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Ajuste fiscal, competitividade e a CMF
Revista Siderurgia Brasil
Setembro de 2011
AJUSTE FISCAL,
COMPETITIVIDADE E A
CMF
O governo precisa encontrar uma fórmula para desonerar a folha de
pagamentos das empresas e, ao mesmo tempo, manter· o nível de arrecadação.
Marcos Cintra •
egundo afirmou o secretário d a Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. há es-tudos sendo elaborados a respeito do
A utilização do faturamento no lugar da folha de pagamentos teria um efeito nulo sobre a
competiti-vidade das empresas, uma vez que o ônus
sobre
a modo como a redução da tributação sobro a lo- otividode produtiva, representado hoje p.;tu:; 20% lha de pagamentos das empresas poderia ser en-y obraciÕS
sobre oS"Sàlári~ continuaria incidindo caminhada. Citou que as proposições em análise/ sobre a produção, só que ~re o faturamento. compreendem a substituição do INSS patronal por Ademais, cumpre dizer que esse t~i buto continuaria uma contribuição sobre a movimentação financei- declaratório, o que estimula aeva~
de tributos. ra (CMF) ou por uma tributação adicional sobre ofaturamento das empresas. Uma terceira proposta seria a simples diminuição da alfquota do INSS, de tal forma que a perda de receita pudesse ser com-pensada mais
à
frente por conta do maior cresci-mentoeconômico
que ela provocaria.Reduzir os impostos incldentes sobre a folha de pagamentos das empresas no Brasil
é
uma de· manda antiga, que se torna cada vez mais neces-sária em função da expressiva perda de competi-tividadeda
produção nacional. A presidente Dllma Rousseff assumiu esse compromisso durante a campanhA AIAitoral e se mostra disposta a levá-lo adiante. No entanto, cumpre dizer que a polftica fiscal expansionista dos últimos dois anos da ges-tão Lutanão
se sustenta mals, nãosó
pela pressão que ela exerce sobre a inflação oomo também pela redução que p rovoca no superávit primário, um dos pilares da política econômica brasileira. Assim,Já a utilização da movimentação financeira seria a alternativa viável porque efetivamente desonere as empresas. que deixariam de recolher os 20% para o INSS, sendo que essa receita passaria a ser obtida através da cobrança de 0,6% sobre as transações nas contas correntes bancárias. Uma simulação cuja metodologia utiliza cálculo ma-tricial e dados das Contas Nacionais calculadas pelo IBGE revela que, para 11 O setores da econo-mia, a redução da carga tributária seria significa Uva. O atual INSS patronal tem um impacto entre 8,93% e 15,37% sobre os preços e. no caso de :;ua substltutçao pela CMF, esse peso cairia para entre 1,12% e 2,47%.
A CMF é um tributo automático. que todos gariam. A sonegação que ocorre com o INSS pa-tronal seria praticamente eliminada. Trata-se de uma forma de tributação que reduz custo para
a otretnz no tniCIO aa atual administração é cortar gastos e manter a arrecadação. o que torna difícil imaginar que a proposta de corte da allquota do INSS possa vingar em um momento CtUCial para o equilíbrio das finanças públicas. Cada ponto de redução na allquota da contribuição previdenciária significa uma perda de R$ 4 bilhões na arrecada-ção federal. Portanto. restariam as duas propostas de transferência da base arrecadatória.
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não implica perda de arrecadação em um cená-rio onde o governo tenta promover um significa-tivo ajuste fiscal.