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Modelo de risco controlado por resseguro e desigualdades para a probabilidade de ruína

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Academic year: 2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra

P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica

Rafaela Horacina Silva Rocha

Modelo de Risco controlado por Resseguro e

Desigualdades para a Probabilidade de

Ru´ına

Disserta¸

ao de Mestrado

(2)
(3)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra

P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica

Rafaela Horacina Silva Rocha

Modelo de Risco controlado por Resseguro e

Desigualdades para a Probabilidade de

Ru´ına

Disserta¸c˜ao apresentada ao corpo docente do Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica CCET -UFRN, como requisito parcial para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica.

Orientadora:

Prof

a

. Dr

a

. D´ebora Borges Ferreira

Co-Orientador:

Prof. Dr. Ronaldo Dias

(4)

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

Rocha, Rafaela Horacina Silva.

Modelo de risco controlado por resseguro e desigualdades para a probabilidade de ruína / Rafaela Horacina Silva Rocha. - Natal, 2013.

83 f. : il.

Orientadora: Profa. Dra. Débora Borges Ferreira. Co-orientador: Prof. Dr. Ronaldo Dias.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Matemática Aplicada e Estatística.

1. Probabilidade estatística – Dissertação. 2. Probabilidade de ruína – Dissertação. 3. Modelo de risco – Dissertação. 4. Resseguro – Dissertação. 5. Estimação de densidade – Dissertação. I. Ferreira, Débora Borges. II. Dias, Ronaldo. III. Título.

(5)
(6)

`

(7)

Agradecimentos

Agrade¸co primeiramente ao meu Deus, meu ref´ugio e fortaleza que me concedeu mais que o necess´ario ao longo da vida e que me sustentou at´e aqui. A Ele seja toda a gl´oria!

Agrade¸co `a minha querida orientadora Professora D´ebora Borges Ferreira por se dispor a me conduzir por essa jornada. Agrade¸co pela paciˆencia, pela confian¸ca, pelas oportuni-dades e pela amizade que desenvolvemos ao longo do trabalho.

Aos professores Andr´e Gustavo Campos e Viviane Simiole Campos que cumpriram um papel important´ıssimo na minha forma¸c˜ao desde a gradua¸c˜ao me ajudando a manter sempre os p´es no ch˜ao e a cabe¸ca na matem´atica. Meu muito obrigada por me fazerem uma aluna e uma pessoa melhor.

Aos professores da banca que fizeram observa¸c˜oes valios´ıssimas para o enriquecimento do meu trabalho: Juan Rojas, que me acompanhou desde o in´ıcio, e C´atia Regina Gon¸calves, que deu grandes contribui¸c˜oes para a vers˜ao final deste trabalho.

Ao professor Ronaldo Dias que me recebeu na UNICAMP e por trˆes meses encontrou tempo pra me orientar em meio a tantos afazeres.

`

A professora Dione Maria Valen¸ca por, al´em de me ensinar um pouco de estat´ıstica, me indicar para a oportunidade de estudar ao lado do professor Ronaldo.

Agrade¸co aos meus colegas do tempo de gradua¸c˜ao Rainelly, La´ıs, Otto, Romildo, Dayvid, Fellipe, Igor que sempre me ajudaram a manter o foco. Aos colegas do PPGMAE turma de 2011: Elizˆangela, Josemir, Jucimeire, Aldemir, M´arcio, Alex, F´abio, Ivanildo, Jo˜ao, Paulinho. Sozinhos n˜ao conseguir´ıamos nada!

Aos meus amigos/irm˜aos que s˜ao minha segunda fam´ılia. Agrade¸co por cada ora¸c˜ao, pela torcida e por entenderem minhas ausˆencias.

Ao meu grande amor, grande amigo e esposo. Agrade¸co sobretudo pela compreens˜ao. Por entender o que ´e importante pra mim e me apoiar incondicionalmente, mesmo quando isso significa passar meses sem mim pra que agarre uma oportunidade. Te amo muito, meu pr´ıncipe!

`

A minha fam´ılia. Meu irm˜ao que sempre se mostrou orgulhoso de minhas conquistas. Minhas cunhadas J´essyca e Querzia que s˜ao pra mim as irm˜as que n˜ao tive. E princi-palmente `a minha m˜ae que, guerreira como ´e, criou e educou a mim e ao meu irm˜ao na ausˆencia do meu pai e fez sempre o melhor pra n´os. Que sempre se orgulhou de mim mas sem demonstrar muito pra que eu n˜ao me envaidecesse. Que me deu apoio e suporte psicol´ogico, emocional e at´e mesmo financeiro pra que eu atingisse meus objetivos. E ´e a maior respons´avel pela pessoa que eu sou hoje. Te amo muito, dona Luzinete!

`

(8)

Resumo

Neste trabalho apresentamos resultados te´oricos e num´ericos referentes a um Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro Proporcional baseados no artigo Inequalities for the ruin probability in a controlled discrete-time risk process de Ros´ario Romera e Maikol Diasparra (veja [5]). Equa¸c˜oes recursivas e integrais para a Probabilidade de Ru´ına s˜ao obtidas bem como cotas superiores para a mesma por diferentes abordagens, a saber, pela cl´assica desigualdade de Lundberg, pela abordagem Indutiva e pela abordagem Martingale. T´ecnicas de estima¸c˜ao de densidade (n˜ao-param´etricas) s˜ao utilizadas para a obten¸c˜ao das cotas para a Probabilidade de Ru´ına e os algoritmos utilizados na simula¸c˜ao s˜ao apresentados.

(9)

Abstract

In the work reported here we present theoretical and numerical results about a Risk Model with Interest Rate and Proportional Reinsurance based on the article Inequalities for the ruin probability in a controlled discrete-time risk process by Ros´ario Romera and Maikol Diasparra (see [5]). Recursive and integral equations as well as upper bounds for the Ruin Probability are given considering three different approaches, namely, classical Lundberg inequality, Inductive approach and Martingale approach. Density estimation techniques (non-parametrics) are used to derive upper bounds for the Ruin Probability and the algorithms used in the simulation are presented.

(10)

Sum´

ario

Introdu¸c˜ao 1

1 Modelos de Risco 3

1.1 Modelo de Risco Cl´assico . . . 3

1.2 Modelo de Risco com Taxa de Juros . . . 5

1.3 Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro . . . 6

2 Desigualdades para a Probabilidade de Ru´ına 9 2.1 Desigualdades para a Probabilidade de Ru´ına no Modelo de Risco Cl´assico 9 2.2 Modelo de Risco com Taxa de Juros . . . 11

2.3 Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro . . . 12

2.3.1 Uma abordagem via Martingales . . . 23

3 Resultados Num´ericos 28 3.1 Estima¸c˜ao de Densidade do Tipo N´ucleo . . . 28

3.2 Indeniza¸c˜oes Exponencialmente Distribu´ıdas . . . 29

3.2.1 Desigualdade de Lundberg . . . 30

3.2.2 Cota Superior Indutiva . . . 32

3.2.3 Cota Superior Obtida via Martingales . . . 33

3.3 Indeniza¸c˜oes com Distribui¸c˜ao do Tipo Fase . . . 33

3.3.1 Uma Breve Introdu¸c˜ao sobre Distribui¸c˜oes do Tipo Fase . . . 33

3.3.2 Desigualdade de Lundberg . . . 36

3.3.3 Cota Superior Indutiva . . . 40

3.3.4 Cota Superior Obtida via Martingales . . . 41

4 Algoritmos de Simula¸c˜ao 43 4.1 Comandos Maple 13 . . . 43

4.1.1 Exemplo 1 . . . 43

4.1.2 Exemplo 2 . . . 49

4.2 Comandos R . . . 61

4.2.1 Exemplo 1 . . . 61

4.2.2 Exemplo 2 . . . 66

5 Observa¸c˜oes Finais 70

(11)

Introdu¸

ao

A Ciˆencia Atuarial ´e a aplica¸c˜ao de m´etodos matem´aticos e estat´ısticos no desen-volvimento de modelos num´ericos usados mais frequentemente para acessar ou conhecer a possibilidade de risco. Modelos atuariais s˜ao mais frequentemente usados no ramo de seguros, mas tamb´em em pens˜oes, bem estar e outras ´areas relacionadas com pessoas.

A Teoria do Risco ´e uma sub-´area da ciˆencia atuarial que estuda modelos matem´aticos para transa¸c˜oes financeiras de companhias de seguros de n˜ao-vida. Esses modelos ma-tem´aticos s˜ao conhecidos como Modelos de Risco e analisam a evolu¸c˜ao do capital exce-dente de uma seguradora com o passar do tempo.

Poder´ıamos simplificar o processo de seguros da seguinte forma: para cada contrato de seguro uma empresa seguradora cobra um certa quantidade de dinheiro, por unidade de tempo, que chamamos de prˆemio. Os segurados, por sua vez, tˆem o dever de pagar os prˆemios `a seguradora, o que lhes assegura o direito de receber uma indeniza¸c˜ao quando da ocorrˆencia de um evento (ou s´erie de eventos resultantes de uma mesma causa) suscept´ıvel de fazer funcionar as garantias de um ou mais contratos de seguro, evento este chamado de sinistro. O valor dos prˆemios e das indeniza¸c˜oes s˜ao pr´e-determinados em contrato, bem como os tipos de ocorrˆencia que geram o pagamento da indeniza¸c˜ao. No entanto, ´e imposs´ıvel prever quando se dar´a a ocorrˆencia de um sinistro, fato do qual resulta a natureza aleat´oria de um Modelo de Risco.

V´arios desses modelos foram propostos ao longo do tempo e se tornaram objeto de estudo de Matem´aticos e Estat´ısticos do come¸co do S´eculo XX at´e o presente. Uma das informa¸c˜oes mais importantes para a seguradora ´e a Probabilidade de Ru´ına, isto ´e, a probabilidade de, em algum momento, o capital da empresa tornar-se negativo. Em alguns casos h´a certa dificuldade de determinar qual ´e a exata probabilidade de ocorrer a ru´ına. Por isso desenvolveu-se, paralelamente aos modelos, maneiras de encontrar cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına. Para cada modelo apresentado neste trabalho apresentamos tamb´em uma ou mais maneiras de encontrarmos cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına do modelo.

Este trabalho ´e, em grande parte, baseado no artigoInequalities for the ruin probability in a controlled dicrete-time risk process de Ros´ario Romera e Maikol Diasparra (veja [5]) e trata dos resultados referentes ao Modelo de Risco com Taxa Juros e Resseguro, no qual consideramos que o processo da taxa de juros se comporta como uma Cadeia de Markov. Por resseguro entenda-se atividade pela qual uma empresa seguradora repassa parte de um contrato de seguro para uma segunda empresa, pagando a esta parte do prˆemio recebido. Quando da ocorrˆencia de um sinistro, a segunda empresa seguradora arca com parte da indeniza¸c˜ao a ser paga ao segurado. Essa atividade ´e adotada a fim de diminuir a Probabilidade de Ru´ına da seguradora.

(12)

envolvidas no processo. No entanto, ao longo do desenvolvimento deste trabalho foram notadas algumas divergˆencias entre os resultados te´oricos apresentados no artigo supra-citado e os seus resultados num´ericos. Procuramos, ent˜ao, fazer as corre¸c˜oes cab´ıveis e ir al´em. Abdicando da suposi¸c˜ao de que s˜ao conhecidas as distribui¸c˜oes envolvidas, apresen-tamos estimativas para as cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına, obtidas com o aux´ılio de t´ecnicas de estima¸c˜ao de densidades do tipo N´ucleo e utiliza¸c˜ao dos Softwares Maple e R.

No Cap´ıtulo 1 abordamos o desenvolvimento dos modelos de risco desde o Modelo de Risco Cl´assico, proposto por Filip Lundberg em 1903, passando pelos modelos com Taxa de Juros propostos por Jun Cai em 2002 e chegando ao nosso objeto de estudo, o Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro. Ainda no primeiro cap´ıtulo introduzimos o conceito de Probabilidade de Ru´ına para cada um dos modelos apresentados.

No Cap´ıtulo 2 apresentamos resultados te´oricos concernentes aos modelos de risco enunciados, com ˆenfase nos resultados que se referem ao Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro. Equa¸c˜oes integrais recursivas para a probabilidade de ru´ına do modelo s˜ao obtidas. Apresentamos desigualdades para a probabilidade de ru´ına por trˆes abordagens distintas: a cl´assica Desigualdade de Lundberg, que pode ser obtida em todos os modelos enunciados, uma generaliza¸c˜ao por abordagem indutiva e uma por abordagem via Martingales, ambas levando em considera¸c˜ao a informa¸c˜ao trazida pela Cadeia de Markov do processo da taxa de juros do modelo.

No Cap´ıtulo 3 apresentamos resultados num´ericos em duas etapas: primeiro, supondo conhecidas as distribui¸c˜oes das vari´aveis aleat´orias envolvidas no processo, calculamos as cotas superiores fornecidas pelos resultados do cap´ıtulo anterior. Posteriormente, sem tais suposi¸c˜oes, lan¸cando m˜ao de t´ecnicas (n˜ao-param´etricas) de estima¸c˜ao de densidade, cal-culamos as mesmas cotas apresentadas de maneira que possamos comparar os resultados obtidos.

No Cap´ıtulo 4 apresentamos detalhadamente os algoritmos utilizados para a obten¸c˜ao dos resultados num´ericos. Este cap´ıtulo ´e dividido em duas partes sendo a primeira delas referente aos comandos utilizados no software Maple 13 para a obten¸c˜ao do valor das cotas e a segunda referente aos comandos utilizados no software R para a obten¸c˜ao das estimativas para as cotas superiores para a probabilidade de ru´ına.

(13)

Cap´ıtulo 1

Modelos de Risco

Modelos de Risco s˜ao modelos matem´aticos para transa¸c˜oes financeiras de companhias de seguros de n˜ao-vida que analisam a evolu¸c˜ao do seu capital excedente com o passar do tempo.

Ao longo da hist´oria, a Teoria do Risco desenvolveu-se na dire¸c˜ao da elabora¸c˜ao de modelos de risco cada vez mais real´ısticos, incluindo em suas equa¸c˜oes taxas de juros e a possibilidade de resseguro, por exemplo. Apresentamos, a seguir, alguns dos princi-pais modelos de risco desenvolvidos at´e o presente. Os modelos apresentados podem ser encontrados em Cai [3], Cai e Dickson [2], Asmussen [1] e Disparra e Romera [5].

1.1

Modelo de Risco Cl´

assico

De maneira simples e informal uma seguradora poderia modelar seu capital no tempo

t da seguinte forma:

excedente(t)= capital inicial + prˆemios recebidos at´e t - pagamento de indeniza¸c˜oes at´e t.

Partindo dessa ideia, em 1903 Filip Lundberg desenvolveu um modelo que descreve a equa¸c˜ao acima mais precisamente (ver Asmussen [1]), o que ficou conhecido como Mo-delo de Risco Cl´assico. Em seu moMo-delo, considera-se que o n´umero de pagamentos de indeniza¸c˜oes at´e o tempo t, t 0, ´e um processo de Poisson Nt com parˆametro λ ≥ 0. Podemos escrever Nt = max{n;Tn< t}, onde Tn ´e o tempo do pagamento da n-´esima indeniza¸c˜ao. O tamanho ou valor do n-´esimo pagamento de indeniza¸c˜ao ´e uma vari´avel aleat´oria n˜ao negativa Yi que ´e independente de Nt; consideramos que {Yi}i1 ´e uma sequˆencia de vari´aveis aleat´orias (v.a.) independentes e identicamente distribu´ıdas (i.i.d.) com fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao F(y) = P(Yi ≤ y) e m´edia comum µ =

R∞

0 1−F(y)dy ≥ 0. Assim, o total de indeniza¸c˜oes pagas pela seguradora at´e o tempo t ´e um Processo de Poisson Composto.

Suponha que uma seguradora recebe os prˆemios a uma taxa constante c. Ent˜ao, sob as condi¸c˜oes acima descritas, o capital excedente da seguradora no tempo t 0, com capital inicial x0, ´e dado por

Xt=x+ct− Nt

X

i=1

Yi, (1.1)

onde t 0 e Nt= 0 implica em

PNt

(14)

Note que at´e o tempo t, o total de entradas da seguradora ´e dado por ct e o total de sa´ıdas ´e dado por PNt

i=1Yi. Como podemos ver em Schmidli [14](p.p. 21), o processo

Xt ter´a uma probabilidade estritamente positiva de Xt ser n˜ao negativo para todo t se

ct > E[PNt

i=1Yi]. Pela Equa¸c˜ao de Wald temos E[

PNt

i=1Yi] = µλt, ou seja, para t > 0,

ct > E[PNt

i=1Yi] se, e somente se, c > µλ. Um dos mais populares princ´ıpios usados no c´alculo da taxa de prˆemio c´e o Princ´ıpio do Valor Esperado, segundo o qual devemos ter

c = (1 +θ)E[PNt

i=1Yi], onde θ ´e uma constante estritamente positiva que chamamos de

carga de seguran¸ca da seguradora.

Uma quantidade de interesse nos modelos de risco que serve para medir a confiabilidade de uma empresa seguradora ´e a Probabilidade de Ru´ına, denotada por ψ(x) como fun¸c˜ao do capital inicial x 0, que ´e a probabilidade do capital da seguradora tornar-se menor que zero em algum momento. Podemos tamb´em definir o tempo da ru´ına, denotado por τ(x), como fun¸c˜ao de x 0 onde x ´e o capital inicial da seguradora, dado por

τ(x) = inf{t 0;Xt<0}. Note que, apesar de o capital inicial x da seguradora n˜ao aparecer explicitamente na defini¸c˜ao de τ(x), dele dependem os valores de Xt, fazendo sentido ent˜ao dizer que o tempo da ru´ına ´e fun¸c˜ao do capital inicial da seguradora.

Definimos, ent˜ao, a probabilidade de ru´ına como:

ψ(x) = P(τ(x)<) =P(inft≥0Xt <0). (1.2) O modelo a tempo cont´ınuo descrito em (1.1) pode tamb´em ser representado a tempo discreto. Basta apenas considerarmos o capital em instantes espec´ıficos, como, por exem-plo, mensalmente quando ´e feito o caixa da empresa seguradora.

Considere o intervalo de tempo (n1, n], n 1. Sejam Yn e Pn vari´aveis aleat´orias que representam as quantias totais de indeniza¸c˜oes pagas e prˆemios recebidos no intervalo de tempo (n1, n], respectivamente. Assumimos que{Yn}n1 e {Pn}n1 s˜ao sequˆencias de v.a.’s n˜ao negativas, i.i.d. e independentes entre si.

Assim, o capital da seguradora no tempo n ´e dado por

Xn=x+ n

X

i=1

(Pi−Yi), (1.3)

para n = 1, 2, 3, ..., e X0 =x ´e o capital inicial da seguradora.

Ent˜ao, para o modelo de risco a tempo discreto definimos o tempo da ru´ına, em fun¸c˜ao do capital inicial x da seguradora, como τ(x) = min{n0;Xn<0} e a probabilidade de ru´ına como

P(Xn <0 para algum n <∞) = P(∪∞n=1(Xn<0)). (1.4) Se Xn ≥0 para todo n, ent˜ao, dizemos que τ(x) = +∞.

Assim, a probabilidade de ru´ına ´e dada por

ψ(x) = P(τ(x)<+∞|X0 =x). Para simplificar a nota¸c˜ao escreve-se

ψ(x) = P(τ(x)<+).

(15)

1.2

Modelo de Risco com Taxa de Juros

Em 2002, Jun Cai propˆos mudan¸cas ao modelo de risco cl´assico a tempo discreto, adicionando a ele taxas de juros (ver Cai [3] e Cai e Dickson [2]). Para inserir nesse modelo uma componente de juros ´e necess´ario especificar quando ocorrem as entradas dos prˆemios e quando ocorrem os pagamentos de indeniza¸c˜oes. Neste trabalho vamos considerar que a seguradora recebe os prˆemios e paga a indeniza¸c˜ao Yn ao final do per´ıodo (n−1, n). Sob tais condi¸c˜oes, a equa¸c˜ao recursiva que descreve o modelo proposto por Jun Cai ´e

Xn=Xn−1(1 +In) +Pn−Yn, (1.5) onde X0 =x(o capital inicial da seguradora), n = 1,2,3, ... e, assim como no Modelo de Risco Cl´assico, Xn ´e o capital excedente da seguradora ao final do n-´esimo per´ıodo, Pn ´e o total de prˆemios recebidos e Yn o total de indeniza¸c˜oes pagas no per´ıodo (n−1, n].

In ´e a v.a. que representa a taxa de juros que incidir´a sobre o capital da seguradora pelo per´ıodo (n1, n].

Assumimos que {Yn}n0 e {Xn}n0 s˜ao sequˆencias de v.a’s n˜ao negativas, i.i.d. e independentes entre si. Como em Cai e Dickson [2], consideramos o caso em que {In}n≥0 ´e uma Cadeia de Markov com espa¸co de estados I. Ao final do artigo citado s˜ao feitas observa¸c˜oes para o caso em que In pode ser negativo. Neste trabalho, no entanto, nos deteremos no caso em que In>0 para todo n.

Analisemos a equa¸c˜ao (1.5) em detalhes. Paran = 1 temos,

X1 =X0(1 +I1) +P1−Y1,

isto ´e, o capital inicial X0 foi investido a uma taxa de juros I1 pelo per´ıodo de tempo (0,1] e ao final desse per´ıodo foram recebidos os prˆemiosP1 e pagas as indeniza¸c˜oesY1.

No per´ıodo de tempo (1,2] o capital X1 ser´a investido a uma taxa de juros I2 e a este ser˜ao somados os prˆemios do per´ıodo e subtra´ıdos os pagamentos de indeniza¸c˜oes do per´ıodo, ou seja,

X2 =X1(1 +I2) +P2−Y2 = [X0(1 +I1) +P1−Y1](1 +I2) +P2−Y2. Paran 1,ent˜ao,

Xn=X0 n

Y

k=1

(1 +Ik) + (P1−Y1) n

Y

k=2

(1 +Ik) + (P2−Y2) n

Y

k=3

(1 +Ik) +...+ (Pn−Yn). Logo, pela itera¸c˜ao de (1.5), segue que paran 1,Xn satisfaz

Xn =x n

Y

k=1

(1 +Ik) + n

X

k=1

(Pk−Yk(1 +Ik)) n

Y

t=k+1

(1 +It)

!

, (1.6)

onde Qb

k=a(1 +Ik) = 1 se a > b. FazendoSn=Yn−Pn temos

Xn=x n

Y

k=1

(1 +Ik) n

X

k=1

Sk(1 +Ik) n

Y

t=k+1

(1 +It)

!

,

onde Qb

(16)

Podemos definir a probabilidade de ru´ına do modelo de maneira semelhante ao modelo anterior, ou seja, ψ(x) =P(

k=1(Xn <0)). Dessa forma n˜ao estamos levando em consi-dera¸c˜ao a informa¸c˜ao adicional trazida pelo processo da taxa de juros. Podemos ent˜ao, levando em considera¸c˜ao essa informa¸c˜ao, definir a probabilidade de ru´ına do modelo, dados o capital inicial x e a taxa de juros iniciali como

ψ(x, i) =P

[

k=1

(Xn<0)|X0 =x, I0 =i

!

.

1.3

Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro

O resseguro tornou-se uma atividade primordial para a maioria das empresas segu-radoras. Tal atividade consiste em negociar um contrato de seguro com uma segunda seguradora, passando esta a ser respons´avel por parte do pagamento da indeniza¸c˜ao de-vida quando da ocorrˆencia de um sinistro. Para tanto, a segunda empresa seguradora recebe parte do prˆemio pago pelo segurado. O artigo Inequalities for the ruin probability in a controlled discrete-time risk process de Ros´ario Romera e Maikol Diasparra (veja [5]) trata de um modelo de risco que leva em considera¸c˜ao essa atividade.

Dois dos principais motivos que levam uma seguradora a considerar necess´ario o uso do resseguro s˜ao o surgimento de indeniza¸c˜oes excessivamente grandes a serem pagas e/ou o surgimento de v´arias indeniza¸c˜oes a serem pagas em um curto per´ıodo de tempo. A empresa, ent˜ao, usa desse artif´ıcio buscando reduzir a probabilidade de sofrer grandes perdas que possam comprometer sua posi¸c˜ao e lev´a-la `a ru´ına.

Pequenas empresas tamb´em utilizam essa ferramenta para aumentar sua capacidade de atender ao mercado, uma vez que, aliando-se a outras empresas seguradoras podem oferecer mais servi¸cos aos seus clientes e cobrar uma taxa de prˆemio mais competitiva.

O modelo de risco que enunciaremos a seguir, previamente discutido em Schmidli [15], leva em considera¸c˜ao o uso de resseguro e o investimento do capital da seguradora a uma certa taxa de juros em cada per´ıodo de tempo.

Seja Yn a n-´esima indeniza¸c˜ao paga e seja Zn o tempo entre a ocorrˆencia das indeniza¸c˜oes Yn−1 e Yn. Assumimos que {Yn}n≥1 e {Zn}n≥1 s˜ao sequˆencias de vari´aveis aleat´orias i.i.d. com fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao de probabilidade comuns F e G, respectiva-mente. Al´em disso, supomos que {Yn} e{Zn} s˜ao independentes entre si.

O processo de risco pode ser controlado por resseguro, isto ´e, com o prˆemio recebido pelo contrato a seguradora pode comprar um novo seguro em outra empresa. A seguradora pode ainda controlar a parte do seguro que ser´a contratada com a outra seguradora. Isso ´e feito atrav´es da escolha do n´ıvel de reten¸c˜ao (ou fator de proporcionalidade)bB(onde B := (bmin,1] ebmin ser´a introduzido abaixo) para um per´ıodo de tempo. O valor de b ´e o que determina quanto de uma indeniza¸c˜ao Y ´e pago pela seguradora e quanto ´e pago pela resseguradora como veremos adiante.

Seja {In}n1 o processo da taxa de juros, ou seja, a taxa In estar´a incidindo sobre o capital da seguradora no n-´esimo per´ıodo de tempo. Supomos que In evolui como uma Cadeia de Markov com espa¸co de estadosI enumer´avel e possivelmente finito consistindo de n´umeros n˜ao negativos.

Sejah(b, y) uma fun¸c˜ao com valores em [0, y] (onde b ´e o n´ıvel de reten¸c˜ao no come¸co do per´ıodo) que especifica a parte do pagamento da indeniza¸c˜ao y paga pela seguradora. Consideramos o caso de resseguro proporcional, o que significa que

(17)

com n´ıvel de reten¸c˜ao bB.

Considere o prˆemio (entrada) a taxa fixa c. Para fazer o resseguro a seguradora paga `a resseguradora uma taxa de premio Cr que depende do n´ıvel de reten¸c˜aob. Denotamos, ent˜ao, por C(b) a diferen¸ca entre c e Cr. Assim como no modelo de risco cl´assico, Cr ´e calculado pelo Princ´ıpio do Valor Esperado, ou seja, levando em considera¸c˜ao o valor que se espera pagar de indeniza¸c˜oes em determinado per´ıodo de tempo. Note que esse valor esperado para a resseguradora ´e dado por (1b)E[Y1]/E[Z1], ondeb´e o n´ıvel de reten¸c˜ao para o per´ıodo. Logo, a parte do prˆemio total cque fica na seguradora ´e dada por

C(b) = c(1 +θ)(1b)E[Y1]/E[Z1], (1.8) onde θ ´e a carga de seguran¸ca da resseguradora eb B.

Note que C(b) ´e uma fun¸c˜ao crescente, ou seja, quanto maior o n´ıvel de reten¸c˜ao b, maior a parte do prˆemio c que permanece na seguradora. Definimos, ent˜ao, o j´a citado

bmin da seguinte forma: bmin := inf{b ∈[0,1]|C(b)≥0}. Sob estas condi¸c˜oes descritas acima, consideramos um modelo de risco a tempo discreto no qual o capital excedente varia de acordo com a equa¸c˜ao

Xn =Xn−1(1 +In) +C(bn−1)Zn−h(bn−1, Yn), (1.9) para n1, ondeX0 =x≥0 ´e o capital inicial da seguradora eC(bn−1)Zn−h(bn−1, Yn) ´e a diferen¸ca entre entradas e sa´ıdas do per´ıodo.

Para cada intervalo de tempo (n 1, n) ´e escolhido um n´ıvel de reten¸c˜ao bn−1 para o resseguro que depende apenas do capital da seguradora no tempo n1. Chamamos a sequˆencia π ={an}n≥1, onde an(Xn) =bn de Pol´ıtica de Controle Markoviana.

Considere um estado inicial arbitr´ario X0 = x ≥ 0 (note que o valor inicial n˜ao ´e estoc´astico) e uma pol´ıtica de controle π = {an}n1. Ent˜ao, pela itera¸c˜ao de (1.9) e assumindo (1.7), segue que para n1, Xn satisfaz

Xn=x n

Y

k=1

(1 +Ik) + n

X

k=1

(C(bk−1)Zk−(bk−1Yk)) n

Y

l=k+1

(1 +Il)

!

. (1.10)

A probabilidade de ru´ına quando usamos a pol´ıtica de controle π, dado o valor do capital inicial xe a taxa de juros inicial I0 =i ´e definida como

ψπ(x, i) := Pπ(∞k=1{Xk <0} |X0 =x, I0 =i) =Pπ(Xk <0para algum k≥1|X0 =x, I0 =i). (1.11) Podemos tamb´em definir aprobabilidade de ru´ına no horizonte finito, ou seja, a pro-babilidade de ocorrer a ru´ına at´e o tempo n como

ψπn(x, i) :=P π

(nk=1{Xk <0} |X0 =x, I0 =i). (1.12) Logo,

ψ1π(x, i)ψ2π(x, i)ψ3π(x, i)...ψnπ(x, i)≤... , e

limn→∞ ψnπ(x, i) =ψ π

(x, i).

(18)

Neste trabalho consideramos apenas pol´ıticas de controle estacion´arias, ou seja,bn=b0 para todo n. Para tanto assumimos que P(bY > C(b)Z) > 0 para todo b B, pois se existisse bǫ ∈ B tal que P(bǫY > C(bǫ)Z) = 0, bastaria fazer bn =bǫ para todo n ≥ 1 e a ru´ına seria evitada, deixando-nos, assim, com um processo de risco trivial. Al´em disso, assumimos tamb´em que bE[Y1]< C(b)E[Z1] pois, caso contr´ario n˜ao poder´ıamos evitar a ru´ına visto que, pela Lei dos Grandes N´umeros temos

1

n

n

X

i=1

[C(b)Zi−bYi]→E[C(b)Z −bY], donde

E[C(b)Z bY]<0 n

X

i=1

[C(b)Zi−bYi]→ −∞.

Como no Modelo de Risco Cl´assico a condi¸c˜ao c > λµ garante que a probabilidade

(19)

Cap´ıtulo 2

Desigualdades para a Probabilidade

de Ru´ına

A Probabilidade de Ru´ına nem sempre ´e f´acil de ser calculada. De fato, s˜ao poucas as distribui¸c˜oes envolvidas nos modelos para as quais ´e poss´ıvel calcular o seu valor exato. Por isso, o pr´oprio Lundberg que havia em 1905 proposto o Modelo de Risco Cl´assico, encontrou em 1930 uma cota superior para a Probabilidade de Ru´ına para o caso mais geral em que seu valor exato n˜ao pode ser determinado. Mais precisamente, temos

ψ(x)e−Rx,

onde R ´e uma constante conhecida como coeficiente de Lundberg e depende basicamente da distribui¸c˜ao das indeniza¸c˜oes. Este resultado foi t˜ao importante que muitos autores at´e hoje se referem a desigualdades semelhantes como Desigualdades do Tipo Lundberg.

Posteriormente outras maneiras de se obter desigualdades para a Probabilidade de Ru´ına foram desenvolvidas por diferentes abordagens. Neste cap´ıtulo apresentaremos alguns resultados que nos permitem obter cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına para cada um dos modelos citados no cap´ıtulo anterior. Nos limitaremos a apresentar as demonstra¸c˜oes para os resultados referentes ao Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro dado em (1.10) que podem ser encontrados em Diasparra e Romera [5]. Para os demais modelos indicaremos onde podem ser encontradas as devidas demonstra¸c˜oes.

2.1

Desigualdades para a Probabilidade de Ru´ına no

Modelo de Risco Cl´

assico

Nesta se¸c˜ao apresentaremos resultados usados para obter cotas superiores para a probabilidade de ru´ına no Modelo de Risco Cl´assico proposto por Lundberg, segundo o qual o capital da seguradora no tempo t ´e dado pela equa¸c˜ao (1.1) abaixo

Xt=x+ct− Nt

X

i=0

Yi,

onde x ´e o capital inicial da seguradora, t 0,Yi ´e a n-´esima indeniza¸c˜ao paga e {Nt}´e o processo de Poisson que conta o n´umero de indeniza¸c˜oes pagas at´e o tempo t.

(20)

que o capital da seguradora ´e dado pela equa¸c˜ao (1.3) abaixo

Xn=x+ n

X

i=1

(Pi−Yi),

onde Pi eYi s˜ao os totais de prˆemios recebidos e indeniza¸c˜oes pagas no per´ıodo de tempo (i1, i], respectivamente.

Usado por Lundberg para obter cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına, o co-nhecido coeficiente de Lundberg nem sempre tem existˆencia garantida. Algumas hip´oteses devem ser adicionadas ao problema para garantir sua existˆencia.

Os lemas abaixo trazem condi¸c˜oes suficientes para a existˆencia do coeficiente de Lund-berg e suas demonstra¸c˜oes detalhadas podem ser encontradas em Grisi [7].

Lema 2.1.1 Seja Xto modelo de risco a tempo cont´ınuo definido em (1.1). Suponha que

λE[Y1] = λµ < c, e que existe t0 tal que MY1(t) = E[e

tY1] < para todo t < t

0, com

t0 >0 e MY1(t0) = ∞. Ent˜ao existe um ´unico R >0 tal que

MY1(R) = E[e

RY1] = 1 + c

λR = 1 +

(1 +θ)µλ

λ R = 1 + (1 +θ)µR, onde E[Y1] =µ, E[Nt] =λ e θ ´e a carga de seguran¸ca da seguradora.

Lema 2.1.2 Seja Xn o modelo de risco a tempo discreto definido em (1.3). Suponha que

E[P1 −Y1] > 0 e que existem t0 e t1 tais que MP1−Y1(t) = E[e

t(P1−Y1)] < para todo

t1 < t < t0, com t1 <0< t0 e P(P1−Y1 <0)>0. Ent˜ao existe um ´unico R >0 tal que

MP1−Y1(−R) =E[e

−R(P1−Y1)] = 1.

Os Teoremas abaixo trazem um dos resultados mais importantes e conhecidos da Te-oria do Risco: a conhecida Desigualdade de Lundberg, que define uma cota superior para a probabilidade de ru´ına fazendo uso do coeficiente de Lundberg que pode ser encontrado com aux´ılio dos lemas enunciados acima. As demonstra¸c˜oes detalhadas dos dois teoremas abaixo podem ser encontradas em Grisi [7].

Teorema 2.1.3 Modelo de Risco Cl´assico a tempo cont´ınuo: Seja Xt o modelo de risco

descrito em (1.1). Suponha que existe R satisfazendo E[eRY1] = 1 + c

λR. Ent˜ao

(21)

Teorema 2.1.4 Modelo de Risco Cl´assico a tempo discreto: Seja Xn o modelo de risco

descrito em (1.3). Suponha que existe R satisfazendo E[e−R(P1−Y1)] = 1. Ent˜ao

ψ(x)e−Rx,

onde x ´e o capital inicial da seguradora.

´

E importante ressaltar que no modelo cl´assico a tempo cont´ınuo existe ainda uma equa¸c˜ao do tipo renova¸c˜ao para a probabilidade de ru´ına que nos permite, em muitos casos, o c´alculo exato dessa probabilidade. A equa¸c˜ao ´e dada por:

ψ(x) = 1

µ(1 +θ)

Z ∞

x

(1F(y))dy+ 1

µ(1 +θ)

Z x

0

ψ(yx)(1F(y))dy,

onde θ´e a carga de seguran¸ca,µ=E[Y1] eF(y) = P(Y1 ≤y).A demonstra¸c˜ao desse fato pode ser encontrada em Asmunssen [1] e em Kaas e Goovaerts [10].

2.2

Modelo de Risco com Taxa de Juros

SejaXn o modelo de risco descrito em (1.6), ou seja,

Xn=Xn−1(1 +In) +Pn−Yn,

onde X0 =x ´e o capital inicial da seguradora, Pn ´e o total de prˆemios recebidos e Yn o total de indeniza¸c˜oes pagas no per´ıodo (n1, n] e In´e a taxa de juros que incidir´a sobre o capital da seguradora pelo per´ıodo (n1, n]. Seja ainda Sn=Yn−Pn.

Note que

Xn =Xn−1(1 +In) +Pn−Yn ≥Xn−1+Pn−Yn :=Xn′, e que X′

n ´e equivalente ao modelo cl´assico discretizado. Sendo assim, a probabilidade de ru´ına de Xn ´e menor ou igual `a probabilidade de ru´ına do modelo cl´assico discreto e a Desigualdade de Lundberg pode ser aplicada a esse modelo.

Ent˜ao, como j´a visto, se E[S1] < 0 e existe uma constante R0 > 0 satisfazendo

E[eR0S1] = 1,

ψ(x)e−R0x,

onde x ´e o capital inicial da seguradora.

O pr´oximo teorema nos permitir´a obter uma desigualdade para a probabilidade de ru´ına do modelo em (1.6) por uma abordagem indutiva levando em conta a informa¸c˜ao da taxa de juros, o que nos fornecer´a uma cota mais precisa. N˜ao nos deteremos nos detalhes e demonstra¸c˜oes que podem ser encontrados em Cai e Dickson [2].

Teorema 2.2.1 Seja R0 >0 uma constante que satisfaz E[eR0S1] = 1. Ent˜ao, para todo

x >0 e iI

ψπ(x, i)βEπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i], (2.1)

onde β ´e dado por

β−1 =inft≥0

R∞

t e

R0sdG(s)

eR0tG¯(t) ,

(22)

Outra ferramenta usada para obter cotas superiores para a probabilidade de ru´ına ´e a abordagem via Martingales, da qual apresentaremos mais detalhes na pr´oxima se¸c˜ao. Por meio dessa abordagem temos os resultados apresentados na proposi¸c˜ao e teorema a seguir, cujas demonstra¸c˜oes podem ser consultadas em Cai e Dickson [2].

Proposi¸c˜ao 2.2.2 Suponha que E[S1]<0 e para cada iI existe ρi satisfazendo

[e−ρiS1(1+I1)−1|I

0 =i] = 1. (2.2)

Ent˜ao,

R1 :=mini∈I ρi ≥R0, (2.3)

e, al´em disso, para todo iI

[e−R1S1(1+I1)−1|I

0 =i]≤1. (2.4)

Teorema 2.2.3 Sob as hip´oteses da Proposi¸c˜ao 2.2.2, para todo iI e x0,

ψπ(x, i)

≤e−R1x. (2.5)

2.3

Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro

Nesta se¸c˜ao nos ateremos aos resultados referentes ao Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro, nosso principal objeto de estudo, segundo o qual o capital da empresa seguradora ´e dado pela equa¸c˜ao (1.9) reescrita abaixo

Xn =x n

Y

k=1

(1 +Ik) + n

X

k=1

(C(bk−1)Zk−(bk−1Yk)) n

Y

l=k+1

(1 +Il)

!

,

onde Yn´e a n-´esima indeniza¸c˜ao paga, Zn ´e o tempo entre a ocorrˆencia das indeniza¸c˜oes

n1 en,In´e a taxa de juros para o n-´esimo per´ıodo,C(b) ´e a parte dos prˆemios que ficam na seguradora ap´os o pagamento do prˆemio do resseguro e bk−1Yk ´e a parte da k-´esima indeniza¸c˜ao paga pela seguradora.

O lema abaixo nos mostra que ao investir o capital da empresa seguradora a uma certa taxa de juros diminu´ımos a probabilidade da ru´ına do modelo.

Lema 2.3.1 Para toda Pol´ıtica de Controle π dada existe uma fun¸c˜ao ψπ(x) tal que

ψπ(x, i)

≤ψπ(x)

para todo estado (ou capital) inicial x e taxa de juros inicial I0 =i.

Demonstra¸c˜ao:

O modelo de risco ´e dado por

Xn =Xn−1(1 +In) +C(bn−1)Zn−bn−1Yn.

Note que se Xn−1 < 0 a ru´ına j´a ocorreu, ou seja, ψnπ−1(x, i) = 1 ⇒ ψπ(x, i) = 1 e o resultado torna-se obsoleto. Como In≥0, se Xn−1 ≥0 temos Xn ≥Xn−1+C(bn−1)Zn−

(23)

Defina recursivamente

Xn′ :=Xn1+C(bn−1)Zn−bn−1Yn, com X′

0 =X0 =x. Ent˜ao Xn≥Xn′ para todon ∈N. Logo, se Xn<0 ent˜ao Xn′ <0. Sejam

ǫ1 ={ω∈Ω;Xn(ω)<0 para algum n} e

ǫ2 ={ω∈Ω;Xn′(ω)<0 para algum n} Tome ω ǫ1. Existe n0 ∈ N tal que Xn0(ω) <0. Como X

n ≤Xn para todo n ∈ N,

X′

n0(ω)≤Xn0(ω)<0, donde ω ∈ǫ2. Portanto ǫ1 ⊂ǫ2.

Disto segue que

[

n=1

{Xn<0|I0 =i}

!

≤Pπ

[

n=1

{Xn′ <0|I0 =i}

!

⇒Pπ

[

n=1

{Xn <0|I0 =i, X0 =x}

!

≤Pπ

[

n=1

{Xn′ <0|I0 =i, X0 =x}

!

⇒ψπ(x, i)

[

n=1

{Xn′ <0|X0 =x}

!

,

pois {X′

n} e{In}s˜ao independentes. Basta ent˜ao fazermosψπ(x) := Pπ(S∞

n=1{Xn′ <0|X0 =x}) para obtermos o resultado.

SejaSn uma vari´avel aleat´oria definida da seguinte forma:

S :=C(bn−1)Zn−bn−1Yn,

e S1 :=S. Note que Xn′ do lema anterior pode ser escrito de maneira iterada como

Xn′ =x+ n

X

k=1

Sk

e ´e equivalente ao modelo de risco cl´assico a tempo discreto.

O Lema abaixo nos traz um resultado an´alogo ao do Lema 2.1.2 aplicado ao modelo com resseguro. Considerando o resultado que acabamos de obter, a demonstra¸c˜ao ´e imediata.

Lema 2.3.2 Seja Xn o modelo de risco a tempo discreto definido em (1.9). Suponha

que E[S] > 0, ou seja, C(b0)E[Z1] > b0E[Y1] e que existem t0 e t1 tais que MS(t) =

E[et(C(b0)Z1−b0Y1)]< para todot

1 < t < t0, com t1 <0< t0 e P(S < 0) =P(C(b0)Z1−

b0Y1 <0)>0. Ent˜ao existe um ´unico R0 >0 tal que

(24)

Demonstra¸c˜ao:

Do Lema 2.3.1 temos que

Xn ≥Xn′ =x+ n

X

k=1

Sk,

ou seja, a probabilidade de ru´ına do modelo Xn ´e menor que a probabilidade de ru´ına do modelo X′

n, que por sua vez ´e equivalente ao modelo cl´assico a tempo discreto. Logo, pelo Lema 2.1.2, o resultado segue.

Assim como nos modelos anteriores podemos obter para o modelo descrito em (1.9) uma Desigualdade do tipo Lundberg, dada pelo teorema a seguir.

Teorema 2.3.3 Seja Xn o modelo de risco descrito em (1.9) e (1.10). Suponha que

exista R0 >0 satisfazendo

E[e−R0(C(b0Z1−b0Y1))] = 1. (2.6)

Ent˜ao

ψ(x)e−R0x, (2.7)

para x0. Demonstra¸c˜ao:

Note que

Xn=x n

Y

k=1

(1 +Ik)+ n

X

k=1

(C(b0)Zk−(b0Yk)) n

Y

l=k+1

(1 +Il)

!

≥x+ n

X

k=1

(C(b0)Zk−b0Yk) :=Xn′, pois In ≥ 0 para todo n ≥ 1. Note ainda que a equa¸c˜ao de Xn′ ´e equivalente `a equa¸c˜ao do modelo cl´assico a tempo discreto dada em (1.3). Do Teorema 2.1.4 temos que, para o capital inicial x0

P(n=1(Xn′ <0)) ≤e−R0x.

MasXn> Xn′ para todon ≥1, ou seja,Xn<0 implica emXn′ <0.Portanto

P(n=1(Xn<0))≤P(∪∞n=1(Xn′ <0))≤e− R0x,

o que completa a demonstra¸c˜ao.

A seguir avan¸caremos no sentido de apresentar outras cotas superiores para a Proba-bilidade de Ru´ına do Modelo de Risco com Taxa de Juros e Resseguro.

O primeiro resultado nos permite obter uma equa¸c˜ao recursiva para ψπ

n(x, i), uma equa¸c˜ao para a Probabilidade de Ru´ına com horizonte finito n = 1 e, finalmente, uma equa¸c˜ao integral para ψπ(x, i). Este resultado, v´alido para qualquer taxa de juros inicial, est´a resumido no lema a seguir que pode ser encontrado em Diasparra e Romera [5].

(25)

Lema 2.3.4 Seja u(y, z) := b0y −C(b0)z, onde b0 ´e o n´ıvel de reten¸c˜ao inicial. Seja

τj(z) := x(1+j)+C(b0)z

b0 , X0 =x≥0, e pij =P(In+1 =j|In=i). Ent˜ao

ψπ

1(x, i) =

X

j∈I

pij

Z ∞

0 ¯

F(τj(z))dG(z), (2.8)

e, para n=1, 2, ...

ψπn+1(x, i) = X j∈I

pij

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψnπ(x(1 +j)−u(z, y), j)dF(y)dG(z)+

X

j∈I

pij

Z ∞

0 ¯

F(τj(z))dG(z).

(2.9)

Al´em disso,

ψπ(x, i) = X

j∈I

pij

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψπ(x(1 +j)

−u(z, y), j)dF(y)dG(z)+X j∈I

pij

Z ∞

0 ¯

F(τj(z))dG(z).

(2.10)

Demonstra¸c˜ao:

DadosY1 =y, Z1 =z,a Pol´ıtica de Controle π eI1 =j, da equa¸c˜ao do modelo

Xn =x n

Y

k=1

(1 +Ik) + n

X

k=1

((C(bk−1)Zk−bk−1Yk) n

Y

t=k+1

(1 +It))

temos que

X1 =x(1 +I1) +C(b0)Z1−b0Y1 =h1−u(y, z), onde h1 =x(1 +j).

Seja A o evento A = {Y1 =y, Z1 =z, I1 =j, X0 =x, I0 =i}. Se u(y, z) > h1, ent˜ao

h1−u(y, z)<0, ou seja,X1 <0. Logo

(X

1 <0|A) = 1

⇒1 =Pπ(X

1 <0|A)≤Pπ n+1

[

k=1

{Xk <0|A}

!

≤1

⇒Pπ n+1

[

k=1

{Xk <0|A}

!

= 1 (2.11)

Por outro lado, se 0u(y, z)h1, ent˜ao X1 ≥0 e

(X

1 <0|A) = 0. (2.12)

Sejam{I′

n},{Yn′}e{Zn′}c´opias independentes de{In},{Yn}e{Zn}, respectivamente. Para 0 u(y, z)h1 temos:

n+1

[

k=1

{Xk <0} |A

!

=Pπ

n+1

[

k=2

{Xk <0} |A

!

(26)

n+1

[

k=2

{Xk <0} |A

!

=Pπ

n+1

[

k=2

{Xk <0} |Y1 =y, Z1 =z, I1 =j, X0 =x, I0 =i

!

⇒Pπ n+1

[

k=2

{Xk <0} |A

!

=Pπ n+1

[

k=2

{Xk<0} |I1 =j, X0 =x

!

, (2.13)

sendo que a ´ultima igualdade decorre da propriedade de Markov e do fato de que {Yn} e

{Zn} s˜ao sequˆencias de vari´aveis aleat´orias i.i.d.. Voltando `a equa¸c˜ao do modelo,

Xn =x n

Y

k=1

(1 +Ik) + n

X

k=1

((C(bk−1)Zk−bk−1Yk) n

Y

t=k+1

(1 +It))

=x(1 +I1) n

Y

k=2

(1 +Ik) n

X

k=1

((bk−1Yk−C(bk−1)Zk)

n

Y

t=k+1

(1 +It))

=x(1 +I1) n

Y

k=2

(1 +Ik)u(Y1, Z1) n

Y

m=2

(1 +Im) n

X

k=2

((bk−1Yk−C(bk−1)Zk)

n

Y

t=k+1

(1 +It))

= (x(1 +j)u(Y1, Z1)) n

Y

k=2

(1 +Ik) n

X

k=2

((bk−1Yk−C(bk−1)Zk)

n

Y

t=k+1

(1 +It))

= (h1 −u(y, z)) n

Y

k=2

(1 +Ik) n

X

k=2

((bk−1Yk−C(bk−1)Zk)

n

Y

t=k+1

(1 +It)).

Assim, temos que k+1

[

n=2

{Xn<0}= k+1

[

n=2

(

(h1−u(y, z)) n

Y

l=2

(1 +Ik) n

X

l=2

((bl−1Yl−C(bl−1)Zl)

n

Y

t=l+1

(1 +It))<0

) = k [ n=1 (

(h1−u(y, z)) n

Y

l=1

(1 +Il′)− n

X

l=1

((bl−1Yl′−C(bl−1)Zl′) n

Y

t=l+1

(1 +It′))<0

)

⇒Pπ( k+1

[

n=2

{Xn <0} |X0 =x, I1 =j) =

Pπ k

[

n=1

(

(h1−u(y, z)) n

Y

l=1

(1 +Il′)− n

X

l=1

((bl−1Yl′−C(bl−1)Zk′) n

Y

t=l+1

(1 +It′))<0

)

|X0 =x, I0′ =j

!

=ψkπ((h1−u(y, z), j) =ψkπ((x(1 +j)−u(y, z), j)

⇒Pπ( k+1

[

n=2

{Xn<0} |A) =ψπk((x(1 +j)−u(y, z), j), (2.14) pela equa¸c˜ao (2.13).

A probabilidade de ru´ına no horizonte finito dados X0 =x e I0 =i´e dada por

ψπ

(27)

Note que, considerando o evento A definido anteriormente, podemos expressar ψπ n+1 da seguinte forma:

ψk+1π (x, i) =

Z ∞ −∞ Z ∞ −∞ Z ∞ −∞

Pπ(nk=1{Xk <0} |A)dF(y)dG(z)dH(j), (2.15) onde F, G e H s˜ao as fun¸c˜oes de distribui¸c˜ao de Yn, Zn e In, respectivamente. ComoIn ´e discreta e Yn eZn s˜ao n˜ao negativas, podemos reescrever (2.15) da seguinte forma:

ψπ

k+1(x, i) =

X

j∈I

P(I1 =j|I0 =i)

Z ∞

0

Z ∞

0

(

∪n

k=1{Xk <0} |A)dF(y)dG(z)

ψπ

k+1(x, i) =

X

j∈I

pij

Z ∞

0

Z ∞

0

(

∪n

k=1{Xk <0} |A)dF(y)dG(z)

=X

j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z τj(z)

0

Pπ(nk=1{Xk <0} |A)dF(y)dG(z)

#

+X

j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z ∞

τj(z)

Pπ(nk=1{Xk <0} |A)dF(y)dG(z)

#

=X

j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψπk((x(1 +j)−u(y, z), j)dF(y)dG(z)

#

+X

j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z ∞

τj(z)

ψπk((x(1 +j)−u(y, z), j)dF(y)dG(z)

#

(2.16)

pela equa¸c˜ao (2.14), onde τj(z) = x(1+j)+C(b0)z

b0 .

Note ainda que

y > τj(z)⇒u(y, z) = b0y−C(b0)z > b0

x(1 +j) +C(b0)z

b0 −

C(b0)z =x(1 +j) = h1.

Ou seja, pela equa¸c˜ao (2.11) temos que

Pπ k+1

[

n=2

{Xn <0} |A

!

=ψπ

k((x(1 +j)−u(y, z), j) = 1

para y no intervalo (τj(z),). Podemos ent˜ao reescrever a equa¸c˜ao integral da seguinte forma:

ψπk+1(x, i) = X j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψkπ((x(1 +j)−u(y, z), j)dF(y)dG(z) +

Z ∞

0

Z ∞

τj(z)

1dF(y)dG(z)

#

=X

j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψπ

k((x(1 +j)−u(y, z), j)dF(y)dG(z) +

Z ∞

0

[F()F(τj(z))]dG(z)

#

=X

j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψkπ((x(1 +j)−u(y, z), j)dF(y)dG(z) +

Z ∞

0

[ ¯F(τj(z))]dG(z)

#

(28)

o que nos d´a a equa¸c˜ao (2.9). Em particular,

ψπ1(x, i) = X j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψ0π((x(1 +j)u(y, z), j)dF(y)dG(z) +

Z ∞

0

[ ¯F(τj(z))]dG(z)

#

=X

j∈I

pij

Z ∞

0

[ ¯F(τj(z))]dG(z),

pois ψπ

0(x(1 +j)−u(y, z), j) = Pπ(X0 < 0|X0 = x(1 +j)−u(y, z)) = 0 uma vez que

x(1 +j)u(y, z)>0 paray (0, τj(z)).Obtemos, assim, a equa¸c˜ao (2.8). Por fim, basta fazerk → ∞em

ψπk+1(x, i) = X j∈I

pij

"

Z ∞

0

Z τj(z)

0

ψkπ((x(1 +j)−u(y, z), j)dF(y)dG(z) +

Z ∞

0

[ ¯F(τj(z))]dG(z)

#

que, pelo Teorema da Convergˆencia Mon´otona, obtemos a equa¸c˜ao (2.10).

Se considerarmos o modelo de risco sem resseguro, ou seja,bn= 1 para todo n, obte-mos resultados similares aos apresentados em [2].

Utilizaremos os resultados obtidos no Lema 2.3.4 para encontrar cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına no horizonte infinito levando em conta a informa¸c˜ao dada pela cadeia de Markov do processo da taxa de juros. Apresentamos a seguir a cota superior obtida indutivamente. Este resultado pode ser encontrado em [5].

Teorema 2.3.5 Seja R0 >0uma constante que satisfazEπ[eR0(C(b0)Z1−b0Y1)] = 1. Ent˜ao,

para todo x >0 e iI

ψπ(x, i)βX

j∈I

pijEπ[e−R0x(1+j)] =βEπ[e−R0x(1+I1)|I0 =i], (2.17)

onde β β(b0)´e dado por

β−1 =inft≥0

R∞

t e

R0b0ydF(y)

eR0b0tF¯(t) .

Demonstra¸c˜ao:

´

E suficiente mostrar que o termo da direita na equa¸c˜ao (2.17) ´e cota superior para

ψπ

n(x, i) para todo n≥1, o que ser´a feito por indu¸c˜ao sobre n. Primeiro, note que, para v 0

¯

F(v) = ¯F(v)

R∞

v e

R0b0ydF(y)

eR0b0v

−1 R∞

v e

R0b0ydF(y)

eR0b0v

(29)

=

R∞

v e

R0b0ydF(y)

eR0b0vF¯(v)

−1

e−R0b0v

Z ∞

v

eR0b0ydF(y).

Como β1 R∞

t eR0b0ydF(y)

eR0b0tF¯(t) para todot≥0, β ≥

R∞

v eR0b0ydF(y)

eR0b0vF¯(v)

−1

, donde

¯

F(v)βe−R0b0v

Z ∞

v

eR0b0ydF(y)βe−R0b0v

Z ∞

0

eR0b0ydF(y) =βe−R0b0vEπ[eR0b0Y1]

para todo v 0.

Sabendo queτj(z) = x(1+j)+C(b0)z

b0 , do Lema 2.3.4 temos

ψ1π(x, i) =X j∈I

pij

Z ∞

0 ¯

F(τj(z))dG(z)X j∈I

pij

Z ∞

0

βe−R0b0τj(z)Eπ[eR0b0Y1]dG(z)

=X

j∈I

pijβEπ[eR0b0Y1]

Z ∞

0

e−R0b0x(1+j)+bC(b0)z

0 dG(z) =βEπ[eR0b0Y1]

X

j∈I

pijEπ[e−R0[x(1+j)+C(b0)Z1]].

Ent˜ao

ψπ

1(x, i)≤βEπ[eR0b0Y1]

X

j∈I

pijEπ[e−R0[x(1+j)+C(b0)Z1]]

=βEπ[eR0b0Y1]X

j∈I

pijEπ[e−R0x(1+j)]Eπ[e−R0C(b0)Z1]

=βEπ[eR0b0Y1]X

j∈I

e−R0x(1+j)P(I

1 =j|I0 =i)

Eπ[e−R0C(b0)Z1],

pois pij ´e a probabilidade da Cadeia de Markov I dos juros mover-se do estado i para o estado j em uma etapa. Logo

ψ1π(x, i)βEπ[eR0b0Y1]Eπ[e−R0C(b0)Z1]X

j∈I

e−R0x(1+j)P(I

1 =j|I0 =i)

=βEπ[eR0b0Y1]Eπ[e−R0C(b0)Z1]Eπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i]

=βEπ[e−R0[C(b0)Z1−b0Y1]]Eπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i]

⇒ψπ1(x, i)βEπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i],

pela escolha de R0. O resultado enunciado vale, ent˜ao, para n= 1.

Suponha que para algum k 1 o resultado ´e verdadeiro, ou seja, para todo x 0 e

iI

ψπ

k(x, i)≤βE

π[e−R0x(1+I1)|I

0 =i]. (2.18)

Seja 0 yτj(z) = x(1+j)+C(bb0 0)z. Ent˜ao

x(1 +j) +C(b0)z

b0 ≥

(30)

Como a equa¸c˜ao (2.18) vale para todo x 0 e i I, vale tamb´em para x(1 +j) +

C(b0)z−b0y e j ∈I, ou seja

ψπ

k(x(1+j)+C(b0)z−b0y, j)≤βEπ[e−R0[x(1+j)+C(b0)z−b0y](1+I1)|I0 =j]≤βe−R0[x(1+j)+C(b0)z−b0y] Substituindo o resultado acima na equa¸c˜ao (2.9), pela equa¸c˜ao (2.16) temos que

ψπk+1(x, i)X j∈I

pij

Z ∞

0

Z ∞

0

βe−R0[x(1+j)+C(b0)z−b0y]dF(y)dG(z)

=βX

j∈I

pij

Z ∞

0

e−R0[x(1+j)+C(b0)z]dG(z)

Z ∞

0

eR0b0ydF(y)

=βX

j∈I

pijEπ[eR0b0Y1]

Z ∞

0

e−R0x(1+j)e−R0C(b0)zdG(z)

=βEπ[eR0b0Y1]X

j∈I

pije−R0x(1+j)

Z ∞

0

e−R0C(b0)zdG(z)

=βEπ[eR0b0Y1]X

j∈I

Pπ(I1 =j|I0 =i)e−R0x(1+j)Eπ[e−R0C(b0)Z1] =βEπ[eR0b0Y1]Eπ[e−R0C(b0)Z1]Eπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i]

=βEπ[e−R0[C(b0)Z1−b0Y1]]Eπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i] =βEπ[e−R0x(1+I1)|I0 =i], pois R0 ´e tal que Eπ[e−R0[C(b0)Z1−b0Y1]] = 1.

Portanto

ψk+1π (x, i)βEπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i],

e, pelo princ´ıpio da indu¸c˜ao, o resultado ´e v´alido para todo n N, ou seja,

ψnπ(x, i)≤βE π

[e−R0x(1+I1)|I

0 =i], para todo n1 e ainda, fazendo n→ ∞, temos

ψπ(x, i)βEπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i] como quer´ıamos demonstrar.

Defini¸c˜ao: Uma distribui¸c˜ao F concentrada em (0,) ´e dita Nova Pior que Usada em ordem Convexa (NPUC) se, para todo x, y 0

Z ∞

x+y ¯

F(z)dz F¯(y)

Z ∞

x ¯

F(z)dz.

(31)

O corol´ario abaixo nos d´a um resultado particular do teorema anterior aplicado `as distribui¸c˜oes do tipo NPUC. Este resultado nos auxiliar´a facilitando o c´alculo da cota superior indutiva em um dos exemplos num´ericos abordados no pr´oximo cap´ıtulo por se tratar de uma express˜ao que n˜ao envolve a otimiza¸c˜ao de uma fun¸c˜ao para encontrar o valor de β.

Corol´ario 2.3.6 Sob as hip´oteses do Teorema 2.3.5, assumindo queE[eR0b0Y1]<para

todobBe queF ´e uma distribui¸c˜ao Nova Pior que a Usada de ordem Convexa (NPUC),

temos que

ψπ(x, i)(Eπ[eR0b0Y1])−1Eπ[e−R0x(1+I1)|I

0 =i]. (2.19)

Demonstra¸c˜ao:

Devemos mostrar a seguinte igualdade:

β = (E[erY1])−1,

onde r =R0b0 >0,ou seja,

inft≥0

R∞

t e

R0b0ydF(y)

eR0b0tF¯(t) =E[e

rY1] =

Z ∞

0

erydF(y).

Para tanto, sejaTt uma vari´avel aleat´oria definida da seguinte forma:

Tt =Y1 −t

condicionado a Y1 > t, com t > 0 (Tt n˜ao est´a definida para t > Y1). Dessa forma, Tt ´e uma v.a. que assume apenas valores positivos e

P(Tt> x) =P(Y1−t > x|Y1 > t) = P(Y1 > x+t|Y1 > t)

P(Tt> x) =

P(Y1 > x+t)

P(Y1 > t)

,

para x0, donde Tt tem fun¸c˜ao de distribui¸c˜ao dada por

P(Tt≤x) = 1−P(Tt> x) = 1− ¯

F(x+t) ¯

F(t) , t >0 (2.20) Assim,

R∞

t e

rydF(y)

ertF¯(t) =

R∞

t e

rydP(Y 1 ≤y)

ertF¯(t) =

R∞

0 e

r(y+t)dP(Y

1 ≤y+t)

ertF¯(t)

= e rtR∞

0 e

rydP(Y

1 ≤y+t)

ertF¯(t) =

Z ∞

0

ery ¯1

F(t)dP(Y1 ≤y+t) Note que

(32)

⇒dP(Y1−t ≤y) =dP(Y1−t ≤y|Y1 > t)P(Y1 > t)

P(Y1

1 > t)

dP(Y1 −t ≤y) =dP(Tt ≤y). Ent˜ao,

Z ∞

0

ery 1 ¯

F(t)dP(Y1 ≤y+t) =

Z ∞

0

erydP(T t≤y)

R∞

t e

rydF(y)

ertF¯(t) =E[e rTt].

ComoF ´e NPUC,F satisfaz

Z ∞

x+t ¯

F(z)dz F¯(t)

Z ∞

x ¯

F(z)dz

Z ∞

x+t

P(Y1 > z)dz ≥P(Y1 > t)

Z ∞

x

P(Y1 > z)dz

Z ∞

x

P(Y1 > z+t)dz ≥P(Y1 > t)

Z ∞

x

P(Y1 > z)dz

R∞

x P(Y1 > z+t)dz

P(Y1 > t) ≥

Z ∞

x

P(Y1 > z)dz

Z ∞

x ¯

F(z+t) ¯

F(t) dz ≥

Z ∞

x ¯

F(z)dz,

para todo x, t0.

Usando a equa¸c˜ao (2.20) no lado esquerdo da desigualdade temos

Z ∞

x

P(Tt > z)dz ≥

Z ∞

x

P(Y1 > z)dz.

Como ery ´e uma fun¸c˜ao convexa, segue de Shaked e Shanthikumar [16] (1994, p.p. 83-85) que

E[erTt]

≥E[erY1].

Assim,

inft≥0E[erTt]≥E[erY1]. Note que, quando t=0 temos

P(Tt≤x) = F(x),

ou seja, T0 eY1 tˆem a mesma distribui¸c˜ao. Portanto E[erT0] =E[erY1].

Mostramos que E[erY1] ´e cota inferior para

R∞

t e rydF(y)

ertF¯(t) = E[erTt] e que ´e atingida em

t = 0. Portanto

inft≥0

R∞

t e

rydF(y)

ertF¯(t) =E[e rY1]

como quer´ıamos demonstrar.

(33)

2.3.1

Uma abordagem via Martingales

Outra maneira de obter cotas superiores para a probabilidade de ru´ına ´e via Martin-gales. Introduziremos, a seguir, o conceito de Martingales e um resultado importante que ser´a usado na demonstra¸c˜ao do teorema que nos d´a cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına por esta abordagem.

Considere um jogador que est´a fazendo uma sequencia de apostas nas quais a proba-bilidade de ele ganhar ´e de 1

2 e de perder ´e de 1

2. Seja Yn, n ≥1, uma sequencia de v.a. i.i.d. que representa o resultado de cada aposta, tal que

P(Yn= 1) = 1/2 = P(Yn=−1).

Aqui Yn = 1 quando o apostador ganha e Yn = −1 quando ele perde a n-´esima aposta. Se ele aposta levando em considera¸c˜ao os resultados anteriores, suas apostas sucessivas podem ser descritas como uma sequencia bn de v.a.’s onde

bn =bn(Y1, ..., Yn−1), n≥2.

Seja V0 o capital inicial do apostador e Vn seu capital ap´os a n-´esima jogada. Ent˜ao

Vn=V0+ n

X

i=1

biYi

Afirmamos que E[Vn+1|Y1, ..., Yn] = Vn. Para provarmos este fato note que Vn+1 = Vn+

bn+1Yn+1. Logo

E[Vn+1|Y1, ..., Yn] =E[Vn|Y1, ..., Yn] +E[bnYn+1|Y1, ..., Yn] =Vn+bn+1E[Yn+1|Y1, ..., Yn],

pois Vn ebn+1 s˜ao determinados por Y1, ..., Yn;

Vn+bn+1E[Yn+1|Y1, ..., Yn] =Vn+bn+1E[Yn+1], pois as Yn’s s˜ao independentes. Assim,

E[Vn+1|Y1, ..., Yn] =Vn+bn+1E[Yn+1] =Vn+bn+1((1)1/2 + (−1)1/2) =Vn

{Vn}´e, ent˜ao, dita uma martingale com rela¸c˜ao aYn. SeYn =Vn para todondizemos simplesmente que Vn ´e uma martingale pois satisfaz E[Vn+1|V1, ..., Vn] =Vn.

Uma martingale ´e, ent˜ao, a representa¸c˜ao matem´atica de um jogo justo, isto ´e, um jogo onde a probabilidade de ganhar em uma jogada ´e igual a probabilidade de perder. No entanto, n˜ao devemos restringir a teoria de martingales a essa particular situa¸c˜ao pois trata-se de uma poderosa ferramenta na Teoria da Probabilidade.

Defini¸c˜ao 1: Um processo estoc´astico {Vn}n≥0 ´e dito ser um martingale em rela¸c˜ao ao processo {Yn}n0 seE[|Vn|]<∞, para todo n, e

(34)

Se interpretamosVncomo a quantidade de dinheiro de um jogador ap´os on-´esimo jogo, ent˜ao a defini¸c˜ao acima diz que o valor esperado da quantidade de dinheiro do jogador depois do (n+ 1)-´esimo jogo ´e igual ao valor ap´os o n-´esimo jogo, n˜ao importando o que tenha ocorrido previamente. Assim, aplicando o valor esperado a ambos os membros da equa¸c˜ao (2.21), temos:

E[E[Vn+1|Y1, Y2, ..., Yn]] =E[Vn]⇔E[Vn+1] =E[Vn]⇔E[Vn] =E[V1], para todo n.

Defini¸c˜ao 2: Um processo estoc´astico {Vn}n≥0 ´e dito ser um submartingale com rela¸c˜ao a Yn se E[Vn+]<∞, para todo n, e

E[Vn+1|Y1, Y2, ..., Yn]≥Vn, (2.22) onde V+

n =max{0, Vn}.

{Vn}n0 ´e dito ser um supermartingale com rela¸c˜ao a Yn se E[Vn−]<∞, para todon, e

E[Vn+1|Y1, Y2, ..., Yn]≤Vn, (2.23) onde V−

n =−min{0, Vn}.

Enquanto uma martingale descreve um jogo justo, as submartingales e supermartingale descrevem jogos favor´aveis e desfavor´aveis para o jogador, respectivamente.

Enunciaremos, a seguir, o Teorema da Parada Opcional para martingales que ser´a usado na demonstra¸c˜ao do resultado que nos d´a uma cota superior para a probabilidade de ru´ına pela abordagem Martingale. Para tanto precisamos introduzir o conceito de

tempo de parada:

Defini¸c˜ao 3: Um tempo de parada T com rela¸c˜ao ao processo estoc´astico {Vn} ´e uma vari´avel aleat´oria que assume valores inteiros positivos tal que, para cadan, o evento

{T =n} depende somente de {V1, ..., Vn}.

Teorema 2.3.7 Teorema da parada opcional

Seja {Vn} uma martingale e T um tempo de parada finito. Se:

• E[|VT|]<∞; e

• limn→∞E[VnI{T >n}] = 0, onde I{T >n} = 1 se T > n e I{T >n} = 0 se T ≤n,

ent˜ao E[VT] =E[V0].

Analogamente, se {Vn} ´e um submartingale ou um supermartingale e as condi¸c˜oes

acima s˜ao verdadeiras, temos

E[VT]≥E[V0],

se {Vn} ´e supermartingale e

E[VT]≤E[V0],

se {Vn} ´e submartingale.

Com a finalidade de obter cotas superiores para a probabilidade de ru´ına via Martin-gales, considere o processo de risco descontado

Vn :=Xn n

Y

l=1

1 +Il−1

(35)

comn1.As probabilidades de ru´ına no horizonte finito em (1.12) associadas ao processo

{Vn, n= 1,2, ...} s˜ao

ψnπ(x, i) :=P π

(nk=1{Vk <0} |X0 =x, I0 =i). No Modelo de Risco Cl´assico,

e−R0Xn

n≥1 ´e um Martingale. No entanto, para o modelo (1.9), n˜ao existe constante r > 0 tal que

e−rXn

n≥1 seja um Martingale. Mas existe uma constanter >0 tal que

e−rVn

n≥1´e um supermartingale, o que nos permitir´a obter cotas superiores para a Probabilidade de Ru´ına pelo Teorema da Parada Opcional. Tal constante ´e definida na Proposi¸c˜ao a seguir, que pode ser encontrada em [5].

Proposi¸c˜ao 2.3.8 Suponha que para cada iI existe ρi satisfazendo

Eπ[e−ρi(C(b)Z1−bY1)(1+I1)−1|I

0 =i] = 1. (2.24)

Ent˜ao,

R1 :=mini∈I ρi ≥R0, (2.25)

e, al´em disso, para todo iI

[e−R1(C(b)Z1−bY1)(1+I1)−1|I

0 =i]≤1. (2.26)

Demonstra¸c˜ao:

Para cadaiI e r >0, seja

li(r) :=Eπ[e−r(C(b)Z1−bY1)(1+I1)−1|I

0 =i]−1. (2.27)

Ent˜ao a primeira derivada deli(r) em r= 0 ´e

l′i(r) :=Eπ[

−(C(b)Z1−bY1)(1 +I1)−1|I0 =i] =−Eπ[(C(b)Z1−bY1)]E[(1 +I1)−1|I0 =i]. ComoEπ[(C(b)Z

1−bY1)]>0 e E[(1 +I1)−1|I0 =i], l′i(0) <0 para todo i∈I. A segunda derivada deli(r) ´e dada por

l′′i(r) = E π

[[(C(b)Z1−bY1)(1 +I1)−1]2e−r(C(b)Z1−bY1)(1+I1)

−1

|I0 =i]≥0,

para todo iI, ou seja, li(r) ´e uma fun¸c˜ao convexa com uma raiz em r= 0 e uma ´unica raiz positiva.

Seja ρi a ´unica raiz positiva da equa¸c˜ao li(r) = 0. Ent˜ao li(ρ) ≤ 0 se, e somente se, 0ρρi. Note que

Eπ[e−R0(C(b)Z1−bY1)(1+I1)−1|I

0 =i] =

X

j∈I

P(I1 =j|I0 =i)Eπ[e−R0(C(b)Z1−bY1)(1+j)

−1

]

=X

j∈I

pijEπ[e−R0(C(b)Z1−bY1)(1+j)

−1

]

≤X

j∈I

pijEπ[e−R0(C(b)Z1−bY1)](1+j)

−1

(36)

pela desigualdade de Jensen.

ComoR0 satisfaz Eπ[e−R0(C(b)Z1−bY1)] = 1 ePj∈Ipij = 1, temos que

li(R0) =Eπ[e−R0(C(b)Z1−bY1)(1+I1)

1

|I0 =i]−1≤0. Isso implica que R0 < ρi para todo i∈I e, ent˜ao,

R1 :=miniρi ≥R0. ComoR1 ≤ρi para todoi∈I, temos que

li(R1)1,

para todo iI,e o resultado fica demonstrado.

Teorema 2.3.9 Sob as hip´oteses da Proposi¸c˜ao 2.3.8, para todo iI e x0,

ψπ(x, i)

≤e−R1x. (2.28)

Demonstra¸c˜ao:

Pela equa¸c˜ao (1.10), o processo de risco descontadoVn:=XnQnl=1 1 +Il−1

satisfaz:

Vn=x+ n

X

k=1

(C(b0)Zk−b0Yk) k

Y

l=1

(1 +Il)−1

!

. (2.29)

SejaSn=e−R1Vn.Ent˜ao

Sn =e−R1Vn ⇒Sn+1 =e−R1Vn+1 ⇒Sn+1 =Sne−R1((C(b0)Zn+1−b0Yn+1) Qn+1

l=1(1+Il)−1).

Assim, para todon 1,

E[Sn+1|Y1, ..., Yn, Z1, ..., Zn, I1, ..., In] = =SnE[e−R1((C(b0)Zn+1−b0Yn+1)

Qn+1

l=1(1+Il)−1)|Y

1, ..., Yn, Z1, ..., Zn, I1, ..., In]

=SnE[e−R1((C(b0)Zn+1−b0Yn+1)(1+In+1)

−1Qn

l=1(1+Il)−1)|I

1, ..., In]

≤SnE[e−R1(C(b0)Zn+1−b0Yn+1)(1+In+1)

−1

|I1, ..., In] Qn

l=1(1+Il)−1 S

n, ou seja, Sn ´e um supermartingale.

Seja Ti = min{n:Vn <0|I0 =i}, onde Vn ´e dado por (2.29). Ent˜ao Ti ´e um tempo de parada e nTi :=min{n, Ti}´e um tempo de parada finito. Assim, pelo teorema da parada opcional enunciado anteriormente, temos:

E[Sn∧Ti]≤E[S0] =e

−R1x.

(37)

e−R1x E[S

n∧Ti]≥E

π[S

n∧TiI(Ti≤n)]≥E

π[S

TiI(Ti≤n)] =

=Eπ[e−R1VT1I

(Ti≤n)]≥E

π

[I(Ti≤n)] =ψ

π n(x, i),

o que ocorre pelo fato de VTi <0. Assim, fazendo n→ ∞ obtemos o resultado.

Imagem

Figura 3.1: Rela¸c˜ao entre a Cota Superior de Lundberg e o n´ıvel de reten¸c˜ao b Na tabela apresentada no final da se¸c˜ao veremos os valores de cada uma das cotas  apre-sentadas calculados para alguns valores particulares de b

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