ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
DA
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
, Análise da relação financiamento ~ produção e do efeito
risco-retorno para produtos agrícolas
Fundação Getulio Vargas Elicolil de Adminililração
FG V de Empresas demlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAsaePaulo
Biblioteca
1197800024
JANUSZ O.S.KRASOWSKI
ORIENTADOR: PROF. Y. TSUKM10TO
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBApago1. -
tema e objetivos do trabalho1
2. -
justificativa e importância do tema2
11- METODOLOGIA
1. -
desenvolvimento .do trabalho 42. - conceitos básicos 5 .
3. -
área e população estudadas .124. -
procedimento e modelos adotados 26111- RESULTADOS OBTIDOS
1.
resultados obtidos 3541
2. -
análise dos resultadosIV - CONCLUSÕES
56
BIBLIOGRAFIA
61
AP~NDICES
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI - INTRODUÇÃO
1. - Tema e Objetivos do Trabalho
A,presente dissert~ção aborda dois aspectos básicos, inerentes a toda
ativi-dade econômica, relativos ã atividade dos produtores agrícolas:
- a importância do credito rural como fonte de recursos para o financiamento
da produção;
a atmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAí dude do 'produtor agrícola face ao risco dessa' ativi'dade (éconôpí'ica. \
Mais especificamente, o trabalho objetivou:
~)~constatar a existência de uma relação entre os recursos de financiamento'
agrícola utilizados pelos agricultores e o nível da atividade agrícola
bem como o grau de sigrri.f i.cànc ia com que essa dependência se manifesta.
2) avaliar a existência ou não de um relacionamento risco-retorno para um
conjunto de diferentes produtos agrícolas.
A partir de uma definição adequada dessas variáveis (risco e retorno) pr~
curou-se analisar a inter-relação (se existente) desses fatores, nos
mol-des da conceituação desenvolvida na teoria financeira.
Alem disso, como decorrência dos resultados dasaveriguaçoesacima
menc~ona-das, poder-se-á examinar se o crescimento da produção agrícola e atribuível,
ou influenciável, pela disponibilidade de credito, bem como se existe uma es
trategia adequada ao desenvolvimento da produção.
Quanto ao segundo tema examinado - a relação risco-retorno a análise per
-mitirá verificar se
o
agricultor apresenta comportamento racional face ao risco.Ainda, como objetivo secundário, o estudo permitirá complementar os
resulta-dos de um trabalho anterior (1)- o qual comprovou a existência de uma corr~
1ação positiva entre os créditos rurais para investimento e os investimentos
•• _ • -. f
do setor agr~cola - estendendo a anal~se para as relaçoes ex~stentes entre
os financiamentos de custeio e a produção.
(1) ver Moreira, Roberto J. - "Análise de Investimento a Nível de Proprieda-des Rurais", ESALQ - USP 1973
2zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Por outro lado, a presente dissertação permitira, tambem , colocar um âmbito
mais geral e em termos de valores monetarios, os resultados de outro estudo(2)
que concluiu por uma relação positiva entre a area explorada pelas empresas
rurais no município de Piracicaba e o uso do credito rural. No caso de
nos-sa analise, pretendeu-se examinar as relações entre os valores monetarios '
representativos das atividades agrícolas, e não tanto valores físicos,
ten-do em vista implicações de ordem econômico-financeira.
2. - Justificativa e Importância do Tema
2.1. - Quanto ao inter-relacionamento financiamento de custeio-produção
A identificàção do'relacionamento das variaveis financiamento e
produ-ção e" extremamente relevante ao considerarmos a importância e o mont.ag
te dos recursos alocados' para o financiamento da produção agrícola e a
significância desse setor para a economia nacional.mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o conhecimento da demanda dos financiamentos devido a produção
pode-ra dar subsídios papode-ra avaliar se o montante dos recursos disponíveis '
ou alocados, para aplicação em credito rural e adequado para propiciar
o nível desejado de produção.
Considerando, ainda, que uma alta percentagem de pequenos produtores '
continua dissociada do mercado de credito rural (3) , sera possível a'
avaliação'mais precisa dos benefícios a serem esperados decorrentes da
extensão do uso desses recursos a essa classe de agricultores.
Dessa forma, poder-se-a predizer com ma~or grau de confiabilidade, os'
resultados da utilização do credito como instrumento de fomento do
de-senvolvimento do setor agrícola.
2.2. - Quanto ã Relação Risco-Retorno
o
relacionamento dos fatores risco-retorno tem sido objeto de analise'da Teoria Financeira, tendo sido desenvoivida uma conceituação teõric~
bem como efetuados diversos estudos visando constatar na pratica oS mo
delos elaborados.
(2) Barros, Geraldo Sant'Ana de Camargo - "Analise Economica de, Fatores Relacionados ao Uso de Crêdito Rural, Municipio de Piracicaba, S.P.",
ESALQ - USP, 1973, pago 75
(3) Silva, Zezuca Pereira da - "Uso e Eficiência do Credito Rural e dos Fatores de Produção; Jardinôpo1is e Quaíra, Est. de S.Paulo, 1971/72",
Os trabalhos sobre o assunto tem-se dirigido à análise de
investi-mentos em ativos físicos e financeiros, e relativamente a empresas
ligadas principalmente a atividades industriais, comerciais e fi
-nanceiras.
No que diz respeito à atividade agrícola por si mesma, embora o fa
tor risco seja reconhecido como existente e significativo, não se
encontram maiores esclarecimentos ou pesquisas quantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ã
existênciae forma da interdependência entre os fatores risco e retorno
espe-rado pelos agricultores.
O conhecimento desse relacionamento permitiria explicar de forma '
mais coerente o comportamento do agricultor, conduzindo a uma se
-rie de implicações relevantes para diversas medidas ou políticas '
relativas aos preços dos produtos agrícolas, às variações desses '
preços, ao seguro rural, ao incentivo da produção de determinado'
produto ou produtos.
Quanto maior e ma1S precisa for a compreensao sobre determinado as
4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
11 - METODOLOGIA
1. - Desenvolvimento do Trabalho
Definidos o tema e o âmbito do estudo, a seguinte sistemática foi adotada
para o desenvolvimento dos trabalhos, tendo em vista os objetivos
propos-tos:
a. levantamento dos dados e das informações necessárias para a análise
das relações pretendidas:
a.l. quantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã análise financiamento - produção:
financiamentos de custeio ã produção utilizados pelos agricul
-tores, para uma serie de diversos produtos agrícolas e para
di-ferentes períodos;
produção física e valor da produção para esses mesmos produtos'
e períodos;
a.2. - quanto
ã
análise risco - retorno:produtividades medias para uma serie de produtos e para vários'
períodos;
preços medios, obtidos pelos agricultores, para esses produtos'
e para os períodos analisados;
custos operacionais medios (por unidade de area: hectare) para'
esses mesmos produtos e períodos.
NOTA: Observamos que as informações obtidas referem-se sempre a dados
re-lativos ao Estado de são Paulo.
-
-
,
b. estruturaçao, tabulaçao e prepraraçao dos dados, bem como calculo dos
valores deflacionados onde necessário, objetivando possibilitar a
aná-lise dos fatores e das relações objeto do estudo;
c. processamento dos dados, efetuando-se as análises estatísticas
adequa-das - testes de correlação, regressão linear pelo metodo dos mínimos '
quadrados e ajustamento exponencial de curvas;
NOTA: Os modêlos matemáticos empregados, assim como a justificação de seu
uso, encontram-se descritos mais adiante, no ítem 11-4 - "procedimen
d. análise dos resultados obtidos e elaboração dos testes de
signi-ficância relativos aos estimadores estatísticos encontrados;
e. estabelecimento das conclusões das análises; avaliação das
limi-tações do estudo; :' finalizando o trabalho, indicação de
possí-veis áreas ou temas relativos a alguns aspectos do estudo, pas
-síveis de complementação, maior averiguaçao, ou expansão de abor
dagem.
2. Conceitos Básicos
Com relação às variáveis e conceitos utilizados no decorrer deste '
trabalho, as seguintes explicações e definições se fazem necessárias:
2.1.
quanto à análise financiamento - produção:No que se refere ao primeiro fator, ~onsiderou-se como ~
ciamento de custeio, ou simplesmente financiamento, o total'
dos recursos utilizados para o custeio, i.e. financiamento '
dos insumos e demais custos de produção, obtidos pelos
agri-cultores junto a organismos privados ou oficiais de credito'
rural. (4)
NOTA: A título de informação, menC10namos aqui que os
finan-ciamentos de custeio levantados pelos agricultores são,
usualmente, baseados nos programas de produção intensi~
nados pelos agricultores. Com base na indicação do vol~
me a ser produzido, os bancos autorizam a concessão de'
determinado montante de credito, o qual,_ por sua vez
e calculado com base em estimativas oficiais dos custos
esperados para a produção dos diversos produtos.
Assim, devido à sistemática operacional desse sistema ,
obviamente existe uma relação direta entre
financiamen-to e cusfinanciamen-to operacional para aqueles produtores que usam
o credito rural. O que "queremos analisar neste trabalho,
por outro lado, e a relação existente entre os
financia-mentos utilizados para determinado produto e o valor
6zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
tal da produção desse produto. Em outras palavras,
queremos examinar a relação entre o fator financia
menta e o resultado (produção) da atividade
econô-mica, e não a relação entre o fator financiamento'
e os insumos (custos) dessa atividade, a qual ê a
priori esperada.
Com relação ao fator produção, considerou-se a sua
medida, em termos monetários, como sendo o valor'
da produção calculado com base nos preços medias '
recebidos pelos produtores.
2.2. - quantomlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã análise risco-retorno
o
retorno em um determinado período (1 ano) associado ã prod~ção de determinado produto agrícola, foi adotado como sendo '
expresso pela diferença entre a receita bruta (por unidade de
área - hectare) auferida pelo agricultor na produção deste pr2
duto, e o custo operacional (por hectare) incorrido para se '
obter essa produção.
A receita bruta por hectare, para um dado ano, foi calculada'
pelo produto da produtividade media (por hectare) do produto'
considerado pelo preço media do produto, recebido pelo agri
-cultor no ano considerado.
o
custo operacional por hectare representa o custo total mediaincorrido pelo agricultor para o cultivo do produto
considera-do.
Este custo total inclui todos os custos variáveis e a parcela
dos custos fixos que pode ser diretamente alocada ao cultivo ,
conforme levantamentos anuais efetuados pelo Instituto de
Eco-nomia Agrícola, da Secretaria da Agricultura do Estado de são
Especificamente, o custo operacional compreende:
mão de obra
sementes e mudas
adubos e corretivos
defensivos
operaçao de maquinas (inclusive reparos, combustível e lubrificantes)
colheita
depreciação (somente do capital em máquinas e animais)
outros (operação animal, sacaria - quando existentes)
Note-se que o custo operacional nao inclui qualquer valor relativo ao '
custo da terra, bem como nenhuma parcela referente ao custo do financia
mento.mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o custo' operacional assim definido foi considerado apropriado, p01S e '
justamente o retorno por unidade de terra utilizado que se quer medir.
Dessa forma, o retorno assim conceituado corresponde ao retorno margi
-nal anual, antes do custo financeiro, por unidade de terra utilizada
para o cultivo de determinado produto. (5)
OBSERVAÇÃO - Nos casos em que para um mesmo produto existem diferentes'
formas de tecnologia usualmente utilizadas para o seu
cul-tivo (tração animal, tração motomecanizada, tração
motome-canizada e animal, ou tração animal e manual) consideramos,
tanto para a produtividade media por hectare como para o '
custo operacional por hectare, os valores referentes ao
grau mais moderno de tecnologia empregada. Isso se justif:b
ca pelo fato de querermos analisar. o 'comportamento dos a
-gricultores face ao risco, e, são justamente os
agriculto-res mais modernos e esclarecidos (os que, portanto,
tende-riam ã empregar tecnicas modernas) que seriam passíveis de
apresentar um tipo de comportamento mais racional.
(5) O custo de oportunidade do fator "terra" pode ser assumido como sendo considerado pelo agricultor de forma subjetiva, sendo equivalente,CBAou,
8mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAretorno absoluto, acima definido, expresso em Cr$/ha, quando dividido pelo valor medio do hectare (para o tipo de terra utilizado para esse '
produto), passa a indicar um retorno percentual. para um período igual'
ao ciclo de cultivo do produto (igual a um ano para os produtos
anali-sados, considerando que a mesma área de terra não e utilizada para a
mesma cultura mais de uma vez num ano).
o retorno esperado para determinado produto foi considerado como sendo'
estimado pela media dos retornos anuais obtidos pelos agricultores nos'
últimos 5 anos.
Risco
Um dos objetivos dessa dissertação
e,
conforme mencionado, a inclusão ' do fator risco na decisão de investimento do agricultor.Por decisão de investimento entende-se o processo decisório, compreen
ldendo seus vários fatores determinantes e envolvendo uma seria de eta
-pas, relativo
ã
escolha do produtor por determinada atividade agrícola'(ou produto).
Esse processo envolve a consideração de uma serie de fatores e/ou eta
-pas:
identificação das várias alternativas relativas aos produtos passíveis
de serem cultivados;
- a estimativa dos rendimentos (produtividade), preços e custos espera
-dos, para os diversos produtos alternativos;
a definição de um criterio para efetuar a avaliação dessas alternati
-vas;
- a avaliação das alternativas segundo este criterio;
- a seleção da alternativa de produção a ser implementada.
Assim, uma decisão de investimento se manifesta sempre que o produtor
opta pela exploração de determinada atividade (produto) dentre as várias
Examinando-se os fatores componentes desse processo decisório, constata-se'
que as variáveis básicas - a produtividade, os custos de produção e, prin-'
cipalmente, os preços futuros - apresentam certo grau de incerteza (6) qua~
to ao valor futuro a ser realmente por elas (variáveis) assumido.
Conceitu-almente, essas variáveis podem ser consideradas variáveis aleatórias,
apre-sentando cada uma delas uma determinada distribuição de probabilidades.
Essa Lnce rt.eza implica num determinado grau de risco que o agricultor irá '
assumir ao efetuar a produção de determinado produto, decorrente do ~~to do
retorno futuro ser função de variáveis aleatórias, apresentando portanto de
terminada dispersão.
Para ser possível constatar e avaliar a forma pela qual o fator risco e con
siderado pelo produtor agrícola, necessitamos de uma definição e medida de
risco que leve em consideração esses fatores e aspectos mencionados.
Com base nessas considerações, o fator risco foi definido como sendo indica
do pela variabilidade dos retornos anuais, sendo essa variabilidade medida'
pelo desvio padrão de uma serie de retornos anuais observados para cada um'
dos produtos considerados.
Note-se que esta e uma conceituação semelhante ã utilizada na Teoria
Finan-ceira, sendo que as variáveis dizem respeito a atividades (produtos) agrí
-colas e não a ativos físicos ou financeiros.
(6) O termo "incerteza", em sentido estritamente conceitual, refere-se ã
situações em que não existe qualquer conhecimento sobre a distribuição'
de probabilidades do evento considerado, sendo qualquer resultado igual
mente provável. Entretanto, por comodidade de linguagem, no decorrer
desta dissertação usamos o termo "incerteza" no sentido comum de indi
10zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Consideramos a variabilidade ou dispersão dos retornos (definidos
an-teriormente) como medida do risco devido ao fato de essa variável (r~
torno) abranger o conjunto das três variáveis básicas, inerentes a
a-tividade de produção agrícola: produtividade, custos de~rodução e
preços dos produtos. Ou seja, a variabilidade dos Tetornos
ê,
narea-lidade, resultante das variabilidades apresentadas por cada um dos
componentes do retorno.
Analiticamente, o retorno absoluto para um dado produto i, para o
pe-ríodo ~, pode ser expresso por:
r·
a=
qi,t x Pi,t - Ci,tonde:
q- t
~,
=
produtividade media por hectare esperada para oproduto. i ;
Pi,t
=
preço medio esperado para o produto ~, noperí-odo ~ ;
Ci,t
=
custo operacional por hectare esperado para o '-produto ~, no períodomlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAt ,
A dispersão dos retornos do produto i, medida pelo desvio padrão, e
portanto, função da dispersão dessas três variáveis, ou seja:
Assim, para cada produto i, determinou-se, a partir dos retornos anuais
para uma serie de anos, o-correspondente desvio padrão-- ~ri - o qual'
foi por sua vez adotado como medida indicativa do risco associado a pr~
dução do produto i.
NOTA: Considerou-se, na determinação do retorno anual, os valores de
produtividade, preço e custo operacional, como referentes todos '
de produtos agrícolas utilizam uma defasagem no tempo,
principalmen-te em análises que procuram explicar a área plantada no período t em
função dos preços esperados em t +zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1.
No caso da presente análise, justifica-se a utilização de todas as '
variáveis para um mesmo período se considerarmos que o agricultor vi
sualiza todos os possíveis resultados dos produtos alternativos num'
mesmo horizonte de tempo (correspondente ao ciclo normal dos produ
-tos, o qual corresponde ao ano agrícola considerado). Isto quer di
-.zer, em outras palavras, que o agricultor no instante da decisão ou'
avaliação das alternativas (t - 1), possui expectativas de produtivi
dade, custos e preços para a duração completa do próximo ciclo de
produção, isto e, para todo o período !. Assim, a produtividade e o
custo esperados serão verificados no início do período !' e, apos a
colheita, o preço do produto será auferido, pela maioria dos agricul
tores com raras exceçoes, ate o final ·desse mesmo período !' che
-gando-se entao ao início do período t + 1, quando novo ciclo será
i-niciado.
Essa abordagem permite, inclusive, que seja possível considerar a
e-xistência de estoques do produto no início do período !' os quais P2
deriam ser vendidos aos preços vigentes durante
!.
A produção obtidaem!, por sua vez, poderia ser parcialmente estocada e vendida em t+
1. De qualquer forma, se as partes estocadas são relativamente as
mesmas de período para período, o preço media de cada período pode'
ser considerado como um único para todo o período, para efeito de c~l
culo do retorno. (7)
A dispersão da distribuição de cada uma das variâveis componentes do
retor-no - produtividade, preço, custo operacional - pode ser vista como represe~
tando um risco parcial, em contraposição ao risco total:' variabilidade dos
retornos.
Algumas considerações e aver1guaçoes a respeito do r1SCO parcial
representa-do somente pela receita bruta - dada pelo produto da produtividade pelo
pre-ço media - bem quanto ao risco parcial relativo ao custo operacional, sao
desenvolvidas no decorrer do trabalho.
12zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
3. Área e População Estudadas
A presente dissertação tratou de analisar os fatores financiamento,
produção, risco e retorno relativos a atividades agrícolas •
.Para esses fatores fêz-se necessário levantar dados e informações '
que possibilitassem a análise das relações desejadas.
Tendo em vista a finalidade de se conseguir uma consistência quanto
aos dados utilizados, procurou-se, sempre que possível, obter-se os
dados a partir de uma mesma fonte.
Por essa razao principal, e também devidozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã necessidade de se res
-tringir o trabalhomlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã dimensões e âmbito que o tornassem exequível, '
definiu-se como area de estudo a regiao compreendida pelo Estado de
são Paulo.
Dessa forma, para a maior parte dos dados, foi possível utilizar CQ
mo fonte básica de informações o Instituto de Economia Agrícola da'
Secretaria de Agricultura de são Paulo. Esse órgão periodicamente ~
fetua levantamentos estatísticos visando o acompanhamento da
produ-ção, custos, previsão de safras, e outros fatores relevantes ao
co-nhecimento da situação do setor agrícola.
Utilizando basicamente como fonte esses levantamentos estatísticos,
selecionamos cerca de dezesseis principais produtos agrícolas, para
os quais existiam, para u~_mesmo período, as informações necessárias
relativas às variáveis objeto desse estudo financiamento, produção,
produtividade, preços, custos operacionais e retornos anuais.
Esses dados foram ass~m obtidos para os anos 1971 a 1976, para os '
seguintes produtos:
algodão
- amendoim
- arroz
batata
cana dezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAaçucar
-cebola
cafe
feijão
laranja
mamona
mandioca
milho
soja
tomate
trigo
No apêndice, encontram-se as seguintes tabelas e quadros contendo
esses dados primários para diversos anos:
Tabela 1.1. - financiamento, produção, retorno anual - por produto
Tabela 2 - produtividade, preço, custo operacional, retorno anual
por produto
NOTA: Algumas das relações a serem estudadas abrangem um
subcon-junto parcial dos produtos e anos considerados nessa listá,
devido ao fato de certas informações serem disponíveis so
-mente para alguns dos produtos analisados.
Os dados primários referentes a esses produtos foram tabulados para
cada ano e então deflacionados - 'segundo o lndice Geral de Preços ,
coluna 2 da Conjuntura Econômica - para obter valores expressos em
cruzeiros de 1976, com a finalidade de permitir comparaçoes e
análi-ses conjuntas quando adequado ou necessário.
Obtivemos assim as seguintes tabelas 1.2 e 1.3:
Tabela 1.2 - financiamento, produção,retorno anual - por ano - em
Cr$ correntes
Tabela 1.3 - financiamento, produção - por ano - em Cr$ constantes
de 1976
As relações financiamento/produção foram tambem determinadas e re -mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
Lací.onadas na Tabela 1.3. - B
14
Tabela
1.3 - financiamento,
produção
- po~
ano
- em Cr$
constantes
Ano:
1971
- Cr$
constantes
de
1976
-produto
:....financi
amen to
valor
da
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA.de
custeio
-produção
JCr$1000)
.(.Cr$100
O)
algodão
1031.243
2024.374
amendoim
222.129
1242.952
arroz
173.677
773.422
batata
511.383
café
1034.160
4651. 020
cana
449.528
2993.336
feijão
11.021
425.913
mandioca
23.957
509.571
milho·
630.424
2098.089
soja
172.659
191.135
.Tabela
1. 3 - financiamento,
produção
- por
ano -" em Cr$
constantes
Ano:
1972
- Cr$
constantes
de
1976
-Produto
- financiamento
-valor ,-da
_de
custeio
~ produção
lCr$1000)
_(Cr$1000)
algodão
839.759
2046.528
amendoim
154.480
1073.693
arroz
216.795
1430.235
batata
597.818
café
1299.834
5233.775
cana
523.600
3506.934
feijão
14.329
413.182
mandioca
31.449
696.864
milho
607.400
2284.800
soja
279.839
366.348
16zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Tabela 1.3 financiamento, produção por ano - em Cr$ constantes
Ano: 1973 - Cr$ constantes de 1976
-produto ~inanciarnento valor damlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-
-de custeio produçãozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
'--.
-(Cr$1000) (Cr$1000)
algodão 998.372 2286.364
amendoim 188.898 749.063
arroz 280.804 1208.090
batata 1075.423
café 1708.847 4770.467
cana 807.618 3353.826
feijão 77.416 1027.147
mandiqca 23.060 315.370
milho 1161.748 2747.385
soja 569.805 749.676
Tabela
1.3 - financiainento,produção
- por
ano - em Cr$
constantes
Ano:
1974
~ Cr$ constantes
de
1976
~roduto
financiamento
valor
da
de
custeio
produção
(Cr$ 1000)
.(Cr$1000)
algodão
1391.778
2206.568
amendoim
198.851
567.068
arroz
468.392
1447.628
batata
323.578
833.632
café
2174.769
5932.967
cana
1484.283
3826.819
feijão
68.505
577.941
mandioca
9.151
260.260
milho
1196.399
2550.912
soja
709.853
1060.878
trigo
119.066
390.099
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(BA
18
Tabela 1.3 - financiamento, produção - por ano - em Cr$ constantesmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
'-Ano: 1975 - Cr$ constantes de 1976 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.produt;o financiamento ".ra1or-da
de custeio produção (Cr$1000) 1Cr$1000)
a1godaão 874.468 1680.307
amendoim 274.275 660.660
arroz 692.647 1580.150
batata 274.324 753.088
café 1863.417 5905.900
cana 1716.006 4387.516
feijão 69.066 468.468
mandioca 14.673 279.022
milho 1617.085 2402.400
soja 838.388 1341.197
trigo 253.922 150.211
Tabela
1. 3 - B
~ financiamento,
valor
da produção
e financ./produção
- por
produto
e por an'
?roduto
ano
financiamento
(Cr$ milhões)
.valor
da
produção
(Cr$ milhões)
financj
/produção
:llgodão
71 1013,2 2024,3 0,5072 839,7 2046,5 0,41
73 998,3 2286,3 0,44
74 1391,7 2206,5 0,63
75 874,4 1680,3 0,52
unendoim
71 222,1 1242,9 0,1872 154,4 1073,6 0,14
73 188,8 749,0 0,25
74 198,8 567,0 0,35
75 274,2 660,6 0,42zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.r roz 71 173,6 773,4 ·0,22
72 216,7 1430,2 0,15
73 280,8 1208,0 0,23
74 468,3 1447,6 0,32
75 692,6 1580,1 0,44
.at.at.a 71 511,3
72 597,8
73
-
1075,474 323,5 833,6 0,39
75 274,3 753,0 0,36
afé
71 1034,1 4651, O 0,2272 1299,8 5233,7 0,25
73 1708,8 4770,4 0,36
74 2147,7 5932,9 0,37
75 1863,4 5905,9 0,32mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
20
Tabela 1.3 - B (continuação)
produto ano ·financiamento -valor damlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
fin::i
..(Cr$ milhões) -;produção .produção~(Cr$ milhões)
cana 71 449,5 2993,3 0,15
72 523,6 3506,9 0,15
73 807,6 3353,8 0,24
74 1484,2 3826,8 0,39
75 1716,0 4387,5 0,39
feijão 71 11,0 425,9 0,02
72 14,3 413,1 0,03
73 77,4 1027,1 0,07
74 68,5 577,9 0,12
75 69,0 468,4 0,15
mandioca 71 23,9 509,5 0,05
72 31,4 696,8 0,05
73 23,0 315,3 0,07
74 9,1 260,2 0,04
75 14,6 279,0 0,05
milho 71 630,4 2098,0 0,30
72 607,4 2284,8 0,27
73 1161,7 2747,3 0,42
74 1196,3 2550,9 0,47
75 1617,0 2402,4 0,67
soja 71 172,6 191,1 0,90
72 279,8 366,3 0,76
73 569,8 749,6 0,76
74 709,8 1060,8 0,67
75 838,3 1341,1 0,62
trigo 71 14,4
72 29,6 55,4 0,53
73 33,3 61,6 0,54
74 119,0 390,0 0,30
~ Tabela 2 (vide Apêndice) relaciona os valores, em cruzeiros constantes
e deflacionados, referentes a produtividade, preços, produtividade
x
pre-ços, custos operacionais e retornos anuais, parazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA5 anos. Os estimadores '
das médias, desvios padrões e os respectivos coeficientes de variação, f~
ram então determinados para essas variáveis, a partir desses elementos.
Foram agrupados na Tabela
3,
a seguir apresentada, os valores relativos afinanciamento por hectare, custo operacional por hectare e retorno anual'
por hectare, para os vários produtos e anos. Determinaram-se também as re
1ações financiamento/custo para os três anos para os quais se dispunha de
22
~abe1a 3 - financiamento,
custo
/custo
- por
ano
operacional,
retorno
anual,
financiamento/
- Cr$ constantes
de
1976
-mo:
1974
produto
financiamento
cus to oper ac •
retorno
por
financ./custo
por hectare
por hectare
hectare
(Cr$/ha)
(Cr$/ha)
(Cr$/ha)
ilgodão
2.523,69
3.660,66
3.182,54
0,69
unendoim
900,80
2.917,62
1.122,78
0,31
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBArrzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAroz
604,27
2.008,64
994,36
0,30
rat.at.a
14.823,95
37.737,65
:::afé
.2.136,06
6.508,83
9.416,17
0,33
cana
928,72
2.911,02
2.074,33
0,32
feijão
267,32
1.503,27
417,43
0,18
nandioca
264,45
2.677,40
1.581,40
0,10
abela 3 - financiamento, custo operacional, retorno anual, financiamento/
/custo - por ano - Cr$ constantes de 1976
no: 1975
produto financiamento custo opere. retorno por financ./custo
hectare por hectare por hectare
(Cr$/ha) (Cr$/ha) (Cr$/ha)
19odão 3.618,~6 4.643,84 761,56 0,78
mendoim 1.077,78 3.642,54 1.516,90 0,30
rroz 894,39 2.658,61 1.802,99 0,34
atata 10.017,89 17!740,01 8.020,58 0,56
afé 2.718,46 11.024,37 2.381,88 0,25
ana 1.676,21 3.802,03 3.633,97 0,44
eijão 296,30 2.264,65 1.038,65 0,13
andioca 155,63 3.797,79 1.878,74 0,04
24zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
!bela 3 - financiamento, custo
/custo - por àno
operacional, retorno anual, financiamento/
- Cr$ constantes de 1976
-rlo: 1976
?roduto financiamento custo operac. retorno por financ./custo
por hectare por hectare hectare
(Cr$/ha) (Cr$/ha) (Cr$/ha)mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Lqodâo 3.916,11 4.532,79 2.747,21 0,86
nendoim 1.685,77 3.564,77 383,23 0,47
rroz 1.116,63 2.576,50 - 176,50 0,43
itata 12.938,48 12.591,52
ifé 8.010,77 21.989,23
ma 3.320,42 2.418,86
..
-
664,10 1.359,17 3.450,83 0,49saj ao
mdioca 313,53 3.206,96 7.573,04 0,10
TABELA 3
B
- medias das relações financiamento/produção e financiamento/custo
-PRODUTO
m:DIA (FINANC./PRODUÇÃO)
m:DIA (FINANC./CUSTO)
cafe
0,28
0,29
algodão
0,50
0,78
amendoim
0,27
0,36
mamona
arroz
0,27
0,36
feijão
0,08
0,27
milho
0,39
0,56
batata
0,38
0,56
cebola
mandioca
0,05
0,08
soja
0,74
laranja
bananamlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-cana
0,26
0,38
26
4. Procedimentos e modelos adotados
4.'1.
Quanto.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã
analise- fi~nciamento produção4.1.1.
A relação financiamento-produçãomlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA.
-.
'-.-Para análise da relação existente entre as variáveis financiamento
e "produção adotou-se um modelo linear como sendo explicativo da de
~endência entre esses fatores.
As observações das amostras dos k produtos, para n anos, constan
ces da tabela 1.3., foram utilizadas para a análise.
A seguinte notaçao foi adotada para as variáveis:
Yi,j
=
financiamento de custeio, para o produto ~, no ano JXi;j = valor de produção do produto i, no ano j
sendo: i
=
1, 2, ••• , kj = 1, 2, .•. , n
Utilizando-se o metodo dos mínimos quadrados, os valores de
financia-mento de custeio foram regredidos sobre os valores de produção corre~
pondentes, para os 5 anos considerados e k produtos analisados.
As equaçoes lineares que descrevem as relações ass~m obtidas, da
Considerou-se como variável dependente o financiamento e como variável
independente o valor de produção porque nesse caso estaremos
analisan-do a influência causal da produção sobre o financiamento efetivamente'
utilizado. Para essa relação, o modelo envolvendo apenas essas duas va
riáveis seria suficientemente explicativo. No caso de considerarmos a'
função inversa - financiamento como variável independente e produção '
como dependente - não se poderia usar uma única variável independente'
(financiamento) como explicação causal da produção, pois espera-se
ha-ver outras variáveis independentes que também influem sobre a produ
çao (tais como os recursos próprios aplicados pelos agricultores, o ca
pital em terras, máquinas e implementos e culturas permanentes, os
re-tornos esperados, etc.). Assim, um modelo de apenas 1 variável indepeg
dente explicativa da produção, não seria suficientemente completo e
a-dequado.
Nessas condições, somente faz sentido considerar a relação causal fi
-nanciamento
=
f (produção). Ou seja, dado certo nível de produção - o'qual é determinado por uma série de fatores - existiria uma relação
causal entre esse nível desejado de produção e o montante de recursos'
de financiamento demandados para se obter essa produção. (8)
4.1.2. - A relação financiamento - retorno
Procurou-se em seguida, detectar uma possível correlação entre
o nível de financiamento utilizado, para os vários produtos, e
os retornos relativos a esses produtos.
Pretendeu-se, com essa análise, verificar a hipótese de que os
produtos que utilizam maior proporção de financiamento de
cus-teio (em relação aos respectivos custos operacio.nais de
produ-ção) apresentam maiores retornos. Em outras palavras, objeti
-vou-se examlnar a influênci~ do leverage sobre a rentabilidade
de cada produto.
Com essa finalidade, determinamos os coeficientes de correlação
relativos a diferentes séries de pares de variáveis indicativas
do nível de financiamento e dos retornos:
(8) O modelo assume, portanto, que as decisões relativas ao nível de
28zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
l-retorno anual p/hectare X a relação (financiamento p/ha/custo
p/ha)
2 - retorno anual p/hectare X financiamento p/ha
3 - financiamento total, para cada produto X retorno p/ha do ano'
anterior
4 - retorno médio esperado p/ha, em
%
,x média para n anos, dare-lação (financiamento p/ha/
custo operacional p/ha)
5 - (retorno esperado - retorno sem risco) X média da relação
(fi-desvio padrão dos retornos nanciamento/produção)
Os resultados obtidos para essas diversas correlações encontramrse
4.2. QuantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã análise risco-retorno
Inicialmente, preparamos os dados necessários para a análise das
relações desejadas.
Os estimadores das médias, desvios padrões e respectivos coefici
entes de variação para as diversas variáveis (retorno anual, pr~
dutividade, preços e custos operacionais) foram determinados a '
partir dos dados da Tabela 2 e a seguir tabulad .s, conforme
mos-tra o Quadro II!, adiante apresentado.
Conforme exposto no ítem 11-2 anterior, o fator risco de um de
-terminado produto já foí.concemlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAituado como sendo associado
ã
díspej;sao dos retornos anuais obtidos na produção desse produto, para'
uma série de n anos.
Os retornos anuais foram medidos pela diferença entre a receita'
bruta (produtividade p/hectare X o preço médio do produto) e o
custo operacional total incorrido pelo agricultor para obter o
produto em questão.
Admite-se que existem somente essas duas variáveis
determinísti-cas envolvidas no relacionamento dos fatores analisados, sendo'
outras influências devidas apenas a fatores aleatórios.
Não havendo qualqu~~_indicação a priori sobre a forma ou estrutu
ra do modelo explicativo do relacionamento entre as duas variá
-veis, procuramos, dentre várias alternativas, aquela que apreseg
ta melhor ajuste.
Com relação ã ~ariável risco, consideramos duas formas alternati
vas de sua expressão: o risco relativo, expresso pela relação eg
tre o desvio padrão dos retornos e a sua média (dos retornos); e
o risco absoluto, expresso simplesmente pelo desvio padrão.
Os seguintes modelos explicativos da relação entre as variáveis'
30zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 -modelos com base no risco relativoz da forma:
retorno esperado, em % X (desvio padrão dos retornos/retorno médio):
l.a. - modelo linear, da forma: rimlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA= ao + al (ri/ Fi)
l.b. - modelo exponencial, da forma: ri = a.eb.( ~/ f i)
l.c. - modelo exponencial, da forma: ri
=
a. (r
i/ Fi)bl.d. - modelo logarítmico, da forma: ri
=
a + b ln (BAril
ri)l.e. - retorno esperado, expresso em
%
X (inverso da relação desviopadrão/retorno médio),
modelo linear, da forma: ri = ao + -i (1/
r
i/r
i)2 - modelos com base no risco absoluto:
2.a. - retorno esperado, expresso em % X desvio padrão dos retornos,
modelo linear, da forma: ri = ao + aI'
t(
i2.b. - retorno esperado, expresso em valores absolutos X desvio padrão
dos retornos,
modelo linear, da forma: ri
tr'.
i.2.c. - (retorno esperado - taxa livre de risco) X desvio padrão dos
re-tornos,
modelo linear, da forma: (ri - Rf) = ao + aI • ri
3 - modelo com base em risco parcial:
retorno esperado, expresso em % X desvio padrão do produto
(produtivi-dade x preço)
modelo linear, da forma: ri
=
ao + aI' ~RBOs parâmetros determinados para esses vários modelos alternativos
Observação: Considerações sobre os conceitos de r1SCO sistemático e
não-sistemático para produtos agrícolas.
Adotamos, como já visto, para os objetivosmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA'desse trabalho,
como medida indicativa do risco associado a determinado
produto, o desvio padrão dos retornos anuais desse produto.
Entretanto, chegamos a considerar, inicialmente, a possibi
1idade de ser utilizado para produtos agrícolas, uma
medi-da de risco análoga ao risco sistemáticozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ê
(beta), concei,tuadO na teoria de Finanças.
Esse risco sistemático corresponde ã parte da variabili
dade total dos retornos causada por fatores que afetam
to-dos os títulos indistintamente. Tais fatores incluem: a ta
xa de juros, inflação, situação e tendência da economia e'
dos mercados, etc. (9)
Para cada título individual e possível determinar uma Linha
Característica particular, atraves da regressão dos
retor-nos (ri) desse título para diferentes retornos do mercado'
(RM). A expressão analítica âessa Linha Característica e '
da forma: ri = ai + @iRM + et, onde ~i e o risco sis
-temático do título i em questão e et e um resíduo aleatório.
No caso da extensao deste conceito de r1SCO sistemático p~
ra produtos agrícolas, há certas particularidades que di
-ficultam a sua exequibilidade. Haveria necessidade de se
consí derar os retornos dos produtos agrícolas para perío
-dos consistentes com os dos retornos do mercado, e estes'
ciclos seriam diferentes para cada prOduto .•
Alem disso, os retornos do mercado seriam observados para'
que mercado? A dúvida se baseia no fato de podermos
consi-derar dois mercados distintos na análise de produtos
agrí-colas: o mercado financeiro, relativo a títulos e ativos ,
e o mercado de "commodities" , relativo a uma grande
varie-dade de bens, incluindo produtos agrícolas.
(9) Sharpe, William F. - "Capital Asset Prices: A Theory of Market Equilibrium under Conditions of Risk", Journa1 of Finance 19
32
Segundo Sharpe, o parâmetro beta pode ser determinado, para qualquer
modalidade de investimento, em função de um índice de mercado que
compreende todas as possíveis oportunidades de investimento (10). Não
seria, portanto, estritamente necessario relacionar os retornos
obti-dos para produtos agrícolas com um índice específico do mercado de
"commodities".
Por outro lado, A.Beja (11) mostra que outra variavel que não o retor
no de mercado pode ser utilizada como base para o componente
sistemá-tico do risco. Entretanto, nesse caso, ser~a necessario pesquisar qual
seria uma variavel adequada para tal fim.
Deve ser observado, finalmente, que quando se pretende analisar o
r~s-co do ponto de vista do agricultor, a possibilidade ou flexibilidade '
de este conseguir eliminar o risco não sistematico através da
diversi-ficação de produtos é bem menor que a do investidor que procura fazer
o mesmo atraves da diversificação do seu portfolio.
Em função dessas considerações, e com a finalidade de tornar
operacio-..nal a avaliação. do risco para os fins desse trabalho, optamos pela
uti-lização da variabilidade total dos retornos para indicar o risco assoei
ado aos produtos agrícolas.
(10) Sharpe, William F. - "Capital Asset Prices: A Theory of Market
Equi1ibrium under Conditions of Risk", Journa1 of Finance 19
(Sept. 64), pg. 438.
(11) Beja, Avraham - "On Systematic and Unsystematic Components of
Financia1 Risk", The Journa1 of Finance, Vo1.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA27 (March 72) ,
4:3. -
Fatores determinantes do riscoProcuramos aqui, estender a análise para examinar alguns aspectos
relativos aos fatores determinantes do risco, definido pela var~a
bilidade dos retornos anuais.
Considerando a expressa0 analítica do retorno, para o produto ~ ,
num de terminado anozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe
onde:
RBimlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA= receita bruta = produtividade X preço medio do produto i
ci
=
custo operacional9
0produto ia variabilidade dos retornos anuais, expressa pela sua variância,
será dada por:
2
ITr-
=~ + +
r
RB,cIsto e, a variabilidade dos retornos ê função' da variabilidade da
receita bruta (produtividade X preço), do custo operacional e da
-correlação entre estes fatores. Se essas duas variáveis forem
in-dependentes, a variância dos retornos será igual ã soma das
vari-âncias da receita bruta e do custo operacional.
A variabilidade na receita bruta e devida a uma serie de fatores,
entre os quais destacam-se: a) os aspectos tecnológicos de
produ-ção, os fatores climáticos e os diversos fenômenos" da natureza
(pragas, doenças, etc.) que afetam a produtividade; b) os fatores
de mercado relativos ã oferta e procura que determinam os preços'
do produto.
Quanto ao custo operacional, sua variabilidade
ê
devida a fatorestecnológicos e aos custos relativos aos insumos aplicados na
34zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Procuramos determinar o grau de dependência destes dois componentes
.de risco parcial entre si e em relação ao risco total.
Com essa finalidade, determinamos os coeficientes de correlação
en-tre as variáveis:
1 - desvio padrão dos retornos X desvio padrão da receita bruta
2 - desvio padrão dos retornos X desvio padrão do custo operacional
3 - desvio padrão da receita bruta X desvio padrão do custo operacional
Os resultados obtidos encontramcse no Quadro V.
Para obtermos uma expressa0 analítica do relacionamento entre os
tres fatores relativos ao risco, efetuamos uma regressão linear'
múltipla, da forma:mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
2·
r:
~i = ao + a l' RBi + a2 • +
f
As estima.tivas dos parâmetros dessa regressão encontram-se no Quadro
VI.
111 -zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBARESULTADOS OBTIDOS
1 - Resultados Obtidos
Conforme exposto (em capítulo referente aos procedimentos analíticos
utilizados), para cada relação estudada efetuaram-se as corresponde~
tes análises de correlação, regressão linear, ajustes da forma
expo-nencial e logarítmica, 'ou regressão linear múltipla, de acordo com o
modelo adotado para expressar o relacionamento entre as variáveis
consideradas.
Os parâmetros e estimadores determinados através desses procedimentos
encontram~se dispostos nos quadros I a VI, a seguir expostos:
Quadro I - parâmetros da regressão linear para a função:
financiamento de custeio
=
f (valor da produção)Quadro 11- coeficientes de correlação: financiamento de custeio X retorno
Quadro III - médias, desvios' padrões e coeficientes de variação
para produtos analisadosmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
- .=
--Quadro IV - parâmetros de modelos alternativos para a função:
retorno esperado
=
f (desvio padrão dos retornos)Quadro V - coeficientes ~e correlação para risco parcial e total
Quadro VI - regressao linear múltipla para a relação:
36zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
QUADRO I
- parâmetros da regressão linear para a função:
financiamento de custeio
=
f(va1or da produção)mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI
2(r) 5y.x
I
50 51ano n aO aI r
75 11 160.840 0.343 0.843 (0.92) 284.925 122.902 O. 0493
74 11 43.345 0.390 0.912 (0.95) 224.398 98.905 O .0404
73 10 ~18.281 0.349 0.858 (0.93) 228.746 113.010 0.0503
72 10 3.609 0.232 0.802 (0.90) 198.394 93.649 0.0406
71 9 43.768 0.224 0.678 (O.82) 240.770 125.662 0.0584
2
r
=
coeficiente de determinação r=
coeficiente de correlaçãoQUADRO 11
- coeficientes de correlação: financiamento de custeio X retorno -mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
COEFICIENTE DEMODELO ANO N CORRELAÇÃO (r)
1 - retorno anual X (financ.p/ha/custo 1973zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA8 0,15
p/ha p/ha) 1974 9 0,06
1975 6 0,06
2 - retorno anual X (financ. p/ha)
p/ha 1974 10
1975 8
0,66
0,85
0,79 1973 8
3 - (financ. total) X (retorno p/ha do
ano anterior)
1973 8
1974 10
1975 11
0,54
0,11
0,10
4 - (retorno medio X media de (financ.
esperado) p/ha!custo p/ha)
5 anos 9 0,17
5 - (retorno medio-retorno s/risco) X media
(desvio padrão dos retornos) de
(fi-nanc./
valor pr2
. duçao )
38zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
QUADRO III
médias, desvios padrões e coeficientes de variação p/produtos
analisados
tetornos tJ;eceita \Çusto retorno retornomlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~
(Cr$) bruta operacional médio médio et.
(Cr$) (Cr$) (Cr$/ha) (%) médio
café 8.201 7.489 1~930 10.654 70,0 0,77
algodão· 916 1.013 -778 2.190 14,4 0,42
amendoim 955 830 417 1.463 9,6
0,65
mamona 1. 784 1.638 246 2.000 13,1
0,89
arroz 798 768 331 1.148 ·7,5 0,70
feijão 2.702 2.734 370 2.732 18,0 0,99
milho 402 328 203 511 3,4 0,79
batata 15.157 14.780 1.631 20.799 90,8
0,73
cebola 9.182 8.603 1. 594 14.68.0 64,1
0,63
mandioca 2.468 2.446 503 4.133 27,1
0,60
soja 662 627 186 1.926
12,6 0,34
laranja 3.247 2.733 605 4.164 18,2
0,78
banana 5.122 6.645 1. 776 7.341 32,0
0,70
cana 1.050 1.621 592 2.069
13,6 0,51
tomate 3.116 3.007 2.050 3.372 14,7
QUADRO IVzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
• parâmetros
de modelos
alternativos
para
a função:
retorno esperado
=
f(desvio
padrão
dos
retornos)
no
de lo
aO (a)
a
1
(b)
2
50
51
r
L-com base
no
risco
relativo:
L.a) r.
=
aO
+ ~ ~fi/fi)
21,590
0,0818
0,0031
28,970
0,405
1.
L.b) r.
=
a.e
b ( i/ ri)
17,747
0,00087
0,00032
1.
L.c) r.
=
a.
(~/r.)
1. 1.b
1,039
0,726
0,044
1.
L.d) r.
=
a
+b.1n (ri/ri)
-14,536
9,943
0,012
1.
L.e) r.
=
aO
+aI (l/'li/
r
i)
0,394
-0,078
0,024
0,227
0,138
1.
~-com base- no risco
absoluto:
~.a)
(em %) r.
1.=
aO
+aI ~
4,488
0,00613
0,91
2,288
0,00042
~.b)
(em Cr$)
r.
=
a
+a
1
ri'
133,120
1,384
0,94
296,474
O, 0542
1.
O
2.
c)
(r. - Rf)
=
aO
+BAa1~-1,482
0,00613
0,91
2,288
0,00042
1.
3-com base
no risco
parcial:
3) Cem
%)r
=
a
+art{rec•.
4,353
0,00622
0,87
2,815
0,00052
i
O
bruta
40
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAQUADRO V
- coeficientes de correlação para risco parcial e total
-correlação n coeficiente de correla!ião (r)
rr.1. XmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
r
RB•15
0,98
1.
~.
1. XV:.
1.15
0,70rRB.x
~.
1.15
0,721.
sendo: rr. = desvio padrão dos retornos anuais do produto i
1.
t
= desvio padrão da receita bruta do produto i RB'1.'(.
= desvio padrão do custo operacional do produto i1.
QUADRO VI
- regressão linear múltipla para a relação: risco total
=
f (riscos parciais)MODELO
-
ao aI a2 __2
+ aI'BA
r~.
r
2
ri.
1.=
a + a2• 1,063 -0,514o c. -2,012
1. 1.
2 - Ariálise dos Resultados
2.1. - Quanto a análise financiamento produção
2.1.1. - A relação financiamento - produção
A partir dos parâmetros das retas de regressao dos valores
de financiamento de custeio sobre os valores da produção ,
para os diversos produtos e anos analisados (Quadro I), o~
serva-se que os coeficientes de determinação (r2) são
bas-tante elevados, apresentando valores entre 0,68 e 0,91.
Esse fato indica que de 68% a 91% da variabilidade total '
do nível de financiamentozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAê explicada por variações no
ní-vel de produção, para cada ano individualmente considerado.
Por outro lado, os. correspondentes coeficientes de
correla-çao para.essas duas variáveis situam-se, para os anos anali
sados, na faixa de 0,82 a 0,95, indicando uma forte correIa
ção positiva entre as variáveis.
Os coeficientes aI da variável independente aparentemente
apresentam valores próximos para cada ano em que se efetu -mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-ou a regressao.
Devemos analisar a significância estatística das regressoes
efetuadas para podermos afirmar - dado certo nível de sí gnj,
ficância - que as variáveis são dependentes linearmente.
Para testar a hipotese nula, para cada regressao, de as
va-riáveis nao serem linearmente dependentes (isto
e,
Ho:al=O) utilizamos a estatística t, uma vez que não há problemas demulticolinearidade entre as variáveis devido ao uso de ape
-nas uma variável independente.
A tabela abaixo indica, para cada ano analisado, os valores
da variável t calculada a partir dos parâmetros da regressao,
42
Tabela: valores de t eBAtot./2,
V
.p/teste de Ho: al=Oano nmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA!lzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAÊ.l t = al/S1 tal./2, ~
1975 11 0.343 0.0493 6.957 2.228
1974 11 0.390 0.0404 9.653 2.228
1973 10 0.349 0.0503 6.938 2.262
1972 ·10 0.232 0.0406 5.714 2.262
1971 9 0.224 0.0584 3.836 2.306
Constata-se que, para todos os anos, tem-se
lil:>
CBAt~/ZJ~'
e portanto, devemos rejeitar a hipótese nula de que os coeficientes al's são nulos.Podemos afirmar, então, que os coeficientes da regressão são diferentes
de zero no nível de significância 0,05, e portanto, que as variaveis
-sao significativamente dependentes linearmente.
Examinemos, por outro lado, a hipótese quanto ã igualdade dos coeficientes
al's para as 5 regressões consideradas. A igualdade entre os al's indica -ria que o uso de financiamento de custeio em relação
ã
produção tem se mantido constante ao longo do período em questão.
A
hipótese quanto ã igualdade dos coeficientes aI foi testada para algumasdas comparações possíveis.
A hipótese nula que desejamos testar e a de que a diferença entre os coefi
cientes aI, para 2 anos 1 e
l,
e igual a zero:=
O
A variável adequada para o teste de diferença entre as medias de duas
amos-tras, cujos desvios padrões são iguais mas desconhecidos, e a variável ~,
neste caso dada por:
t d
onde: .
dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
=
diferença entre as mediasSd
=
desvio padrão de distribuição de ~ ,e sendo Sd
•
Os seguintes testes foram efetuados:
a) Ho: a1, 1975 - a1, 1972
=
d=
Osendo: d = 0,343 - 0,232 = 0,111
n1 = 11 Sl = 0,0493
n2 = 10 S2 = 0,0406
temos:
Sd
=
0,0198e:
d
5,597
>
tBAOL/2,V
=
2,093t
=
=
Sd para c(
=
0,05v=
n1 + n2 - 2 = 19-Neste caso, rejeitamos Ho e aceitamos que os a1's sao diferentes.
b) Ho: a1, 1973 - a1' 1975 = d =
°
Sendo: d = 0,349
.
0,343 = 0,006n1 = 10 Sl 0,0503
n2 = 11 S2 = 0,0493
temos:
Sd
=
0,0218e:
d
t = - 0,276
<
Sdtex/2, ~
=
2,093para 0 (.= 0,05
V
=
n1 + n2 - 2 =19Neste caso aceitamos Ho e concluimos que não há diferença significativa
c) Ho:. ai' 1974 - aI' 1975 = dzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
=
mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA°
Sendo:
d - 0,390 - 0,343 = 0,047
n1
=
11 SI = 0,0404temos:
Sd = 0,0192
e:
S2 - 0,0493
d
t =Sd = 2,447
>
tot.j2,V
= 2,086p.ara cC = 0,05
V
= n1 + n2 - 2 = 20
-Neste caso, rejeitamos Ho e aceitamos que os a
1's sao diferentes.
d) Ho = aI' 1975 - aI' 1972 = d =
°
Sendo:
d = 0,343 - 0,232 =
"i = 11 n
2 = 10
temos:
Sd = 0,0198
e:
d
t
= -
=
5,597 Sd0,111
SI = 0,0493
8
2
=
0,0406BA>
t""/2, ~
= 2,093 para oz = 0,05CBAV
= nl + n2 - 2 = 19Neste caso, rejeitamos Ho e aceitamos que os a
1's são diferentes.
e) Ho = aI' 1972 - aI' 1971 = d =
°
sendo:
d = 0,232 - 0,224= 0,008
81
=
0,0406 8=
0,05842
n
I = 10
n
2 = 9
temos:
Sd = 0,0229
e:
d t =
-Sd = 0,350
<
tot./2,l) 2,110 para eX = 0,05V
= n + n - 2=
17Neste caso, aceitamos Ho e concluimos que não há diferença significativa
entre os al's.
Com base nestes resultados, verificamos que os testes sao inconclusivos,
pois para alguns pares testados conclui-se pela igualdade dos al's, ao '
passo que para outros admitimos que são diferentes. Entretanto, o que se
pode concluir e que todos os al's não sao iguais.
Este fato implica em se. admitir que proporçao de uso de financiamento re
lativamente ao valor da produção tem variado ao longo do período analisa
do.
~ interessante observar que essa conclusão e consistente com os fatos
a-pontados por outras informações relativas ao credito rural. Assim, dados
globais (12) sobre esse tipo de credito indicam que no período de 1969 a
1975 o montante de recursos de credito rural cresceu de 334%, enquanto o
produto bruto das atividades agropecuárias aumentou somente 43%.
Efetivamente, analisando-se isoladamente a evolução/ao longo dos anos con
siderados, da relação financiamento/valor da produção, para cada produto,
pode-se constatar que para a maioria dos produtos esta proporçao tem au
-mentado.
Exemplo notável deste fato e o feijão, para o qual essa proporçao sofreu'
um aumento de cerca de 600%, constituindo um caso típico de produto que '
passou para um estágio de produção para mercado. Isto não ocorreu ainda '
com a mandioca, cuja proporção de financiamento/produção manteve-se pra
-ticamente inalterada.mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAÉ de se esperar que esta situação se modifique por'
influência do esperado aumento de demanda decorrente do programa nacional
do álcool. Isto deverá gerar, por sua vez, um gradual aumento na demanda'
de credito rural para esse produto.
-
.
Quanto ao trigo e soja, observa-se que sao os un~cos produtos a apresent~
rem uma diminuição da relação financiamento/produção. No caso da soja, isto
poderia ser explicado lembrando-se que a soja no Estado de são Paulo come
çou a ser cultivada por agricultores já modernizados, e talvez influencia
dos pelos resultados favoráveis anteriormente obtidos nos estados do sul,
onde primeiramente se desenvolveu o seu cultivo. Estes dois fatores
am gerado uma demanda inicial elevada de recursos para financiar a
pro-dução, a qual posteriormente se acomodou em níveis mais próximos da
mé-dia. Quanto ao trigo, deve-se considerar que e uma cultura
relativamen-te nov4'e, além disso, tem sido sujeita a vários fatores adversos que'
prejudicaram a sua produção. Isto teria acarretado valores de produção'
inferiores aos efetivamente possíveis e programados.mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-
Salientamos ainda, que a conclusão referente a existência de uma rela -ção causal entre financiamento demandado e valor da produção, confirma,tambem, os resultados de um estudo sobre o uso de crédito rural no Mu
-nicípio de Piracicaba, Estado de são Paulo, o qual constatou que o uso
de credito rural está relacionado positivamente com a área explorada. I (13)
Na presente dissertação, estendemos uma conclusão análoga para valores
monetários de produção.
(13) Barros, Geraldo Sant' Ana de Camargo - "Análise Economica de Fatores
Relacionados ao Uso' do Credito Rural, Município de Piracicaba, S.P.,
2.1.2. - A relação financiamento - retorno
Analisemos os elementos do Quadro 11 - no qual se encontram
os coeficientes de correlação para diversas formas das va
-riáveis financiamento de custeio e retornos.
Observa-se que todas as series correlacionadas~ exceto uma
apresentam coeficientes de correlação mínimos, não signifi
-cativos. Assim, parece nao haver correlação entre os retor
-nos de um dado produto e a proporção utilizada de financia
-menta em relação ao total dos custos operacionais incorridos
para se obter o produto. O mesmo se pode dizer com respeito'
ã
relação entre financiamento utilizado num ano t e oretor-no obtido retor-no aretor-no anterior t - 1. (Poder-se-ia presumir que
retornos elevados num dado período estariam associados a um'
aumento na demanda por recursos de financiamento no período'
seguinte. Entretanto, não foi possível constatar nada a esse
respeito).
Uma das séries, entretanto, apresenta coeficientes de correIa
çao razoavelmente altos: retornos anuais p/hectare correlacio
nados com financiamento p/hectare apresentaram coeficientes de
correlação 0,66; 0,85 e 0,79 para os anos examinados.
Embora essas variáveis estejam positivamente correlacionadas,
não se.pode daí inferir que haja uma relação' causal entre elas.
Pode existir a influência de uma variável atuante sobre essas
duas, como por exemplo uma crescente racionalização ou efici
-ência dos agricultores.
A correlação positiva entre retorno anual p/hectare e
financia-mento por hectare indicaria apenas a tendência de estes fatores
apresentarem variações no mesmo sentido.
Uma limitação quanto ã análise aqui efetuada se prende ao fato
de os custos operacionais não incluirem custos financeiros, nao
sendo possível, portanto, avaliar o efeito real do leverage
2.2 - QuantozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã análise risco - retorno
Conforme exposto~ diversos modelos foram testados para se
de-tectar e avaliar a forma de relacionamento entre as variáveis
risco e retorno.
Basicamente, dois tipos de relacionamento foram pesquisados :
retornos em relação a uma medida de risco relativo, e retornos
em relação a um indicador de risco absoluto. 'lest.ou+se, ainda,
a relação dos retornos com uma medida do risco parcial represe~
tado pela variabilidade da renda bruta (dada pelo produto da '
produtividade media p/hectare pelo preço medio do produto).
Os resultados obtidos pela aplicação desses modelos constan
-tes no Quadro IV - indicam o seguinte:
a) para todos os modelos com base na variável independente r1SCO,
expressa em termos relativos, obtiveram-se coeficientes de
determinação e de correlação muito baixos, não significativos.
Assim, somente podemos afirmar que as variáveis retorno
-risco relativo não estão correlacionadas.
Esses modelos sao da forma: ri
=
f ( ~/ ri)'onde: r.mlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA= retorno esperado para o produto i
1
tr;
desvio padrão dos retornos do produto 11
~ = media dos retornos observados para o produto i
1
b) para os modelos que adotam a variável r1SCO expressa em termos
absolutos (cruzeiros), encontramos coeficientes de determinação
e de correlação bastante elevados, da ordem de 0,91 a 0,94 para
o coeficiente de determinação,e de 0,96 para o coeficiente de
correlação.
Este resultado indica uma dependência muito forte entre as va
-riáveis, levando a crer que os retornos medios esperados este
-jam fortemente influenciados pela variabilidade (absoluta) dos