• Nenhum resultado encontrado

Escala multidimensional de satisfação de vida para crianças: estudos de construção e validação.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Escala multidimensional de satisfação de vida para crianças: estudos de construção e validação."

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

23

E

S

C

A

L

A

M

U

LT

ID

IM

E

N

S

IO

N

A

L

D

E

S

A

T

IS

FA

Ç

Ã

O

D

E

V

ID

A

P

A

R

A

C

R

IA

N

Ç

A

S

1Universidade Federal de Santa Maria, Curso de Psicologia. Av. Roraim a, 1000, Cidade Universitária, Cam obi, 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. Correspondência

p ara/ Correspondence to: C.H. GIACOMONI. E-m ail: < giacom on@uol.com .br> .

2Universid ad e Fed eral d o Rio Gran d e d o Sul, In st it ut o d e Psicolog ia, Dep art am ento de Psicologia do Desenvolvim ento e da Personalidade. Porto Alegre,

RS, Brasil.

Apoio: Coordenação de Aperfeiçoam ento de Pessoal de Nível Superior.

Agradecim ento aos alunos do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Ana Paula Tibulo, Gabriel da Silva Mazzini e Joceline Fátim a Zanchetin, pela participação na coleta, digitação e análise dos dados.

Escala m ult idim ensional de sat isfação de vida p ara

crianças: est udos de const rução e validação

M ult idim en sion al life sat isfact ion scale for ch ildren :

developm en t an d validat ion st u dies

Clau d ia Ho fh ein z GIACOM ONI1

Cláu d io Sim o n H U TZ2

Resumo

Os objetivos deste trabalho foram desenvolver um a escala, que foi intitulada de Escala Multidim ensional de Satisfação de Vida para Crianças, assim com o apresentar inform ações substanciais sobre as propriedades psicom étricas do instrum ento. Paralela-m ente, viabilizou-se a testageParalela-m do Modelo MultidiParalela-m ensional de Satisfação de Vida Infantil de Huebner. ForaParalela-m realizados estudos de construção e de validação da escala. A versão final da Escala Multidim ensional de Satisfação de Vida para Crianças contém 50 itens, distribuídos em seis fatores: self, self Com parado, Não-Violência, Fam ília, Am izade e Escola. Foram encontradas consistências internas adequadas para cada um a d as sub -escalas, assim com o p ara a escala t ot al. A validade concorrente das sub-escalas da escala m ultidim ensional de satisfação de vida para crianças foi confirm ada por correlações m édias com m edidas crit ério.

Unitermos: Bem -estar subjetivo. Escala de satisfação de vida. Validade.

Abstract

The m ain purpose of this study w as to develop a Multidim ensional Life Satisfaction Scale for Children, as w ell as to present significant

psychom etric inform ation. In parallel, w e tested Huebner’s Children’s Life Satisfaction Multidim ensional Model. Construction and validation

studies w ere carried out. The final version of the Multidim ensional Life Satisfaction Scale for Children includes 50 item s, divided into 6 groupings:

self, Com pared self, Non-violence, Fam ily, Friendship and School. We found adequate internal consistencies for each subscale as w ell as for the

scale as a w hole. The concurrent validity of the Children’s Life Satisfaction Multidim ensional sub-scales w as confirm ed through average

correlation coefficients using criterion m easurem ent.

(2)

24

C

.H

.

G

IA

C

O

M

O

N

I

&

C

.S

.

H

U

T

Z

O bem -estar subjetivo é com posto por três

fato-res, que se inter-relacionam : o afeto positivo, o afeto

negativo e a satisfação de vida (Andrew s & Withey, 1976; Cam pbell, Converse & Rodgers, 1976; Diener 1984, 1994).

Os dois prim eiros são definidos pelas respostas afetivas,

enquanto a satisfação de vida é definida com o um a resp osta avaliativa cognitiva. Mais esp ecificam ente, a

avaliação da satisfação de vida pode ser feita

global-m en t e, ou seja, d a vid a coglobal-m o uglobal-m t od o, ou sob re dom ínios esp ecíficos, com o, p or exem p lo, a fam ília, o

trabalho, a vida escolar.

Além d as m ed id as so b re sat isfação d e vid a

global (Diener, Em m ons, Larsen & Griffin, 1985), algum as m ed id as m ult id im ensionais t êm sid o d esenvolvid as

para o uso em pesquisas com adultos (Evans, Burns,

Robinson & Garret, 1985; Frisch, Cornell, Villanueva &

Retzlaff, 1992). Medidas especialm ente desenvolvidas

p ara crianças são m ais raras do que p ara adultos.

Encont rou-se, na lit erat ura, d uas escalas q ue

avaliam satisfação de vida glob al infantil: a Escala de

Satisfação de Vida Percebida, de Adelm an, Taylor e Nelson

(1989), e a Escala de Satisfação de Vida de Estudantes, de

Huebner (1991a, 1994b, 1995), além de escalas para avaliar

q u alid ad e d e vid a in fan t il (Assu m p ção , Ku czyn ski,

Sprovieri & Aranha, 2000; Harding, 2001).

Alguns anos ap ós a construção das p rim eiras

escalas u n id im en sio n ais d e sat isfação d e vid a, fo i

desenvolvida a Escala de Satisfação de Vida

Multidi-m ensional, por Huebner (Huebner,1994a, 1998a, 1998b;

Huebner, Laughlin, Ash & Gilm an,1998; Gilm an, Huebner

& Laughlin, 2000), baseada nos m odelos m ultidim

en-sionais explicativos de bem -estar subjetivo de adultos

(Headey, Holm strom & Wearing, 1984) e nos resultados

dos estudos correlatos entre satisfação de vida infantil e

outras variáveis. Hueb ner tam b ém p rop ôs o Modelo

Multidim ensional de Satisfação de Vida Infantil (Huebner,

1994a), n o q ual con st avam os seg uin t es d om ín ios:

fam ília, escola, self e am izade. O que levou Huebner a

criar este m odelo foi o fato de os estudos já realizados

(Huebner, 1998a, 1998b; Huebner et al., 1998; Huebner &

Dew , 1993; Gilm an et al., 2000), em que se utilizou a

Escala de Satisfação de Vida Multidim ensional,

suge-rirem que crianças e adolescentes diferenciam , assim

com o os adultos, os diferentes dom ínios de satisfação

de vida.

No Brasil, encontra-se a adaptação da Escala de

Satisfação de Vida de Estudantes, por Giacom oni (1998),

com resultados não satisfatórios quanto à confiabilidade (Alpha de Cronbach= 0,50). Entre as hipóteses analisadas

p or est e aut or com o causa d a b aixa fid ed ig nid ad e

encontrada para esta escala de Huebner, é apontada a influência dos asp ect os cult urais, que det erm inam a

constituição das crenças, valores e m etas individuais

que, p or sua vez, tam b ém com p õem o p rocesso de avaliação da vida.

A p art ir d o s resu lt ad o s d e o u t ro est u d o d e

Giaco m o n i (2002) so b re o co n ceit o d e felicid ad e,

am p liou-se o Modelo Multidim ensional de Satisfação de Vida Infantil de Huebner, adicionando-se, aos quatro

dom ínios já existentes, outros quatro novos dom ínios:

satisfação d e n ecessid ad es b ásicas m at eriais, lazer, não-violência e satisfação de desejos.

Observando a falta de instrum entos

adequada-m ente elaborados para crianças e desenvolvidos a partir

d a cu lt u ra b rasileira, e b u scan d o t est ar o M o d elo Multidim ensional de Satisfação de Vida Infantil,

definiu--se com o objetivo geral deste estudo desenvolver um a

Escala M ult id im ensional d e Sat isfação d e Vid a p ara Crianças (EMSVC). Além disso, procurou-se: a) identificar

um p erfil da satisfação das crianças com relação aos

d o m ín io s esp ecífico s d e su as vid as; b ) verificar as caract eríst icas p sicom ét ricas d o in st rum en t o con

s-truído; c) verificar se a estrutura fatorial encontrada na

escala m ultidim ensional envolve dim ensões p sicologi-cam ente significativas; d) com provar a validade

con-co rren t e d o in st ru m en t o , p ela con-co m p aração con-co m

in st ru m en t o s q u e m ed em co n st ru t o s p sico ló g ico s correlatos; e) verificar, quanto aos dom ínios de satisfação

de vida infantil, possíveis diferenças entre sexos, faixa

etária e tipo de escola. Para tanto, foram realizados dois estudos, apresentados a seguir: um de construção da

escala e outro com intuito de validá-la.

Método

Tanto na construção da escala quanto em sua

valid ação, h ouve a p art icip ação d e crian ças, p ois o

(3)

25

E

S

C

A

L

A

M

U

LT

ID

IM

E

N

S

IO

N

A

L

D

E

S

A

T

IS

FA

Ç

Ã

O

D

E

V

ID

A

P

A

R

A

C

R

IA

N

Ç

A

S

(n= 10); e, considerando-se a dificuldade das crianças

frente a alguns itens, os m esm os foram reelaborados

ou excluídos, chegando-se a um a segunda versão, com 60 itens. Então, selecionou-se as escolas para a realização

da pesquisa, e aplicou-se a escala à am ostra com pleta

de crianças do Estudo 1 (n= 661). Apenas na etapa de análise de resultados, o núm ero de itens foi reduzido a

50. Então, teve início o segundo estudo, com o objetivo

de validação do instrum ento, com outra am ostra de crian ças (n = 230), u t ilizan d o -se in st ru m en t o s q u e

avaliassem construtos correlatos ao bem -estar subjetivo

e co m p aran d o -o s, p o st erio rm en t e, ao s resu lt ad o s obtidos com a EMSVC. Os instrum entos utilizados, tanto

aqueles em que se b aseou a const rução da EMSVC,

quanto os que foram aplicados no segundo estudo para fins de com paração, estão descritos em Procedim entos

dos Estudos 1 e 2, respectivam ente.

Estudo 1: construção da escala multidimensional de satisfação de vida para crianças (EM SVC)

Procedimentos

A elaboração de itens e construção da versão

prelim inar da escala é ap ontada com o a exp ressão da

representação com portam ental do construto que se

pretende avaliar. A teoria sobre construção de

instru-m en t o s assin ala co instru-m o p o ssíveis fo n t es d e it en s a

entrevista, outros testes que m edem o m esm o

cons-truto, e/ ou categorias com portam entais que expressem

o const rut o d e int eresse. A ent revist a consist e em

investigar o tem a junto aos sujeitos, representantes da

população para a qual se deseja construir o instrum ento

(Pasquali, 1997, 1999).

Para a elab oração d a EM SVC, os it ens foram

gerados a partir das entrevistas conduzidas no estudo

de Giacom oni (2002), que apresenta o Modelo

Multidi-m ensional de Satisfação de Vida Infantil de Huebner, já

com o total de oito dom ínios, sendo que tais entrevistas

traziam perguntas sobre o conceito de felicidade e suas

características, em crianças de cinco a doze anos. Além

disso, tam b ém foram utilizados itens de outros

instru-m entos já validados p or autores diversos.

Foram co nsu lt ad o s in st ru m en t o s so bre bem--estar subjetivo infantil, e utilizou-se com o possível fonte de m odelos de itens a Escala de Satisfação de Vida de

Estudantes, tam bém de Huebner (1991a), já adaptada

para o português por Giacom oni (1998). Esta, inspirada

no trabalho de Diener e colegas (Diener et al., 1985; Pavot, Diener, Colvin & Sandvik, 1991), avalia a satisfação de

vida global de crianças, e está baseada na hipótese de

que a satisfação de vida global dessas é m elhor avaliada por m eio de itens que requeiram que elas avaliem as

suas vidas com o um todo, sem referências a dom ínios

específicos. O estudante, para responder aos sete itens q ue com p õem a escala, selecion a um a d as q uat ro

opções de freqüência: nunca (1), às vezes (2), geralm ente

(3) e quase sem pre (4). As características psicom étricas relat adas nos est udos ant eriores dem onst ram que a

escala é ap rop riada p ara os ob jetivos da p esquisa. O

coeficient e Alp ha encont rado no est udo original de Huebner (1991a) foi de 0,82.

Além da Escala de Satisfação de Vida de

Estu-d an t es, u t ilizo u -se a Escala Estu-d e Sat isfação Estu-d e ViEstu-d a

Multidim ensional de Crianças (Huebner, 1994a, 1998a, 1998b; Hubner et al., 1998), que avalia as percepções

subjetivas de satisfação de vida a partir de cinco dom ínios

relevantes: fam ília, am igos, escola, self e am biente onde vive (cinco sub-escalas com pondo 40 itens no total).

Estudos já desenvolvidos (Greenspoon & Saklofske, 1998;

Huebner, 1994a, 1998a, 1998b; Huebner et al., 1998) com provam a boa consistência interna (Alpha de 0,92)

e a estabilidade da estrutura fatorial.

Hueb ner (1991a, 1994a) id ent ificou, ent re os

dom ínios de b em -estar sub jetivo infantil: a fam ília, a escola, a am izade, o self, as oportunidades de lazer e o

am biente onde vive. O estudo de Giacom oni (2002), que

investigou o conceito de felicidade, suas características, os indicadores de qualidade de vida e os p rincip ais

eventos positivos e negativos da vida infantil, propõe

um novo m odelo de satisfação de vida infantil, cons-truído a p artir da realidade do b rasileiro. Assim , foram

adicionados ao Modelo Multidim ensional de Satisfação

de Vida Infantil novos dom ínios de satisfação,

finali-zando-se com a seguinte estrutura: fam ília, am izade,

self, lazer, escola, não-violência, satisfação de

necessi-d anecessi-d es b ásicas e necessi-d e necessi-d esejos. A p art ir necessi-d esse m onecessi-d elo,

discutido anteriorm ente, foram geradas sentenças (itens)

p ara cada um dos dom ínios, assim com o sent enças

esp ecíficas sob re a sat isfação t ot al d e vid a in fan t il.

Inicialm ente, foram elaborados, aproxim adam ente, de

(4)

26

C

.H

.

G

IA

C

O

M

O

N

I

&

C

.S

.

H

U

T

Z

Todo o processo de elaboração dos itens foi realizado

por um grupo de pesquisa form ado por pesquisadores em Psicologia do Desenvolvim ento e p or alunos de graduação em Psicologia. Após esta etapa, os itens foram

analisados individualm ente por cada m em bro da equipe d e p esq u isa, q u e elab o ro u u m ra n ki n g d o s it en s considerados m ais adequados e consist ent es p ara o dom ínio específico, adotando-se critérios sem ânticos e

d e o rd em d e p referên cia. Co m a co m p aração d o s ra n kin g s o b t id o s, fo ram selecio n ad o s o s it en s q u e

obtiveram m aior predileção. Após tal seleção, os itens finais foram analisados p or um juiz que p ossui

conhe-cim ento na área.

Por sua vez, esses itens da prim eira versão final

foram m ostrados p ara 10 crianças entre sete e doze anos de idade. As resp ostas das crianças indicavam o grau de concordância com o item , em um a escala de

respostas do tipo Likert de cinco pontos, conform e o

exem p lo : “eu m e ach o u m a p esso a b o n it a”, e as possibilidades de resposta: (1) nem um pouco; (2) um pouco; (3) m ais ou m enos; (4) bastante e (5) m uitíssim o.

Com esse procedim ento, foram verificados quais itens eram confusos, incom p reensíveis, am b íguos e ap re-sentavam problem as na sua construção. Tam bém foi verificado o nível de com preensão da escala de resposta

de cinco pontos.

Alguns itens foram reelaborados, principalm ente aqueles que possuíam o sentido de resposta invertido, os cham ad os it ens neg at ivos. Foi verificad o q ue as crianças não conseguiram responder de form a

apro-priada a esses itens. Este achado corrobora os de Marsh

(1986), que verificou que os pré-adolescentes possuem

inabilidade para responder de form a adequada a itens

negativos, produzindo vieses de interpretação, devido

a um fenôm eno desenvolvim ental-cognitivo. Huebner (1994a), em seus estudos de construção da sua Escala

M u lt id im en sio n al, en co n t ro u a m esm a d ificu ld ad e quanto ao uso de itens negativos com pré-adolescentes.

Diante da dificuldade das crianças frente aos

itens invertidos na escala, optou-se pela elim inação de

alguns desses do instrum ento e pela inversão de sentido

teórico de outros, apesar da indicação, pela teoria de construção de testes, da im portância dos itens negativos.

Os itens que possuíam sem ântica negativa e que foram

invert id os, p or sua vez, p recisaram t er seus valores invertidos, posteriorm ente, na avaliação da escala, para

que pudessem satisfazer ao sentido teórico da m esm a.

Participantes e seleção das escolas

Após a construção da versão prelim inar da escala, procedeu-se ao cálculo do núm ero de participantes que

d everia fazer p art e d a am ost ra. O núm ero d e p art

i-cipantes deste estudo foi calculado procurando atender ao critério da “razão itens/ sujeito”, geralm ente utilizado

para o cálculo am ostral quando são necessárias análises

fatoriais. Conform e tal critério, para que se possa realizar u m a an álise fat o rial co n fiável, é im p o rt an t e q u e a

am ostra contenha pelo m enos cinco vezes o núm ero de

it ens do inst rum ent o a ser avaliado. Pasquali (1999) recom enda que, quando não se tem certeza do núm ero

de dim ensões ou fatores que o instrum ento m ede,

deve--se t rab alh ar co m u m a am o st ra co m p o st a p o r 10 sujeitos p or item . Sendo assim , com o a escala relativa

aos dom ínios p ossuía 60 itens, o núm ero m ínim o de

participantes deveria ser de 600 crianças.

Finalm ente, foram selecionadas as escolas onde se aplicaria a versão prelim inar do instrum ento. A seleção das escolas foi feita por m eio de am ostragem por área

(Cozby, 1981). Inicialm ente, foi feito o contato com as escolas para apresentação do projeto de pesquisa e da d o cum en t ação n ecessária. Ob t id a a ap ro vação d o projeto pela equipe técnica da escola e pelos professores,

foram encam inhados p ara os p ais ou resp onsáveis os term os de consentim ento. Este estudo esteve de acordo com o d ecret o n° 93.933/ 1988 d o Conselho Nacional d e Saú d e em seu cap ít u lo II 4 e 5 e co m a Resolução

n° 016/ 2000 do Conselho Federal de Psicologia, que versam sobre os aspectos éticos da pesquisa com seres hum anos. Salvaguardou-se a todos os p articip antes o direito de sigilo, voluntariado e interrupção da

parti-cipação. A explicação do estudo, seus objetivos e

finali-dades foram apresentados de form a coletiva para as crianças, na p róp ria sala de aula.

Testagem da versão preliminar da escala (com 60 itens)

Ap ós os term os terem sido assinados p elos p ais e/ ou responsáveis, a escala foi aplicada coletivam ente

na sala de aula. Durante a aplicação, a presença dos professores foi facultativa. A aplicação foi realizada pelo

pesquisador coordenador e por um auxiliar de pesquisa.

As crianças receb eram as seguintes instruções,

(5)

27

E

S

C

A

L

A

M

U

LT

ID

IM

E

N

S

IO

N

A

L

D

E

S

A

T

IS

FA

Ç

Ã

O

D

E

V

ID

A

P

A

R

A

C

R

IA

N

Ç

A

S

respostas no quadro-negro da sala, com o objetivo de

instruí-las sob re o p reenchim ento e utilização corretos

da escala tipo Likert do instrum ento:

“A seguir vocês têm um a lista de frases que indicam

o que crian ças e pré-adolescen t es pen sam sobre vários

assuntos. Vocês devem ler cada frase e m arcar o quanto vocês

concordam com o que ela diz. Se vocês concordarem nem

u m p o u co , m a rq u em (1); se co n co rd a rem u m p o u co ,

m arquem (2); se concordarem m ais ou m enos, m arquem

(3); se concordarem bastante, m arquem (4) e se

concor-darem m uitíssim o, m arquem (5). Vocês devem responder

individualm ente. Não há respostas certas nem erradas, vale

o que vocês pensam . Se tiverem dúvidas, levantem o braço

e serão atendidas na classe.”

Participantes

Participaram do estudo 1, 661 crianças de am

-bos os sexos, 345 m eninos (52,2%) e 316 m eninas (47,8%). A faixa etária variou entre 7 e 12 anos (m édia - M= 10,6

anos; desvio-padrão - DP= 1,7 anos). As crianças

freqüen-tavam o ensino fundam ental, entre a 2ª e a 6ª séries, de escolas públicas estaduais (54,0%) e privadas (46,0%) de

Porto Alegre. Desta am ostra, 66,0% das crianças m

ora-vam com am b os os p ais, 31,0% viviam com som ente um dos p ais e 3,0% não viviam com esses. O núm ero

m éd io d e irm ãos relat ad os p elas crianças foi d e 1,5

irm ãos (DP= 1,3).

Resultados do estudo 1

Recorrendo-se a análises fatoriais exp loratórias,

e delim itando-se com o critério de extração todo o fator

com Eigen value m aior que 1 (Kaiser, 1960), buscou-se verificar quais itens com p unham fatores relacionados

aos dom ínios de satisfação de vida infantil. Apesar de se

t er esses it en s já elab orad os, vist o q ue os m esm os p artiam do m odelo teórico p rop osto, foi necessária a realização de análises exp loratórias, um a vez que tal

m odelo nunca tinha sido testado antes. Considerou-se

m ais ad equad a a ad oção d a rot ação Direct Oblim in,

específica para extração de fatores correlacionados, pois, conform e estudos anteriores, os fatores de dom ínios de

sat isfação d e vid a rep resent am const rut os co

rrela-cionados (Huebner, 1994a). A partir desse procedim ento,

foram extraídas 13 dim ensões da escala, exp licando

53,83% da variância. O Scree Plot (Cattell, 1966) indicou

que um a solução de seis fatores seria adequada. Análises

forçando a extração de três a seis fatores confirm aram

que seis fat o res co n st it u íam a m elh o r so lu ção . Os

fa-t o res foram d en o m in ad o s d e Self, Self Co m p arad o ,

Não-Violência, Fam ília, Am izade e Escola.

Os fat ores ext raíd os confirm aram alg uns d os

dom ínios apresentados pelo Modelo Multidim ensional

de Satisfação de Vida Infantil de Huebner (self, fam ília,

am izade e escola). Verificou-se a perm anência dos itens

relat ivos ao d om ínio “não-violência”. Ob servou-se o

surgim ento de um novo fator, denom inado self com

pa-rado. Os fatores ficaram caracterizados:

- Self: est e fat o r é co m p o st o p o r it en s q u e

descrevem o self com o p osit ivo, com caract eríst icas

positivas, com o auto-estim a, bom -hum or, capacidade

de relacionar-se, capacidade de dem onstrar afeto etc.;

- Self Com parado: este fator agrupa itens que se

caracterizam p or realizar avaliações com p arativas com

seus pares. Os itens possuem conteúdos relacionados

ao lazer, à am izade e à satisfação de desejos e afetos.

- Nã o -vio lên cia : est e fat o r in clu i it en s q u e

p ossuem cont eúd os associad os a com p ort am ent os

agressivos;

- Fa m ília : en v o l v e i t en s d escri t o res d e u m

am b ien t e fam iliar saud ável, h arm ôn ico, afet ivo, d e

relacionam entos satisfatórios, além de indicações de

satisfação quanto à diversão;

- Am iza d e: f at o r q u e se c arac t eri za p el o s

relacionam entos com pares, nível de satisfação desses

relacio n am en t o s e alg u m as in d icaçõ es ao lazer,

situações de diversão e apoio;

- Escola: os itens descrevem a im p ortância da

esco la, d o am b ien t e esco lar, d o s relacio n am en t o s

interpessoais nesse espaço e o nível de satisfação em

relação a esse am biente.

Essa estrutura fatorial encontrada tem sentido

teórico e, segundo Pasquali (1999), a partir dessa análise,

pode-se considerar que o instrum ento apresenta

vali-d avali-d e vali-d e const rut o. Os it ens q ue não ap resent aram

carg as su p erio res a 0,30 em n en h u m fat o r fo ram

elim inados. Os itens com cargas superiores a 0,30 em

(6)

28

C

.H

.

G

IA

C

O

M

O

N

I

&

C

.S

.

H

U

T

Z

função de sua contribuição teórica p ara a dim ensão. A

Escala Multidim ensional finalizou com 50 itens,

distri-buídos em seis fatores, explicando 46,5% da variância

total. Na Tabela 1, é apresentada a Matriz Fatorial dos

Itens da Escala Multidim ensional de Satisfação de Vida

In fan t il, co m p o st a p elo s it en s q u e p erm an eceram

agrupados pelas dim ensões às quais pertencem , em

ordem decrescente de suas cargas fatoriais, bem com o

seus Eigenvalues e os valores da variância exp licada.

O núm ero de itens, a m édia, o desvio padrão de

cada dim ensão e da escala total, bem com o seus índices

de fidedignidade (Alfa de Cronbach) são apresentados

na Tabela 2. Cabe ressaltar que a m édia foi calculada

p elo som atório total dividido p elo núm ero de itens,

um a vez que cada sub-escala apresenta diferenças na

quantidade dos itens que a com põem .

As sub -escalas ap resent aram índices de

fide-dignidade satisfatórios, variando entre 0,82 e 0,86, com

exceção da sub-escala n ão-violên cia, que apresentou

um valor de 0,66. Pode-se justificar esse valor m ais baixo

devido ao pequeno núm ero de itens dessa sub-escala

(n= 4). O Alpha obtido para a escala total foi elevado:

0,93. Foram encontradas correlações significativas entre

as sub-escalas, conform e se pode observar na Tabela 3,

que apresenta os valores de correlação de Pearson entre

as seis sub -escalas.

Para investigar os efeitos do sexo, do tip o de

escola e da faixa etária das crianças, foi realizada um a

Análise d e Variância M ult ivariad a (M ANOVA) 2x2x3,

tendo com o variáveis dependentes as seis sub-escalas

avaliad as acim a. Não foram encont rad os efeit os d e

in t eração [F(2,606)> 1]. Fo ram id en t ificad o s efeit o s

principais para tipo de escola e faixa etária em algum as

das sub-escalas da EMSVC. Quanto ao tipo de escola,

foram verificados efeitos p rincip ais significativos nas

sub-escalas: Self [F(1,606)=5,48; p < 0,02], Self Com parado

[F(1,606)=22,54; p <0,01], Não-Violência [F(1,606)=12,57;

p <0,01], Fam ília [F(1,606)= 14,41; p <0,01] e Am izad e

[F(1,606)=16,40; p<0,01].

Crianças d e escolas p úb licas rep ort aram m

e-nores níveis de satisfação do que crianças de escolas

p rivadas em todos os dom ínios de satisfação de vida

infant il, com exceção d a escola, na q ual não foram

identificadas diferenças significativas entre os grupos:

Sel f [p ú b lica (M = 4,08; DP= 0,64); privad a (M = 4,18;

DP=0,56)], Self Com parado [pública (M= 3,48; DP= 0,91);

privada (M= 3,91; DP= 0,77)], Fam ília [pública (M= 4,48; DP= 0,56); p rivada (M= 4,64; DP= 0,39)], Não-Violência

[pública (M= 4,09; DP= 0,88); privada (M= 4,34; DP= 0,69)] e

Am izade [pública (M= 4,11; DP= 0,65); privada (M= 4,30; DP=0,59)].

Foram encontradas diferenças significativas de

idade nas sub-escalas: Self [F(2,606)=7,14; p<0,01], Self

Com parado [F(2,606)=2,93; p <0,05], Fam ília [F(2,606)=6,89;

p< 0,01], Am izad e [F(2,606)= 5,10; p< 0,01] e Esco la

[F(2,606)=34,03; p <0,01]. O Teste para Com paração de

Méd ias a post eriori (Tukey) ap ontou p ara d iferenças significativas entre as faixas etárias para cada sub-escala.

No dom ínio Self, crianças de 7-8 anos (M= 4,29; DP= 0,61;

p =0,02) relataram m aiores níveis de satisfação consigo

do que as crianças de 11-12 anos (M= 4,05; DP= 0,60). No

dom ínio Self Com parado, foram observadas diferenças

significativas entre as crianças de 7-8 anos (M= 3,37; DP= 0,98), as crianças de 9-10 anos (M= 3,72; DP= 0,86) e

as crianças de 11-12 anos (M= 3,76; DP= 0,84). Quanto à

Fam ília, observou-se que as crianças m ais velhas, 11-12

anos (M= 4,49; DP= 0,55) apresentaram m enores níveis

de satisfação do que as crianças de 9-10 anos (M= 4,63;

DP= 0,41). Crianças da segunda faixa etária, 9-10 anos

(M= 4,30; DP= 0,58), ap resent aram m aiores níveis d e

satisfação do que crianças m ais velhas, da terceira faixa

etária (M= 4,12; DP= 0,66), no que se refere à Am izade.

Quanto à Escola, observou-se que as crianças entre 7 e

8 anos (M= 4,55; DP= 0,58) apresentaram m aiores níveis

de satisfação do que crianças de 9 e 10 anos (M= 4,40;

DP= 0,56) e crianças de 11-12 anos (M= 4,04; DP= 0,66).

Não foram constatadas diferenças significativas entre

os sexos em nenhum dos dom ínios relativos à satisfação

de vida infantil.

Estudo 2: estudo de validação concorrente da EM SVC

Procedimentos

Escolha dos inst rum ent os para com paração com

os resultados obtidos com a EM SVC

Ap ós a ob tenção da fidedignidade do

(7)

29 E S C A L A M U LT ID IM E N S IO N A L D E S A T IS FA Ç Ã O D E V ID A P A R A C R IA N Ç A S

Tabela 1. Matriz fatorial dos itens da escala m ultidim ensional de satisfação de vida infantil.

Sel f 1 5 12 29 50 10 45 56 42 38

Self co m p arad o

26 37 9 63 14 3 67 46

Não -vio lên cia

33 16 64 60 Fam ília 27 2 43 11 61 24 30 47 20 34 15

Am izad e

49 25 58 31 54 68 48 35 41 32 Esco la 36 62 53 65 57 51 44 n

Eu sou um a p essoa b em hum orada. Eu sorrio bastante.

Eu sou divertido. Eu sou alegre. Mant enho a calm a. Eu m e sinto calm o, tranqüilo. Eu sou um a p essoa carinhosa. Tenho facilidade para fazer am igos. Eu sou esp erto.

Eu m e divirto com m uitas coisas.

Meus am igos p odem fazer m ais coisas do que eu. Meus am igos se divertem m ais do que eu. Meus am igos são m ais alegres do que eu. Meus am igos b rincam m ais do que eu.

Meus am igos ganham m ais presentes do que eu. As outras crianças são m ais alegres do que eu. As outras crianças têm m ais am igos do que eu. Preciso receber m ais atenção.

Gosto de b rigas.

Brigo m uit o com m eus am igos. Sou irritado.

Brigar resolve os problem as.

Meus p ais são carinhosos com igo. Minha fam ília gosta de m im . Eu m e divirto com a m inha fam ília. Minha fam ília m e faz feliz.

Gostaria que m inha fam ília fosse diferente. Os m em bros da m inha fam ília se dão bem . Minha fam ília m e ajuda quando p reciso. Eu fico feliz quando a m inha fam ília se reúne. Eu m e divirto com as coisas que eu tenho. Tenho pessoas que m e ajudam . Procuro fazer coisas que m e deixam feliz.

Estou satisfeito com os am igos que tenho. Meus am igos m e ajudam quando eu preciso. Meus am igos gostam de m im .

Eu gostaria que m eus am igos fossem diferentes. Eu m e divirto com m eus am igos.

Gosto de conversar com m eus am igos. Meus am igos b rigam m uito com igo. Eu m e relaciono b em com m eus colegas. É b om b rincar com m eus am igos. Sem p re encontro ajuda quando p reciso.

Eu gosto de ir à escola.

Eu gosto das atividades da escola. Meus professores gostam de m im . Eu ap rendo m uitas coisas na escola. Eu m e sinto bem na m inha escola. Eu m e divirto na escola.

Eu gosto de ajudar as p essoas.

Eig en va lu es

% Variância Exp licada Sentença 00,60 00,60 00,59 00,51 00,51 00,49 00,41 00,37 00,36 00,31 00,35 00,32 00,33 14,16 24,25 1 0,81 0,77 0,76 0,71 0,70 0,68 0,65 0,30 3,94 7,31

2 3 4 5 6

(8)

30

C

.H

.

G

IA

C

O

M

O

N

I

&

C

.S

.

H

U

T

Z

desenvolvim ento do m esm o, os processos de validação.

Um a das form as usualm ente utilizadas p ara se verificar

a validade de um instrum ento p sicológico é dem

ons-trando que ele possui resultados com patíveis aos de

outros instrum entos que avaliam os m esm os construtos

ou construtos correlatos (validação concorrente). Com o,

n o Brasil, n ão exist em in st ru m en t o s co n st ru íd o s e

validados, ou adaptados para avaliar a satisfação de vida

infantil, com exceção da Escala de Satisfação de Vida de

Estudantes de Huebner, já adaptada para o português

p o r Giaco m o n i (1998), cu jas caract eríst icas p sico

-m ét ricas fora-m insat isfat órias, op t ou-se p or ut ilizar

instrum entos que avaliassem construtos correlatos ao

bem -estar subjetivo.

Assim , p ara avaliar as variáveis correlatas, foram

selecionados instrum entos que já foram utilizados no

Brasil ou qu e t iveram seu s p ro cesso s d e ad ap t a ção

e/ ou norm atização realizados. As variáveis eleitas foram :

auto-estim a, ansiedade e depressão, tendo em vista que,

em alguns est udos, ap resent aram correlações

signi-ficativas com o bem -estar subjetivo (Huebner, 1991b;

Laurent et al. 1999). Além dessas variáveis, tam bém foi

investigada a satisfação de vida glob al de crianças.

Tabela 2. Propriedades das dim ensões e da escala total m

ultidi-m ensional de satisfação de vida infantil.

1. Self

2. Self com p arado

3. Não-violência

4. Fam ília

5. Am izade

6. Escola Escala total

10 8 4 11 10 7

50

4,19 3,69 4,21 4,57 4,21 4,23

-0,60 0,88 0,81 0,50 0,63 0,68

-0,82 0,86 0,66 0,82 0,82 0,83 0,93

Propriedade Itens (n) Média DP Alfa de Cronb ach

D P: d e sv i o - p ad r ão .

Tabela 3. Matriz de correlação entre os fatores (r).

1. Self

2. Self com p arado

3. Não-violência

4. Fam ília

5. Am izade

6. Escola

0 ,3 2 * * 0 ,2 5 * * 0 ,6 3 * * 0 ,6 1 * * 0 ,5 4 * *

0 ,3 5 * * 0 ,4 0 * * 0 ,4 2 * * 0 ,2 2 * *

0 ,2 2 * * 0 ,3 7 * * 0 ,2 7 * *

0 ,6 0 * * 0 ,5 1 * * 0 ,5 6 * *

1 2 3 4 5 6

-* -* p≤0,01 .

Para avaliar aut o-est im a, foi utilizada a versão

adaptada para o português (Hutz, 2000) da Escala de

Auto-Estim a de Rosenberg (1965). Esse instrum ento é

um a escala de auto-relato do tipo Likert (quatro pontos),

com posta originalm ente por dez itens, que investigam

asp ectos glob ais da auto-estim a. A escala foi

desen-volvida para adolescentes, sendo bastante difundida

devido à sua praticidade; entretanto, sua utilização em

crianças a partir de oito anos de idade tem sido com um

(Houtte & Jarvis, 1995). A versão adap tada da escala

adicionou m ais um item , m antendo-se a estrutura

uni-dim ensional da m esm a (Hutz, 2000). Os participantes

devem indicar o grau de concordância com o item

descrit o . Qu an t o m aio r o esco re o b t id o , m aio r a

auto-estim a. A escala tem apresentado índices de

fide-dignidade constantes e aceitáveis para uso em pesquisa

(acim a d e 0,80). A p esq uisa realizad a com a escala

ad ap t ad a d em o n st ro u p arâm et ro s p sico m ét rico s

apropriados (Hutz, 2000). Neste estudo de validação da

EMSVC, a Escala de Auto-Estim a ap resentou um índice

de consistência interna de 0,75 (Alpha de Cronbach).

A ansiedade foi m edida utilizando-se o

Inven-tário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE–C), j á adaptado

e p adronizado p ara o seu uso no Brasil p or Biaggio

(1980). O IDATE-C foi desenvolvido a partir do Inventário

de Ansiedade Traço-Estado (Spielberger, 1983) na form a

adulta (Spielberger, Gorsuch & Lushene, 1979; Biaggio,

Natalício & Spielberger, 1977). A form a infantil é com posta

por duas escalas do tipo auto-relato, que visam m edir a

ansiedade-est ado (FORMA C-1) e a ansiedade-t raço

(FORMA C-2), dois conceitos distintos de ansiedade. É

ut ilizad a com crianças d e Ensino Fund am ent al, e é

com posta por 20 itens em cada escala, podendo ser

aplicada de form a coletiva. Os valores encontrados, neste

estudo, quanto à fidedignidade, foram satisfatórios. Para

a form a C-1 foi encontrado um Alpha de Cronbach de

0,84, e para a form a C-2, Alpha de Cronbach de 0,73.

Para avaliar a dep ressão, foi utilizado o Children’s

Depression Inventory (CDI), elaborado por Kovacs (1983,

1992), a partir do Beck Depression Inventory para adultos.

O objetivo do CDI é detectar a presença e a severidade

d o t ran st o rn o d ep ressivo n a in fân cia. Dest in a-se a

identificar alterações afetivas em crianças e adolescentes

dos sete aos dezessete anos. É um a m edida unifatorial

(9)

31

E

S

C

A

L

A

M

U

LT

ID

IM

E

N

S

IO

N

A

L

D

E

S

A

T

IS

FA

Ç

Ã

O

D

E

V

ID

A

P

A

R

A

C

R

IA

N

Ç

A

S

opções de resposta (pontuada com o 0, 1 ou 2), na qual

a criança deve assinalar a que m elhor descreve o seu

estado nos últim os tem pos. O CDI pode ser aplicado t an t o in d ivid u alm en t e, q u an t o co let ivam en t e. Em

relação às p ro p ried ad es p sico m ét ricas d a escala, a

consistência interna descrita p or Kovacs (1980/ 1981) m ostrou-se adequada (0,86). Kovacs estabeleceu com o

ponto de corte do CDI o escore 19. No Brasil, o CDI foi

adaptado por Hutz e Giacom oni (2000). As pesquisas

q u e u t ilizaram versõ es ad ap t ad as p ara o co n t ext o

b rasileiro vêm ap resentando condições p sicom étricas

adequadas. O Alpha de Cronbach do inventário adaptado

para o uso no nordeste do país por Gouveia, Barbosa,

Alm eida e Gaião (1995) foi de 0,81. Em pesquisas

reali-zad as com am ost ras infant is no Rio Grand e d o Sul,

observaram -se os seguintes coeficientes de Alpha de

Cronbach: 0,80 (Giacom oni, 1998) e 0,92 (Reppold, 2001).

Outros estudos que avaliaram crianças e adolescentes

gaúchos em situação de risco ob tiveram um Alp ha de

até 0,79 (Dell’Aglio, 2000; Silva, 2001). Neste estudo, foi

encontrado um Alpha de Cronbach de 0,81.

A sat isfação d e vid a g lo b al d as crian ças fo i

avaliada pela Escala de Satisfação de Vida Global Infantil

(Giacom oni, 2002). Esta é um a m edida curta (7 itens), de

fácil ap licação e econôm ica, ind icad a p ara avaliar a

satisfação de vida global em crianças a partir de sete

anos de idade. A escala, de tipo Likert de cinco pontos,

apresenta um a estrutura fatorial unidim ensional,

consis-tência interna adequada e correlações apropriadas com

outras m edidas. O Alp ha de Cronb ach ob tido p ara a

escala de sete itens foi de 0,83. Com o cada item podia

t er esco res d e resp o st a varian d o d e u m a cin co , a

am plitude da escala, portanto, varia de 5 (baixa

satis-fação) a 35 (alta satissatis-fação).

Seleção das escolas e aplicação dos instrumentos

Seguiu-se os m esm os procedim entos e cuidados

éticos já descritos no Estudo 1. As escolas foram

conta-tadas para a apresentação do projeto e para o

enca-m inhaenca-m ento dos terenca-m os de consentienca-m ento inforenca-m ado

aos p ais e/ ou resp onsáveis. As escalas foram ap licadas

de form a coletiva, em sala de aula, durante som ente um encontro. A ordem de ap licação dos instrum entos

foi aleatória.

Participantes

Para a realização do estudo de validação

con-corrente, participaram 230 crianças de am bos os sexos,

117 m eninos (50,90%) e 113 m eninas (49,18%). A faixa

etária variou entre oito e 12 anos (M= 10,6 anos; DP= 1,7

anos). As crianças freqüentavam o Ensino Fundam ental

(de 3ª a 6ª série) de escolas públicas estaduais (57,40%) e

p rivadas (42,60%) de Porto Alegre. Os dados dem

o-gráficos da am ostra são descritos na Tabela 4.

Resultados do Estudo 2

Para a verificação da validade concorrente da

ESVMC foram exam inados os padrões de correlações

ent re si, assim co m o en t re esses e o s d a Escala de

Auto-Estim a, do Inventário de Depressão Infantil (CDI) e

das Escalas d o In ven t ário d e An sied ad e Traço -Estado

(IDATE-C, FORMA C1-Estado e FORMA C2-Traço). A Tabela

5 apresenta as correlações entre seus fatores e os dem ais

instrum entos eleitos, inclusive a Escala de Satisfação de

Vida Glob al.

As correlações obtidas entre a Escala de

Satis-fação de Vida Glob al e os instrum entos que avaliam

auto-estim a (r= 0,51, p<0,01), depressão (r=-0,52, p< 0,01),

ansiedade-traço (r = -0,32, p

0,01) e ansied ad e-estado

(r=-0,52, p< 0,01) ocorreram no sentido esperado, predito,

Tabela 4. Dados dem ográficos da am ostra.

Sexo

Fem inino Masculino

Faixa etária

8-9-10 anos

11-12 anos

Tipo de escola

Púb lica

Privad a

Série

3ª Série 4ª Série

5ª Série

6ª Série

Total

113 117

103 127

132 98

36 69 51 74 230

04 9 ,1

05 0 ,9

04 4 ,8

05 5 ,2

05 7 ,4

04 2 ,6

01 5 ,7

03 0 ,0

02 2 ,2

03 2 ,2

100,0

(10)

32

C

.H

.

G

IA

C

O

M

O

N

I

&

C

.S

.

H

U

T

Z

e em m agnitudes coerentes com a literatura. Huebner

(1991b) encontrou um a correlação de 0,65 (p<0,01) entre a sua escala unidim ensional de satisfação de vida global e aut o-est im a infant il (escala d e Rosenb erg ). Nesse m esm o estudo, encontrou um a correlação de –0,51

(p= 0,01) entre a satisfação e ansiedade geral infantil (CDI). Em outro estudo, Huebner e Alderm am (1993) encon-traram um a correlação entre dep ressão e o nível de sat isfação d e vid a g lob al (r= -0,57, p< 0,01) sim ilar à

encontrada neste estudo de validação (r= -0,52, p<0,01).

Ob serva-se um a alta correlação entre a Escala de Satisfação de Vida Glob al e os dom ínios relativos à Fam ília (r= 0,75, p< 0,01) e ao Self (r= 0,70, p< 0,01). Esse resultado referente à Fam ília, assim com o a m ais alta

correlação entre todos os dom ínios investigados e a

satisfação de vida global, vai ao encontro do estudo desenvolvido por Huebner (1991b), no qual a fam ília, e

não a am izade, apareceu m ais fortem ente associada à

sat isfação g lo b al. Terry e Hu eb n er (1995) t am b ém confirm aram , em outro trabalho, o resultado referente

aos dom ínios relativos aos relacionam entos

interpes-soais íntim os com o os p reditores m ais fortes da

satisfa-ção de vida global. As correlações positivas encontradas

entre a Escala de Satisfação de Vida Global e os dom ínios

Am izad e (r= 0,59, p< 0,01) e Esco la (r= 0,53, p< 0,01)

tam b ém são consideradas satisfatórias.

A Escala de Aut o-est im a de Rosenb erg ap

re-sentou correlações positivas de m agnitudes m odestas

(variando de 0,37 a 0,49) com todos os dom ínios de

satisfação de vida infantil. Contudo, cham a a atenção

q u e o d o m ín io Self Co m p arad o fo i o d o m ín io q u e

ap resent ou a m aior correlação (r= 0,49). Tal result ado

ap resenta m ais evidências da im p ortância das co m

-p arações sociais entre as crianças.

O Inventário de Depressão Infantil

correlacionou--se negativam ente com todos os dom ínios de satisfação d e vid a in fan t il, refo rçan d o evid ên cias d e valid ad e

concorrente da EMSVC. O m esm o vale para as Escalas

de Ansiedade Traço e Estado.

Discussão

O ob jetivo deste estudo foi desenvolver um a escala, intitulada Escala Multidim ensional de Satisfação

de Vida para Crianças (EMSVC), assim com o apresentar

inform ações substanciais sobre as propriedades psico-m ét ricas d a psico-m espsico-m a. Paralelapsico-m en t e, viab ilizo u -se

tam bém a testagem do Modelo Multidim ensional de

Satisfação de Vida Infantil de Huebner. As análises iniciais desta escala de auto-relato infantil identificaram fatores

coerentes, que representam dom ínios de satisfação de

vida infantil, diferenciados por crianças a partir de sete anos de idade.

Verificou-se que a estrutura fatorial da escala

envolve dim ensões psicologicam ente significativas. Os

fatores extraídos: Self, Self Com p arado, Não-Violência,

Fam ília, Am izade e Escola possuem sentido teórico, um a

vez que confirm am os dom ínios propostos por Huebner

(1994a). Fo ram en co n t rad as co n sist ên cias in t ern as adequadas p ara cada um a das sub -escalas e p ara a

escala total, com exceção da sub -escala Não-Violência, que possui indicações para que seja aprim orada e que

tenha seu núm ero de itens aum entado.

A valid ade co n co rren t e d as su b -escalas d a

EMSVC foi confirm ad a p or correlações m éd ias com m ed id as crit ério. Os achad os referent es às variáveis

sócio-dem ográficas: sexo, idade e tipo de escola são

Tabela 5. Matriz de correlação entre as sub-escalas de satisfação de vida m ultidim ensional e a escala de satisfação de vida global e os escores

de auto-estim a, depressão, ansiedade-traço e ansiedade-estado.

1. Self

2. Self com p arado

3. Não-violência

4. Fam ília

5. Am izade

6. Escola

Satisfação global de vida

0,70 0,38 0,23 0,75 0,59 0,53

648 640 645 649 643 650

0,47 0,49 0,37 0,47 0,45 0,43 0,51

227 223 229 227 229 229 228

Sub-escalas

p n

Satisfação glob al de vida

p n

Auto-estim a

-0,43 -0,36 -0,42 -0,51 -0,43 -0,54 -0,52

214 210 216 214 216 216 215

p n

CDI

-0,51 -0,29 -0,22 -0,41 -0,44 -0,33 -0,52

222 218 224 222 224 224 223

p n

IDATE C1 estado

-0,30 -0,28 -0,16 -0,33 -0,21 -0,21 -0,32

215 211 214 215 217 217 216

p n

IDATE C2 t raço

(11)

33

E

S

C

A

L

A

M

U

LT

ID

IM

E

N

S

IO

N

A

L

D

E

S

A

T

IS

FA

Ç

Ã

O

D

E

V

ID

A

P

A

R

A

C

R

IA

N

Ç

A

S

coerent es com a lit erat ura. Novam ent e, não foram

verificadas diferenças entre os sexos quanto aos níveis

de satisfação de vida com os dom ínios. Este resultado acrescen t a m ais evid ên cias n o q u e d iz resp eit o à

au sên cia d e d if eren ças en t re g ên ero s q u an t o à

satisfação de vida em diferentes culturas.

No entanto, os resultados relativos a possíveis diferenças entre faixas etárias discordam dos de Huebner

(1994a), que não as encontrou. Nos dom ínios Self, Fam ília,

Am izade e Escola, as crianças m ais novas apresentaram níveis de satisfação sup eriores aos das crianças m ais

velhas. Pode-se observar um decréscim o de satisfação

com o p assar d os an os. Con t ud o, n o d om ín io Self Com parado as crianças m ais velhas apresentaram níveis

m ais elevados de satisfação do que as crianças m enores.

Tal resultado m erece um a investigação m ais específica sobre as razões de tal processo.

Quanto às diferenças entre crianças de escola

pública e privada, os resultados são consistentes em

apontar que crianças de escolas públicas apresentam m enores níveis de satisfação de vida nos dom ínios Self,

Self Com parado, Não-Violência, Fam ília, Am izade. Este

achado pode corroborar a prem issa de que crianças de escolas públicas sofrem de piores condições de vida, se

com p aradas às crianças de escolas p rivadas. As causas

destas diferenças e o possível im pacto da variável nível sócio-econôm ico p recisam ser m elhor exp loradas.

As análises realizadas neste estudo indicam que

a escala construída apresenta qualidades psicom étricas

adequadas, com a extração de fatores que possuem sentido teórico, e apresentam , igualm ente, um a alta

consistência interna, confirm ando um sentido teórico de avaliação da satisfação de vida infantil. Não podem os d eixar d e salien t ar ressalvas q uan t o à lim it ação d a

am o st ra, um a vez q ue essa n ão p o ssui q ualid ad es su ficien t es p ara se t o rn ar cap az d e rep resen t ar a p op ulação b rasileira. O est udo realizado deveria ser am pliado para am ostras em todas as regiões do país, e

p ara diferentes classes sócio-econôm icas e culturais.

Resp eit an d o e seg u in d o as or i en t aç õ es e

p arâm et ros p ara Test es Ed ucacionais e Psicológ icos (Am erican Psycholog ical Associat ion, 1985), não se

pode lim itar a qualidade de qualquer instrum ento de

av al iação ap en as às ev id ên cias d e p recisão . As evidências de validade são tam bém fundam entais para

confirm ar a efetividade do teste. Faz-se ainda necessário

investigar se a escala possui poder discrim inante entre

grupos com características diferenciadas (validade de

critério).

O desenvolvim ento da EMSVC, juntam ente com outras m edidas que avaliem o afeto, viabiliza a avaliação

de bem -estar subjetivo infantil na realidade brasileira.

Prim eiram ent e, os inst rum ent os aq ui ap resent ad os fornecem evidências de que o bem -estar infantil pode

ser acessado de form a confiável e válida em crianças a

p art ir d e set e an o s d e id ad e. Em seg un d o lug ar, o desenvolvim ento de instrum entos de bem -estar

possi-b ilita a realização de p esquisas p rogram adas sopossi-b re a

natureza e o desenvolvim ento de saúde m ental positiva com o, por exem plo, felicidade e satisfação de vida em

crianças e jovens. Por fim , essas m edidas p erm itirão a

exp loração de diferenças no b em -estar sub jetivo de crianças de diferentes culturas, quanto aos dom ínios

específicos da vida dessas.

Referências

Adelm an, H. S., Taylor, L., & Nelson, P. (1989). Minors’ d issat isfact io n w it h t h eir life circu m st an ces. Child

Psychiatry and Hum an Developm ent, 20 (2), 135-147.

Am erican Psychological Association. (1985). Standards for

educational and psychological testing. Washington, DC: Aut hor.

Andrew s, F. M ., & Wh it ey, S. B. (1976). Social in dicators of

w ell-being: Am erica’s perception of quality of life. New York: Plenum Press.

Assum pção, F. B., Kuczynski, E., Sprovieri, M. H., & Aranha, E. M. G. (2000). Escala d e avaliação d e qualid ad e d e vid a (AUQEI – autoquestionnaire qualité de vie enfant im agé): valid ad e e confiab ilid ad e d e um a escala p ara qualid ad e d e vid a em crian ças d e 4 a 12 an o s. Arquivos de

Neuropsiquiatria, 58 (1), 119-127.

Biaggio, A. M. B. (1980). Desenvolvim ento da form a infantil em p ort uguês do invent ário de ansiedade t raço-est ado d e Sp ielb erg er. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada,

32 (3), 106-118.

Biag g io, A. M. B., Nat alício, L., & Sp ielb erg er, C. D. (1977). Desenvolvim ent o da form a exp erim ent al em p ort uguês d o invent ário d e ansied ad e t raço-est ad o (IDATE) d e Sp ielb erg er. Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, 29 (3): 31-44.

Cam p b ell, A., Converse, P., & Rodgers, W. L. (1976). The

qu alit y of Am erican life: percept ion s, evalu at ion s, an d satisfactions. New York: Russell Sage Foundation.

Cat t ell, R. B. (1966). The m eaning and strategic use of factor analysis. In R. B. Cattell (Org.), Handbook of m ultivariate

(12)

34

C

.H

.

G

IA

C

O

M

O

N

I

&

C

.S

.

H

U

T

Z

Cozb y, P. (1981). Methods in behavioral research. California: M ayfield Pub lishing .

Dell’Ag lio , D. D. (2000). O processo de copin g, in st it

u-cionalização e eventos de vida em crianças e adolescentes. Tese de doutorado não-pub licada, Universidade Federal d o Rio Grand e d o Sul, Port o Aleg re.

Dien er, E. (1984). Su b ject ive w ell-b ein g . Psychological

Bulletin, 95 (3), 542-575.

Diener, E. (1994). Assessing sub ject ive w ell-b eing : p rog ress and op p o rt u n it ies. So cia l In d ica t o rs Resea rch , 31 (2), 103-157.

Diener, E., Em m ons, R., Larsen, R., & Griffin, S. (1985). The satisfaction w ith life scale. Journal of Personality Assessm ent,

49 (1), 91-95.

Evans, D. R., Burns, J. E., Robinson, W. E., & Garret, D. (1985). The quality of life questionnaire: a m ultidim ensional m easure. Am erican Journal of Com m unity Psychology, 13 (3), 305-322.

Frisch, M. B., Cornell, J., Villanueva, M., & Retzlaff, P. J. (1992). Clinical valid at ion of t he q ualit y of life invent ory: a m easure of life satisfaction for use in treatm ent planning and outcom e assessm ent. Psychological Assessm ent, 4 (1), 92-101.

Giacom on i, C. H. (1998). Desem pen h o escolar, con t role

percebido e eventos de vida com o preditores de bem -estar su b jet ivo em cria n ça s. Dissert ação d e m est rad o n ão --p ub licad a, Universid ad e Fed eral d o Rio Grand e d o Sul, Port o Aleg re.

Giacom oni, C. H. (2002). Bem -estar subjetivo infantil: conceito

de felicidade e construção de instrum entos para avaliação. Tese de doutorado não-p ub licada, Universidade Federal d o Rio Grand e d o Sul, Port o Aleg re.

Gilm an, R., Hueb ner, E. S., & Laughlin, J. E. (2000). A first study of the m ultidim ensional students’ life satisfaction scale. Social Indicators Research, 52 (2), 135-160.

Gouveia, V. V., Barbosa, G. A., Alm eida, H. J. F., & Gaião, A. A. (1995). Invent ário de dep ressão infant il - CDI: est udo de adaptação com escolares de João Pessoa. Jornal Brasileiro

de Psiquiatria, 44 (7), 345-349.

Greesp oon, P. J., & Saklofske, D. H. (1998). Confirm atory factor analysis of the m ultidim ensional students’ life satisfaction scale. Personality and Individual Differences, 25 (5), 965-971.

Harding, L. (2001). Children’s qualit y of life assessm ent s: a review of g eneric and healt h relat ed q ualit y of life m easures com pleted by children and adolescents. Clinical

Psychology and Psychotherapy, 8 (2), 79-86.

Head ey, B., Holm st rom , E., & Wearing , A. (1984). The im p act of life events and changes in dom ain satisfactions on w ell-b ein g . Social Indicators Research, 15 (3), 203-227.

Hout t e, B. A., & Jarvis, P. A. (1995). The role of p et s in p readolescent p sychological develop m ent . Journal of

Applied Developm ental Psychology, 16 (3), 463-479.

Hueb ner, E. S. (1998a). Cross-racial ap p lication of a children’s m ultidim ensional life satisfaction scale. School Psychology

International, 19 (2), 179-188.

Huebner, E. S. (1998b). Cross-racial application of a children’s m ult idim ensional life sat isfact ion scale: errat um . School

Psychology International, 19, (4), 290.

Huebner, E. S. (1995). The students’ life satisfaction scale: an assessm ent of p sychom etric p rop erties w ith b lack and w hit e elem ent ary school st ud ent s. Social Indicators

Research, 34 (2), 315-323.

Hueb n er, E. S. (1994a). Prelim in ary d evelopm ent and validation of a m ultidim ensional life satisfaction scale for children. Psychological Assessm ent, 6 (2), 149-158.

Hueb ner, E. S. (1994b ). Conjoint analyses of the students’ life satisfaction scale and the Piers-Harris self-concep t scale. Psychology in the Schools, 31 (4), 273-277.

Hueb ner, E. S. (1991a). Init ial develop m ent of t he st udent ’s life satisfaction scale. School Psychology International, 12 (3), 229-238.

Hueb ner, E. S. (1991b ). Correlat es of life sat isfact ion in child ren. School Psychology Quarterly, 6 (2), 103-111.

Hueb ner, E. S., & Alderm an, G. L. (1993). Convergent and discrim inant validation of a children’s life satisfaction scale: It s relat ionship t o self- and t eacher-rep ort ed p sychological p rob lem s and school functioning. Social

Indicators Research, 30 (1), 71-82.

Hu eb n er, E. S., & Dew , T. (1993). Is life sat isfact ion m ult idim ensional? The fact or st ruct ure of t he p erceived life sat isfact io n scale. Jou rn al of Psych oedu cat ion al

Assessm ent, 11 (4), 345-350.

Hueb ner, E. S., Laughlin, J. E., Ash, C., & Gilm an, R. (1998). Further val idat ion of t he m ult idim ensional st udent s’ life satisfaction scale. Journal of Psychoeducational Assessm ent,

16 (2), 118-134.

Hut z, C. S. (2000). Adaptação brasileira da escala de

auto-estim a de Rosenberg. Manuscrito não-publicado, Curso de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvim ento, Unive rsidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Hut z, C. S., & Giaco m o n i, C. H. (2000). Adapt ação brasileira

d o in ven t á rio d e d ep ressã o in fa n t il (CDI). M an u scrit o não-p ub licado, Curso de Pós-Graduação em Psicologia d o Desen volvim en t o, Un iversid ad e Fed eral d o Rio Grand e d o Sul, Port o Aleg re.

Kaiser, H. F. (1960). The ap p licat ion of elect ronic com p ut ers t o f act o r an al ysi s. Ed u ca t io n a l a n d Psych o lo g ica l

M easurem ent, 20 (1), 141-151.

Kovacs, M. (1980/ 1981). Rating scales to assess depression in school-aged children. Acta Paedopsychiatrica, 46 (5-6), 305-316.

Kovacs, M . (1983). Th e ch il d ren ’s d ep ressio n in ven t o ry: a

self-ra t ed d ep ressio n sca le fo r sch o o l a g e yo u n g st ers. Pit t sb urg , PA: Universit y of Pit t sb urg h.

Kovacs, M. (1992). Children’s Depression Inventory Manual. Los Angels: Western Psychological Services.

Laurent, J., Catanzaro, S. J., Joiner, T. E., Rudolp h, K. D., Pot t er, K. I., Lam b ert , S., Osb orne, L., & Gat hright , T. (1999). A m easure of p osit ive and negat ive affect for children: Scale develop m ent and p relim inary validation.

(13)

35

E

S

C

A

L

A

M

U

LT

ID

IM

E

N

S

IO

N

A

L

D

E

S

A

T

IS

FA

Ç

Ã

O

D

E

V

ID

A

P

A

R

A

C

R

IA

N

Ç

A

S

Marsh, H. W. (1986). Neg at ive it em bias in rating scales for p read olescent child ren: A cog nit ive-d evelop m ent al phenom enon. Developm ental Psychology, 22 (1), 37-49.

Pasquali, L. (1997). Psicom etria: teoria e aplicações. Brasília: Ed it ora Universid ad e d e Brasília.

Pasquali, L. (1999). Test es referent es a const rut o: t eoria e m odelo de construção. In L. Pasquali (Org.), Instrum entos

psicológicos: m anual prático de elaboração (p p .37-71). Brasília: Lab PAM.

Pavot , W., Diener, E., Colvin, C. R., & Sandvik, E. (1991). Furt h er valid at io n o f t h e sat isfact io n w it h life scale: evid en ce fo r t h e cro ss-m et h o d co n verg en ce o f w e ll-b eing m easures. Journal of Personality Assessm ent,

57 (1): 149-161.

Rep p old , C. T. (2001). Estilo parental percebido e adaptação

psicológica de adolescent es adot ados. Dissert ação d e m est rad o não-p ub licad a, Universid ad e Fed eral d o Rio Grand e d o Sul, Port o Aleg re.

Rosenb erg, M. (1965). Society and the adolescent self-im age. Princet on: Princet on Universit y Press.

Silva, D. F. M. (2001). O desenvolvim ento das trajetórias do

com portam ento delinqüente em adolescentes infratores. Manuscrit o não-p ub licado, Universidade Federal do Rio Grand e d o Sul, Port o Aleg re.

Sp ielb erg er, C. D. (1983). Manual do inventário de ansiedade

t raço-est ado-C. Rio de Janeiro: CEPA.

Sp ielb erger, C. D., Gorsuch, R. L., & Lushene, R. E. (1979).

M anual do inventário de ansiedade traço-estado. Rio d e Janeiro: CEPA.

Terry, T., & Hueb ner, E. S. (1995). The relat ionship b et w een self-concep t and life sat isfact ion in child ren. Social

Indicators Research, 35 (1), 39-52.

Recebido em : 18/ 8/ 2006

(14)

36

C

.H

.

G

IA

C

O

M

O

N

I

&

C

.S

.

H

U

T

(15)

Imagem

Tabela 1 . Matriz fatorial dos itens da escala m ultidim ensional de satisfação de vida infantil.
Tabela 2 . Propriedades das dim ensões e da escala total m ultidi- ultidi-m ensional de satisfação de vida infantil.
Tabela 4 . Dados dem ográficos da am ostra.
Tabela 5 . Matriz de correlação entre as sub-escalas de satisfação de vida m ultidim ensional e a escala de satisfação de vida global e os escores de auto-estim a, depressão, ansiedade-traço e ansiedade-estado.

Referências

Documentos relacionados

Esta funcionalidade permite aos utilizadores pesquisarem uma substância e obterem rapidamente todas as listas que incluem essa substância (por exemplo, a lista de

For additional support to design options the structural analysis of the Vila Fria bridge was carried out using a 3D structural numerical model using the finite element method by

Dentre as misturas binárias estudados foi possível observar que a associação entre prednisona e ciclobenzaprina é provavelmente a mais instável devido ao aquecimento, dados este

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

• A Revolução Industrial corresponde ao processo de industrialização que teve início na segunda metade do.. século XVIII no

Os maiores coeficientes da razão área/perímetro são das edificações Kanimbambo (12,75) e Barão do Rio Branco (10,22) ou seja possuem uma maior área por unidade de

Como se trata de moléculas apoiares e como os electrões estão sempre em movimento, vai existir, numa determinada altura, maior concentração de electrões num determinado lado, ou