FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA DE ECONOMIA DE SÃO PAULO
DANIEL LANDWEHRKAMP
A INFLUÊNCIA DA SINDICALIZAÇÃO DOS PROFESSORES NO DESEMPENHO
ESCOLAR DOS ALUNOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 1995 A 2005
DANIEL LANDWEHRKAMP
A INFLUÊNCIA DA SINDICALIZAÇÃO DOS PROFESSORES NO DESEMPENHO
ESCOLAR DOS ALUNOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 1995 A 2005
Dissertação apresentada à Escola de
Economia de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas, como requisito para
obtenção do título de Mestre em Finanças
e Economia Empresarial.
Campo de conhecimento: Microeconomia
Aplicada.
Orientador: Prof. Dr. André Portela
Fernandes de Souza.
Landwehrkamp, Daniel.
A influência da sindicalização dos professores no desempenho escolar
dos alunos no Brasil no período de 1995 a 2005 / Daniel Landwehrkamp. -
2010.
99 f.
Orientador: André Portela Fernandes de Souza
Dissertação (mestrado profissional) - Escola de Economia de São Paulo.
1. Estudantes
–
Brasil
–
Avaliação de desempenho. 2. Professores --
Brasil. 3. Sindicalismo -- Brasil. I. Souza, André Portela Fernandes. II.
Dissertação (mestrado profissional) - Escola de Economia de São Paulo. III.
Título.
DANIEL LANDWEHRKAMP
A INFLUÊNCIA DA SINDICALIZAÇÃO DOS PROFESSORES NO DESEMPENHO
ESCOLAR DOS ALUNOS NO BRASIL NO PERÍODO DE 1995 A 2005
Dissertação apresentada à Escola de Economia
de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, como
requisito para obtenção do título de Mestre em
Finanças e Economia Empresarial.
Campo
de
conhecimento:
Microeconomia
Aplicada.
Data de aprovação:
21/12/2010
Banca examinadora:
Prof. Dr. André Portela Fernandes de Souza
(orientador)
FGV-EESP
Prof. Dr. Amaury Patrick Gremaud
FEA
–
RP/USP
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Companhia de Seguros Aliança do Brasil pelo apoio financeiro por
meio do subsídio ao curso e à Escola de Economia de São Paulo da Fundação
Getúlio Vargas pelo apoio institucional.
Agradeço aos professores Dr. Amaury Patrick Gremaud e Dra. Verônica Inês
Fernandez Orellano por terem gentilmente aceitado fazer parte da banca
examinadora.
RESUMO
O presente trabalho visa analisar a influência da sindicalização dos professores no
desempenho escolar dos alunos das 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, bem
como do 3º ano do ensino médio no Brasil no período de 1995 a 2005, tendo como
referencial teórico a literatura estrangeira desenvolvida sobre este tema,
principalmente, nos Estados Unidos, pois os estudos no Brasil sobre os efeitos
econômicos da sindicalização dos professores sob esta ótica ainda são incipientes,
motivo pelo qual acredita-se que este trabalho vem a contribuir para o campo de
pesquisa sobre educação.
Para realizar tal análise, serão utilizados os microdados do Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (SAEB) e das Pesquisas Nacionais por Amostra de
Domicílios (PNAD), do período de estudo em tela, em modelos econométricos
elaborados teoricamente.
As evidências empíricas, resultados das estimações das regressões, as quais serão
apresentadas no decorrer desta obra, indicam a existência da relação entre
sindicalização dos professores e desempenho escolar do alunos, principalmente,
para o desempenho escolar dos alunos do ensino fundamental.
ABSTRACT
This work discusses the influence of 4th and 8th grade elementary school teachers
that became union members in the student performance, as well as the 3rd grade of
the high school in Brazil from 1995 until 2005, having as theorical reference foreign
literature about the subject, mainly coming from the United States, as the studies in
Brazil about this subject are still at the beginning phase. This is why this work will
contribute with the education research field.
This work was based on microdata from the SAEB
–
Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Básica, Elementary School National Evaluation System and data from
PNAD
–
Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios, National Survey from
Home Sampling for the above period, as well as theorical econometric models.
The empirical evidences, resulting from regression analysis, that will be presented
through this work, show the existence of a relationship between the teachers that
became union members and the students performance, mainly for the elementary
school students.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1
–
Evolução da taxa de sindicalização dos professores no Brasil no período
de 1995 a 2005... 24
Gráfico 2
–
Evolução dos salários e da taxa de sindicalização dos professores por
Região do Brasil no período de 1995 a 2005... 29
Gráfico 3
–
Evolução da sindicalização dos professores e do desempenho escolar
dos alunos da 4ª série do ensino fundamental no período de 1995 a 2005... 30
Gráfico 4
–
Evolução da sindicalização dos professores e do desempenho escolar
dos alunos da 8ª série do ensino fundamental no período de 1995 a 2005... 31
Gráfico 5
–
Evolução da sindicalização dos professores e do desempenho escolar
dos alunos do 3º ano do ensino médio no período de 1995 a 2005... 31
Quadro 1
–
Descrição das variáveis de controle dos alunos... 33
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1
–
Taxa de sindicalização dos professores por Unidade Federativa do
Brasil no período de 1995 a 2005... 25
Tabela 3.2
–
Taxa de sindicalização dos professores por série de ensino e setor de
emprego no período de 1995 a 2005... 27
Tabela 3.3
–
Proficiência média dos alunos da 4ª série do ensino fundamental em
matemática e português no período de 1995 a 2005... 49
Tabela 3.4
–
Proficiência média dos alunos da 8ª série do ensino fundamental em
matemática e português no período de 1995 a 2005... 50
Tabela 3.5
–
Proficiência média dos alunos do 3ª ano do ensino médio em
matemática e português no período de 1995 a 2005... 51
Tabela 4.6
–
Efeito médio da sindicalização dos professores no desempenho escolar
dos alunos da 4ª série do ensino fundamental no período de 1995 a 2005... 35
Tabela 4.7
–
Efeito médio da sindicalização dos professores no desempenho escolar
dos alunos da 8ª série do ensino fundamental no período de 1995 a 2005... 36
Tabela 4.8
–
Efeito médio da sindicalização dos professores no desempenho escolar
dos alunos do 3º ano do ensino médio no período de 1995 a 2005... 37
Tabela 4.10
–
Efeito médio da sindicalização dos professores no desempenho
escolar dos alunos da 8ª série do ensino fundamental por rede de ensino no período
de 1995 a 2005... 40
Tabela 4.11
–
Efeito médio da sindicalização dos professores no desempenho
escolar dos alunos do 3º ano do ensino médio por rede de ensino no período de
1995 a 2005... 42
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO... 12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 15
3. BASE DE DADOS E SELEÇÃO AMOSTRAL... 22
3.1. Sindicalização dos professores... 23
3.2. Proficiência dos alunos... 29
4. ESTRATÉGIA EMPÍRICA E RESULTADOS... 32
4.1. Efeito da sindicalização no desempenho escolar dos alunos... 32
4.2. Efeito da sindicalização no desempenho escolar dos alunos por
rede de ensino... 38
4.3. Efeito da sindicalização no desempenho escolar dos alunos avaliado
com variáveis de características socioeconômicas dos professores... 43
5. CONCLUSÃO... 45
REFERÊNCIAS... 47
1. INTRODUÇÃO
A atual estrutura sindical no Brasil foi consolidada com o advento da
Constituição Federal de 1988 que permitiu a livre associação profissional ou sindical;
proibiu a criação de mais de uma organização sindical na mesma base territorial por
categoria profissional e, ou, por categoria econômica; estabeleceu a contribuição
sindical compulsória; e assegurou o direito de greve.
Antes da Constituição de 1988, os professores provenientes das escolas
privadas podiam se associar a sindicatos, enquanto os professores da rede pública
de ensino podiam se filiar apenas a associações e centros não reconhecidos como
representativos da categoria, conforme levantamento de Lanza (2010).
O direito da livre associação a sindicatos, em contraposição a Constituição
Federal de 1937 que proibia a sindicalização nos serviços públicos, impulsionou a
sindicalização dos professores, fazendo com que esta categoria profissional em
2005 alcançasse a taxa de sindicalização de 40,2% (quarenta inteiros e vinte
centésimos porcento), uma forte adesão quando comparada às demais categorias.
Segundo Souza (1997), os sindicatos dos professores, desde a Constituição de
1988, objetivaram suas ações a partir de três eixos básicos da política, quais sejam,
geral, sindical e educacional.
A política geral refere-se ao debate quanto às questões político-legais
(constituição, legislações e eleições), sociais de enfrentamento (reforma agrária e
emprego) e salariais, para os trabalhadores em geral.
No que tange à política sindical, de se dizer que é através dela que os
sindicatos tratam das reivindicações salariais e funcionais (plano de carreira,
concurso, jornada de trabalho e aposentadoria).
relações de poder e outros temas específicos, como currículo, formação de
professores e planos de educação.
Gentili e Suarez (2004) destacam que o processo de reforma educacional na
América Latina, entre os anos de 1998 e 2003, foi marcado por intensa
conflitualidade, sendo que o Brasil, em relação aos outros países da América do Sul,
ocupa o segundo lugar em duração de conflitividade educacional, com 1.118 (um mil
e cento e dezoito) dias de ação sindical docente.
Além disso, os mencionados autores corroboram o levantamento de Souza,
pois na classificação por tipo de reinvidicações e demandas que motivaram estas
ações, 79% (setenta e nove porcento) eram de questões trabalhistas (aumento de
salário, aposentadoria e planos de carreira para os professores), 28% (vinte e oito
porcento) vinculadas a demandas de política educacional (aumento do orçamento
educacional, negociação sobre as leis de educação, sistemas curriculares e disputas
ao redor da implementação de sistemas avaliação), 12% (doze porcento) de
reivindicações de caráter político sistêmico (exigência de renúncia de autoridades,
impugnação do modelo econômico social vigente, etc.) e 6% (seis porcento) de tipos
de demandas não contempladas nas categorias anteriores.
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar, empiricamente,
a influência da sindicalização dos professores no desempenho escolar dos alunos
das 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, bem como do 3º ano do ensino médio no
Brasil, no período de 1995 a 2005, tendo como referência o estudo realizado por
Caroline Minter Hoxby, em 1996, sobre como os sindicatos dos professores afetam o
desempenho escolar dos alunos nos Estados Unidos da América.
O estudo de Hoxby teve como motivação, além da importância da atividade de
educação e de seu custo para o país, a fraca evidência, à época, que o aumento de
investimentos em educação melhorava o desempenho escolar dos alunos.
Dentre as características que poderiam ser estudadas, a sindicalização dos
professores foi escolhida, tendo em vista que sindicatos, de forma geral, buscam
aumentar os investimentos em sua área de atuação e conseguem afetar a eficiência
destes investimentos, por exemplo, influenciando na decisão dos administradores
das escolas na alocação dos recursos disponíveis.
O tema deste trabalho é bastante relevante e vale a pena ser estudado no
Brasil, haja vista a importância da educação para o país e a intensa conflitualidade
no setor educacional que ocorreu durante o período de 1995 a 2005, década
estudada e analisada nesta obra, sob diversas perspectivas.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A evidência de existência da relação entre o desempenho escolar dos alunos e
o investimento na educação vem sendo estudada por diversos autores nos Estados
Unidos desde a publicação do famoso Coleman Report, em 1966, que, por meio de
uma grande quantidade de dados sobre as características das escolas, dos
professores e dos alunos, buscou explicar o desempenho escolar individual do corpo
discente.
Em 1983, a publicação norte-americana de
Uma Nação em Risco
pela
Comissão Nacional de Excelência Educacional, fez com que os americanos
ficassem preocupados com a qualidade de suas escolas, pois, segundo Burtless
(1996), os estudantes americanos, no ranking internacional, ficavam com média
quase sempre inferior aos alunos de outros países desenvolvidos.
O estudo da relação entre investimentos e produtividade escolar pode ser
dividido em dois campos, sendo o primeiro aquele que analisa o efeito do aumento
dos investimentos no desempenho escolar dos alunos, no qual se destaca o trabalho
de Eric Hanushek de 1986, e o segundo campo aquele que analisa o efeito do
aumento dos investimentos escolares nos rendimentos dos trabalhadores após
concluírem a escola, destacando-se, neste particular, o trabalho de David Card e
Alan Krueger, de 1996.
Hanushek (1986) destaca que as diferenças da qualidade das escolas não
parecem estar relacionadas com gastos escolares ou tamanhos das salas de aula,
mas, sim, com a habilidade dos professores dessas escolas, sendo que isso tem
grandes implicações, principalmente, nas políticas de educação.
Esta conclusão a que se chegou está fundamentada no fato de que as decisões
tomadas no campo da educação não são guiadas aparentemente por incentivos
para maximizar lucros ou reduzir custos e também pelos administradores das
escolas não entenderem a educação como um processo de produção. Assim, não é
esperado que escolas estejam operando na fronteira de possibilidades de
produção
1.
Por sua vez, Card e Krueger (1996) tratam os gastos escolares como um
investimento. Portanto, para eles, recursos são utilizados quando os estudantes
estão nas escolas em antecipação a um rendimento mais alto no futuro quando
estiverem no mercado de trabalho, sendo que a avaliação da educação é realizada
somente com base nos benefícios monetários gerados por esta atividade.
Além disso, os autores supracitados concentram o seu trabalho no efeito dos
gastos por aluno e na razão de professores por aluno, sendo que, apesar de
provarem que há uma relação positiva entre o aumento dos gastos escolares e o
rendimento dos alunos no mercado de trabalho, admitem que a evidência
encontrada não justifica uma forte conclusão.
Grogger (1995), seguindo o mesmo campo de estudo de Card e Krueger,
destaca os erros de especificação das regressões econométricas que visavam
avaliar a relação entre investimentos escolares e rendimentos financeiros dos alunos
após concluírem a escola, tais como, ausência de controle da regressão pelo
histórico familiar do estudante, pela localidade (estado) e por erros de medidas, o
que prejudicava as previsões.
Apesar de Grogger (1995) concluir que os investimentos escolares são
necessários e importantes, com base em sua especificação econométrica, entendeu
que aumentar estes investimentos tem um baixo retorno para a sociedade, pois um
aumento de 10% (dez porcento) dos gastos por aluno aumenta somente 0,68%
1 Conforme Varian (2003, p. 616), o conjunto de possibilidades de produção representa apenas o
(sessenta e oito centésimos porcento) dos rendimentos dos trabalhadores após
concluírem a escola.
Por outro lado, Betts (1996) faz uma revisão da literatura sobre esta relação,
encontrando autores que entendem que há relação positiva entre investimentos
escolares e rendimentos financeiros dos alunos após concluírem a escola e outros
autores que não encontram evidência da existência desta relação.
Assim, a estudiosa busca identificar e analisar os padrões dos trabalhos que
concluem que há um efeito positivo e os padrões dos trabalhos que não encontram
evidência da existência da relação supracitada, destacando três padrões:
a) os estudos que não encontram uma relação entre investimentos escolares e
rendimentos financeiros dos alunos após a escola medem os investimentos
no âmbito escolar, enquanto os estudos que encontram uma relação
positiva, medem os investimentos escolares no âmbito do Estado;
b) os estudos que encontram uma relação positiva tendem a analisar
trabalhadores que concluíram a escola antes de 1960 e os estudos que não
encontram, analisam o rendimento dos trabalhadores após 1960; e
c) os estudos que não encontram uma relação significativa examinam o
rendimento dos trabalhadores com idade entre vinte e trinta anos.
Assim, Betts (1996), com base nestes padrões, conclui que uma potencial
explicação para que haja uma diferença entre os estudos que utilizaram dados dos
trabalhadores que concluíram a escola antes de 1960 é que tenha ocorrido certa
mudança estrutural no setor educacional que reduziu o retorno dos investimentos
escolares.
investimentos, constatou que isso também era um fenômeno nos Estados Unidos
que ganhou força após 1960 quando a sindicalização deixou de ser ilegal em muitos
Estados, o que pode ser entendido como uma mudança estrutural no setor da
educação.
Segundo Hoxby (1996), a forma como os sindicatos afetam a função da
produção educacional é uma questão empírica que ainda está aberta, sendo que a
teoria sugere duas razões para os professores demandarem um sindicato, a saber:
A primeira, assume como hipótese que os sindicatos dos professores têm a
mesma função objetivo que os pais dos alunos quanto ao desempenho escolar dos
estudantes. Contudo, devido a diferenças em relação à informação, denota-se que
os professores se destacam no sentido de terem melhores informações sobre as
necessidades dos alunos, devido a imperfeições de mercado, tais como
externalidades da produção educacional, fazem com que os professores desejem
diferentes níveis de investimentos escolares.
Já a segunda razão para que um professor procure um sindicato é porque a
referida instituição tem uma função objetivo diferente daquela dos administradores
das escolas e dos pais dos alunos. Assim, políticas educacionais que tenham um
impacto direto nos professores como, por exemplo, políticas que visam aumento
salarial, têm um peso maior do que políticas que afetam indiretamente os
professores, o que caracterizaria o sindicato como rent-seeking
2.
Como se vê, um sindicato denominado como
rent-seeking pode militar na
busca de investimentos que maximizem a função objetivo dos professores,
encontrando-se aqui finalidades distintas que, na maioria das vezes, não seria
perseguidas pelos administradores escolares e pais dos alunos.
Ainda, segundo Hoxby (1996), o sindicato dos professores pode afetar a função
de produção educacional de três modos, quais sejam:
2 Conforme Varian (2003, p. 442),
rent-seeking é a denominação para entes que buscam manter ou
a) sindicatos alteram, provavelmente aumentam, o orçamento que sustenta os
investimentos escolares;
b) sindicatos podem realocar o orçamento dos investimentos, sendo que esta
realocação pode aumentar a eficiência dos investimentos, isto se ela for
realizada tendo como base a necessidade dos alunos, caso contrário, pode
reduzir a eficiência, se o sindicato for rent-seeking; e
c) sindicatos podem afetar a produtividade dos investimentos escolares, já que
os professores interagem diretamente com estes investimentos para educar
os alunos.
Outros autores já haviam estudado os efeitos da sindicalização dos professores
no desempenho escolar dos alunos nos Estados Unidos como Eberts (1984), Eberts
e Stone (1987) e Kleiner e Petree (1988). Todavia, tem-se que estes estudos não
avaliaram o desempenho escolar antes e depois da sindicalização dos professores
em 1960.
Para Randall Eberts (1984), a sindicalização dos professores, aparentemente,
reduz o desempenho escolar dos alunos por meio da redução do tempo gasto dos
professores em sala de aula, além disso, os recursos escolares são utilizados
quando da influência dos sindicatos para aumentar o número dos administradores e
o nível de educação dos professores, o que não afeta diretamente o desempenho
escolar dos alunos.
Por outro lado, o referido autor, com base nos resultados de suas regressões
econométricas, concluiu que a sindicalização, aparentemente, melhora o
desempenho escolar dos alunos por meio do aumento do tempo gasto dos
professores na preparação das aulas, do tempo de experiência dos professores
–
redução da rotatividade dos trabalhadores
–
e da razão de professores por alunos.
portanto, possível concluir se os sindicatos causam ou não ineficiência na alocação
de recursos.
Em 1987, Eberts e Stone (1987) compararam o desempenho dos alunos de
escolas públicas sindicalizadas e não sindicalizadas, visando avaliar o efeito dos
sindicatos na produtividade dos professores. O resultado do trabalho foi que os
alunos de escolas nas quais os professores são sindicalizados têm notas 3% (três
porcento) mais altas do que os alunos de escolas nas quais os professores não são
sindicalizados.
Para isso, eles utilizaram a informação escolar de 14.000 (quatorze mil) alunos
de 326 (trezentos e vinte e seis) escolas dos Estados Unidos e mediram o efeito dos
sindicatos na produtividade dos professores em dois passos: primeiro, relacionando
o desempenho escolar dos alunos com os diversos tipos de investimentos em
educação e, segundo, utilizando esta estimativa para verificar as diferenças de
desempenho dos alunos em escolas com professores sindicalizados e não
sindicalizados.
Já Kleiner e Petree (1988) estudaram os efeitos da sindicalização e da
licenciatura dos professores de escolas públicas nos salários dos professores e no
desempenho escolar dos alunos, tendo como motivação a declaração do líder da
Federação Americana dos Professores na qual dizia que os sindicatos buscam
melhorar a qualidade do sistema educacional, bem como aumentar os salários de
seus membros.
Assim, a relação entre a sindicalização e a licenciatura está no fato de que,
conforme os autores Kleiner e Petree (1988), a licenciatura pode ser vista como um
meio de proteger a população que não tem a habilidade de avaliar os serviços
fornecidos por especialistas, o que, por outro lado, pode ser uma vantagem para os
sindicatos se utilizarem da licenciatura para limitar a oferta de professores e obter
ganhos econômicos.
A tese dos referidos autores é comprovada empiricamente, com base em
regressões econométricas, com a apresentação dos resultados que indicavam que
quanto maiores às taxas de sindicalização dos professores nos Estados melhor o
desempenho escolar dos alunos e mais fortes as regras para licenciatura dos
professores.
Além disso, Kleiner e Petree (1988), realizaram entrevistas telefônicas para
interpretar os resultados das regressões com sindicatos e servidores do governo dos
Estados Unidos, chegando-se a um consenso de que os sindicatos aumentam os
salários dos professores, todavia, em relação à melhora da qualidade de ensino,
foram colhidas opiniões divergentes.
3. BASE DE DADOS E SELEÇÃO AMOSTRAL
Para analisar a influência dos sindicatos dos professores no desempenho
escolar dos alunos das 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, bem como do 3º ano
do ensino médio no Brasil, no período de 1995 a 2005, foram utilizados os
microdados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD), obtidos do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e os microdados do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), obtidos do Instituto Nacional de
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Cumpre ressaltar que o SAEB é realizado somente nos anos ímpares pelo
INEP, portanto, foram utilizados, neste trabalho, somente as PNAD
’s
dos anos
ímpares do período de 1995 a 2005.
A princípio, de se dizer que a PNAD investiga, anualmente, as características
gerais da população, educação, trabalho, rendimento e habitação, por meio de
amostra probabilística de domicílios obtida em três estágios de seleção, quais sejam:
unidades primárias (municípios); unidades secundárias (setores censitários); e
unidades terciárias (unidades domiciliares).
Com base nos microdados das pesquisas foram construídas variáveis,
observando os pesos amostrais, sobre a taxa de sindicalização dos professores dos
ensinos fundamental e médio, por Unidade da Federação, bem como sobre o setor
do emprego (público ou privado) e salário médio destes profissionais.
Para construir as variáveis de proficiência dos alunos do ensino fundamental, 4ª
e 8ª séries, e do ensino médio, 3º ano, bem como variáveis sobre as características
dos alunos, tais como, cor, sexo, idade e instrução dos pais, foram utilizados os
microdados do SAEB.
explicitado utilizou metodologia de amostragem possibilitando a obtenção de
estimativas de desempenho dos alunos por série, Unidade Federativa, regiões, bem
como em nível nacional.
Além disso, imprescindível apontar que as amostras coletadas foram realizadas
de forma aleatória e probabilística, permitindo relacionar seus resultados com as
características da população.
3.1. Sindicalização dos professores
Adentrando ao estudo em foco, necessário salientar que a taxa de
sindicalização dos professores agregada, ou seja, professores das 4ª e 8ª séries do
ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio, cresceu 14,2% (quatorze inteiros e
vinte centésimos porcento), no período de 1995 a 2005, passando de 30,2% (trinta
inteiros e vinte centésimos porcento), em 1995, para 40,2% (quarenta inteiros e vinte
centésimos porcento), em 2005.
Conforme se denota do gráfico 1, a seguir, a sindicalização dos professores do
ensino fundamental e médio, seja ela no setor privado, seja no setor público, se
mostra superior à taxa de sindicalização dos trabalhadores no Brasil, sendo que, em
2005, a taxa de sindicalização dos trabalhadores no Brasil alcançou o patamar de
18,3% (dezoito inteiros e trinta centésimos porcento) ante 40,2% (quarenta inteiros e
vinte centésimos porcento) dos docentes do ensino fundamental e médio.
Além disso, a taxa de sindicalização dos professores, do setor privado ou
público, é superior à taxa de sindicalização dos trabalhadores do setor público.
Cabe destacar que, em 2005, a sindicalização dos professores do setor público
superou a marca dos 42% (quarenta e dois porcento), sendo que mais de 60%
(sessenta porcento) dos professores que trabalhavam neste setor eram estatutários.
de sindicalização de trabalhadores de outras categorias profissionais, concluiu que
os professores tiveram forte adesão aos sindicatos, especialmente, os professores
do setor público.
Contudo, cabe destacar que no período de estudo em comento, o crescimento
da taxa de sindicalização dos professores do ensino fundamental e médio, 14,2%
(quatorze inteiros e vinte centésimos porcento), foi semelhante ao crescimento da
taxa de sindicalização dos trabalhadores em geral, que foi de 13,2% (treze inteiros e
vinte centésimos porcento).
Vejamos:
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0%
1995 1997 1999 2001 2003 2005
Ano
Taxa de S
indicaliza
ção
Professores em Geral
Professores - Setor Privado
Professores - Setor Público
Trabalhadores - Setor Público
Trabalhadores em Geral
Gráfico 1
–
Evolução da taxa de sindicalização dos professores no Brasil no período
de 1995 a 2005.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE); elaboração própria.
sindicalização dos professores no período de 1995 a 2005, sendo que os Estados da
Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão e Sergipe tiveram crescimento acima de 40%
(quarenta porcento) neste período.
Cumpre ressaltar que os Estados da região norte do país, com exceção do
Pará, serão analisados em conjunto neste trabalho, devido à pequena quantidade de
observações por Unidade Federativa, visando manter esta região neste estudo.
Tabela 3.1
–
Taxa de sindicalização dos professores por Unidade Federativa do
Brasil no período de 1995 a 2005.
1995
1997
1999
2001
2003
2005
Alagoas
47,4%
32,9%
29,9%
23,5%
35,5%
25,0%
Bahia
24,0%
14,8%
20,6%
22,4%
27,9%
34,4%
Ceará
20,0%
21,6%
24,3%
27,4%
29,4%
35,6%
Distrito Federal
61,9%
61,3%
67,4%
60,1%
62,5%
65,7%
Espírito Santo
44,9%
52,2%
50,0%
49,4%
39,7%
56,4%
Goiás
21,2%
24,8%
29,3%
27,0%
29,2%
38,5%
Maranhão
20,7%
33,0%
37,1%
26,0%
28,0%
41,0%
Mato Grosso
40,4%
31,2%
39,4%
32,5%
41,9%
37,8%
Mato Grosso do Sul
50,0%
48,7%
49,4%
57,0%
54,4%
60,9%
Minas Gerais
28,8%
29,3%
29,1%
28,4%
33,3%
32,7%
Pará
19,8%
22,1%
22,4%
27,2%
33,1%
26,8%
Paraíba
25,2%
30,4%
29,0%
24,0%
42,9%
31,7%
Paraná
37,7%
39,6%
44,2%
37,0%
37,7%
46,0%
Pernambuco
32,2%
32,0%
33,6%
28,1%
37,2%
32,6%
Piauí
31,2%
33,9%
32,6%
40,9%
30,7%
32,9%
Região Norte (exceto Pará)
35,9%
45,2%
39,2%
30,8%
35,8%
42,0%
Rio de Janeiro
35,1%
33,8%
33,0%
35,9%
38,1%
34,2%
Rio Grande do Norte
34,2%
36,8%
35,1%
36,0%
41,5%
41,7%
Rio Grande do Sul
59,2%
57,6%
58,7%
54,1%
53,0%
56,8%
Santa Catarina
44,2%
46,5%
42,4%
37,9%
31,9%
41,2%
São Paulo
41,4%
45,4%
49,5%
45,2%
44,5%
46,4%
Sergipe
33,3%
23,3%
33,0%
35,9%
41,5%
48,9%
Unidade Federativa
Ano
Como se pode notar da tabela acima, verifica-se que o Distrito Federal, neste
período, foi a Unidade Federativa com a maior taxa de sindicalização, superior a
60,0% (sessenta porcento) em todo o período, e com crescimento de 0,6% (seis
centésimos por cento) ao ano, constratando com Alagoas que, em 1995, era a
quarta Unidade Federativa com a maior taxa de sindicalização, ou seja, 47,4%
(quarenta e sete inteiros e quarenta centésimos porcento), sendo que, em 2005,
apresentou a menor taxa de sindicalização, qual seja, 25,0% (vinte e cinco
porcento), após decréscimo 6,2% (seis inteiros e vinte centésimos porcento) ao ano.
Outro ponto importante é que a taxa de sindicalização dos professores da 4ª
série do ensino fundamental, conforme apresentado na tabela 3.2, a seguir, é menor
que a taxa de sindicalização dos professores da 8ª série do ensino fundamental e do
3º ano do ensino médio, sendo que, em 2005, a diferença era superior a 10 (dez)
pontos percentuais para essas séries de ensino.
Tabela 3.2
–
Taxa de sindicalização dos professores por série de ensino e setor de
emprego no período de 1995 a 2005.
1995
1997
1999
2001
2003
2005
Privado
25,9%
27,4%
25,4%
25,8%
26,8%
26,9%
Público
29,3%
31,9%
35,4%
31,4%
34,8%
35,6%
Público e Privado
(1)28,8%
31,1%
33,8%
30,4%
33,4%
34,2%
Privado
38,0%
36,2%
38,3%
33,9%
34,4%
38,5%
Público
46,1%
43,6%
43,7%
42,8%
42,4%
46,7%
Público e Privado
(1)45,0%
42,5%
42,7%
41,5%
41,1%
45,4%
Privado
49,1%
47,8%
41,5%
40,4%
40,1%
35,5%
Público
51,9%
47,9%
51,0%
46,4%
52,8%
54,0%
Público e Privado
(1)51,2%
47,9%
48,8%
44,9%
49,3%
48,0%
Privado
34,2%
35,4%
33,0%
31,8%
32,4%
33,2%
Público
37,0%
37,9%
40,5%
37,8%
40,2%
42,8%
Público e Privado
(1)35,2%
36,2%
37,9%
35,6%
38,2%
40,2%
1995
1997
1999
2001
2003
2005
Privado
407
437
427
437
459
375
Público
1.948
1.860
1.950
2.002
1.927
1.788
Público e Privado
(1)2.527
2.439
2.543
2.572
2.444
2.238
Privado
152
175
214
191
195
259
Público
838
835
924
1.147
1.037
1.316
Público e Privado
(1)1.030
1.045
1.168
1.380
1.247
1.590
Privado
178
248
222
255
254
307
Público
525
650
679
764
633
654
Público e Privado
(1)736
934
931
1.042
899
979
Privado
737
860
863
883
908
941
Público
3.311
3.345
3.553
3.913
3.597
3.758
Público e Privado
(1)4.293
4.418
4.642
4.994
4.590
4.807
Fundamental e
Médio
Ensino
Setor
Fundamental
-4ª série
Fundamental e
Médio
Setor
Taxa de Sindicalização (%)
Fundamental
-4ª série
Fundamental
-8ª série
Ensino
Médio
-3º ano
Fundamental
-8ª série
Médio
3º ano
Número de Observações
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE).
Nota: Dados trabalhados pelo autor.
(1) Inclui sem declaração do setor do emprego.
Alguns trabalhos, como por exemplo, de Hirschel Kasper, já em 1970,
buscavam avaliar os efeitos da sindicalização nos salários dos professores.
No gráfico 2, apresentado a seguir, são plotados a evolução salarial dos
professores no período de 1995 a 2005 por região do Brasil, bem como a evolução
da taxa de sindicalização.
Nota-se que o Centro-Oeste, região com uma das mais altas taxas de
sindicalização no período de estudo, tem, em média, um dos mais altos patamares
salariais do Brasil, sendo que, em 2005, superou as demais regiões. Além disso, o
aumento salarial para esta Região, no período de 2001 a 2005, foi de 73% (setenta
e três porcento), crescimento superior ao salário mínimo no mesmo período, que foi
de 67% (sessenta e sete porcento).
Já a região Nordeste, que, durante o período de 1995 a 2005, apresentou a
menor taxa de sindicalização de professores, manteve, durante todo o período
analisado, o menor patamar salarial.
Todavia, é importante ressaltar que esta comparação está sendo apresentada
somente a título de ilustração, já que não é objetivo do presente trabalho analisar
esta relação.
Uma análise mais criteriosa dos efeitos da sindicalização dos professores nos
salários desta categoria deveria levar em consideração outras variáveis, como, por
exemplo, salário mínimo, percentual de professores que trabalham no setor público,
etc.
Vejamos, então, o gráfico 2:
100,00 300,00 500,00 700,00 900,00 1.100,00
1995 1997 1999 2001 2003 2005
Ano
Sa
lá
ri
o
(R
$)
0% 20% 40% 60% 80% 100%
T
ax
a
d
e
Si
n
d
ic
al
iza
çã
o
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil
- Salário
- Taxa de Sindicaliação
Gráfico 2
–
Evolução dos salários e da taxa de sindicalização dos professores por
Região do Brasil no período de 1995 a 2005.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE); elaboração própria.
3.2. Proficiência dos alunos
As tabelas 3.3, 3.4 e 3.5, apresentadas no apêndice deste trabalho, mostram
algumas estatísticas descritivas sobre a proficiência em matemática e em português
dos alunos das 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio,
no período de 1995 a 2005.
Através delas se nota que os alunos da 4ª série do ensino fundamental da
região Nordeste do Brasil têm, invariavelmente, as notas médias mais baixas,
enquanto os alunos do Distrito Federal, após 1999, apresentam as notas médias
mais altas, quando comparadas às 27 (vinte e sete) Unidades Federativas do país.
alternância entre as Unidades Federativas das regiões Sul e Sudeste e do Distrito
Federal.
Por fim, denota-se que os resultados das avaliações dos alunos do 3º ano do
ensino médio mantiveram o mesmo padrão, sendo que, após a avaliação de 1999,
houve alternância das notas mais altas entre os Estados da região Sul, mais
precisamente entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Outro ponto importante, conforme mostrado nos gráficos a seguir, é que as
notas médias dos alunos nas avaliações de matemática e de português diminuíram
no período de 1995 a 2005, tanto nas 4ª e 8ª séries do ensino fundamental como no
3º ano do ensino médio, sendo que a taxa de sindicalização dos professores neste
período aumentou, principalmente na 4ª série do ensino fundamental.
150,0 160,0 170,0 180,0 190,0 200,0
1995 1997 1999 2001 2003 2005
Ano
Pr
o
fi
ci
ên
ci
a
10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0%
T
ax
a
d
e
Si
n
d
ic
al
iza
çã
o
(%
)
Matemática Português Sindicalização
Gráfico 3
–
Evolução da sindicalização dos professores e do desempenho escolar
dos alunos da 4ª série do ensino fundamental no período de 1995 a 2005.
210,0 220,0 230,0 240,0 250,0 260,0
1995 1997 1999 2001 2003 2005
Ano Pr o fi ci ên ci a 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% T ax a d e Si n d ic al iza çã o (% )
Matemática Português Sindicalização
Gráfico 4
–
Evolução da sindicalização dos professores e do desempenho escolar
dos alunos da 8ª série do ensino fundamental no período de 1995 a 2005.
Fonte: dados SAEB/INEP e PNAD/IBGE; elaboração própria
.
250,0 260,0 270,0 280,0 290,0 300,0
1995 1997 1999 2001 2003 2005
Ano Pr o fi ci ên ci a 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% T ax a d e Si n d ic al iza çã o (% )
Matemática Português Sindicalização