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Políticas de recursos humanos, do discurso oficial à prática : estudo realizado na administração direta do estado do Espírito Santo

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(1)

DEPARTAMENTO DE ENSINO

CURSO

DE

MESTRADO

EM

ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

POLÍTICAS

DE

RECURSOS

HUMANOS;

DO

DISCURSO

OFICIAL

À

PRÁTICA:

ESTUDO

REALIZADO

NA

ADMINISTRAÇÃO

DIRETA

DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Dissertação apresentada à Escola

Brasileira de Administração Pública

para obtenção do Grau de Mestre

em Administração Pública.

Dicleia Silva Barroso

(2)

DEPARTAMENTO DE ENSINO

CURSO

DE

MESTRADO

EM

ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA

POLÍTICAS

DE

RECURSOS

HUMANOS,

DO

DISCURSO

OFICIAL

À

PRÁTICA:

ESTUDO

REALIZADO

NA

ADMINISTRAÇÃO

DIRETA

DO

ESTADO

DO

ESPÍRITO

SANTO.

Dissertação de Mestrado apresentada por:

DICLÉIA

SILVA

BARROSO

E

aprovada em 25.05.1995

pela Comissão Examinadora composta pelos professores:

Valéria de Souza

Mestre em Administração Pública

Orientadora

Fernando Guilherme Tenório

Mestre em Educação

Paulo Reis Vieira

(3)
(4)

mais, nos recursos humanos assistidos e

motivados".

(5)

Se

buscasse

enumerar

todos

aqueles

que

me

prestaram

apoio

e estímulo,

tanto

no

Rio

de

Janeiro

como

em

Vitória,

para

que

este

trabalho

fosse

escrito,

estes

agradecimentos

estender-se-iam

por

inúmeras

páginas,

e não

estaria

imune

a

incorrer em omissões.

Reconheço,

entretanto,

que

para

se

desenvolver

qualquer

estudo

de

caráter

científico

ou

até

mesmo

uma

simples

atividade

de

pesquisa,

é necessário

o auxílio

de

algumas

Instituições

e várias

pessoas,

sem

as

quais

não

estaria

Eu

experimentando

esse momento de realização. Por isso, sou grata a todos aqueles que me

incentivaram

e me

auxiliaram,

desde

o início

do

curso

até

a conclusão

desta

monografia.

Devo,

entretanto,

dirigir

meus

agradecimentos

ao

colega

Gelson

Junquilho

-Prof. da Universidade Federal do Espírito Santo, pelo estímulo recebido antes

mesmo

de

me

decidir

participar

do

Programa

de

Seleção

do

Curso

de

Mestrado.

Suas orientações e incentivo foram fundamentais.

Sou grata ao Governo do Estado do Espírito Santo/Secretaria de Estado da

Administração

e dos

Recursos

Humanos

pela

minha

liberação

em

sistema

integral

remunerado, e a CAPES, que, através de programa especial, me proporcionou

condições materiais, custeando parte de minha participação no curso.

Meu reconhecimento à EBAP, por ter me selecionado para participar do

Programa de Mestrado, Instituição onde encontrei os meios técnicos e científicos que

auxiliaram o meu crescimento intelectual e que foram fundamentais para produção

(6)

professor das disciplinas Teoria da Decisão e Técnicas de Ensino, em quem

encontrei não apenas um mestre competente, mas, sobretudo, um instrutor de

elevada sabedoria, valorizando o esforço e a participação de cada mestrando e

relevando as suas limitações.

Da mesma maneira, registro meu agradecimento ao prof. Fernando Guilherme

Tenório, por suas seguras orientações e pela simplicidade que lhe é peculiar,

estando sempre próximo ao aluno, contribuindo com sua experiência profissional.

Ainda, na escala acadêmica, minha maior dívida de gratidão é atribuída a dois

professores: ao ilustre mestre José Eduardo Coelho Messeder "in memorian", meu

Diretor de Estudos, ainda no início do curso e posteriormente orientador desta

monografia, na fase do projeto inicial, quando ainda persistiam muitas dúvidas sobre

o que realmente desenvolver, fui por ele orientada e incentivada. Foi sob sua

supervisão que desenvolvi os primeiros passos deste trabalho monográfico, quando

da confecção do Projeto. Suas orientações foram básicas. Sempre me lembrarei.

À professora

Valéria

de

Souza,

por

ter

continuado

a orientação

acadêmica

iniciada pelo professor Messeder. Por ter sido compreensiva e paciente ao

orientar-me. Aliada à sua competente orientação, encontrei uma figura humana, atenciosa e

altruísta. Seu entusiasmo passou-me energias positivas para que ultrapassasse os

obstáculos encontrados. Suas críticas, ainda que rígidas, porém sempre honestas,

foram fundamentais para a realização desta monografia e contribuíram para maior

clareza e aperfeiçoamento das minhas idéias.

(7)

Castanhar, por ter despertado o meu interesse para importância do estudo das

Políticas Públicas; Sylvia Constant Vergara, pelas valiosas orientações sobre

Metodologia do Trabalho Científico e especialmente a Paulo Roberto Motta, pelos

seus ricos conhecimentos e principalmente por ser uma adorável criatura.

Não poderia deixar de consignar minha gratidão aos colegas de turma que

foram companheiros e parceiros, contribuindo para o meu aprimoramento intelectual,

assumindo compromissos de estudo e executando tarefas durante o curso. A minha

colega de mestrado, hoje amiga, Ana Amabini, com quem somei esforços e consegui

transpor alguns obstáculos surgidos. Agradeço-lhe pelo apoio afetivo, sempre

solícita, sabendo ouvir-me e aconselhar-me.

A Marília Magarão, pelo seu apoio, amizade e pelos seus conhecimentos, dos

quais me vali em matéria de conteúdo e estilo, proporcionando-me oportunidade para

que clarificasse minhas idéias.

A Flávio, pela troca permanente de idéias, pelo seu lado humano, seu apoio e

bom humor.

Devo ser agradecida, também, aos funcionários da EBAP, Irene, Afonso e

Márcia sempre atenciosos e aos funcionários da "Xerox", pela forma solícita como

sempre me trataram e pelos bons trabalhos de reprografia, meu reconhecimento pela

atenção e gentileza que me dispensaram durante o convívio nessa Escola.

Tenho, sem dúvida uma dívida especial referente ao encorajamento de que

precisei, em diferentes contingências da minha vida, durante o período em que

freqüentei o programa de mestrado. Devo agradecer, aqui, a Dinéia Silva Barroso,

(8)

Sou extremamente grata a Maria Alice da Silva, pela sua agradável

hospitalidade.

Aos funcionários do Governo do Estado do Espírito Santo: Dr. Milton Caldeiras,

por ter gentilmente fornecido toda documentação Legislativa que consta dos anexos

desta monografia; as bibliotecárias da Secretaria de Estado da Administração,

Gracinha, Albertina, Sandra e Marly, que funcionaram como auxiliares da pesquisa e

Ivete da Secretaria de Ações Estratégicas e Planejamento pela atenção dispensada.

As funcionárias do Arquivo Público Estadual: Inez,Cecília, Beth, pelas valiosas

informações prestadas.

A Eni, pela dedicação e paciência no trabalho de digitação.

A Almerinda C. Saué, pela revisão ortográfica.

Mais do que a todos, devo gratidão a Deus por ter me concedido saúde,

inteligência e força espiritual para que alcançasse minhas aspirações e a meus

familiares, a quem deixei de dispensar a merecida atenção durante o curso e

elaboração deste trabalho, por sua compreensão e apoio.

Embora outras pessoas permaneçam anônimas, agradeço sensibilizada a todas

(9)

A idéia de se desenvolver um trabalho, cujo objetivo é identificar o

distanciamento

entre

a formulação

e a

implementação

das

políticas

de

Recursos

Humanos

definidas

para

os

servidores

da

Administração

Direta

do

Poder

Executivo

do Estado do Espírito Santo, surgiu em decorrência dos estudos realizados nas

disciplinas:

Políticas

Públicas

I e II e Recursos

Humanos,

que

fazem

parte

do

currículo

disciplinar

do

Curso

de

Mestrado

em

Administração

Pública

- EBAP/FGV,

através

das

quais

alcançou-se

embasamento

teórico

para

elaboração

de

um

projeto

dessa natureza.

Um

dos

fatores

que

encorajou

o desenvolvimento

da

idéia

foi

a experiência

profissional,

adquirida

na

Administração

Pública

Estadual

durante

alguns

anos

de

trabalho, onde se vivenciou várias etapas da gestão de Recursos Humanos.

Motivos como os avanços regulamentados juridicamente na Constituição

Federal/88,

entre

os

quais,

o Sistema

de

Carreira

e o

Regime

Jurídico

Único

dos

Servidores Públicos Civis, instrumentos estes consagrados igualmente na

Constituição Estadual, serviram para fortalecer a idéia aqui apresentada.

Não se trata de uma proposta totalmente inovadora; procurou-se tão somente,

pesquisar e trabalhar um assunto simples e antigo, presente nos discursos

governamentais, e sugerir uma maneira adequada de se expor o que na realidade já

existiu no passado e existe no presente.

Outrossim, alerta-se que as idéias aqui esboçadas não devem ser

consideradas panacéia para os problemas que afetam a Administração Pública.

(10)

Em termos de sua estrutura, compõe-se em 5 (cinco) capítulos.

No

Capítulo

I, intitulado

Introdução,

situa-se

a questão-problema

que

deu

origem a pesquisa; os objetivos a alcançar e a metodologia utilizada para o

desenvolvimento da pesquisa.

No

segundo

capítulo,

encontra-se

registrado

o referencial

teórico

que

serviu

como base conceituai deste trabalho. Este capítulo foi dividido em três partes: na

primeira

parte

destacam-se

definições

de

políticas

públicas;

modelos de

Análise

de

Políticas; a influência dos Grupos de interesse e/ou pressão que atuam na

formulação e implementação das políticas públicas; descrevem-se os passos de um

processo

decisório

e as

condições

necessárias

para

implementação

de

uma

política

pública. Na segunda parte, fala-se sobre as políticas sociais, onde se destacam os

princípios para formulação de uma política social. Na terceira parte, descreve-se

como deve ser o conteúdo de uma política de Recursos Humanos, algumas formas

de abordagem dessas políticas, bem como a importância do envolvimento e da

participação dos diversos segmentos interessados na formulação do conteúdo das

políticas de Recursos Humanos.

O Capítulo III, cujo título é Contextualizando o Estado do Espírito Santo,

sintetiza a pesquisa realizada, pois apresenta os objetivos e diretrizes propostas

pelos Governos do Estado do Espírito Santo no período de março/71 a março/91,

bem como as ações propostas e realizadas, onde se registram com minúcias as

ações programadas e executadas mediante a análise dos Planos de Governo,

mensagens de Leis, Leis e Decretos Governamentais. Neste mesmo capítulo,

(11)

a formulação de uma política de Recursos Humanos para Administração Pública

Estadual - (Estado do Espírito Santo): o Sistema de Carreira, como elemento

propulsor de desenvolvimento; a participação, como elemento motivador e a

Auditoria de Pessoal, como um veículo de orientação.

No Capítulo V, são estabelecidas algumas conclusões, com abertura para

realização de novos trabalhos nessa área.

A parte final da monografia contém um anexo com quadros demonstrativos de

toda a legislação pesquisada, compilando-se num só documento a legislação de

20(vinte) anos de governo sobre Recursos Humanos, até então esparsa em vários

documentos.

Esta monografia é fruto de leituras realizadas, estudos feitos por diversos

autores e idéias próprias, baseadas nos conhecimentos adquiridos no decorrer dos

trabalhos práticos do curso de mestrado e na vivência e experiência profissionais,

buscando abrir espaço para troca de novas idéias, que por certo permitirão ampliar

as questões aqui tratadas.

Sob o ponto de vista da autora, esta dissertação oferece oportunidades a

futuros pesquisadores e interessados pelo assunto, para discussão e realização de

(12)

AI5 - Ato Institucional n° 5

BDRH - Banco de Dados de Recursos Humanos

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CENTREPES - Centro de Treinamento do Serviço Público do Estado do Espírito

Santo

CEPP - Conselho Estadual de Política de Pessoal

CODEC - Coordenação de Desenvolvimento Econômico do Espírito Santo

CRH - Coordenação de Recursos Humanos

EBAP - Escola Brasileira de Administração Pública

ESESP - Escola de Serviços Públicos do Estado do Espírito Santo

FGV - Fundação Getúlio Vargas

FUNDAP - Fundação do Desenvolvimento Administrativo

GC - Gabinete Civil

IBAM - Instituto Brasileiro de Administração Municipal

IDUR - Instituto de Desenvolvimento Urbano e Regional

INPC

- índice

Nacional

de

Preços

ao

Consumidor

IPAJM - Instituto de Pensões e Aposentadoria Jerônimo Monteiro

IPC

- índice

de

Preços

ao

Consumidor

IPASES - Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Espírito

Santo

(13)

RH - Recursos Humanos

IPND - Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento

IPDE - Primeiro Plano de Desenvolvimento Estadual

SEAR - Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos

SEORG - Secretaria Extraordinária para a Organização e Descentralização

Administrativa

SEPLAE - Secretaria de Estado de Ações Estratégicas e Planejamento

SIARES - Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos do Estado do

Espírito Santo

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

(14)

Pag.

FIGURA I - Representação Gráfica dos Níveis das Políticas de

Recursos Humanos 71

FIGURA II - Processo de Formulação das Políticas 74

FIGURA III-Variáveis Externas 75

FIGURA IV - Determinantes Específicas da Organização 76

FIGURA V - Representação Gráfica do Conteúdo das Políticas de

(15)

Pag.

QUADRO I - Grupos Ocupacionais 12

QUADRO II - Estrutura de Cargos da Administração Direta do Poder

Executivo Estadual 13

QUADRO III - Disfunções e Ações Encontradas nas Políticas de

Recursos Humanos 65

QUADRO IV - Nível Hierárquico das Políticas de Recursos Humanos 72

QUADRO V - Determinantes Específicas 77

QUADRO VI - Diretrizes da Política de Recursos Humanos - Período

março/71 a março/75 94

QUADRO VII - Diretrizes da Política de Recursos Humanos - Período

março/75 a março/79 103

QUADRO VIII - Diretrizes da Política de Recursos Humanos - Período

março/79 a março/83 117

QUADRO IX - Diretrizes da Política de Recursos Humanos - Período

março/83 a março/86 127

QUADRO X - Diretrizes da Política de Recursos Humanos - Período

março/86 a março/91 142

QUADROXI -Concursos Públicos realizados -1971 -1974 155

QUADRO XII - Concursos Públicos realizados - 1975 -1978 162

QUADRO XIII - Concursos Públicos realizados - 1979 -1982 165

QUADRO XIV- Concursos Públicos realizados- 1983-1986 174

(16)

APRESENTAÇÃO

CAPÍTULO

I

Pag.

INTRODUÇÃO

1

1.1. Situando o Problema que deu Origem à Pesquisa 3

1.2. Relevância do Estudo Realizado 4

1.3. Objetivo Final da Pesquisa 5

1.4. Delimitação do Estudo 6

1.5. Metodologia 7

1.5.1. Tipos de Pesquisa 7

1.5.2. Seleção dos Sujeitos da Pesquisa de Campo 9

1.5.3. Coleta de Dados e Informações 9

1.5.4. Questionamento Formulado 11

1.5.5. Universo, População e Amostra 11

1.5.6. Tratamento dos Dados 17

1.5.7. Restrições e Dificuldades 17

CAPÍTULO

II

MARCO

TEÓRICO

PARA

UM

ESTUDO

SOBRE

POLÍTICA

DE

RECURSOS

HUMANOS

2.1.

POLÍTICAS

PÚBLICAS

19

2.1.1. Como Definir Políticas Públicas 21

2.1.2. Conhecidos Modelos de Análise de Políticas Públicas 27

2.1.3. Elementos que Influenciam o Processo de Análise de

(17)

e/ou Pressão 39

2.1.4. Passos de um Processo Decisório 42

2.1.5. Condições Necessárias para Implementação de uma

Política Pública 45

2.2.

POLÍTICAS

SOCIAIS

E RECURSOS

HUMANOS

47

2.2.1. Princípios para Formulação de uma Política Social 52

2.3.

POLÍTICAS

DE

RECURSOS

HUMANOS

54

2.3.1. O Conteúdo da Política de Recursos Humanos 63

2.3.1.1. Formas de Abordagem da Política de Recursos

Humanos 69

2.3.1.2. Envolvimento e Participação na Elaboração do

Conteúdo 80

CAPÍTULO

III

CONTEXTUALIZANDO

O ESTADO

DO

ESPÍRITO

SANTO

3.1.

AS

POLÍTICAS

DE

RECURSOS

HUMANOS

DA

ADMINISTRAÇÃO

DIRETA

DO

GOVERNO

DO

ESTADO

DO

ESPÍRITO

SANTO

90

3.2.

O

DISTANCIAMENTO

ENTRE

AS

AÇÕES

PROPOSTAS

E

(18)

FATORES

RELEVANTES

PARA

FORMULAÇÃO

DE

UMA

POLÍTICA

DE

RECURSOS HUMANOS

4.1.

SISTEMA

DE

CARREIRA

COMO

ELEMENTO

PROPULSOR

DE

DESENVOLVIMENTO

189

4.2.

PARTICIPAÇÃO

COMPONENTE

QUE

MOTIVA

199

4.3.

AUDITORIA

DE

RECURSOS

HUMANOS,

UM

VEÍCULO

DE

ORIENTAÇÃO

204

CAPÍTULO

V

CONCLUSÕES

209

BIBLIOGRAFIA

214

(19)

O distanciamento entre o discurso oficial e a prática das políticas de

Recursos Humanos definidas para os servidores da Administração Direta do Poder

Executivo do Estado do Espirito Santo no período de 1971/1991, neste estudo de

caso, foi analisado tomando-se como base conceituai a teoria de Análise de Políticas

Públicas e Recursos Humanos.

Verificou-se as Diretrizes programadas e as ações que foram

implementadas, utilizando-se documentos oficiais, Planos de Governos, Mensagens

Legislativas, Leis, Decretos e outros documentos abrangendo cinco períodos

diferentes de governo, compreendendo um espaço histórico de vinte anos da

Administração Pública Estadual Capixaba, englobando parte do período de "Regime

Militar Autoritário", "Abertura Política" e "Nova República".

Buscando-se ressaltar aspectos importantes e conseguir descrição mais

precisa da situação em estudo, realizou-se pesquisa de campo, utilizando-se o

instrumento da entrevista semi-estruturada. Foram selecionados e entrevistados

Dirigentes e Assessores Públicos, bem como Secretários de Estado que atuaram no

cenário em investigação.

No período 1971/91, as diretrizes propostas seguiram procedimentos

racionais e as ações foram implementadas de forma isolada, distanciando-se das

diretrizes propostas nos planos dos Governos. O distanciamento entre o discurso e a

prática, chega a ser considerado como um procedimento natural, haja vista, que a

pesquisa permeou cinco períodos de governos, cujo cenário político foi bastante

diferente, entretanto, a prática adotada pelos diversos governantes e administradores

(20)

De onde se conclui que no período 1971/91, as diretrizes da política de

Recursos Humanos para os servidores da Administração Direta do poder Executivo

do Estado do Espirito Santo permaneceram apenas na retórica do discurso

governamental,

e, em

nenhum

momento

na

prática

elas

foram

implementadas

a nível

(21)

The distance between the official discourse and the practice of the policy of Human

Recourses defined for the \/vorkers of the Direct Administration of the Executive of

Espirito Santo State in the period of 1971/1991, in this case study, was analysed

having as conceptual base the theory of Public Policy analyse and Human

Recourses.

The programmed guidelines and the implemented actions were verified, making use

of official documentation: plans of the governments, legislative dispatches, Laws,

Decrets and other documentation, covering five different períods of government,

reaching a historical space of twenty years of the state Public Administration,

embodying part of the periods called. "Authorative Military Regime", "Political

opening" and "New Republic".

In order to show important aspects and to obtain a more precise description of the

situation in study, a field research was made, making use of the semi-structered

interview, as instrument. Public managers and assessors were selected and

interviewed, as well secretaries of state that acted in the scenery under investigation.

In the periods of 1971/1991, the proposed guidelines followed rational procedures

and the actions were implemented in na isolated way, going away from the proposed

directrixes planned.

The distance between the discourse and its practice is even considered as a natural

procedure, whereas this research penneated five periods of government, whose

politic sceneries were well different from each other, however the pratice used by

several governors and public administrators, in relation to the Public Administration,

(22)

guidelines of the policy of Human Resources for the workers of the Direct

Administration of the Executive of Espirito Santo State stayed only in the rethoric

of the Governamental discourse, and, at any moment into the practice, they were

(23)

1. INTRODUÇÃO

A literatura jurídica admite que o Estado é o símbolo de nação organizada e

que o fim precípuo do Estado é promover o bem comum. Para o alcance desse fim, o

instrumento prático que mais contribui e do qual dispõem os governos, é o corpo

administrativo e executivo do serviço público.

Para o desenvolvimento do serviço público e consecução dos seus objetivos, os

governos necessitam de diversos recursos indispensáveis, tais como: financeiro,

material e humano.

Dentre esses recursos, tem capital importância os recursos humanos, que no dizer

de

Neblind1,

são

os

"funcionários

que

agem

sob

a direção

do

governo,

trabalhando

para o alcance dos objetivos sociais, utilizando os elementos financeiros, materiais e

outros de que dispõem".

Cabe aos servidores públicos, a responsabilidade pela execução das diretrizes e

ações governamentais. Da sua capacidade, da sua operosidade, da sua

honestidade e da sua fidelidade é que depende, em grande parte, o bem comum.

Para

Neblind2,

"pode

o

povo

escolher

o

melhor

governo,

os

melhores

representantes, pagar os mais caros impostos; mas se não houver um corpo de

servidores consciente, capaz e operoso, não poderá o governo dar execução aos

seus objetivos". São eles os reais responsáveis pela implementação das políticas

governamentais.

NEBLIND, André F. Política de pessoal no serviço público. Departamento Estadual de Adminlstração/DEA. SP,

1962.

(24)

carência de qualificação é bastante elevada. O treinamento é quase sempre,

realizado de maneira isolada, divorciada de um planejamento global que vise o

desenvolvimento pessoal e profissional do servidor.

Acredita-se que o ponto inicial para se corrigir algumas anomalias presentes na

Administração Pública, seja a formulação e implementação de uma política bem

definida de recursos humanos, contendo orientações globais pautadas na realidade,

de forma a abranger as funções básicas da gestão de Recursos Humanos, tais como:

PROCURA (recrutamento e seleção); DESENVOLVIMENTO (treinamento, sistema

de

carreira,

promoção);

MANUTENÇÃO

(política

salarial)

- (salários

compatíveis

com

o mercado, benefícios, incentivos de natureza psicossocial); PESQUISA (avaliação

de

desempenho,

condições

de

trabalho,

banco

de

dados

de

pessoal);

UTILIZAÇÃO

(aproveitamento do potencial de mão-de-obra disponível).

Esta monografia aborda a questão da formulação e implementação das

Políticas de Recursos Humanos, na Administração Pública. O tema central sintetiza

o propósito fundamental da pesquisa, qual seja, a verificação do distanciamento

existente entre o discurso oficial e a prática das políticas de Recursos Humanos na

Administração Direta do Estado do Espírito Santo.

Analisa-se as diretrizes programadas e as ações efetivamente executadas,

utilizando-se documentos oficiais; Planos dos Governos, Mensagens Legislativas,

Leis, Decretos e outros documentos, compreendendo o período - março de 1971 a

março de 1991, abrangendo cinco períodos de governo.

A abordagem, aqui utilizada, focaliza a teoria de análise de Políticas Públicas

(25)

1.1. Situando o Problema que deu Origem à Pesquisa

Muitos foram os esforços de aprimoramento da Administração Pública

brasileira. Ao longo dos anos, algumas Reformas Administrativas, nos níveis Federal

e Estadual foram implementadas na busca de se encontrar um melhor desempenho

do Serviço Público, de forma a atender as demandas sociais.

Apesar desses esforços, as críticas ao funcionamento dos serviços públicos e,

principalmente, as relativas aos Recursos Humanos continuam vigentes. A

improvisação e a falta de um tratamento científico dos problemas de pessoal, têm

contribuído para essa situação.

Verifica-se que na Administração Direta do Estado do Espírito Santo, a

situação não é diferente. Pouco ou quase nada tem sido feito em relação às

Políticas de Recursos Humanos. Muito se tem falado no decorrer dos anos,

entretanto, as realizações têm sido mínimas. Várias têm sido as propostas que

chegam até a constar das diretrizes e planos dos governos, mas são raras as ações

realmente implementadas.

A Lei que definiu a estrutura de cargos e salários dos servidores da

Administração Direta do Poder Executivo Estadual - Lei n° 2.692, datada de 1971

-publicada, portanto, há mais de 20 anos, em nada foi aperfeiçoada. No decorrer dos

anos que se seguiram após à sua publicação, esse plano sofreu retalhamentos com

a criação desordenada de cargos, modificação aleatória de padrões de vencimentos

(26)

para o Servidor Público, até a presente data, nenhum incentivo foi concedido aos

servidores públicos da Administração Direta do Estado do Espírito Santo. Nem

mesmo

o Regime

Jurídico

Único

e o Plano

de

Carreira,

que

são

exigências

constitucionais, com prazo estabelecido para implantação em abril de 1990, até a

presente data (junho/93) foram implementados. Diante desses argumentos,

entende-se que a questão dos Recursos Humanos, continua sendo uma questão apenas de

retórica. Neste sentido, o problema que aqui se coloca, diz respeito ao

distanciamento que existe entre Política, enquanto missão, estratégias, programas,

atividades e ações e a implementação destas; as dificuldades encontradas para se

implementar na prática as ações, quando se muda o discurso oficial; a falta de

continuidade administrativa na execução dos projetos de Recursos Humanos.

Com estas colocações, procura-se responder o problema central da pesquisa:

até que ponto as políticas de Recursos Humanos na Administração Direta do Poder

Executivo do Estado do Espírito Santo, fazem parte somente do discurso oficial, sem

nenhum comprometimento com a prática?

1.2. Relevância do Estudo Realizado

O estudo ora realizado alcança importância, ao se verificar que:

- existe pequena produção de trabalhos sobre o mesmo enfoque, principalmente na

Administração Direta do Estado do Espírito Santo;

- ele contribuirá para trazer esclarecimentos à algumas questões teórico-empíricas

(27)

orientações aos administradores públicos e assessores do Governo do Espírito

Santo, responsáveis pela formulação e implementação das Políticas

Governamentais.

Além destes, outro aspecto a se considerar, é que a Administração de Recursos

Humanos é uma área de interesse ainda recente, cuja teoria está em fase de

formação e seu campo de estudo ressente-se de definições mais precisas. Dessa

forma, espera-se que as conclusões e resultados deste trabalho possam ser

comparados com outros estudos, para que, sendo aprovado, venha agregar

contribuição ao desenvolvimento científico dessa área de conhecimentos.

1.3. Objetivo Final da Pesquisa

O objetivo final deste estudo é analisar as políticas de Recursos Humanos

definidas para os servidores da Administração Direta do Poder Executivo do Estado

do Espírito Santo, procurando identificar as divergências entre a formulação e a

implementação dessas políticas.

Para o alcance do objetivo final, direcionaram este estudo, os seguintes

objetivos intermediários:

- Identificar e analisar as diretrizes das políticas de Recursos Humanos definidas

para os servidores da Administração Direta do Poder Executivo do Estado do Espírito

Santo, no período de 1971 a 1991.

- Relacionar as ações de Recursos Humanos programadas e realizadas nesses vinte

(28)

- Caracterizar a formulação e implementação das Políticas de Recursos Humanos,

como ponto de partida para a valorização do servidor público capixaba.

1.4. Delimitação do Estudo

A pesquisa foi desenvolvida abrangendo os governos do Estado do Espírito

Santo, no período de 1971 a 1991 (1971/1975; 1975/1979; 1979/1983; 1983/1987;

1987/1991). Como marco inicial utilizou-se a Lei n° 2.692, de 28/10/71, que definiu a

estrutura de cargos e salários do Serviço Civil do Poder Executivo, cuja lei ainda está

vigorando.

Analisou-se portanto, um período histórico de 20 anos da Administração Pública

Estadual Capixaba, englobando parte do período de regime político autoritário,

abertura política e nova República.

A Estrutura de Cargos efetivos da Administração Direta, do Poder Executivo

Estadual, é composta por pessoal civil e militar. O Pessoal Civil compreende grupos

ocupacionais diversos e servidores com referências 1 a 15; Pessoal de Nível

Superior; Polícia Civil; Magistério e Fiscalização. (Quadro II)

O estudo foi realizado de forma seletiva, compreendendo as diretrizes

propostas e as ações implementadas para os servidores dos padrões 1 a 15 e

pessoal de nível superior, uma vez que os demais grupos ocupacionais têm estatutos

próprios.

Os grupos ocupacionais selecionados são regidos juridicamente pela Lei n°

(29)

1.5. Metodologia

A metodologia utilizada, permitiu a identificação das diretrizes e políticas de

Recursos Humanos formuladas pelo Governo do Estado do Espírito Santo, bem

como a análise das diferenças entre fazer planos e realizá-los. Em outras palavras,

permitiu a investigação das divergências existentes entre a formulação e a

implementação das Políticas de Recursos Humanos da Administração Direta do

Governo do Espírito Santo, no período de março de 1971 a março de 1991.

Como base teórica para o estudo, abordou-se a teoria de análise de Políticas

Públicas com definições de vários autores e os diversos modelos de análise de

Políticas Públicas por eles apresentados.

1.5.1. Tipos de Pesquisa

Trata-se, de um estudo explicativo, que teve como suporte os seguintes tipos

de

pesquisas,

conforme

taxionomia

proposta

por

VERGARA3:

a) Pesquisa Bibliográfica - levantamento de material publicado necessário para

compreensão teórica do assunto;

b) Pesquisa Documental - utilização de material não publicado, sobre o tema

desenvolvido.

3

VERGARA, Sylvia C. Tipos de pesquisa em Administração. Documento de Trabalho n° 78. RJ. PUC , Departamento

(30)

bibliográfica e documental.

d) Estudo de Caso - método escolhido por permitir um maior aprofundamento do

assunto estudado.

O Estudo de Caso é um método de pesquisa que apresenta vantagens e

algumas limitações. Uma das críticas feitas a esse método é que ele não permite

generalizações, dado que a amostra, às vezes, consiste em um único elemento: um

problema, uma individualidade, uma pessoa, uma família, uma instituição, uma

empresa, um órgão público, uma comunidade.

O objetivo do estudo de caso não é comprovar, defender, mas formular

principalmente alguns pontos de discussão e oferecê-los ao julgamento do público

leitor.

Apesar das limitações, o estudo de caso apresenta vantagens, como o estímulo

a novas descobertas, que é uma das proposições desta monografia; bastante

flexibilidade, para que o pesquisador se interesse por outros aspectos que não havia

previsto inicialmente; simplicidade na coleta e na análise dos dados, bem como em

outros procedimentos, e permite um amplo e detalhado conhecimento do assunto,

pois se ocupa de um único objeto que poderá ser estudado de maneira profunda.

Nesta monografia, o objeto em estudo é o Estado do Espírito Santo, no período

de

1971-1991.

SILVA4

,

em

defesa

desse

método,

afirma

que

ele

"permite

a

flexibilidade metodológica necessária ao pesquisador para tratar de situações sociais

pouco exploradas anteriormente". Portanto, é um método que abrange de forma

4

SILVA, Justo Correia da. Espírito Santo: O Processo de Industrialização e a Formação da Estrutura do Poder

(31)

1.5.2. Seleção dos Sujeitos da Pesquisa de Campo

Na pesquisa de campo, foram selecionados e entrevistados:

- Dirigentes do Primeiro e Segundo escalões da Administração Direta do Poder

Executivo Estadual

- Secretários de Estado da Administração e dos Recursos Humanos, que atuaram no

período de 1971 a 1991

- Assessores do Governo das áreas de Planejamento e Recursos Humanos.

1.5.3. Coleta de Dados e Informações

A partir da compreensão do tema, proporcionada pela revisão bibliográfica que

serviu de base teórico-empírica para o desenvolvimento do assunto, caminhou-se em

direção da Legislação Estadual, na busca de se identificar e analisar as políticas de

Recursos Humanos definidas para servidores da Administração Direta do Poder

Executivo do Estado do Espírito Santo no período de 1971 a 1991.

Da revisão bibliográfica, constam informações gerais pertinentes ao tema,

coletadas em livros, dicionários, artigos de periódicos, revistas especializadas em

Administração Pública e Recursos Humanos, notícias de jornais; obras de autores

brasileiros e estrangeiros, que abordam o tema com maior profundidade, foram

pesquisadas, buscando-se a integral compreensão da questão, que só foi possível

após repetidas leituras dos textos e análise da documentação que fazem parte dos

anexos e da bibliografia. Para isso, valeu-se dos acervos das Bibliotecas:

Nacional-RJ, FGV-RJ, IBAM-RJ, UFES-ES, SEAR-ES, SEPLAE-ES.

(32)

Governo para os Recursos Humanos, bem como as políticas formuladas e as ações

implementadas. Dessa forma, verificou-se o distanciamento entre o discurso oficial

e a prática das Políticas de Recursos Humanos definidas para os servidores da

Administração Direta do Poder Executivo Estadual no período de 1971-1991.

Foram realizados levantamentos e análise dos programas de Governo,

mensagens de Leis, leis, decretos, outros documentos oficiais e relatórios, que foram

encontrados nos arquivos da SEAR, da Casa Civil e no Arquivo Público Estadual. As

consultas foram realizadas obedecendo-se a uma ordem cronológica de publicação

das Leis e Decretos no Diário Oficial do Estado. Foram manuseadas todas as

mensagens encaminhadas pelo Poder Executivo ao Legislativo no período de

janeiro/71 a novembro/91, como também, consulta e utilização de documentos da

Escola de Serviços Públicos e das dissertações de mestrado dos professores Justo

Corrêa da Silva e Maria José Carvalho.

A documentação consultada foi anexada a esta monografia, com o objetivo de

facilitar aqueles que buscarem conhecer a legislação de pessoal no período

pesquisado.

O passo seguinte foi dedicado a pesquisa de Campo. Utilizou-se o instrumento

da entrevista semi-estruturada e formularam-se questões para esclarecimento de

pontos que exigiam maiores detalhes. A pesquisa de campo foi realizada para

complementar as informações coletadas através das pesquisas anteriormente

realizadas. A técnica de entrevista semi-estruturada serviu para se alcançar

informações mais detalhadas, ressaltar os aspectos mais importantes e se conseguir

uma descrição mais precisa da situação em estudo, já que os entrevistados foram

atores no cenário em investigação.

(33)

dos documentos oficiais com as práticas de governo, as divergências encontradas

entre as diretrizes e as ações implementadas nas políticas de Recursos Humanos; os

motivos que contribuíram para a não implementação das ações, além de dirimir

dúvidas no que se refere aos Planos de Governo, Leis, Decretos e demais

informações técnicas.

1.5.4. Questionamento Formulado

Buscando encontrar respostas para o problema central da pesquisa à luz do

referencial teórico, formulou-se, para orientação do estudo, as seguintes questões:

a) Nos planos de Governo do período de 1971 a 1991, que objetivos, diretrizes/metas

de Recursos Humanos foram definidos formalmente?

b) Nesse mesmo período, que ações foram implementadas?

c) Em relação as diretrizes formalmente estabelecidas e as ações de Recursos

Humanos executadas, existem divergências?

d) Que fatores contribuíram para que as discrepâncias acontecessem entre o

discurso e a prática; entre planos e realizações?

e) As políticas de Recursos Humanos, do período 71/91, surgiram em decorrência

das diretrizes contidas nos planos dos Governos?

f) Tais políticas foram desdobradas em planos, programas e projetos?

1.5.5. Universo. População e Amostra

O universo em análise é caracterizado pelas Secretarias de Estado e demais

órgãos da Administração Direta do Estado do Espírito Santo, onde estão localizados

os diversos servidores distribuídos nos grupos ocupacionais (Quadro I), objeto da

(34)

QUADRO I

GOVERNO

DO

ESTADO

DO

ESPÍRITO

SANTO

ADMINISTRAÇÃO

DIRETA

DO

PODER

EXECUTIVO

ESTADUAL

GRUPOS OCUPACIONAIS

CRIADOS PELA LEI 2.692/72

GRUPOS

OCUPACIONAIS,

EXCLUÍDOS

DA

LEI

2.692/72, CRIADOS E/OU TRANSFORMADOS

01-ADMINISTRAÇÃO

02 - DIREITO

03-CONTABILIDADE,

ECONOMIA

E ESTATÍSTICA

04-ENGENHARIA,

ARQUITETURA E

AGRONOMIA

05-MEDICINA,

VETERINÁRIA, QUÍMICA E

LABORATÓRIO

06 - SERVIÇO SOCIAL

07 - FISCO

08 - SEGURANÇA PÚBLICA

09-COMUNICAÇÃO E

DIVULGAÇÃO

10 - SERVIÇOS AUXILIARES

11-EDUCAÇÃO

1 - Retira do Grupo Ocupacional Administração

e cria através da Lei 3.051/76 o Grupo de

Assessoramento Superior

2 - Transforma em Procurador do Estado Cargos

de Assistente Jurídico - Lei 3.053/76

3 - Retira o Grupo do Fisco e cria o Grupo

Ocupacional Fazendário - Lei 3.128/77

4 - Retira o Grupo Educação - Lei 3.198/78 que

é transformado mais adiante em Grupo

Magistério

5 - Retira o Grupo Segurança - Lei 3.212/78

6 - Cria o Grupo Operações Aéreas - Lei

3.914/86

7 - Cria o Grupo da Auditoria Geral do Estado

-Lei 3.932/87

8 - Cria o Grupo Defensoria Pública - Lei

(35)

QUADRO II

GOVERNO

DO

ESTADO

DO

ESPÍRITO

SANTO

ESTRUTURA

DE

CARGOS

DA

ADMINISTRAÇÃO

DIRETA

DO

PODER EXECUTIVO ESTADUAL

NÍVEL Técnico Superior Técnico Médio PADRÃO 15 14 DENOMINAÇÃO Administrador Bibliotecário Arquivista Contador Estatístico Engenheiro Eng° Agrônomo Médico Méd. Sanitarista Cirurgião Dentista Veterinário Químico Farmacêutico Enfermeiro Nutricionista

Méd. do Trabalho

Assistente Social Psicólogo Fonoaudiólogo Secretário Escolar Assist. Administrativo Técnico em Contabilidade Técnico Agrícola Agrimensor Topógrafo

Técnico de Laticínio

Auxiliar de Radiologista

Laboratorista Dietista CÓDIGO 01.1.15 01.1.15 01.1.15 03.1.15 03.1.15 04.1.15 04.1.15 05.1.15 05.1.15 05.1.15 05.1.15 05.1.15 05.1.15 05.1.15 05.1.15 05.1.15 06.1.15 06.1.15 09.1.15 01.2.14 01.2.14 03.2.14 04.2.14 04.2.14 04.2.14 05.2.14 05.2.14 05.2.14 05.2.14 GRUPO OCUPACIONAL 01-Administração

03 - Contabilidade,

Economia e Estatística

04 - Engenharia,

Arquitetura e Agronomia

05 - Medicina, Veterinária,

Química e Laboratório

06 - Serviço Social

09 - Comunicação e

Divulgação

01 - Administração

03 - Contabilidade

04 - Engenharia

(36)

Continuação NÍVEL PADRÃO 13 12

DENOMINAÇÃO

Visitadora Sanitária

Supervisor de Segurança

do Trabalho

Técnico em Recursos

Audiovisuais

Rádio Técnico

Rádio Telegrafista

Agente de Fiscalização*

Almoxarife

Mecanógrafo

Auxiliar de Engenharia

Eletricista

Agente Social

Monitor de Ofício

Cinegrafista Operador Cinematográfico Ecônomo Mecânico Motorista Oficial Administrativo Auxiliar de Processamento

Auxiliar de Estatístico

Desenhista

Fiscal de Saneamento

Auxiliar de Enfermagem

Fotógrafo CÓDIGO 05.2.14 05.2.14 09.2.14 09.2.14 09.2.14 .14 01.2.13 03.2.13 04.2.13 04.2.13 06.2.13 06.2.13 09.2.13 09.2.13 10.2.13 10.2.13 10.3.13 01.2.12 01.2.12 03.2.12 04.2.12 05.2.12 05.2.12 09.2.12 GRUPO OCUPACIONAL

09 - Comunicação

01 - Administração

03 - Contabilidade

04 - Engenharia

06 - Serviço Social

09 - Comunicação

10 - Serviços Auxiliares

01 - Administração

03 - Contabilidade

04 - Engenharia

05 - Medicina

09 - Comunicação

09 - Comunicação

(37)

Continuação NÍVEL Pincipal Interme diário Simples PADRÃO 11 10 9 p o 7 6 5 4 3 DENOMINAÇÃO

Auxiliar de Laboratório

Conferente de Cargas

Telefonista

Auxiliar Administrativo

Auxiliar de Mecanografo

Auxiliar de Topografia

Auxiliar de Laticínio

Auxiliar de Saneamento

Auxiliar de Serviços

Hospitalares

Auxiliar Veterinária

Auxiliar de Radiotécnico

Agente Escolar

Auxiliar de Secretaria

Escolar

Guarda Florestal

Carpinteiro

Bombeiro

Auxiliar de Almoxarife

Auxiliar de Agricultura

Marceneiro Contínuo Jardineiro Guarda Patrimonial CÓDIGO 05.3.11 10.3.11 10.3.11 01.3.10 03.3.10 04.3.10 05.3.10 05.3.10 05.3.10 05.3.10 09.3.10 10.3.10 01.3.9 04.4.7 04.4.6 10.4.6 01.5.5 04.4.5 10.4.5 10.5.3 10.5.3 10.5.3 GRUPO OCUPACIONAL

05 - Medicina

10 - Serviços Auxiliares

01 - Administração

03 - Contabilidade

04 - Engenharia

05 - Medicina

09 - Comunicação

10 - Serviços Auxiliares

01 -Administração

04 - Engenharia

04 - Engenharia

10 - Serviços Auxiliares

01 - Administração

04 - Engenharia

10 - Serviços Auxiliares

(38)

Continuação

NÍVEL PADRÃO

2

1

DENOMINAÇÃO

Conserveiro

Cozinheiro

Auxiliar de Campo

Servente

Auxiliar de Cozinheiro

Ascensorista

CÓDIGO

10.5.2

10.5.2

05.5.1

10.5.1

10.5.1

10.5.1

GRUPO OCUPACIONAL

10 - Serviços Auxiliares

04 - Engenharia

10 - Serviços Auxiliares

(39)

Por se tratar de um universo amplo, já que a pesquisa compreendeu vinte anos

de Administração Pública, período em que foram muitos os formuladores das

políticas, procurou-se trabalhar com uma amostra composta pelos diversos

Secretários de Administração e Recursos Humanos e Assessores do Governo. A

amostragem ficou restrita a um ou dois representantes, por período.

A população foi exemplificada na seleção dos sujeitos, composta por

Secretários e Assessores do Governo.

1.5.6. Tratamento dos Dados

Utilizou-se para análise e interpretação dos dados coletados na pesquisa

documental e nas entrevistas semi-estruturadas, a análise de conteúdo. Esta

técnica, qualitativa, foi usada na análise dos documentos, procurando-se identificar

as diretrizes das Políticas de Recursos Humanos e relacionar as ações programadas

e realizadas nos vinte anos de Governo. No conteúdo das entrevistas, a técnica

serviu para checagem e comparação do discurso oficial com a prática das ações.

1.5.7. Restrições e Dificuldades

Ao longo do desenvolvimento da pesquisa surgiram dificuldades que

interferiram:

a) Na coleta de dados e informações:

- não se encontrou no Banco de dados da SEAR, dados e/ou informações do quadro

de pessoal referente a cada período de Governo;

- Movimentação de servidores - ingresso e desligamentos no serviço público no

período pesquisado;

(40)

- Acesso a dados dos balancetes do Governo

b) Quanto aos Sujeitos da pesquisa - localização de secretários, assessores e outros

formuladores de políticas referentes a cada período de governo em análise.

c) Pesquisador - pequena disponibilidade de tempo do pesquisador para a realização

da pesquisa.

No entanto, foram superadas as dificuldades e limitações da pesquisa, e os

(41)

CAPÍTULO

II

MARCO

CONCEITUAI.

PARA

UM

ESTUDO

SOBRE

POLÍTICA

DE

RECURSOS

HUMANOS

2.1.

POLÍTICAS

PÚBLICAS

Embora seja um assunto bastante complexo, o processo de formulação,

implementação e avaliação de políticas públicas diz respeito ao reconhecimento de

uma melhor forma de se tomar decisões envolvendo um conjunto de determinantes e

as respectivas conseqüências das decisões tomadas.

Revela

a história

antiga

que,

para

os

gregos,

Política5

era

um

direito

do

cidadão6

de

participar

da

vida

da

cidade

(Polis).

Nas

cidades-estados,

as

decisões

eram

tomadas

pelos

cidadãos7

em

praça

pública.

Sofrendo influência dos gregos, os romanos mantiveram essa tradição não de

forma tão democrática e participava, mas, mantendo inclusive em seu vocabulário

palavras como (civitas, civis), que foram trazidas para idiomas latinos e deram origem

a diversas palavras em nosso vocabulário tais como: cidade, cidadão, civismo.

Desde o seu surgimento, a Política, na sua expressão mais simples, é a

participação do cidadão nas decisões de sua comunidade.

5

A palavra política, vem do grego "políticos" membro da "polis" - cidade; cidadão em pleno gozo de seus direitos.

Padre Fernando Bastos de Ávila, S.J. - Pequena enciclopédia de moral e civismo - Ministério da Educação e Cultura

-FENAME - Fundação Nacional de Material Escolar -1975.

Muito embora, na sociedade grega, nem todos os habitantes da polis, fossem considerados cidadãos. Cidadãos eram apenas

os espartanos ou iguais, descendentes dos conquistadores dórios e em Antenas, apenas os filhos dos atenienses. Os

estrangeiros, classe social que compreendia (camponeses, comerciantes, artesãos e industriais) e os escravos, não tinham

direitos políticos e não podiam ocupar cargos públicos. LADMO, Valuce. História Geral. São Paulo: Brasil, 1979.

7Cidadão - etimologicamente, esse termo significava o habitante da "Urbs" - cidade, em oposição ao habitante rurícola. Hoje o

termo indica membro de uma comunidade nacional, sujeito aos deveres por ela impostos e gozando dos direitos por ela

(42)

A forma de participação direta, a exemplo da que existia entre os helênicos,

com o crescimento populacional, ficou prejudicada e passou a existir sob forma de

representatividade, sendo hoje configurada através de eleições, principalmente nas

democracias modernas, em que o povo elege os delegados para seus

representantes.

Esses representantes são denominados políticos, que no Brasil são eleitos e

pagos pelo povo, para exercerem um mandato político e são também responsáveis

pelo estabelecimento das políticas públicas.

Em nosso País, apesar de eleitos os representantes, existe uma predisposição

do povo em influenciar os destinos da vida nacional. A Sociedade Civil vem se

organizando e disputando com os políticos eleitos, o direito de formulação das

políticas públicas.

COTA8,

falando

sobre

a formulação

da

Política

Mineral

no

Brasil,

afirma

que

as

"Políticas Públicas são propostas por políticos, ou seja, cidadãos eleitos

com mandato popular. Esta é a tradição remanescente nos países

centrais, onde as políticas públicas são propostas e discutidas no

parlamento. Depois de aprovadas é que são implementadas pela

burocracia estatal".

Para ele, no Brasil, essa norma é burlada, na medida em que o Poder Executivo

estabelece planos por decreto e simples burocratas e tecnocratas estabelecem

políticas públicas a seu modo, sem passar pelo Congresso Nacional.

Conforme já mencionado, a formulação de políticas públicas é um processo

bastante complexo e dinâmico, cujas linhas de ação são direcionadas para o futuro,

8

COTA, Raimundo Garcia, COELHO, Maria Célia Nunes C, RIO, Gisela Aquino Pires do. Formação da política mineral

no Brasil - uma contribuição. RAP, v. (20)1, jan./mar. 1986.

BIBLIOTECA MARIO HENRIQUE SIMONSEW

(43)

pelos

órgãos

governamentais,

visando

de

maneira

formal9

atender

interesse

público.

DROR10

explica

que

é

um

processo

complexo,

pois

envolve

muitos

componentes e partes do processo que são explícitos e diretamente observáveis,

enquanto que, em muitas outras partes, atuam por canais ocultos, a observação é

difícil e os atores são parcialmente responsáveis.

As linhas de ação envolvem muitas decisões individuais (isoladas) que

resultam em uma "política", em que os decisores não estão totalmente conscientes

de todo o processo.

É um

processo

dinâmico,

que

se

modifica

com

o tempo,

decorrente

de

uma

atividade contínua que ocorre em uma estrutura, que para ser sustentada, requer

recursos e motivação.

Os vários componentes de uma política pública variam, de acordo com os

diferentes objetivos, tempo e sociedade.

2.1.1. Como Definir Política Pública

A livre escolha é uma característica inerente à personalidade humana e tomar

decisões conscientes e racionais é uma ação que diferencia o homem dos outros

animais.

A tomada de decisão tem papel importante nos destinos individual e social,

embora muitas vezes, seja prejudicada pelos fatores ambientais que limitam o leque

RlGGS, citado por SOUZA, caracteriza o formalismo no modelo prismático de sociedade, como sendo o grau de discrepância

entre o prescrito e o descritivo, entre o poder formal e o poder efetivo, entre a impressão que é dada pela Constituição, Leis e

regulamentos, organogramas e estatísticas, e os fatos e as práticas reais do Governo e da Sociedade. Quanto maior a

discrepância entre o formal e o efetivo, mais formalista é o sistema.

SOUZA, Maria José Carvalho. O discurso e a prática da política de recursos humanos: um estudo na administração direta do

Estado de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado. (1992)

DROR, Y. Public policymakjng re-examined. San Francisco, Califórnia, Chandler, 1968. Tradução Célia M. Franco,

(44)

de

alternativas.

De

acordo

com

DROR11,

apesar

da

limitação

das

alternativas

e da

liberdade de escolha, a tomada de decisão é o principal meio através do qual, os

indivíduos e a sociedade podem conscientemente tentar influenciar seu futuro.

Continua ele dizendo que, ao se rejeitar uma atividade puramente determinista e

fatalista, a tomada de decisão se transforma numa atividade crítica. Uma vez que a

sociedade crê numa atividade orientada para o bem da coletividade, a política

pública se torna, necessariamente, uma atividade focalizada na sociedade.

DAVID

EASTON,

em

citação

feita

por

THOMAS

DYE12

define

política

pública

como

sendo

"a

alocação

autoritária

de

valores

para

toda

a sociedade".

DYE13,

analisando a definição acima, diz que "somente o governo pode agir

"autoritariamente" em "toda" a sociedade, e tudo o que o governo escolha fazer ou

não fazer, resulta na adoção de valores".

Em

sua

análise

critica,

PARK14,

DYE

não

leva

"em

consideração

que

pode

haver uma diferença distinta entre o que o governo decide e o que ele realmente

faz".

Para

PARK15,

"a formulação da política e a sua implementação requerem algumas

decisões, mas a noção de política está mais relacionada com padrões

e cursos de atividades para realizar alguns objetivos úteis, melhor do que

a simples decisão de fazer ou não fazer alguma coisa".

Op. cit.

DYE, Thomas. "Policy Analysis: the thinkings man's response to the demand for relevance" in: Understand Public Policv.

Tradução de Maria Lúcia de Oliveira, sob o título "Analise de Políticas do homem pensante a demandas de relevância. Textos

da disciplina Política e Administração de Saúde. PROASA/EBAP/FGV, 1984.

13Op. cit.

PARK, Myung Soo. Public Policy: Emerging Dimensions in Public Administration. Parte II. Washington. D. C. 1979.

Tradução para notas de aula. Disciplina Formulação e Avaliação de Políticas Públicas. Curso de Mestrado EBAP - FGV.

15

(45)

Pode-se encontrar na literatura definições mais bem elaboradas sobre o que

seja política pública, como a definição de CARL FRIEDRICH, apresentada por

PARK16.

Política

Pública

é

"um curso de ação proposto por uma pessoa, grupo ou governo dentro de

um determinado ambiente com obstáculos e oportunidades fornecidas, na

qual a política está proposta a utilizar e superar com esforço, o alcance de

metas ou realização de objetivos".

FRIEDRICH assinala ser essencial que no conceito de política pública, existam

metas, objetivos e propósitos.

PARK17

caminha

mais

um

pouco

e inclui

que

a definição

de

política

pública

deve conter não somente propostas para ação dirigida em relação à realização de

metas, mas também, conter indicação do que é realmente feito. E para isso utiliza a

definição de JAMES ANDERSON "um curso objetivo de ação seguido por um "ator"

ou conjunto de "atores", em como proceder com um problema ou assunto em

referência".

Nessa mesma linha de pensamento, qual seja, o de integrar cursos

propostos

de

ação

e o

que

os

governantes

realmente

fazem,

PARK18

utiliza

a

definição de AUSTIN RAUNEY, que diz, que a Política Pública consiste de:

"a) um objetivo particular de um conjunto de objetivos;

b) um curso desejado de eventos;

c) uma selecionada linha de ação;

d) declaração de propósitos;

e) implementação de propósitos".

16 Op. cit.

"Op.cit.

(46)

Esta definição, indica que a Política Pública, não está somente relacionada

com os propósitos ou definição de curso de ação e de metas a realizar, mas deve

também, incluir o que é realmente feito no curso para atingir as metas desejadas.

PARK19,

define

três

fases

de

uma

Política

Pública:

1 - Planejamento e formulação da Política (Projeto Político e formulação)

-compreende o desenvolvimento de cursos propostos de ação para integrar

conhecimentos e ação para a solução e prevenção de problemas, enquanto fornece

uma qualidade de vida compatível com a dignidade do homem;

2 - Implementação e execução da Política - fornecimento de recursos efetivos e

eficientes para atuar na realização da transformação de valores em realidade através

de atividades do governo;

3 - Avaliação e modificação - avaliação de métodos, estratégias e recursos para

determinar se os objetivos e resultado desejados estão sendo atualmente

concluídos, e fornecimento de um sistema de "feedback" para mudar políticas

ineficientes enquanto fornece conhecimento adicional para uma melhor política,

projeto e execução.

Enquanto PARK apresenta a política pública como o resultado de três fases

complementares,

MONTEIRO20

a define,

como

algo

diretamente

associado

à

observação e ao monitoramento de eventos, à recepção e à emissão, ao

processamento e à análise de informações e à tomada de decisão, ou seja, é uma

Op. cit.

(47)

atividade de controle independente da ocorrência de produção ou consumo de bens

e serviços. Para ele, uma atividade de controle, que exige:

- prévia detecção de necessidades;

- avaliação da situação;

- tomada de decisão.

Política,

segundo

MONTEIRO21

, é um

termo

utilizado

para

caracterizar

um

conjunto de atividades de controle, ao qual ele denomina "Variedades de Políticas".

As variedades de políticas podem ser assim classificadas:

"a) por áreas substantivas (social, urbana, saúde, agrícola);

b) por tipo de parâmetro manipulado pelos Policy-Maker (creditício,

monetária, cambial, fiscal);

c) por jurisdição político-administrativa (federal, regional, estadual,

municipal);

d) por clientela (assalariados, seguradores da Previdência Social, de bens

de capital, exportadores de café, etc.)".

MONTEIRO22

defende

a idéia

de

que

uma

política

pública

contém

algo

deliberado e proposital por parte de seus formuladores e só pode ser analisada a

partir das variedades já mencionadas.

Assim

como

THOMAS

DYE,

MONTEIRO23

comunga

da

idéia

de

que

uma

inação é também uma política e cita KING - "uma política (...) é um curso de ação (ou

inação) conscientemente escolhido e orientado para um determinado fim".

Afirma

MONTEIRO24

que não

atuar,

ou

seja,

a inação

de

um

governo,

aquilo

Op. cit.

22 Op.

cit.

23 Op.

cit.

(48)

que o governo decide não fazer pode ter um impacto tão grande quanto teria uma

ação. Se o governo protela uma decisão ou simplesmente a ignora, tal atitude

constitui-se numa política, com todas as características de qualquer outro comporta

mento mais ativo.

De maneira geral, pensa-se que, se o governo escolhe fazer alguma coisa, tem

que existir uma meta, um objetivo ou um propósito, mas, na realidade, tudo que

se observa é que os governos escolhem fazer ou não fazer. Na verdade, a noção de

política pública precisa incluir todas as ações governamentais e não apenas as

intenções declaradas dos governantes ou de seus assessores. Deve-se

considerar, também, a inação governamental, isto é, aquilo que o governo decide

não fazer, como uma política pública.

Alerta

MONTEIRO25

que,

ao

analisar

uma

política

pública,

o analista,

ao

deparar-se com situações como as aqui mencionadas, vai encontrar dificuldades na

identificação das políticas.

Para ele, uma outra questão, que deve ser observada por um analista de

política pública, é o grau de comprometimento do "Policy Maker". O que levaria

esses formuladores de política a formularem políticas para não serem implementadas

nem em parte?

Aqui o analista deve estar atento para as "pseudo-políticas" que surgem para

ocultar os verdadeiros propósitos ou objetivos de uma política ou a camuflagem das

políticas anunciadas. Deve perceber igualmente, quando uma política é formulada,

com o efeito "balão-de-ensaio", ou seja, se uma política é formulada para provocar

reações, atuando como sinalizador de intenções ou preocupações. Nesse caso, de

(49)

o governo volta atrás para delinear melhor a política.

A Política Pública pode também ser vista como duas etapas de um mesmo

processo. Aqui o processo decisório é mais complexo e alongado. Há, entretanto,

uma diferença entre as políticas que são consideradas de rotina e as que são

formuladas em situações de crise. No primeiro caso, não ocorre uma diferença de

etapas, pois as políticas adotadas são repetições de políticas praticadas anterior

mente. Já nas situações de crise, a diferença de concepção do processo decisório é

bem acentuado, pois as soluções devem ser adaptadas ou até mesmo inovadoras.

2.1.2. Conhecidos Modelos de Análise de Política Pública

Diante das dificuldades já apresentadas, cabe uma indagação: é possível se

fazer análise de políticas?

De

acordo

com

estudos

de

política

pública

apresentado

por

DYE27,

um

modelo

significa uma abstração da realidade. Ao descrever seus modelos de análise política

ele enfatiza que o uso de modelos é uma tentativa de simplificação, esclarecimento e

entendimento do que é realmente importante em política.

Igualmente,

DROR28

alerta

que

os

modelos

são

instrumentos

que

devem

ser

usados com cuidado, pois política pública é uma forma de tomada de decisão

agregada e difere das formas teóricas de tomada de decisão. Uma excessiva

concentração no modelo pode levar ao perigo de simplificação de conclusões que se

Op. cit.

DYE, Thomas R. "Models of Politics: some helps in thinking about publc policy". In: Understanding Public Policy. Pretince

Hall. Inc. Englewood Cliffs, NY, 1972. c. 2. Traduzido para CIPAD de Ana Maria Marquesini, sob o título "Modelos de política:

Algumas contribuições da Política Pública". Textos da Disciplina Política e Administração de Saúde. PROASA/EBAP/FGV

-1984.

(50)

ajustam muito bem ao modelo, mas não à realidade.

Os modelos são relativamente simples, enquanto o sistema de política pública

é extremamente complexo.

Os modelos levam a uma impressão ordenada, induzindo a idéia de que um

alto grau de certeza será conseguido ao usá-los. Entretanto, o processo de política

pública é não determinístico, compreendendo uma parte arbitrária, outra intuitiva, não

se podendo, portanto, predizer quantas transformações ocorrerão com muita certeza.

Em suma, os modelos são instrumentais normativos. Eles não estabelecem

que valores substantivos um sistema poderia ter, mas mostram métodos para

incrementar novos "imputs".

PARK29

e

DYE30

apresentam

modelos

similares

que

contribuem

para

a

compreensão da análise de política pública.

Os modelos apresentados são: teoria de sistemas; teoria de elites; teoria de

grupo; modelo racional compreensível; incrementalismo e institucionalismo.

Cada um destes termos identifica uma abordagem conceituai relevante para a

política pública, apesar de nenhum desses modelos terem sido criados

especialmente com a finalidade de estudá-la.

Para eles, os modelos apresentados não são antagônicos, nenhum deve ser

considerado melhor que o outro. Cada um focaliza um aspecto diferente da vida

política e pode ajudar os estudiosos a entenderem os diferentes componentes da

política pública:

a) Um dos modelos é o "racional compreensivo", que tem como característica a

29 Op.

cit.

Imagem

Figura II
Figura III Variáveis Externas Entidades de Classe e Relações Sindicais Aspectos Econômicos Financeiros Aspectos do Mercado de Mão-de-Obra Aspectos LegaisPOLÍTICAS DERECURSOSHUMANOStAspectos Sócio-Culturais Aspectos daEvoluçãoTecnológicaAspectosPolíticosRel
Figura IV

Referências

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