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A relação de amizade nas redes sociais de estudantes universitários de Natal/RN

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Academic year: 2017

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PHELLIPE VASCONCELOS CAVALCANTI SIQUEIRA

A RELAÇÃO DE AMIZADE NAS REDES SOCIAIS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE NATALRN

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PHELLIPE VASCONCELOS CAVALCANTI SIQUEIRA

A RELAÇÃO DE AMIZADE NAS REDES SOCIAIS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE NATALRN

Dissertação apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para Obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

Orientadora: Profª. Drª. Fívia de Araújo Lopes

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Título: A RELAÇÃO DE AMIZADE NAS REDES SOCIAIS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE NATALRN

Autor: PHELLIPE VASCONCELOS CAVALCANTI SIQUEIRA

Data da defesa: 17 DE JUNHO DE 2011

Horário: 14h30hmin

Banca Examinadora:

_________________________________________________________ Dra. LUCIANA KARINE DE SOUZA

Universidade Federal de Minas Gerais

_________________________________________________________ Dr. WALLISEN TADASHI HATTORI

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________________ Dra. FÍVIA DE ARAÚJO LOPES

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Robson Cavalcanti e Inês Vasconcelos, por tudo que sou. Pela confiança e incentivo nas minhas realizações, a vocês mais esta conquista. À minha irmã, Fabíola Vasconcelos, pelo companheirismo e amizade de sempre. À minha avó, Guiomar Pereira, por tudo que representa na minha vida. Amo vocês.

À minha orientadora, professora Fívia de Araújo Lopes, pelos conhecimentos científicos passados, orientação, disponibilidade, apoio na realização deste trabalho e pelas muitas risadas.

À Jéssica, por todo companheirismo, dedicação, paciência, compreensão, e incondicional apoio na realização das diversas etapas deste trabalho.

Aos amigos, em especial Alana Dantas e Sandresson Menezes, por mostrarem o exato significado da palavra amizade.

À Wallisen Tadashi Hattori e Felipe Nalon Castro por todo auxílio estatístico, paciência e disponibilidade.

À Luilia Suelly, Mayara Wenice, Thaiani Godoy pelas contribuições psicológicas. Às instituições de ensino que abriram suas portas para a realização deste estudo e aos mais de 500 voluntários anônimos que participaram desta pesquisa.

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SUMÁRIO

Banca examinadora... iii

Epígrafe... iv

Dedicatória... v

Agradecimentos... vi

Lista de ilustrações... ix

Resumo... x

Abstract... xi

1 - Introdução 1.1 - Apresentação... 02

1.2 - Introdução Geral... 03

1.3 - Objetivos... 16

1.4 - Hipóteses e Predições... 17

1.5 - Método Geral... 19

2 - Estudo Experimentais 2.1 - Estudo Experimental 1... 23

2.2 - Resumo... 23

2.3 - Abstract... 24

2.4 - Introdução... 24

2.5 - Método... 30

2.6 - Resultados... 33

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2.8 - Considerações finais... 41

2.9 - Referências... 42

2.1- Estudo experimental 2... 51

2.2 - Resumo ... 51

2.3 - Abstract ... 52

2.4 - Introdução... 52

2.5 - Método... 58

2.6 - Resultados... 61

2.7 - Discussão... 63

2.8 - Considerações finais... 65

2.9 - Referências... 65

3 - Discussão Geral... 72

4 - Conclusões... 77

5 - Referências Bibliográficas... 79

6 - Anexos 6.1 - Anexo 1 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes - UFRN... 91

6.2 - Anexo 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)... 92

6.3 - Anexo 3 - Questionário Sociodemográfico... 93

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Estudo Experimental 1

Figura 1: Por ordem de preferência, médias e intervalo de confiança (95%) das características avaliadas. Letras iguais indicam médias iguais. Médias estatisticamente diferentes são representadas por letras diferentes (P<0,001)... 34 Figura 2: Figura 2. Médias e intervalo de confiança (95%) das características avaliadas por mulheres e homens para uma amiga ideal. *Investimento de pontos significativamente maios por homens (P<0,001). ** Investimento de pontos significativamente maios por mulheres (P<0,001)... 35 Figura 3: Figura 3. Médias e intervalo de confiança (95%) das características avaliadas por mulheres e homens para um amigo ideal. ... 36

Estudo Experimental 2

Tabela 1: Resultados das correlações de Spearman entre as características na auto-avaliação e as mesmas características da amiga ideal conforme o sexo.... 61 Tabela 2: Resultados das correlações de Spearman entre as características na auto-avaliação e as mesmas características do amigo ideal conforme o sexo.... 62 Figura 1: Média e intervalo de confiança (95%) da característica “Interesses Comuns”

conforme o sexo dos participantes e do(a) amigo(a) ideal.*P=0,001... 63.

Discussão Geral

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RESUMO

A base da sociabilidade na espécie humana é fundamentada na cooperação. A relação de amizade, fundamental para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo de um indivíduo, pode ser compreendida como consequência da seleção para altruísmo recíproco em humanos. O período da adultez é considerado muito propício e adequado para a investigação das relações de amizade, porém a literatura brasileira sobre amizade em adultos ainda é incipiente. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a relação de amizade em estudantes universitários. Participaram desta pesquisa 500 estudantes de instituições de ensino superior do município de Natal-RN, Brasil, sendo 250 mulheres (idade média 24,1±7,66 anos) e 250 homens (idade média 26,77±9,64 anos). Dois questionários de caráter anônimo e individual foram aplicados: um questionário sociodemográfico e outro com características desejadas em amigos idealizados. No Estudo 1 avaliamos o grau de importância de características no processo de escolha de um amigo do mesmo sexo e do sexo oposto ao do participante. No estudo 2 investigamos a relação entre os padrões de idealização de amigos(as) e a autoavaliação dos participantes. De maneira geral, houve preferência pelas características “Companheirismo” e “Sinceridade” para amigos idealizados. Foi possível também constatar a influência do sexo sobre as características atribuídas para uma amiga ideal, com ênfase masculina para “Beleza/Boa aparência” e “Inteligência”, e feminina para “Companheirismo” e “Sinceridade”. Por fim, observou-se uma correlação positiva entre a autoavaliação dos participantes e as preferências para as características nos amigos(as) idealizados. Este trabalho revelou elementos importantes para a compreensão da relação de amizades, mais especificamente do processo de escolha de amigos. Os resultados encontrados reforçam a relevância do estudo da relação de amizade para uma melhor compreensão do comportamento social humano.

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ABSTRACT

The basis of sociability in humans is based on cooperation. The relationship of friendship is vital to the social, emotional and cognitive development of an individual and can be understood as a consequence of selection for reciprocal altruism in humans. The period of adulthood is considered very suitable and appropriate for the investigation of the relations of friendship, but the Brazilian literature on friendship in adults is still nascent. Therefore, the objective was to characterize the relationship of friendship among college students. The study gathered 500 students from higher education institutions in the city of Natal-RN, Brazil, and 250 women (average age 24.1 ± 7.66 years) and 250 men (mean age 26.77 ± 9.64 years). Two questionnaires anonymously and individual were applied: a sociodemographic questionnaire and the other with the desired characteristics in idealized friends. Study 1 assessed the degree of importance of characteristics in the process of choosing a friend of the same sex and opposite sex of the participant. Study 2 investigated the relationship between patterns of idealization of friends and self-assessment of participants. Overall, were the preferred characteristics "Companionship" and "Sincerity" to idealized friends. We also found the influence of sex on the characteristics attributed to an female ideal friend, with emphasis on men for "Beauty/Good looks" and "Intelligence" and women to "Companionship" and "Sincerity". Finally, we observed a positive correlation between participants' self-assessment and preferences for the characteristics of the friends devised. This study revealed important elements for understanding the relationship of friendship, specifically the process of choosing friends. The results reinforce the importance of studying the relationship of friendship to a better understanding of human social behavior.

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INTRODUÇÃO

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1.1 APRESENTAÇÃO

Esta dissertação refere-se a um único projeto de pesquisa desenvolvido pelo autor deste trabalho que, por incluir investigações de enfoques distintos, foi organizada em estudos independentes, estando deste modo, organizada no formato de artigos científicos.

Inicialmente apresentamos uma Introdução Geral, que aborda os temas investigados pelos diferentes estudos que a compõe. Nesta seção também serão apresentados o Objetivo Geral do trabalho e os Objetivos Específicos, bem como as respectivas Hipóteses e Predições. Como o procedimento de coleta foi o mesmo para todos os sujeitos, decidimos apresentá-lo por completo no item Metodologia Geral.

Em seguida, serão expostos os manuscritos elaborados na seguinte ordem: Estudo Experimental 1 - "O que procuramos em um amigo?” e Estudo Experimental 2 – “Amigo espelho meu: O que as características idealizadas em amigos dizem a meu respeito?” A formatação dos manuscritos segue as normas da American Psychological Association (APA), visto que este é o padrão dos periódicos alvo para publicação.

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1.2 INTRODUÇÃO GERAL

A sociabilidade humana

O gênero Homo surgiu na Terra há cerca de dois milhões de anos e a espécie Homo sapiens propriamente dita apareceu aproximadamente entre 100 e 200 mil anos atrás (Haile-Selassie, 2001; Lewin, 1999). No maior período de sua caminhada evolutiva, a humanidade viveu em savanas, mais especificamente as do leste africano, onde sobrevivia de forma nômade em um sistema caçador-coletor (Gaulin & McBurney, 2001). A sociedade humana começou a transformar seu modo de vida quando passou a dominar técnicas de produção do seu próprio alimento, através da agricultura, há cerca de dez mil anos (Smith, 1995). Já a sociedade industrializada existe a cerca de 300 anos. Essa duração temporal não se configura suficientemente significativa para que mudanças evolutivas consideráveis tenham ocorrido. Assim, biologicamente ainda somos muito semelhantes a um humano de 100 mil anos atrás. Nossos corpos e tendências comportamentais ainda estão, em parte, adaptados a solucionar os desafios impostos no ambiente de seleção natural (Hagen, 2002) ou Ambiente de Adaptação Evolutiva (AAE, do inglês Environment of Evolutionary Adaptadness [Bowlby, 1984]). Segundo Hagen (2002) define, o AAE seria o conjunto de todas as pressões seletivas enfrentadas pelos ancestrais de um organismo durante um tempo evolutivo recente. O AAE refere-se, então, às condições do ambiente que permitiram aos indivíduos portadores da mutação inicial ou de recombinações, e às gerações subsequentes, deixar mais descendentes, até que toda a população apresentasse a mesma característica fenotípica (Izar, 2009).

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recursos escassos (Gaulin & MacBurney, 2001). É possível que comportamentos que hoje parecem deslocados, tenham tido grande utilidade nesse ambiente, o qual em nada se parece com uma grande cidade atual (Wright, 1996). Desta forma é mais fácil lidar com pequenos grupos de pessoas, do tamanho típico de bandos de caçadores-coletores, do que com multidões; ou ainda, é mais fácil aprender a temer cobras do que tomadas elétricas. Os organismos apresentam características funcionais porque essas características foram selecionadas ao longo do passado evolutivo e podem, ou não, ser funcionais no ambiente presente. Qualquer organismo pode apresentar, hoje, características que não mais conferem função reprodutiva e podem até diminuir suas chances de sobrevivência e reprodução. Isso pode acontecer quando o ambiente presente é muito distinto daquele ambiente de evolução (Izar, 2009). É o que se observa para alguns comportamentos apresentados pelos seres humanos. Alguns se mostram adaptativos, enquanto outros parecem mesmo desajustados ao ambiente atual, devido a mudanças ambientais muito rápidas e recentes, às quais a nossa espécie não teve tempo suficiente para se adaptar (Buss, 2005; Crawford & Krebs, 1998).

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ouvidos para prover um alarme precoce, e porque a ação coletiva dos membros do grupo pode ser efetiva para repelir ao menos alguns tipos de predador (Gaulin & McBurney, 2001). Além disso, a possibilidade da predação tende a diminuir como efeito direto da diluição do ataque em meio ao número de indivíduos presentes no grupo ou mesmo em decorrência da confusão que um número maior de indivíduos provoca no predador (Dunbar, 1996; Kappeler & van Schaik, 2002; Ottoni, 2009; van Schaik, 1996). Como os custos do envolvimento em conflitos são elevados, estar em grupo atenua os riscos e aumenta as possibilidades de êxito. Assim, ao se agrupar em contextos específicos, vantagens adaptativas foram geradas fazendo com que esse atributo se disseminasse para as gerações posteriores (Gaulin & MacBurney, 2001).

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A Hipótese do Cérebro Social

Dentre as possíveis explicações para justificar a expansão cerebral dos hominídeos, a Hipótese do Cérebro Social proposta por Dunbar (1993) merece destaque. Esta hipótese pressupõe que o crescimento cerebral se deve ao aumento no número de indivíduos do grupo, de forma que as relações sociais se tornaram mais complexas exigindo um cérebro com maior capacidade de lidar com as informações sociais (Barton, 2006; Dunbar, 1997; 1998; 2003; Foley, 1997; Ottoni, 2009). Diversos trabalhos demonstraram que a associação entre volume do neocórtex e tamanho do grupo chega a prever o tamanho das redes sociais em uma ampla variedade de espécies primatas (Dunbar, 1993; 1998; Dunbar & Bever, 1998; Hill & Dunbar, 2003; Kudo & Dunbar, 2001; Stiller & Dunbar, 2007; Zhou, Sornette, Hill, & Dunbar, 2005). A coevolução entre volume do neocórtex e tamanho do grupo social também foi encontrada em outras ordens de mamíferos como cetáceos, ungulados e carnívoros (Dunbar & Bever, 1998; Kudo & Dunbar, 2001; Shultz & Dunbar, 2006). Tais achados sugerem que esta coevolução além de antiga em termos evolutivos, pode indicar uma adaptação ao modo de vida em sociedade (Byrne & Corp, 2004).

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consequência, a coesão do grupo depende da força desses vínculos formados pela catação. Quando o número de indivíduos ultrapassa um determinado limiar, um ponto ótimo, inviabilizando o tempo destinado à catação, o cérebro já não é mais capaz de administrar um número de relações sociais além daquele para o qual evoluiu (Dunbar, 1993). Um aumento considerável no tamanho do grupo inviabiliza o tempo e o número de indivíduos que podem se relacionar levando a conflitos constantes até a sua fissão em dois ou mais grupos menores (Dunbar, 2003). Assim, parece haver um limite biológico ou um mecanismo psicológico que restringe o número de indivíduos no grupo permitindo sua estabilidade (Dunbar, 1993).

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comunicação com mais de um indivíduo ao mesmo tempo e por permitir que informações sobre terceiros possam ser obtidas sem contato direto com seu comportamento (Aiello & Dunbar, 1993; Dunbar, 1993; 2003), fortalecendo assim as relações sociais tanto em termos quantitativos como qualitativos.

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ao realizar um estudo similar, com estudantes universitários, encontrou uma média de 52,53 contatos sociais. Segundo Silva Júnior (2009) estudos adicionais são necessários para esclarecer as diferenças encontradas, bem como a influência de outras variáveis que possam aumentar a compreensão das redes sociais.

Cooperar é preciso

Uma vez posta a importância da organização social na evolução dos primatas, fica claro que a maximização do sucesso reprodutivo e sobrevivência dependiam da junção de esforços para proteção contra os predadores e na caça e coleta dos alimentos. Afinal caçar sozinho ou dormir fora do acampamento implicava em uma maior probabilidade de morrer. Os indivíduos que adotaram práticas mais solitárias ficaram pelo meio do caminho evolutivo; desta forma, nós descendemos daqueles que sabiam conviver com os outros. A linhagem da espécie humana teria levado ao máximo desenvolvimento o padrão evolutivo dos primatas de fazer alianças (Foley, 1998).

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que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos, é um exemplo prático da seleção de parentesco em humanos (Chagnon, 1975; Chagnon & Bugos, 1979; Patton, 2000). Porém, diferente da maioria das outras espécies, os seres humanos também trabalham cooperativamente e mantêm metas comuns com indivíduos não geneticamente aparentados (Kurzban & Neuberg, 2005).

Os seres humanos são extremamente sociais e criam com facilidade arranjos cooperativos que envolvem pagamentos futuros (Ridley, 2000). Trivers (1971) formulou uma teoria para explicar quais os custos e benefícios evolutivos dessa cooperação entre não parentes, conhecida por Teoria do Altruísmo Recíproco, que para ocorrer precisa de algumas condições: (a) o favor precisa ter um custo pequeno para o doador, mas ser valioso para o receptor, isto é, ter uma razão “custo para doador/benefício para recipiente” baixa; (b) os indivíduos envolvidos precisam ter uma alta probabilidade de se reencontrar, para que o favor possa ser retribuído. Isto em geral ocorre em espécies que têm longo tempo de vida; (c) uma capacidade de memória é necessária, para que os indivíduos possam se lembrar a quem devem e quem lhes deve favores, bem como reconhecer os trapaceiros, isto é, aqueles que não retribuem os favores recebidos. Isto implica uma capacidade cognitiva relativamente bem desenvolvida que só é encontrada em algumas espécies animais. A espécie humana certamente atende a todas as condições para a ocorrência do altruísmo recíproco (Yamamoto

et al., 2009).

Amizade como expressão do altruísmo recíproco

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desgostar evoluíram favorecendo a motivação para o altruísmo adaptativo e facilitou a formação de parcerias somente entre indivíduos que retribuem favores. Uma vez que emoções positivas como gostar estão abertas a exploração, nós estaríamos preparados para sentir-nos moralmente indignados quando nosso altruísmo não for retribuído (Gaulin & McBurney, 2001). Desta forma, ao longo da evolução humana a reciprocidade foi um dos mecanismos que possibilitaram a inibição da exploração daqueles indivíduos que não retribuem o benefício recebido, bem como a sinalização daqueles sujeitos merecedores de confiança.

Trivers (1971) advoga que a evolução da capacidade de desenvolver relacionamentos de longo prazo, como a amizade entre indivíduos não aparentados, é dependente de mecanismos sociais e emocionais que mantém a reciprocidade na relação. Mais fundamentalmente, Trivers argumentou que os amigos são amigos, porque sua relação é mutuamente benéfica. Décadas de pesquisas empíricas sobre amizades com crianças, adolescentes, e, mais recentemente, com adultos confirmam a posição de Trivers (Hartup & Stevens, 1997; Youniss, 1986). Hartup e Stevens (1997) concluíram que as crianças e adultos de todas as idades consideram que as relações de amizade são marcadas por reciprocidade, ou seja, o dar e o receber (Geary, 1998).

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sistema de percepção de faces, a acuidade empática, a comunicação não verbal, a linguagem, o sistema de apego e cuidado, a teoria da mente, que contribuem para formação de fortes laços interpessoais (Baron Cohen, 1995; Brothers & Ring, 1992; Ekman, 1992; Leslie, 1987; Moscovitch, Winocur, & Behrmann, 1997; Pinker, 1994; Premack & Woodruff, 1978; Wellman, 1990). As amizades facilitam a tolerância a medos e ansiedades, ajudam a suportar situações estressantes e proporcionam senso de identificação e exclusividade (Duarte & Souza, 2010). Relacionamentos pessoais, como por exemplo, com familiares, amigos e parceiros românticos, propiciam apoio emocional, diminuem a solidão, proporcionam bem estar subjetivo, tendo, portanto, papel importante na felicidade pessoal e na promoção da saúde (Argyle, 2001; Berscheid & Regan, 2005; Souza & Hutz, 2008; Rajaratnam, O’Campo, Caughy, & Muntaner, 2007). Estudos epidemiológicos demonstram que indivíduos socialmente integrados vivem mais (Fehr, 1996). Evidências em diversos estudos demonstram que redes sociais de amizade fornecem mais ajuda emocional que os parentes consanguíneos em estudos realizados na França, Canadá, China, Inglaterra e EUA (Grossetti, 2007, Kossinets & Watts, 2006; Lee, Ruan & Lai, 2005; Phillips, Bernard, Phillipson, & Ogg, 2000; Wu & Hart, 2002). A amizade seria, portanto, um relacionamento importante para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo (Souza & Hutz, 2008).

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amizade como “um relacionamento pessoal e voluntário, que propicia intimidade e ajuda, no qual as duas partes gostam uma da outra e buscam a companhia uma da outra” (p.7). De acordo com Rezende (2002), a amizade é uma relação pessoal, privada, afetiva e voluntária pautada na sociabilidade, afinidade, confiança e abertura para compartilhar questões íntimas e pessoais, valores semelhantes, reciprocidade, apoio mútuo, sinceridade, diálogo e investimento de tempo. Para Kurzban e Neuberg (2005) as amizades são relações estáveis e duradouras estabelecidas entre as pessoas que se identificam como membros da mesma comunidade ou grupo, cujos hábitos, práticas culturais, vestuário, crenças e valores são compartilhados e reconhecidos como essenciais para o funcionamento do grupo. Segundo Souza (2006), “considera-se amizade um relacionamento que se desenvolve ao longo das etapas da vida (infância, adolescência, adultez e velhice), influenciado por processos biológicos, psicológicos e ambientais, passível de ser classificado em diferentes tipos, que igualmente se modificam durante cada etapa da vida e de uma etapa para outra” (p.11). Nós consideramos amizade como uma relação interpessoal de fundamental importância social baseada em uma aliança recíproca de companheirismo, sinceridade e compartilhamento de interesses, envolta por afetividade.

Amizade ao longo da vida

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requerem interesses comuns e comprometimento, tanto para manter os amigos como para formar novas amizades (Bukowski, Newcomb, & Hartup, 1996; Hartup, 1989).

Na adultez jovem, a amizade torna-se mais importante no contraste com o restante da vida adulta, que a restringe com demandas profissionais, românticas e familiares (Fehr, 1996; Rawlins, 1992). Amizades adultas caracterizam-se por homogeneidade de traços de personalidade, interesses, sexo, idade, estado civil, religião, status ocupacional, etnia, renda, escolaridade, gênero, número de amigos, duração da amizade e tipos (Bell, 1981; Blieszner & Adams, 1992; Fehr, 1996). Com o avanço etário, sente-se nostalgia dos amigos da juventude, como se a amizade transcendesse o tempo (Bell, 1981). Nesta etapa da vida, tem-se observado que a interação com amigos é menos frequente, com encontros mais breves (Adams, Blieszner, & deVries, 2000).

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Outro aspecto importante a ser abordado é a diferença de gêneros nas relações de amizade. Amizades entre homens e mulheres proporcionam a experiência ímpar de conhecer como pensa, sente e age o indivíduo do sexo oposto (Monsour, 2002). Porém, poucos estudos têm sido conduzidos abordando amizade com o sexo oposto, particularmente quando os compara com amizade entre os do mesmo sexo (Sprecher & Regan, 2008).

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1.3 OBJETIVOS

Objetivo geral

•Caracterizar a percepção da amizade em estudantes universitários.

Objetivos específicos

•Identificar perfis de preferências por amigos(as) ideais dentre as características selecionadas; (Estudo 1)

•Verificar a influência do sexo sobre as características atribuídas para amigos(as) ideais em estudantes universitários; (Estudo 1)

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1.4 HIPÓTESES E PREDIÇÕES

Hipótese 1: Há diferenças quanto aos valores atribuídos às características idealizadas para um(a) amigo(a). (Estudo 1)

Predição 1.1: Será atribuída maior importância para as características ligadas a traços pessoais se comparadas dos demais traços para amigos(as) ideais.

Hipótese 2: A idealização do amigo depende do sexo para características específicas. (Estudo 1)

Predição 2.1: Homens atribuirão maior importância para Beleza/Boa aparência do que as mulheres na idealização de amigas;

Predição 2.2: Mulheres atribuirão maior importância para Companheirismo do que os homens na idealização de amigas;

Predição 2.3: Homens atribuirão maior importância para Companheirismo do que as mulheres na idealização de amigos;

Predição 2.4: Mulheres atribuirão maior importância para Boa condição financeira do que os homens na idealização de amigos;

Predição 2.5: Não há diferença na atribuição de importância das demais características.

Hipótese 3: A autoavaliação do indivíduo em relação ao seu valor enquanto amigo(a) exerce influência sobre as preferências descritas para amigos(as) ideais. (Estudo 2)

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1.5 MÉTODO GERAL Sujeitos

Participaram do estudo piloto desta pesquisa 110 estudantes universitários com idade entre 18 e 59 anos da Universidade Federal do Rio Grande, Natal-RN. Sendo 55 homens com média de idade de 22,85 anos (±2,74) e 55 mulheres com média de idade de 23,54 anos (±3,49),

Já do experimento, participaram 526 estudantes universitários com idade entre 18 e 59 anos de idade de seis instituições de ensino superior da cidade de Natal/RN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Potiguar (UnP); Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte (FATERN); Faculdade Maurício de Nassau; Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN (FARN) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Destes, 500 foram incluídos nas análises, sendo 250 mulheres, com média de idade de 24,1 anos (±7,66) e 250 homens com média de idade 26,77 anos (±9,64). Os critérios utilizados para exclusão de vinte e seis participantes foram: a não declaração do sexo ou da idade no questionário, bem como indivíduos que se encontravam fora da faixa etária definida para esta pesquisa.

Material

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O primeiro questionário, o sociodemográfico, abordou questões de ordem pessoal, relacionadas à: idade, sexo, orientação sexual, estado civil, religiosidade e questões socioeconômicas.

Já o segundo questionário, “Caracterização do(a) Amigo(a) Ideal”, foi utilizado para traçar o perfil das características requeridas em um amigo ideal do mesmo sexo e do sexo oposto ao participante, assim como para uma autoavaliação do mesmo como amigo. Tal instrumento é composto por uma escala do tipo Likert de nove pontos (sendo permitido o investimento de no mínimo zero ponto, quando nada importante, até o máximo de nove pontos, quando extremamente importante o traço avaliado é considerado). Em cada simulação os sujeitos poderiam distribuir uma quantidade de pontos determinada previamente (36 pontos) dentre as seguintes características: “Beleza/Boa aparência”, “Boa Condição Financeira”, “Bom Humor”, “Companheirismo”, “Determinação/Disposição para o trabalho”, “Inteligência”, “Saúde”, “Sinceridade” e “Sociabilidade”. Além disso, uma característica foi analisada em separado: “Interesses em Comum”. Esta foi avaliada através da marcação de um ponto de referência em uma linha reta com 10 centímetros, na qual os pólos significam extremos de interesses em comum (nada importante e extremamente importante). Em todas as simulações os traços analisados foram os mesmos, contudo na auto-avaliação não havia restrição quanto à quantidade de pontos a serem distribuídos, bem como não foi incluída a avaliação da característica “Interesses em Comum”. Foi explicado aos participantes que um maior investimento de pontos em uma característica indicaria maior expressão desta no amigo(a) ideal ou nele próprio.

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contemplaram três grandes conjuntos de traços importantes para diversos tipos de relacionamentos: traços físicos (representados em nosso estudo pelas características “Beleza/Boa aparência” e “Saúde”), pessoais (em nosso trabalho: “Bom humor”, “Companheirismo”, “Inteligência”, “Sinceridade”, “Sociabilidade”), e relacionados aos recursos (representados por “Boa Condição Financeira” e “Determinação/Disposição para o trabalho”).

Procedimentos

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ESTUDOS EXPERIMENTAIS

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2.1 ESTUDO EXPERIMENTAL 1 - O QUE PROCURAMOS EM UM AMIGO? PHELLIPE VASCONCELOS CAVALCANTI SIQUEIRA1 & FÍVIA DE ARAÚJO

LOPES1,2

1 Programa de Pós-graduação em Psicobiologia, UFRN, Brasil. 2 Departamento de Fisiologia, UFRN, Brasil.

RESUMO

Nós, seres humanos, somos essencialmente sociais. A base de nossa sociabilidade é fundamentada na cooperação. Assim, a relação de amizade, se configura como resultado da seleção para altruísmo recíproco em humanos. O período da adultez é considerado muito propício e adequado para a investigação das relações de amizade. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi traçar o perfil das características requeridas em um amigo ideal do mesmo sexo e do sexo oposto entre estudantes universitários. Participaram desta pesquisa 500 estudantes (250 mulheres e 250 homens) de instituições de ensino superior do município de Natal-RN, Brasil. Dois questionários de caráter anônimo e individual foram aplicados, sendo um questionário sociodemográfico e outro com características desejadas em amigos. De maneira geral, as características “Companheirismo” e “Sinceridade” foram preferidas para perfis de amigos(as) ideais. Ao idealizar uma amiga, os homens valorizam mais os traços “Beleza/Boa aparência” e “Inteligência” do que as mulheres. Já as mulheres valorizam mais as características “Companheirismo” e “Sinceridade” do que os homens. Não houve diferenças entre os sexos ao caracterizar um amigo ideal. Tendo em vista a importância da relação de amizade para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo de um indivíduo, nosso trabalho revelou aspectos importantes para a compreensão da relação de amizades, mais especificamente do processo de escolha de amigos.

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ABSTRACT

We, humans are essentially social. The basis of our sociality is based on cooperation. Thus, the relationship of friendship is configured as a result of selection for reciprocal altruism in humans. The period of adulthood is considered very suitable and appropriate for the investigation of the relations of friendship. Therefore, the objective was to profile the characteristics required in an ideal friend of the same sex and opposite sex among college students. The study gathered 500 students (250 women and 250 men) of higher education institutions in the city of Natal-RN, Brazil. Two questionnaires anonymous and individual were applied, a sociodemographic questionnaire and the other with the desired characteristics in friends. In general, the features "Companionship" and "Sincerity" were preferred to friends' profiles ideals. In making up a female friend, more men value traits "Beauty / Good Look" and "Intelligence" than women. Since women value more features "Companionship" and "Sincerity" than men. No differences between sexes in characterizing an ideal male friend. Given the importance of the relationship of friendship to the social, emotional and cognitive development of an individual, our work has revealed important aspects for understanding the relationship of friendship, specifically the process of choosing friends.

Keywords: Friendship, Social Networks, Reciprocity, Evolutionary Psychology.

1. INTRODUÇÃO

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Ao contrário da grande maioria das espécies, em humanos, indivíduos que não são relacionados geneticamente interagem cooperativamente para atingir objetivos comuns (Kurzban & Neuberg, 2005). A cooperação humana, portanto, envolve uma rede ampla de indivíduos, que cruza os limites do parentesco, do sexo e da idade (Key & Ayello, 1999). Esta cooperação se dá de diversas formas, incluindo desde as grandes caçadas do ambiente ancestral (Hawkes, 1993; Lee & DeVore, 1968) aos atuais exercícios militares, nos quais indivíduos até se sacrificam, beneficiando outros (Keegan, 1994). Tal natureza cooperativa humana leva a supor que a formação de laços entre não parentes não é aleatória (Kurzban & Neuberg, 2005) havendo uma seleção de indivíduos com os quais se coopera e se forma vínculos sociais.

Trivers (1971) formulou uma teoria para explicar quais os benefícios evolutivos dessa cooperação entre não parentes, conhecida por Teoria do Altruísmo Recíproco. Segundo essa teoria, os participantes de uma relação podem obter vantagens mútuas se cooperarem. Para

tanto algumas condições se fazem necessárias: (a) o favor precisa ter um custo pequeno para o

doador, mas ser valioso para o receptor, isto é, ter uma razão “custo para doador/benefício para recipiente” baixa; (b) os indivíduos envolvidos precisam ter uma alta probabilidade de se reencontrar, para que o favor possa ser retribuído. Isto em geral ocorre em espécies que têm longo tempo de vida; (c) uma capacidade de memória é necessária, para que os indivíduos possam se lembrar a quem devem e quem lhes deve favores, bem como reconhecer os trapaceiros, isto é, aqueles que não retribuem os favores recebidos. A espécie humana certamente atende às condições necessárias para a ocorrência do altruísmo recíproco

(Yamamoto, Alencar, & Lacerda, 2009).

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fundamentalmente, Trivers argumentou que os amigos são amigos, porque sua relação é mutuamente benéfica. Décadas de pesquisas empíricas sobre amizades com crianças, adolescentes, e, mais recentemente, com adultos confirmam a posição de Trivers (Hartup & Stevens, 1997; Youniss, 1986). Hartup e Stevens (1997) concluíram que as crianças e adultos de todas as idades consideram que as relaçoes de amizade são marcadas por reciprocidade, ou seja, o dar e o receber (Geary, 1998). Trivers (1971) argumentou ainda, que as emoções de gostar e desgostar evoluíram para motivar o altruísmo adaptativo e para facilitar a formação de parcerias somente entre indivíduos que retribuem favores. Uma vez que emoções positivas como gostar estão abertas a exploração, nós estaríamos preparados para sentir-nos moralmente indignados quando nosso altruísmo não for retribuído (Gaulin & McBurney, 2001). Sendo assim, as emoções do senso moral poderiam evoluir quando as partes interagissem repetitivamente e pudessem recompensar a cooperação presente com a cooperação futura e punir a traição. Dessa forma, ao longo da evolução humana, a reciprocidade atua inibindo a exploração daqueles indivíduos que não retribuem o benefício recebido, bem como sinalizando aqueles sujeitos merecedores de confiança.

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o sistema de apego e cuidado, a teoria da mente, que contribuem para formação de fortes laços interpessoais (Baron Cohen, 1995; Brothers & Ring, 1992; Ekman, 1992; Leslie, 1987; Moscovitch, Winocur, & Behrmann, 1997; Pinker, 1994; Premack & Woodruff, 1978; Wellman, 1990). As amizades facilitam a tolerância a medos e ansiedades, ajudam a suportar situações estressantes e proporcionam senso de identificação e exclusividade (Duarte & Souza, 2010). Relacionamentos pessoais, como por exemplo, com familiares, amigos e parceiros românticos, propiciam apoio emocional, diminuem a solidão, proporcionam bem estar subjetivo, tendo, portanto, papel importante na felicidade pessoal e na promoção da saúde (Argyle, 2001; Berscheid & Regan, 2005; Rajaratnam, O’Campo, Caughy, & Muntaner, 2007). Estudos epidemiológicos demonstram que indivíduos socialmente integrados vivem mais (Fehr, 1996). Evidências em diversos estudos demonstram que redes sociais de amizade fornecem mais ajuda emocional que os parentes consanguíneos em estudos realizados na França, Canadá, China, Inglaterra e EUA (Grossetti, 2007, Kossinets & Watts, 2006; Lee, Ruan, & Lai, 2005; Phillips, Bernard, Phillipson, & Ogg, 2000; Wu & Hart, 2002). A amizade seria, portanto, um relacionamento importante para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo (Souza & Hutz, 2008).

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casos de gravidez na adolescência, o aumento da proporção de mulheres no mercado de trabalho, a expansão das amizades virtuais nas redes sociais on-line, e o crescimento do número de idosos que vivem sozinhos. De acordo com Greyn (2008), amizades com pessoas do sexo oposto configuram-se como um novo fenômeno para adultos. À medida que mulheres e homens alcançam maior paridade de salários, eles estão mais aptos para serem amigos, uma vez que o equilíbrio gerado pela independência feminina vai além do campo profissional, se estendendo ao respeito no dia a dia. Um século inteiro de transformações foram transpostos, derrubando inúmeras barreiras sociais possibilitando homens e mulheres se tornarem amigos. A amizade entre homem e mulher é um relacionamento com características próprias, que merece maior atenção e investigação. Assim, considera-se relevante investigar amizades entre pessoas de sexo oposto. No entanto é importante salientar que estudos sobre diferenças devem considerar não apenas o sexo do participante, mas também o sexo dos indivíduos envolvidos na relação de amizade (Souza & Hutz, 2007).

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2. MÉTODO Sujeitos

Participaram desta pesquisa 500 estudantes universitários com idade entre 18 e 59 anos, oriundos de cursos das três áreas do conhecimento (Biomédica, Exatas e Humanística), de seis instituições de ensino superior da cidade de Natal/RN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Potiguar (UnP); Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte (FATERN); Faculdade Maurício de Nassau; Faculdade Natalense para o Desenvolvimento do RN (FARN) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Sendo 250 mulheres, com média de idade de 24,1 anos (±7,66) e 250 homens com média de idade 26,77 anos (±9,64).

Material

O material necessário para o desenvolvimento da presente pesquisa envolveu um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e dois questionários de caráter anônimo e individual, sendo um questionário sociodemográfico e outro com características desejadas em amigos idealizados, denominado de “Caracterização do(a) Amigo(a) Ideal”.

O primeiro questionário, o sociodemográfico, abordou questões de ordem pessoal, relacionadas à: idade, sexo, orientação sexual, estado civil, religiosidade e questões socioeconômicas.

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previamente (36 pontos) dentre as seguintes características: “Beleza/Boa aparência”, “Boa Condição Financeira”, “Bom humor”, “Companheirismo”, “Determinação/Disposição para o trabalho”, “Inteligência”, “Saúde”, “Sinceridade” e “Sociabilidade”. Em todas as simulações os traços analisados foram os mesmos. Foi explicado aos participantes que um maior investimento de pontos em uma característica indicaria maior expressão desta no(a) amigo(a) ideal.

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Procedimentos

As coletas de dados foram realizadas nas salas de aula dos participantes. Inicialmente uma breve explanação oral da pesquisa foi realizada pelo condutor da mesma aos potencias participantes. Em seguida, duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram entregues para apreciação dos potencias participantes. Os estudantes que voluntariamente concordaram em participar da pesquisa assinaram o TCLE, ficando com uma das cópias e devolvendo a outra assinada. Após recolhimento dos TCLE, teve início a aplicação dos questionários, seguindo a seguinte ordem: primeiro, o sociodemográfico, em seguida, o questionário “Caracterização do(a) Amigo(a) Ideal”. A duração dessa aplicação foi de, aproximadamente, 20 minutos.

Análises Estatísticas

Para verificar a existência de diferenças quanto aos valores atribuídos às características idealizadas para um(a) amigo(a) ideal foi utilizado o teste Modelo Linear Geral (GLM) de medidas repetidas. Em seguida foi utilizado o teste Post-hoc de Bonferroni para verificar dentre quais características ocorreram essas diferenças. Para realização do teste, a quantidade de pontos atribuídos para cada característica (0 a 9 pontos) foi utilizada como variável dependente, enquanto a variável característica (nove possíveis, tal como explicado anteriormente) foi considerada como variável independente. O nível de significância utilizado na análise foi 0,05.

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nas análises univariadas, foi aplicada a correção de Bonferroni, sendo assim, o nível de significância foi dividido, sendo assim ajustado para 0,006 (0,05/9=0,006).

3. RESULTADOS

Avaliação das preferências das características

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Figura 1. Por ordem de preferência, médias e intervalo de confiança (95%) das características avaliadas. Letras iguais indicam médias iguais. Médias estatisticamente diferentes são representadas por letras diferentes (P<0,001).

Avaliação da influência do sexo

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preferência entre sujeitos masculinos e femininos (P>0,006), como pode ser verificado na Figura 2.

Figura 2. Médias e intervalo de confiança (95%) das características avaliadas por mulheres e homens para uma amiga ideal. *Investimento de pontos significativamente maios por homens (P<0,001). ** Investimento de pontos significativamente maios por mulheres (P<0,001).

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Figura 3. Médias e intervalo de confiança (95%) das características avaliadas por mulheres e homens para um amigo ideal.

Caracterização do círculo de amizades

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formada por mulheres. Tais percentuais indicam uma predominância para homens e mulheres de indivíduos do seu próprio sexo nas relações de amizade.

4. DISCUSSÃO

Em nosso estudo buscamos investigar a idealização de amigos de mesmo sexo e do sexo oposto em estudantes universitários de ambos os sexos a partir de um conjunto de características previamente estabelecidos. Os resultados revelaram que as avaliações das características variaram em função da própria natureza dessas em uma relação de amizade. Em seguida, focando na influência do sexo na idealização de um(a) amigo(a) ideal, pudemos observar que homens e mulheres diferiram em suas preferências pelas características em uma amiga ideal, enquanto que para um amigo ideal não houve diferenças significativas entre os sexos.

De acordo com os resultados da análise geral, focando nas características, a dupla “Companheirismo” e “Sinceridade” foram as preferidas dentre todas, demonstrando um grande interesse dos participantes em que seus amigos ideais possuíssem esses traços. A preferência por tais características demonstra a importância destas para manutenção de um relacionamento duradouro como a amizade, uma vez que são características que expressam confiança e comprometimento, sendo cruciais para assegurar segurança emocional e estabilidade do convívio (Sprecher & Regan, 2002).

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Já as características “Saúde”, “Beleza/Boa aparência” e “Boa Condição Financeira” se configuram como as menos requeridas, em relação aos demais traços, pelos participantes em seus amigos idealizados. Como já era de se esperar, por estarmos tratando de uma relação de amizade, características como “Saúde”, “Beleza/Boa aparência” e “Boa Condição Financeira” são preteridas em detrimento de outros traços mais pertinentes a este tipo de relacionamento. Especialmente com relação a “Boa Condição Financeira”, um menor interesse por esta pode ocorrer também em virtude da peculiaridade da amostra utilizada (estudantes universitários), que apresentam perspectivas similares de ganhos financeiros futuros, somado ao fato de que na condição de estudantes universitários, os sujeitos podem ser ainda integralmente ou parcialmente sustentados pelos pais, responsáveis ou cônjuges (Castro, 2009).

O padrão de preferências encontrado neste estudo está em concordância com vários estudos na literatura (Argyle, 2001; Asher, Parker, & Walker, 1996; Castro & Lopes, 2010; Duarte & Souza, 2010; Fehr, 1996; Kipper, 2003; Mendelson & Aboud, 2003; Rezende, 2002; Souza, 2006; Souza & Hutz, 2007), mostrando-se em consonância com funções primordiais de uma relação de amizade: a promoção do suporte necessário para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo dos indivíduos (Souza & Hutz, 2008), além de demonstrar uma seleção criteriosa dos sujeitos com quem iremos interagir, ao procurarmos associação com indivíduos que têm maior probabilidade de maximizar nossa aptidão (Kurzban & Neuberg, 2005).

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relacionamentos românticos, especialmente para indivíduos solteiros, jovens adultos heterossexuais, como é o caso da maioria dos sujeitos da nossa amostra, os quais têm maior probabilidade de ter amigos do sexo oposto do que adultos casados. A perspectiva evolutiva argumenta que inconscientemente, reconhecemos a reprodução como possível em um amigo do sexo oposto (Sprecher & Regan, 2002). Considerando que os homens possam estar reconhecendo uma amiga como uma possível parceira para relacionamentos românticos, esta maior valorização das características “Beleza/Boa aparência” e “Inteligência, está de acordo com evidências na literatura de relacionamentos amorosos. Afinal, homens consideram importante características físicas das mulheres, como “Beleza/Boa aparência”, nos relacionamentos de curta e longa duração, uma vez que estas podem ser um bom indicativo de qualidade genética e condição fisiológica da parceira, pois como sugerido por Thornhill e Grammer (1999) a atratividade física da face e do corpo feminino pode sinalizar de forma honesta pistas sobre a saúde hormonal e imunológica, além das condições nutricionais da parceira em potencial, e essas pistas seriam importantes no julgamento de sua qualidade. Assim como, para longo prazo, o interesse masculino aumenta para os traços pessoais, como “Inteligência”, que pode ser um bom indicativo de habilidades sociais e capacidade cognitiva, importante para manutenção de um relacionamento duradouro (Buss & Schmitt, 1993; Buunk, Dijkstra, Fetchenhauer, & Kenrick, 2002; Castro, 2009; Fletcher, Tither, O'Loughlin, Friesen, & Overall, 2004; Li & Kenrick, 2006; Regan, 1998; Sprecher & Regan, 2002; Stewart, Stinnett, & Rosenfeld, 2000; Wiederman & Dubois, 1998).

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marcada por homens permanecendo no grupo natal, tendendo a formar coalizões, cooperando mais ativamente na defesa do grupo contra invasores externos e apresentando hierarquia disputada e bem definida, tornando-os assim mais habilidosos na manutenção do grupo, enquanto as mulheres apresentavam uma maior migração, indo morar com seu parceiro e os parentes deste (Koenig, 2002. Sterck, Watts & van Schaik, 1997; Lyons & Aitken, 2010; van Hooff & van Schaik, 1994; Wranghan, 1980). Assim, de acordo com Geary (2002), este padrão de estrutura social, levou as mulheres a desenvolveram acuradas habilidades na construção do vínculo social ao longo da evolução da espécie humana, proporcionando um estilo de amizade no qual não é encontrado um grande grupo coeso, como nos homens, e sim, um grupo menor com formação mais visível de duplas ou trios de mulheres, com uma relação muito íntima, na qual características pessoais, como “Companheirismo” e “Sinceridade” configuram-se como essenciais, uma vez que expressam confiança e comprometimento, sendo cruciais para assegurar segurança emocional e estabilidade do convívio (Sprecher & Regan, 2002).

Os resultados da avaliação do amigo ideal não apresentaram diferenças significativas entre os sexos, confirmando o padrão geral de preferências pelas características. Sendo “Companheirismo” e “Sinceridade” as preferidas dentre todas, reforçando assim a importância dessas em relações de amizade.

Os resultados da predominância do sexo do(a) amigo(a) ideal demonstraram que tanto os participantes mulheres quanto homens possuem sua rede social de amizade formada predominantemente por amigos de mesmo sexo. Estes dados estão em concordância com a literatura (Carbery & Buhrmester, 1998; Erbolato, 2001; Monsour, 2002; Peron, Guimarães, & Souza, 2010; Souza & Hutz, 2007)

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evolucionista, em resposta às diferenças nas pressões seletivas exercidas sobre nossos ancestrais, se manifestando atualmente como mecanismos psicológicos evoluídos, que seriam adaptações direcionadas a resolução de problemas específicos relacionados ao contexto dos relacionamentos interpessoais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta deste estudo foi verificar o perfil de preferências para um amigo ideal levando em consideração o sexo do participante bem como do amigo em questão. Para tanto, utilizamos o autorrelato para acessar as preferências ideais dos participantes através de escalas que possibilitam ao entrevistado expressar seu interesse por cada característica apresentada. Vale salientar que muitas vezes as preferências ideais podem não se manifestar nos parceiros reais, afinal, outros fatores devem ser levados em consideração, como a disponibilidade de parceiros, a posse de características próprias ao sujeito que viabilize a conquista do parceiro escolhido ou mesmo a inexistência de um parceiro ideal na população (Lundy, Tan, & Cunningham, 1998; Regan, 1998). Contudo, investigações através da avaliação de perfis de potenciais parceiros vêm sendo utilizadas a fim de verificar de forma indireta os julgamentos dos participantes em diversos estudos (Li, Bailey, Kenrick, & Linsenmeier, 2002; Pillsworth, 2008; Wiederman & Dubois, 1998).

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Sprecher & Regan, 2002). Entretanto, independente do tipo de relacionamento, procuramos nos relacionar com indivíduos que apresentem os maiores indicativos possíveis de traços que maximizem nossa aptidão, afinal, qualquer tipo de interação pessoal envolve trocas entre diferentes parceiros e pode representar acesso a recursos importantes e até mesmo fundamentais para o sucesso, seja no âmbito social, pessoal ou reprodutivo, portanto, o sucesso de nossas interações interpessoais e do que podemos conseguir através destas depende da correta avaliação dos parceiros com quem nos envolvemos.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Figura 2. Médias e intervalo de confiança (95%) das características avaliadas por mulheres e homens para uma  amiga  ideal
Tabela  1:  Resultados  das  correlações  de  Spearman  entre  as  características  na  autoavaliação  e  as  mesmas características da amiga ideal conforme o sexo
Tabela  2:  Resultados  das  correlações  de  Spearman  entre  as  características  na  autoavaliação  e  as  mesmas características do amigo ideal conforme o sexo
Figura  1.  Média  e  intervalo  de  confiança  (95%)   da  característica  “Interesses  Comuns”  conforme  o  sexo dos participantes e do(a) amigo(a) ideal.*P=0,001

Referências

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