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Potencialidades no atendimento integral: a prevenção do câncer do colo do útero na concepção de usuárias da estratégia saúde da família.

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Academic year: 2017

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POTENCI ALI DADES NO ATENDI MENTO I NTEGRAL: A PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO

DO ÚTERO NA CONCEPÇÃO DE USUÁRI AS DA ESTRATÉGI A SAÚDE DA FAMÍ LI A

Michele Mandagar á de Oliv eir a1 I one Car v alho Pint o2 Valér ia Cr ist ina Chr ist ello Coim br a3

O obj et iv o dest e est udo foi analisar o at endim ent o int egr al nas pr át icas de pr ev enção do câncer do colo do út er o na concepção de usuár ias da Est r at égia Saúde da Fam ília. Foi r ealizada pesquisa ex plor at ór ia e d escr it iv a com ab or d ag em q u alit at iv a d os d ad os. For am selecion ad as q u at or ze u su ár ias q u e r ealizar am o ex am e Papan icolaou n o m ês de dezem br o de 2 0 0 2 em qu at r o Un idades de Saú de da Fam ília, v in cu ladas a inst it uições de nível super ior . Os dados for am colet ados no per íodo de abr il a j unho de 2003. Com o r esult ado f oi obser v ado qu e as u su ár ias an alisam e av aliam a pr áx is em it in do j u ízo de v alor à assist ên cia r ecebida, pr incipalm ent e, no que se r efer e às t ecnologias lev es ( r elacionais) . Conclui- se que pr át icas hum anizadas com r esponsabilização pr ofissional/ equipe fav or ecem cuidado int egr al for t alecendo o v ínculo das usuár ias com os ser v iços de saúde e a pr om oção da saúde.

DESCRI TORES: assist ência int egr al à saúde; esfr egaço v aginal; saúde da fam ília

POTENTI ALI TI ES I N I NTEGRAL CARE: UTERI NE CERVI CAL CANCER PREVENTI ON

ACCORDI NG TO THE USERS OF THE FAMI LY HEALTH STRATEGY

This st udy aim ed t o analyze t he int egral care in t he ut erine cervical cancer prevent ion pract ices in t he concept ion of users of t he Fam ily Healt h St rat egy t hrough an explorat ory and descript ive research wit h a qualit at ive appr oach. A t ot al of 1 4 user s w ho per for m ed t he Pap sm ear in Decem ber 2 0 0 2 in four Fam ily Healt h Unit s affiliat ed t o Higher Educat ion inst it ut ions were select ed for t he st udy. Dat a were collect ed bet ween April and June 2003. We found t hat t he users analyze and assess t he praxis by issuing a value j udgm ent about t he care t hey receive, m ainly in t erm s of light ( relat ional) t echnologies. Concluding, hum anized pract ices provided by professional/ t eam favor int egral care, st rengt hening t he bond bet ween users and healt h services, as well as healt h prom ot ion.

DESCRI PTORS: com pr ehensiv e healt h car e; v aginal sm ear s; fam ily healt h

POTENCI ALI DADES EN LA ATENCI ÓN I NTEGRAL: PREVENCI ÓN DE CÁNCER DE CUELLO

UTERI NO DE ACUERDO CON LAS USUARI AS DE LA ESTRATEGI A SALUD DE LA FAMI LI A

El obj et iv o de est e est udio fue analizar la at ención int egr al dent r o de las pr áct icas de pr ev ención de cáncer de cuello ut er ino baj o la concepción de las usuar ias de la Est r at egia Salud de la Fam ilia. I nvest igación d e t ip o ex p lor at or io y d escr ip t iv o con en f oq u e cu alit at iv o. Fu er on seleccion ad as cat or ce u su ar ias q u ien es realizaron el exam en de Papanicolao durant e el m es de diciem bre de 2002, en cuat ro Servicios de Salud de la Fam ilia v inculados a I nst it uciones de Enseñanza Super ior . La r ecolección de dat os fue r ealizados ent r e abr il y j unio de 2003. Los result ados dem uest ran que las usuarias analizan y evalúan la at ención recibida form ando su opinión, en especial, con relación a las t ecnologías leves ( de relación) . Se concluye que las práct icas hum anizadas con r esponsabilidad pr ofesional/ equipo favor ecen al cuidado int egr al, for t aleciendo el vínculo ent r e las usuar ias con los ser vicios y la pr om oción de la salud.

DESCRI PTORES: at ención int egr al de salud; fr ot is v aginal; salud de la fam ilia

1 Professor da Escola de Enferm agem da Universidade Federal da Bahia, Brasil, Bolsista PI CDT, Doutoranda, e-m ail: m ioliveira76@yahoo.com .br; 2 Professor

Doutor, e-m ail: ionecarv@eerp.usp.br; 3 Professor da Escola de Enferm agem da Universidade Federal de Pelotas, Brasil, Doutoranda, e-m ail: valcris@eerp.usp.br.

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I NTRODUÇÃO

A

s m ed id as p r ev en t iv as esp ecif icam en t e dir igidas à pr ev en ção do cân cer do colo do ú t er o ( PCCU) f or am f or t alecidas n o in ício da década de 8 0 co m a cr i a çã o d o Pr o g r a m a d e Assi st ê n ci a I n t egr al à Saú de da Mu lh er ( PAI SM) , lan çado em 1983, que pr ior izava a assist ência int egr al à saúde da m ulher( 1).

At u alm en t e, a PCCU in t eg r a as ações d e At en ção Bási ca d i r i g i d a a g r u p o s esp ecíf i co s d a população, inseridas no Manual para a Organização da At enção Básica( 2), sendo pr econizada com o um a

das ações da Est rat égia Saúde da Fam ília ( ESF)( 3).

Este estudo consiste na apresentação de parte dos r esult ados da disser t ação de m est r ado de um a d a s a u t o r a s so b r e a PCCU. Ne st e e st u d o se r á apresentada a discussão referente ao cuidado integral nas diferentes tecnologias que perm eiam essa prática. A d i scu ssão p ar t e d o p r essu p o st o q u e o at endim ent o int egr al per cebe e cuida da saúde da m u l h e r co m o u m t o d o , se n d o r e so l u t i v o n a n e ce ssi d a d e m a n i f e st a d a , co n si d e r a n d o especificam ent e, a ut ilização das t ecnologias leves -l e v e d u r a s - d u r a s n a s p r á t i ca s d e PCCU. O at endim ent o int egr al pode ser pr om ov ido no ex at o m om en t o em qu e a u su ár ia pr ocu r a o ser v iço de sa ú d e co m a f i n a l i d a d e d e r e a l i za r o e x a m e Papanicolaou, ou m esm o no próprio dom icilio, durante a visit a do Agent e Com unit ário de Saúde ( ACS) .

O at endim ent o int egral é a segunda diret riz fundam ent al do Sist em a Único de Saúde e sinaliza pr ior idade par a as ações pr ev ent iv as sem pr ej uízo dos serviços assist enciais( 4).

As t ecnologias lev es do t r abalho em saúde são aquelas que oper am cr iando um m odo pr ópr io de governar os processos, const ruindo seus obj et os, recursos e int enções, agindo de um a cert a m aneira em ato, no espaço intercessor, m om ento de encontro do t r abalhador com o usuár io, par a a pr odução de bens- r elações( 5).

Esse encont ro t rabalhador/ usuário acont ece no espaço int ercessor que revela quest ões sobre os pr ocessos de pr odução em saúde ( pr ocesso saúde-doença e processo de t rabalho) . Em t odo lugar que o co r r e esse en co n t r o o p er a- se a t ecn o l o g i a d as r elações, ou sej a, em t odo lugar que ocor r er esse processo t ecnológico se t erá o t rabalho vivo em at o, que visa o processo de escuta das necessidades, para um a t r oca de infor m ações, par a o r econhecim ent o

m út uo de dir eit os e dev er es, par a um pr ocesso de decisões que possibilit a int ervenções( 6).

Tr ab alh ar em eq u ip e m u lt ip r of ission al n a a t e n çã o à sa ú d e d a m u l h e r é u m a a b o r d a g e m apropriada no at endim ent o int egral, no ent ant o, um t rabalho de equipe eficiente não é fácil de atingir, sendo o problem a m ais evident e o desafio da com unicação e d a t r a n sf e r ê n ci a d a s i n f o r m a çõ e s q u e sã o necessárias para a int egralidade da at enção( 7).

As práticas de PCCU direcionadas à educação em saúde, ao est ím ulo ao aut ocuidado, à realização d o ex am e Pap an icolaou , à con su lt a m éd ica e d e enferm agem na área da saúde da m ulher e ao retorno para a entrega do resultado são diferentes m om entos da r elação ser v iço/ pr ofission al/ u su ár io. O u so das difer ent es t ecnologias em um t r abalho v iv o, sendo elas relacionais ou est rut uradas, cont ribuem a um a prát ica int egral( 8).

Am p l i a n d o a d i scu ssã o p e r ce b e - se q u e am bas as t ecnologias poderão se dar em m om ent os sem elhant es, no ent ant o, o profissional que t em um processo de trabalho baseado num a perspectiva m ais abrangent e de saúde e olhar diferenciado da práxis, u t i l i za r á a s d i f e r e n t e s t e cn o l o g i a s, p r e st a n d o at en dim en t o in t egr al qu e cen t r alize com o m et a a hum anização do cuidado e a qualidade da assistência. O acolh im en t o, p or ex em p lo, u m a v ez norm atizado fugirá da perspectiva relacional, caindo no en d u r ecim en t o d a im p osição d o con h ecim en t o profissional/ equipe, ou seja, na prática do trabalho morto. O que se percebe, ent ret ant o, é que m uit os profissionais/ equipes de saúde da fam ília cam inham p ar a u m f azer saú d e in t eg r al, m esm o d ian t e d e o b st á cu l o s a i n d a r e m a n e sce n t e s d o m o d e l o biom édico, cent rado na queixa pont ual e na doença. Diante do exposto, o obj etivo desta pesquisa é an alisar o at en dim en t o in t egr al n as pr át icas de prevenção do câncer do colo do út ero na concepção de usuárias da ESF.

MÉTODO

(3)

Fo r a m e n t r e v i st a d a s q u a t o r ze m u l h e r e s u su á r i a s q u e a ce i t a r a m p a r t i ci p a r d o e st u d o , procedentes de quatro Unidades de Saúde da Fam ília ( USF) q u e f o r am sel eci o n ad as p el o v ín cu l o co m inst it uição de nív el super ior, am bas localizadas no m unicípio de Ribeir ão Pr et o, SP. As usuár ias foram id en t if icad as a p ar t ir d e su as au t od en om in ações: Tr anqüilidade, Am or, Paix ão, Com unicação, Calm a, Me d o, Al e g r i a , Tr i st e za , Em o çã o , Se n si b i l i d a d e , Sossego, Preciosa, Saudade e Felicidade.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Ao analisar a pr át ica de PCCU foi possív el obser v ar qu e a u su ár ia qu e pr ocu r a o ser v iço de saúde par a r ealização do ex am e Papanicolaou ser á pr ov av elm ent e or ient ada/ at endida por um a equipe m ult idisciplinar desde sua chegada at é a sua saída da USF. E na prát ica de PCCU provavelm ent e serão u t ilizad as t od as as t ecn olog ias lev es/ lev e- d u r as/ duras, no ent ant o, será no at endim ent o int egral que se dará a qualificação do atendim ento, tanto do ponto de vist a do t écnico, com o no da própria usuária.

Nas falas selecionadas, podê- se observar que a própria usuária percebe e avalia a práxis, trazendo à t ona a em issão de j uízo de valor no m om ent o em que referem que “ foi bom ”, e essa em issão de j uízo de valor, sendo ela positiva ou negativa, é im portante para a const rução de prát icas int egrais nos serviços de saúde.

O usuário do sistem a de saúde, por m eio da p ar t icip ação com u n it ár ia n o con t r ole social, t em com pet ência par a avaliar e int er v ir, m odificando o próprio sist em a de saúde( 9).

As f alas t am bém in dicam qu e as u su ár ias reconhecem as diferent es t ecnologias que perm eiam t o d o o p r o ce sso d a s p r á t i ca s d e p r e v e n çã o relacionadas ao encont ro profissional/ equipe- usuária, no que se refere à educação em saúde, à colet a do exam e Papanicolaou, ao result ado e ao t rat am ent o, se necessár io.

Aqui não sent i vergonha, fiquei à vont ade, relaxada, não

sent i nem um pouco de dor, incom oda um pouquinho colocar o

espéculo, m as a ponto de suportar ( ...) m e senti à vontade, a gente

sem pre fica com m edo do result ado, m as graças a Deus, só deu

assim coisas que dá m esm o, com um a pom adinha m elhorou ( ...) .

Tem local para trocar de roupa, colocar cam isola (...) (Com unicação).

Na f a l a d a Co m u n i ca çã o , p e r ce b e - se a sat isfação da usuária relacionada ao am bient e físico,

no que se r efer e a alguns cuidados de or ganização da sala que pr opiciam à m ulher um a sensação de respeit o sobre o cuidado com seu corpo, o que para a u su á r i a se t r a n sf o r m o u e m t r a n q ü i l i d a d e e aceit abilidade do local, da presença profissional e da colet a do exam e Papanicolaou.

En t r e o s r e q u i si t o s n e ce ssá r i o s p a r a a organização da sala de PCCU, é im portante que exista u m l o cal p ar a a t r o ca d e r o u p as, r essal t an d o a im por t ância de av ent ais, ou lençóis, par a cobr ir as usuárias, além da prévia organização dos m at eriais u t ilizados n a colet a( 10 ). Esses cu idados podem ser

in t er pr et ados com o t ecn ologias qu e in t er fer em n a qualidade da assist ência no at endim ent o int egral.

Os profissionais de saúde podem apresent ar a sala, os m ateriais utilizados na realização do exam e e explicar para a usuária, tanto na consulta individual, com o durant e os m om ent os de educação em saúde, a i m p o r t â n ci a d a r e a l i za çã o d o e x a m e Papanicolaou( 11).

Foi m uit o bom sem pre m arco consult a com a Dra, ela

que colheu o exam e. A Dra explica as coisas para m im , ela t am bém

faz exam e da m am a e fala pra fazer em casa sem pre depois da

m enst ruação, at é ensina com o é para fazer. Geralm ent e eles falam

explicando com o vão fazer o exam e e quando vão colocar o espéculo,

passar a escovinha e que j á t á pondo na lâm ina, eu lem bro que ela

f alou q u e t in h a u m a in f ecçãozin h a e p assou u m r em éd io

( Felicidade) .

Na fala de Felicidade percebe- se a satisfação da usuária com o atendim ento no m om ento do exam e Papanicolaou, t razendo os aspect os da ut ilização de t e cn o l o g i a s r e l a ci o n a i s e m si n cr o n i a co m a s t ecnologias duras, quando a usuária cit a a educação e m sa ú d e , o m o m e n t o e a s e t a p a s d o e x a m e Papanicolaou, bem com o a resolut ibilidade im ediat a sobr e a det ecção de u m pr oblem a local e do seu t r at am ent o.

A avaliação das usuárias, at ribuindo j uízo de v a l o r, so b r e o a t en d i m en t o r eceb i d o , a p r esen t a pot encialidades r elacionadas à assist ência ofer ecida nas respect ivas USF, reconhecendo a USF com o um se r v i ço d e sa ú d e q u e a p a r e ce n o ce n á r i o d a o r g a n i za çã o e m sa ú d e e q u e p o ssi b i l i t a a represent ação inst it ucional de serviços que propõem prát icas profissionais diferenciadas e de qualidade.

Foi bom ! ( ...) eu fui bem at endida, fiz o exam e de

prevenção, a m édica conversou com igo, m e explicou o porquê

desse exam e, que a gent e t em que est ar fazendo, passou assim

confiança, conversa, t e deixando assim à vont ade, ent ão foi um a

(4)

Foi um at endim ent o nem 10% , m as 100% porque eu

fui assim t oda envergonhada por t er ido sozinha no m édico ficar

cara a cara fazendo pergunt a da sua vida, m as você vai se abrindo,

igual vai confessando para o padre ( ...) , no com eço do exam e eu

fiquei com vergonha, m as ali ele est ava na m inha frent e não só

com o um m édico, m as com o um am igo! Ele é um a pessoa m uit o

legal e com o m édico é m uit o at encioso, ( ...) não é aquelas pessoas

que a pessoa vai consult ar e é m al consult ada. Na USF eu fui bem

at endida t ant o pelas enferm eiras quant o pelo o m édico ( Alegria) .

Eu fui bem atendida, nunca tive problem as lá (...). Lá tem

m enos gente, eles dão um a atenção m elhor, os agentes e o doutor

estão m ais próxim os do que no posto, eles guardam o nom e da

gente, tem m enos barreira, é da fam ília realm ente ( Tranqüilidade) .

A assist ência aqui é bem m elhor, você est á com algum a

coisa, elas falam , vou t ent ar t e encaixar se não dá eles vão na t ua

casa, ( ..) ( Paixão) .

As u su á r i a s f a l a r a m so b r e o b o m at en d i m en t o d o s p r o f i ssi o n ai s r el aci o n an d o - o às caract eríst icas das t ecnologias leves ( do acolhim ent o, do vínculo, escuta, atenção e da proxim idade afetiva) , o que sugere que o conhecim ent o popular reconhece essas t ecnologias com o caract eríst icas “ inerent es ao bom pr ofissional”.

Em e st u d o r e a l i za d o a n t e r i o r m e n t e , f o i observado que a proporção de realização do exam e Papanicolaou é m aior ent r e as m ulher es que est ão há m ais t em po cadast radas em USF, o que suger e associação ent re a realização do exam e Papanicolaou a o m a i o r v ín cu l o co m o se r v i ço p o r p a r t e d a s usuárias( 12).

O v ín cu l o , o a co l h i m e n t o , a e scu t a sã o per cebidos, analisados e av aliados pelos usuár ios, por isso em it em j uízo de v alor, difer ent em ent e da avaliação da prática profissional, no que se refere ao déficit de t ecnologias relacionais.

A e sca sse z d a e scu t a e d o a co l h i m e n t o in t er f er e n eg at iv am en t e n as r elações d e v ín cu lo ( u su ár io- p r of ission al- ser v iço) , p od en d o con t r ib u ir p ar a a in sat isf ação d a u su ár ia com a assist ên cia propost a. Com o pode ser observado na fala abaixo.

Eles disseram que iam colher o exam e, e eu disse ah,

m ais eu não estou preparada, ( ...) , aí ele pegou e cham ou um outro

m edico, aí o out ro m e disse você vai t er que fazer, não precisa t er

vergonha t oda m ulher passa por isso ( ...) eu achei ruim por que

para m im não resolveu nada não ( Calm a) .

Ações isolad as d e alg u n s p r of ission ais d e sa ú d e t e n d e m a p r e j u d i ca r o t o d o , o u se j a , considerando o t odo, com o o em penho da equipe na const rução de um cuidado de qualidade, ao qual se propõe a ESF.

É preciso refletir sobre as práticas da ESF, sobre o com pr om isso e r esponsabilização do pr ofissional/ usuário com a t ransform ação do m odelo assist encial biom édico, para um m odelo tecno- assistencial usuário centrado que possibilite práticas integrais(7).

A equipe de saúde pr ecisa est ar at ent a às queixas, às dúvidas e à ansiedade das usuárias, ou sej a, o pr ofission al qu e cu ida dev e desen v olv er a cap acid ad e d e in t er ação e t r oca, é p r eciso sab er escutar e falar, evitando term os técnicos ou científicos, de m aneira que a usuária com preenda e t am bém se si n t a co m p r e e n d i d a e cu i d a d a , co m o f o r m a d e encoraj á- la a tentar controlar o m edo e a vergonha( 11).

Um a prát ica hum anizada, que desenvolve a capacidade de int eração, agindo não só com preparo t écnico, m as t am bém com a int uição e sensibilidade certam ente contribuiria para a qualidade da assistência pr est ada à m ulher, durant e a r ealização do ex am e Papanicolaou( 11).

As t e cn o l o g i a s a ca b a m se t o r n a n d o com plem ent ares, no que se refere à int egralidade do cu idado. E as u su ár ias per cebem essa assist ên cia integral e de qualidade, envolvendo- se com a equipe, com as at ividades do serviço e com a prom oção da saú de.

( ...) é bom prevenir e aí principalm ent e, eu sei que t em

regiões, depende da localização de onde m ora, cada qual é atendida

no seu próprio bairro, m as eu gost o daí, é m uit o bom ( Felicidade) .

Elas m e atendem m aravilhosam ente bem ! (...) A atenção,

a educação, o respeit o, a gent e chega e elas j á vêm com o m aior

carinho, vêm sorrindo ( Paixão) .

Ter educação, eles não são brut os, eles at endem com

paciência e põe paciência nisso, eles escut a o que a gent e fala

(Medo).

A im plant ação da ESF é um grande desafio par a os pr ofission ais, par a a popu lação e par a os gestores que precisam rom per com práticas de poder inst it uídas nos ser v iços. É pr eciso a par t icipação e em penho de t odos os at ores. Discussões em grupos de educação em saúde com as usuárias da ESF podem ajudar na construção do atendim ento integral na PCCU. Discussões em grupos de educação em saúde com as usuár ias da ESF aj udam na const r ução do a t en d i m en t o i n t eg r a l n a PCCU, p o r q u e, t a n t o a for m ação de v ín cu lo, com o a co- r espon sabilização sobre a sua saúde, são fort alecidas pelo diálogo( 13).

(5)

enfr ent am ent o, ainda na at enção pr im ár ia à saúde na det ecção precoce do câncer do colo do út ero.

CONCLUSÕES

A or gan ização da assist ên cia à saú de, de acor do com a pr opost a de r eor ient ação do m odelo assist en cial e q u alif icação d a at en ção p r im ár ia à saú de, obj et iv a facilit ar o acesso às n ecessidades básicas, m aior cobert ura e qualidade da assist ência. Por isso as prát icas de PCCU podem ser qualificadas na ESF, desde que os profissionais/ equipe prom ovam at endim ent o int egral preconizado pelo SUS.

As pr át icas de PCCU n a ESF pr ecisam ser qualificadas por gest ores, pelos profissionais/ equipe e t am bém pelas u su ár ias, pois é pr eciso assu m ir conduta de práticas integrais e de qualidade em todas as direções do cuidado.

As u su ár ias d a ESF, en t r et an t o, p od em e d e v e m se i n t e g r a r a e ssa p r o p o st a d e responsabilização e com prom isso com o at endim ent o int egral, sendo que reconhecem e avaliam a práxis enquant o usuárias do sist em a de saúde.

As usuár ias pr ecisam t er par t icipação at iv a n o seu co n t ex t o so ci al , n a b u sca e g ar an t i a d o atendim ento integral, um a vez que são cidadãs e co-part ícipes do serviço.

REFERÊNCI AS BI BLI OGRAFI CAS

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