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Eficiência dos testes de termoresistência (lento e rápido) em relação a fertilidade de sêmen congelado na espécie bovina

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Academic year: 2017

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(1)

FELIPE PEREIRA VIANNA

EFICIÊNCIA DOS TESTES DE

TERMORESISTÊNCIA (LENTO E RÁPIDO) EM

RELAÇÃO A FERTILIDADE DE SÊMEN

CONGELADO NA ESPÉCIE BOVINA

Botucatu – SP

(2)

FELIPE PEREIRA VIANNA

EFICIÊNCIA DOS TESTES DE

TERMORESISTÊNCIA (LENTO E RÁPIDO) EM

RELAÇÃO A FERTILIDADE DE SÊMEN

CONGELADO NA ESPÉCIE BOVINA

Dissertação apresentada à Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia da

Universidade Estadual Paulista – UNESP,

Campus de Botucatu para a obtenção do

título de Mestre em Medicina Veterinária.

Área de concentração em Reprodução

Animal.

Orientador: Prof. Dr. Frederico Ozanam Papa

Botucatu – SP

(3)

Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. E TRAT. DA INFORMAÇÃO

DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP

BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE Vianna, Felipe Pereira.

Eficiência dos testes de termoresistência (lento e rápido) em relação a fertilidade de sêmen congelado na espécie bovina). – Botucatu : [s.n.], 2004.

Dissertação (mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, 2004.

Orientador: Prof. Titular Frederico Ozanam Papa. Assunto CAPES: 50504002

1. Reprodução animal.

CDD 636.0824

(4)

DEDICO...

A DEUS .

Que, sem a sua ajuda e presença nos momentos difíceis, esse trabalho não se concretizaria.

Aos meus pais.

José Cláudio Alves Vianna e Maria do Carmo Pereira Vianna.

Pessoas que se sacrificaram e renunciaram alguns de seus interesses

em função dos meus.

Seres humanos de imenso caráter e coração, aos quais, devo minha

criação, moldada em valores concretos da vida.

Que acreditaram sempre no meu potencial e me deram forças para que

alcançasse os meus objetivos.

As minhas irmãs e minha sobrinha

As quais me deram muito carinho e tiveram compreensão em todos

momentos da minha vida, sendo estes felizes ou tristes.

Aos meus amigos

Rubão, Pituca, Thiago, Betão, Gala, Mazzaia, Senhor, Abe, Nazo, GÔ,

Mi, Déia e outros, os quais, me refiro por apelido em função da grande

amizade que nos une. Agradeço pela compreensão, paciência e apoio

(5)

Ao meu amigo Prof. Titular Frederico Ozanam Papa, profissional de

grande competência. Pessoa de imenso caráter que me estendeu a

mão no momento em que precisei e depositou toda sua confiança

durante a execução deste trabalho.

A Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – Unesp – Botucatu

pela oportunidade e ensinamentos.

Ao meu amigo Márcio Theoro do Carmo, pelo apoio e as conversas nos

momentos difíceis durante a pós-graduação.

Ao meu amigo José Antonio Dell’ Aqua Jr., pela grande contribuição

prestada para execução deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Sony Dimas Bicudo pela orientação e sugestões durante a

pós-graduação.

Ao Prof. Dr. Nereu Carlos Prestes pela amizade e conselhos desde os

tempos da residência.

Aos amigos de pós-graduação Vítor, Danilas, Antônio, Luciana, Karen,

(6)

Aos Professores João Carlos Pinheiro Ferreira, Maria Denise Lopes,

Fernanda da Cruz Landim e Alvarenga, Marco Antônio Alvarenga,

Cezinande de Meira pelas aulas ministradas e dúvidas solucionadas

durante o curso de mestrado

Ao Prof. Paulo Curi, pessoa extremamente competente e prestativa,

que me ajudou na análise estatística do experimento.

Aos Funcionários do Departamento de Reprodução, Valter, Edílson,

Marquinho pelas ajudas durante o trabalho e momentos de

descontração.

As funcionárias da pós-graduação, Denise e Maria, pela paciência e

ajuda durante o curso de mestrado.

A Clínica Veterinária Santa Clara, representada, pelo seu proprietário,

Jairo Frare, pelo aprendizado nos primeiros passos de minha vida

profissional e pelo fornecimento do material utilizado no trabalho.

A Agropecuária Jacarezinho Ltda, na pessoa do Médico Veterinário,

Luís Fernando C. Boveda, grande amigo e fundamental para o

desenvolvimento deste projeto.

(7)

“Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo.

Por isso, aprendemos sempre”

(8)

µg micrograma

µL microlitro

µm/s micrômetro por segundo

µm micrômetro

µmsq micrômetro quadrado

ASBIA Associação Brasileira de Inseminação Artificial

CASA Computer Analise Sperm Automated

CFDA diacetato de carboxifluoresceína

cm centímetro

d diferença média

DLC deslocamento lateral de cabeça

DMSO dimetisulfóxido

DNA ácido desoxirribonucléico

FBF freqüência de batimentos flagelares

FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

g grama

h hora

HTMA Hamilton Thorne Research

Hz hertz

IR índice retilíneo

(9)

mg miligrama

mL mililitro

p nível de significância

PIB Produto Interno Bruto

PI iodeto de propídeo

PNA corante fluorescente Peanut aglutinina

qsp quantidade de suficiente para

sd desvio padrão médio

sptz espermatozóide

Tris hidroximetilaminometano

TTRR teste de termoresistência rápido

TTRL teste de termoresistência lento

UNESP Universidade Estadual Paulista

VAP velocidade espermática ao longo de uma trajetória média

VCL velocidade espermática ao longo de uma trajetória real

VSL velocidade espermática considerando-se uma trajetória

(10)

% porcentagem

ºC graus Celsius

< menor que

> maior que

≥ maior ou igual

≤ menor ou igual

= igual

x vezes

106 milhões

- menos

x2 Qui-quadrado

(11)

Tabela.1. Ajuste do HTMA – IVOS – 10 para a realização das análises...47

Tabela.2. Valores percentuais da Motilidade espermática avaliada de forma

computadorizada e convencional para as seguintes variáveis: motilidade total

pós-descongelação (Descong), motilidade total pós-teste de termoresistência rápido

(TTRR) e motilidade total pós-teste de termoresistência lento

(TTRL)...55

Tabela.3. Avaliações computadorizadas da motilidade espermática; motilidade

total (Mot. T) e motilidade progressiva (Mot. P); e integridade de membrana

plasmática espermática pela técnica do Iodeto de Propídio/Carboxifluoresceína

(PI/CFDA) no sêmen bovino após os testes de termoresistência rápido (TTRR) e

lento

(TTRL)...57

Tabela.4. Avaliações convencionais da motilidade espermática; motilidade total

(Mot. C) e Vigor; e integridade de membrana plasmática espermática pela técnica

do Iodeto de Propídio/Carboxifluoresceína (PI/CFDA) no sêmen bovino após os

(12)

convencional (Mot. T/C) do sêmen congelado bovino após teste de

termoresistência rápido (TTRR 46ºC/30min)...61

Tabela.6. Percentual de prenhez em vacas Nelore após a 1ª Inseminação Artificial

(IA), agrupada de acordo com o escore de Motilidade computadorizada e

convencional (Mot. T/C) do sêmen congelado bovino após teste de

termoresistência lento (TTRL 38ºC/5 h)...61

Tabela.7. Percentual de prenhez em vacas Nelore após a 1ª Inseminação Artificial

(IA), agrupada de acordo com o escore de Motilidade computadorizada e

convencional (Mot. T/C) do sêmen congelado bovino para comparar a eficiência

do teste de termoresistência rápido (TTRR 46ºC/30min) com o teste de

termoresistência lento (TTRL 38ºC/5 h)...62

Tabela.8. Percentual de prenhez em vacas Nelore após a 1ª Inseminação Artificial

(IA), agrupada de acordo com o escore de Motilidade Total computadorizada e

convencional (Mot. T/C) do sêmen congelado bovino após a

(13)

avaliada pela técnica com Iodeto de Propídio/Carboxifluoresceína (PI/CFDA) no

sêmen bovino após a descongelação...63

Tabela.10. Percentual de prenhez em vacas Nelore após a 1ª Inseminação

Artificial (IA), agrupada de acordo com o número de espermatozóides com

motilidade progressiva (Nº Spz/Mot.P) no sêmen bovino após a

descongelação...63

Tabela.11. Percentual de prenhez em vacas Nelore após a 1ª Inseminação

Artificial (IA), agrupada de acordo com o número de espermatozóides viáveis

avaliados pelo índice de integridade de membrana plasmática (Nº

Sptz/Viáveis/PI/CFDA) pela técnica do Iodeto de Propídio/Carboxifluoresceína

(PI/CFDA) no sêmen bovino após a descongelação...64

Tabela.12. Percentual de prenhez em vacas Nelore após a 1ª Inseminação

Artificial (IA), agrupada de acordo com escore de Motilidade Total

computadorizada (Mot. T) e o índice de integridade de membrana plasmática

(Integridade de Membrana PI/CFDA) avaliados pela técnica de fluorescência com

Iodeto de Propídio/Carboxifluoresceína (PI/CFDA) no sêmen bovino após a

(14)

computadorizada (Mot. T) e o número de espermatozóides com a membrana

plasmática íntegra (Nº Sptz/Viáveis/PI/CFDA) avaliados pela técnica fluorescência

com Iodeto de Propídio/Carboxifluoresceína (PI/CFDA) no sêmen bovino após a

descongelação...65

Tabela.14. Correlação entre a Motilidade Total computadorizada

descongelação (Mot. T), teste de termoresistência rápido (Mot. TTRR),

pós-teste de termoresistência lento (Mot. TTRL); índice de integridade de membrana

pós-descongelação avaliada pela técnica de fluorescência com Iodeto de

propídio/Carboxifluoresceína(PI/CFDA); número de espermatozóide com

motilidade progressiva (CASA) e o número de espermatozóides com a membrana

plasmática íntegra (Nº Sptz/Viáveis/PI/CFDA) avaliados pela técnica fluorescência

com Iodeto de Propídio/Carboxifluoresceína (PI/CFDA) no sêmen bovino após a

(15)

Com objetivo de correlacionar e associar a eficiência do teste de termoresistência

(rápido e lento) de sêmen congelado na espécie bovina com a fertilidade a campo

após a Inseminação Artificial foram utilizados 64 ejaculados de 39 touros da raça

Nelore com idades entre 2 e 10 anos pertencentes a central de inseminação

artificial Jacarezinho Genetics. Após as colheitas as amostras de sêmen foram

avaliadas macro e microscopicamente quanto ao volume, aspecto,

turbilhonamento, motilidade total, vigor, concentração e patologia espermática.

Posteriormente os ejaculados foram congelados com diluente (TRIS) a uma altura

de 3 cm do nitrogênio líquido (-140ºC) em um tanque de congelação durante 15

minutos. Para análise das partidas congeladas foram utilizados os parâmetros de

motilidade total subjetiva, vigor, análise computadorizada do movimento

espermático (HTMA – IVOS 10), análise de fluorescência para avaliar a

integridade de membrana pós-descongelação, após as provas rápidas (46ºC/30`)

e lenta (38ºC/5h) de termoresistência. Os valores de motilidade total após as

provas de termoresistência foram subdivididos em 4 grupos (0= 0% de motilidade,

1= 1-20% de motilidade, 2= 21-40% de motilidade e 3= > 40% de motilidade).

O teste de fertilidade foi realizado através da inseminação artificial de 3161

fêmeas da raça Nelore, com idade entre 2 e 16 anos em uma mesma propriedade,

sendo a fertilidade avaliada através do índice de prenhez a 1ª inseminação

(16)

significativas quando p< 0,05 e nos casos em que 0,05 < p < 0,10 foi referida a

tendência a significância, onde p é a probabilidade de erroneamente concluir pela

significância.

Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre as categorias

de motilidade total após testes de termoresistência (rápido e lento) influenciando

nas taxas de prenhez (72,8% para o grupo 0 e 70,14% para o grupo 3) a 1ª

inseminação artificial. Houve uma tendência a significância para motilidade total e

a taxa de prenhez (63,44% para motilidade total < 40% e 68,88% para motilidade

entre 70-80%). Para o parâmetro de integridade de membrana e a fertilidade não

foi observado relação. A partir dos resultados obtidos foi possível concluir que as

provas de termoresistência não têm relação direta com a fertilidade e que talvez

mais importante do que muita prova laboratorial, seja a experiência do técnico que

trabalhando rotineiramente na congelação de sêmen de touros e conhecendo as

características seminais e a fertilidade de determinados animais, possa contorna

situações antagônicas entre os valores de provas laboratoriais e a fertilidade,

utilizando estratégias para compensar determinados problemas seminais e

(17)

With the aim of correlating the efficiency of the thermoresistance test (fast and slow) of the frozen sperm in the bovine species with the fertility 64 were used ejaculated of 39 bulls of the race Nelore with age between 2 and 10 years belonging to a Headquarter of Artificial Insemination. After the crops the sperm samples were appraised macro and microscopical as for the volume, aspect, turbine, total motility, energy, concentration and spermatic pathology.Later the ejaculated were frozen in diluent (TRIS) to a height of 3 cm of the liquid nitrogen (-140º C) in a freezing tank for 15 minutes. For analysis of the frozen departures the parameters of subjective total motility, energy, computerized analysis of the spermatic movement (HTMA – IVOS 10) were used. Fluorescence test was also used to evaluate the integrity of the

membrane post-defrosting after the proofs fast (46°C/30’) and slow (38°C/5h) of

thermoresistance. The total motility values after the thermoresistance proofs they were subdivided into 4 categories denominated of adaptation (0=0% of motility, 1= 0-20% of motility, 2= 20-40% of motility and 3= >40% of motility).The fertility test was accomplished through the artificial insemination of 3161 females of the race Nelore, with age between 2 and 16 years in a same property and the fertility was appraised through the pregnancy index after the first artificial insemination. In order to verify the association between the occurrences of interest and the fertility it was used the proof

of Qui-square, with the calculation of statistics X2 and P. The statistics were

(18)

LISTA DE ABREVIATURAS... vi

LISTA DE SÍMBOLOS... viii

LISTA DE TABELA... ix

RESUMO... xii

ABSTRACT... xiv

1 INTRODUÇÃO... 18

2 OBJETIVO E HIPÓTESE... 21

3 REVISÃO DE LITERATURA... 22

3.1 Criopreservação dos Espermatozóides... 22

3.2 Integridade da Membrana Plasmática do Espermatozóide... 22

3.3 Motilidade Convencional e Computadorizada do Sêmen Congelado.... 29

3.4 Número de Espermatozóides Viáveis (membrana plasmática intacta) na Dose Inseminante... 32

3.5 Teste de Termoresistência para avaliação do sêmen congelado... 34

4 MATERIAL E MÉTODOS... 39

4.1 Local da Pesquisa... 39

4.2 Animais... 40

4.3 Avaliação Inicial do Sêmen a Fresco... 40

4.4 Congelação do Sêmen... 41

4.5 Avaliação do Sêmen Congelado... 44

4.6 Avaliação do Sêmen Congelado... 45

4.6.1 Avaliação do Movimento Espermático Pós-Descongelação... 45

(19)

4.6.4 Teste da Integridade de Membrana Pós-Teste de Termoresistência... 51

4.6.5 Cálculo do Número de Espermatozóides com Motilidade Progressiva e Integridade de Membrana Plasmática na Dose Inseminante... 51

4.6.6 Teste de Fertilidade... 51

4.6.7 Análise Estatística... 53

5 RESULTADOS... 54

5.1 Comparação entre Motilidade Computadorizada e Convencional... 54

6 DISCUSSÃO... 67

6.1 Relação entre a Motilidade Total e a Fertilidade... 67

6.2 Avaliação da Integridade da Membrana Plasmática... 69

6.3 Relação entre o Número de Espermatozóides com a Membrana Plasmática Íntegra, Motilidade Progressiva (CASA) e a Fertilidade... 71

6.4 Relação entre os Valores do Teste de Termoresistência e a Fertilidade 72 7 CONCLUSÃO... 75

(20)

1 INTRODUÇÃO

A pecuária é uma atividade de grande importância social e econômica no

Brasil. Os cenários tanto interno, quanto externo, apontam na direção do

fortalecimento da atividade, seja como produtora de alimento de alta qualidade, seja

como geradora de divisas. As vantagens do setor pecuário nacional são

caracterizadas pela competitividade econômica, pela produção de carne sob

condições de ambientes naturais, e pela tendência de demanda dos mercados mais

exigentes, cenário esse que coloca o Brasil em posição de destaque no plano

mundial.

Atualmente o setor agropecuário tem-se mostrado imprescindível para a

economia do país, contribuindo com uma grande parcela do PIB (produto interno

bruto) brasileiro. Em conjunto com o crescimento desse setor está a preocupação do

ser humano quanto ao seu destino. É nítido que a população mundial vem

crescendo em ritmo acelerado e como conseqüência há um aumento na demanda

por alimentos.

A procura por alimentos não está apenas sustentada pela quantidade,

mas também qualidade, pois são inúmeras as preocupações do homem em relação

à saúde. Há também o surgimento de novas economias e mercados mundiais, os

quais impulsionam essa demanda.

A atual tendência mundial por demanda de alimentos, com específicos

atributos de qualidade, como a sustentabilidade ambiental, segurança alimentar,

saúde humana e responsabilidade social, representa um dos requisitos

fundamentais para o credenciamento e inserção de agentes do agronegócio nesse

(21)

Em resposta a esses fatores, há necessidade de se buscar cada vez mais

um aumento na produção de carne, o qual vem sendo conseguido através da

melhoria genética dos rebanhos, conseqüência da utilização de diversas

biotecnologias (inseminação artificial, transferência de embriões e a fertilização in

vitro), desenvolvimento de programas de avaliação dos animais e disponibilidade de

alimentos.

Uma das biotecnologias mais utilizada é a inseminação artificial que

apresentou um crescimento considerável nos últimos anos subindo de 1.520,739

doses comercializadas em 1981 para 6.870.090 em 2000, ASBIA, (2003). As

Centrais de Inseminação Artificial reconhecem a responsabilidade na produção de

sêmen de alta qualidade e mantém um rigoroso controle em todas as etapas de

produção e industrialização do sêmen.

Apesar de uma série de trabalhos publicados (DIMITROPOULOS, 1967;

ARRUDA, 1988) mostrando uma relação positiva das características seminais,

mensuradas em laboratório e a fertilidade, está claro que ainda temos uma

deficiência em conhecer e predizer como será o comportamento e resultado final de

fertilidade de uma amostra in vitro. A origem do problema inclui repetibilidade de

nossos testes laboratoriais, nossa dificuldade ainda para mensurar fertilidade, assim

como, estabelecer que existem diferenças entre as amostras de sêmen. Um outro

aspecto do problema é a tendência de sempre simplificar a natureza biológica da

subfertilidade culpando o macho ou inseminador, muitas vezes assumindo que um

simples ou um conjunto de testes englobará a maioria dos fatores importantes para

a fertilidade (SAACKE et al., 2000)

Existe essa preocupação quanto à qualidade do sêmen produzido, mas

(22)

criopreservação imposto ao sêmen e correlacioná-lo com fertilidade, sendo ainda o

teste mais fidedigno a fertilidade a campo, que é demorada e onerosa. O processo

de criopreservação das células espermáticas resulta em uma diminuição da

fertilidade comparada com sêmen a fresco, em função da morte celular e dos danos

na capacidade funcional dos espermatozóides sobreviventes (GONZALEZ, 2004).

Diversas avaliações têm sido utilizadas, tais como: verificação da

motilidade total através do método subjetivo ou computadorizado (Hamilton Thorne

Research - HTMA); a padronização das concentrações das doses inseminantes e

das patologias espermáticas; utilização de fluorocromos para verificação da

integridade das membranas espermáticas e a capacidade funcional de algumas

organelas; testes de estresse térmico; fertilização in vitro e outros mais caros,

dispendiosos e de difícil aplicabilidade na rotina.

As provas de exaustão dos espermatozóides a diversas temperaturas

ainda são muito utilizadas para correlacionar a capacidade dos espermatozóides em

suportar longos períodos de tempo a uma determinada temperatura com a fertilidade

(DIMITROPOULOS, 1972; BARNABÉ, 1980; ARRUDA, 1988).

Mediante constatações de rotina e discussões que surgem em função da

aplicabilidade das provas de termoresistência, esse trabalho foi realizado para

avaliar a eficiência dos testes de termoresistência lento (TTRL, DIMITROPOULOS,

1967) e o teste de termoresistência rápido (TTRR, MIES FILHO, 1987) em relação a

fertilidade para o sêmen congelado bovino.

(23)

Os objetivos deste trabalho foram correlacionar e associar a eficiência dos

testes de termoresistência (rápido e lento), da motilidade total pós-descongelação,

do índice de integridade da membrana plasmática, do número de espermatozóides

com movimento progressivo e do número de espermatozóides viáveis avaliados pelo

índice de integridade de membrana plasmática de sêmen congelado na espécie

bovina com a fertilidade.

A primeira hipótese testada foi de que partidas de sêmen que não se

encontravam dentro dos padrões mínimos preconizados pelo teste de

termoresistência, teriam fertilidade semelhante às partidas que estavam dentro dos

padrões mínimos estabelecidos, pois acredita-se que o teste não reflita as mesmas

condições encontradas no trato genital da fêmea, apesar do sêmen se encontrar em

temperaturas semelhantes nos dois locais (útero e frasco).

Com relação a motilidade total pós-descongelação a hipótese foi de que

partidas de sêmen que apresentassem maiores índices de motilidade total,

proporcionariam uma melhor taxa de prenhez.

Melhores taxas de prenhez seriam verificadas em partidas de sêmen que

apresentassem maiores índices de integridade de membrana plasmática e um maior

número de espermatozóides viáveis avaliados pelo índice de espermatozóides com

membrana plasmática intacta.

Com relação ao número de espermatozóides com movimento progressivo

a hipótese testada foi de que partidas de sêmen que apresentassem um maior

número progressivo, proporcionariam maiores índices de prenhez.

(24)

3.1 Criopreservação dos Espermatozóides

Mies Filho (1987) relatou que as primeiras evidências sobre a ação do

frio na preservação dos espermatozóides foram verificadas por Ivanov, que observou

que as células espermáticas colhidas do epidídimo de um carneiro morto na neve

após várias horas, ainda mantinham-se vivas.

Spallanzani (1776) apud Mies Filho (1987), constatou o fato biológico de

anabiose (suspensão das funções vitais de forma reversível do organismo (vegetal

oy animal) por congelação ou ressecamento). Relatou que os espermatozóides

permaneciam imóveis temporariamente induzindo-se a um estado de letargia do qual

poder-se-iam recuperar quando expostos a temperaturas mais elevadas.

O sucesso da criopreservação do sêmen de mamíferos foi atribuído em

grande parte a Polge, (1949) apud Zavós & Correa, (1995), que observou que o

glicerol proporcionava uma proteção às células.

Entretanto os protocolos de criopreservação expõem as células

espermáticas à inúmeras situações de estresse como as variações de temperaturas

e exposição à temperaturas não fisiológicas, estresse osmótico pelos elevados

gradientes de concentração de solutos do meio diluidor de congelação e pela

formação e dissolução de cristais de gelo no meio extracelular, os quais

comprometem sua viabilidade (WATSON & MARTIN, 2000).

A exposição das células espermáticas à temperaturas abaixo das

fisiológicas, mesmo antes de ocorrer a congelação (processo de estabilização e

redução do metabolismo das células espermáticas) é responsável por mudanças na

organização bi-dimensional dos lipídios da membrana e alteração das propriedades

(25)

espermatozóides pós-descongelação, pela antecipação da capacitação espermática

(HOLT, 2000). O estresse sofrido pelos espermatozóides durante o processo de

refrigeração é conhecido como choque frio, sendo sua sensibilidade variável entre

espécies. Estudos correlacionaram a suscetibilidade aos danos da refrigeração com

a composição de lipídios da membrana entre as espécies, ou seja, espécies

(bovinos e eqüinos) que contém concentrações de esteróides baixa e concentrações

de ácidos graxos poliinsaturados elevados, são mais predispostos aos danos do

choque térmico (DARIN-BENNETT et al., 1973).

Parks & Lynch (1992) determinaram a composição e comportamento na

fase termotrófica dos lipídios de membrana dos espermatozóides de cachaço, touro,

garanhão e galo, de acordo com uma classificação baseada no grau de sensibilidade

ao choque frio. Lipídios do sêmen total e da membrana plasmática foram divididos

em lipídios neutros, glicolipídios e fração de fosfolipídios, além de esteróides livres e

fosfolipídios ligados a ácidos graxos. O colesterol foi o esteróide encontrado em

maior quantidade dentre os lipídios espermáticos nas espécies estudadas. Dos

fosfolipídios encontrados em maior freqüência tem-se: esfingomielina,

fosfatidil-colina e fosfatidil-etanolamina. Dos ácidos graxos ligados a fosfolipídios foi

caracterizada uma alta proporção de grupos docosapentóicos e de

docosahexanóicos nos espermatozóides das espécies mamíferas e de ácidos

graxos de cadeia menor com maior número de saturações no espermatozóide de

galo. Os glicolipídios correspondem a menos de 10,0% do total de lipídios polares

das membranas espermáticas nas espécies estudadas, observando-se que o maior

glicolipídio encontrado no espermatozóide do galo é diferente do encontrado nos

espermatozóides mamíferos, demonstrando as diferenças de tolerância entre os

(26)

Existem três membranas no espermatozóide: plasmática, acrossomal e

mitocondrial. Com exceção da última, as outras apresentam diferenças em domínios

na sua estrutura e comportamento (WATSON, 1995).

As membranas espermáticas em condições normais apresentam-se num

estado fluido, sendo esta característica um pré-requisito para o desempenho de suas

funções com plena eficiência. Os principais fatores que afetam esta fluidez são sua

composição relativa entre fosfolipídios e colesterol e a temperatura na qual a

membrana é exposta. Com a queda da temperatura, os lipídios passam por uma

transição de estado fluido para um estado gel, no qual as cadeias de ácidos graxos

tornam-se desordenadas e com a contínua queda de temperatura, essas se

organizam em um modelo paralelo, produzindo uma estrutura rígida, tornando estas

áreas fracas, sujeita a rupturas, fusões e permeáveis a íons (HAMMERSTED et al.,

1990).

As membranas ancoram-se no citoesqueleto que é uma complexa rede de

filamentos de proteínas que se estende pelo citoplasma e coordena a estrutura,

organização e o movimento da célula. É uma estrutura altamente dinâmica que dá a

célula uma forma tridimensional. Reorganiza-se continuamente controlando a forma,

movimento intracelular, transporte de organelas e segregação cromossomal. Este é

formado por três tipos de filamentos de proteínas: actino filamentos

(microfilamentos), microtúbulos e filamentos intermediários. Estes tipos de filamentos

são formados por diferentes sub-unidades de proteínas: actina para microfilamentos,

tubulinas para microtúbulos e fibras de proteínas para filamentos intermediários. Os

filamentos de actina e tubulinas se ligam a umas variedades de proteínas acessórias

que tem a capacidade de participar de distintas funções em diferentes regiões da

(27)

comunicação dentro da célula e capacitam a localização espacial do complexo de

proteínas e organelas (DOBRINSKI, 1996).

Essas proteínas apresentam despolimerização e repolimeração de acordo

com a temperatura a que são submetidas, o que traz importantes implicações na

criopreservação dos espermatozóides (WATSON, 1995). Spungin et al. (1995)

propuseram que a despolimeralização da F-actina do citoesqueleto é um passo

necessário para permitir a aproximação do plasmalema à membrana do folheto

externo acrossomal para produzir a exocitose, portanto, a despolimerização e

repolimerização de acordo com a temperatura do resfriamento e criopreservação

poderia contribuir com uma fusão desorganizada.

3.2 Integridade da Membrana Plasmática do Espermatozóide

A integridade da membrana plasmática tem sido um dos parâmetros mais

estudados no processo de avaliação das injúrias sofridas pela célula durante o

processo de criopreservação (DELL’ AQUA, 2000).

A integridade da membrana plasmática exerce um papel fundamental na

sobrevivência do espermatozóide no trato genital da fêmea e na manutenção de sua

capacidade fertilizante (PARKS & GRAHAN, 1992).

O uso de fluorocromos (isolados ou associados) tem promovido uma boa

metodologia de avaliação da integridade de vários compartimentos subcelulares,

como a função mitocondrial e a integridade da membrana plasmática (MARTINEZ,

(28)

As sondas fluorescentes têm sido muito utilizadas, pois têm a capacidade

de se difundir pelas células íntegras ou lesadas, mesmo na presença de algum

crioprotetor (ZÚCCARI, 1998).

As células espermáticas coradas com as sondas fluorescentes podem ser

avaliadas tanto no aspecto morfológico quanto no funcional, sem a interferência do

meio extracelular (ERICSSON et al., 1989).

Os corantes fluorescentes podem ser divididos em dois grupos; os que

não são capazes de penetrar através de uma membrana íntegra, caso do brometo

de etídeo, iodeto de propídeo e hidroetidine, entre outros (EVENSON et al., 1982;

ERICSON et al., 1989) e os compostos não polares, onde se encontram os ésteres

de fluoresceína, que têm característica de se difundirem através de uma membrana

intacta e serem hidrolisados por esterases, produzindo fluoresceína (ROTMAN &

PAPERMASTER, 1966).

O Iodeto de Propídeo se liga e fluoresce o DNA celular de vermelho, é

impermeável a membrana celular íntegra, penetrando na célula e desempenhando

sua função somente em células com a membrana lesada. O Diacetato de

Carboxifluoresceína por outro lado é permeável a célula, sendo deestereficado por

esterases não específicas resultando em Carboxifluoresceína livre que se liga a

membrana intacta, causando uma fluorescência verde (HARRISON & VICKERS,

1990).

A princípio, a técnica com sonda fluorescente foi realizada com a

utilização de um citômetro de fluxo, pois este tem a capacidade de avaliar um

número maior de células, em um tempo mais reduzido, além de determinar muitas

variáveis e ser altamente correlacionado com a fertilidade (ERICSON et al., 1989;

(29)

Harrison & Vickers (1990) adicionaram à solução de trabalho, o

formaldeído, numa diluição de 1:80, o que proporcionou a avaliação através de

preparação úmida em microscópio de epifluorescência.

Brito et al. (2003) verificaram que quando utilizaram os corantes

Diacetato de Carboxifluoresceína (CFDA) e Iodeto de Propídeo que os

espermatozóides com danos na membrana apresentam variados graus de coloração

verde e vermelha, indicando diferenças na susceptibilidade da membrana de acordo

com a região ou devida uma menor condensação do DNA. Observaram que em

alguns casos a região da peça intermediária de espermatozóides lesados,

apresentavam diferentes tonalidades de verde, indicando que o Diacetato de

Carboxifluoresceína pode ser produzido e retido dentro da mitocôndria intacta. Os

mesmos autores observaram uma alta correlação entre os valores de integridade de

membrana obtido através dos corantes CFDA e a taxa de fertilização in vitro.

Januskauskas et al. (1999) não observaram correlação entre o teste de

integridade de membrana e a taxa de não retorno ao cio aos 56 dias na espécie

bovina.

Zúccari & Papa. (1995) relataram que em relação ao sêmen congelado

eqüino, uma queda concomitante do número médio de espermatozóides íntegros e

da motilidade progressiva ocorre no teste de termoresistência.

Zúccari (1998) trabalhando com espermatozóides eqüinos, verificou

correlações existentes entre as variáveis motilidade, vigor e integridade da

membrana plasmática pela utilização das sondas fluorescentes, Iodeto de Propídeo

e Diacetato de Carboxifluoresceína, após a descongelação e durante o teste de

(30)

Januskauskas et al. (2003) trabalharam com os corantes Anexina-V e

Iodeto de propídeo para avaliar a viabilidade dos espermatozóides bovinos

pós-descongelação e verificaram que o número de células vivas e viáveis nas doses

inseminantes estavam significativamente correlacionadas com a fertilidade.

Brito et al. (2003) compararam métodos de avaliação da membrana dos

espermatozóides bovinos e verificaram que os valores de espermatozóides com a

membrana intacta determinada pelas colorações de Carboxifluoresceína/Iodeto de

propídeo e SYBR-141/Iodeto de propídeo foram maiores do que a proporção de

espermatozóides com membrana íntegra ao teste hiposmótico durante a incubação

pós-descongelação. Demonstraram que a proporção de espermatozóides intactos

determinadas pela coloração com Iodeto de propídio diminuiu constantemente

durante a incubação a 37ºC.

Coelho et al. (1995) comparando a integridade da membrana plasmática

dos espermatozóides bovinos e sua relação com a motilidade progressiva a uma

temperatura de 38,5ºC durante 2-4 horas, observaram o efeito significativo do

reprodutor para as variáveis: motilidade progressiva e percentual de células

espermáticas com membranas plasmáticas danificadas, nos diferentes tempos de

incubação. Os pesquisadores correlacionaram positivamente o declínio da

motilidade progressiva com relação ao percentual de células íntegras em função do

tempo de incubação, sugerindo que a perda da motilidade está associada às lesões

da membrana plasmática. Os mesmos autores observaram a presença de formas

intermediárias de membranas danificadas sugerindo que a resistência da membrana

plasmática ao longo das distintas regiões dos espermatozóides, parece ser diferente,

provavelmente devido à diferenciação regional na composição da superfície da

1

(31)

célula espermática, resultando em componentes associados com funções

especializadas, localizados em domínios específicos.

Mclaughlin et al. (1992) não encontraram qualquer relação entre

motilidade e integridade de membrana, quando avaliaram à integridade da

membrana do espermatozóide humano por dois métodos independentes:

intumescimento celular em condições hiposmóticas e coloração com Hoechest

33258. Esses métodos não identificam células que apresentam formas

intermediárias de membranas danificadas, as quais podem ainda conservar sua

motilidade.

Chalah & Brillard (1998) utilizaram a coloração de SYBR-14/Iodeto de

propídio para avaliar a integridade de membrana em espermatozóides bovinos

criopreservados e incubados à 4ºC durante 0,5 ; 2 ; 4 ; 24 horas e observaram que

a integridade de membrana diminui em função do tempo.

3.3 Motilidade Convencional e Computadorizada do Sêmen

Congelado

A avaliação subjetiva da motilidade espermática tem sido utilizada

correntemente como meio de qualificar o sêmen após a descongelação, face sua

correlação com a fertilidade (LASLEY, 1944 apud FERREIRA, 2000).

Pickett et al. (1965) avaliaram temperaturas de descongelação em sêmen

congelado bovino e obtiveram uma correlação positiva entre a motilidade

pós-descongelação e a fertilidade.

Casagrande et al. (1980) trabalharam com um material pré-selecionado

(32)

motilidade como da velocidade espermática avaliadas subjetivamente com a

fertilidade. Os mesmos autores observaram que o limite mínimo de motilidade após

descongelação para sêmen de fertilidade normal é de 20% e que o coeficiente de

correlação da velocidade espermática com fertilidade é bem mais alto do que a

motilidade propriamente dita.

Kjaestad et al. (1993) trabalharam com sêmen congelado de 18 touros e

verificaram uma correlação entre motilidade e velocidade, mas não entre motilidade

e integridade de acrossomo. Os mesmos autores constaram que motilidade e

velocidade estão relacionadas com a fertilidade.

Jondet & Rabadeux (1974) relataram que descartavam as partidas de

sêmen criopreservados que não descongelassem com no mínimo de 60,0%

de motilidade.

Dois autores avaliaram e correlacionaram a motilidade

pós-descongelação de espermatozóides bovinos congelados na forma de pellets com a

taxa de não retorno ao cio aos 60-90 dias (GIBSON & GRAHAM, 1969).

Papa (1982) trabalhou com duas temperaturas (40ºC e 70ºC) de

descongelação em sêmen congelado bovino e verificou que quanto maior a

temperatura de descongelação maior o valor da motilidade total, sendo esta

correlacionada com a fertilidade (77,09% taxa de prenhez em 8441 inseminações).

O uso da análise computadorizada vem sendo cada vez mais difundida na

avaliação do sêmen de diversas espécies, como por exemplo, humanos (MARCK et

al., 1988), eqüino (FERREIRA et al., 1997) e ovino (SOUSA et al., 1999), pois é uma

alternativa à avaliação microscópica tradicional de motilidade e concentração

espermática. A técnica permite a identificação precisa das células móveis e imóveis

(33)

partir destes dados, com o auxílio de um microcomputador, é possível calcular o

percentual de motilidade, reconstituir as trajetórias espermáticas e através de suas

medidas determinar os valores médios para a velocidade espermática, linearidade,

índice retilíneo e deslocamento lateral da cabeça dos espermatozóides, sendo os

valores de suma importância para discriminar pacientes férteis ou inférteis (AMANN,

1987).

Januskauskas et al. (2001) correlacionaram a motilidade pós-

descongelação de sêmen congelado bovino e a porcentagem de linearidade

avaliado pelo método subjetivo e computadorizado. Os autores verificaram que os

valores de motilidade avaliados pelo método subjetivo são menores do que pelo

método computadorizado, mas não são estatisticamente diferentes. A motilidade

pós-descongelação avaliada pelo método subjetivo, foi significativamente

correlacionada com a fertilidade (taxa de não retorno ao cio aos 56 dias). Quando

utilizaram touros de boa fertilidade, tanto a avaliação da motilidade subjetiva quanto

computadorizada foram significativamente correlacionadas com fertilidade.

Januskauskas et al. (1996) trabalharam com palhetas de sêmen bovino

utilizando as concentrações de 10,0 e 15,0 x 106 de espermatozóides totais e

verificaram que nas doses de 15,0 x 106 a motilidade pós-descongelação não foi

correlacionada com a fertilidade, em contrapartida, essa foi significativamente

importante nas doses com 10,0 x 106.

Brahmkshtri et al. (1999) relataram que a porcentagem de motilidade,

viabilidade e integridade de acrossomo não foram correlacionadas com a taxa de

concepção. Todavia existiu uma alta correlação entre motilidade pós-descongelação

e viabilidade. Os mesmos autores relataram que a baixa correlação entre motilidade

(34)

espermatozóide em atingir o oócito, mas não indica a capacidade para realizar a

reação acrossômica com a membrana vitelínica e formar o pró-núcleo.

Farrel et al. (1998) verificaram uma alta correlação (r = 0,89 a 0,98) , entre

a associação alguns parâmetros de movimento espermático de bovinos avaliados

pelo método computadorizado (CASA) e a fertilidade.

Zhang et al. (1998) estudaram algumas características espermáticas na

espécie bovina e sua relação com a fertilidade e verificaram uma correlação

significativa entre a motilidade linear pós-descongelação e a fertilidade.

Hansen2 et al. (2004) obtiveram uma pequena correlação (r = 0,06,

P>0,05) entre motilidade pós-descongelação de sêmen bovino e a taxa de não

retorno ao estro aos 60 – 90 dias no primeiro serviço em 2.154 inseminações.

3.4 Número de Espermatozóides Viáveis (membrana plasmática

intacta) na Dose Inseminante

Um dos objetivos da técnica de inseminação artificial é maximizar o uso

do sêmen de touros geneticamente superiores com um índice de fertilidade

compatível. Dessa forma tem-se procurado reduzir o número de espermatozóides na

dose inseminante (FOULKES & STEWART, 1977). Os mesmos autores não

observaram diferença significativa na taxa de não retorno ao cio aos 60-90 dias,

utilizando-se 5,0 ; 7,0 e 9,0 x 106 espermatozóides totais por dose em palhetas de

0,25 mL, em contrapartida, as doses com 12,0 e 20,0 x 106 apresentaram uma maior

taxa de não retorno. Verificaram que o decréscimo de 1,0 x 106 espermatozóides

inseminados refletia em uma redução de 0,5% na taxa de não retorno ao cio.

2

(35)

Jondet (1972) relatou que para palhetas com volume variando entre 0,20 ;

0,40 e 0,60 mL , com o número de 3,0 x 106 espermatozóides viáveis

pós-descongelação, avaliado apenas pela motilidade progressiva, as taxas de não

retorno permanecem constantes (65,3% ; 70,4% e 62,8%) respectivamente. Com

poucas exceções a fertilidade diminuiu com a redução do número de

espermatozóides viáveis por dose (< 3,0 x 106). Doses com até 0,375 x 106

espermatozóides viáveis são passíveis de atingir taxas de concepção médias (57,2%

; 46,7% e 44,6% para volumes entre 0,20, 0,40 e 0,60 ml) sendo influenciada pelo

volume da dose e a fertilidade do touro.

Den Daas et al. (1998) utilizaram palhetas de 0,25 mL com sêmen de 20

touros adultos com a concentração de espermatozóides viáveis por dose entre 1,1 a

11,8 x 106. Os autores constataram que não houve correlação entre o número

máximo de espermatozóides viáveis com uma maior taxa de não retorno ao cio aos

56 dias e que o número de espermatozóide necessário para se obter um valor

máximo na taxa de concepção (95%) está ao redor de 1,0 e 11,0 x 106.

Stewart & Bennett (1968) utilizaram 5,0 ; 10,0 ; 20,0 e 30,0 x 106

espermatozóides totais por dose inseminante e não observaram diferença estatística

significativa na taxa de não retorno ao cio aos 60 – 90 dias.

Shannon & Vishwanath (1995) comparando a ótima e sub-ótima

concentração espermática compatível com fertilidade entre sêmen a fresco e

congelado bovino, verificaram que a interação touro versus concentração por dose

foi significativa para sêmen congelado, mas não para sêmen a fresco, sugerindo que

o efeito da congelação não é uniforme entre os touros. Os autores relataram que

comparativamente é necessário 2,0 x 106 espermatozóides vivos no sêmen a fresco

(36)

indicando que o processo de congelação alterou a probabilidade de fertilização pelos

espermatozóides vivos ou o seu modelo de sobrevivência.

Seidel et al. (1997) relataram taxas de prenhez de 41,0 e 50,0% utilizando

doses de 1,0 x 105 e 2,5 x 105 de espermatozóides totais em palhetas de 0,1 mL de

sêmen sexado no corpo e corno uterino, contra 61,0% do grupo controle (2,5 x 106)

congelados em palhetas de 0,21 mL.

Hansen2 et al. (2004) obtiveram uma pequena correlação entre o número

de espermatozóides com movimento progressivo e a fertilidade ,estando esse

número por volta de 4,5 a 5,0 x 106. Nesse mesmo estudo os autores verificaram

uma correlação ainda maior entre o número de espermatozóides viáveis na dose

(4,5 a 5,0 x 106 por dose) avaliados pela técnica de citometria de fluxo, com as

sondas fluorescentes SYBR 14/Iodeto de propídio e a fertilidade.

3.5 Teste de Termoresistência para avaliação do sêmen congelado

Pickett et al. (1961) verificaram maior resistência dos espermatozóides

bovinos à incubação de 38ºC, avaliando a porcentagem de espermatozóides móveis,

quando congelados em nitrogênio líquido do que em gelo seco e álcool, após 90 e

180 dias de estocagem.

Dimitropoulos (1967) denominou de T.T.R.L (Teste de Termoresistência

Lento) a prova que consiste na incubação de uma amostra de sêmen à 38ºC durante

5 horas, após o que se verifica a porcentagem de motilidade progressiva,

apresentando correlação positiva e altamente significativa com a fertilidade real,

medida pelo índice de não retorno ao cio aos 60-90 dias.

2

(37)

Jondet & Rabadeux. (1974) relataram que utilizam o T.T.R.L. há vários

anos e eliminam sistematicamente todo sêmen descongelado que não apresente

pelo menos 20,0% de espermatozóides ativos após a prova. Esses mesmos autores

verificaram que quanto melhor a classificação inicial da amostra logo após o

descongelamento, menor é a diferença na queda percentual dos espermatozóides

exibindo movimentos progressivos. Eles enunciaram essa assertiva separando-as

em grupos de 65,0 a 70,0% ; 60,0 a 65,0 % e abaixo de 60,0 % de motilidade

progressiva após a descongelação. A utilização rotineira do teste apresenta as

vantagens de: possibilidade de retenção de partidas que, pela avaliação

convencional, seriam eliminadas por apresentarem índice de motilidade inferior a

60% após a descongelação (no Brasil atualmente considera-se como padrão mínimo

30%) e eliminação de certas partidas que, aparentemente, estariam aptas a serem

distribuídas por apresentarem o índice de motilidade mínimo exigido às

descongelações, mas que não correspondem ao T.T.R.L

Saacke & White (1972) relataram que o edema, a deterioração e a perda

da membrana acrossomal no sêmen incubado a 37ºC ocorre de maneira gradual,

sendo difícil quantificar. Verificaram que a retenção de acrossomo às 2 ; 4 e 8 horas

à temperatura de 37ºC foi relacionada com a fertilidade.

Pursel et al. (1972) observaram que a incubação por 2,5 e 4,5 horas

foram prejudiciais para porcentagem de espermatozóides móveis nas temperaturas

de 15 ; 20 e 30ºC.

Coulter & Foote (1974) incubaram sêmen congelado de bovino a 37ºC

durante 0 ; 3 e 6 horas e verificaram uma queda acentuada na motilidade total e na

(38)

Barnabe et al. (1980) trabalharam com as ampolas de sêmen produzido

em uma central de inseminação artificial para avaliar o teste de termoresistência e

verificaram que em média a motilidade progressiva pós-descongelação foi de

46,15%, sofrendo uma queda para 19,77% depois do teste rápido e para apenas

6,12% após o teste lento. Diante de tais resultados e considerando que o material

fora previamente selecionado quanto à qualidade e liberado para comercialização

sem que se tenha tido conhecimento de reclamações por parte dos compradores, é

de se supor que o critério de eliminação sistemática de todo sêmen congelado que

não apresente pelo menos 20% de espermatozóides ativos após o teste lento de

termoresistência poderia não ser aplicado nas amostras em questão. Os

pesquisadores relataram que talvez a prova lenta seja demasiadamente rígida para

a avaliação das amostras de sêmen. Assim, os valores para a prova rápida foram

correlacionados com os obtidos após a prova lenta, verificando-se um coeficiente de

correlação (r=0,38) que embora de média intensidade, revelou-se positivo e

altamente significante. Dessa forma, o teste de termoresistência rápido seria mais

aconselhável de ser executado, mesmo porque, o sêmen de determinados touros

pode apresentar fertilidade, apesar dos valores baixos acusados pela prova.

Arruda (1988) verificou taxas de prenhez semelhantes (teste de

qui-quadrado) ao primeiro, segundo e terceiro estro para os tratamentos do teste de

termoresistência rápido e lento. Relatou que pela análise de variância também não

detectou diferença significativa do tratamento sobre a taxa de prenhez assim com os

efeitos de touro e da interação touro versus tratamento. O autor dividiu em duas

classes de motilidade (baixa = 25,0 a 35,0% e alta 40,0 e 50,0%) as palhetas

utilizadas no teste de termoresistência rápido com a finalidade de verificar a

(39)

pesquisador concluiu que como as taxas de prenhez acumuladas para ambos os

testes se mostraram próximas é possível utilizar o teste de termoresistência rápido,

para avaliar com maior rapidez o poder fecundante do sêmen congelado, desde de

que sejam obedecidas às normas fixadas para congelação do sêmen bovino no

Brasil, a prova rápida de termo-resistência poderá substituir a prova lenta.

Monterroso et al. (1995) incubaram partidas de sêmen congelado durante

1 a 3 horas à temperatura de 39 ,41, 42 e 43ºC e verificaram que a motilidade teve

uma tendência de diminuir com o tempo de incubação, sendo maior à 39ºC do que a

42 e 43ºC. A capacidade de suportar o swim-up também diminuiu com o tempo de

incubação. Relataram que a porcentagem de motilidade foi afetada pelo tempo e

existiu uma interação tempo-temperatura de incubação. Os mesmos autores

relataram que os espermatozóides incubados a 39, 41 ou 42ºC tiveram uma leve

diminuição na taxa de clivagem e na porcentagem de embriões clivados que

desenvolveram até o estágio de 4 células, em relação aos espermatozóides não

incubados. Verificaram um aumento na produção de superóxido em todas as

temperaturas de incubação mas uma maior quantidade a temperatura de 42ºC.

Demonstraram que a integridade da fita de DNA não foi alterada pela temperatura,

utilizando-se a coloração de laranja-acridina. O aumento na produção de radicais

livres poderia causar danos ao DNA, desde que os radicais livres pudessem reagir

com o DNA para produzir nucleosídeos oxidados. O sistema de cultura utilizado para

avaliar o efeito do estresse térmico calórico nos espermatozóides não simula as

condições in vivo as quais podem ser comprometidas pelo calor .

Rota et al. (1996) incubaram sêmen de cão por 3 horas a uma

temperatura de 38ºC para verificar a eficácia da introdução do Equex STM Paste®

(40)

verificaram que a motilidade espermática e a integridade de membrana diminuem

em função do tempo. Verificaram que a proporção de células com membranas

intactas sempre foram maiores do que o número de células móveis, mas que a

utilização do Equex STM Paste® sempre proporcionou maiores índices de motilidade

e integridade de membrana.

Nagy et al. (2004) submeteram os espermatozóides bovinos a um período

de incubação de 4 horas sob uma temperatura de 37ºC para avaliar as alterações na

membrana plasmática e acrossomal e observaram que durante o período de

incubação a população de espermatozóides vivos e com acrossomo intacto

diminuíram discretamente; os espermatozóides mortos com acrossomo intacto

diminuíram de 37,4% pós-descongelação para 17,4%, em contrapartida os

espermatozóides mortos e com acrossomo rompido aumentaram de 18,0% para

35,0%. Verificaram que a porcentagem de espermatozóides positivos para PE-PNA

(corante fluorescente Peanut aglutinina) dentro da população daqueles que estavam

morrendo aumentaram significativamente de 3,5% para 66,9 %, evidenciando um

aumento na exocitose da membrana acrossomal, podendo isto ocorrer em função o

próprio processo de criopreservação ou devido a exaustão dos espermatozóide

provocada pela temperatura e tempo de incubação.

4 MATERIAL E MÉTODOS

(41)

A pesquisa foi desenvolvida em três locais diferentes:

1º- A congelação e as análises iniciais do sêmen utilizado no experimento

foram realizadas na Central de Inseminação Artificial Jacarezinho “Genetics”,

localizada no município de Valparaíso – Estado de São Paulo.

2º- As análises posteriores das partidas foram realizadas no

Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária da Faculdade de

Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) – UNESP – Botucatu, Estado de São

Paulo.

3º- O teste de fertilidade foi realizado na Agropecuária Jacarezinho Ltda,

localizada no município de Valparaíso, Estado de São Paulo.

A Agropecuária Jacarezinho Ltda está localizada a 600 Km da capital do

Estado de São Paulo, 280 metros de altitude e nos últimos cinco anos apresentou

médias de temperaturas máximas de 30ºC, médias de mínimas de 20ºC e o índice

pluviométrico médio de 1100 mm, caracterizando o clima tropical (MOREIRA, 1998)

Os solos predominantes são dos tipos salmourão (AMARAL & LEINZ ,

1978), com pastagens cultivadas predominantemente dos gêneros Brachiária e

Panicum.

A propriedade é bem estruturada e seleciona seu rebanho há mais de 30

anos para precocidade e fertilidade. É dividida em retiros (composto por vários

piquetes) onde existe um encarregado responsável pelo controle de todos os dados

dos animais (peso ao nascimento, peso ao desmame, idade ao primeiro estro, peso

ao sobreano, número de animais por piquete, etc). Todos os dados captados são

(42)

4.2 Animais

Para a congelação e análises do sêmen, foram utilizados 64 ejaculados

de 39 touros da raça Nelore, com idade entre 2 e 10 anos, pertencentes a Central de

Inseminação Artificial Jacarezinho Genetics – Agropecuária Jacarezinho Ltda –

Valparaíso – Estado de São Paulo.

As colheitas de sêmen foram realizadas por meio de vagina artificial

(modelo IMV®), com auxílio de uma vaca (manequim), devidamente contida ou

através de eletroejaculação (modelo Eletrovet®).

Para o teste de fertilidade foram utilizadas fêmeas da raça Nelore, com

idade entre 2 a 16 anos, onde utilizamos animais das seguintes categorias: nulípara,

primípara e multípara. Foram inseminadas 3161 fêmeas no total.

4.3 Avaliação Inicial do Sêmen a Fresco

A avaliação inicial do ejaculado foi realizada logo após as colheitas ,

procedendo-se os exames macroscópico e microscópico e os dados obtidos de cada

animal (volume, aspecto, turbilhonamento, motilidade progressiva, vigor,

concentração e patologia espermática) anotados em uma ficha de controle.

O aspecto do ejaculado foi classificado em três categorias : aquoso,

leitoso e cremoso. O turbilhonamento (movimento de massa) foi avaliado através da

deposição de uma gota de sêmen sobre uma lâmina aquecida (37ºC) e da

observação no microscópio de luz em aumento de 100x, sendo esse valor

classificado em ordem crescente : 0 , + , ++ , +++. A avaliação da motilidade

(43)

cloreto de sódio a 0,9% para efeito de diluição, com posterior retirada de uma

amostra e deposição desta sobre uma lâmina aquecida (37ºC), recobrindo-a com

uma lamínula. Esta foi inferida através de microscopia de luz, sob aumento de 200x,

sendo o resultado emitido na forma de porcentagem subjetiva de espermatozóides

móveis. A qualidade e intensidade do movimento (vigor) foram classificadas através

de uma escala de 0 a 5. Somente foram processadas as amostras portadoras dos

seguintes valores: motilidade ≥ 70% e vigor ≥ 3.

A concentração espermática foi estimada através da retirada de uma

amostra de sêmen (20 µL) diluído em 4 mL da solução de formol salina, obtendo

uma diluição de 1:200. Para análise da patologia espermática foi retirada uma

amostra de sêmen colocando-a em uma solução de formol salina (1:100), sendo

posteriormente retirada uma gota desta solução e colocada sobre uma lâmina

recoberta por uma lamínula. Foram retirados os excessos com uma folha de papel

filtro e a verificação da patologia foi feita através de um microscópio de contraste de

fase no aumento de 1000x com óleo de imersão, sendo estas classificadas em

defeitos maiores e menores. (BLOM, 1972).

4.4 Congelação do Sêmen.

Uma vez aprovados os ejaculados, os mesmos foram diluídos com

extensor (TRIS-hidroximetilaminometano) fração 1 , que não continha glicerol. Esta

solução (sêmen + diluente 1) foi levada para um balcão refrigerador a 4ºC, envolto

por um frasco contendo água a mesma temperatura em que se encontrava o

banho-maria. O frasco contendo o sêmen permanecia envolto pela água durante 2 horas,

(44)

período mínimo 4 horas de refrigeração este sêmen foi envasado em palhetas

francesas de 0,5 mL previamente refrigeradas, lacrados através de ultrassom e

colocado em seguida nas rampas de congelação na posição vertical com

capacidade para 100 palhetas. Era em seguida levado para um tanque de

congelação contendo nitrogênio líquido a uma distância de 3 cm de altura (140ºC)

onde permanecia durante 15 minutos. Após esse período as palhetas eram imersas

em nitrogênio líquido a (-196ºC) e armazenadas em botijões criobiológicos.

Composição do meio diluidor:

(45)

CONSTITUINTES QUANTIDADE

Tris3 30,28 g

Ácido Cítrico3 17,30 g

Água Bi-Destilada/Deionizada 1000 mL/qsp

DILUIDOR – TRIS – FRAÇÃO A

CONSTITUINTES QUANTIDADE

Solução Mãe 800 mL

Gema de Ovo 200 mL

Volume Final 1000 mL

DILUIDOR – TRIS – FRAÇÃO B

CONSTITUINTES QUANTIDADE

Solução Mãe 652 mL

Gema de Ovo 200 mL

Glicose 3 20 g

Glicerol 3 128 mL

Volume Final 1000 mL

Para cada mililítro de sêmen congelado são acrescidos as seguintes

quantidades de antibióticos: gentamicina (250 µg)4 , tilosina (50 µg)5, lincomicina

(150 µg)5 e espectinimicina (300 µg)5.

(46)

As palhetas foram descongeladas em banho-maria a uma temperatura de

37ºC durante 30 segundos. Eram descongeladas 2 palhetas de cada partida e todo

volume foi depositado em frascos de vidro de 5 mL, onde o conteúdo era

homogeneizado e posteriormente amostras eram retiradas para realização da

concentração espermática da dose e avaliação da motilidade total. Em seguida esse

frasco era lacrado com rolhas de cortiça e deixados em banho-maria durante 5 horas

a 38ºC (teste de termoresistência lento), para serem avaliados os índices de

motilidade progressiva, sendo o padrão mínimo aceitável de ≥ 20%

(DIMITROPOULOS, 1967) . Algumas partidas foram avaliadas utilizando o teste de

termoresistência rápido em que o sêmen permaneceu por 30 minutos em

banho-maria a 46ºC (MIES FILHO, 1987), sendo o padrão mínimo de aprovação o mesmo

referido para o teste de termoresistência lento. Através da análise do sêmen na

Central de Inseminação foram separadas aleatoriamente 27 partidas para serem

utilizadas na inseminação artificial. Os dados de inseminação artificial dessas

partidas foram agregados aos dados referentes as partidas analisadas pelo método

computadoriado, pois as doses das 27 partidas de sêmen já haviam sido utilizadas

na estação de monta. Os dados das partidas analisadas pelo método Convencional

e Computadorizado foram agregados pois estatisticamente os valores de motilidade

total não se apresentaram diferentes. (ver Tabela.2.)

4.6 Avaliação do Sêmen Congelado

3

(47)

No laboratório de andrologia do Departamento de Reprodução Animal e

Radiologia Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) –

Unesp – Botucatu – SP , foram analisadas 37 partidas de sêmen, separadas

também aleatoriamente e diferentes daquelas avaliadas na Central de Inseminação

Artificial. Foram realizados os seguintes exames: avaliação subjetiva e

computadorizada da motilidade espermática, teste de integridade de membrana e

testes de termoresistência rápido e lento. Os dados dos números de inseminação

artificial dessas partidas (2094 IA) foram submetidas as análises estatistícas de

Qui-quadrado e de correlação, pois apresentavam todas as avalições (CASA, Integridade

de Membrana e Convencional)

4.6.1 Avaliação do Movimento Espermático Pós-Descongelação

As palhetas foram descongeladas a 37ºC durante 30 segundos e

analisadas para as seguintes variáveis: motilidade total e vigor pelo método subjetivo

ao microscópio de luz; a motilidade total , progressiva, velocidade espermática ao

longo de uma trajetória real (VCL - µm/s), velocidade espermática ao longo de uma

trajetória média (VAP - µm/s), velocidade espermática considerando-se uma

trajetória retilínea com origem no primeiro ponto analisado e final no último (VSL -

µm/s), linearidade calculada através da relação matemática entre VCL e VSL (LIN -

%), índice retilíneo (IR - %), deslocamento lateral de cabeça (DLC - µm), freqüência

dos batimentos flagelares (FBF – Hz), elongação (%) e área da cabeça (µmsq)

através da análise computadorizada do movimento espermático.

A análise subjetiva foi realizada colocando-se uma gota de sêmen

(48)

lamínula. O exame foi realizado em microscópio de luz no aumento de 200x, onde a

motilidade era avaliada e estimada em uma escala de porcentagem com valores

entre 0-100% e o vigor estimado em uma escala de 1 a 5.

As análises computadorizadas da motilidade foram realizadas a uma

temperatura de 38ºC, tendo sido analisados quatro campos e anotados os valores

médios.

Tabela.1. Ajuste do HTMA – IVOS – 10 para a realização das análises

CARACTERÍSTICA AJUSTE

Número de pontos examinados 30

(49)

Tamanho mínimo da célula 3 pixels

Contraste para células imóveis 50 pixels

Limite inferior para o índice retilíneo 70%

Referência: Velocidade Média (VAP) < 40 µm/s

Referência: Velocidade lenta (VAP) < 30 µm/s

Referência: Velocidade lenta (VSL) < 20 µm/s

Limite inferior de tamanho 5 pixels

Limite superior de tamanho 3 pixels

Limite inferior de intensidade 0,24

Limite superior de intensidade 1,19

Limite inferior de alongamento 0%

Limite superior de alongamento 100%

Lentos contados como móveis Não

Magnificação 1,95

4.6.2 Avaliação do Movimento Espermático e do Vigor Pós-Teste de

Termoresistência

O volume total da palheta foi depositado em um frasco de vidro de 5 mL e

posteriormente lacrados com uma rolha de cortiça onde permaneceram no teste de

termoresistência rápido (T.R.R.R) em uma temperatura de 46ºC durante 30 minutos

e no teste de termoresistência lento (T.R.R.L) em uma temperatura de 38ºC durante

5 horas.

Ao final do período uma amostra de cada frasco era retirada e analisada

(50)

microscópio de contraste de fase; motilidade total , progressiva, VCL, VAP, VSL,

LIN, IR, DLC, FBF, elongação e área da cabeça através da análise computadorizada

do movimento espermático.

As análises subjetivas e computadorizadas foram realizadas semelhante

ao descrito no item 4.6.1.

Os valores de motilidade total Computadorizada e Convencional foram

subdivididos em 4 categorias e denominados de grupos(0 = 0% de motilidade, 1 =

1-20% de motilidade, 2 = 21-40% de motilidade e 3 = > 40% de motilidade.

4.6.3 Teste de Integridade da Membrana Plasmática Pós-

Descongelação

Uma amostra do sêmen descongelado foi colocada em uma solução de

citrato de sódio a 2,94%, para facilitar a visualização dos espermatozóides corados,

pois em função do diluente utilizado algumas amostras não apresentavam boa

nitidez dos espermatozóides fluorescentes. Essa técnica foi desenvolvida no

laboratório de andrologia do Departamento de Reprodução Animal – UNESP –

Botucatu – SP (PAPA , 2004)9 e posteriormente transferida para solução de trabalho

de fluorescência, descrita por Harrison & Vickers (1990) e modificada por Zúccari

(1998), conforme esquema abaixo:

Solução de Estoque

(51)

- 9,2 mg Diacetato de Carboxifluoresceína6

- 20 mL DMSO (Dimetilsulfóxido) 7

Solução 2

- 10 mg Iodeto de Propídio 6

- 20 mL DMSO

Solução 3

- 1 parte Formalina a 40%

- 79 partes Solução Fisiológica 8

Solução 4

- 3 g Citrato de Sódio 3

- 100 mL Solução Fisiológica

Preparo da Solução de Trabalho

20 µL de Solução 1

10 µL de Solução 2

10 µL de Solução 3

960 µL da Solução 4

Para avaliação de amostras

20 µL da Solução de sêmen + citrato de sódio

40 µL da Solução de trabalho

6

(52)

As soluções de estoque 1 e 2 foram preparadas ao abrigo da luz,

acondicionadas em tubos de ensaio recobertos com papel alumínio em alíquotas de

1 ml e congeladas a -20ºC. Soluções de estoque 3 e 4 eram armazenadas em

geladeiras a 5ºC.

Uma alíquota (40 µL) da solução de trabalho foi colocada em ependorfes

de 1,5 mL e acondicionadas em uma caixa de isopor com tampa, acrescentando-se

a essa 20 µL da solução de sêmen e citrato de sódio.

A avaliação foi realizada em microscópio de epifluorescência em aumento

de 400x. Foram contadas 100 células espermáticas em uma mesma lâmina

classificando-as como íntegras e lesadas, conforme sua coloração (FERREIRA,

2000):

Íntegros = Espermatozóides com membrana plasmática íntegra, células

coradas pelo Diacetato de Carboxifluoresceína apresentando-se verde em toda sua

extensão

Lesados = Espermatozóides com membranas plasmáticas e acrossomal

lesadas. Células coradas pelo Iodeto de Propídio,se apresentado vermelhas

Os espermatozóides que apresentaram dupla coloração foram

classificados como lesados.

4.6.4 Teste da Integridade de Membrana Pós-Teste de

Termoresistência

Referências

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