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Prevalência da infecção chagásica em doadores de sangue no Triângulo mineiro.

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Academic year: 2017

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R e v is t a d a S o c i e d a d e B r a s i le i r a d e M e d i c i n a T r o p ic a l 1 8 (1 ) : 1 1 -1 6 , J a n - M a r , 1 9 8 5

PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO CHAGÁSICA EM DOADORES DE SANGUE NO

TRIÂNGULO MINEIRO.

H élio M oraes de Souza, Cé sa r August o de M orais e Jo sé Robert o M ineo.

O s a u to r e s a n a lis a r a m a p r e v a lê n c ia d a in fe c ç ã o c h a g á s ic a e m 1 0 9 8 8 d o a d o r e s d o S e r v iç o d e H e m o t e r a p i a d o H o s p i t a l E s c o l a d a F a c u l d a d e d e M e d i c i n a d o T r iâ n g u lo

M in e ir o , a tr a v é s d e tr ê s le v a n ta m e n to s r e a liz a d o s n o p e r í o d o d e d e z e s s e is a n o s.

O b s e r v a r a m q u e d a d e p r e v a lê n c ia d e 1 6 ,6 % n o p r i m e i r o le v a n ta m e n to p a r a 6 ,9 % n o te rc e ir o e p r e d o m í n i o d a in fe c ç ã o e m n e g ro s, n o s e x o f e m i n i n o e n a s f a i x a s e tá r ia s m a is

a v a n ç a d a s . D is c u t i r a m a i n d a o e m p r e g o d e m e d i d a s p r o f i l á t i c a s e o p a p e l d o S e r v iç o d e H e m o te r a p ia f r e n t e a o d o a d o r c h a g á s ic o .

P alav ras chaves: D o e n ç a de C hagas. T rip an o sso m íase cru zi. D o e n ç a de C h ag as tran sfu sio n al. V io leta de genciana.

D e sd e 1945 q u an d o D ia s 4 sugeriu a p o ssib ili­ dade de tra n sm issã o d a d o e n ç a de C h ag as p o r tra n s­ fusão d e sangue, o assu n to p asso u a d e sp e rta r grande in teresse. C o m o co n seq ü ên cia d esen v o lv eram -se e s­ tu d o s ab o rd an d o n ão só a p rev alên cia d a infecção trip an o sso m ó tica en tre d o ad o res de sangue com o tam b ém an alisan d o asp ecto s d e p ro filaxia, tratam en to do sangue de ch ag ásico s, etc.

D en tre estes trab alh o s está o de Ja te n e e J á c o m o 6 que an a lisa a q u estão n a reg ião o n d e tra ­ b alh am o s - T riân g u lo M in eiro - área end êm ica d a d o en ça de C h ag as. E ste s au to res, no p erío d o co m ­ preen d id o en tre 1955 e 1 9 5 9 , o b serv aram qu e 2 5 % dos d o ad o res tin h am p o sitiv a a re a ç ã o de G u e rre iro e M ach ad o . E m seu tra b a lh o an alisaram ain d a as co n d u tas de seis b an co s de sangue d a região onde a d o en ça e ra en d êm ica e sugeriram que se aplicasse com o n o rm a aq u ela já em p reg ad a p o r dois d aq u eles serviços: ad ição de vio leta de gen cian a (V .G .) a todo sangue a ser tran sfu n d id o , n as regiõ es o n d e a d o en ça de C h ag as fo sse en d êm ica.

E m 1968, p reo cu p ad o s com a a lta prev alên cia d a in fecção ch ag ásica no B an co de S angue sob n o ssa resp o n sab ilid ad e (em um d o s q uais Ja te n e e Jáco m o realizaram seu s estu d o s an terio rm en te citad o s) e com o fato de que só p o d íam o s u tilizar co m o m eio de d iag n ó stico o teste de fix ação de co m p lem en to , deci­ d im os in tro d u zir o uso sistem ático d a V .G . em todo sangue co letad o seguin do a su g estão de Ja te n e e J á c o m o 6 e a ex p eriên cia de R ezen d e9 e alicerçad o s nos trab alh o s de N u ssen zw eig e co ls8 .

T ra b a lh o d o S erviço de H e m o te ra p ia e L a b o ra tó rio C e n tra l do H o sp ita l E sc o la d a F a c u ld a d e de M ed icin a T riân g u lo M ineiro.

R ea liz a d o p a rcialm en te com aux ílio d o C o n selh o N ac io n a l de D esen v o lv im en to C ientífico e T ecn o ló g ico (C N P q ). R eceb id o p a ra p u b licação em 2 6 /9 /1 9 8 4 .

P o r o u tro la d o , são ain d a p reo cu p an tes os índices atu ais d ê p rev alên cia d a infecção ch ag ásica em n o sso m eio com o d em o n straram C am arg o ^ e L opes e c o ls7 . A p e sa r d o estab elecim en to , em 1950, de m edi­ d as p ro filáticas sistem atizad as p a ra o exterm ín io dos triato m in eo s, e de trab alh o s sugerirem que houve real­ m ente d im in u ição dos índices de prev alên cia d a infecção, estes, em alg um as regiões com o a n o ssa, são a in d a elev ad o s e questio n áv eis os m otiv os p a ra ex­ plicá-los.

D ian te d estes fato s resolv em os a n alisar a p re­ valên cia d a in fecção ch ag ásica nos d o ad o res d o B anco de Sangue do H o sp ital E sc o la d a F a c u ld a d e de M ed icin a d o T riân g u lo M in eiro com as seguintes finalidades:

1. A n a lisa r o co m p o rtam en to d a prev alên cia d a in fecção ch ag ásica em nosso s d o ad o res n o d eco rrer dos últim o s d ezesseis anos;

2. C o m p a ra r os resu ltad o s com aqueles obser­ v ad o s n a m esm a á re a geográfica n o p assad o e com os dad o s atu ais relatad o s n e sta e em o u tras regiões;

3. Q u e stio n a r sobre as m ed id as que têm sido u tilizad as n a p ro filax ia d a tran sm issão transfusio nal d a trip an o sso m íase cruzi e que o u tras co n d u tas p o d e­ riam se r em p reg ad as, com m aio r eficácia;

4. In q u irir e p ro cu rar d eterm in ar o p ap el dos S erviços de H em o te ra p ia fren te ao d o ad o r chagásico.

M A T E R IA L E M É T O D O S

C o n sta de três lev an tam en to s realizad o s res­ p ectiv am en te de ja n e iro de 1967 a ju n h o de 1969, de ja n e iro de 1975 a d ezem b ro de 1981 e de jan eiro de

1982 a ju lh o de 1983.

(2)

predo-S o u z a H M , M o r a is C A , M in e o J R . P re v a lê n c ia d a in fe c ç ã o c h a g á s ic a e m d o a d o r e s d e sa n g u e n o T riâ n g u lo M in e ir o . R e v is ta d a S o c ie d a d e B ra s ile ir a d e M e d ic in a T ro p ic a l 18: 1 1 -1 6, J a n - M a r, 1 9 85

m in am p aren tes dos p acien tes in tern ad o s n o H o sp ita l d as C lin icas d a F a c u ld a d e de M ed icin a do T riângulo M in eiro (hoje H o sp ital E sc o la ); u m a m e n o r p a rc e la é co n stitu íd a p o r sold ad o s do T iro de G u e rra e d a P o lícia M ilitar. F in alm en te, um p eq u en o contin g en te é fo rm ado p o r u n iv ersitário s e o u tro s elem en to s d a com unidade. T o d o s os d o ad o res argüid os so bre su as co ndições de saú d e, n eg aram q u alq u er d o e n ç a no m om ento d a d o ação . N ã o ap resen tav am tam b ém ao exam e clínico su m ário , q u alq u er an o rm alid ad e que os in cap acitasse co m o d o ad o res.

N o p rim eiro lev an tam en to an aliso u -se so m ente a prev alên cia global d a infecção chag ásica. J á no 2 ° e 3? esta p rev alên cia foi av aliad a q u an to à ra ç a , sexo e faix a etária.

O diag n ó stico d a infecção ch ag ásica, n o p rim ei­ ro lev an tam en to , feito em 1755 d o ad o res, b aseo u -se apenas n a p o sitividade d a re a ç ã o de fix ação do com plem ento d e G u e rre iro e M a c h a d o . N o segundo lev an tam en to realizad o em 7 .5 5 8 d o ad o res, além d esta reação em pregou-se tam b ém a de im unoflu ores- cência. F o ra m co n sid erad o s co m o p o rtad o res d a in fecção ch ag ásica os d o ad o res que tin h am pelo m enos u m a d as d u as reaçõ es positiv as. F in alm en te, p a ra o terceiro lev an tam en to que co n sto u de 1.675

T a b e la 1 - P r e v a lê n c ia d a in fe c ç ã o c h a g á s ic a e n tr e d o a d o r e s d e s a n g u e e a n á l i s e e s ta tís tic a , n o s d ife r e n te s l e v a n ta m e n to s

novos d o ad o res, tivem os co n d içõ es de efetu ar no sangue dos m esm o s, três reaçõ es soroló gicas: fix ação do co m p lem en to , im u n o flu o rescên cia e a de hem aglu - tin a ç ã o p assiv a. N e ste terceiro lev an tam en to foram co n sid erad o s com o in fectados os in div íd uos qu e a p re ­ sen tav am tam b ém pelo m en o s u m a re a ç ã o po sitiv a.

P a ra estu d o estatístico em pregou-se o teste de diferen ças de p ro p o rçõ es am o strais co m re lação à cu rv a n o rm al p a ra se v erificar a significância en tre os ín d ices d e p rev alên cia.

R E S U L T A D O S

O s resu ltad o s obtid o s estão ex p resso s n as T a ­ belas 1 e 2 e G ráfico s 1 e 2.

P elo ex am e d a T a b e la 1 vê-se q u e, e n q u an to no prim eiro lev an tam en to a p rev alên cia de in fecção foi de 1 6 ,6 % , no segundo e te rceiro c a iu p a ra 7 ,7 % e 6 ,9 % resp ectiv am en te. A an álise e sta tístic a d em o n stro u diferen ça significativa en tre o s v alo res o b tid o s en tre o prim eiro e o segundo lev an tam en to ( Z = 3 ,4 2 ) e en tre o prim eiro e o terceiro lev an tam en to ( Z = 8 ,8 5 ) . N ã o houve p o rém d iferen ça significativa en tre os v alo res do segundo e terceiro lev an tam en to s ( Z = l ,1 4 ) .

—--- D o a d o r e s

L e v a n t a m e n t o s -—

N ? d e d o a d o r e s

I n fe c ta d o s

N

p

%

1? L ev an tam en to (jan eiro de 1 9 6 7 /ju n h o 1969)

2 ° L ev an tam en to

1755 2 8 2 16,6

(jan eiro de 1975/'dez. 19 8 1 ) 3 ° L ev an tam en to

7 5 5 8 5 8 2 7,7

(jan eiro de 1 9 8 2 /ju lh o 1983) 1675 117 6 ,9

T o ta l 1 0988 981 8 ,9 3

A n á lise esta tístic a

C o m p a r a ç ã o Z C a lc u la d o *

1P L evantam ento

X 3 ,4 2

2? L evantam ento 1? L evantam ento

X 8,85

3

p L evantam ento

2? L evantam ento

X 1 ,1 4

3? L evantam ento

Z crítico (p a ra a < 0 ,0 5 = 1,9 6 )

(3)

S o u z a H M , M o r a is C A , M ine o J R . P re v a lê n c ia d a in fe c çã o c h a g á sic a e m d o a d o re s d e s a n g u e n o T riâ n g u lo M in e iro . R e v ista d a S o c ie d a d e B ra sile ira d e M e d ic in a T ro p ic a l 18: 1 1 -1 6

,

J a n - M a r, 1 9 8 5

O G rá fic o 1 m o stra a p rev alên cia d a in fecção d istrib u íd a segundo o sex o d o s d o a d o re s e stu d a d o s no 2 ° e 3 ° lev an tam en to s. O b serv o u -se no

2

p grupo um significativ o au m en to d a in fecção no sex o fem in in o em relação ao m ascu lin o (Z = -1 ,9 7 ), o q u e n ão se o b serv a n o terceiro (Z = -0 ,1 8 ).

G r á fic o 1 - P r e v a lê n c ia d a in fe c ç ã o c h a g á s ic a n o s e g u n d o e te rc e ir o le v a n ta m e n to s d i s ­

t r ib u íd o s q u a n t o a o s e x o .

A d istrib u ição dos d o ad o res in fectados segundo as faix as etá ria s foi feita tam b ém som ente no segundo e terceiro lev an tam en to s. A diferen ça d a prevalência en tre os do is lev an tam en to s, p a ra c ad a faix a e tária não foi estatisticam en te significante. N a co m p aração das faix as de id ad e, em c a d a lev an tam en to , observam -se nítid as d iferen ças, prin cip alm en te en tre o s grupos m ais jo v en s (G ráfico 2 e A n álise estatística).

G r á fic o 2 - P r e v a lê n c ia d a in fe c ç ã o c h a g á s ic a n o s e g u n d o e te rc e ir o l e v a n ta m e n to s d i s ­ t r ib u íd o s q u a n t o à id a d e .

A n á lise estatística

1 - C o m p a r a ç ã o : S e g u n d o X T er ce iro L e v a n t a m e n t o s

I d a d e Z C a lc u la d o *

18 -2 0 * 1 ,5 3

21-25 - 1 ,6 1

2 5 -3 0 1,51

31-35 1,86

3 6 -4 0 0,2 1

> 4 1 1,32

2 - C o m p a r a ç ã o p o r f a i x a e tá r ia n o 2 ? e 3?

L e v a n t a m e n t o s

Z C a lc u la d o

I d a d e 2 ? L e v a n t a m e n t o 3 ? L e v a n t a m e n t o

18-20

X -6 ,0 6 -4 ,9 9

21 -2 5 21 -2 5

X -4 ,0 8 0 ,5 8

2 6 -3 0 2 6 -3 0

X -2 ,9 -0 ,8 7

31-35 31-35

X -0 ,7 7 -1 ,6 9

3 6 -4 0 3 6 -4 0

X -0 ,8 9 0 ,2 9

(4)

S o u z a H M , M o r a is C A , M ine o J R . P re v a lê n c ia d a in fe c ç ã o c h a g á s ic a e m d o a d o re s d e sa n g u e n o T riâ n g u lo M in e ir o . R e v is ta d a S o c ie d a d e B ra s ile ir a d e M e d ic in a T ro p ic a l 18: 1 1 -1 6 , J a n - M a r, 1 9 85

F in alm en te, a T a b e la 2 ag ru p an d o os dois últim os lev an tam en to s, m o stra a p rev alên cia de infec­ ção n as raças b ra n c a , negra e m estiça, o b serv an d o um

au m en to significativ o d a in cid ên cia n a ra ç a n eg ra em relação à b ra n c a ( Z = - 3 ,5 1 ) e em re lação à m estiça ( Z = - 2 ,1 6 ). A diferen ça e n c o n tra d a en tre as raças b ran ca e m estiça n ão foi estatisticam en te sig nificativ a ( Z = - 0 ,4 5 ).

T a b e la 2 - P r e v a lê n c ia d a in fe c ç ã o c h a g á s ic a n o s d o i s ú l t i m o s l e v a n ta m e n to s d is tr ib u íd o s q u a n t o à ra ç a .

D o a d o r e s R a ç c i \ .

N .° d e d o a d o r e s I n f e c t a d o s

N

p

%

B ran ca 6921 49 5 7,15

M estiça 1 1 3 0 85 7 ,5 2

N eg ra 1182 119 10,07

T o tal 92 3 3 6 9 9 7,5 7

C o m p aração

B ran ca x M estiça

Z calcu lad o = 0 ,4 5 B ran ca x N eg ra

Z calcu lad o = 3,5 1 M estiça x N eg ra

Z c alcu lad o = 2 , 1 6

D IS C U S S Ã O

O b serv am o s u m a evidente q u ed a d a p rev alên ­ cia d a infecção ch ag ásica em n o sso S erviço nos últim os d ezesseis anos.

C o n sid eran d o que o s n o sso s atu ais d o ad o res são p rovenientes d o m esm o grupo sócio -econôm ico d aq u eles d o p rim eiro e segundo lev an tam en to s e dos an alisados p o r Ja te n e e Já c o m o en tre 1955 e 1957, som os levados a co n clu ir q u e e sta q u ed a se deve em grande p arte à s m ed id as p ro filáticas desen v o lv id as n a região a p a rtir de 1950.

T a l afirm ativ a é refo rçad a p elo au m en to d a p revalência, no últim o lev an tam en to , de 8 ,6 % n a faix a etária d o s 31 ao s 35 anos p a ra 1 4 ,6 % en tre o s 36 e 4 0 anos, co rresp o n d en d o e ssa ú ltim a a indivíd uos n a s­ cido 5 a 9 anos an tes d o ip ício d a s cam p an h as de errad icação d a trip an o sso m íase. R acio cín io sim ilar é válido p a ra a faix a d o s 31 a 35 anos n o segundo levantam ento .

O s nosso s d ad o s e stão de aco rd o com os lev an tam en to s epid em ioló gicos efetu ad o s em nosso m eio (R .H . F a b re : co m u n icação p esso al, 198 4 ) e m esm o em o u tras reg iõ es1® 12, d em o n stran d o um a nítid a reg ressão d a in fecção c h ag ásica nos grupos etário s m ais jo v en s.

A d iferen ça d a p rev alên cia en tre as faixas e tá ria s d o s 1 8 a 2 0 e 2 1 a 25 a n o s, n o s dois últim os lev an tam en to s, é ta m b ém n ítid a e sig nificativ a e deve- se pro v av elm en te, ao fato de serem estes d o ad o res, na su a grande m aio ria, so ld ad o s d o T iro de G u e rra L o cal, os q u ais, além d a su a p red o m in an te p ro ced ên cia u rb a n a , são de nível só cio -eco n ô m ico b a sta n te supe- riou à m éd ia d o s d em ais d o ad o res do Serviço.

A m aio r freq ü ên cia de reaçõ es p o sitiv as no sexo fem in in o certam en te se deve ao fato de ser um grupo m ais h om ogêneo, ao co n trário d o s d o ad o res m ascu li­ n o s que, além de fam iliares d o s p acien tes in tern ad o s, com o a q u ase to talid ad e d as m u lh eres, sã o co n sti­ tu íd o s tam b ém p o r sold ad o s e alg uns elem en to s d a co m u n id ad e de classe só cio -eco n ô m ica m ais elevada.

O significativo au m en to d a p rev alên cia d a in­ fecção c h ag ásica n a ra ç a n eg ra pode se d ev er às m ais p recárias co n d içõ es só cio -eco n ô m icas d este grupo étn ico.

O fato de que a p rev alên cia d a d o e n ç a de C h ag as m o stra evid ente declín io , co m um b aix o índice de in fecção en tre indiv íd uos d e b a ix a idade, ev id en ­ c ian d o que a tran sm issão n a tu ra l d a d o en ça faria c a m in h a r p a ra um controle definitiv o, tem o b rig ad o a to d o s nós dirig irm os n o ssa ate n ç ã o p a ra a v ia tran s- fusional de tran sm issão , j á ex ten siv am en te an ali­ s a d a 1 3 4 11

E n ten d em o s p o rtan to q u ê m ed id as p ro filáticas seguras d ev am se r rigorosam ente o b serv ad ás e p ara ta n to a C o m issão N a c io n a l d e H em o te ra p ia do M in is­ tério d a S aú d e, em su a reso lu ção n ? 0 1 /7 5 preconiza:

1. T riag em soroló gica ro tin eira d o s d o ad o res co m ex clu são d aq u eles co m po sitiv os;

2. A d ição , a to d o sangue d o ad o , de su b stân cia trip an o sso m icid a, com o a vio leta de g en cian a q u an ­ d o a triagem soroló gica n ã o p u d er ser feita.

(5)

S o u z a H M , M o r a is C A , M ine o J R . P re v a lê n c ia d a in fe c ç ã o ch a g á sic a e m d o a d o re s d e sa n g u è n o T r iâ n g u lo M in eiro . R e v is ta d a S o c i e d a d e B ra s ile ir a d e M e d ic in a T r o p ic a l 18: 1 1 -16, J a n - M a r , 1 9 8 5

de v ariáveis que p eq u en o s serviços d e h em o terap ia e /o u lab o rató rio s n ã o conseguem co n tro lar, p o ssib ili­ tan d o a lib eração p a ra u so de sangue co n tam in ad o .

Q u a n to ao em prego d e su b stân cias trip an o sso - m icidas,*do que se co n h ece até o m o m en to , p arece realm ente ser a v io leta de gen cian a a m ais in d icad a.

A p e s a r de seu efeito trip an o sso m icid a satisfa­ to riam en te d em o n strad o , a su a c o r te m lim itado em m uito a su a u tilização . D e n o ssa p arte, p o d em o s afirm ar que tem o s em p reg ad o este co ran te em nosso S erviço d esd e 1 9 6 8 , com b o a aceitação p o r p arte de m édicos e p acien tes, n ão o b serv am o s até o m om ento nen h u m ca so de d o e n ç a d e C h ag as tran sfu sio n al nestes últim o s d ezesseis an o s e n em reaçõ es ad v ersas im p o rtan tes que p u d essem ser im p u tad as à v ioleta de genciana.

C o m o desenv o lv im en to d a h em o terap ia e uso c a d a vez m a io r do s hem o d eriv ad o s, n ecessário se faz estu d ar, m ais d etalh a d a m en te, a a ç ã o d este sal sobre os diversos co m p o n en tes sangüín eos. E n ten d em o s en- tretan d o , que em p eq u en as co m u n id ad es, o seu em p re­ go é u m a grande e seg u ra arm a co n tra e sta form a de p ro p ag ação d a d o en ça d escrita p o r C arlo s C h ag as.

O u tro asp ecto q u e co n sid eram o s relev an te e cred itam o s co m o d a re sp o n sab ilid ad e dos serviços de h em o terap ia, diz resp eito ao d estin o d o s d o ad o res co m sorologia p ositiv a. C o n sid eran d o ser este um indi­ víduo em su a plen a fo rça de trab alh o e assin to m ático , u m a vez que n ão ap resen to u q u eix as que o in cap aci­ ta sse com o d o ad o r, n ecessário se faz definir um a c o n d u ta, segura, é tic a e co eren te p a ra com o d o ad o r chagásico.

S U M M A R Y

T h e p r e v a l e n c e o /T ry p a n o s o m a cru zi in fe c tio n

a m o n g 1 0 9 8 8 b lo o d d o n o r s is a n a l y s e d a fte r th r e e s u r v e y s d o n e d u r i n g th e l a s t 1 6 y e a r s a t th e H e m o

-th e r a p y S e r v ic e o f t h e H o s p i t a l E s c o l a d a F a c u l d a d e

d e M e d i c i n a d o T r iâ n g u lo M in e ir o . T h e 1 6 .6 % p r e v a le n c e in th e f i r s t s u r v e y f e l l to 6 . 9 % in th e la st. T h e in fe c tio n w a s m o r e c o m m o n in n e g r o f e m a l e s a n d t h e e ld e r ly . T h e p r o p h y l a x i s o f b lo o d t r a n s fu s io n -t r a n s m i -t -t e d C h a g a s d is e a s e is d is c u s s e d , a s w e ll a s

w h a t m e a s u r e s s h o u l d b e ta k e n b y th e B l o o d B a n k s w h e n i n fe c te d d o n o r s a r e d is c o v e r e d .

K e y w ords: C h a g a s’ d isease. T ry p an o so m iasis cru zi. B lo od tran sfu sio n tran sm issio n . G e n tia n violet.

A G R A D E C IM E N T O S

A o s p ro fesso res E d iso n R eis L opes e A n tônio C arlo s de O liv eira M en ezes p elas su gestõ es e às Srtas. H elo isa d as G ra ç a s de S o u sa, Ju c é lia R ibeiro T o rres e S ra. H e lo isa V ieira C ab ariti p elo registro d o s caso s e datilo g rafia d o texto.

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Referências

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