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A Estratégia de Saúde da Família e sua relação com as internações por condições sensíveis à Atenção Primária no município de Belo Horizonte, MG

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA

ANA PITCHON

A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E SUA RELAÇÃO COM AS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO

MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, MG.

 

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA

ANA PITCHON

A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E SUA RELAÇÃO COM AS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO

MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, MG.

Dissertação apresentada ao programa de Pós

graduação Promoção de Saúde e Prevenção da

Violência da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG

como requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Efigênia Ferreira e Ferreira Co-Orientadora: Prof.ª Dr.ª Alzira de Oliveira Jorge

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  FICHA CATALOGRÁFICA

Pitchon, Ana

A Estratégia de Saúde da Família e sua relação com as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no município de Belo Horizonte, MG. /

Ana Pitchon. Belo Horizonte, 2014.

81 f.

Orientador: Profa. Efigênia Ferreira e Ferreira. Co-Orientador: Profa. Alzira de Oliveira Jorge.

Dissertação (mestrado) - Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Área de concentração: Medicina Preventiva e Social.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE MEDICINA

Programa de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência Linha de pesquisa: Organização dos serviços de saúde e suas relações com a violência

Reitor: Prof. Jaime Arturo Ramírez

Vice-Reitora: Prof.ª. Sandra Goulart Almeida

Pró-Reitor de Pós-Graduação: Prof. Rodrigo Antônio de Paiva Duarte

Pró-Reitor de Pesquisa: Prof.ª. Adelina Martha dos Reis

Diretor da Faculdade de Medicina: Prof. Tarcizo Afonso Nunes

Vice-Diretor da Faculdade de Medicina: Prof. Humberto José Alves

Coordenador do Centro de Pós-Graduação: Prof.ª. Sandhi Maria Barreto

Subcoordenadora do Centro de Pós-Graduação: Prof.ª. Ana Cristina Cortês

Chefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social: Prof. Antônio Leite Alves Radicchi

Subchefe do Departamento de Medicina Preventiva e Social: Prof. Virgílio Baião Carneiro

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Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência

Prof.ª. Andréa Maria Silveira

Prof. Antônio Leite Alves Raddichi

Prof.ª. Cristiane de Freitas Cunha

Prof.ª. Eliane Dias Gontijo

Prof.ª. Elizabeth Costa Dias

Prof.ª. Eugênia Ribeiro Valadares

Prof.ª. Izabel Christina Friche Passos

Prof. Paulo Roberto Ceccarelli

Prof. Tarcísio Márcio Magalhães Pinheiro

Prof.ª. Stela Maris Aguiar Lemos

Prof. Victor Hugo de Melo

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A Comissão Examinadora abaixo assinada ________________________ a dissertação intitulada, A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E SUA RELAÇÃO COM AS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, MG, apresentada e defendida, por ANA PITCHON, para obtenção do grau de Mestre em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência, Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

____________________________________________________________ Profa. Dra. Efigênia Ferreira e Ferreira – UFMG

____________________________________________________________ Profa. Dra. Alzira de Oliveira Jorge- UFMG

____________________________________________________________ Profa. Dra. Veneza Berenice de Oliveira- UFMG

____________________________________________________________ Profa. Dra. Andrea Maria Duarte Vargas- UFMG

____________________________________________________________ Prof. Dra. Viviane Elisângela Gomes - UFMG- Suplente

Belo Horizonte, ___ de ______________, de 2014.  

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AGRADECIMENTOS

A D’us por me oferecer as oportunidades necessárias, e a alegria de viver.

Aos usuários do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte que muito tem me ensinado ao longo destes anos.

À Profa. Elza Machado pelo exemplo de Mestre e Ser Humano.

À Profa. Carla Jorge pelo aprendizado e pelo laço solidário que constrói com seus alunos: um belo exemplo!

À Profa. Veneza Berenice, a Berê, que me acolheu generosamente numa “adoção forçada”, minha admiração e agradecimento sinceros pelas contribuições inestimáveis a este trabalho e à minha formação.

À Profa. Raquel pelo empenho nas análises estatísticas.

À Profa. Alzira pelas reflexões sempre pertinentes que me ajudaram a ser menos “acanhada” nas discussões dos resultados.

À Profa Efigênia pela orientação, sabedoria e pelo aprendizado que ultrapassaram os limites acadêmicos.

Aos colegas do Mestrado pelas trocas acadêmicas, afetivas e pelas risadas que tornaram esta difícil caminhada um pouco mais leve e divertida.

Aos colegas da SMSABH pelas contribuições e troca de idéias que foram preciosas a esta pesquisa. Em especial a Izabel Pinheiro, pela paciência e solicitude na extração dos dados do banco das AIH, ao Fernando Freire pelas estimativas populacionais e do IVS, a Raquel Regina pela ajuda com os dados do FENIX, e ao Delmar pelo garimpo às informações da Estratégia de Saúde da Família.

Aos colegas da GEAS pelo aprendizado diário e convívio fraterno que construímos nestes anos de trabalho. À gerente Maria Luísa Tostes pela oportunidade e generosidade.

À equipe da Coordenação de Saúde Bucal da SMSABH que compreendeu as minhas ausências, não medindo esforços para ajudarem nesta travessia.

Ao Secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Geraldo Pimenta Júnior, pelo aprendizado e confiança.

À minha querida amiga Adriana Peret pela preciosa amizade e generosidade nas infindáveis revisões deste trabalho.

À querida Vera Rossetti, incentivadora e jóia preciosa na minha vida.

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incondicional, por terem trocado os seus sonhos pelos nossos...e por me perdoarem, por não poder tantas vezes, ficar um pouco mais...

Aos meus irmãos, Salvador e Tatiana, Sérgio e Célia, Raquel e Pedro, e a todos os meus sobrinhos, pessoas tão especiais, agradeço por compartilharmos o verdadeiro sentido da irmandade e dos laços familiares.

Ao Ricardo pelo amor, dedicação e por todos os versos escritos e a escrever! E como se não bastasse, agradeço também pelas contribuições inestimáveis de competente Editor e Tradutor.

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O que faz andar a estrada?

É o sonho. Enquanto a gente sonhar A estrada permanecerá viva.

É para isso que servem os caminhos, Para nos fazerem parentes do futuro.

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RESUMO

PITCHON, A. A Estratégia de Saúde da Família e sua relação com as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no município de Belo Horizonte, MG. 81 folhas. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2014.

Atualmente, a resolutividade da atenção primária tem sido avaliada por meio da análise e acompanhamento das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP). Estudos desenvolvidos, baseados neste indicador, têm revelado uma associação entre as taxas de ICSAP e a qualidade da Atenção Primária em Saúde (APS). A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é o modelo de organização da APS no município de Belo Horizonte, desde o ano de 2002. As primeiras equipes foram implantadas priorizando a população residente nas áreas de maior vulnerabilidade social (risco muito elevado, elevado e médio), atingindo no segundo ano de implantação, a cobertura total destas áreas. Com o intuito de contribuir para esta reflexão, o presente trabalho investiga ações desenvolvidas pelas equipes de saúde da família, e busca a sua relação com as ICSAP, nos dez anos de implantação da ESF no município. Este é um estudo retrospectivo longitudinal, ecológico, de séries temporais com dados secundários provenientes de diversos bancos de dados, descreve as tendências temporais das ICSAP e das médias de atendimentos realizados na população coberta pela ESF. Os resultados demonstraram incremento nas médias de consultas médicas (14,17%), atendimentos de urgência (200%), consultas de enfermagem (12%), visitas domiciliares (74,07%), redução na média de encaminhamentos para internação hospitalar (-56,25%), e redução das ICSAP (-37,8%). Houve uma tendência de declínio significativo (β=-0,001; p=0,04; DW=1,92) no número de encaminhamento para internação e declínio nas taxas de ICSAP no período estudado, independente das áreas de risco (β =19,8; p <0,001), apesar das áreas de risco médio apresentarem menores taxas de ICSAP (β = - 32; p <0,001). As variáveis analisadas sugerem ainda que a ESF possibilitou aumento na oferta e acesso aos serviços, contribuindo para a redução das ICSAP no município.

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ABSTRACT

PITCHON, A. Family Health Strategy and Its Relationship to Hospital Admissions for Primary Care Sensitive Conditions in the Municipality of Belo Horizonte, MG. 81 pages. Master's Thesis - Federal University of Minas Gerais Medical School. Belo Horizonte, 2014.

The current literature examines the resolubility of primary health care through the analysis and monitoring of hospital admissions for primary care sensitive conditions. Studies based on this indicator have shown an association between hospital admissions for primary care sensitive conditions rates and Primary Health Care (PHC) quality. Since 2002, Family Health Strategy has been the PHC organization model adopted in the municipality of Belo Horizonte. The first teams implemented prioritized the population of areas with highest social vulnerability (very high, high and medium risk); in the second year of implementation, total coverage of those areas was achieved. With the purpose of contributing to this discussion, this paper investigates actions developed by the family health teams and their relationship to hospital admissions for primary care sensitive conditions over the ten years of implementation of PHC in the municipality. This is a retrospective longitudinal, ecological, study, based on time series, with secondary data from several databases. It describes the temporal trends in hospital admissions for primary care sensitive conditions, as well as trends in the averages for primary care in the population covered by PHC. Results show an increase in the average of medical appointments (14.17%), emergency care (200%), nursing care (12% ), home visits (74.07% ); a decrease in the average referrals for hospital admission (-56.25%), and a decrease in hospital admissions for primary care sensitive conditions (-37.8%). There was a significant downward trend (β =-0.001; p= 0.04; DW= 1.92) in the number of referral for hospitalization, and a decrease in the hospital admissions for primary care sensitive conditions rates during the study period, regardless of the areas of risk (β = 19.8; p < 0.001), even though the areas of medium risk present lower hospital admissions for primary care sensitive conditions rates (β = - 32 p value < 0.001). The variables analyzed suggest that PHC allowed improved supply of and access to services, contributing to a decrease in hospital admissions for primary care sensitive conditions in the municipality.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Mapa indicando as áreas incorporadas aos distritos Pampulha e Oeste após a

redivisão territorial de 2011...19

Figura 2 As regiões de Belo Horizonte e a distribuição espacial dos centros de saúde...20

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Evolução da cobertura populacional da estratégia de saúde da família. Belo Horizonte, MG...21

LISTA DE TABELAS Tabela 1 População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte...23

Tabela 2 População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, 2003... .23

Tabela 3 População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, 2007... .24

Tabela 4 População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, 2012...24

LISTA DE QUADROS Quadro 1 Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à APS...18

 

   

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APS

SUS

- Atenção Primária à Saúde

- Sistema Único de Saúde

- Estratégia de Saúde da Família

- Política Nacional de Atenção Básica

- Programa de Agentes Comunitários de Saúde

- Agente Comunitário de Saúde

- Programa de Saúde da Família

- Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

- Índice de Vulnerabilidade à Saúde

- Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária

- Organização Mundial de Saúde

- Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária

- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

- Setor Censitário

- Autorização de Internação Hospitalar

- Sistema de Informação Hospitalar

- Gerência de Tecnologia Informacional em Saúde ESF

PNAB

PACS

ACS

PSF

SMSABH

IVS

ICSAP

OMS

ICSAP

IBGE

SC

AIH

SIH

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SUMÁRIO

PARTE I

Páginas

1 INTRODUÇÃO...13

1.1 O município do estudo: Belo Horizonte...19

1.2 A população do estudo...22

2 OBJETIVOS...25

2.1 Objetivo Geral...25

2.2 Objetivos Específicos...25

3 METODOLOGIA...26

3.1 Análise Estatística...27

3.2 Aspectos Éticos...28

REFERÊNCIAS ...29

PARTE II Páginas 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Artigo - A Estratégia de Saúde da Família e sua relação com as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no município de Belo Horizonte...34

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ANEXOS

Anexo 1. Normas para submissão de artigos na Revista Cadernos de

Saúde Pública...58 Anexo 2 . Aprovação do Comitê de Ética da SMSABH...62

Anexo 3 . Aprovação do Comitê de Ética da UFMG...66

APÊNDICES

Apêndice 1. Tabela1. Número total de ICSAP, por Grupo de CID-10 em

2003, 2007 e 2012 de residentes em Belo Horizonte, MG...70

Apêndice 2. Tabela 2. Número total de ICSAP nas áreas cobertas pela ESF, por Distrito Sanitário, Belo Horizonte, MG...71

Apêndice 3. Tabela 3. Número absoluto de internações por ICSAP em residentes em BH, ano de internação, categoria de risco IVS e variação

percentual no período...72

Apêndice 4. Tabela 4. Taxas de internações (por 10.000 habitantes) de ICSAP em Belo Horizonte, em ambos sexos, distribuídas por categoria

de risco IVS...73

Apêndice 5 Quadro 1. Variação percentual das taxas de ICSAP por Distrito Sanitário, no período de 2003 a 2012...74

Apêndice 6. Mapa 1. Taxa de ICSAP na população coberta pela ESF, por categoria de risco do IVS, por distrito sanitário, no ano de 2012...75

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PARTE I

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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1 INTRODUÇÃO

A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde (1978), conhecida como reunião de Alma-Ata, lançou as bases da estratégia de Atenção Primária à Saúde (APS), enfatizando-a como cuidado essencial, porta de entrada e coordenadora dos sistemas de saúde (OMS, 2008). Em sua Declaração, convoca as nações à ação internacional e nacional urgente e eficaz, para que os cuidados primários de saúde sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo. Até hoje a Declaração de Alma-Ata inspira reformas nos sistemas de saúde que buscam equidade no acesso e qualidade dos serviços, e serviu como inspiração para o Sistema Único de Saúde (SUS) e suas políticas, como a Estratégia de Saúde da Família (ESF).

A estruturação dos sistemas de saúde por meio da atenção primária tem demonstrado melhores resultados no estado de saúde das populações, e é considerada um meio para aprimorar a efetividade e a equidade na oferta dos serviços (STARFIELD, 2002).

Neste sentido, nos últimos anos o Brasil vem investindo significativamente na reorientação do SUS, com base na atenção primária organizada por meio da ESF. Existem evidências dos resultados positivos desta estratégia, relacionados à ampliação do acesso e oferta de serviços (NEDEL et al., 2008) na redução significativa das internações por condições sensíveis à atenção primária (BOING et al. 2012; DOURADO et al. 2011; MENDONÇA et al. 2011), na queda da mortalidade infantil (AQUINO et al., 2009; MACINKO et al., 2011) e na mortalidade por doenças cardíacas e cerebrovasculares (RASELLA et al., 2014), o que tem demostrado sua efetividade.

Recentemente, a Política Nacional de Atenção Básica - PNAB (BRASIL, 2011) reafirmou a ESF como modelo preferencial para a organização da atenção básica1 no Brasil. Porta de entrada preferencial do sistema de saúde, a atenção básica, segundo a PNAB, tem como fundamentos e diretrizes: I - Ter território adstrito; II - Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção; III - Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado; IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integrando as ações programáticas e demanda espontânea; articulando as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos; V - Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na construção

                                                                                                                         

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do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfrentamento dos determinantes e condicionantes de saúde, na organização e orientação dos serviços de saúde a partir de lógicas mais centradas no usuário e no exercício do controle social.

O município de Belo Horizonte tem investido nos últimos anos no fortalecimento da atenção primária, tendo a ESF como o seu modelo de organização. Atualmente, é um dos

 municípios brasileiros com o maior número de cadastrados nesta estratégia, totalizando mais de um milhão e oitocentas mil pessoas assistidas por equipes de saúde da família2.

O investimento na atenção primária em Belo Horizonte teve sua origem antes da implantação da ESF e remonta à época da criação do SUS. O perfil epidemiológico da população registrava enorme variedade de enfermidades determinadas pelas precárias condições de vida e por patologias características dos grandes centros urbanos brasileiros (REIS et al., 1998). Este cenário desfavorável não era exclusivo da capital mineira, e o seu enfrentamento representava um grande desafio para a sociedade.

A estratégia escolhida para consolidar o sistema público de saúde no país foi a municipalização, entendida como a transferência para o município do poder de gestão dos serviços em seu território. Em 1994, Belo Horizonte foi a primeira grande cidade brasileira a implementar a Gestão Semiplena do SUS. Mesmo com toda a complexidade de uma grande metrópole, com suas fragilidades estruturais e financeiras, assumiu o desafio de ampliar o acesso da população aos serviços de saúde. Assumir a Gestão Semiplena possibilitou o maior aporte de recursos e o gerenciamento mais eficiente da rede de saúde (REIS et al., 1998).

O fortalecimento da atenção primária no município dava os primeiros passos com serviços reestruturados, mais bem equipados e garantindo a assistência farmacêutica gratuita a todos os usuários da rede própria. A oferta de serviços, a resolutividade e a qualidade do atendimento foram incrementados, com foco prioritário nas camadas mais carentes da população. Simultaneamente, a distritalização foi a estratégia para estabelecer vínculo entre a população e as equipes de saúde, formando um coletivo responsável pela saúde nas suas áreas de abrangência.

Neste mesmo período, no início da década de 90, foi criado pelo Ministério da Saúde, o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). O Programa foi inspirado em experiências de prevenção de doenças por meio de orientações sobre cuidados de saúde que contribuíram para a integração de ações de diversos profissionais, e destes com a comunidade adstrita. O PACS foi um marco importante na reorientação do modelo de atenção, sendo

                                                                                                                         

2

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compreendido como estratégia de transição para o Programa de Saúde da Família (BRASIL, 2001). Em Belo Horizonte, as primeiras equipes de PACS foram implantadas no ano de 2000, privilegiando as áreas de maior vulnerabilidade social.

Em 1994, o Ministério da Saúde adotou o Programa de Saúde da Família (PSF) -- posteriormente ampliado para a Estratégia de Saúde da Família (ESF), como modelo reorientador da atenção primária, apresentando aumento significativo na cobertura e financiamento das ações da atenção básica. No início de sua implantação, o Programa estava presente em 1.134 municípios, atendendo mais de 10,4 milhões de pessoas, representando uma cobertura populacional de 6,5% 3.

Em Belo Horizonte, as primeiras equipes de saúde da família foram implantadas em fevereiro de 2002. No início da implantação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSABH) optou por compor as equipes de saúde da família com os profissionais existentes na rede. Para tanto, foi desenvolvida uma proposta de adesão voluntária ao PSF para os profissionais interessados.

A prioridade para a implantação das equipes concentrou-se nas áreas de risco muito elevado, elevado e médio, conforme o Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS)4, com previsão de cobertura para a população de baixo risco nos centros de saúde onde esta representasse menos de 20% da população total (TURCI et al., 2008). As equipes que atendiam a população mais vulnerável respondiam por um número menor de pessoas ou famílias, buscando a equidade na oferta de atenção (LOPES et al. apud MAGALHÃES et al., 2010). No primeiro ano de implantação, os profissionais médicos (pediatras, ginecologistas e clínicos) e de enfermagem que não aderiram ao programa continuaram nas unidades, originando as equipes de apoio às equipes de saúde da família. Os profissionais de apoio foram destinados ao atendimento dos casos mais complexos e à população residente nas áreas de baixo risco (superiores a 20%), não cobertas por equipes de saúde da família (BELO HORIZONTE, 2006).

                                                                                                                         

3  MINISTÉRIO  DA  SAÚDE.  DEPARTAMENTO  DE  ATENÇÃO  BÁSICA.  

http://dab.saude.gov.br/dab/historico_cobertura_sf/historico_cobertura_sf_relatorio.php  

4   Em   1998,   a   Secretaria   Municipal   de   Saúde   de   Belo   Horizonte   construiu   um   indicador   composto   denominado   Índice   de  

Vulnerabilidade   da   Saúde   (IVS).   O   IVS   é   uma   combinação   de   diferentes   variáveis   num   indicador   que   busca   resumir   informações   relevantes   que   traduzem   as   desigualdades   intra-­‐urbanas.   Com   base   nesta   análise,   os   setores   censitários   são   classificados   em   risco   muito   elevado,   elevado,   médio   ou   baixo   de   adoecer   e   morrer.   Identifica   áreas   prioritárias   para   intervenção  e  alocação  de  recursos  no  município  (BELO  HORIZONTE,  2012).  

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Apesar dos avanços na atenção primária e nos investimentos crescentes para a expansão da ESF, ainda persistem desafios para a sua consolidação, principalmente relacionados ao acesso oportuno e a qualidade dos serviços ofertados. Há necessidade de evidências que demonstrem o impacto da ESF nas condições de saúde da população. No caso da atenção primária é preciso desenvolver novos métodos para avaliar a resolutividade da atenção, e que subsidie gestores na tomada de decisões.

Historicamente, são utilizados indicadores de morbi-mortalidade para a análise das condições de saúde da população. As hospitalizações por condições sensíveis à atenção primária servem de instrumento para avaliação e monitoramento da efetividade desse nível de atenção (CAMINAL et al., 2002; NEDEL et al., 2010). As condições sensíveis à atenção primária (CSAP) são problemas de saúde atendidos por ações típicas do primeiro nível de atenção e, quando efetivas e oportunas, evitam hospitalizações. Estas ações estão relacionadas à prevenção de doenças, ao diagnóstico e tratamento precoce de patologias crônicas, ao acesso oportuno e qualificado ao cuidado em saúde, tendo como benefício a redução das internações hospitalares por condições sensíveis à abordagem ambulatorial.

Um dos indicadores atualmente utilizados para avaliação indireta da efetividade da atenção primária é o Ambulatory Care Sensitive Conditions – ACSC (BILLINGS et al., 1993; BOING et al., 2012) desenvolvido nos Estados Unidos, no final da década de 80. O indicador é baseado nas internações por condições sensíveis à atenção primária e foi adaptado em diversos países de acordo com a composição de suas listas de CSAP (condições sensíveis à atenção primária). No Brasil foi traduzido por Indicador de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP). O fundamento que sustenta este indicador é que uma alta resolutividade da APS, atribuída ao incremento de medidas preventivas e à qualificação dos cuidados primários, contribuem para a diminuição das internações por estas condições (CAMINAL et al., 2003). Estudos baseados neste indicador desenvolvidos em diversos países têm revelado uma associação entre as taxas de ICSAP e a qualidade da atenção primária (BILLINGS et al., 1993; CAMINAL et al. 2002; CAMINAL et al. 2003; BOTTLE et al., 2008; NEDEL et al. 2010; MAGÁN et al., 2011; DOURADO et al., 2011).

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renda em comparação com as de renda mais elevada (BILLINGS et al., 1996; CAMINAL et al., 2003; NEDEL et al., 2008). Também é observada forte associação entre as ICSAP e o nível socioeconômico (BILLINGS et al., 1996; BOTTLE et al., 2008; MAGÁN et al., 2011), escolaridade, sexo, faixa etária e internações prévias (FERNANDES et al., 2009).

Os princípios fundamentais da atenção primária têm sido relacionados a um menor risco de internar por causas sensíveis. A continuidade da atenção, a equipe multidisciplinar e, em menor destaque a população adstrita ao médico mostraram-se associadas à menor probabilidade de hospitalização por CSAP (NEDEL et al., 2008).

Por outro lado, altas taxas de ICSAP podem indicar sérios problemas no acesso e na qualidade da atenção primária. Considerando uma atenção primária resolutiva, a referência aos outros pontos da rede de atenção, como urgência, atenção especializada e hospitalar, deve acontecer apenas nos casos mais complexos que necessitem de atenção com maior densidade tecnológica ou que extrapolem a competência deste nível de atenção (STARFIELD, 2002).

Não existe um consenso internacional acerca de quais diagnósticos devem compor a lista de condições sensíveis à atenção primária. Isto é devido à grande diversidade de perfis epidemiológicos, carga de doenças e modelos de organização dos sistemas nacionais de saúde (DOURADO et al., 2011). Algumas condições sensíveis estão presentes na maioria das listas internacionais, tais como: asma, bronquite crônica, insuficiência cardíaca, hipertensão e diabetes mellitus (ALFRADIQUE et al., 2009).

Por iniciativa do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde do Brasil, em 2008 foi elaborada a Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária. A lista é composta por dezenove grupos de causas e se diferencia das estrangeiras por conter um maior número de doenças infectocontagiosas e pela ausência de afecções odontológicas (MENDONÇA et al., 2012). São excluídos os partos das internações sensíveis por não representarem uma enfermidade e sim o desfecho natural da gestação. No quadro 1 estão listados os grupos de diagnósticos que compõem a Lista Brasileira de ICSAP publicada na Portaria da Secretária de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde nº 221, de 17 de abril de 2008.

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Quadro 1. Lista Brasileira de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária Portaria SAS/MS Nº 221, DE 17 DE ABRIL DE 2008.

GRUPO DIAGNÓSTICOS CID 10

1 Doenças preveníveis por imunização e condições sensíveis

A33–A37, A95, B05-B06, B16, B26, G00.0, A17.0, A19, A15-A16, A18, A17.1-A17.9, 100-102, A51-A53, B50-B54, B77

2 Gastroenterites infecciosas e complicações E86, A00-A09

3 Anemia D50

4 Deficiências Nutricionais E40-E46, E50-E64

5 Infecções de ouvido, nariz e garganta H66, J00-J03, J06, J31

6 Pneumonias bacterianas J13-J14, J15.3-J15.4,

J15.8-J15.9, J18.1

7 Asma J45-J46

8 Doenças das vias aéreas inferiores J20, J21, J40-J44, J47

9 Hipertensão I10-I11

10 Angina pectoris I20

11 Insuficiência Cardíaca I50, J81

12 Doenças Cerebrovasculares I63-I67, I69, G45-G46

13 Diabetes mellitus E10-E14

14 Epilepsias G40-G41

15 Infecção no Rim e Trato Urinário N10-N12, N30, N34, N39.0

16 Infecção da pele e tecido subcutâneo A46, L01-L04, L08

17 Doença inflamatória órgãos pélvicos femininos N70-N73, N75-N76

18 Úlcera gastrointestinal K25-K28, K92.0, K92.1, K92.2

19 Doenças relacionadas ao Pré-Natal e Parto O23, A50, P35.0

Fonte: Diário Oficial da União. Disponível em:http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/PT-221.htm

A institucionalização de uma cultura avaliativa é relevante para a qualificação da gestão e da atenção, apresentando-se como subsídio ao planejamento e à tomada de decisões. Atualmente, vários países avaliam a resolutividade da atenção primária por meio da análise e acompanhamento das internações por condições sensíveis à atenção primária.

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1.1 O município do estudo: Belo Horizonte

As Regiões Administrativas de Belo Horizonte são subdivisões gerenciais do município, sendo elas: Barreiro, Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova. Os distritos sanitários coincidem com a delimitação das regiões administrativas e correspondem à organização administrativo-assistencial da Secretaria Municipal de Saúde (SMSABH). Os limites das regionais foram atualizados pela Lei Municipal 10.231, de 2011 e foram adotados a partir de 20125. A referida lei definiu novos limites para as regionais Noroeste, Pampulha e Oeste. As áreas assinaladas no mapa a seguir (Figura 1) passaram da regional Noroeste para Pampulha e Oeste. Os centros de saúde Jardim Alvorada, Serrano e São José passaram do distrito Noroeste para o Pampulha. As unidades João XXIII e Santa Maria da Noroeste migraram para o distrito Oeste.

Figura 1. Mapa indicando as áreas incorporadas aos distritos Pampulha e Oeste após a redivisão territorial de 2011.

Fonte: Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte, 2011

A Figura 2 apresenta o mapa com os limites das regiões administrativas da cidade a partir de 2011, e sinaliza a localização dos 147 Centros de Saúde (unidades básicas de saúde) que compõem a rede de atenção primária à saúde

                                                                                                                         

5  

(25)

Santa Luzia Sabará Nova Lima Brumadinho Ibirité Contagem Ribeirão das Neves Vespasiano OESTE BARREIRO CENTRO-SUL NOROESTE LESTE NORDESTE PAMPULHA NORTE VENDA NOVA

C.S. Pilar / Olhos D’Água

C.S. Taquaril C.S. Itamarati

C.S. Jaqueline

C.S. Urucúia

C.S. Vila Leonina C.S. Sta. Amélia C.S. Itamarati II

C.S. N. Sra. de Fátima C.S. Horto

C.S. Tirol

C.S. Palmeiras

C.S. Serra Verde

C.S. Califórnia

C.S. São Francisco

C.S. Vila Maria

C.S. Ouro Preto

C.S. MG-20

C.S. Bonsucesso C.S. Confisco

C.S. Glória

C.S. São Jorge

C.S. Barreiro C.S. Sta. Terezinha

C.S. Conjunto Paulo VI

C.S. Havaí

C.S. Pe. Joaquim Maia

C.S. Menino Jesus

C.S. Paraíso C.S. Noraldino de Lima

C.S. Sta. Rosa

C.S. Sta. Maria

C.S. Ermelinda

C.S. Sto.s Anjos C.S. Céu Azul

C.S. Etelvina Carneiro

C.S. Miramar

C.S. Pe. Eustáquio

C.S. Lajedo C.S. Sto. Antônio

C.S. Carlos Prates

C.S. Nazaré C.S. São Gabriel C.S. Dom Orione

C.S. Conjunto Sta. Maria C.S. Bairro Das Indústrias

C.S. Goiânia C.S. Felicidade II

C.S. Jardim Montanhês

C.S. Cabana

C.S. Carlos Chagas C.S. Serrano

C.S. Oswaldo Cruz C.S. Mantiqueira

C.S. Sta. Monica C.S. Andradas

C.S. Barreiro de Cima

C.S. Tia Amância C.S. Venda Nova

C.S. São Paulo

C.S. Marco Antônio de Menezes

C.S. Ventosa

C.S. Pompéia C.S. Cachoeirinha

C.S. Campo Alegre

C.S. Milionários C.S. Salgado Filho C.S. Lagoa

C.S. Marcelo Pontel Gomes

C.S. Mangueiras C.S. Vale do Jatobá

C.S. Heliópolis

C.S. Sta. Inês C.S. Alcides Lins

C.S. Sta. Rita de Cassia C.S. Cidade Ozanan

C.S. Vila Pinho C.S. Dom Bosco

C.S. Jaqueline II

C.S. São Cristóvão C.S. Guarani

C.S. Dom Cabral

C.S. Vera Cruz C.S. São José

C.S. Lindéia

C.S. Jardim Europa C.S. Minas Caixa

C.S. Bom Jesus

C.S. Joao Pinheiro

C.S. Tupi

C.S. Jardim Alvorada

C.S. N. Sra. Aparecida

C.S. Regina

C.S. Betânia

C.S. Providência C.S. Visconde do Rio Branco

C.S. São Geraldo C.S. Marivanda Baleeiro

C.S. Leopoldo Crisóstomo de Castro C.S. São Tomáz

C.S. Nova York

C.S. Capitão Eduardo

C.S. Independência

C.S. Piratininga

C.S. Jardim Guanabara

C.S. Gentil Gomes C.S. Floramar

C.S. Pe. Fernando de Mello

C.S. Mariano de Abreu C.S. São Marcos

C.S. Copacabana

C.S. Vista Alegre

C.S. Túnel de Ibirité

C.S. Maria Goretti

C.S. Pindorama

C.S. São Tarcísio C.S. Olavo Albino Corrêa C.S. Aarão Reis

C.S. Jardim Leblon

C.S. Dom Joaquim

C.S. Diamante / Teixeira Dias

C.S. Ribeiro de Abreu C.S. Jardim Comerciário

C.S. Sta. Lúcia

C.S. Itaipú / Jatobá

C.S. Cafezal C.S. Vila Imperial

C.S. Sta. Cecília

C.S. Granja de Freitas

C.S. Vila Cemig C.S. Prof. Amílcar Viana Martins C.S. Elza Martins

C.S. Boa Vista

C.S. Jardim Filadélfia

C.S. São Bernardo

C.S. Novo Horizonte

C.S. Conjunto Betânia C.S. Cícero Idelfonso C.S. Joao XXIII

C.S. São José Operário C.S. Efigênia Murta de Figueiredo

C.S. Waldomiro Lobo

C.S. São Miguel Arcanjo C.S. Conjunto Felicidade

C.S. Alto Vera Cruz C.S. Novo Aarão Reis

C.S. Primeiro de Maio

C.S. Pedreira Prado Lopes

600000 600000 610000 610000 620000 620000 77 85 000 77 85 000 77 95 000 77 95 000 78 05 000 78 05 000

Áreas de Abrangência da Saúde em Belo Horizonte

0 1,25 2,5 5Km

SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA DE GESTÃO COMPARTILHADA SALA DE SITUAÇÃO

FONTE: IBGE, 2007; PRODABEL, 2011; SMAPL, 2011; SMSA, 2012.

Centros de Saúde (147)

Áreas de Abrangência (148)

Municípios da RMBH

Regionais (9)

Projeção Universal Transversa de Mercator Fuso 23S - Datum SAD 69

RMBH BH

Ü

Figura 2. As regiões de Belo Horizonte e a distribuição espacial dos centros de saúde.

Fonte: Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte, 2011.

(26)

para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em 2007, o número de equipes chegou a 507, e em 2012 a 565, representando 82% de cobertura populacional (equivalente a 1.838.143 indivíduos cadastrados), conforme demonstrado no gráfico a seguir.

Gráfico 1. Evolução da cobertura populacional da estratégia de saúde da família. Belo Horizonte, MG.

Fonte: Gerência de Assistência à Saúde – GEAS.Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, 2014.

As equipes de saúde da família no município são compostas por um médico generalista, um enfermeiro, dois auxiliares ou técnicos de enfermagem, e também por quatro a seis agentes comunitários de saúde, em regime de trabalho de 40 horas semanais. As equipes de apoio em cada unidade são compostas por um médico clínico geral, um ginecologista, um pediatra e um enfermeiro, em regime de trabalho de 20 horas semanais, em sua maioria.

A rede hospitalar conta com 29 hospitais contratados e conveniados ao SUS e um hospital municipal. Na rede de urgência são 15 Unidades de urgência/emergência: 8 Unidades de Pronto-Atendimento da Prefeitura e 7 prontos-socorros de hospitais públicos. A rede especializada é composta por 9 centros de especialidades médicas, 5 unidades de referência secundária e 3 centros de reabilitação.

Em relação à alocação de recursos no setor da saúde, a Prefeitura de Belo Horizonte investiu nos últimos cinco anos percentual acima dos 15% previstos na legislação, sendo que em 2007 o percentual foi de 19,36%, e em 2012 de 20,15% 6.

                                                                                                                         

6PREFEITURA  MUNICIPAL  DE  SAÚDE  DE  BELO  HORIZONTE  -­‐  

http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=saude&tax =7482&lang=pt_BR&pg=5571&taxp=0&

(27)

1.2 A população do estudo

A metodologia utilizada para a estimativa populacional para Belo Horizonte, e para cada distrito sanitário foi realizada a partir dos dados populacionais dos Censos Demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000 e 2010. Os cálculos foram realizados e disponibilizados pela Gerência de Epidemiologia da SMSABH.

A partir destes dados foi construído um índice de crescimento que permitiu estimar a população neste período de tempo. Este índice foi estimado considerando um crescimento fixo de 2000 até 2010 que resultou em uma constante de 1,00595 anual. O índice elaborado pelo IBGE para o mesmo período não foi utilizado, pois superestimava o crescimento populacional, o que foi demonstrado com os resultados do Censo de 2010. Para estimar a população em 2012 foi utilizado o índice de crescimento estimado pelo IBGE: de 2010 para 2011 e de 2011 para 2012 sendo, respectivamente 1,00441 e 1,004257.

As divisões dos setores censitários (SC) do IBGE para o censo demográfico 2010 sofreram várias mudanças em relação àquelas usadas nos censos anteriores. Belo Horizonte passou por um redesenho nos limites de seus setores censitários. Com isso, foram incorporados mais 1.273 setores ao município, passando de 2.557 SC no ano de 2000 para 3.936 SC em 2010.

Os setores censitários do município foram classificados segundo o IVS8 2003, e caracterizados de acordo com as condições sócio-econômicas e de saúde da população residente. O georreferenciamento permite a identificação do local de residência com a classificação de risco do setor censitário de moradia do paciente. Com a definição dos novos limites dos setores no Censo de 2010 foi necessária a criação da variável IVS2003 para a camada dos setores do censo 2010. Para tanto, a Gerência de Epidemiologia da SMSABH realizou a sobreposição da camada de SC do Censo 2010 com a camada de setores censitários do Censo 2000. Foram agregados os valores do IVS2003 na camada do censo 2010, onde o objeto do setor censitário do censo 2000 continha o objeto do setor censitário do censo 2010. Desta forma foi possível classificar os 3.936 setores censitários do censo 2010 segundo o IVS 2003.

                                                                                                                         

7  Disponíveis  em:  http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2009/estimativa.shtm  

8  Disponível  em:  http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/gabinete/risco2003  

(28)

A população de interesse deste estudo concentra-se nos residentes nas áreas de risco muito elevado, elevado e médio, cobertas prioritariamente com a ESF. A população residente nas áreas de baixo risco é coberta, em sua maioria, pela saúde suplementar.

As tabelas a seguir apresentam o número absoluto e percentual da população por categoria de risco do IVS, por distrito sanitário e ano do estudo.

As áreas de risco muito elevado, elevado e médio apresentaram crescimento populacional de 3,34% no período estudado, com o maior aumento entre os anos de 2003 e 2007 (2,25%), e de 1,06% de 2007 a 2012. A população total do município apresentou um crescimento de 5,14% no período (Tabela 1).

Tabela 1. População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, MG, Brasil.

POPULAÇÃO SEGUNDO IVS

2003 (%)

2007

(%) 2012 (%)

Crescimento 2003-2012

(%)

Muito elevado 160.733 7,05 164.593 7,07 153.203 6,39 -4,68

Elevado 614.440 26,97 629.196 27,04 638.895 26,67 +3,98

Médio 864.869 37,96 883.158 37,95 902.793 37,68 +4,38

Baixo 638.488 28,02 650.129 27,94 700.892 29,26 +9,77

Total 2.278.530 100 2327.075 100 2.395.783 100 +5,14

Fonte: Gerência de Epidemiologia e Informação em Saúde – GEEPI-GVSI. SMSA BH, 2014.

Tabela 2. População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, MG, 2003.

Distrito População 2003

Muito elevado Elevado Médio Baixo Total

N % N % N % N % N %

Barreiro 18.927 7,09 104.698 39,23 137.356 51,46 5.921 2,22 266.903 11,71

Centro Sul 32.038 11,83 27.236 10,06 7.068 2,61 204.438 75,50 270.780 11,88

Leste 18.446 7,27 48.514 19,13 91.117 35,93 95.490 37,66 253.567 11,13

Nordeste 15.336 5,50 81.108 29,07 128.230 45,96 54.308 19,47 278.982 12,24

Noroeste 17.882 5,21 55.067 16,04 172.288 50,17 98.171 28,59 343.409 15,07

Norte 17.131 8,69 87.375 44,30 85.369 43,28 7.368 3,74 197.244 8,66

Oeste 16.953 6,20 82.914 30,31 77.854 28,46 95.802 35,03 273.523 12,00

Pampulha 8.181 5,64 23.935 16,49 43.728 30,12 69.318 47,75 145.163 6,37

Venda Nova 15.837 6,36 103.592 41,61 121.857 48,95 7.672 3,08 248.958 10,93

Município 160.733 7,05 614.440 26,97 864.869 37,96 638.488 28,02 2.278.530 100

(29)

Tabela 3. População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, MG, 2007.

Distrito População 2007

Muito elevado Elevado Médio Baixo Total

N % N % N % N % N %

Barreiro 19.381 7,16 107.212 39,59 138.174 51,02 6.064 2,24 270.831 11,64

Centro Sul 32.808 11,9 27.891 10,19 7.237 2,65 205.654 75,17 273.590 11,76

Leste 18.889 7,27 49.679 19,13 93.306 35,93 97.783 37,66 259.657 11,16

Nordeste 15.704 5,50 83.056 29,07 131.310 45,96 55.612 19,47 285.682 12,28

Noroeste 18.312 5,21 56.390 16,04 176.426 50,17 100.529 28,59 351.657 15,11

Norte 17.543 8,69 89.474 44,30 87.419 43,28 7.545 3,74 201.981 8,68

Oeste 17.360 6,20 84.905 30,31 79.724 28,46 98.103 35,03 280.092 12,04

Pampulha 8.378 5,64 24.510 16,49 44.779 30,12 70.983 47,75 148.649 6,39

Venda Nova 16.218 6,36 106.079 41,61 124.783 48,95 7.857 3,08 254.937 10,96

Município 164.593 7,07 629.196 27,04 883.158 37,95 650.129 27,94 2.327.075 100

Fonte: Gerência de Epidemiologia e Informação em Saúde – GEEPI-GVSI. SMSA BH, 2014.

Tabela 4. População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, MG, 2012.

Distrito População 2012

Muito elevado Elevado Médio Baixo Total

N % N % N % N % N %

Barreiro 22.316 7,83 116.456 40,86 140.950 49,45 5.315 1,86 285.037 11,90

Centro Sul 30.987 10,86 27.387 9,60 10.662 3,74 21.6270 75,80 285.305 11,91

Leste 17.928 7,45 43.337 18,01 85.307 35,45 94.039 39,08 240.611 10,04

Nordeste 16.661 5,69 88.917 30,36 128.090 43,74 59.207 20,22 292.875 12,22

Noroeste 6.758 2,50 33.703 12,47 141.480 52,33 88.426 32,71 270.367 11,29

Norte 21.293 10,02 92.889 43,70 90.343 42,50 8.047 3,79 212.573 8,87

Oeste 15.075 4,83 81.294 26,04 101.591 32,55 114.175 36,58 312.135 13,03

Pampulha 7.662 3,36 40.546 17,78 74.177 32,52 105.689 46,34 228.074 9,52

Venda Nova 14.522 5,40 114.365 42,55 130.194 48,43 9.724 3,62 268.805 11,22

Município 153.203 6,39 638.895 26,67 902.793 37,68 700.892 29,26 2.395.783 100

(30)

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar as ações da Estratégia de Saúde da Família e sua relação com as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) no município de Belo Horizonte, no período de 2003 a 2012.

2.2 Objetivos Específicos

• Analisar as tendências temporais das médias (por habitante coberto pela ESF) de procedimentos realizados pelos profissionais da APS: consultas médicas; atendimentos de urgência realizados por médicos; encaminhamentos para internação hospitalar realizados por médicos; consultas de enfermagem; visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde, no período estudado;

• Descrever a evolução das internações por condições sensíveis à atenção primária nos anos de 2003, 2007 e 2012 na população coberta pela ESF, por distrito sanitário e no município;

• Analisar as tendências das ICSAP em cada categoria de risco;

(31)

3 METODOLOGIA

Este é um estudo retrospectivo longitudinal, ecológico, de séries temporais com dados secundários referentes à atenção primária e às internações por condições sensíveis dos residentes no município de Belo Horizonte, no período de 2003, 2007 e 2012.

A escolha dos anos calendários utilizou como marco inicial o período de um ano após a implantação da ESF no município, ocorrido em 2002, um ano de implantação da estratégia, tempo considerado suficiente para iniciar a avaliação das variáveis propostas neste estudo. Outro fator relevante é que a partir de 2003 a Gerência de Epidemiologia da SMSABH passou a georreferenciar as AIH (Autorização de Internação Hospitalar) por local de residência do paciente e IVS. O ano de 2012 foi escolhido como o ano final de avaliação por representar uma década após a implantação da ESF no município. O ano de 2007 representa o marco intermediário do período estudado.

O universo de análise foi constituído pela população residente nos nove distritos sanitários e coberta pela ESF, que compreende os residentes nos setores censitários de risco muito elevado, elevado e médio.

As variáveis organizacionais consideradas neste estudo tomam por base aspectos relacionados ao trabalho das equipes, que indicam o acesso da população aos serviços, caracterizando a cobertura da ESF, tais como: 1. consultas realizadas por médicos da APS; 2. atendimentos de urgência e os encaminhamentos para internação hospitalar realizados por médicos da APS (dentre as consultas médicas); 3. consultas realizadas por enfermeiros; 4. visitas domiciliares realizadas por agentes comunitários de saúde (ACS). Foram obtidas séries temporais com informações anuais (2003, 2007 e 2012) dos nove distritos sanitários. Para calcular os procedimentos realizados na APS, foram considerados todos os profissionais lotados na atenção primária: profissionais médicos e enfermeiros das equipes de saúde da família e de apoio, e todos os ACS das equipes.

Os dados de produção foram gerados a partir do sistema de informação dos serviços de saúde da atenção primária (FÊNIX), fornecidos pela Gerência de Tecnologia Informacional em Saúde (GTIS) da SMSABH.

(32)

abril de 2008. As AIH foram originadas de hospitais públicos e conveniados ao SUS em Belo Horizonte, de residentes nos setores censitários cobertos pela ESF (risco muito elevado, elevado e médio), de todas as faixas etárias, de ambos os sexos, nos anos de 2003, 2007 e 2012. Os laudos das AIHs foram processados pela Gerência de Epidemiologia da SMSABH que realizou o georreferenciamento das internações pelo código do logradouro e número do imóvel de residência do paciente. A base de dados secundários utilizada para este fim inclui informações da Gerência de Regulação da SMSABH e do Sistema de Informações Hospitalares – SIH/DATASUS.

Análise Estatística

Inicialmente os dados foram submetidos a análise descritiva. O cálculo das médias considerou o total do procedimento de interesse, pela população coberta pela ESF, em determinado distrito e no município e ano. A variação percentual das médias de procedimento/hab foi calculada como a razão entre a diferença das médias (do primeiro, intermediário e último ano analisado) em relação às médias do primeiro ano (2003).

A Taxa de ICSAP9 foi calculada por meio do número de ICSAP por 10.000 habitantes, na população residente em determinado espaço geográfico, no ano considerado. O denominador para o cálculo da taxa é a população exposta à ocorrência do evento. Foram calculadas as taxas de ICSAP para o município, para os distritos sanitários e para as categorias de risco do IVS 2003.

a. Taxa de ICSAP no município – número total de ICSAP por 10.000 habitantes, na população residente coberta pela ESF no município, no ano considerado (2003, 2007 e 2012);

b. Taxa de ICSAP nos distritos sanitários - número de ICSAP por 10.000 habitantes, na população residente coberta pela ESF no determinado distrito sanitário, no ano considerado (2003, 2007 e 2012);

c. Taxa de ICSAP em cada categoria de risco do IVS 2003 - número de ICSAP por 10.000 habitantes, na população residente em cada setor de risco (muito elevado, elevado, médio) no determinado distrito sanitário ou no município, no ano considerado (2003, 2007 e 2012).

                                                                                                                         

9

 Interpretação:   Mede   a   relação   entre   as   internações   hospitalares   por   CSAP   e   a   população   residente   na   área   geográfica   estudada.  É  a  taxa  daquelas  internações  que  são  preveníveis,  sensíveis,  evitáveis  ou  inapropriadas  (Projeto  ICSAP  Brasil).  

(33)

A variação percentual das taxas foi calculada como a razão entre a diferença das taxas de internações (do primeiro, intermediário e último ano analisado) em relação à taxa de internação do primeiro ano (2003).

  Foram realizadas análises tabular e gráfica comparativa para o estudo das tendências das médias de procedimentos, das internações, da evolução das taxas de ICSAP nas categorias de risco do IVS, e variações percentuais das mesmas (Apêndice). O modelo de regressão linear de Prais-Winster foi empregado para avaliar as tendências ao longo do período avaliado. Os coeficientes β evidenciam a magnitude (inclinação) da tendência e se a mesma é ascendente, descendente ou estacionária.

A construção do banco de dados foi realizada no Excel e a análise no SPSS e STATA.

Aspectos Éticos

Essa pesquisa utilizou os registros de dados provenientes do Sistema de Internações Hospitalares (SIH) do DATASUS, que não identificam nome dos usuários, e os bancos da SMSABH com dados georeferenciados que identificam somente a procedência do usuário, preservando-se sua identidade. A pesquisadora tomou as providências necessárias para preservar, integralmente, o anonimato dos indivíduos e de seus endereços na pesquisa.

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REFERENCIAS

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(38)

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

(39)

4.1 Artigo

A ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA E SUA RELAÇÃO COM AS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, MG.

FAMILY HEALTH STRATEGY AND ITS RELATIONSHIP TO HOSPITAL ADMISSIONS FOR PRIMARY CARE SENSITIVE CONDITIONS IN THE MUNICIPALITY OF BELO HORIZONTE, MG.

ESTRATEGIA SALUD DE LA FAMILIA Y SU RELACIÓN CON

HOSPITALIZACIONES POR ENFERMEDADES SENSIBLES A CUIDADOS DE ATENCIÓN PRIMARIA EN LA CIUDAD DE BELO HORIZONTE, MG.

Título resumido A Estratégia de Saúde da Família e sua relação com as ICSAP.

Artigo a ser submetido para publicação na Revista Cadernos de Saúde Pública (Normas para submissão no Anexo 1).

ABSTRACT

This paper investigates actions developed by family health teams, and correlates them to hospital admissions for primary care sensitive conditions in the municipality of Belo Horizonte. This is a retrospective longitudinal, ecological, study, based on time series, with secondary data from several databases. It describes the hospital admissions for primary care sensitive conditions temporal trends, as well as trends in the averages for ambulatory care in the population covered by the Family Health Strategy (FHS). Results show an increase in the average of medical appointments (14.17%), emergency care (200%), nursing care (12%), home visits (74.07%); a reduction in the average referrals for hospital admission (-56.25%), and a reduction of hospital admissions for primary care sensitive conditions (-37.8%). There was a trend of significant decline (β = -0.001, p = 0.04, DW = 1.92) in the number of referrals for hospitalization and rates decline hospital admissions for primary care sensitive conditions, regardless of risk areas (β = 19.8, p <0.001), although the average risk areas have lower rates (β = -32, p <0.001). The variables analyzed suggest that the FHS enabled increase in supply and access to services, contributing to the reduction of hospital admissions for primary care sensitive conditions .

Keywords Primary Care, Family Health Strategy, Hospital Admissions, Health Evaluation

RESUMEN

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y reducción en el promedio de órdenes para hospitalización (-56,25%) y en las ICSAP (-37,8%). Hubo una tendencia de disminución significativa (β=-0,001; p=0,04; DW=1,92) en el número de remitidos para hospitalización y disminución en las tasas de ICSAP, independientemente de las áreas de riesgo (β =19,8; p <0,001), a pesar de que las áreas de riesgo medio presentaron menores tasas (β =-32; p <0,001). Las variables analizadas sugieren que la ESF posibilitó aumento en la oferta e acceso a los servicios, contribuyendo para la reducción de las ICSAP.

Palabras clave Atención Primaria a la Salud, Estrategia de Salud de la Familia, Hospitalización, Evaluación en Salud.

RESUMO

Este artigo investiga ações desenvolvidas pelas equipes de saúde da família e sua relação com as Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) em Belo Horizonte. É um estudo retrospectivo longitudinal, ecológico, de séries temporais com dados secundários. Descreve as tendências das ICSAP e das médias de atendimentos, na população coberta pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Os resultados demonstraram aumento nas médias de consultas médicas (14,17%), atendimentos de urgência (200%), consultas de enfermagem (12%), visitas domiciliares (74,07%), e redução na média de encaminhamentos para internação hospitalar (-56,25%) e nas ICSAP (-37,8%). Houve uma tendência de declínio significativo (β=-0,001; p=0,04; DW=1,92) no número de encaminhamentos para internação e declínio nas taxas de ICSAP, independentemente das áreas de risco (β =19,8; p <0,001), apesar de as áreas de risco médio apresentarem menores taxas (β =-32; p <0,001). As variáveis analisadas sugerem que a ESF possibilitou aumento na oferta e acesso aos serviços, contribuindo para a redução das ICSAP.

Palavras-chave Atenção Primária à Saúde, Estratégia de Saúde da Família, Hospitalização, Avaliação em Saúde

INTRODUÇÃO

A estruturação dos sistemas de saúde por meio da atenção primária tem demonstrado melhores resultados no estado de saúde das populações, e é considerada um meio para aprimorar a efetividade e a equidade na oferta dos serviços1,2.

Neste sentido, nos últimos anos, o Brasil vem investindo significativamente na reorientação do seu Sistema Único de Saúde (SUS), com base na atenção primária organizada por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Existem evidências dos resultados positivos desta estratégia, relacionados à ampliação do acesso e oferta de serviços3, na redução significativa das internações por condições sensíveis à atenção primária4,5,6 , na queda da mortalidade infantil7 e na mortalidade por doenças cardíacas e cerebrovasculares8, o que tem demostrado sua efetividade9.

Imagem

Figura  1.  Mapa  indicando  as  áreas  incorporadas  aos  distritos  Pampulha  e  Oeste  após  a  redivisão territorial de 2011
Figura 2. As regiões de Belo Horizonte e a distribuição espacial dos centros de saúde
Gráfico  1.  Evolução  da  cobertura  populacional  da  estratégia  de  saúde  da  família
Tabela 1. População total por categoria de risco do IVS, Belo Horizonte, MG, Brasil.
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Referências

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