Instituto de Bioiênias, Letras e Ciênias Exatas
Um Estudo Global de Campos de
Vetores Planares
Durval José Tonon
Orientador: Prof. Dr. Claudio Aguinaldo Buzzi
Dissertação apresentada aoInstituto deBiologia, Letras
e CiêniasExatasda UniversidadeEstadual Paulista,
CampusSãoJosédoRioPreto, omopartedosrequisitos
paraa obtençãodo títulode Mestre emMatemátia
São José do Rio Preto
Titulares
Claudio Aguinaldo Buzzi
ProfessorDoutor -IBILCE -UNESP
Orientador
Maro Antnio Teixeira
Professor Doutor - IMECC - UNICAMP
1 o
Examinador
Paulo Riardo Silva
ProfessorDoutor -IBILCE -UNESP
2 o
Examinador
Suplentes
João Carlos da Roha Medrado
Professor Doutor -UFG
1 o
Suplente
Luiana de Fátima Martins Brito
ProfessoraDoutora - IBILCE -UNESP
2 o
A frase já tão batida Aspalavras não onseguem expressar oque sinto...
neste momentoda minhavidaé muito verdadeira.
Muitas pessoasontribuíramparaqueeste sonhosetornasse realidade. In
felizmentenãoonseguireiitartodosaquelesquemeauxiliaramnestajornada,
mas gostariade destaar pelomenos alguns.
Agradeço aoprofessor Dr. ClaudioBuzzi (Claudião)pelos grandesensina
mentos,paiênia,dediaçãoeprinipalmentepelaamizadequedesenvolvemos
durante todoeste tempoque estive sobre sua orientação.
Aos professores e funionários do departamento pelo inentivo, agradável
ambiente de trabalhoe pelas mais agradáveis aindareuniõessoiais.
Ao meu pai Durval Tonon e minha mãe Apareida Batista Tonon pelas
inúmeras vezes que levantaram as 4 e meia da manhã para que estudasse du
ranteoprimárioepartedoensinomédio,portrabalhareminansavelmenteno
soldesgastantepara medar asoportunidadesquenunativeram. Pormepas
sartodas asliçõespara metornaruma pessoa digna,peloapoioinondiional
que sempre me deram, apesar de saber que este apoio as vezes estava sendo
dolorosopara eles. Muito obrigado!
ari-nho quesempre tiveramomigo.
Aosmeus avos José e Zuleika (inmemorian).
Ao meu grande diretor professor Amaral Crepaldi Filho pelas onversas,
onselhose,pormeabriressamaravilhosaportaqueéaUniversidade Públia.
À Izilda, João, Laira e Thalisa pela onvivênia agradabilíssima e, por
me aolherem de braços abertos em sua asa nos primeiros anos de minha
graduação.
ÀNádiapelosinentivos,arinhoomqueouviaminhasdesobertasmatemáti
as",pelaompreensãonos momentos queestava ausenteestudando, peloom
bro aonhegante nos momentos difíeisedeliiosos momentosde alegria.
Aos meus grandes amigos de Mirassol e de Rio Preto que fazem om que
a vida seja muito mais feliz e interessante. Gostaria de agradeer aos amigos
de repúblia: Eduardo(Costela),Pedroe Marus pela onvivênia agradávele
muitos momentosde alegriaque tivemos.
Ao Aroldinho, Eduardo(Behram), Chio e Júlio, pelas lições que não se
aprendememlivrose,quesão tão valiosaspara minhavida. Desejoque todos
tenhammuito suesso.
Aos meus amigos de graduação e pós-graduação: Marus(Fortinho), Gra,
Viníius,Carol,RafaelOttoboni,Fernando,LígiaePaulinho,pelos momentos
agradáveisdeonvivêniaeamizade. ObrigadoCibele(Miguxa)portodosesses
anos de amizadee arinho, e Aline(Gobbi) por nossas onstrutivas onversas
eporse surpreender ao ser minha amiga.
À FAPESP pelo auxílionaneiro.
...Souseu objetivo, suarazão quea razão ignora e
des-onhee. Tenho milhões de denições, todas ertas, to
das imperfeitas, todas lógias apenas emmotivaçõespes
soais,todasorretas, todaserradas. Soutudo,semmim,
tudo é nada. Sou amanheer, sou Fênix, renasço das
inzas,seiquando tenhoquemorrer,seiquesempre irei
Lista de Figuras xv
Introdução 1
I Estudo daFamília
X
(x, y) = (ax+by, Ax
2
+Bxy+
Cy
2
).
7
1 Formas Normais 9
2 Denições Preliminares 13
2.1 Introdução . . . 13
2.2 Pontos Singulares . . . 13
2.2.1 PontosSingulares Não Degenerados . . . 13
2.2.2 Pontos Singulares Elementares . . . 18
2.2.3 PontosSingulares Nilpotentes . . . 24
3 A Esfera de Poinaré e Pontos Singulares no Innito 27 3.1 Introdução . . . 27
3.2 A esfera de Poinaré . . . 27
4 Pontos Singulares na Parte Finita do Campo 39 4.1 Introdução . . . 39
5 Pontos Singulares na Parte Innita do Campo 47 5.1 Introdução . . . 47
ampo . . . 54
6 Retratos de Fase Global om Pontos Singulares Linearmente Nulo 67 7 Retrato de Fase Global om Innitos Pontos Crítios 69 8 Retratos de Fase Loal om Finitos Pontos Crítios 77 9 Retratos de Fase Global no Diso de Poinaré om Finitos Pontos Crítios 81 10 Demonstração do Teorema
0
.
0
.
1
87 II Estudo da FamíliaX
(x, y) = (x
2
−
1, a
+
bx
+
cy
+
dx
2
+
exy
+
f y
2
).
89 11 Formas Normais 91 12 Estudo da FamíliaX
(
x, y
) = (
x
2
−
1
, a
+
bx
+
cy
+
dx
2
+
exy
+
y
2
)
.
93 12.1 Singularidadesna Parte Finita doCampo . . . 9312.2 Singularidadesna Parte Innita doCampo . . . 98
12.3 Retratos de Fase LoalnoDiso de Poinaré . . . 103
12.4 Retratos de Fase Globalno Disode Poinaré . . . 108
13 Estudo da Família
X
(
x, y
) = (
x
2
−
1
,
1 +
cy
+
exy
)
. 119 13.1 Singularidadesna Parte Finita doCampo . . . 11913.2 Singularidadesna Parte Innita doCampo . . . 123
13.3 Camposom Innitos Pontos Singulares naParte Innita . . . . 138
13.4 Retratos de Fase Loal . . . 145
13.5 Retratos de Fase Global . . . 147
15.1 Retratosde Fase Globalno Disode Poinaré . . . 155
16 Estudo da Família
X
(
x, y
) = (
x
2
−
1
, cy
+
exy
)
.
15916.1 Retratosde Fase Globalno Disode Poinaré . . . 159
17 Demonstração do Teorema
0
.
0
.
2
1631 Os 30possíveisretratos de faseglobal. . . 3
2 Os 48primeirosretratos de fase globaldo teorema
0
.
0
.
2
. . . 53 Os 51seguintes retratosde faseglobal doteorema
0
.
0
.
2
. . . 62.1 Nóestávelna formaannia. . . 16
2.2 Nó estáveldegenerado naformaannia. . . 16
2.3 Nó estável.. . . 17
2.4 Sela na formaannia. . . 17
2.5 Fooestável om
β >
0
. . . 182.6 Fooestável om
β <
0
. . . 182.7 As regiões
Ω
1,
Ω
2, . . . ,
Ω
n
. . . 202.8 Caso onde
∆
m
>
0
em
é ímpar. . . 232.9 Caso onde
∆
m
<
0
em
é ímpar. . . 232.10 Caso onde
∆
m
<
0
em
é par. . . 242.11 Caso onde
∆
m
>
0
em
é par. . . 243.1 Projeçãoestereográa de
S
2
sobre oplanoxy
. . . 283.2 Um orte nagura anterior. . . 28
3.3 Projeçãoentraldo hemisfériosuperior de
S
2
sobre oplanoxy
. 29 3.4 Projeçãoentralsobre o planoxy
. . . 303.5 . . . 35
3.6 . . . 35
3.7 Projeçãoentralsomentesob um hemisfériodaesfera. . . 37
5.1 Projeçãoentralsomentesob um hemisfériodaesfera. . . 48
5.2 As artas
U1, U2, V1
eV2
. . . 495.5
α
−
<
0
. . . 55
5.6
α
−
>
0
. . . 555.7 Sela nó nilpotente
−
B
2
,
0
∈
U1
.. . . 595.8 . . . 65
6.1 O retratode faseloaldaorigem naarta
U1
. . . 686.2 O retratode faseglobal dos ampos
X7
eX23
. . . 687.1 Retratosdefaseglobaldosamposominnitospontossingulares. 70 7.2 Retratos de fase global doampo
(1
, x
+
Cy
)
omC <
0
. . . 717.3 Retratosde faseglobal doampo
(1
, x
+
Cy
)
om0
< C <
1
e, dos amposX9
eX1
om0
< C <
1
, respetivamente.. . . 727.4 Retratosde faseglobaldoampo
(1
, x
+
y
)
e,doampoX1
omC
= 1
,respetivamente. . . 737.5 Retratos de faseglobal doampo
(1
, x
+
Cy
)
e, dos amposX1
omC >
1
eX2
omC
= 1
, respetivamente. . . 737.6 Retratos de fase global dos ampos
X15
eX22
, respetivamente. 74 7.7 Retratos de fase global dos ampos(1
, x
)
eX4
omB
= 1
, respetivamente. . . 757.8 Retratos de fase global dos ampos
X14
eX21
, respetivamente. 75 7.9 Retratosde fase global dos ampos(1
, x
+
y
)
eX20
,respetiva mente. . . 768.1 Os
12
primeirosretratosde fase loalno diso de Poinaré que possuemnitos pontos rítios. . . 798.2 Os
10
últimos retratos de fase loal no diso de Poinaré que possuemnitos pontos rítios. . . 809.1 Retratosde faseglobalnodisode Poinaré. Nãoonsideramos aqui as guras
4
e6
do teorema referente aos retratos de fase loal. . . 839.2 Os
8
seguintes retratos de fase globalno diso de Poinaré. . . . 8412.2 Retrato de fase loalda singularidadenaarta
U1
. . . 10012.3 Retrato de fase loalda singularidadenaarta
V1
. . . 10212.4 Retratosde faseloaldas singularidades
z
−
1
, z
−
2
, z
+
1
ez
+
2
,respe tivamente. . . 10412.5 Os
9
primeirosretratosde fase loalno diso de Poinaré. . . . 10612.6 Os
9
seguintes retratos de fase loalnodiso de Poinaré. . . 10712.7 Os
9
últimosretratosde faseloalnodiso de Poinaré.. . . 10812.8 Os
9
primeirosretratosde fase global nodiso de Poinaré. . . . 11512.9 Os
9
seguintes retratos de fase globalno diso de Poinaré. . . . 11612.10Os
9
últimosretratosde faseglobal nodiso de Poinaré. . . 11713.1 Retratos na parte nita do ampo om
c >
0
ec <
0
, respetivamente. . . 121
13.2 Retratos na parte nita do ampo om
c <
0
ec >
0
, respetivamente. . . 122
13.3 Retratosnapartenitadoampodasingularidade
1
,
−
1
c
+
e
om
c
+
e <
0
ec
+
e >
0
,respetivamente.. . . 12313.4 Retratosnapartenitadoampodasingularidade
1
,
−
1
c
−
e
om
c
−
e <
0
ec
−
e >
0
, respetivamente. . . 12313.5 Retratos na parte innita do ampo om
c <
−
1
ec >
−
1
,respetivamente. . . 124
13.6 Fluxo do ampo sob a reta
x
= 1
. . . 12513.7 Retratos na parte innitadoampo om
c <
−
1
,
−
1
< c <
0
ec >
0
, respetivamente. . . 12613.8 Retratos na parte innita do ampo om
c <
−
1
ec >
−
1
,respetivamente. . . 127
13.9 Retratos na parte innitadoampo om
c <
−
1
,
−
1
< c <
0
ec >
0
, respetivamente. . . 12813.10Retratos na parte innitado ampoom
c <
1
ec >
1
, respetivamente. . . 129
c <
0
, respetivamente. . . 13113.13Retratos na parte innitado ampoom
c <
1
ec >
1
, respe tivamente. . . 13213.14Retratos na parte innita do ampo om
0
< c <
1
, c >
1
ec <
0
, respetivamente. . . 13313.15Retratos na parte innitado ampo om
e <
1
ee >
1
, respe tivamente. . . 13413.16Retratos naparte innitado ampo om osreferidos asos. . . . 136
13.17Retratos na parte innitado ampo om
e <
1
ee >
1
, respe tivamente. . . 13713.18Retratos naparte innitado ampo om osreferidos asos. . . . 139
13.19Cartas
U1, U2, V1
eV2
. . . 14013.20 . . . 140
13.21 . . . 141
13.22Retrato de fase global para oaso
(1)
omc
=
−
1
. . . 14113.23 . . . 142
13.24 . . . 143
13.25Retrato de fase global para oaso
(2)
omc
= 1
. . . 14313.26Dinâmia próximoa reta de singularidadesnas artas
U1
eV1
. . 14413.27Retratos om relaçãoà arta
U2
.. . . 14413.28Retratos om relaçãoà arta
V2
. . . 14513.29Retratos de fase global para oaso
(3)
. . . 14513.30Os 14retratos de fase loal. . . 146
13.31As quatro regiõesque deompõemo espaço de parâmetros. . . . 147
13.32Os possíveis retratos de fase que podem oorrer em ada uma das regiões doespaço de fase. . . 148
13.33Os retratosde faseglobal. . . 149
14.1 Os
15
primeirosretratos de fase globalno diso de Poinaré. . . 15214.2 Os
15
seguintes retratosde faseglobal nodiso de Poinaré. . . 15314.3 Os
13
últimos retratosde fase global nodiso de Poinaré. . . . 15415.3 Os
12
últimos retratosde fase global nodiso de Poinaré. . . . 15816.1 Os
9
primeirosretratosde fase global nodiso de Poinaré. . . . 160Neste trabalhoestudamososamposdevetoresplanaressemi-homogêneos
quadrátios e também os ampos de vetores planares quadrátios om duas
retas paralelas invariantes pelouxo. Para ada uma dessas lasses, obtemos
uma lassiação dos retratos de fase global no diso de Poinaré e apresen
tamos as respetivas formas normais. Dentre as ténias utilizadas no desen
volvimentodotrabalhodestaamosaCompatiaçãodePoinaréeoMétodo
doBlow-up.
Palavras Chaves: Retratos de fase, sistemas semi-homogêneos,sistemas
Inthis workwestudy the planarquadratisemi-homogeneousvetorelds
and the lass of planar quadrati vetor elds possessing two parallelow in
variantstraight lines. For eah one of these lasses, we obtain alassiation
of the global phase portraits in the Poinaré dis and we present their nor
malforms. Among the tehnis used during the development of the work we
emphasize the Poinaré Compatiationand the Blow-up Method.
Key words: Phase portraits, semi-homogeneous systems, quadrati sys
Considere
P
eQ
polinmioshomogêneosreais nas variáveisx
ey
de grausm
en
, respetivamente. Nesse aso, dizemos queo ampo de vetoresX
= (
P, Q
) : IR
2
→
IR
2
é um ampo de vetores polinomial planar semi-homogêneo. Em partiular, se
m
=
n
, temos queX
é um ampovetorialpolinomialplanar homogêneo.O aso
m
=
n
tem sido estudado porvários autores. Osampos vetoriaispolinomiais quadrátios homogêneos (
m
=
n
= 2
) foram estudados porLya-gina [14℄, Markus [15℄, Korol [16℄, Sibirskii e Vulpe [17℄, Newton [18℄, Date
[19℄eVdovina[20℄; osamposvetoriaispolinomiaisúbioshomogêneos(
m
=
n
= 3
) foi estudado por Cima e Llibre [21℄; o aso geralm
=
n
foi estudadopor Argemí [22℄, Cima e Llibre [21℄, Collins [23℄ e Llibre e outros [24℄. Em
todos esses trabalhos é desrito um algoritmo para obter o retratode fase de
um ampo polinomial homogêneo para todo grau
m
=
n
, a lassiação detodos os retratosde fase de ampos polinomiaishomogêneosde graus
2
e3
e,lassiaçãoalgébriade ampos polinomiaishomogêneos.
Neste ontexto podemos pereber que o estudo dos ampos de vetores ho
mogêneos já se enontra bem adiantado. Com isso nos sentimos motivados a
explorar outras lasses de ampos de vetores, omo por exemplo a lasse dos
ampos polinomiaissemi-homogêneos. Dentrodesta lasse afamíliamais sim
X
:
(
˙
x
=
ax
+
by
˙
y
=
Ax
2
+
Bxy
+
Cy
2
.
(1)Este estudoérelativamentereente, oartigo noqualbaseamosnosso trabalho
é [1℄de 1997, ujosautores são Laurent Cairó e Jaume Llibre. Este artigo foi
pioneiro na époa pois iniiou o estudo de ampos polinomiais semi-homogê
neos.
Esta área de pesquisa tem sido muito feunda, sópara seter um idéia nos
últimos
30
anos foram publiados mais de1000
papers tratando de ampospolinomiaisquadrátios.
Ospassosprinipaisparasehegaraessalassiaçãoonsisteiniialmente
emreduzir o ampo iniial que possui
5
parâmetros a23
formas normaisquepossuemapenas
2
parâmetros. Depoispassa-seaumaanáliseloaldospontosrítiosnitosutilizandooTeoremade Hartman,noasodospontoshiperbóli
os,Teorema daVariedadeCentral,noasodospontosparialmentehiperbóli
os e a Ténia do Blow-up para os pontos om autovalorzero duplo. Para a
análisedos pontos singulares noinnitonos valeremosda Compatiação de
Poinaré.
Temososeguinteresultadoreferenteaestafamíliadeampossemi-homogê
neos:
Teorema 0.0.1. Oretratode fasede todoampode vetores polinomial planar
semi-homogêneode graus 1 e 2
X
(
x, y
) = (
ax
+
by, Ax
2
+
Bxy
+
Cy
2
)
é topologiamente equivalente a uma das 30 ongurações listadas na Figura
1
.Além disso ada um dos retratos a seguir provém de um ampo de vetores
de graus1 e 2.
Introdução0.0 3
k
= 1
k
= 2
k
= 3
k
= 4
k
= 5
k
= 6
k
= 7
k
= 8
k
= 9
k
= 10
k
= 11
k
= 12
k
= 13
k
= 14
k
= 15
k
= 16
k
= 17
k
= 18
k
= 19
k
= 20
k
= 21
k
= 22
k
= 23
k
= 24
k
= 25
k
= 26
k
= 27
k
= 28
k
= 29
k
= 30
Figura1: Os 30possíveisretratosde fase global.
partirpara o estudo de um problema om uma motivaçãona biologia.
NaliteraturaéonheidoomodelodeA.Lotka(1925)eV.Volterra(1926),
presa-predadorqueforneeadinâmiade populaçõesdependentes entresi. Se
x
denota o número de predadores ey
denota o número de presas, então omodelo de Lotka-Volterra tomaa forma
(
˙
x
=
−
ax
+
bxy
=
x
(
−
a
+
by
)
˙
y
=
−
cxy
+
dy
=
y
(
−
cx
+
d
)
,
Observe que trata-se de um sistema planar quadrátio onde, na ausênia
de predadores
(
x
= 0)
,
y
˙
=
dy
e, assim onúmero de presas reseexponenialmente. Na ausênia de presas,
x
˙
=
−
ax
, e assim a população de predadorestende a extinguir-se. Note também que os eixos
x
ey
são invariantes pelouxo.
Tendo este famoso modeloemmente, estamosinteressados emestudarum
aso degeneradodeste problema: quando estamosom um sistema polinomial
planarom duas retas paralelasinvariantes pelouxo.
Podemos supor,sem perda de generalidade, que afamília de ampos é da
forma
X
(
x, y
) = (
x
2
−
1
, a
+
bx
+
cy
+
dx
2
+
exy
+
f y
2
)
.
(2)Com efeito, dado um ampo de vetores qualquer que possua duas retas
paralelasinvariantespelouxo, podemosatravésde rotação,translaçãoemul
tipliaçãoporum esalar obter o ampo dadoaima.
As ténias utilizadas noestudo desta famíliade ampos são basiamente
asmesmas utilizadasnoestudo dafamíliade ampossemi-homogêneos.
Chamamos a atenção para o fato de que o estudo desta segunda família
de ampos é um trabalho original, desenvolvido durante o segundo ano do
mestrado.
Demonstraremoso seguinteresultado
Teorema 0.0.2. O retrato de fase global no diso de Poinaré do ampo
X
(
x, y
) = (
x
2
−
1
, a
+
bx
+
cy
+
dx
2
+
exy
+
f y
2
)
é topologiamenteequi-valente a um dos retratos apresentados nas Figuras
2
e3
.Dividiremos este trabalho em duas partes, uma referente ao estudo da
família de ampos
X
(
x, y
) = (
ax
+
by, Ax
2
+
Bxy
+
Cy
2
)
e a outra ao es
tudo dafamília
X
(
x, y
) = (
x
2
−
1
, a
+
bx
+
cy
+
dx
2
Introdução0.0 5
k
= 1
k
= 2
k
= 3
k
= 4
k
= 5
k
= 6
k
= 7
k
= 8
k
= 9
k
= 10
k
= 11
k
= 12
k
= 13
k
= 14
k
= 15
k
= 16
k
= 17
k
= 18
k
= 19
k
= 20
k
= 21
k
= 22
k
= 23
k
= 24
k
= 25
k
= 26
k
= 27
k
= 28
k
= 29
k
= 30
k
= 31
k
= 32
k
= 33
k
= 34
k
= 35
k
= 36
k
= 37
k
= 38
k
= 39
k
= 40
k
= 41
k
= 42
k
= 43
k
= 44
k
= 45
k
= 46
k
= 47
k
= 48
Introdução 6
k
= 49
k
= 50
k
= 51
k
= 52
k
= 53
k
= 54
k
= 55
k
= 56
k
= 57
k
= 58
k
= 59
k
= 60
k
= 61
k
= 62
k
= 63
k
= 64
k
= 65
k
= 66
k
= 67
k
= 68
k
= 69
k
= 70
k
= 71
k
= 72
k
= 73
k
= 74
k
= 75
k
= 76
k
= 77
k
= 78
k
= 79
k
= 80
k
= 81
k
= 82
k
= 83
k
= 84
k
= 85
k
= 86
k
= 87
k
= 88
k
= 89
k
= 90
k
= 91
k
= 92
k
= 93
k
= 94
k
= 95
k
= 96
k
= 97
k
= 98
k
= 99
Estudo da Família
Formas Normais
Nosso interesse aqui restringir-se-á a ampos de vetores semi-homogêneos
X
(
x, y
) = (
P
(
x, y
)
, Q
(
x, y
))
da forma linearP
(
x, y
) =
ax
+
by
e quadrátiaQ
(
x, y
) =
Ax
2
+
Bxy
+
Cy
2
. Notequeesse ampode vetoressemi-homogêneo
possui 5 oeientes independentes.
Nesse apítulo mostraremos que se pode reduzir o estudo desse sistema
para o estudo de 23 formas normais, levando em onta somente parâmetros
esseniais.
Denição 1.0.1. Dizemos que dois ampos de vetores
X
(
x, y
)
eY
(
x, y
)
emIR
n
são topologiamente equivalentes se existeum homeomorsmodo
IR
n
quelevaórbitasdouxo induzidopor
X
(
x, y
)
em órbitas douxoinduzido porY
(
x, y
)
, preservandoou invertendoo sentido de todas as trajetórias.Teorema 1.0.3. Seja
X
(
x, y
)
umampode vetores semi-homogêneodaforma(
ax
+
by, Ax
2
+
Bxy
+
Cy
2
)
, temos que seu retrato de fase é topologiamente
X1
= (
x
+
y, x
2
+
Bxy
+
Cy
2
)
com B
·
C
6
= 0
,
X2
= (
x
+
y, xy
+
Cy
2
)
com C
6
= 0
,
X3
= (
x
+
y, x
2
+
Cy
2
)
com C
6
= 0
,
X4
= (
x
+
y, x
2
+
Bxy
)
com B
6
= 0
,
X5
= (
x
+
y, x
2
)
X6
= (
x
+
y, xy
)
,
X7
= (
x
+
y, y
2
)
,
X8
= (
y, x
2
+
xy
+
Cy
2
)
com C
6
= 0
,
X9
= (
y, xy
+
y
2
)
,
X10
= (
y, x
2
+
y
2
)
,
X11
= (
y, x
2
−
y
2
)
,
X12
= (
y, x
2
+
xy
)
,
X13
= (
y, x
2
)
,
X14
= (
y, xy
)
,
X15
= (
y, y
2
)
,
X16
= (
x, x
2
+
xy
+
Cy
2
)
com C
6
X17
= (
x, xy
+
y
2
)
,
X18
= (
x, x
2
+
y
2
)
,
X19
= (
x, x
2
−
y
2
)
,
X20
= (
x, x
2
+
xy
)
,
X21
= (
x, x
2
)
,
X22
= (
x, xy
)
,
X23
= (
x, y
2
)
.
Demonstração Considere a seguinte mudançalinear de variáveis
x
=
αx
y
=
βy
t
=
γt.
Temos que o ampo
X
(
x, y
)
pode ser reesrito nas novas variáveisomoX
(
x, y
) =
ax
γ
+
bαy
βγ
,
Aβx
2
α
2
γ
+
Bxy
αγ
+
Cy
2
βγ
.
As 23 formas normais apareem quando onsideramos a ombinação das
3 possibilidades de
a
eb
:a
·
b
6
= 0
, a
= 0
eb
6
= 0
, a
6
= 0
eb
= 0
om as7 possibilidades de
A, B
eC
:A
·
B
·
C
6
= 0
, A
= 0
eB
·
C
6
= 0
, B
= 0
eA
·
C
6
= 0
, C
= 0
eA
·
B
6
= 0
, A
6
= 0
eB
=
C
= 0
, B
6
= 0
eA
=
C
= 0
, C
6
= 0
e
A
=
B
= 0
.Note que desta formaobtemos 21possibilidades,ontudo quando
analisa-mososasosobservamos2dupliações,oqueresultaaotodo23possibilidades.
Vamos analisaralguns desses asos para eluidarasidéias.
esolher
α, β
eγ
taisque:a
γ
= 1
,
bα
βγ
= 1
eβA
α
2
γ
= 1
.
Oque nos remete aoseguinteampo:
(
x
+
y, x
2
+
Bxy
+
Cy
2
)
.
Se ignorarmosas barrasulminamos noampo
X1.
•
Casoa
·
b
·
A
6
= 0
, B
= 0
eC
6
= 0
, temosX3
= (
x
+
y, x
2
+
Cy
2
)
.•
Casoa
·
b
·
A
6
= 0
, B
6
= 0
eC
= 0
temosX4
= (
x
+
y, x
2
+
Bxy
)
.•
Casoa
·
b
·
A
6
= 0
eB
=
C
= 0
temosX5
= (
x
+
y, x
2
)
.
•
Casoa
·
b
·
B
6
= 0
,
eA
=
C
= 0
. Consideremos aqui asrestriçõesB
αγ
= 1
,
bα
βγ
= 1
eγ
=
a,
temosoampo
(
x
+
y, xy
)
,ignorandoasbarrastemosoampoX6
(
x, y
) =
(
x
+
y, xy
)
.•
Casoa
= 0
, b
·
A
·
C
6
= 0
eB
= 0
.Considere asequações
bα
βγ
= 1
,
βA
α
2
γ
= 1
eC
βγ
= 1
.
Notequenesse asosurgemduaspossibilidadesaserem onsideradas,as
quaissão as dupliações supraitadas:
A
·
C >
0
eA
·
C <
0
, o que noslevaaos ampos
X10
= (
y, x
2
+
y
2
)
eX11
= (
y, x
2
−
y
2
)
.Notequeproedendoanalogamenteaosítens aimaeutilizando-nosde um
argumento ombinatorial obtemos as 23 possibilidades de ampos na forma
normal.
Pelo Teorema
1
.
0
.
3
podemos observar que o estudo de ampos de vetoressemi-homogêneos
(
ax
+
by, Ax
2
+
Bxy
+
Cy
2
)
foireduzidoàanalisede amposDenições Preliminares
2.1 Introdução
Nesse apítulo serão introduzidas algumas denições básias e notações,
as quais neessitaremos para a análise do retrato de fase loal nos pontos
singulares naparte nitaouinnitade um ampode vetoressemi-homogêneo
dado peloTeorema
1
.
0
.
3
.Denotaremospor
P
n
(IR
2
)
oonjuntodosamposdevetorespolinomiaisnoIR
2
daforma
X
(
x, y
) = (
P
(
x, y
)
, Q
(
x, y
))
ondeP
(
x, y
)
eQ
(
x, y
)
sãopolinmiosreais nas variáveis
x
ey
de grau no máximon
, onden
∈
IN
sendo queIN
representa o onjunto usual dos inteiros positivos.
2.2 Pontos Singulares
2.2.1 Pontos Singulares Não Degenerados
Nessaseçãoapresentaremosalgunsresultados,aeradepontossingulares,
que são válidos para ampos mais gerais e não só para os ampos de nosso
interesse prinipal.
Um ponto
q
∈
IR
2
singularidadedeumampodevetores
X
(
x, y
) = (
P
(
x, y
)
, Q
(
x, y
))
seP
(
q
) =
Q
(
q
) = 0
.Chamaremos a atenção para alguns resultados onde
P
(
x, y
)
eQ
(
x, y
)
sãofunçõesanalítiasem umavizinhança de
q
.Sejam
D
=
P
x
(
q
)
Q
y
(
q
)
−
P
y
(
q
)
Q
x
(
q
)
eT
=
P
x
(
q
) +
Q
y
(
q
)
, temos queuma singularidade é hamada não degenerada se
D
6
= 0
. Segue que estasingularidadeé neessariamenteuma singularidadeisolada.
De fato, sabemos que
D
é o determinanteda matriz Jaobiana do ampoe, omo
D
6
= 0
temos pelo Teorema da Função Inversa queX
(
x, y
)
é umdifeomorsmoloal,assim levazero emzero dondeseguequenãopodemoster
outro pontoom imagemzero.
Admitamos, sem perda de generalidade,que a singularidade
q
é a origem.Temos que o ampo
X
(
x, y
) = (
P
(
x, y
)
, Q
(
x, y
))
admite a seguinte representação em uma vizinhançadaorigem:
˙
x
=
P
(
x, y
) =
ax
+
by
+
ϕ
(
x, y
)
˙
y
=
Q
(
x, y
) =
cx
+
dy
+
ψ
(
x, y
)
.
A equação araterístia doestadode equilíbrio,nesse aso aorigem,é
a
−
λ
b
c
d
−
λ
=
λ
2
−
T
·
λ
+
D
= 0
,
(2.1)om
T
=
a
+
d
eD
=
ad
−
bc
,neste aso.Estamos no aso onde
D
6
= 0
. As raízesλ1
eλ2
da equação araterístiasão hamadas raízes araterístias. Dependendo da natureza das raízes
araterístiaso sistema pode ser reduzido poruma transformação linear, em
umavizinhançadoestadode equilíbrio,aumadasseguintes formasannias:
˙
x
=
P
(
x, y
) =
λ1x
+
ϕ
(
x, y
)
˙
y
=
Q
(
x, y
) =
λ2y
+
ψ
(
x, y
)
Caso 2: Raízes araterístias reais e iguais (
λ1
=
λ2
=
λ
).
˙
x
=
P
(
x, y
) =
λx
+
ϕ
(
x, y
)
˙
y
=
Q
(
x, y
) =
λy
+
µx
+
ψ
(
x, y
)
Aqui
µ
pode ser nulo ounão.Caso 3: Raízes araterístias omplexas onjugadas (
λ1
=
α
+
βi, λ2
=
α
−
βi,
β
6
= 0
).Temos o sistema:
˙
x
=
P
(
x, y
) =
αx
−
βy
+
ϕ
(
x, y
)
˙
y
=
Q
(
x, y
) =
βx
+
αy
+
ψ
(
x, y
)
A seguir exibiremostodos os tipospossíveisde estados de equilíbrioujas
raízesaraterístiastêmparterealnãonulae,esboçaremososretratosdefase
em uma vizinhançadoestado de equilíbrio.
Para foos enós ilustraremos somente oaso estável. Para obter oretrato
de fase para nós ou foos instáveis, simplesmente revertemos a direção das
setas.
I.Nós: orrespondeao asoondeasraízesaraterístiassãoreais
e de sinais iguais.
(a)Nónão degenerado estável:
λ1
6
=
λ2, λ1
<
0
, λ2
<
0
.Nesse aso temos
D >
0
, T
2
−
4
D >
0
eT <
0
.(b)Nó estável degenerado:
λ1
=
λ2
=
λ, λ <
0
, µ
6
= 0
,
istoé,D >
0
, T
2
−
Figura2.1: Nóestável naformaannia.
Figura2.2: Nó estável degeneradona formaannia.
()Nó estável:
λ1
=
λ2
=
λ, λ <
0
, µ
= 0
.II.Pontos de Sela : Correspondeao aso ondeas raízesaraterís
tias são reais e om sinais opostos.
Nesse aso temos
λ1
<
0
, λ2
>
0
ouλ1
>
0
, λ2
<
0
, istoé,D <
0
.III.Foos: Corresponde a raízes araterístias omplexas onju
gadas.
Nesse aso temos
λ1
=
α
+
βi, λ2
=
α
−
βi, β
6
= 0
, isto é,D >
0
eT
2
Figura2.3: Nó estável.
Figura 2.4: Sela naformaannia.
Aquipodem oorrer dois asos:
(a)Fooestável: Se
α <
0
.A gura
2
.
5
a seguirilustra um foo estável omβ >
0
. A gura2
.
6
paraoaso onde
β <
0
.(b)Fooinstável: Se
α >
0
.Figura 2.5: Foo es
tável om
β >
0
.Figura 2.6: Foo es
tável om
β <
0
.2.2.2 Pontos Singulares Elementares
Denição2.2.1. Um pontorítio ou singularidade
q
éelementar seD
= 0
e
T
6
= 0
.Nesse aso temos que o ponto
q
é um ponto isolado no onjunto de todosospontossingulares.
Considere novamenteo ampo de vetores
X
(
x, y
) = (
P
(
x, y
)
, y
+
Q
(
x, y
)) = (
P
(
x, y
)
, Q
(
x, y
))
.
(2.2)Admitamosagoraque
P
(
x, y
)
eQ
(
x, y
)
possuiumúniopontorítio(0
,
0)
emuma vizinhançada origem,e são analítiasnessa vizinhança. Temos tam
bémque sua expansão emsérie de potêniaomeçaom termosquadrátios.
Nossas armações, omo já omentamos, se restringem a uma vizinhança
suientemente pequena
U
δ
(0)
daorigem. SejaT
=
T
(
x, y
) =
σ
(
x, y
) =
∂P
(
x, y
)
∂x
+
∂Q
(
x, y
)
∂y
.
(2.3)Temos que
σ
(
x, y
)
é uma função ontínua,σ
(0
,
0) =
σ
= 1
. Daí podemosassumir que
σ
(
x, y
)
>
0
para quaisquer pontos emU
δ
(0)
e assim faremos usodoTeste de Bendixson e Dula,o qualenuniaremos abaixo.
Sejam
dx
dt
=
P
(
x, y
)
dy
dt
=
Q
(
x, y
)
,
(2.4)
umsistemadinâmioanalítio,
G
umasubregiãosimplesmenteonexadodomíniode denição do sistema
(2
.
4)
. SejaB
(
x, y
)
uma função ontinuamentedife-reniável denida em
G
tal que a função∂
(
BP
)
∂x
+
∂
(
BQ
)
∂y
(2.5)nãomuda de sinal. Temosque nãoexistem urvas simplesfehadas em
G
quesão união de trajetórias do sistema
(2
.
4)
.Observação2.2.1. Aondiçãoaimapermitequeafunção
(2
.
5)
sejanulaemumnúmeronito de pontos isoladose urvas suaves, ontudopossuio mesmo
sinal emtodos os pontos de
G
.Demonstração
Demonstremosiniialmentequearegião
G
nãoontémtrajetóriasfehadas.Vamos fazer ademonstração porpartes.
Suponhamosque
G
ontém umatrajetóriafehadaL
. Considereaintegralde linha
I
=
Z
L
(
−
BQdx
+
BP dy
)
.
Temos que
I
= 0
. Com efeito, sejamx
=
ϕ
(
t
)
ey
=
ψ
(
t
)
,
asequações datrajetória
L
, onde0
≤
t
≤
T
. TemosI
=
Z
T
0
ϕ
′
(
t
) =
P
(
ϕ
(
t
)
, ψ
(
t
))
,
ψ
′
(
t
) =
Q
(
ϕ
(
t
)
, ψ
(
t
))
,
pois
(
ϕ
(
t
)
, ψ
(
t
))
é soluçãodo sistema(2
.
4)
.Noteque os olhetes da equaçãoé nulo, logo
I
= 0
.Poroutro lado, temospeloTeoremade Green que
I
=
Z Z
Ω
∂
∂x
(
BP
) +
∂
∂y
(
BQ
)
dxdy,
onde
Ω
éaregião limitadapelaurva fehadaL
(Ω
⊂
G
)
. Masporhipóteseafunção que está sendo integrada não muda de sinal, logo a integral não pode
ser nula. O que nos onduz a uma ontradição. Portanto,
G
não ontémtrajetórias fehadas.
Mostremos agora que
G
não ontém um loop fehado simples, isto é,a união de um ponto singular e uma trajetória fehada
L
que tende para aorigem quando
t
→ ±∞
. Analogamente ao feito anteriormente, suponhamosque existe um loop em
G
. SejaC
ε
um írulo entrado na origem om raiosuientemente pequeno tal que existem pontos de
L
fora da região limitadapeloírulo.
Como
(2
.
4)
é um sistema analítio,L
é uma urva analítia e portantoorta
C
ε
somente em um número nito de pontos, os quais dividemC
ε
emum número nito de subaros.
...
PSfrag replaements
Ω
1
Ω
2
Ω
n
γ1
γ2
γ
n
L
∆
1
∆
2
∆
n
ε
C
ε
Se
Ω
denotaaregiãolimitadapeloloopL
eΩ
ε
oonjuntodos pontosdeΩ
que distam mais do que
ε
da origem, temos queΩ
ε
é um onjunto aberto doIR
2
e,a fronteira desse onjuntoé a uniãodos subaros menionadosaima.Daí temos que
Ω
ε
é a união de um número nito de omponentesΩ
1
,
Ω
2, . . . ,
Ω
n
. Denotemosasfronteirasorientadaspositivamentedeγ1, γ2, . . . , γ
n
.Temos que essas fronteiras são urvassuavesporpartes.
Considere a integral
I
ε
=
Z Z
Ω
ε
∂
∂x
(
BP
) +
∂
∂y
(
BQ
)
dxdy
=
n
X
k
=1
Z Z
Ω
k
∂
∂x
(
BP
) +
∂
∂y
(
BQ
)
dxdy.
Comoointegrando nãomudade sinal,aintegralénãonulaeportanto
|
I
ε
|
reseom oderesimento
ε
. Portanto,para todoε < ε0
,|
I
ε
|
>
|
I
ε
0
|
.
(2.7)Poroutro lado, oTeorema de Green nos dizque
I
ε
0
=
n
X
k
=1
I
γ
k
(
−
BQdx
+
BP dy
)
.
Comojámostramosaimatemosqueaintegraldelinhade
−
BQdx
+
BP dy
sobre qualquer parte da trajetória
L
do sistema(2
.
4)
é nula, segue queI
ε
éigual a soma de integrais sobre os aros de
C
ε
que apareem na fronteira dasregiões
Ω
k
. Denotemosesses aros por∆
1,
∆
2, . . . ,
∆
k
, daítemosI
ε
=
n
X
k
=1
Z
∆
k
(
−
BQdx
+
BP dy
)
.
Expressando os termos da integral de linha om respeito ao omprimento
de aro, temos
I
ε
=
n
X
k
=1
Z
∆
k
onde
θ
é o ânguloentre a tangente aoíruloC
ε
e o eixox
positivo.Seja
M
o máximo daexpressão|
BQ
|
+
|
BP
|
em
Ω
.Estimando a expressãoaima para
I
ε
e observando que asoma do omprimento de todos osaros
∆
k
é menorque o omprimento2
πε
deC
ε
, temos|
I
ε
|
<
2
πMε.
Para
ε
suientemente pequeno, esta inequaçãoontradiz(2
.
7)
. Daí seguequenão existe loopna região
G
.A prova de que
G
não pode onter trajetórias fehadas as quais são uniãode trajetórias gerais e pontos singulares
O1, O2, . . . , O
m
éanáloga ao feito anteriormente, exeto que teremos que onsiderar írulos
C1
ε
, C2
ε
, . . . , C
mε
sobtodos os pontos singulares.
Donde onluímos a demonstração.
Fizemosademonstração doTeste de DulaeBendixsonporque trata-sede
umresultadomuitoútilparadeidirmosquandoumsistemapossui trajetórias
fehadas. Este resultado é utilizado na demonstração do próximo teorema, a
qual não faremos aqui pois é muito longa e ténia e daí fugiria do enfoque
prinipaldotrabalho.
Vamosagoraenuniaroresultadodessaseçãoquedesreveaspossibilidades
deestruturatopológiadeumestadodeequilíbrio
(0
,
0)
doampoplanar(2
.
2)
,ujademonstração pode ser enontrada em[6℄.
Teorema 2.2.2. Seja
(0
,
0)
umpontosingularesisoladodosistema(2
.
2)
. Sejay
=
ϕ
(
x
)
a solução da equaçãoy
+
Q2
(
x, y
) = 0
na vizinhança da origem eassumimos que a expansão em série da função
ψ
(
x
) =
P
(
x, ϕ
(
x
)) = ∆
m
x
m
+
. . .
ondem
≥
2
,
∆
m
6
= 0
. Temos:(ii) Se m é ímpar e
∆
m
<
0
temos que(0
,
0)
é um ponto de sela sendo queduas de suas separatrizes tendem a
0
na direção0
eπ
e outras duas nadireção
π
2
e3
2
π
;(iii) Semé par temosque
(0
,
0)
é umasela-nó,isto é,umpontosingularujavizinhançaé a união de um setor parabólio e doissetores hiperbólios.
Se
∆
m
<
0
ossetoreshiperbóliosontémumsegmentodoeixox
positivoquetêmomofronteiraaorigem(vejagura2.10),ese
∆
m
>
0
ossetoresontém um segmento do eixox negativo (veja gura 2.11).
Interpretação geométria do teorema 2.2.2.
Figura2.8: Caso onde
∆
m
>
0
em
éímpar.
Figura 2.9: Caso onde
∆
m
<
0
em
éFigura2.10: Casoonde
∆
m
<
0
em
épar.Figura2.11: Casoonde
∆
m
>
0
e
m
épar.2.2.3 Pontos Singulares Nilpotentes
Quando
D
=
T
= 0
mas a matriz Jaobiana emq
não é nula eq
é umpontosingularisoladonoonjuntode todos ospontossingulares,dizemosque
q
énilpotente. Citaremosagoraoresultadode pontossingularesnilpotentes,oqual faremos uso e,uja demonstração pode ser enontrada em[3℄.
Teorema 2.2.3. Seja
(0
,
0)
um ponto singular isolado do ampo de vetores(
y
+
F
(
x, y
)
, G
(
x, y
))
,ondeF
eG
sãofunçõesanalítiasem umavizinhançadaorigem omeçandoom termos quadrátios nas variáveis
x
ey
. Sejay
=
f
(
x
)
a solução da equação
y
+
F
(
x, y
) = 0
em uma vizinhançada origem.Suponhamos queo desenvolvimentoda função
G
(
x, f
(
x
))
é da formaG
(
x, f
(
x
)) =
Kx
r
+
H.O.T.
e
∂F
∂x
+
∂G
∂y
(
x, f
(
x
)) =
Lx
λ
+
H.O.T.
om
K
6
= 0
, r
≥
2
eλ
≥
1
.
•
(a) Ser
é par er >
2
λ
+ 1
, temos que a origem é umasela-nó;ponto rítio formado pela união de dois setores hiperbólios. Portanto,
a úspide possui duas separatrizes tangentes ao eixo
x
positivo;•
()Ser
éímpar,K <
0
, r
= 2
λ
+1
, λ
pareL
2
+4
K
(
λ
+1)
≥
0
temos quea origem é um nóestável se
L <
0
, possuindo todas as órbitas tangentesao eixo
x
em(0
,
0)
.•
(d)Ser
éímpar,K <
0
, r
= 2
λ
+ 1
, λ
ímpar eL
2
+ 4
K
(
λ
+ 1)
≥
0
temosque a origem é uma sela elíptia.
Finalmente, se a matriz Jaobiana no ponto singular
q
é identiamentenula, e
q
é um ponto singular isolado dentro do onjunto de todos os pontossingulares, dizemos que
q
é linearmente nulo. O estudo do retrato de faseA Esfera de Poinaré e Pontos Singulares
no Innito
3.1 Introdução
Oobjetivodesseapítuloéenontrarferramentasasquaispropiieoestudo
do omportamento de uxos no innito e, não somente em vizinhanças de
pontossingulares.
Para estudarmos o omportamento de trajetórias de sistemas planares no
innitofaremos usodaprojeção estereográaedaprojeção entralas
quais, deniremos aseguir.
O omportamentode trajetórias longe da origem poderá ser entendidoes
tudandooomportamentode trajetóriaspróximasde pontosnoinnito",isto
é, próximas do polonorte da esfera de Bendixson ou noequador da esfera de
Poinaré.
3.2 A esfera de Poinaré
Denição3.2.1. Seja a esfera
S
2
=
{
(
x, y, z
)
∈
IR
3
; x
2
+ y
2
+ z
2
= 1
}
emIR
3
.
Projetamos a esfera
S
2
sobre o plano
xy
omo indiado na gura a seguir.PSfrag replaements
(
x, y, z
)
(
X, Y
)
x
y
z
Figura 3.1: Projeção estereográa de
S
2
sobre o plano
xy
.Analisando os triângulos dados na gura
3
.
2
temos que as equações quedenem
(
X, Y
)
em termos de(
x, y, z
)
são dadas porX
=
x
1
−
z
,
Y
=
y
1
−
z
.
Temos que a projeção denida pelo onjunto dessas equações é hamada
projeção estereográa.
PSfrag replaements
1
−
z
0
x
X
(
x, y, z
)
(
X, Y
)
Notequeoonjuntodessasequaçõesestabeleeumabijeçãoentreospontos
(
x, y, z
)
dohemisférionortedaesfera unitáriaS
2
eospontos
(
X, Y
)
doplano.Aidéiadeanalisaroomportamentoglobaldesistemasdinâmiosplanares
usandoaprojeçãoestereográa daesfera sobreoplanoédevidaaBendixson.
A esfera, inluindoo pontorítio no innito, é hamada de esfera de Ben
dixson.
Se utilizarmosdaprojeçãoestereográa, opontonoinnitoé usualmente
um ponto singular ompliado do uxo induzido na esfera e, posteriormente
teremos uma diuldade para analisarmos o uxo na vizinhança desse ponto
singular.
Contudo,temosumaoutramaneiradeestudarmosoomportamentodetra
jetóriasno innito,aqualéhamadaesfera de Poinaré,onde projetamos
peloentroda esfera unitária
S
2
=
{
(
X, Y, Z
)
∈
IR
3
; X
2
+ Y
2
+ Z
2
= 1
}
pontos diametralmenteopostos sobre oplano
xy
tangente aS
2
nopolonorte
ouno polosul, onforme ilustraa gura
3
.
3
.PSfrag replaements
(
X, Y, Z
)
(
X
′
, Y
′
, Z
′
)
0
x
y
X
Y
Z
Figura 3.3: Projeção entraldo hemisfériosuperior de
S
2
sobre o plano
xy
.esferade Poinaréesão portantomaisnaturaisdoqueospontossingulares no
innitodaesfera de Bendixson.
Se projetarmosohemisfériosuperiorde
S
2
sobreoplano
xy
,teremostriângulos similaresaos da gura
3
.
4
.PSfrag replaements
Z
Z
X
X
0
1
x
Figura3.4: Projeçãoentralsobre o plano
xy
.Observandoessestriângulosobtemosasequaçõesquerelaionamospontos
(
x, y
)
no planoom os pontos(
X, Y, Z
)
na esferax
=
X
Z
ey
=
Y
Z
.
(3.1)De uma forma análogapodemos denirequações que expressam
(
X, Y, Z
)
emtermos de
(
x, y
)
quesão dadas porX
=
p
x
1 +
x
2
+
y
2
, Y
=
y
p
1 +
x
2
+
y
2
e
Z
=
1
p
1 +
x
2
+
y
2
.
Essasequaçõesestabeleemumabijeçãoentreospontos
(
X, Y, Z
)
omZ >
0
(o hemisférionorte da esfera) e ospontos(
x, y
)
noplano. A origem0
∈
IR
3
orresponde ao polo norte
(0
,
0
,
1)
da esfera, pontos no írulox
2
+
y
2
= 1
orrespondemapontosnoírulo
X
2
+
Y
2
=
1
2
eZ
=
1
√
2
em
S
2
e,pontosno
equador de
S
2
orresponde a írulos no innito ou pontos no innito de
Observe que pontos diametralmenteopostos que não estão noequador de
S
2
orrespondem ao mesmo ponto
(
x, y
)
∈
IR
2
(veja gura
3
.
3
). Portanto, énatural esperarmos que pontos diametralmente opostos no equador levem a
pontosiguais no innito.
O hemisfério om os pontos diametralmenteopostos identiados é o
mo-delo para oplano projetivo.
VisualizaremosqueouxonaesferadePoinaréinduzumsistemadinâmio
em
IR
2
ondeo uxo em vizinhançasde pontosdiametralmenteopostosé topo
logiamenteequivalente.
Considere o uxo denido por um sistema dinâmioem
IR
2
˙
x
=
P
(
x, y
)
˙
y
=
Q
(
x, y
)
(3.2)
onde
P
eQ
são funções polinomiaisdex
ey
. Sejam
o maiorgrau deP
eQ
.Osistema aima pode ser esrito
dy
dx
=
Q
(
x, y
)
P
(
x, y
)
ounaforma diferenialomo
Q
(
x, y
)
dx
−
P
(
x, y
)
dy
= 0
.
(3.3)Observequequalquerumadas últimasformas perdemos adireçãodouxo
aolongo daurva soluçãode
(3
.
2)
.De
(3
.
1)
, temosdx
=
ZdX
−
XdZ
Z
2
, dy
=
ZdY
−
Y dZ
Z
2
.
(3.4)Daí
(3
.
3)
pode ser reesrita omoonde
P
=
P
(
x, y
) =
P
X
Z
,
Y
Z
e
Q
=
Q
(
x, y
) =
Q
X
Z
,
Y
Z
.Para eliminarmos
Z
nos denominadores,multipliamosaequação anteriorpor
Z
m
eobtemos
ZQ
∗
dX
−
ZP
∗
dY
+ (
Y P
∗
−
XQ
∗
)
dZ
= 0
(3.5)onde
P
∗
(
X, Y, Z
) =
Z
m
P
X
Z
,
Y
Z
eQ
∗
(
X, Y, Z
) =
Z
m
Q
X
Z
,
Y
Z
sãopolinmiosem
(
X, Y, Z
)
.Poroutro lado essa equação pode ser reesrita aindana formade determi
nante
dX dY
dZ
X
Y
Z
P
∗
Q
∗
0
= 0
.
(3.6)A equaçãodiferenial
(3
.
5)
deneuma famíliadeurvassoluçõesouuxosem
S
2
. Cadaurvasoluçãoorresponde aexatamenteauma urva soluçãodo
sistema
(3
.
2)
emIR
2
.
Além disso, o uxo na esfera de Poinaré denido por
(3
.
5)
nos permiteestudaroomportamentodo uxo denido por
(3
.
2)
noinnito,istoé, vamosestudar o uxo denido por
(3
.
5)
nas vizinhanças do equador deS
2
. Temos
queo equador de
S
2
é onstituídode pontossingulares e trajetórias de
(3
.
5)
.Se tomarmos
Z
= 0
em(3
.
5)
,temos que(
Y P
∗
−
XQ
∗
)
dZ
= 0
. Se
Y P
∗
−
XQ
∗
6
= 0
temos que
dZ
= 0
, isto é, temos uma trajetória passando por umponto regular no equador de
S
2
. Daí onluímos que os pontos singulares de
(3
.
5)
, queestão noequador deS
2
são dados pelaequação
Y P
∗
−
XQ
∗
= 0
.
(3.7)Se