REVISTA
PAULISTA
DE
PEDIATRIA
www.rpped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
CLARIPED:
um
novo
instrumento
para
classificac
¸ão
de
risco
em
emergências
pediátricas
Maria
Clara
de
Magalhães-Barbosa
a,∗,
Arnaldo
Prata-Barbosa
a,
Antonio
José
Ledo
Alves
da
Cunha
be
Cláudia
de
Souza
Lopes
caInstitutoD’OrdePesquisaeEnsino(Idor),RiodeJaneiro,RJ,Brasil
bDepartamentodePediatria,FaculdadedeMedicina,UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro(UFRJ),RiodeJaneiro,RJ,Brasil cInstitutodeMedicinaSocial(IMS),UniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro(Uerj),RiodeJaneiro,RJ,Brasil
Recebidoem13deoutubrode2015;aceitoem29dedezembrode2015 DisponívelnaInternetem18defevereirode2016
PALAVRAS-CHAVE Triagem;
Servic¸osmédicos deemergência; Pediatria
Resumo
Objetivo: Apresentarumnovoinstrumentodeclassificac¸ãoderiscopediátrico,oCLARIPED,e descreverasetapasdeseudesenvolvimento.
Métodos: Etapasdodesenvolvimento:(i)primeirarodadadediscussãoentreespecialistas, pri-meiroprotótipo;(ii)pré-testedeconfiabilidade,36casoshipotéticos;(iii)segundarodadade discussãoparaajustes;(iv)treinamentodaequipe;(v)pré-testecompacientesemtemporeal; (vi)terceirarodadadediscussãoparanovosajustes;(vii)pré-testefinaldevalidade(20%dos atendimentosdecincodias).
Resultados: O CLARIPED apresenta cinco categorias de urgência: Vermelha (emergência), Laranja (muitourgente), Amarela (urgente), Verde(poucourgente)e Azul (sem urgência). Aprimeiraetapadaclassificac¸ãoincluiaaferic¸ãodequatrosinaisvitais(escoreVipe);asegunda etapaconsistenaavaliac¸ãodediscriminadoresdeurgência.Cadaetaparesultanaatribuic¸ão deumacor,seleciona-seademaiorurgênciaparaaclassificac¸ãofinal.Cadacorcorresponde aumtempomáximodeesperapeloatendimentomédicoeaoencaminhamentoàáreafísica maisadequada àcondic¸ão clínicadopaciente. A concordânciainterobservador foi substan-cial(kappa=0,79)eopré-testefinal,com82atendimentos,evidenciouboacorrelac¸ãoentrea proporc¸ãodepacientesemcadacategoriadeurgênciaeonúmeroderecursosusados(p<0,001). Conclusões: OCLARIPEDéuminstrumentoparaclassificac¸ãoderiscosimples,objetivoede fáciluso,cujos pré-testessugeremboaconfiabilidade evalidade.Estudos em maiorescala sobresuavalidadeeconfiabilidadeemdiferentescontextosdesaúdeestãoemcursoepodem contribuirparaaadoc¸ãodeumsistemadeclassificac¸ãoderiscopediátricoemâmbitonacional. ©2016SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Esteéumartigo OpenAccesssobalicençaCCBY(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.rppede.2016.02.002
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:mariaclaramb@globo.com(M.C.Magalhães-Barbosa).
0103-0582/©2016SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.EsteéumartigoOpenAccesssobalicençaCC
KEYWORDS Triage;
Emergencymedical services;
Pediatrics
CLARIPED:anewtoolforriskclassificationinpediatricemergencies
Abstract
Objective: Topresentanewpediatricriskclassificationtool,CLARIPED,anddescribeits deve-lopmentsteps.
Methods: Development steps: (i) first round of discussion among experts, first prototype; (ii)pre-testofreliability, 36hypothetical cases;(iii)second roundofdiscussiontoperform adjustments;(iv)teamtraining;(v)pre-testwithpatientsinrealtime;(vi)thirdroundof dis-cussiontoperformnewadjustments;(vii)finalpre-testofvalidity(20%ofmedicaltreatments infivedays).
Results: CLARIPEDfeaturesfiveurgencycategories:Red(Emergency),Orange(veryurgent), Yellow(urgent),Green(littleurgent)andBlue(noturgent).Thefirstclassificationstep inclu-desthemeasurementoffourvitalsigns(Vipescore);thesecondstepconsistsintheurgency discrimination assessment.Each stepresults inassigningacolor, selecting themosturgent oneforthefinalclassification.Eachcolorcorrespondstoamaximumwaitingtimeformedical careandreferraltothemostappropriatephysicalareaforthepatient’sclinicalcondition.The interobserver agreementwas substantial(kappa=0.79) andthefinalpre-test, with82 medi-caltreatments,showedgoodcorrelationbetweentheproportionofpatientsineachurgency categoryandthenumberofusedresources(p<0.001).
Conclusions: CLARIPED isanobjectiveandeasy-to-use tool forsimple riskclassification, of which pre-testssuggestgood reliabilityandvalidity. Larger-scalestudiesonitsvalidity and reliabilityindifferenthealthcontextsareongoingandcancontributetotheimplementation ofanationwidepediatricriskclassificationsystem.
©2016SociedadedePediatriadeSãoPaulo.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBYlicense(http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
Introduc
¸ão
Um grande desafio na área da saúde, nas duas últimas décadas, temsidoencontrarsoluc¸õesparaasuperlotac¸ão crescente nos servic¸os hospitalares de emergência. Uma dasestratégiasadotadasemváriospaísesparalidarcomo problemafoiaimplantac¸ãodesistemasdetriagem,que con-sistememclassificarograudeurgênciadecadapaciente, logoapósasuachegadaaosetordeemergência,definindo umafiladeesperabaseadanoriscoclínico,enãonaordem de chegada,para aguardar a avaliac¸ão médicae o trata-mento.
Osinstrumentosparatriagemem servic¸osde emergên-ciamaisusadosnomundotêmcinconíveisdeurgência.São eles:aEscalaAustralianadeTriagem(ATS);aEscala Cana-densedeTriagemeAcuidade(CTAS);oSistemadeTriagem deManchester(MTS)eoÍndicedeGravidadenaEmergência (ESI).1,2
No Brasil,o sistemadeclassificac¸ão derisco desenvol-vido pelo Ministério da Saúde no programa Qualisus tem somente quatro categorias de urgência, não contempla as particularidades da faixa etária pediátrica e não tem alcanc¸ado adesão nacional expressiva.3,4 Por outro lado,
os desenvolvidos na Europa, América do Norte e Austrá-lia são complexos e tornam sua adoc¸ão em ampla escala problemáticanumcontextodesaúdeheterogêneocomoo brasileiro.Alémdisso,asversõespediátricasdesses mode-loscarecemdemuitasespecificidadesparaessafaixaetária e de literatura suficiente sobre sua validade e confiabili-dade.
O objetivo deste estudo é apresentar um novo ins-trumento de classificac¸ão de risco para emergências pediátricas, o CLARIPED, e descrever as etapas de seu desenvolvimento.Estima-sedessaformachegarauma fer-ramenta, confiável e válida, que apresente uma melhor adequac¸ãoaocontextodesaúdebrasileiro.
Método
O desenvolvimento do CLARIPED se deu em sete etapas: (i)reuniõesdeespecialistasparadiscussãodonovo instru-mentoatéapropostadeumprotótipo(primeiro semestre de 2013); (ii) primeiro pré-teste, com a aplicac¸ão do protótipoem36casoshipotéticos,submetidosanove profis-sionaisdoservic¸odeemergência,apóstreinamentodetrês horas(agosto de2013) eavaliac¸ãodaconcordância entre eles(estatística kappa);(iii) nova rodadade discussõesa partir dos resultados do primeiro pré-teste, que originou modificac¸õesnoprotótipo; (iv) novotreinamentodos pro-fissionaisdatriagem,comsupervisãoediscussãodecasos reaisporumespecialista(setembro de2013);(v)segundo pré-teste,feitoemtemporealcomaparticipac¸ãodetoda aequipedetriagem,comousodosegundoprotótipo,após assinaturadeTermodeConsentimentoLivreeEsclarecido pelosresponsáveis(outubroenovembrode2013);(vi)nova rodadadediscussõeseapresentac¸ãodaversãofinala par-tirdaincorporac¸ãodasmodificac¸õespropostas;(vii)estudo pré-teste final de validade, com o objetivo de avaliar a associac¸ãoentreascategoriasdeurgênciae umdesfecho
aplicou-se retrospectivamentea versão finaldo CLARIPED emumaamostrasistemáticade20%dosatendimentos fei-tosemcincodiasdedezembrode2013;osníveisdeurgência obtidosforamcomparadoscomonúmeroderecursos diag-nósticose/outerapêuticosusados;osdadosdetriagemede evoluc¸ãoforamobtidospormeiodarevisãodeprontuários. OestudofoiaprovadopeloComitêdeÉticaemPesquisado InstitutoD’Or dePesquisa e Ensino (IDOR), sob o número 209.075/2013.
Resultados
Umgrupodeespecialistas (trêsmédicos eduas enfermei-ras)comamplaexperiênciaememergênciaspediátricasfoi constituídocomoobjetivodeescolheretestarum instru-mentodeclassificac¸ãoderiscoparaoservic¸odeemergência pediátrica. Após ampla revisão de literatura, concluiu-se queosquatrosistemasdetriagemidealizadosnaAméricado Norte(CTASeESI),noReinoUnido(MTS)enaAustrália(ATS) nãoeramadequadosparaonossopaísporseremextensos, complexosoucarentesdeespecificidadesparaapediatria. AEscala SulAfricana deTriagem (SATS),5 apesar de mais
simples e adaptável ao contexto de saúde brasileiro, só apresentavaquatroníveisdeurgência,estratificac¸ão insufi-cientedefaixasetáriaspediátricas,alémdepoucosestudos sobreseu usoemcrianc¸as. Decidiu-se,então,pelo desen-volvimentodeumnovosistemadetriagemespecíficopara emergênciaspediátricas.
OsistemaCLARIPED
O CLARIPED é composto de cincocategorias de urgência: Vermelha(riscoiminentedevida),Laranja(muitourgente), Amarela (urgente), Verde (pouco urgente) e Azul (sem urgência).Acadacategoriaatribui-seumtempomáximode esperaparaaavaliac¸ãomédicae oencaminhamentopara umaáreadeatendimentoadequadaaoníveldeurgênciado paciente,doseguintemodo: vermelho,atendimento ime-diato,saladeestabilizac¸ão; laranja, atendimentoem até 10minutos, salade observac¸ão; amarelo, até30minutos, saladeespera;verde,até90minutos,saladeespera;eazul, até180minutos,saladeespera.Aclassificac¸ãoderiscodeve seiniciaremnomáximo10minutosapósachegadaeregistro dopaciente,deveserfeitaporumenfermeiroeterdurac¸ão de2-5minutos.
A primeira etapa se iniciacom seis perguntas: motivo daconsulta,alergiaamedicac¸ões,seusaassistência pediá-tricaregular,morbidadesassociadas,medicac¸õesemusoe últimopeso aferido.Segue-seaavaliac¸ãodequatrosinais vitais: frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC),saturac¸ãodeoxigênio(SpO2)etemperaturacutânea (Temp).Acadasinalvitalaferidoatribui-seumapontuac¸ão, queirá compor umescore (escoreVipe), que podevariar entre0e12econsistenasomadospontosdostrês primei-rosparâmetros,subtraídosdapontuac¸ãodatemperaturaem caso de FC aumentada (FR+FC+SpO2-Temp, se FC aumen-tada).OescoreVipedeve,então,serassociadoaumadas cincocores:escore0=Azul;1a2=Verde;3a5=Amarelo;6a 9=Laranjae≥10=Vermelho(tabela1).
A segunda etapa consiste na consulta a tabelas de discriminadores, subdivididos por tipos ou sistemas de
acometimento(linhas)e porcategoriasdeurgência (colu-nas). A avaliac¸ão de cinco discriminadores gerais (dor, estadogeral,relatodefebre,idadeeretorno)éobrigatória emtodosospacientes(tabela2).Osdemaisdiscriminadores sãoavaliadosdeacordocom aqueixadopaciente (tabela 3).Nãoénecessárioconsultartodasaslinhasecolunasda segundatabela,somenteaslinhaspertinentesaosmotivos de consulta e as colunas dascategorias de urgênciamais elevadas do que a atribuída pelo Escore Vipe. Se estiver presenteumdiscriminadorquecorrespondeaumnívelde urgênciamaiselevadodoqueoatribuídopeloEscoreVipe, oníveldemaiorurgênciadeterminaráaclassificac¸ãofinal. Não se pode rebaixar a urgência dada pelo Escore Vipe, somenteelevá-laapartirdaavaliac¸ãodosdiscriminadores. Napresenc¸adediscriminadoresevidentesdeemergência ou muita urgência, como convulsões, nível de consciên-ciacomprometido,apneia, cianoseeoutros,o pacienteé enviadoparaabordagemmédicarápidaouimediata,antes de qualquer procedimento administrativo. O processo de classificac¸ãoderisco,então,éfeitoretrospectivamente.
Estudospré-teste
Os cenários clínicoshipotéticos, idealizados pelos especi-alistas para treinamento, tinham a seguinte distribuic¸ão de urgências: Vermelho11%, Laranja42%, Amarelo31%, Verde8%eAzul8%.Okappageralparamúltiplos observado-resresultantedoprimeiropré-testecom36cenáriosclínicos hipotéticosfoi0,79eokappaparacadacategoriade urgên-cia foi 0,93(Vermelho); 0,82(Laranja); 0,73(Amarelo); 0,65(Verde) e 0,93(Azul), com desvio-padrão de 0,03 e
p<0,001,oquedemonstrouumasubstancialconfiabilidade doinstrumento.
O segundo pré-teste, feito com pacientes em tempo real, determinou modificac¸ões em relac¸ão aos limites e à pontuac¸ão dos parâmetros fisiológicos e em relac¸ão a algunsdiscriminadores(recém-nascido,retornocommenos de24horas,relatodefebre,dorabdominaletraumatismo crânioencefálico).
O pré-teste final de validade, com amostra retrospec-tiva de atendimentos, incluiu a análise de 82prontuários de uma amostra sistemática de 95atendimentos, corres-pondentes a 20% da populac¸ão atendida nos primeiros cinco diasde dezembrode 2013. O objetivofoi avaliar a distribuic¸ão das categorias de urgência e sua associac¸ão com um desfecho proxy de urgência, como número de recursosdiagnósticoseterapêuticosusados.Adistribuic¸ão deurgênciasfoi:Azul(4,2%);Verde(34,7%);Amarelo(41%); Laranja(6,3%)e Vermelho(0%).Nenhumdos atendimentos classificadoscomoAzulusoualgumrecursodiagnósticoe/ou terapêutico nosetordaemergência;umterc¸odos Verdes usouumrecurso;metadedosAmarelosusou umrecursoe 20%usaramdoisoumaisrecursos;maisde80%dosLaranjas usaramdoisoumaisrecursos(tabela4;p<0,001).
Discussão
Tabela1 CálculodoescoreVipe(sinaisvitaisempediatria)
Recém-nascidoa2mesescompletos
4 2 1 0 2 3 4
FR <16 16-19 20-29 30-60 61-80 81-90 >90
FC <81 81-90 91-110 111-149 150-179 180-189 >189
SpO2 <90 90-92 93-94 95-100
3mesesa11mesescompletos
4 2 1 0 2 3 4
FR <16 16-19 20-24 25-50 51-70 71-80 >80
FC <71 71-80 81-100 101-139 140-169 170-179 >179
SpO2 <90 90-92 93-94 95-100
1anoa4anoscompletos
4 2 1 0 2 3 4
FR <13 13-15 16-19 20-40 41-60 61-70 >70
FC <61 61-70 71-90 91-119 120-149 150-169 >169
SpO2 <90 90-92 93-94 95-100
5anosa12anoscompletos
4 2 1 0 2 3 4
FR <11 11-14 15-17 18-24 25-36 37-50 >50
FC <51 50-60 61-70 71-109 110-129 130-149 >149
SpO2 <90 90-92 93-94 95-100
>12anos
4 2 1 0 2 3 4
FR <10 10 11 12-16 17-22 23-29 >29
FC <41 41-50 51-60 61-99 100-119 120-139 >139
SpO2 <90 90-92 93-94 95-100
Avaliac¸ãodatemperaturaaxilar(independentementedafaixaetária) CasoaFCestiveraumentada(pontuac¸ão2,3ou4),subtrair:
0 −1 −2
TAx 36-37,4 37,5-38,5 >38,5
EscoreVipe,0a12,representaasomadospontosatribuídosacadasinalvital.Entretanto,casoafrequênciacardíacaestejaaumentada (pontuac¸ão2,3ou4),deve-sesubtrairdapontuac¸ãofinal-1,seatemperaturaaxilarestiverentre37,5-38,5◦Ce-2seatemperatura
axilarestiver>38,5◦C.
Classificac¸ãodaurgência:Azul(0),Verde(1-2),Amarelo(3-5),Laranja(6-9)eVermelho(≥10).
Tabela2 DiscriminadoresCLARIPEDgeraiseobrigatórios
Discriminador Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul
Tempomáximo deespera
Imediato 10min 30min 90min 180min
Estadogeral Agonizando Parecemuitodoente Parecedoente Parecepouco doente
Muitobom
Prostrac¸ão importante
Prostrac¸ãolevea moderada
Semprostrac¸ão Nãoparece doente
Dor(nível)a Forte(7a10) Moderada(4a6) Leve(1a3) Semdor(0)
Febre(TAx)b Relatodefebre ≥38,5◦Cem<3meses
Relatodefebre≥37,5◦C
em<3mesesdeidade Relatodefebre≥38,5◦C
em<3anosdeidade Relatodefebre≥39,5◦C
emqualqueridade Idade Recém-nascido(≤28dias)
Retorno 1retornoem<24horas 2retornosem<72horas
a Oníveldedordeveseravaliadoporescalasapropriadasparaaidadedopaciente,comoaEscalaFlaccouEscaladeFacespara
<5anoseaEscalaAnalógico-Visualpara>5anos.
Tabela3 DiscriminadoresCLARIPEDdeacordocomomotivodaconsulta
Discriminador Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul
Nívelde consciência
Inconsciente(coma) Alterado (sonolênciaou torpor) Viasaéreas/
respirac¸ão
Cianosedelábios Dispneiaa Taquipneiab Corizae/ou
espirros Apneia Estridorc Rouquidãodem
<2anos
Tosse
Cardiovascular Pulsosausentes Pulsosfinos Cianosede
extremidades
Enchimento capilar>2seg. Neurológico Convulsãonomomento
doatendimento
Déficitfocalagudo Convulsãonas últimas12h Estadopós-ictal Glicemiacapilar:e
40-60(≤1ano)ou
60-80(>1ano) Glicemiacapilar:e
<40(≤1ano)ou
<60(>1ano) Gastrintestinale
genito-urinário
Sinaisde desidratac¸ãof
Vômitosno momentoou relatodevômitos incoercíveis
Históriade vômitose/ou diarreianas últimas72h Retenc¸ãourinária
comglobovesical palpável
>5evacuac¸ões/dia ouevacuac¸ões comsangue Dortesticular Dorabdominal
atualepersistente Dorabdominal intermitenteem <2anos
Trauma Politraumatizadog TCEcomrelatode
perdada consciênciae/ou vômitos
TCEcom<12he semrelatode perdada consciênciaoude vômitos
TCEcom>12hsem perdade
consciênciaesem vômitos
Fraturaexpostaou comdeformidade Mecanismodealta energiah
Suspeitade fraturaouluxac¸ão demembros Sangramentoou
ferimentoi
Hemorragiasem controle
Sangramento abundante
Sangramento moderado controlado
Pequeno sangramento
Pequeno ferimento,sem sangramento Ferimentoextenso Ferimento
moderado
Pequeno ferimentocom sangramentoleve Queimaduraj Defacee/ouinalac¸ão Moderada>20% Leve<10%
Queimadura elétricaou circunferencialou química
Intoxicac¸ão exógena
Tabela3(Continuac¸ão)
Discriminador Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul
Pele Urticárialcomestridor
edificuldade
respiratóriaimportante
Urticárialcom
edemadeface
Urticárialextensa Exantemasem
petéquias
Impetigoou abcessolocalizado
Púrpurak Edemasem
hipertensão
Urticária localizada Edema+PA
>140×90
Sinaisdecelulite
Locomotor Claudicac¸ão+ febre.
Alterac¸ãoaguda damarcha Corpoestranho Presente Inespecíficos Nãoconsegueficar
depé
Choroincessante.
Alterac¸ãode comportamento
Irritabilidade
Suspeitademaus tratos
Comorbidades Diabetes,com hipoglicemiagrave (glicemiacapilar<20)e
Diabetescomhipo ouhiperglicemia: glicemiacapilare
<60ou>400
Diabetescom glicemiacapilare
entre250-400
Imunossupressão comfebre
Doenc¸as
neuromuscularesm
Imunossupressãon
semfebre Suspeitade
dengue(sempre medirPAodeitado
esentado)
Sinaisdechoque Presenc¸adesinais dealarmep
Ausênciadesinais dealarmep
Sinaisdeinsuficiência respiratória
a Dispneia:dificuldaderespiratóriacompresenc¸adetiragemintercostal. b Taquipneia:aumentodaFRdeacordocomatabelaVIPE(escoredeFR>0). c Estridor:ruídoduranteainspirac¸ãocomgrausvariáveisdedificuldaderespiratória. d Rouquidão:choroouvozoutosserouca,semestridoroudificuldadepararespirar.
e Glicemiacapilar(mg/dL): fazero teste em todopacientecom alterac¸ãodo nívelde consciência,convulsão recente ouatual,
prostrac¸ãoimportanteouhistóriapréviadediabete.
f Sinaisdedesidratac¸ão:bocaseca,olhosfundos,semurinarnasúltimas12horas,turgordepelediminuído. g Politraumatismo:pacientecomtraumatismodedoisoumaisórgãos.
h Mecanismodealtaenergia(nafaltadeinformac¸ãoconsiderarqualqueracidentedetrânsitocomomecanismodealtaenergia):a)
acidentecomveículoamotor:>60Km/h(colisãocomcinto);>40Km/h(colisãosemcinto);>30Km/h(moto)e>10Km/h(atropelamento); b)quedademaisdeummetrodealtura.
i Ferimento:a)pequeno:escoriac¸õesecontusõessemnecessidadedesutura;b)moderado:pequenasferidascorto-contusascom
necessidadedesutura,mascomsangramentocontrolado;c)extenso:feridascorto-contusasextensascomnecessidadedesutura,com sangramentoabundanteemantido.
j Queimadura:Regrados9.
k Púrpura:presenc¸adepetéquiase/ouequimoses.
l Urticária:diferentedeoutrosexantemas;placashiperemiadaseelevadas,emgeralmuitopruriginosas,masnemsempre. m Doenc¸asneuromusculares:encefalopatiascrônicas,miopatias,mielomeningocele,hidrocefalia.
n Imunossupressão:pós-quimioterapia,síndromenefróticaematividade,usocrônicodecorticosteroide.
o Pressãoarterial(PA):Sempreaferiremcasodealterac¸ãodoníveldeconsciência,convulsãorecenteouatual,suspeitadedengue,
edemademembrosinferioresougeneralizado(anasarca).
p Sinaisdealarmenodengue(presenc¸adeumoumaissinais):dorabdominal,vômitospersistentes,desconfortorespiratório,hipotensão
posturaloutonteira,sonolênciae/ouirritabilidade,sangramentosespontâneos,diminuic¸ãodadiurese,quedaabruptadatemperatura, hipotermia,edemas.
heterogeneidadedopaístornamdifíceisaadoc¸ãodeum sis-temadeclassificac¸ãoderiscoemâmbitonacional.Aopc¸ão dedesenvolverumnovoinstrumento,emdetrimentodouso deoutrossistemasdetriagemmaisestudados,justifica-se.
Ossistemasmaisusadosnomundoforamdesenvolvidosem paísesdaAméricadoNorte,6,7Europa8eAustrália.9O
Tabela4 Pré-testedevalidadepiloto:usoderecursosdetratamentodeacordocomoníveldeclassificac¸ãoderisco
Frequência n(%)
0recurso n(%)
1recurso n(%)
2recursos n(%)
≥3recursos n(%)
Total n(%)
p-valora
Azul 4(4,2) 4(100) 0 0 0 4(4,9) <0,001
Verde 33(34,8) 17(51,5) 14(42,4) 1(3) 1(3) 33(40)
Amarelo 39(41,0) 9(23) 17(43,6) 12(30,8) 1(2,6) 39(47,6)
Laranja 6(6,3) 0 1(16,6) 2(33,3) 3(50) 6(7,3)
Vermelho 0 0 0 0 0 0
Perdas 13(13,7)
Totaln(%) 30(36,6) 32(39) 15(18,3) 5(6) 82(100)
aTestedoqui-quadrado.
eventos de saúde quanto da formac¸ão, disponibilidade e habilidadedos recursoshumanos. O SATS, um sistemade triagemsimplificado,desenvolvido numpaísafricano com muitassemelhanc¸associoeconômicasedemográficascomo Brasil,poderiaseruminstrumentomaisadequado. Desen-volvidoe implantado na Cidade doCabo em 2006,com a denominac¸ãodeCapeTownScore(CTS),foiposteriormente adotado em todo o país como South African Triage Scale (SATS).10---12OCLARIPEDmantevealogísticadoprocessode
triagemem duasetapas,preconizadaspelo SATS,aferic¸ão deparâmetrosfisiológicos,seguidadeavaliac¸ãodapresenc¸a dediscriminadores,masváriasmodificac¸õesforam necessá-riaseestãodiscriminadasaseguir.
EmboraoSATSapresentecincocores,arigorelesótem quatroníveisdeurgência,umavezqueonívelAzulnãose refereapacientessemurgência,esimapacientesque che-gamsemvidaao setor.Nocontextodesaúdebrasileiro,o afluxodepacientesambulatoriaisaosservic¸osde emergên-ciaégrande.3,4Justifica-se,assim,aexistênciadeumnível
parapacientesnãourgentes,àsemelhanc¸adeoutros siste-mas,comoMTS,8ESI-4,6PaedCTAS7eATS.9Osinstrumentos
detriagemcomcincocategoriasdeurgênciademonstraram maiorconfiabilidadee validadedo que instrumentos com menoscategorias.13
NoCLARIPED,optou-sepelaestratificac¸ãoemcinco fai-xasetárias,emvezdetrês,comonoSATS.Essaopc¸ãoestáde acordocomtabelasdesinaisvitaisrecomendadasemlivros textosdepediatria14,15 ecomoutrosinstrumentosde
tria-gem,queusamquatrooumaisfaixas.6,7Entretanto,háuma
carênciadeestudosquevalidemaestratificac¸ãodefaixas etáriasparasinaisvitaisempediatria.OEscorePediátricode SinaisdeAlertaàBeiradoLeito(BedsidePediatricEarly War-ningSystemScore---BedsidePEWSScore),uminstrumento desenvolvido para detectar precocemente a deteriorac¸ão clínica de crianc¸as internadas, foi derivado de métodos estatísticoserecentementevalidado.16Aestratificac¸ãoem
cinco faixas etárias do CLARIPED baseou-se nesse instru-mento.
Emboraaindanãohajaumconsensointernacionalsobre osparâmetrosaseremincluídosemuminstrumentode tri-agem,háevidênciasdequeossinaisvitaisdevemserparte integrantedeumprocessodeclassificac¸ãoderiscoseguro, particularmente em crianc¸as.5,17,18 Entretanto, a aferic¸ão
desinaisvitaispodeserextremamentedifícilnoâmbitoda emergência,principalmentenascrianc¸aspequenasoupouco cooperativas.Selecionarosparâmetrosmaisobjetivos,que representemumacontribuic¸ãoeficazparaadiscriminac¸ão
deurgências,édeimportânciafundamentalparaatingiras metasdetempoeaprimoramentodoprocesso.NoSATS,a primeira etapainclui aavaliac¸ãodesete parâmetros:FR, FC,pressãoarterialsistólica(PAS),Temp,nívelde consciên-cia,mobilidadeepresenc¸adetrauma.Aversãopediátrica revisada do SATS excluiu a aferic¸ão da PAS. O PaedCTAS7
recomenda a aferic¸ão da FC, FR e SpO2 como
modifica-dores de primeira ordem, enquanto o ESI-46 preconiza a
medidadosmesmostrêssinaisvitaissomenteem determina-dascircunstâncias.OATS19deixaacritériodoprofissionalda
triagemanecessidadedeaferirsinaisvitais.NoCLARIPED, osquatrosinaisvitaisselecionadoseapontuac¸ãoatribuída acadaumbasearam-seemestudossobreodesenvolvimento dedoisinstrumentosqueusarammétodosestatísticospara avaliaracapacidadedealgunsparâmetrosfisiológicospara preverdesfechosevolutivos:oBedsidePews16eoPediatric
EmergencyAssessment Tool(PEAT),20 ummodelo
multiva-riadoparapredizer trêsníveis decuidadosrequeridospor pacientespediátricosnoservic¸odeemergência.
AinclusãodaSpO2 noescoreVipe baseou-senãosóno
usoem outrosinstrumentos jávalidados, comooESI-4,6 o
PaedCTAS7eoBedsidePewsScore,16comotambémem
evi-dências dequepacientescomSpO2 baixausualmentenão
apresentamaumentodefrequênciarespiratóriae quesua aferic¸ãopodegerarmudanc¸assignificativasnotratamento deumaparceladepacientesatendidosemservic¸osde emer-gênciapediátrica.21,22
AexclusãodapressãoarterialdoEscoreVipebaseou-se na evidência dequeo benefíciodesuaaferic¸ão obrigató-ria em pacientes pediátricos noservic¸o de emergência é limitado.23Porumlado,ahipotensãoéumsinaldechoque
tardio em crianc¸as. Poroutro lado,a triagemde crianc¸as com hipertensão arterial no servic¸o de emergência pode resultaremelevadaprevalênciadefalsospositivos.24Outros
instrumentosdetriagem,comooMTS,8oPaedCTAS,7o
ESI-46 eoATS,19 nãoincluemamedidaobrigatóriadapressão
arterial,masapenasaavaliac¸ãoinicialdapresenc¸ade cho-queapartirdesinaisclínicosevidentes,comodiminuic¸ãoda amplitudedospulsos,enchimentocapilarretardado, sudo-reseepalidez.
Acorrec¸ãodaFCpelaintensidadedafebreéumaspecto únicodoCLARIPEDebaseou-senofatodequeataquicardia éumdosparâmetrosdasíndromedarespostainflamatória sistêmica (SRIS) e da sepse.25 Estudo recente propõe
correc¸ãosemelhantenaavaliac¸ãodecrianc¸ascominfecc¸ão aguda.26 Nenhumoutro sistemadetriagemconsideraessa
lado, é considerada na etapa dos discriminadores, de acordocomaidade esegueasrecomendac¸õesdoColégio Americanode Médicosde Emergência.27 Entretanto,
dife-rentemente de outros sistemas de triagem, no CLARIPED leva-se em conta não só a febre atual, mas o relato de febrenasúltimas24horas.
No CLARIPED,a avaliac¸ão donívelde consciênciae da presenc¸adetraumafoideslocadaparaaetapados discri-minadores. Em vez de considerar o comprometimento do níveldeconsciênciaemquatrocategorias(alerta,resposta àdor,respostaàvozenãoresponsivo),comopreconizado noSATS,11oCLARIPEDconsideraqueapresenc¸adequalquer
comprometimentodaconsciênciacolocaopacientenonível Laranja(muitourgente).EssaestratégiajáéusadanoMTS,8
noESI-4,6noPaedCTAS7enoATS.19
No CLARIPED o traumaé avaliado nãosó quantoà sua presenc¸aouausência,como preconizadonoSATS, masde acordo com aspectos sobre o mecanismo, a extensão, a localizac¸ão e a presenc¸a de sintomas. A valorizac¸ão do mecanismo e da intensidade do trauma também é usada em outrosinstrumentos. OPaedCTAS7e o ATS19 valorizam
apresenc¸adeummecanismodealtaenergia, independen-tementedesintomasclínicos,paraclassificaropacienteem categoriasdemaiorurgência.NoMTS8existeumfluxograma
específicoparagrandestraumas,emqueopacienteé clas-sificadononívelum,doisounomínimotrêsdeurgência,em func¸ãodasmanifestac¸õesclínicas.
Finalmente, a tabela de discriminadores usada na segundaetapadoCLARIPEDdiferemuitodausadanoSATS, em termos de conteúdo e organizac¸ão. Assim como no PaedCTAS,7osdiscriminadoressãoagrupadospor sistemas
orgânicos.O instrumento canadense, entretanto, é muito mais extensoe complexo, abrange 167queixas agrupadas em17sistemasorgânicos.
Estudo recente sobre o SATS5 demonstrou que a
combinac¸ãodasduasetapas,avaliac¸ãodeparâmetros fisio-lógicos eavaliac¸ãode discriminadoresclínicosna triagem de crianc¸as, aumentou significativamente a sensibilidade (91%), em comparac¸ão com o uso de cada etapa isola-damente(57,1% e75,6%,respectivamente).NoCLARIPED, considera-se que o cálculo do Escore Vipe tem um peso menornasensibilidadedoinstrumento,embora essa hipó-teseaindanãotenhasidotestada.
O pré-teste final de validade com uma amostra de 82atendimentosencontroudistribuic¸ãodeurgências seme-lhanteàdeoutrosestudos.28---30Aassociac¸ãoentreoscinco
níveisdeurgênciaeonúmeroderecursosusadossugerem umaboavalidadedoinstrumento.
Algumas limitac¸ões podem ser apontadas no desen-volvimento do modelo CLARIPED. A primeira se refere à metodologia para obter consenso sobre as modificac¸ões propostase sobreaescolha eorganizac¸ãodos discrimina-dores.UmametodologiaDelphi,quegarantisseanonimato entre os especialistas participantes, interac¸ão com feed-back controlado e tratamento estatístico das respostas às sucessivas rodadas de interac¸ão, seria o método de eleic¸ão para minimizar vieses e ruídos e assegurar a prevalência da opinião da maioria. Por outro lado, o desenvolvimentodoinstrumentoemváriasetapasgarantiu asistematizac¸ãodoprocessoeumaamplaparticipac¸ãodos profissionaisdosetordeemergêncianodesenvolvimentoe amadurecimentodoinstrumento atésua últimaversão. A
segundalimitac¸ãorefere-seaousodoCLARIPEDemoutros contextosdesaúde.Pode-sealegarqueasespecificidades docontextonoqualoCLARIPEDfoiidealizadolimitaasua aplicac¸ãoemoutroslocais.Discriminadoresmaisespecíficos relacionadosaemergênciasoftalmológicasoupsiquiátricas, por exemplo, estão ausentes no CLARIPED. Entretanto, a busca pela simplicidade, objetividade e facilidade de treinamento do instrumento pode tornar viável a sua adaptac¸ão e disseminac¸ão em outras regiões brasileiras menosdesenvolvidaspormeiodainclusãode discriminado-res maisabrangentes e/ou específicos para determinados contextos.Apreocupac¸ãoderefinaradiscriminac¸ãoentre asurgências intermediárias (Amarelo [urgente] vs. Verde [poucourgente])tambémtornaaferramentateoricamente aplicávelaservic¸osdeprontoatendimento.Entretanto,o instrumentonãoseprestaparatriagemdeeventoscríticos emmassaemambientesexternos.Instrumentosespecíficos com foco em triagem de pacientes graves em ambiente extra-hospitalarsãonecessáriosparaessafinalidade.
Pode-se concluir que o desenvolvimento do CLARIPED paraclassificac¸ãoderiscoememergênciaspediátricas resul-tou em um instrumento simples, objetivo e de fácil uso, cujos pré-testes sugerem boa confiabilidade e validade. Estudosemmaiorescalasobresuavalidade,confiabilidade eaplicac¸ãoemdiferentescontextosdesaúdeencontram-se emcursoepodemcontribuirparaaadoc¸ãodeumsistema declassificac¸ãoderiscopediátricoemâmbitonacional.
Financiamento
CNPq(Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científico e Tecnológico,processon◦448855/2014-3).Faperj(Fundac¸ão CarlosChagasFilhodeAmparoàPesquisadoEstadodoRio deJaneiro,processon◦E-26/010.000196/2015).
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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