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A gestão para resultados como ferramenta administrativa nas organizações do terceiro setor

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1199901944aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA li 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 .,

/ /WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A G E S T Ã O P A R A R E S U L T A D O S C O M O F E R R A M E N T A A D M IN IS T R A T IV A

N A S O R G A N IZ A Ç Õ E S D O T E R C E IR O S E T O R

B a n c a E x a m in a d o razyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Prof. Orientador Luiz Carlos Merege

Prof, Marilson Alves Gonçalves

(2)

1 1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A

Juliana e Ana Thereza,kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAp e lo a m o r, e s tfm u lo ep a c iê n c ia

Aos meus pais,p e lo s v a lo re s e e d u c a ç ã o

(3)

1 1 1zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO

LUIZ RODOVIL ROSSI JR.

A GESTÃO PARA RESULTADOS COMO FERRAMENTA ADMINISTRATIVA

NAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR

Dissertação apresentada ao Curso MBA

da FGV/EAESP

Área de Concentração: Organização,

Recursos Humanos e Planejamento,

como requisito para obtenção de título

de Mestre em Administração.

F u n d a ç ã OEscola de AdministraçãoG e t u U o V a r g a " . ' ..~ 'il

de Empresas de Silo P a u l o . ~ . -

-B l b l i o 1 t ! C 3 ~ . • • . . . . ,

-Orientador: Prot. Dr. Luiz Carlos Merege

SÃO PAULO

(4)

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. 'taZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

" 1 1 ,... . ....' • " ..• ... ~

O O J t.J 5~.3GO

\

> 2

(5)

IV

Palavras-Chaves: Terceiro setor; planejamento estratégico; gestão para

resultados; eficiência e eficácia; missão, objetivos estratégicos, planejamento de

metas e monitoramento de indicadores de desempenho.

ROSSI Jr., Luiz Rodovil. A Gestão para Resultados como Ferramenta

Administrativa nas Organizacões do Terceiro Setor: São Paulo: EAESP/FGV,

1998. 73p. ( Dissertação de Mestrado apresentada ao curso de Master in

Business Administration da Escola de Administração de Empresas de São Paulo,

Fundação Getúlio Vargas, Área de Concentração: Organização, Recursos

Humanos e Planejamento)

Resumo: Trata de apresentar a gestão para resultados como ferramenta

administrativa na aplicação do planejamento estratégico na organização do

terceiro setor. Parte da premissa que o desempenho de uma organização que

não visa o lucro s6 poderá ser otimizado e apresentado corretamente através de

objetivos claros vinculadosaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà missão e com a elaboração e o monitoramento de

metas e indicadores de desempenho quantificáveis que levantem informações

(6)

íNDICE

Introdução... 01

Primeira Parte: Terceiro Setor... 05

1. Significado... 06

2. Motivos de crescimento... 08

2.1 Parceiro do Estado... 10

2.2 Parceiro de empresas.. 12

2.3 Promotor de empregos... 14

2.4 Promotor da cidadania, valores e satisfação pessoal... 18

Segunda Parte: Resultados como Veiculo para a Credibilidade... 22

Terceira Parte: Gestão para Resultados 36 1. Planejamento, ação e controle... 37

2. A ferramenta administrativa de gestão para resultados... 39

2.1. Missão... 41

2.2. Diagnóstico do ambiente... 45

2.3. Objetivos estratégicos. 46 2.4. Indicadores de desempenho... 48

2.5. Metas de desempenho... 51

2.6. Monitoramento do desempenho.. 53

2.7. Planos de ação... 54

3. Exemplo de aplicação... 56

Considerações Finais... 62

Bibliografia... 66

Anexos 73

(7)

VIWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A G R A D E C IM E N T O SkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A lm ir P e re ira J ú n io r, A n to n io J a c in to C a le iro P a lm a , C lo v is B u e n o d e A z e v e d o ,

In e s P e re ira , L ia n e M a rc o n d e s , M a ria C é lia C ru z , M a ria R ita L o u re iro D u ra n d ,

M á rio A q u in o A lv e s , M a rils o n A lv e s G o n ç a lv e s , P e te r S p in kaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe R e b e c a R a p o s o

pelos ensinamentos.

F a e z e h S h a ik h z a d e h S a n to s , J o ã o R o n c a tti, M a rc o s K is il, O d e d G ra je w e

R o b e rto G a la s s i A m a ra l pela atenção e auxílio.

(8)

Q u a lq u e r c o is a q u e v o c ê p o s s a fa z e r o u s o n h a r, c o m e c e .aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A o u s a d ia c o n té m g e n ia lid a d e , p o d e r e m á g ic a .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA Goethe

(9)

INTRODUÇÃOaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(10)

Cresce a confiança depositada nas organizações de um setor em constante e

forte expansão no Brasil e no mundo: o chamado terceiro setor. Neste setor

as organizações são privadas e sem fins lucrativos e complementam as

iniciativas do setor governamental e do setor privado no atendimento de

diversas necessidades da sociedade e na formação de um sistema

econômico mais justo e democrático.

Nestas organizações se encontram, em sua grande maioria, os indivíduos que

valorizam o ser humano de uma maneira intensa e que estão inconformados

com as desigualdades sociais e econômicas que a lógica da economia de

mercado acaba ignorando, e que o Estado do bem-estar social se mostrou

incapaz de resolver.aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

crescimento da consciência comunitária encontra nestas organizações, um

ambiente favorável a sua aplicabilidade. Os valores predominantes, bastante

adequados para o desenvolvimento dos que trabalham nestas organizações

são: democracia, transparência, coletividade, flexibilidade e criatividade.

As organizações do terceiro setor conseguem pela qualidade intrínseca de

sua missão, motivar e comprometer seus colaboradores, facilitando a criação

de um ambiente participativo e recompensador. Quem nelas trabalha sabem

que estão construindo sua felicidade pessoal e social e que lá existe uma via

de mão dupla aonde quem ajuda está se ajudando.

A busca da eficiência e eficácia no atendimento da missão das organizações

(11)

não tem o lucro como objetivo tendem a não dar prioridade ao desempenho e

aos resultados, além destes serem difíceis de medir e controlar.

A crescente consciência por parte das organizações do terceiro setor da

necessidade em demonstrar resultados para todas partes interessadas, oskjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

s ta k e h o ld e rs , aliada a uma maior competição por recursos nem sempre

facilmente disponíveis, propiciou uma abertura cada vez maior nestas

organizações para a utilização de métodos administrativos profissionais,

habitualmente utilizados no setores privado ou mesmo público.

A gestão para resultados é a ferramenta administrativa apropriada para um

gerenciamento focado em resultados, que une a missão aos planos de ação

que fazem parte do dia a dia da organização, e que também serve como

importante instrumento de comunicação do desempenho tanto interna como

externamente.

A gestão para resultados já é utilizada no setor privado e é especialmente útil

para as organizações do setor público e do terceiro setor, que normalmente

carecem de indicadores quantitativos para justificar com resultados

mensuráveis a sua atuação.

A primeira parte deste trabalho define o terceiro setor e apresenta através de

informações coletadas em seminários, livros, e artigos de jornais e revistas,

os principais motivos de seu crescimento: a parceria com os setores público e

privado, a constatação do potencial das organizações da sociedade civil em

gerar empregos e de promover a cidadania, valores e a satisfação pessoal.aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(12)

A segunda parte é a apresentação de entrevistas com importantes dirigentes

de organizações do terceiro setor que confirmam a importância fundamental

em apresentar resultados como veículo para a credibilidade das organizações

do terceiro setor, ao mesmo tempo que validam a gestão para resultados

como uma ferramenta administrativa adequada para este fim.

A terceira parte apresenta a ferramenta de gestão para resultados.

Inicialmente é destacada a importância do ciclo planejamento, ação e controle

estar implantado na organização que pretende ser eficiente e eficaz. A seguir

é explicada a ferramenta administrativa gestão para resultados e todas as

etapas necessária para sua implantação: declaração da missão, diagnóstico

do ambiente, definição dos objetivos estratégicos, desenvolvimento dos

indicadores, determinação das metas de desempenho com o uso de

referenciais, monitoramento dos indicadores de desempenho e a prática e o

acompanhamento dos planos de ação.

A terceira parte é concluída com um exemplo de aplicação da ferramenta

(13)

PRIMEIRA PARTE

TERCEIRO SETORaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(14)

1 .WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAS ig n ific a d o

o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAterceiro setor compreende as organizações sociais que não são nem

estatais nem privadas, ou seja, mesmo sendo privadas não visam o lucro e,

por outro lado, mesmo sendo motivadas por objetivos sociais, não são

estatais.

Estas organizações da sociedade civil abrangem as fundações, institutos,

organizações não governamentais, organizações ambientalistas, associações

de bairro, cooperativas, entidades assistenciais e instituições religiosas de

assistência.

Gilberto Dimenstein no livro "Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã",

define assim o terceiro setor: "OkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAc o n ju n to d e a tiv id a d e s d a s o rg a n iz a ç õ e s d a

s o c ie d a d e c iv il, p o rta n to d a s o rg a n iz a ç õ e s c ria d a s p o r in ic ia tiv a s p riv a d a s d e

c id a d ã o s , c o m o o b je tiv o d e p re s ta ç ã o d e s e rv iç o s a o p ú b lic o ( s a ú d e ,

e d u c a ç ã o , c u ltu ra , h a b ita ç ã o , d ire ito s c iv is , d e s e n v o lv im e n to d o s e r h u m a n o ,

p ro te ç ã o d o m e io a m b ie n te ). A la rd e a d o c o m o u m n o v o s e to r d a e c o n o m ia n a

m a is fra n c a e x p a n s ã o , p o d e s e r o e q u ilíb rio b u s c a d o e n tre as a tiv id a d e s

c a p ita lis ta s - p o r g e ra r e m p re g o s - e as d e a s s is tê n c ia s o c ia l - p o r n ã o te r o

lu c ro c o m o m e ta p rin c ip a l, m a s o b e m -e s ta r d a s o c ie d a d e , n e s te

p ro b le m á tic o fin a l d e m ilê n io p a ra as e c o n o m ia s tra d ic io n a is ".

o

que principalmente agrupa estas organizações em um setor é serem

iniciadas e administradas por indivíduos que acreditam que mudanças são

necessárias e que eles mesmos podem fazer alguma coisa para que estas

(15)

No livro "Privado porém público: o terceiro setor na América Latina", Rubem

César Fernandes coloca como razão de ser das organizações do terceiro

setor o exercício e a promoção aos valores que ultrapassam a utilidade,

enquanto um fim em si mesmos:kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"P a la v ra s c o m o g ra tid ã o , le a ld a d e , c a rid a d e ,

a m o r, c o m p a ix ã o , re s p o n s a b ilid a d e , s o lid a rie d a d e , v e rd a d e , b e le z a , e tc . s ã o

m o e d a s d e tro c a c o rre n te s q u e a lim e n ta maZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAo p a trim ô n io d o s e to r. Q u a n to m a is

s o n o ra s e c o n v in c e n te s fo re m , m a io re s re c u rs o s a d v irã o p a ra as a tiv id a d e s

q u e o c o m p õ e m . S u a e x is tê n c ia . o fe re c e u m ín d ic e d e v ita lid a d e s o c ia l d e

v a lo re s m o ra is , e s té tic o s e re lig io s o s ".

No mesmo livro, Or. Marcos Kisil, diretor regional para a América Latina e

Caribe da W. K. Kellogg Foundation, menciona as seguintes características

para analisar as organizações do terceiro setor, quando comparadas com

outros tipos de organizações: "E la s n ã o tê m fin s lu c ra tiv o s , s ã o fo rm a d a s ,

to ta l o u p a rc ia lm e n te , p o r c id a d ã o s q u e se o rg a n iz a m d e m a n e ira v o lu n tá ria ,

o c o rp o té c n ic o n o rm a lm e n te re s u lta d e p ro fis s io n a is q u e g e ra lm e n te se

lig a m à o rg a n iz a ç ã o p o r ra z õ e s filo s ó fic a s e te m u m fo rte c o m p ro m is s o c o m o

d e s e n v o lv im e n to s o c ia l, s ã o o rg a n iz a ç õ e s v o lta d a s p a ra a a ç ã o , s ã o

fle x ív e is , in o v a d o ra s , rá p id a s e p ró x im a s às c o m u n id a d e s lo c a is , e

g e ra lm e n te fa z e m u m p a p e l in te rm e d iá rio : lig a m o c id a d ã o c o m u m c o m

e n tid a d e s e o rg a n iz a ç õ e s q u e p o d e m p a rtic ip a r d a s o lu ç ã o d e p ro b le m a s

id e n tific a d o s ".

(16)

2 .WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAM o tiv o s d o c re s c im e n tozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Nos últimos anos percebemos um despertar no Brasil para os benefícios de

um terceiro setor fortalecido. Os seminários, cursos, livros e artigos na mídia

impressa tem se multiplicado e partem de entusiastas de todos os setores da

economia, que independente de suas ideologias, promovem o crescimento do

terceiro setor.

Em pesquisa para mensurar o tamanho do terceiro setor no Brasil,

coordenada por Leilah Landim do ISER - Instituto de Estudos da Religião em

conjunto com a Universidade John Hopkins dos Estados Unidos, é

constatado um crescimento da mão-de-obra ocupada pelas organizações não

governamentais no Brasil entre 1991 e 1995 de 45,16%. Este número se

torna ainda mais relevante se compararmos com o crescimento no mesmo

período de 9,76% no setor público e 27,09% no setor privado.

O potencial de crescimento é percebido com a verificação que no Brasil o

terceiro setor ainda representa 8,8% de toda atividade social enquanto que

nos Estados Unidos é 33%, na Inglaterra 34% e na França 30%.

Nos Estados Unidos existem 32 mil fundações com patrimônio aproximado de

US$ 32 bilhões, distribuindo anualmente cerca de US$ 8,3 bilhões em

verbas. Lá as contribuições individuais superam os US$ 100 bilhões anuais e

respondem por 90 % dos fundos doados às entidades. A estes valores

adiciona-se ainda o valor das horas de contribuições voluntárias que esta

calculado em US$ 176 bilhões. I,

i'

(17)

Uma pesquisa realizada com a coordenação da John Hopkins University

apresentou dados do terceiro setor para sete países: Estados Unidos, Japão,

reino Unido, Alemanha, França, Itália e Hungria. Esta pesquisa aponta que o

terceiro setor movimenta anualmente US$ 340 bilhões nos Estados Unidos,

US$94 bilhões no Japão, US$ 21 bilhões na Itália, US$ 4 bilhões na Hungria

e cerca de US$ 40 bilhões na Alemanha, no Reino Unido e na França. O

terceiro setor gera nestas economias emprego remunerado para cerca de 12

milhões de pessoas sendo que 7 milhões só nos Estados Unidos.

São várias as razões para o crescimento:

• reconhecimento pelo Estado da necessidade de fazer parcerias com

organizações da sociedade civil para o atendimento das diversas

carências da sociedade;

• reconhecimento por parte das empresas privadas da necessidade e

vantagens em mostrar sensibilidade aos problemas sociais;

• reconhecimento do potencial de absorção por parte das organizações da

sociedade civil de mão de obra dispensada pelo Estado e pela iniciativa

privada;

• percepção da maior satisfação e realização pessoal dos que trabalham

nas organizações da sociedade civil e da capacidade elevada destas

organizações em promover a cidadania e os valores éticos.

Estes motivos de crescimento do terceiro setor foram identificados em

diversos congressos, seminários, livros e artigos de jornais e revistas.aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

(18)

2 . 1WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAP a rc e iro d o E s ta d ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

O crescimento do terceiro setor acontece principalmente pela evidente

incapacidade atual do Estado em suprir as necessidades da sociedade. A

tendência é que a reforma do Estado e a conseqüente diminuição de seu

tamanho, como solução para seu enorme déficit, abra caminho a uma

parceria cada vez maior com o terceiro setor no atendimento da sociedade.

Luiz Carlos Bresser Pereira, ministro da Administração Federal e Reforma do

Estado e professor da Fundação Getúlio Vargas, em artigo no jornal Folha de

São Paulo, prevê: "OkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAs é c u lo 21 s e rá o s é c u lo d a p ro p rie d a d e p ú b lic a n ã o

-e s ta ta l, u m a fo rm a d -e d -e f-e s a d o s d ir-e ito s s o c ia is m a is -e fic i-e n t-e , p o rq u -e m a is

c o m p e titiv a e fle x ív e l ( a b u ro c ra c ia e s ta ta l é, p o r d e fin iç ã o , m o n o p o lis ta ), e

m a is d e m o c rá tic a , p o rq u e d ire ta m e n te s u b m e tid a ao c o n tro le s o c ia l. O

E s ta d o q u e e s tá s u rg in d o d a c ris e g a ra n tirá os d ire ito s s o c ia is ao fin a n c ia r as

o rg a n iz a ç õ e s p ú b lic a s n ã o -e s ta ta is . D e s s a fo rm a , c o n tin u a rá a s e r u m

E s ta d o s o c ia l, m a s d e ix a rá d e s e r u m e s ta d o b u ro c rá tic o ".

Como parte do projeto de reforma do Estado encaminhado pelo ministro

Bresser Pereira foram criadas as Organizações Sociais. Elas são uma forma

de organização pública não-estatal constituídas pelas associações civis sem

fins lucrativos destinada a absorver atividades publicizáveis mediante

qualificação específica.

Publicização é um movimento em direção ao terceiro setor no sentido de

responsabilizá-lo, através de um contrato de gestão, pela execução de

(19)

subsidiados pelo Estado, comoaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé o caso dos serviços de educação, saúde,

cultura e pesquisa científica. É portanto uma parceria entre Estado e

sociedade para seu financiamento e controle.

o

modelo institucional das organizações sociais apresenta vantagens claras

sobre as organizações estatais atualmente responsáveis pela execução de

atividades não-exclusivas. Do ponto de vista da gestão de recursos, as

organizações sociais não estão sujeitas às normas que regulam a gestão de

recursos humanos, orçamento e finanças, compras e contratos na

administração pública. Há portanto ganhos significativos de agilidade e

qualidade na seleção, contratação, manutenção e desligamento de

funcionários, e nas aquisições de bens e serviços.

A avaliação da gestão de uma organização social se dá mediante o

cumprimento de metas estabelecidas no contrato de gestão, ao passo que

nas entidades estatais o que predomina é o controle dos meios.

o

ministro do trabalho Edward Amadeo, em artigo "Cresce a importância das

ONG" no jornal Gazeta Mercantil sobre o seminário "A contribuição do

terceiro setor para o desenvolvimento sustentado do País", destaca o

crescimento e a importância das organizações sociais e sem fins lucrativos à

medida que se reconhece a impossibilidade do setor público e privado de

suprirem as necessidades sociais. Para ele as metas sociais do governo

incluem a busca da ação integrada, a descentralização do governo federal e \

a interação entre a sociedade e o Estado. ,~~~~.

~'ti't.'~.,j ~

" t ' l

(20)

A primeira dama Ruth Cardoso, no livro "3° Setor: desenvolvimento social

sustentado", organizado por Evelyn loschpe, mostra sua convicção que o

conceito de terceiro setor descreve um espaço de participação e

experimentação de novos modos de pensar e agir sobre a realidade social.

Ela reconhece que a ação do terceiro setor no enfrentamento de questões

diagnosticadas pela própria sociedade, oferece modelos de trabalho que

representam modos mais eficazes de resolver problemas sociais: liAkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAg ra n d e

c o n trib u iç ã o d o te rc e iro s e to r,aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé a b u s c a e e x p e rim e n ta ç ã o , a in d a q u e em

p e q u e n a e s c a la , d e s o lu ç õ e s in o v a d o ra s p a ra os p ro b le m a s q u e e le se

p ro p õ e a e n fre n ta r. As o rg a n iz a ç õ e s d a s o c ie d a d e c iv il g a n h a ra m u m a

c o m p e tê n c ia n o m o d o d e se re la c io n a r e in te rv ir ju n to a g ru p o s s o c ia is

e s p e c ífic o s . P a ra s e re m b e m s u c e d id a s , in ic ia tiv a s v o lta d a s p a ra e s te s

g ru p o s m a is frá g e is e v u ln e rá v e is re q u e re m re g ra s e m o d o s d e a tu a ç ã o q u e

só se c o n s tró e m a tra v é s d a a ç ã o e e x p e rim e n ta ç ã o ".

Foi a crença na existência, relevância e potencialidade de um terceiro setor,

não-lucrativo e não-governamental, que inspirou o desenho do programa que

Ruth Cardoso coordena através do Conselho da Comunidade Solidária.

2.2 Parceiro de empresas

o

professor Luiz Carlos Merege, economista, professor titular da Escola de

Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas de

São Paulo e coordenador do CETS, Centro de Estudos do Terceiro Setor da

FGV, em artigo "O terceiro setor e a nova ética empresarial" na Revista da

(21)

destaca também a importância crescente que será dada no julgamento das

empresas ao balanço social, e não só aos seus resultados

econômicos-financeiros.aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o

balanço social já faz parte da campanha publicitária de algumas empresas

que tem se engajado em causas sociais ou ambientais. A tendência é que

esta conduta tenha um efeito multiplicador a partir do reconhecimento da

sociedade, do serviço público que estas empresas estão cumprindo.

Oded Grajew, empresário e coordenador geral da Cives, Associação

Brasileira de Empresários pela Cidadania, em artigo da revista Caros Amigos,

cita uma publicação americana, "Melhores Empresas para Você Trabalhar",

que será feita também no Brasil, que indica as empresas que tem

responsabilidade social. Esta indicação acaba influenciando a escolha dos

formandos talentosos na busca de emprego e ainda:kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"M u ito s fu n d o s d e

in v e s tim e n to h o jete m a ç õ e s d e e m p re s a s c o n s id e ra d a s re s p o n s á v e is .

São as q u e te m c rité rio , p e n s a m n o m e io a m b ie n te , te m a u d ito ria s o c ia l e tc .

E as p e s s o a sc o lo c a m s e u s re c u rs o s n e la s p o r c a u s a s d e s s e s v a lo re s

s o c ia is . A s e m p re s a s s e in te re s s a m e m s e r s o c ia lm e n te re s p o n s á v e is .

P o rq u e d á m a is lu c ro ".

Stephen Kanitz, professor e consultor, criador do prêmio "Bem Eficiente", em

artigo "Capitalismo beneficente", na revista Veja, fala da necessidade de »<.l '..

aprimorar o capitalismo para que ele produza bens e serviços de que as .- (

pessoas precisam. A este respeito acredita que alguns empresário estão indo

para esta direção: "E s tã o g a s ta n d o te m p o , re c u rs o s o rg a n iz a c io n a is e

(22)

d in h e irozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAem a tiv id a d e s b e n e fic e n te s e fila n tró p ic a s s im p le s m e n te p o rq u e

a c re d ita m q u e as e m p re s a s p re c is a m p ro d u z ir ta m b é m b e n s q u e a s o c ie d a d e

q u e r".aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2 . 3WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAP ro m o to r d e e m p re g o s

O professor Luiz Carlos Merege em artigo na revista Isto É, além de ressalvar

a importância do apoio mútuo entre os setores público, privado e terceiro

setor, aponta o crescimento deste último: "U m fe n õ m e n o e s tá m u d a n d o a

c a ra d o c a p ita lis m o . T ra ta -s e d a fo rm a liz a ç ã o d e u m s e to r q u e a té

re c e n te m e n te p e rm a n e c e u s e m id e n tid a d e . A lé m d e g a n h a r v is ib ilid a d e , e s te

s e to r q u a n d o m e n s u ra d o em te rm o s e c o n ô m ic o s , te m c a u s a d o s u rp re s a s a o s

e s tu d io s o s . A s u a p a rtic ip a ç ã o n o P IB e o s e u p e s o n o m e rc a d o d e tra b a lh o

s ã o b a s ta n te s s ig n ific a tiv o s . O q u e m a is c h a m a a a te n ç ã o é q u e e n q u a n to n o

E s ta d o e n o s e to r p riv a d o o e m p re g o v e m m in g u a n d o em to d o s p a ís e s , o

c re s c im e n to d o e m p re g o n e s s e s e to r é u m fa to q u e g e ra e s p e ra n ç a n a n o s s a

e ra d e e x c lu s ã o s o c ie t".

O economista americano Jeremy Rifkin, autor de mais de uma dúzia de livros

sobre tendências econômicas e questões relacionadas à ciência, tecnologia e

cultura, apresenta em seu livro "O fim dos empregos" a sua visão sobre a

importância do terceiro setor na geração de empregos no futuro próximo: "A té

a g o ra , o m u n d o te m e s ta d o tã o p re o c u p a d o c o m o fu n c io n a m e n to d a

e c o n o m ia d e m e rc a d o q u e a id é ia d e d a r m a is a te n ç ã o à e c o n o m ia s o c ia l te m

s id o p o u c o c o n s id e ra d a , ta n to p e lo p ú b lic o q u a n to p e la p o lític a

(23)

m a is c la ro q u e u m te rc e iro s e to r tra n s fo rm a d o o fe re c eaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa ú n ic a a re n a v iá v e l

p a ra c a n a liz a r d e m o d o c o n s tru tiv o a m ã o -d e -o b ra e x c e d e n te , d e s c a rta d a

p e lo m e rc a d o g lo b a l. A g lo b a liz a ç ã o d o s e to r d e m e rc a d ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe a d im in u iç ã o d o

p a p e l d o s e to r g o v e rn a m e n ta l s ig n ific a rã o q u e as p e s s o a s s e rã o fo rç a d a s a

se o rg a n iz a re m em c o m u n id a d e s d e in te re s s e s p ró p rio s p a ra g a ra n tire m s e u

p ró p rio fu tu ro . O s u c e s s o d a tra n s iç ã o p a ra u m a e ra p ó s -m e rc a d o d e p e n d e rá

em g ra n d e p a rte d a c a p a c id a d e d e u m e le ito ra d o m o tiv a d o , tra b a lh a n d o em

c o a liz õ e s e m o v im e n to s , p a ra tra n s fe rir e fe tiv a m e n te , ta n to q u a n to p o s s ív e l,

os g a n h o s d e p ro d u tiv id a d e d o s e to r d e m e rc a d o p a ra o te rc e iro s e to r, p a ra

fo rta le c e r os v ín c u lo s c o m u n itá rio s e as in fra -e s tru tu ra s lo c a is . A p e n a s c o m a

c o n s tru ç ã o d e c o m u n id a d e s lo c a is fo rte s e a u to -s u s te n ta d a s as p e s s o a s em

to d o s os p a ís e s s e rã o c a p a z e s d e re s is tir às fo rç a s d o d e s lo c a m e n to

te c n o ló g ic o e d a g lo b a liz a ç ã o d o m e rc a d o q u e a m e a ç a m o s u s te n to e a

s o b re v iv ê n c ia d e g ra n d e p a rte d a fa m ília h u m a n a ".

No seminário internacional Sociedade e Reforma do Estado, promovido pelo

Ministério da Administração e Reforma do Estado, houve um consenso entre

os especialistas e expositores que a participação da sociedade civil na

reforma do Estado deve ser valorizada e reforçada. Um dos palestrantes,

Claus Offe, sociólogo alemão, professor da Universidade Humboldt, em

Berlim, aponta que as ideologias acabaram e, que as entidades comunitárias

como as organizações não governamentais e as igrejas, vão formar ao lado

do estado e do mercado, uma nova ordem social. Em entrevista para a

revista Veja ele diz: "O s p ro b le m a s d e u m p a ís n ã o v ã o s e r re s o lv id o s

(24)

a p e n a s p e la a ç ã o d o E s ta d o o u d o m e rc a d o . É p re c is o u m n o v o p a c to , q u e

re s s a lv eaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAo d e v e r d o E s ta d o d e d a r c o n d iç õ e s b á s ic a s d e c id a d a n ia , g a ra n ta a

lib e rd a d e d o m e rc a d ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe d a c o m p e tiç ã o e c o n ô m ic a e, p a ra e v ita r o c o n flito

e n tre e s te s d o is in te re s s e s , p e rm ita a in flu ê n c ia d e e n tid a d e s c o m u n itá ria s .

A s o rg a n iz a ç õ e s n ã o g o v e rn a m e n ta is a tu a m c o m o u m a v á lv u la d e e s c a p e

n a s d e fic iê n c ia s d o E s ta d o e d o m e rc a d o . É a e n tid a d e d e d ire ito s c iv is q u e v a i d e fe n d e r o s in te re s s e s d o s c id a d ã o s ju n to à J u s tiç a e ao C o n g re s s o . É a s o lid a rie d a d e d e u m a o rg a n iz a ç ã o re lig io s a q u e v a i a ju d a r m u ito s

d e s e m p re g a d o s e x c lu ld o s p e lo m e rc a d o ".

Peter Drucker em "Sociedade pós-oapitalista", relata que as organizações

sem fins lucrativos tornaram-se as maiores empregadoras dos Estados

Unidos. Um em cada dois adultos americanos, cerca de 90 milhões de

pessoas ao todo, trabalha pelo menos três horas por semana como pessoal

não remunerado, isto é como voluntário, para uma organização sem fins

lucrativos, para igrejas e hospitais, para agências de serviços de saúde, para

serviços comunitários, para serviços de reabilitação, para abrigos de pessoas

maltratadas e para serviços de tutela em escolas nas áreas centrais das

cidades. Ele prevê que no ano 2000 o número dessas pessoas que trabalham

sem remuneração deverá chegar a 120 milhões, e suas horas médias de

trabalho a cinco por semana. Para ele a principal razão para esse

crescimento na participação de voluntários nos Estados Unidos não é o

aumento da necessidade, mas a busca por parte dos voluntários de

(25)

Destaca ainda que a sociedade pós-capitalista e a forma de governo

pós-capitalista exigem um novo setor social, tanto para satisfazer as

necessidades sociais como para restaurar um senso significativo de

cidadania e comunidade. Lembra que o governo tem conseguido muito pouco

como executor nesta esfera e que as ações não-governamentais de

organizações comunitárias autônomas produziram ótimos resultados: "AkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

p rim e ira c o n c lu s ã oaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa s e r tira d a é q u e o g o v e rn o d e v e d e ix a r d e s e r u m

e x e c u to r e g e re n te n a e s fe ra s o c ia l e lim ita r-s e a d e fin ir a p o lític a . Is to

s ig n ific a q u e n a e s fe ra s o c ia l, a s s im c o m o n a e c o n ô m ic a , e x is te a

n e c e s s id a d e d e te rc e iriz a r. O g o v e rn o é o m a io r e m p re g a d o r d e

tra b a lh a d o re s em s e rv iç o s , m a s s e u s fu n c io n á rio s s ã o os m e n o s p ro d u tiv o s .

E e n q u a n to e le s fo re m fu n c io n á rio s p ú b lic o s , s u a p ro d u tiv id a d e n ã o p o d e rá

s u b ir. U m a re p a rtiç ã o p ú b lic a a g e n e c e s s a ria m e n te c o m o u m a b u ro c ra c ia .

E la p re c is a s u b o rd in a r a p ro d u tiv id a d e a re g ra s e re g u la m e n to s . P re c is a

fo c a liz a r os fo rm u lá rio s a d e q u a d o s ao in v é s d o s re s u lta d o s , c a s o c o n trá rio

em p o u c o te m p o e la se tra n s fo rm a n u m a q u a d rilh a d e la d rõ e s . P o rta n to , o

in c e n tiv o às o rg a n iz a ç õ e s c o m u n itá ria s a u tô n o m a s n o s e to r s o c ia l é u m

p a s s o im p o rta n te n a re fo rm u la ç ã o d o g o v e rn o p a ra q u e e s te re c u p e re s e u

d e s e m p e n h o . M a s a m a io r c o n trib u iç ã o q u e e s s a s o rg a n iz a ç õ e s p o d e m d a r é

c o m o n o v o s c e n tro s d e c id a d a n ia . O m e g a e s ta d o p ra tic a m e n te d e s tru iu a

c id a d a n ia . P a ra re s ta u rá -Ia , o g o v e rn o p ó s -c a p ita lis ta p re c is a d e u m te rc e iro

s e to r em a d iç ã o a o s d o isj á c o n h e c id o s ".

(26)

2 .4 P ro m o to r d a c id a d a n ia , v a lo re s e s a tis fa ç ã o p e s s o a lzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

José Mindlin, empresário e membro do conselho da Fundação Vitae, em

artigo na Folha de São Paulo, "Filantropia, exercício de cidadania", considera

o apoio financeiro privadoaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà cultura, à educação e a programas sociais uma obrigação social e acrescenta:kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"A liá s a c o n trib u iç ã o d a s o c ie d a d e n ã o se

d e v e lim ita r ao s u p rim e n to d e re c u rs o s fin a n c e iro s . É d a m a io r im p o rtâ n c ia q u e h a ja ta m b é m u m a p a rtic ip a ç ã o p e s s o a l n a s in ic ia tiv a s fin a n c ia d a s . N o s

E U A , e s s a p a rtic ip a ç ã o , q u e se tra d u z p o r te m p o d e d ic a d o às a tiv id a d e s

fila n tró p ic a s - te m p o q u e re p re s e n ta u m v a lo r - , é e q u iv a le n te e , p o r v e z e s ,

a té m e s m o m a io r d o q u e a c o n trib u iç ã o fin a n c e ira . C rio u -s e lá , e fe liz m e n te

c o m e ç o u a s u rg ir a q u i, m a s em e s c a la a in d a in s u fic ie n te , o q u e v e m s e n d o

c h a m a d o d e te rc e iro s e to r. T e m o s p e la fre n te c o m o v ê , u m g ra n d e d e s a fio ,

m a s in e g a v e lm e n te u m d e s a fio e s tim u la n te . C o m o m e m b ro d o c o n s e lh o d a

V ita e , u m a d a s m u ita s in s titu iç õ e s fila n tró p ic a s q u e e x is te e n tre n ó s , p o s s o

c o n firm a r a s a tis fa ç ã o q u e e s s a a tiv id a d e p ro p o rc io n a ".

Oded Grajew, empresário e coordenador geral da Cives, Associação

Brasileira de Empresários pela Cidadania em artigo na Folha de São Paulo,

"Educação para a cidadania" preocupado com o grau de alienação dos

jovens: "N o B ra s il, o p a ís c a m p e ã o m u n d ia l d e d e s ig u a ld a d e s o c ia l, os filh o s

d e fa m ília s m a is p riv ile g ia d a s a c a b a m se a fa s ta n d o d o s p ro b le m a s d a

c o m u n id a d e , is o la d o s n o g u e to d a e s c o la , d o tra n s p o rte e d a s e g u ra n ç a

p riv a d o s , c e rc a d o s p e lo s m u ro s d o s c o n d o m ín io s fe c h a d o s . O s e rv iç o

(27)

c o n h e c e rzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe se id e n tific a r c o m olu g a r o n d e v iv e ec o m asp e s s o a s q u e m o ra m

n a lo c a lid a d e .

Os jo v e n s q u e p re s ta m s e rv iç o s c o m u n itá rio s a u m e n ta m s e u s e n s o d e

re s p o n s a b ilid a d e e s o lid a rie d a d e e d e s c o b re m n o v o s e n tid o às s u a s v id a s .

A d q u ire m c o n h e c im e n to s p a ra tra b a lh a r n o te rc e iro s e to raZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe a m p lia r p ro g ra m a s e n ú m e ro d e o rg a n iz a ç õ e s s o c ia is ".

Oded Grajew em outro artigo da Folha de São Paulo, "ONGs, um passo

adiante", fala também da satisfação do trabalho nas organizações do terceiro

setor:"A c a d a d ia s u rg e m n o v a s o rg a n iz a ç õ e s e e m p re s a s e n g a ja d a s e m

e m p re e n d im e n to s s o c ia is . E s ta r e n v o lv id o c o m o tra b a lh o d a s o rg a n iz a ç õ e s

s o c ia is d á u m s e n tid o à v id a e tra z m u ita g ra tific a ç ã o . S a b e m o s e s ta r

c o n trib u in d o p a ra a liv ia r as c a rê n c ia s d e m u ita s p e s s o a s , fa m ília s e

c o m u n id a d e s ".

No livro "Reiventando o Governo" de David Osborne e Ted Gaebler, é feita

uma análise das forças e fraquezas na prestação de serviços à sociedade de

cada um dos setores privado, público e terceiro setor.

o

autor aponta que o terceiro setor é o melhor quando se trata de

implementar normas morais e reforçar a responsabilidade individual pela

conduta já que suas organizações existem tipicamente para cumprir uma

missão e quase sempre têm um forte sentido dos valores e o desejo de

respeitá-los na prática.

Os quadros a seguir foram extraídos do livro citado acima e permite uma

visão ampla do perfil dos setores público, privado e do terceiro setor:

(28)

QUALIDADES DESEJADAS NOS

PRESTADORES DE SERViÇOS AO PÚBLICO

( AaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

=

existente em alto grau) ( B

=

existente em baixo grau)

( M

=

existente em grau moderado)

Setor Setor Terceiro

Público Privado Setor

Qualidades do setor público:

Estabilidade A B M

Capacidade de tratar

assuntos circunstanciais A B M

Imunidade ao favoritismo A M B

Qualidades do setor privado:

Capacidade de reagir a

mudanças rápidas B A M

Capacidade de inovar M A M

Tendência a repetir o sucesso B A M

Tendência a abandonar o

obsoleto ou mal sucedido B A M

Capacidade de assumir riscos B A M

Capacidade de gerar capital M A B

Habilitação profissional M A M

Utilização das economias de escala M A B

Qualidades do terceiro setor:

Capacidade de atender

populações diferenciadas B M A

Compaixão e comprometimento M B A

Abordagem holística dos problemas B B A

(29)

T A R E F A S M A IS A D E Q U A D A S A C A D A S E T O RzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

( EaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

=

efetiva ) ( I = inefetiva )

( O

=

dependente do contexto )

S e to r S e to r T e rc e iro

P ú b lic o P riv a d o S e to r

S E T O R P Ú B L IC O

Administração de políticas E O

Regulamentação E O

Eqüidade E I E

Prevenção da discriminação E O O

Prevenção da exploração E E

Promoção da coesão social E E

S E T O R P R IV A D O

Atividades econômicas E O

Investimento E O

Geração de lucros E I

Auto-suficiência E O

T E R C E IR O S E T O R

Atividades sociais O E

Atividades que exigem

voluntários O E

Atividades que geram

pouco lucro O E

Promoção da responsabilidade

individual I O E

Promoção da comunidade O E ' ~

Promoção do comprometimento ...'

,

com o bem-estar social O E "

'lI(

(30)

S E G U N D A P A R T E

(31)

A credibilidade é fundamental para a sustentabilidade das organizações do

terceiro setor, que operam na sua grande maioria com recursos provenientes

de seus parceiros.

Em entrevistas com diversos dirigentes de organizações do terceiro setor

ficou clara a necessidade da apresentação de resultados como um meio de

aumentar sua credibilidade. Todos os entrevistados são profissionais de

destaque nas organizações do terceiro setor e com formação e tempo de

atuação no setor distintos:

• Roberto Galassi Amaral, administrador com experiência administrativa

na área de recursos humanos do setor privado e a dois anos

superintendente do GIFE, Grupo de Institutos Fundações de Empresas;

• Dr. Marcos Kisil, médico, a treze anos é diretor de programa e

coordenador para a América Latina e Caribe da W. K. Kellogg

Foundation;

• Oded Grajew, empresário, atual conselheiro e a nove anos um dos

fundadores da Fundação ABRINQ pelos direitos da criança e diretor

presidente do Instituto Ethos de empresas e responsabilidade social;

• João Roncatti, economista com título de MBA executivo e monografia

em planejamento estratégico, atua no terceiro setor a quatro anos e é

diretor executivo da Fundação Orsa e diretor de ptanejemento

estratégico do Grupo Orsa de celulose, papel e papelão ondulado.

A todos estes dirigentes foram feitas duas perguntas:

(32)

• A comprovação de resultados é um veículo para a credibilidade da

organização do terceiro setor?

• A ferramenta administrativa de gestão para resultados apresentada é

aplicável na organização do terceiro setor e cumpre o papel de apresentar

resultados?

Para Roberto Amaral, do ponto de vista das organizações financiadoras, há o

entendimento que é relevante saber quem está no comando das

organizações do terceiro setor mas para a credibilidade é preciso mais que

isso:kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"É im p o rta n te re s s a lta r q u e c re d ib ilid a d e se d á ap a rtir d e u m c o m p le x o

c o n ju n to d e e le m e n to s . T e r u m a c o n d u ta d e tra n s p a rê n c iaaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe d e m o n s tra ç ã o

d e re s u lta d o s o u te r b o n s n o m e s a p o ia n d o p o r s i s6 n ã o re p re s e n ta m u m

b o m n ív e l d e c re d ib ilid a d e . É fu n d a m e n ta l n ã o s e p a ra r c re d ib ilid a d e p o lític a d a c re d ib ilid a d e a d m in is tra tiv a . As d u a s d e v e m a n d a r d e m ã o s d a d a s ".

Roberto Amaral constata que com a diminuição dos recursos e um aumento

no número das organizações que buscam uma maior profissionalização para

melhor competir na busca destes recursos, a demonstração de resultados

vem a ser fundamental. Para ele a profissionalização parte da idéia de

mostrar resultados: "N o s ú ltim o s c in c o a n o s o s e to r lu c ra tiv o te m se

a p ro x im a d o d o te rc e iro s e to r, c o n ta m in a n d o -o c o m té c n ic a s a d m in is tra tiv a s

c o n h e c id a s . A p ro fis s io n a liz a ç ã o a c o n te c e u ta m b é m p o r p a rte d o s d o a d o re s

q u e p a s s a ra m a b u s c a r m e io s d e m e d ir se e s ta v a m d a n d o d in h e iro p a ra a

(33)

Respondendo a pergunta sobre a importância da ferramenta de gestão para

os resultados ele primeiro observa que não podemos confundir demonstração

com· acompanhamento de resultados:kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"N ã o b a s ta d e m o n s trá -lo s ,aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé im p o rta n te

te r u m a p rá tic a g e re n c ia l q u e p e rm ite à in s titu iç ã o d e fin ir e s tra té g ic a m e n te

s u a s m e ta s , a c o m p a n h á -Ia s e m e n s u rá -Ia s . N e s te s e n tid o , p o r s e r

p ra g m á tic o , e s te in s tru m e n to a ju d a . C o n tu d o d e v e s e r a c o m p a n h a d o d e u m a

a v a lia ç ã o d o im p a c to d a s a ç õ e s e m p re e n d id a s . E s ta ú ltim as e rá p o s s ív e l

se tiv e r ap rim e ira e é e s ta s u a g ra n d e q u a lid a d e ".

Alerta porém que, da mesma maneira como ocorre no setor lucrativo quando

busca implantar sistemas que acabam mudando a cultura administrativa

vigente, encontra resistência para sua implantação: "E s ta re s is tê n c ia é

p ro v e n ie n te d a n ã o c o m p re e n s ã o d o s fu n d a m e n to s d e u m a g e s tã o

e s tra té g ic a . O b a ix o n ív e l d e e s tru tu ra ç ã o d a s o rg a n iz a ç õ e s e d e q u a lific a ç ã o

d o s g e s to re s p o d e s e r u m im p e d itiv o ".

Conclui afirmando: "A fe rra m e n ta g e s tã o p a ra re s u lta d o s é v iá v e l d e s d e q u e

a s is te m á tic a p a ra im p la n ta ç ã o te n h a u m a b o a d id á tic a q u e fa c ilite o

c a m in h o d e tra n s iç ã o d a ló g ic a a d m in is tra tiv a ".

Dr. Marcos Kisil ressalva inicialmente que prefere não usar o termo terceiro

setor pois não é um setor com limites, que esteja caracterizado por leis

próprias. Explica que o Estado tem o limite constitucional, o mercado tem as

leis do lucro, da oferta e da procura e do ganho sobre o capital sendo que o

terceiro setor é uma evidência do mal funcionamento dos outros dois setores.

(34)

Ele é o interstício entre o Estado e o mercado. Este interstício deve ser

entendido como um lugar de construção da cidadania, que é importante tanto

para o setor público como o privado pois é aonde se aprende a ser o melhor

estadista e o melhor empresário. Alerta que este espaço existente deveria

ser ocupado por toda sociedade e que devemos nos referenciar a estas

organizações que aí estão como organizações da sociedade civil e não

organizações do terceiro setor ou organizações não governamentais ou

organizações não lucrativas.

Explica que a gênese destas organizações veio de necessidades humanas

que não foram compreendidas nem pelo Estado e nem pelo mercado. Estas

necessidades são percebidas mais pelo lado emocional que pelo racional e

cita o exemplo da Associação Comunitária Monte Azul que iniciou suas

atividades estimuladas pela compaixão e não pela razão: "AkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAh is tó ria d a

M o n te A z u l s u rg iu c o maZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa in ic ia tiv a d e u m a s e n h o ra q u e m o ra v a p e rto d e u m a

fa v e la e se p re o c u p a v a q u e as c ria n ç a s d e s ta fa v e la tiv e s s e as m e s m a s

c h a n c e s q u e os filh o s d e la tin h a . C o m e ç o u c o lo c a n d o as c ria n ç a s em c a s a

p a ra b rin c a r c o m os filh o s d e la ".

Ele ressalva que a Monte Azul atualmente usa métodos da administração e o

fato da origem ser na maioria das vezes por razões emocionais, não quer

dizer que enquanto organização não tenha que entrar com critérios racionais

do método administrativo. Para ele todas as teorias administrativas se

justificam e vão introduzir o racional: "Q u a n to m a is b e m fo re m a d m in is tra d a s

(35)

s u a re le v â n c ia a u m e n ta .zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAA re le v â n c ia s o c ia l e s tá n a ló g ic a em se e n tra r c o m

q u a lq u e r m o d e lo d e e fic iê n c ia ".

Especificamente sobre a pergunta da apresentação de resultados como

veículo para a credibilidade da organização do terceiro setor ele julga difícil

de responder porque considera que existem duas maneiras de interpretar o

queaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé resultado. Uma é como o produto do processo de produção e a outra é

como impacto: "P o r e x e m p lo n u m a c re c h e o p ro d u to p o d e s e r e n te n d id o

c o m o c ria n ç a s a te n d id a s p e la c re c h e . A g o ra c ria n ç a a te n d id a p e la c re c h e

n ã o é a ra z ã o d e e x is tir d a o rg a n iz a ç ã o . A c re c h e é u m a o rg a n iz a ç ã o q u e

a tu a n u m a c e rta fa ix a e tá ria p a ra a p o ia r o d e s e n v o lv im e n to d e s ta c ria n ç a . A

m e d id a d e v e s e r o im p a c to q u e o a te n d im e n to e s tá c a u s a n d o n a c ria n ç a . E m

d e te rm in a d a s o rg a n iz a ç õ e s n ã o te m q u e m e d ir a p ro d u ç ã o m a s o im p a c to .

Se e s tá q u e re n d o s a b e r se a c ria n ç a e s tá s e n d o n u trid a , se e s tá s o fre n d o

e s tím u lo p s ic o m o to r p ró p rio d e s ta id a d e , se e s tá a p re n d e n d o a a d q u irir

c o n fia n ç a n o m u n d o p o r c a u s a d o tip o d e a te n d im e n to q u e o a d u lto e s ta

d a n d o p a ra e la , se a c ria n ç a e s tá c o n s e g u in d o te r u m d e s e n v o lv im e n to

in te g ra d o q u e re s p o n d e a o fu tu ro e s c o la r q u e a c ria n ç a v a i te r n a fa s e

s e g u in te . E n tã o se fo r m e d ir to d a s e s ta s c o is a s e la n ã o p a s s a

o b rig a to ria m e n te p e la q u a lid a d e d o p ro c e s s o d e p ro d u ç ã o m a s p e lo p ro d u to

d a q u a lid a d e d o p ro c e s s o d e p ro d u ç ã o ".

Para o Or. Marcos Kisil, outro ponto importante é o contexto. As

possibilidades estão de acordo com o contexto em que a organização social

está inserida: "Am e d id a é u m d e s a fio p a ra o a d m in is tra d o r p o rq u e e le te m d e

(36)

m e d ir im p a c tozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe n ã o o p ro d u to e is to d e n tro d e u m c o n te x to . É u m a d ific u ld a d e q u e trá s p a raaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAa ra c io n a lid a d e d o s e to r m u ito g ra n d e . N ã o q u e r

d iz e r q u e n ã o te n h a q u e s e r fe ito , m u ito p e lo c o n trá rio . M a s as te o ria s n ã o

p o d e m s e r a p lic a d a s h o m o g e n e a m e n te c o m o n u m n e g ó c io q u e é ta n g ív e l".

Ainda sobre a pergunta ela acaba afirmando que não há a menor dúvida que

a apresentação de resultados ajuda na credibilidade da organização:

"Q u a lq u e r d ú v id a a n te rio r q u e n ó s tiv e m o s fo i p le n a m e n te s u p la n ta d a p o r

e x e m p lo c o m o p rê m io B e m E fic ie n te . Os d a d o s q u e n ó s te m o s m o s tra q u e

as o rg a n iz a ç õ e s q u e fo ra m p re m ia d a s tiv e ra m u m a u m e n to d e

a p ro x im a d a m e n te trê s v e z e s n a a rre c a d a ç ã o em re la ç ã o ao p e río d o a n te rio r.

Os e s tu d o s m o s tra m q u e e s ta a rre c a d a ç ã o n ã o fo i em p re ju íz o d e o u tra s

o rg a n iz a ç õ e s . Q u e m n ã o d a v a fo i e s tim u la d o a d a r. E s ta s trê s v e z e s m o s tro u

q u e a lg u é m p a s s o u a a c re d ita r. Is to é m u ito im p o rta n te p o rq u e c o m e ç a m o s a

v e r e m p re s a s n e s te fim d e s é c u lo c o m re s p o n s a b ilid a d e s o c ia l.

R e s p o n s a b ilid a d e s o c ia l p a s s o u a s e r u m v a lo r a g re g a d o d a e m p re s a . Com

is s o te m o s d o is fa to re s im p o rta n te s ; p rim e iro as re g ra s d e q u a lid a d e q u e o

e m p re s á rio te m n a e m p re s a d e le , e le g o s ta ria d e te r n a s o rg a n iz a ç õ e s c o m

as q u a is e le v a i p o r d in h e iro . O p rim e iro re fle x o é jo g a r m e u c o n ju n to d e

v a lo re s p a ra o c o n ju n to d e v a lo re s d e s s a o rg a n iz a ç ã o . A s e g u n d a c o is a q u e

é im p o rta n te e s tá n o m e rc a d o . C o m e ç a -s e a d is tin g u ir n o m e rc a d o q u a is s ã o

as e m p re s a s q u e s ã o s o c ia lm e n te re s p o n s á v e is e is to é im p o rta n te n a

c o m p e tiç ã o . E x is te m v á rio s e s tu d o s , p rin c ip a lm e n te n o s E s ta d o s U n id o s q u e

(37)

re s p o n s a b ilid a d e s o c ia l, in c lu s iv ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAàs c u s ta s d e u m c u s to m a io r d o p ro d u to .

P a ra u m e m p re g a d o ta m b é maZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé im p o rta n te e s ta r n u m a e m p re s a s o c ia lm e n te

re c o n h e c id a . Se e le tiv e r q u e fa z e r u m a o p ç ã o v a i fic a r n u m a e m p re s a

s o c ia lm e n te re s p o n s á v e l e s a lá rio n ã o p a s s a a s e r u m m o tiv o p a ra s a ir d a

e m p re s a ".

Quando analisada pelo Or. Marcos Kissil a importância para o funcionário e o

voluntário da organização da sociedade civil da validade da ferramenta de

gestão, ele conclui que a cobrança do voluntário é importante para a

eficiência da organização e comprova com números: "U m d a d o q u e a L e ila h

L a n d im d o IS E R u s a é q u e o B ra s il te ria 2 1 9 .0 0 0 o rg a n iz a ç õ e s d o te rc e iro

s e to r. O d a d o s e g u in te é q u e p ra tic a m e n te m e ta d e d e s ta o rg a n iz a ç õ e s e s tã o

in a tiv a s . T ã o im p o rta n te q u a n to e s tu d a r a q u a lid a d e d a s o rg a n iz a ç õ e s é

c o m e ç a r a e n te n d e r q u e g ra n d e p a rte d a in a tiv id a d e é in c a p a c id a d e

g e re n c ia l. E s ta s o rg a n iz a ç õ e s fic a ra m n a m ã o d e a lg u n s q u e n ã o

c o n s e g u ira m fa z e r c o m q u e o tra b a lh o v o lu n tá rio fu n c io n a s s e e e n tã o v a i se

d e s p e rd iç a n d o re c u rs o s ".

Sobre a aplicabilidade da ferramenta de gestão de resultados na organização

da sociedade civil a resposta é positiva mas é preciso verificar se a

organização tem condições básicas de primeiro entender o instrumento e

segundo assimilar o instrumento como prática administrativa. Considera que

a organização vai valorar o instrumento mas precisa ter um certo nível de

complexidade para que possa ser valorado: liA m in h a p rim e ira o b s e rv a ç ã o é

q u e n ã o h á d ú v id a q u e a fe rra m e n ta v a i a ju d a r a tra b a lh a r s o b re re s u lta d o s .

(38)

AkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAq u e s tã oaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé s a b e r q u e o rg a n iz a ç õ e s te ria c o n d iç õ e s d e e n te n d e r e a b s o rv e r

o in s tru m e n to , p o rq u e v a i e x ig ir q u e a o rg a n iz a ç ã o te n h a u m c e rto n ív e l d e

c o m p le x id a d e , s e n ã o e la p o d e a té e n te n d e r m a s n ã o v a i v a lo riz a r a

a s s im ila ç ã o d o in s tru m e n to ". Para ele a complexidade está certamente nas

grandes organizações e também em alguns tipos de trabalho complexos que

independem do tamanho da organização. Existem trabalhos que exigem que

a organização saiba e acompanhe o que está fazendo para obter resultado

mesmo que ela seja pequena. Foi citado como exemplo a Crecheplan, que

trabalha com organizações pequenas que tem um alto nível de complexidade

operacional, como uma organização adequada para se aplicar a ferramenta.

Por outro lado menciona o lar de idosos, aonde o nível pequeno de

complexidade operacional seria incompatível com a ferramenta: "P a ra

a lg u m a s o rg a n iz a ç õ e s o in s tru m e n to n ã o é só v á lid o c o m o v a i s e r a b s o rv id o

e p a ra o u tra s o rg a n iz a ç õ e s e le n ã o te m c o n d iç õ e s d e s e r a b s o rv id o ".

Respondendo à primeira pergunta, Oded Grajew afirma que hoje em dia a

questão da credibilidade é fundamental para qualquer coisa que se fizer

quando se tem relações com outros parceiros: "N o te rc e iro s e to r a o n d e v o c ê

te m q u e b u s c a r re c u rs o s e p a rc e iro s q u e c o n fia m em v o c ê e q u e te a p o ia m

p a ra re a liz a r s u a m is s ã o , a p re s e n ta r re s u lta d o s é fu n d a m e n ta l. A

a p re s e n ta ç ã o d e re s u lta d o s é a c o m p ro v a ç ã o d e q u e a q u ilo q u e v o c ê

p ro m e te u fa z e r e s tá c u m p rin d o , e s e rv e p a ra b u s c a r p a rc e ria s d e m é d io e

(39)

p e rm a n e n te p o rq u e is to v ia b iliz a q u e v o c ê p o s s a p la n e ja raZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe fa z e r m e lh o r s u a s

a tiv id a d e s ".zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Ele observa que os parceiros são também os voluntários, os profissionais e

os atingidos pela suas ações. Por isso é importante definir a missão e ter

objetivos e instrumentos de medição para dar retorno a todos.

Quanto à utilidade da ferramenta ele diz: "P a ra m o s tra r re s u lta d o s é b á s ic o

q u e v o c ê s e o rg a n iz e p a ra is s o . E s te tra b a lh o q u e v o c ê m e a p re s e n to u é u m a

m a n e ira d e p o d e r se o rg a n iz a r. T e m u m e fe ito d e p a rtic ip a ç ã o , d e tra z e r

re s u lta d o s , d e a v a lia ç ã o . P rim e iro te m q u e p e rd e r u m b o m te m p o n o

e s ta b e le c im e n to d a m is s ã o e d e p o is n o e s ta b e le c im e n to d o s o b je tiv o s e

ta m b é m te m q u e te r u m fe e d b a c k p e rm a n e n te p a ra v e r se a q u ilo q u e e s tá

s e n d o fe ito a te n d e a m is s ã o ".

Para Oded Grajew tão importante quanto se atingir os objetivos é a maneira

de atingir os objetivos, os valores. Não é recomendável buscar apoio de

quem não tem compatibilidade com seus valores: "O s m e io s e o s fin s

d e v e m s e r c o lo c a d o s n o m e s m o n ív e l d e v a lo r. C o m o e u a tin jo os re s u lta d o s ,

n ã o q u a n to s re s u lta d o s e u a tin g i. Q u a l é o m e io q u e e s to u u s a n d o p a ra

a tin g ir e s te s re s u lta d o s . D e v e s e r c h e c a d o e m c a d a m o m e n to se as a ç õ e s

e s tã o d e a c o rd o c o m o s v a lo re s . Is to ta m b é m d e v e s e r m e n s u ra d o . P o r

e x e m p lo e x is te m o rg a n iz a ç õ e s q u e d e fe n d e m os d ire ito s h u m a n o s e u s a

tra b a lh o e s c ra v o d e n tro d a o rg a n iz a ç ã o ".

Quanto à questão do profissionalismo no terceiro setor Oded Grajew i

~I .

observa primeiro que o profissionalismo tem de ser comprometido com a ::"), ~

"'-> ~

(40)

causa e segundo que nem todas organizações querem ser avaliadas:kjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"P a s s aaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a s e r m a is o u m e n o s u m jo g o a b e rto . P rim e iro é o m e d o d a a v a lia ç ã o , m e d o

d o d e s c o n h e c id o , d e e s ta r tra b a lh a n d o d e s ta fo rm a p o rq u e em m u ita s

in s titu iç õ e s o q u e v a le m e s m o é o im p ro v is o , a fa lta d e p la n e ja m e n to , fa lta d e

u s o d e s te tip o d e fe rra m e n ta . M e d o d o d e s c o n h e c id o , p o r n ã o c o n h e c e re m

a s v a n ta g e n s q u e e s ta s fe rra m e n ta s p o d e m tra z e r". Observa ainda que a

maioria não usa ferramentas de gestão mas quer aprender.

Para as instituições muito pequenas ele sugere uma ferramenta mais leve

para que em um processo evolutivo, esta ferramenta de gestão apresentada

venha a ser um ponto de chegada.

João Roncatti respondendo a pergunta se a apresentação de resultados é um

veículo para a credibilidade: "É a b s o lu ta m e n te fu n d a m e n ta l. O te rc e iro s e to r

v iv e u n ã o s ó n o B ra s il u m a fa s e em q u e a in te n ç ã o d a a ç ã o e ra a

b e n e m e rê n c ia , a ju d a r c a re n te s , d e u m a fo rm a s im p ló ria d e d iz e r, e ra

s u fic ie n te p a ra q u e a s p e s s o a d e d ic a s s e m a lg u m re c u rs o . C o m o h o u v e u m

a u m e n to d o s c h a m a d o s c a re n te s , m u ltip lic a ç ã o d a s a ç õ e s e a re d u ç ã o d o s

re c u rs o s n o s b o ls o s d a s p e s s o a s fís ic a s e ju ríd ic a s , to d o m u n d o p a s s o u a

c o m p a ra r u m o u o u tro p ro je to q u e c o n c o rre m p e lo m e s m o re c u rs o . P o r

e x e m p lo , e u q u e s o u p o te n c ia l d o a d o r s o u p ro c u ra d o p o r d u a s o u trê s

o rg a n iz a ç õ e s . P a rtin d o d o p re s s u p o s to q u e to d a s e la s d o p o n to d e v is ta d e

b e n e m e rê n c ia te m c a u s a s tã o b o n ita s u m a s c o m o a s o u tra s , em q u a l e u

(41)

emkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAte rm o s d e e s c a la s o c ia l d a q u ilo q u eaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAé in v e s tid o . N ó s d a F u n d a ç ã o O rs a

e s ta m o s m u d a n d o u m p a ra d ig m a q u e é d e d o a ç ã o d e re c u rs o s p a ra b o a s

c a u s a s p a ra in v e s tim e n to n a a lte ra ç ã o d a e s tru tu ra s o c ia l d o p a ís . A g ra n d e

d ific u ld a d e é m e d ir in v e s tim e n to ". Ele aponta que o grande esforço do

terceiro setor hoje é encontrar mecanismos de medição que efetivamente

demonstrem o impacto social quando isto é possível e que não faça dupla

contagem. Dupla contagem é aquela feita por duas organizações que

atendem o mesmo beneficiário em necessidades diferentes ou mesmo iguais.

João Roncatti lembra também que além de demonstrar resultados é também

importante mostrar as metodologias: "T e m O N G q u e d e s re s p e ita o E C A ,

E s ta tu to d a C ria n ç a e d o A d o le s c e n te , te m O N G q u e s o b p re te x to d e g e ra r

re n d a a c a b a e n tra n d o n a s e a ra d o tra b a lh o in fa n til. H o je , c o m o g a n h o d e

im p o rtâ n c ia d o E C A , asp e s s o a s to m a ra m u m p o u c o m a is d e c u id a d o ".

o

balanço social também está trazendo a necessidade de medir e

conseqüentemente facilitará a criação de indicadores. É importante porém

observar que esses indicadores não são universais, pois as organizações são

diferentes.

Ele porém alerta que os recursos ainda são destinados por diversas razões

pela empatia, critérios pessoais ou contatos políticos : " S e ria u m a fa lá c ia

d iz e r q u e a m a io r p a rte d o s re c u rs o s e s tá s e n d o in v e s tid o em q u e m é m a is

e fic ie n te o u em q u e m d e m o n s tra s e u s re s u lta d o s , p o rq u e p o u c o s c o n s e g u e m

d e m o n s tra r s e u s re s u lta d o s . A U N IC E F e s tá m u ito p re o c u p a d a c o m is s o

p o rq u e e la in v e s tiu e e rro u . E la e s tá m u ito p re o c u p a d a em in v e s tir h o je em

Referências

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Contabilista, advogado, Pós-graduado em Direito do Trabalho com Licenciatura pela FMU-SP, sócio-diretor do Escritório Contábil Dom Bosco, sócio-diretor da Monello Centro de