursos junto ao setor rural de

ve provocar um retomo menor de depósitos ao sistema bancário, quando

comparado com o setor urbano, pela elevação do percentual de papel

(33)

-28-empréstimos ao setor rural foi acompanhado por uma elevada captação

de depósitos à vista e a curto prazo pelo sistema bancário, enquanto o

papel moeda em poder do público atingiu a menor participação nos qua

tro anos observados. Em 1966, a assistência ao setor rural foi bastan

te elevada, tendo o percentual marginal de papel moeda em poder do pu

blico atingido 43,4%. Por outro lado, a captação de depósitos à vista

e a curto prazo pelo sistema bancário foi muito pequena, principalmen

te nos Bancos Comerciais, provavelmente, sendo influenciada, pela loca

lizaçao de suas agências, em grande parte, junto aos centros urbanos.

A verificação da influência da menor ou maior expansão do crê

dito junto ao setor rural e urbano na composição dos meios de pagamen_

to, exige, entretanto, um levantamento e exame mais apurado, razão por

que nao pode ser apresentada como conclusão definitiva.

Os multiplicadores de meios de pagamento, calculados com ba

se nas fórmulas derivadas anteriormente, na seção III, são apresenta

-dos abaixo:

Quadro XIII

Multiplicadores de Meios de Pagamento

Anos 1963 1964 1965 1966 26, 19, 14, 43, oes .? 7 7 í 61,1 56,9 69,8 27,7 marginais 41, 34, 35, 42, 5 4 6 7 8, 6, 4, 13, 5 9 1 9 1 1 1 1 ,56 ,59 ,82 ,19 o, 0, o. 0, 49 38 32 56 3 4 5 2 ,17 ,24 ,68 ,11 Ml

A relação meios de pagamento/ aplicações líquidas das Autori

dades Monetárias, depende do comportamento dos depósitos à vista e a

curto prazo nos Bancos Comerciais e do encaixe total destes mesmos Ban

cos. Em 1963, 1 cruzeiro de expansão nas aplicações das Autoridades

Monetárias gerava 1,56 de acréscimo de meios de pagamento: em 1965, es

ta relação passou a 1,82. A explicação para esta modificação se deveu,

a uma

elevação

de

acréscimo

marginal

de

moeda

escriturai

no

sistema

ban

cario privado não equilibrado por um aumento em seu encaixe total. Em

1966, entretanto, a diminuição acentuada do multiplicador, para 1,19,

decorreu da redução de acréscimo nos depósitos à vista e a curto prazo

nos Bancos Comerciais, aliado ao elevado aumento ocorrido em seu enca^

(34)

*TOnetári-

-29-as em 1965 possuírem o mesmo multiplicador de 1966, seria necessário

que a elevação do encaixe marginal dos Bancos Comerciais atingisse

0,771. 15 importante notar que sendo ^ uma variável psicológica não

haveria possibilidade do Governo atuar sobre ela, porém poderia ter

influenciado r, através da elevação da taxa de recolhimento

compulsÓ-rio,

que

não

atingisse

porcentagem

excessivamente

alta

porém

que

per

mitisse crescimento paralelo dos empréstimos das Autoridades Monetá

rias e Bancos Comerciais o que não ocorreu naquele ano, conforme mos

tra o quadro 711. Tal observação decorre da assistência ao setor ru

ral pelo Banco do Brasil, que absorve mais da metade de seus recursos

e, tendo em vista a impossibilidade de grande contração nos emprésti

mos a este setor, faz com que as suas aplicações não possam servir,

como instrumento adequado, nesta situação, para controle da expansão

de crédito total.

A relação meios de pagamento/papel moeda em circulação apre.

sentou no pertodo jvari ações bastante significativas. Sabemos que es

ta

relação

ê função

do

papel

moeda

em

poder

do

público

e do

encaixe

em moeda corrente dos Bancos Comerciais. Em 1963, esta relação atin

giu 3,17, passando em 1964 a eqüivaler a 4,24* Esta alteração se de

veu ao comportamento do publico que dirigiu os acréscimos ocorridos

em seus haveres monetários, em sua maior parte, para as Autoridades

-Monetárias, além da diminuição no parâmetro correspondente ao encaixe

em moeda corrente dos Bancos Comerciais. Em 1965, este multiplicador

de meios de pagamento atingiu 5,68. Tal elevação foi provocada pela

continuação na queda das relações papel moeda em poder do público/mei

os de pagamento e encaixe em moeda corrente/depósitos à vista e 7

curto prazo nos Bancos Comerciais. No ano seguinte, a redução verifi

cada no coeficiente derivou da elevação no percentual de papel moeda

em poder do público e do aumento ocorrido no encaixe em moeda corren

te dos Bancos Comerciais, em virtude da pequena taxa de crescimento

em seus depósitos à vista e a curto prazo e da intranqüilidade que

isto gera decorrente de expectativas pessimistas.

A relação papel moeda em circulação/aplicações das Autorida

des Monetárias exprime a capacidade das Autoridades Monetárias de si

auto-financiarem, isto ê, quanto se precisará colocar em circulação

para aumentar as suas aplicações de 1 cruzeiro. Observe-se que esta

relação

diminuiu

até

1965

para

atingir um ponto

bastante

alto

em 1966,

o que quer dizer que para 1 cruzeiro de aplicação das Autoridades Mo

netárias em 1963,^foi preciso utilizar-se de 0,49 cruzeiros de papel

moeda

em

circulação,

enquanto

em

1966,

para

o mesmo

volume

de

aplica

(35)

-30-coeficiente eqüivale à divisão dos dois multiplicadores anteriores,a

explicação para o seu comportamento torna-se desnecessária. 2 inte

ressante destacar, no entanto, que esta relação mantêm sempre valo

-res menores do que a unidade, em face do papel de banco comercial

também desempenhado pelas Autoridades Monetárias que recebem recur

-sos da mesma maneira que os Bancos Comerciais, de modo que, parte

de

suas

operações

ativas

são

financiadas

sem

se

recorrer

à colocação

(36)

IX - Conclusões

0 comportamento dos números apresentados, leva-nos à convic

çao de que o controle das operações do sistema monetário, muito embol

ra complexas, dada a grande diversificação de suas operações, exige

acompanhamento constante das Autoridades Monetárias.

0 déficit de caixa do Covêrno nos dois primeiros anos m,

sSrie analisada, exigia vultosos recursos das Autoridades vronetârias,

que, em face da necessidade de suprimento também a outros setores se

via na contingência de emitir papel moeda. 0 controle deste setor,

pelo lançamento de obrigações reajustâveis do Tesouro e ao mesmo tem

po

elevação

da

receita

governamental

mais

do

que

proporcional

ao

crês

cimento da despesa, permitiu uma diminuição no fornecimento de recurl

sos ao Governo, Entretanto, a pressão sobre a caixa das Autoridades

Monetárias passou a ser exercida pelo setor externo da economia, em

face dos superavits observados no balanço de pagamento. Tal modifica

çao, mantendo as emissões e provocando em conseqüência elevação nos"

meios de pagamento, poderia ter sido em parte evitada por um controle

mais severo das contas do setor interno, fazendo com que os meios de

paganento tivessem expansão mais moderada. No ano de 1965, um aumen

to maior nos recolhimentos compulsórios dos Bancos Comerciais,poderia

impedir que a diminuição ocorrida nos seus encaixes voluntários anu

-lasse aquela medida, pela manutenção de um encaixe total equivalente

ao do ano anterior. Esta política, forneceria também recursos adicijo

nais às Autoridades Monetárias, uma vez que tais depósitos são utili

zados para financiamento de suas operações ativas, fazando com que as

emissões diminuíssem, e, por outro lado, concorrendo para diminuição

na taxa de incremento dos meios de pagamento.

AlSm dessa atitude, a neutralização nos dois últimos anos,

dos recursos obtidos através de depósitos obrigatórios para fechamen

to

de

câmbio

pela

liberação

de

recursos

decorrente

do

controle

do

sis

tema cambial, principalmente na conta café e vice-versa, fez com qu7

mais uma oportunidade fosse perdida, permitindo-se um crescimento a

-centuado na conta de "recursos" decorrentes do comércio com o exter^

or, fl agora, constante do ativo das Autoridades Monetárias.

A fixação

de

tetos

para

os

empréstimos

pelo

T?anco

do

Bra

sil, como instrumento adicional de controle, muito embora válida, tor

na-se de pouca importância quando se observa um crescimento acentuado

nas

operações

dos

Bancos

Comerciais.

Isto

decorre

do

fato

de

que

so

mente

30%

das

aplicações

junto

ao

setor

privado

estão

em

suas

mãos,

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