fI)
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO DAFUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
PROJETO DE MONOGRA~IA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM ADMINISTRAÇj\O
TEMA CONCESSÃO DE CRÉDITO:.:i o,.
O USO
DE
Aij~LI~E DISCRIMINANTE COMO INSTRUMENTO DA"," , • I o •
,',';
POLtTICA
DE CONCESSÃO DE CRÉDITOS• 'T' o t .', '
ÁREA DE CONC~~TRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO CONTÁBIL E FINANCEIRA
...
ORIENTADOR: PROF. HAROLDO GIACOMETTI
LIEGE ANDRÉ SCHWENKOW - 10.731
AGOSTO/1981.
"
íNDICE
1. CONTATO COM A SITqAÇÃO P~OBLEf4A~
PRIMEIRA EXPOStQÃO AO PROBL~MA
" .
2. ANÁLISE DO CORPO DISPONíVEL DE CONHECIMENTOSt' .• '-' ." .
3. ESTUDOS RELACIONAUOS COM O TEMA
I ,:!.; -Ó,
. '
3.1. A ABORDAGEM TRADICIONAL
! I ',; ,',I :
3.2. PROCESS,O'P:Ji;p~CISÃO SEQUENCIAL
. . !' .,.t·
',,'
4.
FORMULAÇÃO DO PROBLE~ DE PESQUISA" "",
4.1. UMA P~IMEIllAABORDAGEM À TÉCNICA
, I . Ti
4.2. ANÁLISE DISCRIMINANTE COMO INSTRUMENTO DA
• ~ .' ~ , ~. I, •
POL:fTICADl!JCONCESSÃO D:Ej CRÉDITO
5. APLICAÇÃO DA T~C~ICA
5.1. METODOLOGIA E VIÉSES DA TÉCNICA
1. CONTATO COM A SITUAÇÃO PROBLEMA:
- PRIMEIRA. EXPOSIÇÃO DO PROBLEMA
Ao tentarmos aLcançar' o ob jetívo da Administração Fin~nceira,
, ; .
a maximização do va~or da Empresa - vêmo-pos face as três decisões
básicas: P'í.nanc i.ament.o, Lnve stImenüo e política de Dxv í.d endoe ,
Porquanto a~~s autores considerem a Administração do
Capi-tal de Giro, is~o
é,
a Administração das contas circulantes, comoparte das deoisõ~8 4e financiamen~o ~ Investimento, a natureza
re-peti tiva da AQ.mints'"traçãodo Capi ~al de Giro e seu impacto na
li-i.I 1 I .:. I . "
quidez e rentabi~idade das empresas, fazem com que seu estudo seja
'. I 1 . ~> •
feito de form~' sevafa~a das decisões de investimento e financiamen
. ~;'
to a longo :prazo, N~ .A.4ministração do Capital de Giro três
aspec-~ "., ,
tos se deSfao~, a 'idministração de Caixa, de Contas a Receber e
•. ,I I~ • , '
J ;:
de Estoques.
Quando :pe~8amos em Administração de Contas a Receber, três
• { I ';1;
,
são os aspeotos pá~:t0os envolvidos: a otimização do nível de
Con-tas a Re cebe r ; i$to ~, o investimento, ... ótimo em Contas a Receber, a política de oonoes~~o de crédito, que prooura determinar a quem s~
rá conoediqo! t orédito e qual o limite de crédito a ser concedido,• e a Administração de Contas a Receber propriamente dita, nos seus as
pectos de rotina.
O objetivo deste trabalho
é
enfatizar uma das técnicas utilizadas na decisão de' " a quem conceder cr-éd í to ~' : A Análise Discri
..•.
minante.
queles que por representarem uw alto grau de risoo deverão ter
seus pedidos de créqito rejeitado$, qiminuindo oonsideravelmente ,
. ~, " !
,.." , I I
naO so a margem qe er:ro, mas tampe~ o tempo gasto na tomada de
de-•I .' r' .
cisão.
, ,
2. ANÁLISE DO CORPO DISPONíVEL DE CONHECIMENTOS
!
Uma vez que uma g~ande parte do tempo do administrador finan
ceiro é gasto com as pperaçõe$ do día a dia, nada mais lógico do
que o estuqo desseqia a dia, isto
é.
°
estudo da Administração do Cqital de .Giro 'las Empresas. Por Administração do Capital de Giro,
entende-se. a administração. , do Ativo" Circulante - Caixa, Contas a
Receber e Estoques
';;':'e
do Paas í vo Circulante - Fornecedores ~Con-i
I
tas a l?aga:r,e ]'ipapciamentos a Curto Prazo. I
Ent:retanto ~ão só o dispêndio, ,! " de tempo justifica• um estudo '
deste a$sunto, de modo geral, o investimento em Ativos Circulantes
I
. "
representa pa:roela ponderavel do investimento em Ativos de Uma
em-o ' , .,
.
presa e qu&:pto lllep.o:ra empresa maior será a importância da Adminis
, I
tração do Oapital ~e Giro, um investimento a que - por menor que
'"
seja a eWpresa .•.nao se pode fugir.
o
termo !ICapital de Giro" originou-se quando a maioria das,. , .
empresaf3 estavam ligaqas. a agricultura. Os processadores compravam
'
a colheita, processavém-na, vendiam o produto acabado, estando com
I •••• 1
. .
,
" ,pequenos estaques
na
epoca da nova colheita. Nesta epoca, os financiame~tos, Domo :regra geral, eram feitos pelo prazo de um ano, que
\
. ~.
coincidia com o ciclo dos negócios.
À medida que a economia se tornou menOS orientada para a
agricultura, tornou-se um fato a existênqia de níveis razoáveis, du
rante o período? de Ativos Circulantes, surgindo a idéia <la!'
Per-manência dos Ativos Circulantes "(1)~
Sem dúvida alguma, entretanto, o nível dos Ativos
Circulan-tes qu~ uma firma mantém,".
é
função de s-qaatitude em relação aori§.co, isto
é,
o quanto de risco ela está disposta - e pode - correr."
Sem menosprezarIl\.OSo riséo envolvido em se manter baixos e,stoques-I
I
que pode significar um custo oportunidaqe das vendas perdidas - ou
" •• ' .. ' 1 ..! . :
alto~ estoques - que podem significar al~os custos de manutençãode
! •~. '. • ,
estoq~es o~ ainda 48 se adotar um,a política rígida na concessão de
crédito/quando' teríam~s baixos níveis de Oontas a Receber,
t ~ II, • I i
um rif300maior, - ou Illaisamplo - que surge na Administração do Ca existe
pital
46.
Giroe
diz respeitoà
ltquidez da Empresa.! .•r \
Quanto maior for a preocupação da empresa com sua liquidez,
maior ser4 o nível de seu investimento em Ativos Circulantes,
de-\ '~ j .
~
mons"fran~o ~al atit~d8 uma posiçao bastante conservadora em
rela-it.
ção ao risoo, N~~te caso, se por um lado a empresa pretende
garan-tir ~~a~q~i4ez e portanto sua solvência técnica - capacidade de
.'
pagav suas contas
e~
dia - a Empresa estará comprometendo suaren-I ' I'
tabi+id~qe, ~ois e~ta varia de forma inversamente proporcional ao
~..:,:
nível
'lE!'
Oapí tal d:~ Giro que a-empresa mantém. A preocupação com o. - I. " ': I
" ~ ..
proble~~ 4a liq.1fide~'Ê;l rentabilidade é, portanto, um outro aspecto
•~ ". I I
importante, que vem a lastrear o estudo da Administração do
Capi-,I ". I
tal de qiro,
Um outro aspecto da Administração do Capital de Giro que
en-volve o problema de risco 8 liquidez diz respeito ao modo com que
se financia os ~tivos Circulantes, quanqo então, quanto maior for
. . I
"'-I • ' , t'OtA
a aversao ao risco, maior sera a proporçao de financiamento a
lon-go prazo e mesmo o uso de capital próprio, em relação ao financia-, i,
preocu-pação da empresa em manter sua liquidez. Neste caso,novamente,
,
e
interessante notar que tal aversão ao risco tem reflexos na
renta-bilidade
,4
a empresa, pois diferentes tipos de capital oferecem não apenas diferentes níveis de risco, ma~ também, diferentes custos, po~. ,
'.
" ." ,dendo-se qizer <lue quanto 'mais assegurada estiver a liquidez mais
se estará?omPfo~e~endo a rentabiliqade da firma. Convém, entretan
tp, nota:p que UlIl.afirma Dom alto investimento em Ativos
Circulan-tes, não: neceaear-í.amerrte possui Lí.qu í.dez e consequentemente solvên
" I
cia técnicá.
,
Existe, portanto, uma grande influência do tipo de Capitalde
Giro que-;'.
a
', emp:resa mantém, q~ando podem ocorrer situações, por exemRD. e~ que uma ~mpresa com grande investimento em Ativ~s Circulantes'se encontrar face
à
insolvência técnica, dada asua'incapa-" : . \.
cida4e qe receper seus direitos, ou mais comum ainda, dada uma si
!
tuação
4~
me rcado aupez-abae t.ecí.do , que implica na manutenção porparte 4a efI1:presáde grandes quantidades de estoques "encalhados".
Vimos, pOrtanto,. , brevemente, que o modo,com que
é
feita a Administração do Capital de Giro de uma empresa, terá como resultado
"-um impac~o - favor4vel ou não .,...sobre a liquidez e rentabilidade da
Empresa.
pentro 4a Administração de Capital de Giro, as Contas ou
Va-lores a Receber representam um importante investimento, sendo obj~
to de análise cuidadosa na Administração Financeira.
: ' "
Quando pensamos em A~inistração q.e Contas a Receber, três
sao os aspectos básicos envolvidos: A pOlítica de Concessão de Cré
dito, o nível ótimo de Contas a Receber, e a AdIri.inis-pração4e
A política de concessão de crédito de uma empresa exerce uma
grande influência sobre seu volume de vendas, e pelo menos teoric.§:
mente,
é
necessário relaxar os padrões 'de ace'itação de contas, namedida e~ ~ue a reptabilidade da~ vendas geradas exceder os custos
adiciona~~ 'de valores a receper. Ao relaxarmos os padrões de
con-cessão 413 crédito teremos que arcar com uma série de despesas admi
ní.str'a't í.vaa adicionais, pre juízos ad í cí.onaf,s .com devedores
duvido-sos ~ despesaé de cobrança.
A poLf tí.ca ':ótimall de concessão de crédito envolveria uma am
pliação
40
crédito, até o ponto onde a rentabilidade, ' marginal das,
vendas aqicionais que surgem com o 'relax~ento de padrões de crédi
to se LguaLar- 'ao investimento marginal, ou custo marginal, que se
faz :presênte papa gerar tal volume de verid.ae;
A política de crédito envolve decisões a respeito da qualida
de da conta aceita,
40
período de crédito, de desconto parapaga-menta antec í pado e ~e condições especiais 'e vencimentos sazonais.
Em.'o/:!-dacaso, a decisão deve envolver uma análise marginal e
comparação entre Q ganha e o custo de uma alteração da política
tenda em ~ente que a política ótima é aquela em que as receitas
marginai~ 'se'igLlalam aos custos marginais.
Exatamente este tipo de análise é utilizada no estabelecimen
to de uma política de cobrança da empresa, quando se compara os
gastos adicionais com despesas de cobrança e :as despesas com
inco-bráveis e o ponto onde o esforço de cobrança em termos de custo e,
maior do que o benefício advindo da diminuição de contas
incobrá-veis.
não envolve apenas uma variável: ela é fruto 40 ajustamento de
to-das as variáveis envolvidas no proqesso qeois9riq). ,.' e a alteraçãocog
junta dessas variáveis é que levará a uma sol~ção ótima, em termos
de análise marginal.
A avaliação qo procedimento 4e crédito envolve a obtenção de
informações ~o clie~te - o q~e poqe ser oonse~ida através das
De-,
monstraçõesfinanoeiras, trooa de informações e experiência da pró
pria empresa -
e
a análise da informação vroc~ando determ~nar seu;
3.
ESTUDOS RELACIONADOS AO TEMAA seleção q.e sistem~s 4e ooncessão de orédito vem
se:tornan-do um assunto oaqa vez'lllais qiscutido na literatura financeira
re-cente. Abord~r-s~-4, agora, apenas as duas teorias mais conhecidas
, ',I
a esse respeito~ qeixando para a fase q.e'fonografia propri~entedi
, ' I
ta, um maior de ta'Ihamerrto sobre os estudos ,;relacionados ao tema .
• ' I
3.1, A ABOgpAGEM TRADICIONAL
;"
Ao avaliarmos o fisoO de um pedido de crédito, três
" 'I
, ,
varla
ve í.s são cons Idez-adaa relevantes; caráter, ,Icapital e capacidade, c~
nhecí.dca como os ,·trêé
c'
s" .i'
I
Eventualmente' outra duas " ,
varlavels
são utili~aq.as; 'oolaterais, • .' - '. ' ~, e condições. A primeiraf variável, cará- '
ter, mede a '~boa vop.taq.e~'do requerente eIIJ.pagar, as
demais,variá-veis refletelll sua oapaoiqade-' . . de pagar. Estas variáveis são
classi-I
I
ficadas 'la forma qtla~i~ativa. Um pedido de crédito de um, cliente ,
que já ~antevé negócio~ oom a firma é concedido quase que automati
, ": I • • • I
camente,• 'á menosc ' q-qe o pedido, , , . seja significativamente maior do
.
,que o normal
Ou
a experiência de cobrança para com o client~ deixealgo 'a desejar,
Ou
'ainda se as condições de mercado mudaram'signi-I
ficativamentedesde a última transação. Portanto, a atenção é
vol-tada para os pedidos de clientes povos.
A abordagem tradicional sugere o uso de três llledidas na
ava-liaçio de politicasde crédito:
_ o giro, ou porcentagem de vendas a crédtto em relação ao nível de
Contas a Eeceber; e
- idade das contas,
A aborqagelll~raq.ioion~l baseia-se no método de "tentativa e
erros" e na e~periência adql.ltrida'qessas tentativas e erros, para
chegar a.'~ oonjunto 4e regras para tomada de decisão. Note, entre
tanto,
'lU~'
ooorre uma falta qe mediq.as efetivas de controle corre.§.pondendo ~ 1ial conjunto ele regras. l\.forao problema genérico de li
mitaçãQ
4
as an4lises através de índices, os índices utilizados naabo~q~geln tfa4~oioflal são falhos. Uma porcentagem com incobráveis
, .~. ' .
. 'I ..
que
á
'lllat~Pa.:ixa'·'lue.um'dado p~drãPr' ou um giromai,?r do que oes-,
,
'I'
.'
' '
;", "" .;',
,',
".
,
:~
peraqo pa:reqem':indicaruma A,dininistraçãoeficiente~,En"tretanto~ es
\ ~. '!, ~,' v, J~'.: ' . ~ (,' '. ',:,; :', ' .':: . ::, .' " ,"" ',} '-~':
tas meq:ielfi1,S~de~ nao refletir o ','c'USto'cpor-tuní.d.adedas 7,;.rendaspeE,
I '. • • : •• .:. 1\ • , <\ r ,:' '. 'r' ; ir ..•....,
, :. : ': 1 '. • .•••
didasoowo :f1ID9~a ~emedidas mais rígidas de cobrança ,,Por outro la
f.; ;, i .
,S
"
.\
.• '.' . .1'.
do, E\. por'oentag~Jlldeperdas com'. ,. Lncobr-sive.', í.smede-
a
,~relação de per- .das oorre~~es' ouvendas a prazo também cor-r-en tee Portanto"
tra-ta~s~,
,4~.~'
!nqic~ ip.~dequado'n:amedida em:que, a experiência, •I .,. , . com
'perdr=uf, :reflete erros, no 'julgamento a res~eito de vendas a crédito.,
:, :'
-Ó,»: ,!
..
: ~d~a po~ca,eficácia da abordagem'tradicional, modelos mate
mát~'ooa são propostos na literatura para as decisões de concessao~
de crédito, como aã terna tava , ,Um desses modelos é conhecido como
Abordagem da ,Árvor~ de De orajio ou Processo "de Decisão Sequencial que
passaremos a ver agora. O outro, um modelo estatístico, é a
3.2. PROCESSO DE DECISÃO SEQUENCIAL
,
Um tipo de análise bastante utili~a<la no estabelecimento de
Polí ticas de Crédito
é
o Process.o de Deoisão Sequencial, em quea coleta de i~fPrIltaçãoe $elf ex~ese e~contram i:p.terrelacionados.
I
.'. .,."", "
De modo ge:ral.a neoessidade de informaçoes nesta analise e uma
função dire~a do':risco de crédito 4e um pliente(2).É importante
entretanto ter em mente que o custo de $e obter essas informaçõesI : - -", ~
, '
,
deve ser pomparado aos benefícios espera~os dess~ informação.
A 4~oisão ~o $entido <le oonceder o~ não crédito a Um clien
te pode segqlr
3
caminhos: aceitação, rejeição ou obtenção dein-formaçõe~ &4ioionais. Como já foi mencionado anteriormente,
quan-.,' I ,'." .
do nos 4e~~~o~ oom a.necessidade 4e obtenção de informações adi
~ \ •!
cionais, o valor esperaqo <lessas info~ações deverá exceder seu
~ f í i ;
f ~, ;t
custo,
Na análise ~equenoial uma das fontes de dados mais
utiliza-das pela ~Pfe~a
é
sua própria experiência com relação a ~erminado
~l~~~r~:
p~a
Ctassificação em diversas categorias de qualidade- boa,' regula.:r·,:má ou "-nova- de acordo, por exemplo, com o prazo
I ti'
médio'qe pag~ento do cliente, é o primeiro passo da análise. A
obt~~ção 4e inf?~ação por meio de outras fontes tem um custo
maior e se f~'~; necessário avaliar o custo monetário relativo à ob
,'
tenção de informações.
Antes de mais nada, porém,. devemos conhecermos o custo de
Aceitação e de Rejeição de um determinaqo peqiqo,
O CU$to de Aceitação de um pedido nos é qa~o por:
de (Custo variável unitário).
X
t'~ :.
.
.:.' , ', ; ,Custo (Pr-obab í.Lí.dade de Prejuízo).
I,'" "
Acei- (R~tornQ Exigido). (l?eríodoMédio de Cobrança/360)
l j~1 : • \•.. _ • i .'. •
tação (OllstoVariável unitário) X t (Cu.s'f;oMédio de Cobrança)
~ '. . t .' ; . : ~ •
,"
onde X
é
Q n~ero de ~idadesenoomendadas,~ ',i .', .
e o Cus'f;o4e Rejeição ~:
;t "
Custo de
I ~,
Rejeição
=
q, -
Pr-obab í.Lí.dade de frejuízo).(i~cro'~rginai p07 uni4ade) X
O Cusfqqe pejeição
é
simplesmente a probabilidade de ocorrer o pa~ t','·, I ,
gamento multiplicada pelo lucro marginal perdido quando a
encomen-• , • I !:
.'
00!Jlrase neases custos
é
pcasfveL a empresa tomar umadeci-,
.
são; entretanto, a decisão de,passar a um estágio seguinte da
aná-1·' \ .•
l
lise 4ep~~derá 40s penefícios esperados e dos custos das novas
in-I " . '; •
formações, ~ síntese, deseja-se saber se as novas informações au
..
'mentam a nossa possipilidade ,de tomar uma decisão correta., I. I . .
, . ,>
A~sim,o
processo ~equencial é um método pelo qual a empresa. . .;. t'W, , ,
pode fo~r decisoes de credito a um custo mlnimo. Ao inves de
exe-, !"\- l- ',1
cutar todos Q'sestágios do processo, sem considerações de tamanho
do pedido e experiência passada a empresa deve realizar tal
inves-tigação em estágioS, sucessivos, passando
q.e
um a outro, somentequando os benefícios líquiqos esperados das informações adicionais
4.
FORMULAÇÃO DO PROBLElVIADE PESQUISA4.1. UMA PRIMEIRA ABORDAGEM À TÉCNICA
Quando um co~junto de variáveis estão envolvidas num
fenôme-no em estudo, diversas questões Lmpor-tarrt.aapod em surgir, seja em
termos de compr~são e explicação desse fenômeno, seja em termos de
i
previsao. Estanq.o as uniq.ades que cOmpõe~ a ~opulação em estudo
agrupadas, O nosso interesse é saber que características det~rmi
-nam tais agf'u:pamen~os, além disto, podemos estabelecer uma relação
"
.
..
entre essa~ oaracterísticas que permita, q.ado um elemento qualquer
da população. classificá-lO como pertencente a um dos grupos em
questão,'q.isponq.o, assim, de um novp instrumento de análise e
pre-visão.
A técnica'qu~ se preocupa com este tipo específico de
ques-tão é con4eciq.a cOmO Análise,
.
Discriminante.' .:..
O objetivo prÍlI1eirodesta técnica é discriminar
estatistica-I
mente, dois
04
m~is grupos, através de variáveis adequadamentees-l' 1...
colhidas e cOllj.binaqàs.Estas variáveis são denominadas " .
varlavelS
discrimin&ntes. A escolha das mesmas é feita pelo pesquisador, ten
do
em
vista que elas devem medir características nas quais se esp~ra que os grupos ,analisados difiram. O objetivo matemático da
Aná-lise Discriminante é combinar as variáveis escolhidas,
atribuindo--lhes pesos, em uma ou mais fUnções, de tal forma a que os grupos
são forçados a difere~ciarem-se estatisticamente, o máximo POSS1-
,
vel; as funções discriminantes podem ou não serem lineares; neste
As funções discriminantes, uma vez dete~inadas para a situa
,
ção em estudo, nos permite atingir dois opjetivos de pesquisa: ana
lise e classificação.
~
A análise, eI4 essência, produz vma·melhor co~preensao sobre , .
o fenômeno em estu~o' através da identificação das variáveis que
I • I' .
mais contripuew na distinção entre os grupos: passa-se a conhecer
melhor as causas q.1fe regem o fenômeno. A classificação tem um fim
mais imediato que
é
o de permitir q'1-eos eiementos objetos do estudo possam fiel' distinguidos quanto ao possível grupo a
queperten-:
cem.
Estu4ar-se-~ ~m ~etalhes, apenas o caso de discriminação en
•• I
tre dois grupos! qeqicando todo um capítulo da monografia ao trata o
. I ,
4.2. ANÁLISE DISCRIMINANTE COMO INSTRUMENTO DA
POLlTICA DE CONCESSÃO DE CRÉDITO
Ao trazermos a técn:j.capara o problema de concessão de crédi
to estamos querendo separar nossos clientes em dois grupos
tlistin-tos: aquelas a q-uem elevemos, a aq-ueles 'a quem não devemos conceder
"
crédito. ~ otl-traspalavras queremos d:j.scriminar as contas boas,
"', ;
das contas mEÍ.s.
NbSS~ intenção, portanto, é criar uma "fronteira"(função di~
criminante +i~e~r). , que torne automática a decisão entre aceitar ou
rejeitar um pedí.do 'le crédito.
_,'I i. I v •
Graficamente teríamos:
x
y
•
tII
"
FDL
•
Contas boast Contas más
FDL FUNÇÃO ~ISCRIMINANTE LINEAR
-No gráfico podemos ver que a "fronteira" (FDL)
é
função de duas variáveis: X e y~ as variáveis discri~inantes, q~~ se pretendem
se-jam bons indicaq.ores do comportamento de pagamento de nossos clien
;
tes(3).
A es~asvariáveis passaremos a chamar simplesmente " padrões
de cr-éd i to
'~1
que' podem ser, por exemplo,, , índices de liquidez,vo-lume de venq.as, fatrimônio, Líquiq.o, índioes de endividamente, etc.
Como teremos ocasião de 'detalhar no processo matemático, a
I
utilização da Análise Discriminante cria uma área de superposiçao
das funções, área em que as oontas não podem ser classificadas
co-, 1 ;.'
mo boas ou más! Para trabalharmos com a '(área de' incerteza", lança
.'
remos
m~o
da
Análi~e Bayesiana, a fim de diminuir ao máximo are-gião crítioa para fins de tomada de decisão.
,I
(3) A função discriminante, não é necessáriamente f'unçao de apenas
duas variáveis, podendo ser utilizadas, ' quantas variáveis achar
mos conveniente,
A utilização de duas variáveis, é apenas uma forma simplifica~
da da função discriminante, que adotamos para facilitar a
ro
'ri
o
,§
(função densidaqe de probabilidade)~
o
CJ
o
(j)
rO
Ql
rO
ro
rO
,ri
ri
·ri ~
.g
H
fl:i
A
.Valor da Função Disoriminante
",
,~'
A Valor médio para contas másr B - Valor médio para contas boas
'.
. 1
Temos assim a oomposiçao de duas técnicas: a Análise Discriminante
e a Análise Bayesiania para chegarmos
à
decisão: conceder ou não crédito a um determinado cliente(4).
(4) Ver: James Van Horrie; "FinanciaI Managemente and Policy" 5 th
5.
APLICAÇÃO DA TÉCNICA5.1. METODOLOGIA E VIÉSES DA TÉCNICA
Em primeiro lugar o 1lf:30 de AnCÍ,lisepiscrj.minante imp1ica; I
. t' t í
I
das carac.erls lcas a
ne-cessariamente que o objetivo do estudo e
,
ana
lise sejam consistentes. Além'disso,· a composiçao da amost~a
deve-I
ria ser conceit1.lalmente idêntica às populações a que se dir.ige a
pesquisa. Assim, ao usarmos o modelo "ADL", a fim de discriminar
O tamanho da amostrar : •. também deve ser escolhido levando em as contas poas das más, a amostr~ deve ser extraída das duas
popu-lações: cbntas boas ~ con~as más.
conta q1.leduas populações estão sendo amostradas. A consideração'
~
•
..
chave no Processo de amostragem
é
a necessidade de se obter um nú-I••
••
·
•
mero suficientemente grande de observações do grupo
(população)me-nor.
•
•
,
I
A proporção da amostra, entretanto deve ser determinada pelo
custo,faci1idade de se obter informações, fidedignidade dessas in
I
formações,
etc.
(1;1 ,(;lU 1:2, ou 2:1).Entretanto, quando estamos tentando prever, e não SÓ
classi-I
ficar, nos depararemos com: a validade "cruzada" da amostrci("cross
validation samp1e") com a validade inter-temporal da amostra("
in-ter-temporal validation sample") e com a amostra de análise (analx
sis sample). Faz-se necessário, então, o uso de "validades de amos
I
tras" separadas. Este assunto será devidamente esclarecido! quando
Finalmente outros aspectos co~o a distripuição das variáveis,
dispersão dentro do grupo (matriz de variança e oovariança) , a
de-terminação da importância relativa de o~da variáye~
individualmen-, ",' .
te e o conhecimento e seleção das "probabilidades'a, , ' priori" mais
adequadas(estimativa) são fundamentais 4en~ro deste tipo de
análi-se.
Posto, mesl1loque muito superfioialmente, as "limitações" da
I '
técnica não
é
possivel no momehto ser categórico quanto à existên.,..cia de um oasO :prático, uw.a vez que este dependerá de o quanto os
. . I . . .
dados dispo~íveis se ajustarem às necessidades da técnica, ou o
.
.
1 ,
quanto de acesso
à
informações será possível para detectar tais pro, ,
"
'blemas. Não há 4~v~das entretanto que na impossibilidade de se pre
parar um o~so, será utilizado um exemplo real sem levar em conside
ração a,~u~~ida4e qa técnica, mas sim tentando demonstrar a forma
, ,
de utilização qa técnica.
É interes$ante frisar que por maior que seja a amostra, o
viés não
é
el~ipa4o, sendo então preferível se trabalhar com umnúmero pequeno qe qontas que pelo menos se aproximem das condições
, ~ I • 1
•.
:ideais,' a se .trapall:larcom uma amos tra gigantes ca que fatalmente '
. , . ~
nos dara r-eauLtaqos ví.eaadoe , o que poderia até mesmo nos levar a
;
concluir a '!inutilidade" da técnica.
Várias hipóteses serão levantadas na tentativa de aplicação
da técnica, e os resultados obtidos cruzados com os
resultadosre-ais, feitos os devidos esc+arecimentos sobre as limitações da
téo-nica, é que, em última análise nOs ievará a aceitar o uso de Análi
se Discriminante como instrumento de política de Conoessão de
6. BIBILIOGRAFIA
- ALTMAN, E.I, - !!Financial Ratios," ,. ,;
Pr-edi.ctí.on of Oor-por-ate Bankruptcy"
- Journal of fihance, sept, 1968.
I
Discriminant Analysis.and. I the
!
- ANDERSON,
T,
W, - "An Lrrtr-oduc tí.on to MuI tivariate Stati$ticalAnalysis" - Wiley - 1958.
BIE~, H,JR. 13·
HASS, J,:)!l, •.."An Introduction to Managerial Finance"
- New York: W.W. Norton and Co. Inc. j
- EDMIS'r]jR, R.O~ - ~!An Empircal Test of FinanciaI Ratio Ana.Lye í.s
for Small Business Failure Prediction"
- Journal ·of Finance and Quantitativ~ Analysis
- lVIarch·1972.
"Pitfalls in the Application of Discriminant
Analysis in Business, Finance and Economics .
..
..
~ Journal of Finance - June 1977.
- F:-t:SHEft,ft.A. - "Contributions to Mathematical Statistics"
- Wiley - 1950.
- LONG, M. S. - "Credi t Screening System Se Le ct ion "
- Journal of Fip.ance and Quantitative Analysis
METHA, D.R. - Administração do Capital de Giro ~ 1978.
_ RAO, C.R. - Linear Statistical Inference and its App1ication
- Wiley i976.
TOLLEFSON, J.O. e
JOY, O. M. _ "On the FinanciaI Applications of Dlscrimi
nant Ana.Lysí.s'
- Jo~rnal of Finance and Quantitative Ana
lysis - December 1975.
_ TORRES, N.A. - An~lis~ Discriminante - Conceitos e Função
Dis-criminante Linear para dois Grupos FGV - Q-,845 .
. , , .
.:...SMITH,K.V, - "Management of Working Capital"
I, :
_ S,Francisco L.A.: West Publishing Co. - 1978.
I'
- WESTON, J.f, e
BRIGHAM1 E.F, - IIManagerialFinance" - 6th edition - 1977.
- VAN HOl1NE, J. C. - "F~nancial Manag'ement and Policy"