CPDOC
T XTOS CPD C
o
ESTILO POLÍTICO DA BICA
D'ÁGUA:
OChaismo na Guanabara
1969-1974
Adina de Albuquerque Tide
Teto Cdc
n° 37
(2000)
. Centro de Pesquisa e Documenta 10 de Ha Cra do l Fundaçã Geio s
Praia de BOlafogo
\90 -
\4° andar - Rio de Janeiro -Ce�
22253-900 -
Telefone (55-21) 559-5677 Fx ( 5-2\) 559-5679E-mai\ gv_br
981.53 T83e
, • I
I
o
ESTILO POLÍTICO DA BICA
D'ÁGUA: o Chaismo na Guanabara
1969-1974
Aina
e
Albuqueque Tde
Teto Cdc
n° 37
(2000)
Conselho Eitorial os Txtos CPDC
Maia Celina D Araujo; Helena Maria B.Bomeny e Carlos Euao Samento
! l. I ' •
NDICE
Apresenação
Introdução
Capítulol: Movimento Democrático Brasileiro - a criação do partido
1.1. A er
ação patidria do
DB1.2.
Período de
196a
1970:do surimento
àcrie
1.3. 1970:
cise no plano nacional e ascenão na Gunabra
2. eo
de ruão do DB
da Guanabara: início a
censão do
chaguismo
2.1.
A
inluência do campo político e do chaguismo na espciicidade do
DB a GuanabaraCapítulo
2:
Cbaguismo e a sua prática olítica clientelísta
2.1. O capital político de Chagas Freitas
2.2.
O Dia:
inmento eleitoral do chaguismo
Capítulo
3:
Políticos cbaguistas:
oTeixeira, Marcelo Medeiros e
Sanda Salim
3.1. Colunas de Miro Teixeira
Campanha eleitorl de
1970Período entre s eleições
•
Campanha eleitoral de
1970Período entre s
eleiões
Campanha eleitorl de
19743.3 Colunas de Sandra Salim
Período prHleitoral
Campanha eleitoral de
1974Conclusão
•
APRESENTAÇÃO
o
estilo político
abia da: o
cauimo a ara
(1969-74), de
Aia
de Albuquerque Trindade, foi
orimente
a
monoia de
mde
curso, apresentada
m
1999como
rquisito para obtenção do rau de
bacharel
m
História pela Universidade
Fderal do Rio de Jneiro ), sob a
orientaão de ia de Moraes Ferreira.
O interesse de
Aa
pela
história políia do Rio de Janeiro
comçou em
1996,qundo, raças a
a
bola do pmIC-CNPq, omçou a
trabalhar, sob minha orião, no
projeto
Eites olítics o Rio e neiro
1930-75). Obsevadora privileiada, pude
acompanhar de perto o pro
sode
elboração desse trabalho, e posso, agora,
atr o feliz rultado do invimento
feito pelo CPDOC
afomação de jovens
pequiadores da
ra
de istóia e
Ciências Sociais.
Mry S. Mota
Núcleo e s e Pesuis o Rio e
Jneiro/CPOC
Introduão
o
objetivo deste rabalho
é
estudar
o chaguismo,
m
poderoo fenômeno
político que dominou o io olíico
crica
adcada de
1970. Patnto,
iremos acompanhar s rajetóis políias
de iro Teixeira, Marcelo Mdiros e
Sndra Sim,
1
políios que, lançados por
Chagas
Freitas,
conolidaram
s
crreiras praindo o eilo políio
chamado de chaguista, e nd-se do
jol
O Dia
omo pincipal mento
de comunicação com o eleitorado.
O
comportamento políio de
o,
Sndra
e Marcelo erá analiado com vistas a
deinir
m
padrão de idiação com a
população da
baEcolbemos o
periodo de
1969a
1974em vitude de
abranger quro momentos que dem
a força política
acorrente ca: a
conquist, em
1969,do conrole dos
diretórios zonais
a bapor
Chags Freitas, qundo elegu o diretório
I elo s a a a eleio,
m
1970 foi lo o ol s
o a B�m
112.283 vs, rele,m
1974,om
a
vos
sa Nsaeleião o e e foi
a
o T, eleitom
1970,om
s 2LOO vots,m
1974 foi eelito oo o o
l
S o,om
265.54 s. a m eleia ela meia vz al m
1970reional; a eleição indireta de Chagas
Fs em
3de ouubro de
1970,s
fo
n
do-o no únio govdor do
DB no país; e os eprssivos ultados
eleitorís de
1970e de
1974.s,
demos te pendo como a
e
de
co
u
ão e conoidação do csmo
enquanto força políia.
Aompnhando o o olíico
veiculado aravs do jol
O Dia,
bmos entendr as fos elas
quís ess políicos chaguistas
oms
seleitorais, e omo s colunas
do jol osibm a criação de laços
políios de idião om o eleitorado
que, nos momntos de eleião, e
reprodm em votos. Intersou-me a
álie
arajetóia dss
polios por
considerr que uram no io
olio caia omo
m
uo que
cenava
u o
nos ts
ociaís de itese
lcal, impulionndo
a
práia políia voltada pra s
nsidads lís.
No primeiro capítulo, "Movimento
Demio Brasileiro - a criação do
pido",
tentaremos
mosar
a
esicidade do DB carioc, ou eja,
como a pir do conrole de Chagas
•
Freitas o partido deiu e construiu uma
paricularidade que o distinguia da
estuturação e atuação do DB nacional.
Enquanto na bra o DB e
tora
o
patido
majoritário
na
ssembléia Leislativa, nacionalmente os
emdebistas
percomam
o
ho
inverso, ao sorerem
a
cie eleitoral
em
1970.Para tanto, aremos
m
histórico da trajetória do patido, desde a
a
undação em
196,até a cnse
nacional e a
oda corrente
chaguista na são carioa do patido
ocorrida em
1970.Pro
ndo defr as
eicidades do DB da bara,
rabalharemos tamém a idéia de que
ssD como o espaço político caioca
atuou na paticulão do patido, o
urimento
do
chaguismo
também
conibuiu pra tor o DB/GB
m
paido forte eleitoralmente. Ainda neste
capítulo, defiremos o DB como
m
paido de quadros e de formação eleitoral
confome tipoloia de Mauice Duverger,
e como o DB da Guanabara e
enquadra na conceituação de
áuia
polítia
formulada por Robet Meton.
No segundo apítulo, ''Chaguismo
e a ua prátia políia clíentelista",
DBB.
3
tratremos da influência de Chagas Freitas
pra a consução do sistema polítia que
e convencionou chamr de "csmo".
Nosso foco erá o de defr a prátia
política clíentelísta exercida pelos políticos
chaguistas,
entendendo-a
como
m
desdobramento do estilo político do
próprio Chagas Freitas. Trabalharemos a
força eleitoral de Chagas Freitas e a
uão do jol
O Dia
como
insumento de conquista de votos e como
be
de
sutão do
fenômeno
chaguita. Uremos o conceito de
pial político
de Bourdieu
para
classiar a bagagem eleitoral de Chagas e
do jol
O Dia.
No terceiro e úlimo apítulo,
'Políicos chaguistas: Miro Teixeir,
Marelo Mdeiros e Sndra Salim",
trabalharemos com as colunas por els
escritas no jol
O Dia.
Prioramos
ss
colunas por itar erem elas o
•
Capítulo 1- Movimento Democrático
Brasileiro- a criaio do parido
Em 27 de outubro de 1965, o
o
Supremo
aRevoluão
dcretou o Ato Insitucional nO 2 que, entre outras mdidas, estabelceu a einção dos patidos políticos. A isso, seguiu-se a montagem de um novo
sistema políico, iniciado pelo Ato Complementr nO 4, editado em novembro dsse mesmo ano, que, ao ciar o bipatidarismo, marcava o m do sistema pluripartidário vigente no país desde 1945.
Com a einção dos partidos políticos, o govno militar visava a impedir que as forças políicas e a estuturação patidária dos antigos partidos, pinciplmente PTB e PSD, pressionassem o novo govno. A dcisão por um sistema bipaidário, no qual um prtido seria do govno e o outro arupaia os elementos de oposição, pode
r entendida como
a
estratéia dosmilitares no senido de leir o
reime, cractndo a naturea
autoritária do movimento que depôs um
presidente leitimamente eleito pelo voto
direto. Desse modo, a eistência de um
5
ptido de oposição, ciado por iniciativa do próprio goveno fderal, somada à preservação das eleições diretas pra as assembléis lislaivas e para a
a
dos Deputados, constituírm o novo quadro no qul as forças polítis tiveram que se reorgr, garantindo a "fachada democràtia" criada elo reime militar.O
primeiro paso para a formação de novos paridos foi a Lei Orgânia dos Ptidos Políticos de 1965. Como essa lei não havia sido homologad, os paridos puderam se apresentar em terem cumprido todas as eigências legais. Emrão m da aluão do Ato
Complemer nO 4 à formação de orgões provisórias pra concorer
s
eleições de leisltivas de 1966, mesmo sem terem coneguido crir diretórios reionaís em pelo menos metade dos estados, no dia 24 de março de 1966 a Alinça Renovadora Nacional (Arena) e o DB form legalmente rconhcidos pelo Tribunl Superior Eleitoral como organiações patidáris.A pincipal iculdade enrentada
pelo DB eia o ato de ele r um
pido criado foa do goveno e
dedo a ncer fora dele. A
•
•
•
oposição dentro de m reune político autoitário, que diicilmente coia
chegar ao poder, não a nada convidaiva. Ainda lS diante s constantes casações dos mndatos de
políticos opositores ao reime.
O
primeiro Ato Institucional, editado em 9 de abril de194 pelo govno ir, usendu os direitos políticos de 50 deputados fderais
e nove uplentes, deixando o Conso
Nacional com poucos membros realmente
atuntes na oposição. Notamos assim o
quão ici1 foi a montagem do núclo
orgacional do parido.
Ua
outra iculdade, tmbém compda pela Arena, foi a7
Tabela 1.1: Fiaão
àArena e ao
DB
dos membros dos anigos paidos na Câmara
Fderal, em 166.
Paids lls Ns Paids
na DB Tl
Coe'aos
DN
(
Uo tia Nil) 6 9 5SD
(io
l
tio)
8 43 121SP
(
o l
18 2 20P
R
(
io
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4 --L
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)
3 - 3P
(
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)
5 5Tnbss I efoss
B
Pio T saio
) 38 8 116C
io aa
o)
13 6 19N
io
ia Nil ) 8 4 12S
T
io l
Ts)
2 - 2R
(Monto eRoo Tsa)
- 3 3S� (Pio
ia lo) - 2 2NoFs - - 3
l
257 149 91.1 A
struturação partidária do DB
Pra ir a esruão inicil do DB uremos a tipoloia proposta
por ie Duverger no liro
Os
s policos,
segundo a qual ospartidos políticos ão divididos em dois
ipos: os que têm a origem no mpo
eleitoral e prlmentr e os de origem
t. 2 Diate desses dois modelos de
parido, o DB se aproia do
primeiro, em tude de ter sido
orgdo por parlamentares com
mandato. No ennto, o DB
ata
se como m pido que, embora de
origem int, não reultou da vontade
própria e espontânea de seus membros e ,
Sm por detação arbirria e
autoitáia do goveno fderl. lm do mais, foi formado por m cojunto de
parlamentares que estava longe de r m
rupo de origem, idenidades e idéias
comuns, em o da diversidade
2 no Maurie verer, 5e omo rtio olio e orim a ele ue e rou a r e "ua inituião
ee, uJa a avie e ia foa
s
eleis e o mento" omo or lo
is e orçs reliis. r,
aunce. Os idos poticos. Rio e Janeiro
har ditors, 1970. '
idolóica e partidária que os teava. Como não foi uto de m
movimento democáio, e m produto de a imposição do govno fderl, o
DB uriu com o ctr de rente
parlmentar, formada por olíicos de
origem e idolois diferentes, que se
, por m lado, pelo ato de não
conordarem com a ão do pis, e,
por ouro, em unção de r o DB,
naquele momento, o únio I
disponível de opoição.
Desa foa, emora
considerando o DB m pido de
origem eleitoral e parlmntar, o
poderemos a ele aplir a ão de
Duverger de que ua ciaão eleitoral e
parlmentr dos pidos coresponde a
a a fae da evoluão demica, a do elcimeto prossivo do
io uníverI"
3
Pasávmos, sim,por a situação mente oos, já
que havia o elcimeto proressivo
de m sistema políico-eleitoral fchado e
repressivo, no qual, mesmo om s
eleiçes pra os leisivos eis e
nacional prvadas, a picipaão
•
"
•
•
,
cereada e controlada pelo govno,
através da cenura á imprena e da
repressão aos criticos e opositores do
goveno. Seguindo a deição de
Duverger, podemos classicá-lo, pois,
como a partido de quadros e não de
massas.
o
partido u formalmente em24
de ro de1966,
tendo sido longo e diicil o seu proceso de uão. Quando falo m diculdades de esuão, quero dzer com iso que oOB
erentou inúmeros obstáulos atéconseguir se zer presente m m
número considerável de municipios do
país. Segundo dados de ia D'A!va
o, até
1974
a orgão doOB
atinia omente 1.10 municipios, cera
de
28%
do total, ó condo mplira utura oracional após o ucesso eleitoral de
1974,
quando chegou a consituir diretóios emaproximadamente
8"0
dos municipios brasileiros. •O processo de estuturação
paidia do
OB
foi diici1, o paidoenrentava resistências de natureas
3 verger, ie. Op. Cit, p. 33.
4 zo, a O'a Gl. OoiçJo e
autoitimo; gênee e trajetóia o DB 1966/1979. ão alo, Véie, 1988, p. 41.
9
distints: de m lado, rupos ligados ao goveno fderal o vim como a maça á "egurança nacional", por outro lado, a
equerda o criicava por considerá-lo m
produto do reime militar. lm disso, as
res para fomação dos partidos
políicos eram muito riidas. A Lei
Ornia dos Partidos Políicos de
1965
diia que, pra ser legalmenterconhcido, m partido deveria crir diretórios reionaís m no inimo metade dos estados do país, e que m diretório reional somente poderia ser undado se o
partido tivese criado orações locaís
m pelo mnos
1/4
dos municipios do estado.1.2 Do sumento
à ce:166 a 1970
Leglmente rconhcidos m
1966,
Arena eOB m
dois nos pra se esruturarem, przo que foiestendido devido á repressão política
ocorrida no l de
1968.
Com a dição do Ato itucional nO5,
form sados45%
dos parlamentares doOB
no Conresso Nacional, e dcretado orceso do Conrso e de vis
asembléias estaduaís. Os únios estados
•
•
•
proporionalmente maior que a ra foi
.
•
,
11
Tabela 1.2: Composião ds Assembléias gislativas eleitas em 166.
Deoao
aiáaVias a Feno a DB
e 9 6
24 11
s 20 lO
a 48 12
á 49 16
io
o 0 \3s 25 14
GDab .. 15 0
o 31 9
o so 23 7
s s 63 19
Pá 33 8
Pa 25 15
Pá 37 8
Pmo 51 14
Pí 4 8
io e Jo 8 4
io e o Ne 37 3
io Gle do l 27 8
a a 4 1\
o Plo 62 53
e
26 6Fne: Til Sir lil - os tis ( " olme): elis fs e is .as 0 Bl m 165 e 166. mno e a Ni, 1971.
De 1966 a 1970, o OB atuou
fonalmete no cenáio político nacional,
erentando s ints protagos pelos diveros upos que ompunham o
partido. O caráter de rente prlamentr,
que acabou por der
sa
pimeirae
do OB, se jia pela
itna
dedivs ideoloias. Conviviam na legenda oposicionista co
v
adores,is,
sociais-dems, reformistas,
esquerdistas, m
a
rente que somente se unia no objeivo comum delutar elo restabelcimento da
democracia. Fo
m
-e assim doisrndes upos dentro do partido: os
mderados e os radicais.' Sgundo ia
D'A1va o , s sementos se
complementavam, poiS enquanto os
S s os
llm
m
Jolíio s lo, o o ooto om o no f, oiam a ioa o
io; já s i,
m
os
i, fm e
nm
m
ael iioa
s
So, iiofoe O
e
r e s olíis ms. Vr o, a D' . Op.•
•
•
.
moderados nm a imagem do
DB
cono oposição coniável, o outro upo
dava crdibilidade ao
DB
cono partidode oposição. 6
s
eleições de 1966 siicrmm fracasso eleitorl pra o
DB
nacional. (ver tabela 1.3) lm so, o
partido não conseguia se expressar no
Conrsso Nacional, a vez que os
entendimentos na bancada oposicionistas
não converim rumo a a posição
comum, em raão dos muitos embates
e os próprios emdbistas.
s
diiculdades eram ns que o senador
Or
Passos, presidente nacional doDB,
sugeriu, emjunbo de 1966, a auto disolução do patido, por considerr queo mesmo não a condições de concorer s eleições leislaivs daquele ano. Esa proposta foi aventada em
diveras ouras asies, sempre que os
políticos e viam cerceados s suas tentativas de orgão partidri, como
ocoru durante o peíodo em que o
Conresso estve fchado, de dmbro
de 1968 a outubro de 1969, ou mesmo
após a derota s eleições de 1970.
l novcentos e setenta foi o mrco da rnde derota nacional do
• zo.
a O' a.
p. t p. 58.DB.
Com a intensiação do autoritaismo e do cermento político,subsequente à dição do I-S, o compomento do
DB,
que té 168a tendendo à radição, inclinou
e à moderação, em rão da diminuição
do espaço políico disponível para ão
partidáia, e também cono relexo dos
expurgos que reirm da ida políia
brasileira os mais preminentes líders da
oposição. Esa moderção velO a
cor a vião de m paido oposicionista de achada. A o
conrontação do partido com o govno,
justamente no período s autoritário,
fez com que muitos e sem da
legenda por não a verem mais como o
veiculo possível de critias o goveno.
Dse
modo onordamos om o: "a s cuas da derrota ragoroa doDB s
eleições leislaivs de 1970 foi sua inapacidade de expresr osmentos oposicios daqueles que
não apoiavm a ra".'
• • . • . 13
Tabela 1.3: Reprsentaão partidária da Câmara dos Deputados eleita em 166.
Uias a Feaão na
e 4
s
6s 5
a 25
á 16
o
o 6s 8
Gaan 6
o \3
o so 6
s s 37
á 8
a 8
á 20
Pmo 19
í 7
ioeJo 10
io e o Ne 7
o G ... e o l 14
a a 11
o lo 32
e
6Triio
o á 1Triio
e a 1Trióio
e a 1Tl
27Como parido oposicionis, o
DB não dispunha de rcursos para a
prátia clientelista de conquista de votos.
Sa únia altativa eleitoral era a
coução de a nagem de crdibilidade que o diferenciase da
Arena, de modo a air os votos daquels
que se opunham ao govno. No entanto,
ao sr a postura políia moderada, após o I-S, o DB fz
DB 3 3 2 6 5 2 5 IS 3 2 11 2 5 5 5 1 11 -IS 3 27 1 -132
justamente o coio, maculndo a ráil imagem de partido oposicionista.
Pa entendemos o raaso eleitoral do DB nacional s eleições de
1970 devemos onsiderar ouros ators· O conrole que o govno fdl posuía
sobre o proceso eleitoral era algo
• s s is a o o a a e
•
'.
•
.
incontestável, pOiS alcançava desde as
reras da disputa eleitoral té a
manipulação da máquina burocrática
como meio de rreimentar apoio eleitoral
pra os ndidatos do partido oicial. Isso
m mencionar o poder de intimidação do
govno, estado através das ações
policiais: dias antes do pleito de novembro
de 1970, foi rada a "Operação
Gaiola", que prendu apromente
5.00
suspeitos de planjrem atentados a bomba e sqüestros. Outro fator relevanteform os altos indices de abstenções e de
votos nulos, em resposta à campanha da esquerda pelo voto em branco como
protesto ao sistema manipulado pelo
govno: registraram-e
22%
de votos em brnco pra o Senado e21%
para a Ca. (ver tabela 1.4)Fe, ea e 4"0 ona 21% o OR
..
•
IS
Tabela 1.4: Comparação percentual entre s eleiçs de 196 e 1970.
166 1970 f .... a .iaa ue s s es
eDa 50,51 48,4 -207
DB 28,43 21,29 -7 14
Vos m Bno 14,24 20,91 +6,67
Vos Ns 6,81 9,35 +2 4
Vs Vis 93,19 0,65 -2,4
Fne: JEE -s ais (" volme): elis s e ds ds DO Bl m 1970. mnto e a Nio, 1973.
1.3 1970: crise no plano nacional e
ascensão na Guanabara
Nacionlmente o OB raa
a enone crise, a ponto de alguns
membros luentes se manifesrem, após
a derota s eleições de 1970, m favor
da dissolução do pido. Argumentavam
que, diante do abuso de poder do
Excuivo, não ia snido a
picipação do prtido no jogo político,
pois ssm im leiimando a aitude
do govno fderal. No entanto, mais a
vez, sa tese não lorou êito, pOIS
er de o sistea políico r
controlado e manipulado pelo govno,
ele ainda se onsituía no único espaço
legal pra ao e sobrevivênia da
oposição.
ante da derota de 1970,
moderados e radicais9 psm a e
chocar m matéria de esratia e tática.
Os dois upos sempre divm m a ação oposicio, tendo havido, desde a
riação do OB, a espcie de
rvmento na orientação seguida pelo pido. Os moderados pregavam uma linha de cutela, bndo sempre evitar
conrontos diretos com o goveno fderal, enquanto os radicais defendiam a
• os e is a
a ia s
si,
e a sste
úaao s ois es o
e
ir.
se o e oiios e a•
•
•
postura aressiva de proteto contra as
ilegalidades e arbitraridads do goveno
militar.
Como mos anteriomente,
até
1968o partido na bara atuava
mais incisivamente conra o goveno,
sendo as principais lideranças do partido
ligadas a esta ala mais radical. No entnto
o
I-5 afastou esses oposicionistas
radicais,
abindo
espaço
pra
os
moderados asumirem o controle do
patido. Porém com o reultado das
eleições de
1970,os radicais pasaram a
fzer pressão sobre a cúpula do partido
para que adotsse
apostura mais
aressiva. Tentaram
sra lidernça
do patido,
sperderam, em
bl
de
1972,
a eleição pra o diretório nacional.
Nese momento em que o partido
erentava iculdads no nível nacionl,
na Guanabara a situação eleitoral do
patido
oposicionísta
manteve-se
majoritária. Desde a instauração do
bipaidarismo, o
DBeleia a mioria
tanto da Assembléia Leislaiva quanto da
bnada carioa na a Fderal.
Onde diferencial da eleição de
1970foi
ter consinado a conolidação do
DBcaioa como um partido fote e unído.
167, o atênis, em 1971, o
n-Enqunto
o
DBeraqucia-se
nacionalmente, a sção caria do partido
e fotalcia ao estruturar-se sob a
orientação de Cas Freitas.
2- Procsso de rsuuração do
DR!
GR:
início da ascensão do chauismo
Em
JOde
1969,o então
presidente da República, general Costa e
Silva, ditou o Ato Complementar nO 54
onvocando os paidos políicos a
orgrem
sconvenções partidárias.
Inici
m-se então s articulaçõs pra
restuuração dos patidos. Emdebistas
pm em busa de iaçes pra
formação de s locais que pudesem
eleger sus dirtórios reionais. Este ato
fxava ainda as datas das convenções
municipais, rionais e nacionais dos
partidos, bem omo lterava as reras de
iação patidáia.
Oreistro paridário,
que antes era feito em ichas individuais,
pasou a
rfeito em livros própios com
folhas numeradas e rubriadas pelo juiz
eleitora\, tomndo
ssmo procso
sonrolado pelos diretórios
os.
Esa foi a primeira indicação
nunciando o retomo das atividades
•
parlmentares, que veio a se concretizar
em outubro dese mesmo no com a
reabertura do Conresso. Na bra
quem tomou a rente dese proceso foi o
político e joista Chags Freitas. 'o Deputado fderal em seu quato mandato,
dono de um importante capital políico na
cidade do Rio de Jneiro, consuído e
reforçado pela a atuação joistica nos
jois
A
Notcia
eO Dia,
assim comopela a trjetória como polítio
pssepista e pessedista.
Segundo relato do ex-deputado
etadual Erasmo Martins Pdro, Chagas
Freits teria perguntado a ele e a Reinaldo
Sntana e
eles querim rticir
areestuo a DB, ra toá-lo o
nosso rtia "
. JJ Temos aí a pimeira10 ônio e a
s Fritas, io a ie o Rio e Jo em 4 e o e 1914, joa, iiu a ra olíia O P . 1950 o oneo e eleer a n Feral. Nse smo o omprou o jol A Noiia em ie om r e r, e
no o euinte nu O Dia. Em 1954 e1eu e o , eelKe em 1958, 162 lo D, e m 166, a la o DB. Foi elito nee gor a B em 190, e em 1978, o o o io e Jno. u e a olíia m 1982,
s
a ea e o Tx, u o olíio, s eleis a oxo ia Vr rmento, rls
o. (org.) hags Fes: eil oíio.
Rio e Jo, ioa Funão io V,
199. 11
rmo Mis Peo, oo. Por
ry
Saa Mota, J, ioa Fo io V,
17
indicação da iniciativa de Chagas de
orqur a estuturação do patido da oposição na bra. Ainda confome
anlise de Erasmo Ms Pdro, que
veio a r ie de Chags Freitas em u
primeiro goveno na bra
(1971-75), Chagas
"era o único que teria
codiçes e rever o io, orque
ninguém mais tina recuros
umeios e
comuniação.
.2 Ersmo aa sereferindo à iência de Chags Freitas no exercício da política local e ao supote
mental que o deputado a em s
mãos, o controle dos jois
O Dia
eA
Notcia.
Erasmo nos conta aínda que na
bra a ruão do pido foi
a zona a zon, ndo detão da lei eleitoral que iia que s iações
fosem ssinadas em liros das zonas
eleitoraís: o políio que ivse JS
pretiio na zona eleitoral se responsbia pelo líro de iações .
Das zonas eleitoraís paia-e para o
conrole do diretóio reiol: a orente
chaguíta venu ns 25 zos e1itoraís
que elgm sus diretórios muícipaís. Ao conquistar a dirção das zons
1998. p. 118, ( ol. m a ie Conveo
e Políia). 12
•
.
-•
eleitorais, Chagas Freitas assegurou o
conrole de todo o pr
sode ação na
GB, e iniciou o proesso de consolidação
do
udomínio dentro do partido.
Esa
oda corente
chaguista deve ser entendida também
como relexo da ausência de opositores
fotes, pOiS com o reforço do
autoitarismo do govno
ire os
crescentes expurgos que baniram da cena
olítia os criicos mais fevoroos do
rene, ela se viu livre para crescer,
fotalcer-e e conrolar o partido. Com
os diretórios zonais do estado sob seu
omando, a corente ca venceu
tranqüilmente a eleição pra o diretório
reional. O DB apreentou chapa
ÚÚ,sendo presidente Erasmo Matins Pdro e
Reldo Sntana, Ice. Os ouros
membros
foram
Frderico
Trota,
BenjaÚn Farah, Ansio Frota
r,
Roberto Gonlves
La
e Paschoal
Citadino .
Nas eleições de
1970,
enqunto o
DB via todas as s
banadas fderais
endo nuídas, na bara o partido
eguía a trajetória o, folcend
se com a eleição indireta de Chagas
Freits pra o Execuivo estadual e com o
aumento iicativo da proporção de
chaguistas eleitos tnto para Asembléia
isliva quanto pra Câmara Fderal 13
lm
de a Guanabra ter sido o
ÚO
estado a eleger indiretamente
mgovdor ado ao DB, foi m o
ÚO
a eleger a
Assembléia islativa
com maioria emdbista, tendo a corente
chaguísta
oido
tor-se
mjoritri, upndo cera de
85%
da
bncada. Na Câmra Federal não foi
diferente:
50"0
da banada eleita pela
Guanabara foi composta por deputados
que seguím orintação de Chagas Freitas.
2-1 A inluência do camo olítico
aiae
do
chaguismo
aspeciicidade do
DB/GB.
Em
mmomento de
loeleitoral pra o DB e de crescimento
dos votos brancos e nulos, o ato do
paido ter coido e manter
majoritário na Asembléia islativa e na
Câmara dos Deputados e de
mmembro
da oposição
releito govdor do
\3 o i ,
s lis e 166 sas ome m 25% a a
l o OB e "0 a a a a
s os. Vr s oíis e
oião: O OB o io e Jo in s:
Ria e Ciênis iis, J, voI. 23, .. 3,
•
•
•
estado, drca a paticularidade do
campo políico caioa. "
O ato do Rio de Janeiro ter sido o
único estado, no qual o DB coiu,
desde ua criação, mnter-se majoitio,
pesou siicativamente na sua
constituição como m espaço político
peculiar. Nesse campo político marcado
pelo esvaiamento do discuro patidrio,
onde não havia espaço pra os debates
idolóicos, e onde a sua principal
liderança estava ocupando o Excutivo
estadual - tendo a u dispor m mental jomalistico poderoso, vimos
urir o fenômeno políio do chaguismo,
que somente coneguiu se consolidar em
razão da formação de a complexa
esutura organacional que fez do DB
m parido fote, vivo e atunte no
cenio da política carioca.
O DB foi muitas vezs visto
como m partido icial, a oposição
de fachada, inapz de xercer o papel
principal de m partido que seria o de
mdiador político, devido à a
" amo oíio onito, foo or ire i, io i 000 "lr m e e g, a ooa e s s e nele
e m voi, s i,
bl, o, is, omnis,
onits, ont, ___ " in "A no
oíia: elents
a
a oa o mo19
composição mentada entre moderados
e radicais, que acabava por quê-lo
com deentendimentos intnos, não
coneguindo emprender a oposição
deida e objeiva. No stado da
Guanabara, o roteiro e desenrolou de
modo um pouco diferete. Não stamos
querendo dizer que nesse esdo o partido
tenha podido zer criis efivs conra
as arbitraidades do goveno ir ou
que se tenha insurido conra a polítia
fderal. Nem que naquele estado o partido
esivesse imune ao oito enre os
moderados e os radicis. Trata-e de
r o DB e a bra omo lugres onde as divergências entre
correntes radicais e mods se
chocavam em segundo plano; m local
onde se fia e penava polítia de
maneira praática, penando e
disuindo os probls do coidino da população. O debate idolóico não
constituia o foco da
o
da corrente chaguista, que pasou a dominar o patidoa pair de 1969.
Com os chaguis dominando o
parido, obmos o invesimento que pasa a r ito s elições. , a r desse momento, a valoação da relação
•
..
político-eleitor, a crença de que o maior
patrimônio de m políico é o voto. Esa
atitude corresponde ao estilo de polítia
de Chagas Freitas, cenrado nos intereses
locais. Com a a posse no govemo
estadual, a corente chaguista, que já
dominava o parido, passou a controlr a
máquina burocráica tadual. Com o
govemo estadul s mãos, foi possivel
estabelcer a pria políica ba
em relaçes clíentelístas, s quais e
manipulavam avors e rgos em roa de
apoio e votos.
Acrditamos ter havido um duplo
movimento, pois, se por m lado, a
ica do ampo políico carioa
possibilitou o surimento do fenômeno
político do chaguismo, ese, por a vez,
drou a esicidade do DB da Guanabra. A força e obrevivência dse
fenômeno político estão associadas ao
controle que o paido pasou a exercer
no Excutivo estadual. O partido da
oposição omente coiu e ur
e atur como máquina polític, porque
conrolava s ncis de poder do
estado. u sja, sendo o partido situacionista no estado da Guanabara, o
DB estava mado para
1989.
barganhar e intercder junto ao govemo
estadual em nome dos inter
ss
doseleitores.
Teorimente, segundo a
conceituação de Robert Menon
"a
máquia política ena o eleitor ão
como
aabstraão, orém como um ser
real com probles e piraes esais
cores (..r
15 endo possível á máquina adquirir stabilidade a mdida que fose apz de atender os interesesespcíicos de disintos sementos da
população. Reforçando esa dição,
James Wtlson conceitua as máquinas
polítias
"como uma epécie e rtio
oítico cujo ciomento beia-e
princialmente
a
utiliaão
e
incentios ateriais a conquisa o
oio os eleitores.
,,/6sm notamos que s
carateristias que atestam r m partido
polítio corespondente a a máquina
política o a oço cenda
e hierrquiada. Desta forma, membros do
paido coiam elcer vinculos
enre os eleitors e s autoridads
responsáveis pelos órgãos públicos, om a
lS , i. VOIO e Muina olíica:
Paongem e clientelimo no Rio ! Jneiro. io e Jo, z e Tea, 1982, p. 26.
idade de cumpnr
upapel de
intermdiários enre a população e o
govno
estadual,
pota-vozes
das
demandas
dos
rupos
locais.
A
predominância de
aação política
pramáic, em derimento do dbate
sobre questões de principio, e a prática de
a
polítia clíentelísta seiam outras
características da máquina política.
ODB
da
ubase
enquadra
pereitamente nesas conceituações de
máquina políica, se destaando, potanto,
do pl do partido nos outros estados
brasileiros, já que a atuação de sua sção
b
a
não
acompanhava
as
orientações
acúpula nacional.
Maia D'Alva zo escrevendo
sobre a relação do
DBcom o reime
militar destacou que
"por ter to em
um sistema olítico feco, que negaa
qualquer poibiie e aceso ao
per, o esemeho o DB via
muito mais questior a própria
existência o regime miir, o que
represenr
u arinteresses e
csse.
'7Na
r,
o paido se
comportava
de
mnrra
diferente.
Políticos
chaguistas
se
envolviam
diretamente com os probl
slocais
a11
zo, M. D'a Gl. p. it p.lO.
2 1
população,
ás
vezes
estaelcendo
vinculos com rupos espcíficos de
moradores. Não questionndo o reime
militar e sem pregar a volta da
democracia, mnm-se distante dos
asuntos
da
polítia
nacional,
dircionando
s rrrspolíticas no
sentido de repreentarem
mveículo de
.ação dos intereses, d
n
das e
rcls
apopulação. Mesmo tendo
estado toda sua eistência fora do
govno, sem poder de dcião
sinstãncias leislativas a nível nacional,
mcor alcnçar
aprincipal aspiração
que era o retomo
ademo, o
paido oposicionísta não
óobreviveu
como se desenvolveu, transfo
ndo-se
em
mparido com quadros e bases
eleitorais, mesmo estando controlado e
cercado denro de
msistema políico
repressIvo e autoritário.
O DBno
estado da
bacoiu, assim,
xercer a unção de mediador político
•
a.
•
Capítulo 2: O chaguismo e sua prática
política clientelista.
Neste apítulo pretendemos
drcar a naturea clientelista da prática
poliica chaguista, buscndo suas origens
no estilo político de u principal chefe políico, Chags Freitas, m "líder político de estilo ural vivendo numa socidade
urbana", segundo descrição de Pdro do
CouttO.18
Pra entendemos melhor a
amplitude e penetração desse fenômeno
polítio também analiaremos aquelas que
acrditamos r s bes de ustentação:
a bagagem político-eleitoraI de Chagas
Freitas, mulada o longo de vários mndatos prlmentares, e o jol
O
Dia.
Acrditamos que o urimento e a posterior consolidação do chaguismoeiverm siados ao ilo políico de
Chagas Freitas, bem como sua principal
caracterísica, o clientelismo, foi
luenciada pelo modo como Chagas
concebia e praiava a olíica, a qual pra
Chagas Freitas siicava negociação,
aticulação de inter
ss
locais. Seu18 o o to, m Cônico Poíio o Rio de Janeio, Cord or MieJ de Moraes Feeira. io e Jo, itoa Fno
io Vrs, 1998. p. 14.
feeing
político sempre foi local e não nacional. Desde o início da ua crreira,u discurso olíico esteve voltado para os asuntos locais. Sua inserção na
polítia se fez através do Partido Social
Proressista, tendo e ddicado ao
fotalcimento desse patido de origem
paulista no Rio de Jneiro. s nds
questões nacionais não mobiliavm seus
dios. Em melO à polariação
idolóia dos anos
50
e 0, enre UDN e PB, Chaas mninha-se distante dosdbates, tratndo s ncessidades locais
da população arioca. Intersnte
perceber como Chagas o se rendeu à
tradição da políia e do políio ioca,
que empre se notabram por a
naturea esencialmete nacional.
19
o
Rio de Jneiro, em raão da alonga vivência como capital do país,
sempre foi m espaço políio no qual o
nacional se sobrepunha ao loal. Sus
políticos se detaavam na rena olíia
por serem pota-vozs s rands
questões de interse nacional.
Veradores, deputados fderaís, prefeitos
atuavam poliicamente com o olho em
questes geraís da Nação, qundo não e
•
•
•
" .
•
.
projetos, aos interesses do país, t,
portanto, a perspiva mais ampla de ação, almjando ocupar uma posição no
plno da políica nacional. Chagas, no
entnto, durante toda a trajetória política, manteve-se ao lrgo das
aspirações nacionaís, construindo um
esilo político bem diferenciado do pel
do políico carioc, 0 que lava e olhava
pra todo o país e não omente para o
eleitorado carioca.
Uma outra marca do seu esilo que
o afasta do tradicional pl do político
carioca foi a valoo das ncias de
poder local. Chagas Freitas dispunha-se a
conhcer e dialogr com os diversos
núclos de poder eistentes dentro da
cidade. Esse conhcimento de quem
detinha o poder políico-eleitoral nos
baírros lhe permiiu or alinças,
que o ajudaram na fomação da a
estutura político-partidária. Para
demor esa mra locl do estilo
político de Chagas Freitas, citaremos a
comparação feita pelo joa Rogério
Coelho Neto entre este e onel Bzola,
19 e a oo oíia e CaS Fis,
vr ls o o (og.), p. Cil
0 e o I o oíio i, r ry Sla a Moa, "O co e a oo o
o a Ja", o
to
no23
um político que se ena no l do
político "carica" de atuação nacional:
"Brizoa foi goeor urnte
qaro nos, e
oque não chegu a
visir mee eses municpios. Foi um
govedor e periferia,
JGre Rio.
Bla no gva
orjo. hags
gl..
Aifna
á ig
s
sba
quem
aqum m QulinO,
quem
aquem em ng..
Eaiente
a lTo o, ga
e _ir.sse goveno e bica d'água que ele
fzia, como Miro einiu, era feito junto
com o político que o poia em
areião
JRio, em
amunicpio. As
obrs erm libers aravés ee
político, as omeçes erm feis
aravés ele. Acho que a imorncia
JChagas e
aaí, ee regioaizou...).
, 21Foi ese eilo de zer política
procupado sobretudo com a comosião
dos interesses locaís e com o atendimento
das demndas da população, siado ao
investimento feito nas eleições,
vs
davaloo do voto, que teria
lunciado a ição da pria
V Eoro Nciol e tóa l m
veo e 197.
•
,
•
. .
•
política do clíentelismo dentro da
chamada corrente chaguista.
o
clientelismo praticado pelos políticos
chaguistas presumia m compromiso
entre político e eleitor, no qual se
negociava a roca de votos por beneicios
materiais ou serviços públicos (como
emprego, vaga em escolas, inteação em
hospitais, calçamento de ruas), a
relação que se dava enre o govno
políticos e setores pobres da população.2
2.1 O capital político de Chagas Feitas
" ... 0
caguimo foi a bia d'águ.
Agora, foi a bia d'ága cola
com muia inteigência. Cagas
abia a hora e isar a bia, e
zer o almento
area
xe
e escolher os homens ra
pir auea obra(..)
n 23Esa definição do chaguismo feita
pelo joista Rogéio Coelho Neto, além
de atestar a naturea clientelista da
políica chaguista, denota a ingerência que
Chagas Freitas exerceu no fotalcimento
e consolidação dese fenômeno políico
2 TJS om a oeio e
clieotelismo e Jé Muilo e ho 00 aigo Mnonimo, Coone/imo, Cliente/imo: U1
disIo concei tua/, s -a e Ciêocias
is, J, oI. 40, 02, 1997, p. 229-250. 3 Cr6nica Política do Rio e Jneio. p. 227.
que marcou o campo politico caioa na
dda de 1970.
Como dissemos inicialmente,
considermos que ste fenômeno foi
impulsionado e alimentado por duas
randes bas de sutentação: o acife
eleitoral de Chagas e o jol
O
Dia.
Esas duas forças lhe permiirm a
possibilidade de controlar o OS,
tondoo, como ele mesmo dise em
1969, "o nosso paido".
Acrditamos que s vos
obtidas por Chagas nos quatro pleitos em
que se elegu deputado fdl, 4 omadas
à propriade do jol
O
Dia,
oím o u apital políico. Capital
que permiiu a Chagas, e destacr enre
os membros do OS, no momento da
ruão do parido,S ,Iindo-o
como o único capz de revir o
partido. Ese apital olíico, além de ter
inçado o conrole de Chagas Frs
sobre o Movimento Demico
Brsileiro da bara, m fo� a
24 Em 1954 Cas Fis foi o 5° o feal s vo om 11.20 , m 1958 o 2° om 4.99, m 162 o 3° m 56.657 e m 166 om 157.774 v, foi o is o. Ver nno, Carls o. p. Cil
S Em 20 e maio e 169, foi o o o ComplenJar 0°54, eno o al o ite
a e Sa oa s is oliis e a s onves muniiais, ioais e
•
•
> .
•
nosso ver, responsável pelo surimento do
fenômeno políico do chaguismo. Sem a
força eleitoral e, sobretudo, m dispor de
m poderoo veículo de comunicação
como
a
Dia,
não teria sido possível aconsolidação e mpliação dese movimento dentro do campo político
canoca.
Segundo Pierre Bourdieu '�. .
o
homem olítico eve a ua autorie
epecica
ompo político - àquilo a
que a linguagem ativa cma o seu
"peso epecico"
à força e
mobiliação que ele etém quer a título
pessal, quer por elegaão, como
mario e uma orgniaão io,
sinicato) etentora e um pial
político a
uo no ecurso
slus
sas
..'M
Para nós, Chagas possuíaesa "força de mobilação" as a sua
trajetória como deputado federal dos mais
votados da Guanabar, ao conrole de
a
Dia,
m jol popular de enormecirculação, e ao domínio que pasou a
exercer dentro do DB ia.
25
2.2 O Dia:
instumento eleitoral do
chauismo
'4
fora, ão olítica, mas
eleitoral,
d'a
Dia era muito aior
o
que a fora eleitoral
d'a
Globo u
o Joal o
Brsil.
a
Globo e o Joal
o
Bril ão
elegerim ninguém. Ninuém é
fora e epresão, elegerim um.
Ms Cags Freitas elegia seis,
sete, com
a
Dia. Por quê? Porque
o eleitor
d'a
Dia era
meleitor
muito mais proeso a eguir o
oo
quela corrente que o
joal repreena, sintetia,
o
que o leitor
d'a
Globo ou
o
Joal
o
Brasil.
E
assim ele
utilzou o jol.
27a
Dia
foi undado por Antônio de Pádua Chagas Freitas m5
de julho de195 1,
tendo desde a undação aunção políica
m
deida. ChaasFreitas, então um dos principais
aticuladores do Paido Social Proressista no Rio de Janeiro, pretendia
com a undação d'
a
Dia
mpliar e6 oi, ire. "O Poder ibóio". L,
f,I990. p. 10
•
•
"
•
solidir u prestiio político na cidade. Diferentemente de a
Globo
e doJoal
o Bil,
que veiculavm renadasis políis, explorando as questões
da polítia nacional, a
Dia
apresentava-ecom m pel marcadamente popular, escrito numa linguagem acessível,
dircionndo-e principalmente à
população de baixa renda. Sendo u principal raço o noiciio policial, com
manchetes acionalistas, explorava todo ipo de cne e violência,
chegando ínclusive a e ur dessa a característia como esratéia de
propaganda. Em julho de 1971, o próprio
jol publia o nte n: "Quando
você espreme este jol i ngue",
ndo ser isto m eloio, pois o jol se orglhava de ter o noticiàrio policial
mais completo do país, conrgando,
somente neste setor,
50
repórteresespecializados. A tiragm divulgada por
eles era de m milhão de leitores todo dia. Além dos cruns, mercim
destaque no jol as reivindiações
baírrístas, como pdidos de calamento,
ilão de s e aneamento básico, que m exploradas em diveras matérias do jol. a
Dia
tmbém obria muitobem o noticirio síndic!, veiulando com
regulaidade as pautas e resoluções das
assembléias e encontros clssists.
Ese l das principaís matérias
joisis publicadas pelo jol
demonstra quem a o público preferencial d'a
Dia.
Podemos dizer, de m modo geral, que o leitor dirio do jol era otrabalhador siado que morava s os note e oeste da Guanabara. Um outro elemento que também nos rmete a
esa cracteriação do leitor d'a
Dia
ãoas colus regulares, publicadas
geralmente aos domíngos, como: "Coluna
do Motorista·, "Tudo que ínteresa o uncionrio·, "Coluna do empregado do
icio", "Coluna do NPS", "O que i pelos síndicatos" e "Conultório
Trabalhista" .
a
Dia
a uma das principaís fonts do capital político de ChasFreitas, aravés da possibilidade de
manipular m veículo de comunicação popular de ampla penetração no
eleitorado. Capital se que e materilizava enquato a eleitoral pois, aravs dele, Chagas criava e
projetava rrs polítias. Em époas de eleição, o uo eleitoral do jol a larnte, sendo diarimente publicadas
•
•
•
.
.
•
Dia
dava visibilidade
s
candidaturas dos
políticos ligados a Chagas, que controlava
tanto o partido quanto o jo,
potencindo os nomes que lhe
interesavam politicamente.
Viabndo uma comuniaão
direta com a populaão, o jol
uncionava como viine pra os políticos
do
DBligados a Chagas, veiculndo a
agenda de compromissos dos candidatos
em campanha eleitoral, os encontros dos
cndidatos com os moradores e a
inauguraão de escritórios eleitorais em
diversos bairos,8 empre publiando
fotos e reistrndo o apoio da populaão
aos cndidatos do paido. O jol
também ampicava, por melO de
randioas manchets ecitas com clima
de "já ganhou", as
rrse pas
sda
"Chapa Quente" do
DBque percorim
os bairros da cidade.
Outra estratéia do jonal
O Dia
m
aampanha de promoão dos
cndidatos do
DBera a publicaão de
ll "óio litol e Mro Texa e Fa r no e Noa Hoa" n: O Di,
07.6. 1974, p.07.
"Mo Texea aua is m oiê o
DB o Moo e o rls" n: O Di,
04. 10.1974, p. OI.
"DB aua itóio a a a
na" n: O Di, 09.10.1974, p. 05.
"s m oitê do
-
oa aola" n: O Di, 13114.10.1974, p. 4.
27
pesqUias eleitorais, tanto as radas
por agências pivadas, como a GPM e o
mOPE, qunto as feitas pelo próprio
jol. Os resultados
mpublicados
geralmente aos domingos, dia de maior
tiragem do jonal. Seus resultados sempre
apontavam os andidatos do
DBcomo
líderes na preferência do eleitorado.
Sempre numa escalada crescente, a cada
domingo a porcentagem de eleitores que
avm que votariam no
DBaumentava.
Tabela 2: lvantamento
aevolução do
DB
nas squisas leitorais feitas
pelo jonal O , para as eleiçõs de
1974. A pergunta era nte: Se a
leição fosse hoje em qual parido
votaria?9
i. a DB NA Ds BDS
I
a
% % I. %6I10n4 62 20,1 7,0 6,7
13/lOn4 67 1 1 9 7 6,8 6 4 20/lOm 69 6 1 9
5
5,9 5,0 27/lon4 76 19 3,0,
0 30/lOm 78,5 17 2 7 1,8•
. .
•
"O Dia se tomu o órgão oicial o
DB.
To muo ia O Di.
Cagas fzia euis eleitoris, e
sempre col
a
os Jmes os mais
oos.
e
bem que
sezes
col
a m
ou ois que ão
tinm realmente reco muito,
esra o nome não ir
esquecio.
Há
té um episio
engrao. Um iato, ujo
nome eu
o u
ier, foi e
quer: Dr. Cagas, eu estou
a
situação icil rente a ess
equis.
Meu
Jme
nareceu'. O Cags ise: 'Ola
realmente
vcê
ão tem recio,
s
u
ror
cê
mbém'. No ia seguinte, o
io
prurou
Cags,
pleiteo ser o seretrio
azo/o o Cags alegou ue
tina uro nome e mais epresão
ra o rgo, o rz pxu
a
fola
'0
Da e mosrou
ee
a
entre os mis voos! "
0Como imos, a ação direta do
jol
O Dia
na gerência dos interssdo Movimento Democráico Brsileiro e
dava de l forma que podemos onsiderr
o jol como
m
dos elementosconivos do paido. Quer dizer, o
jol não e ria, pura e
simplesmente, a
m
mento depropagnda do govno, s e
aprava como
m
porta-voz,m
"repreentnte" do parido que
9 O Dia, 6.010n4 p. 08.
0 Eo s o. p. il. p. 126.
diarimente exerla unçes de
"correliionário", o deender s posiçs do prtido, rreimentando eleitores e
promovendo o nome do parido. Nos
periodos pré-eleitorais,
O Dia
uncionava comoa
alavna elitoral, com a qual opaido mobiava us leitores,
convertendoos m eleitores, ando
assim de
na
dvas eleiçs na
bra.Pra exempimos se reito
relacionmento
d'
O Dia com o
DB is novmete o doimeto de Esmos
Pdro:" ... 0
qurtelgeeral o
DB
era
J jol O Dia, e não
a e
real, e ireito,
a
Almirnte
Bro,
que ertencera ao ntigo
PD
e eois ssou ra o
DB.
Ninuém ia
.A rtir
areabetura
srtidos, em
1969,
s reunies erm feis no
joal.
,31Foi se apital politico, muito
bem tdo, que miiu a Chagas
Freitas corolr o mento de forças
poliias dero do DR. Amprado por
a
própia ora elitoral, Chagasco, aravés e
O Dia,
ampliar eupoder oliio e e r omo o poliico
li
..
.
que mellior trnsitou e dialogou com as
s de poder local da
ba. E
pôde, sobretudo, criar e projetar crreiras
polítias.
O
surimento e crscimento demuitos políticos somente foi possível pelo
investimento e a visibilidade
proporcionados pelo jol.
É
possível nalimos, a partir do jonal, a trajetóriapolítia de detas figuras e, a pair
desta anlise, entendemos a prática
políica ca e s formas de
relacíonmento e di
o
quecaracteavm esta corrente.
Pa
isso,selecionamos como objetos de estudo,
iro Teixeir, rcelo Mdeiros e
Sandra SaIím enqunto representantes da
corrente chaguista. A r, foremos o
peiodo de inserção desses políticos na
políia carioc, busndo veir os
laços de idenicação estabelcidos com o
eleitorado.
Capítulo 3: Políticos chaguistas: Miro
Teixei, Marcdo Medeiros e Sanda
Salim
•Resolvemos
rblr
nestapeqwa com políicos que esivesem
inicindo suas carreiras eleitorais no
peiodo comprendido e I
%9
e1974,
29
e que, portanto, não tivesm ainda
m
eleitorado deinido: Miro Teixeira e
Marcelo Mdeiros, concorrendo a
m
rgo leislaivo pela primeira vez em
1970,
e Sandra Salim, estrndo napolíica em
1974.
Outro elemento que nos fez
centrr nosa nálise a trajetória desss
poliicos foi o ato de os rês erem
jonalistas e colunistas do jol
O Dia,
justmente a principal alavna elitoral
dsa corente. Ao manterem
m
l de comunicaão direto e regulr com apopulação, eles nos proporcIOnam a
posibilidade de en
m
os em ontatocom
u
dio
e prática política. Houveainda
m
ouro diferencial que nos fezdcidir anliá-los como representantes do
chaguismo: o to de eles, em
a
primeiraeleição, terem coido votações muito
epressivs: Marelo Mdeiros foi o
deputado fderal da
GB
mais votado em1970
e Sandra SaIím a deputada estadualis votada em
1974.
No o de iroTeixeir, o que o tomou relevante foi
u
rápido crecimento: em
1970,
aa
primeira eleição, obteve o modesto nono
lugar denre os deputados fderais eleitos
•
· .
•
foi eleito o deputado fderal mais votado
do Bsl.
Para o estudo da trajetória desses
políticos, rabalharemos com as colunas
por eles escrits entre
1970
e1974.
Nosperíodos pr-eleitorais nos concenramos
nos meses de junho a novembro, e nos
nos de
197 1 , 1972
e1973, analiamos de
dois a cinco meses de ada no. Não foi
possível rabmos com os mesmos
meses em todos os anos elcionados,
pois houve períodos em que determínadas
colunas não form publiadas 32
Estivemos, aínda, atentos para o espaço
que o jol destinava a
a
polítio, e a rqüência de enrevistas e reportagensque citavam seus nomes.
Parimos da hipótee de que o
jol O
Dia
atuou durante os anos70
como
m
representante do prtidooposicio, sempre divulgando e
deixando em evidência o nome e as
32 Form ds a a a s ols e o Tn blis s es s: jbo a novemro e 1970, juno a o e 1972,
o
a julho e 1973 e e jubo a novemro e 1974;a
e o o eelo Ms
as m s
olus eronns lis
m
oubro eo e 1970, o e o e 1972, e junho a agto e 1973 e ne e junho a novbro e 1974; o s oluas e Sana Salim ms s blis em no e o e 1970, e junho a o
atividades do OR Neste capítulo
comprovaremos o quanto ete jol foi
importante para o lnçamento e
crecimento político de iro Teixeir,
Marcelo Mdeiros e Sandra Salim.
Diriido como
m
mento de campanha eleitoral,se
veiculo de comunicação populr possibilitou svotaçes expressivas alnçadas por estes
políicos.
O
jol ODi,
com ua tiragemsuperior a
1
milhão de exemplres pordi, 33 nos autoria a lhe
br
a foraeleitoral d
ss
políticos. Ao analimoso l do jo,
a
linguagem populr,seu enfoque em t
s
rabalhistas eurbano� comprendemos que seus
di
o
s políicos form coídos ombase no l do leitor d'O
Dia.
Suascolunas, como mosrmos mais adiante,
ao explorarm t
s
erm
entepopulares, esavm e diriindo e
respondendo
s
dn
das dos leitores d'ODia.
e 1972, e
o
a julho e 1973 e e junho a o e 1974.3 Jol O Dia lia, m 3 e il e 169,