CENTRO DE POS-GRADUAÇAO EM PSICOLOGIA
INTENÇÃO E CONSEQUENCIA NO JULGAMENTO MORAL
pOIl.
RAUL ARAGÃO MARTINS
('L----"
Dissert~ção ~ubmetida
como requisito parcial para
obtenção do grau de
MESTRE
EM
PSICOLOGIA
CENTRO DE POS-GRADUAÇAO EM PSICOLOGIA
INTENÇÃO
E
CONSEQuENCIA NO JULGAMENTO MORAL
RAUL
ARAGÃO
MARTINS
FGV/ISOP/CPGP
Praia de Botafogo,
190 - sala 1108
Ao Prof. CILIO ROSA ZIVIANI,
pe-la orientação na construção
des-te trabalho.
A todo Corpo Docente do MESTRADO
EM PSICOLOGIA do ISOP/FGV,
que
com os seus conhecimentos
permi-tiram o desenvolvimento deste tra
balho.
Agradeço a Direção do Colegio BE!!
NETT, do Instituto Metodista BENNETT
nas pessoas do Prof. EDNI
OSCAR
SCHOEDER, Diretor do Instituto,
da Profa. ITAMAR MOREIRA, Direto
ra do Colegio, da Profa.
ELISA
MARIA MAÇAS FILGUEIRAS,
Coorden~dora do 1
QGrau e da Profa.
DEL-MA G. RACANO, que permitiram que
os dados fossem coletados no
re-ferido Colegio.
Ao Laborat5rio Nacional de
Comp~tação Cientifica (CNPq) pelo usa
do sistema de computação.
-o
julgamento das intenções e consequencias como um critério moral, é medido sob duas ordens de apresentação (ordem 1:
intenção-consequência, ordem 2: consequência-intenção) e três
modos de apresentação (só verbal; verbal mais figuras com
1n-tenção implícita e verbal mais figuras com inteção explícita) u
sando o paradigma de Hebble. Quatro histórias, combinando
tençao e consequencia, positivas e negativas, foram julgadas n~
ma escala de 1 a 5 (de mau para bom) por dois grupos de
cr1an-ças.
o
grupo menor com média de idade de 4 anos e 3 meses e ogrupo maior com média de idade de
7
anos e3
meses. Os dados evidenciaram os seguintes resultados:
a) ordem e modo de apresentaçao, isoladamente, nao
a-presentaram efeitos;
b) os dois grupos de idade fazem uso da intenção \ em
seus julgamentos;
c) ambos os grupos demonstram efeito recentividade em
seus julgamentos. Estes resultados sugerem:
- que modo de apresentaçao somente influencia o
julgamento de crianças menores de
4
anos deida-de;
- crianças com 4 anos e 3 meses de idade em média
julgam em função da intenção e
cr1anças até 7 anos e 3 meses de idade em média
são influenciadas pela posiçao da intenção e con
sequência nas histórias-estímulos para
realiza--rem seus julgamentos.
Perceived intention and perceived consequence used as
cri teria of moral judgment were measured under two orders of
presentation (first order: intention-consequence; second order:
consequence-intention) and three modes of presentation (verbal
only; verbal plus implicit intention; and verbal plus explicit
intention) following Hebble's paradigm.
Four stories combining intention and consequence,both
positive or negative, were judged through a I to 5 scale
bad to good) by two groups of children, the first group
(from
with
a mean age of four years and three months, the second seven
years and three months. The results that followed from data ana
lysis were:
a) no ma1n effects for order or mode of presentation;
b) both groups included intention in their judgments;
and
c) in both groups, a recency effect was observed 1n
their judgments.
These results suggest that:
mode of presentation influence only the judgments of
children under four years of age;
children around four years and three month judged
as a function of intention; and
children up to seven years were influenced by the
position of the intention and the consequence in
the stories.
-Agradecimentos ---
iii
Resumo
---
iv
Summary
---
v
pAG
INTRODUÇ~O---
01
CAPrTULO I:
O PROBLEMA
1 - Fundamentação Teórica ---
03
2 - Pesquisas ---
11'
3 - Pressupostos Conceituais e Limitações do Estudo --
28
4 - Questões Levantadas ---
32
5 - Hipóteses ---
33
6 - Definição de Termos ---
34
CAPITULO 11:
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
1 -·População e Amostra ---
35
2 - Esquema de Pesquisa ---
35
3 - Variáveis ---
36
4 - Instrumentos ---
38
5 - Procedimento ---
43
6 - Coleta de Dados e Tratamento Estatistico ---
45
CAPrTULO 111:
RESULTADOS ---
51TABELAS
60FIGURAS
641
642
65
3
664
675 /
---~--- 68
6
697
708
719
7210
73A cr1ança ao entrar na sociedade já encontra todo um
sistema de regras dominado pelos adultos.
o
conhecimento de como ela se adapta a este mundo social é crucial para
compreen-der-se o seu desenvolvimento social.
Piaget, em 1932, começou estudando este problema, ana
lisando o julgamento de cr1anças sobre várias atividades
so-ciais, tais como o Jogo de bolinhas de gude, entre os meninos e
o de pique, entre as meninas.
Questões como a atribuição de responsabilidade de
atos próprios ou de terceiros, a noçao de mentira, de roubos e
justiça, foram pesquisadas utilizando-se histórias.
Para realizar esta tarefa escolheu o método clínico,o~
de através de observações e entrevistas, pôde avaliar toda a
riqueza do pensamento infantil.
Evidenciou-se em todo o material coletado um padrão de
desenvolvimento, composto de um pré-estágio e dois estágios pr~
priamente ditos. O pré-estágio, o egocêntrico, ocupa o espaço
entre o nascimento e os dois ou três anos. O segundo estágio,o
realismo moral, estende-se até os oito ou nove anos. O terceiro
e último estágio, o da autonomia ou cooperaçao é alcançado por
volta dos 11 ou 12 anos.
Outra forma de analisar-se o julgamento
utilizar-se da metodologia da medição funcional,
de crianças,ê
proposta por
opera-çao de uma álgebra cognitiva geral, para processar a
çao das informaç~es recebidas.
integra-Pesquisas experimentais, a partir da década de seter
ta, introduziram novos paradigmas de pesquisa no estudo do jul~
gamento moral. Karniol (1978) e Grueneich (1982a)
sistematiza-ram estas criticas e propusesistematiza-ram uma nova abordagem do problema.
Entre as críticas se destaca o pr6p~io paradigma de
Piaget e as hist6rias-estimulos usadas, que não evidenciam
ade-quadamente os conceitos pesquisados.
nalidades:
Já a pesquisa, objeto desta tese, tem as seguintes fi
a) avaliar a adequabilidade do método experimental na
pesquisa do julgamento moral de crianças entre três
e sete anos, utilizando-se o paradigma introduzido
por Hebble (1971);
b) avaliar# a direção do julgamento moral dessas cr1an
ças, se em função das consequências ou em função
das intenções dos atos; e
c) pesquisar-se a importância do modo e da ordem de
CAPITULO
I
O PROBLEMA
1 - FUNDAMENTAÇAO TEORICA
JEAN PIAGET
Ao escrever em 1932 o livro "O J u 1 g a me n t o Mo r a 1 na
Criança", Jean Piaget trouxe a público extensivo estudo
sobre a moralidade infantil, que tornou-se um marco na
pes-qU1sa do desenvolvimento moral.
Seu objetivo, ao iniciar as pesquisas, foi estudar o
julgamento, e nao os comportamentos ou sentimentos morais.
Para realizar esta tarefa, escolheu como metodo de trabalho,
o clínico, onde através de observações e entrevistas
siste-máticas, pôde avaliar toda a riqueza do pensamento infantil.
Como primeiro foco de atençao Piaget p~Squ1sou o jogo
social infantil, pois a considerava uma admirável
institui-çao social, que com toda sua estrutura de regras. refleti--·
r1a um modo de funcionamento da sociedade total. Assim
en-controu nesta atividade uma estrutura complexa e manejada
pelas próprias crianças.
Entre os jogos infantis. Piaget escolheu trabalhar com
o de bolinha de gude. entre os meninos. e com o de pique en
tre as meninas. Através de observações e entrevistas siste
cia do jogo, independente de haver num mesmo lugar variações no
modo de jogar.
Quanto
ã
prática do jogo evidenciou-se o seguintees-quema:
1 - Primeiro estágio (até os dois anos): puramente motor e
1n-dividual, a criança manipula as bolinhas de gude em função
de seus próprios desejos e de seus hábitos motores.
2 - Segundo estágio, o egocêntrico (de 2 a 5 anos): a criança
menor pode receber o exemplo das regras codificadas, pelas
crianças maiores, mas joga sem preocupar-se em ganhar ou
com o jogo dos outros parceiros.
3 - Terceiro estágio, cooperaçao nascente (inicia-se por volta
-de 7 ou 8 anos): cada jogador procura vencer seu parceiro,
aparece a necessidade de controle mútuo e da unificação das
regras, mas cada criança tem sua própria versão da regra.
4 - Qua~to estágio, codificação das regras (a partir de 11 ou
12 anos): as partidas sao ~egulamentadas com m1nUC1a,
.
-
.
aointerrogarmos os participantes, encontramos uma notável
con-cordância quanto ao modo de jogar.
Quanto a consciência das regras, evidenciou-se o
se-guinte esquema:
1 - Primeiro estágio (corresponde ao primeiro estágio da
ramente motora, seja porque
ê
suportada como queinconsci-entemente a título de exemplo interessante e nao de uma rea
lidade obrigatória.
2 Segundo estagio (inicia-se no decorrer do segundo estagio e
termina ma1S ou menos na metade do terceiro estagio da
pra-tica das regras): e o apogeu do egocentrismo, a regra e
considerada sagrada, e intangível, de origem adulta e de
essência eterna, toda modificação proposta
ê
considerada p~la criança como uma transgressao.
3 - Terceiro estagio (corresponde ao quarto estagio da pratica
das regras): a regra e considerada como uma lei imposta p~
10 consentimento mútuo, cujo respeito e obrigatório, se se
deseja ser leal ao grupo. Permite-se, todavia,
transforma
-çoes a vontade, desde que haja consenso geral.
Temos entao de uma fase em que a criança considera a
regra como sagrada, imposta pelos adultos, uma passagem para
uma fase onde a legalidade
ê
o cons~ntimento mútuo.Após o estudo das regras do jogo infantil, Piaget fo
calizou o tema da atribuição de responsabilidade. Usando o meto
do clínico, contava histórias sobre desajeitamentos, roubos e
mentiras.
Quanto ao uso de histórias nesta investigação, e
fei-ta a ressalva do que uma história esfei-tar mais afastada de sua
pratica moral de um problema intelectual de sua pratica
história em que ela nao está vivenciando diretamente a açao.
Frente aos desajeitamentos e roubos, a cr~ança fica
frente a dois tipos de atitudes morais:
a) julgar os atos em função de suas consequencias; ou
b) julgar em função das intenções do ator.
Os resultados evidenciaram que as crianças menores
(em torno de 7 anos) julgam os atores em função das
consequen--cias de suas açoes, e as crianças maiores (em torno de 11 anos)
levam em consideração, para realizarem seus julgamentos, as
~n-tenções do ator.
Na área da mentira, os resultados evidenciaram a
se-guinte sequenc~a:
1) uma primeira fase, em que a mentira e ma, porque e
-objeto de punição;
2) uma fase intermediária, em que a mentira continua
sendo má, independente da punição que o ator
pode-r~a sofrer por usá-la;
3) uma fase posterior, em que as crianças consideram
a mentira má, porque ela opõe-se a confiança mútua.
Os desajeitamentos, os roubos e a mentira
evidencia--ram uma estrutura geral do pensamento das cr~anças pequenas,que
Piaget chama de "Realismo Moral", que e a tendência da criança
como subsistentes em S1 mesmo, independente da consciência, e
se impondo obrigatoriamente, quaisquer que sejam as
circunstân-cias
..
as quais o indivíduo esteja preso, e comporta tres caracte. . , .
. . .
rlstlcas prlnclpals:
1) é essencialmente heterônimo: e bom tudo de acordo
com as regras, o bem se define rigorosamente
pe-la obediência;
2) e ao pé da letra; e nao o espírito da regra que
deve ser observada;
3) o realismo moral acarreta uma concepçao objetivada
responsabilidade, a criança avaliará os atos nao
em função das intenções que os desencadeou, mas em
função de sua conformidade material com as regras
estabelecidas.
o
realismo moral pode ter duas causas: um primeira p~de ser própria do pensamento infantil (o realismo infantil) e
uma segunda causa pode ser devido
ã
coação exercida pelo adulto.Ao analisarmos o realismo, verifica-se que a criança
e realista em várias areas, tais como: no sonho, no desenho e
tambem na área moral. Antes dos 7 ou 8 anos, nao existe lei na
tural mecanica; as nuvens andam no ceu porque querem, o sol
não tem permissão para ficar de fora
ã
noite e se os barcos flutuam e as pedras nao, e porque as coisas devam ser aSS1m, em
virtude da ordem no mundo. Logo, para os menores, o universo es
tá impregnado de leis morais: a regularidade física nao se dis
re-gularidade física
é
tao primitiva quanto a da regularidadepsí-quica ou moral, mas nenhuma das duas é concebida independenteme~
te da outra. Do mesmo modo que um passo em falso nos leva a
cair, independentemente de qualquer negligência, segundo uma
lei da queda dos corpos, uma alteração da verdade, mesmo
invo-luntária, chama-se mentira e deve ter pun~çao, e as próprias coi
sas se encarregam de nos punir, mesmo quando a falta passou des
percebida.
Quanto a coerçao adulta, mesmo numa educação liberal,os
pais ~mpoem uma série de regras, tais como: tipo de
alimenta--çao, horário de dormir, brincar e refeições, etc., as quais a
criança nao tem a mínima compreensao e que ela vai colocar no
mesmo plano dos fenômenos físicos.
A estrutura de pensamento das cr~anças maiores Piaget
denominou de Moral de Cooperação ou de Autonomia, que foi anali
sada pesquisando-se a noção de justiça, além das pesquisas
so-bre o jogo infantil, a atribui~ão de responsabilidade e a menti
ra.
Para Piaget, existe duas noçoes de justiça. Uma e
in-separável da noçao de sançao, e define-se yela correlação entre
os atos e sua retribuição (justiça retributiva). A outra impli
ca apenas a noção de igualdade (justiça distributiva).
A parte experimental constou de uma série de histórias,
onde através de questionário evidenciou-se três grandes períodos
1) um período estendendo-se até os 7 ou 8 anos, duran
te o qual a justiça está subordinada a autoridade
do adulto,
ê
justo o que o adulto manda. Nestafa-se a cr1ança acredita numa
"
Just1ça imanente", on-.
.
de existiria uma sançao automática, que emanaria
das própr1as coisas;
2) um período entre os 8 e 11 anos, que e caracteriza
do por um igualitarismo progress1vo;
3) um período que se inicia por volta dos 11 anos, du
rante o qual a justiça puramente igualitária é te~
perada pelas preocupaçoes de equidade, que
consis-te em nunca definir a igualdade sem considerar a
situação particular de cada um.
De todos estes dados, a teoria de desenvolvimento
mo-ral de Piaget pode ser descrita como tendo um pré-estágio e
dois estágios propriamente di tos, que s a o :
1 - Pré-estágio -- o egocêntrico: a cr1ança e amoral, centrada
em si mesmo. No jogo social infantil, a regra e apenas
mo-tora, que confunde-se com o hábito, e uma espécie de
senti-mento de repetiçao, que nasce por ocasiao da manutençao dos
esquemas motores. As sim a c r i a n ç a de 2 o u 3 a nos b r i n c a com
bolinhas de gude num sentido puramente motor, sem
preocupar-se com o fato social.
2 - Primeiro estágio - o realismo moral: a criança cons idera os
em S1 mesmos, independente da consciência e impondo-se obri
gatoriamente, qualquer que sejam as circunstâncias as
-quais o indivíduo esteja ligado. Este realismo moral
com-porta três características principais:
a) o dever e heterônimo, isto e, e bom a obediência
ã
regra e ao adulto (de onde provem a regra nesta fa
se de pensamento).
o
bem se define rigorosamentepela obediência;
b) e a palavra e nao o espírito da lei que deve
-
serobservada; e
c) o realismo moral acarreta uma concepçao objetiva
de responsabilidade, o ator e julgado pelas
conse-quências e não pela intenção do ato.
3 - Segundo estágio - autonomia ou de cooperaçao:
-
nesteestá-gio evidencia-se o sentimento de respeito mútuo, que e
ne-cessário para o desenvolvimento deste estágio, julgamento
com a solidariedade entre seus pares, conforme Piaget cita
(1932/1977, p. 172):
" h~ autonomia mo~al, quando a eon~eiineia eon~ide
~a eomo neee~~~~io um ideal, independente
de
qualqueip~e~~ão exte~io~. O~a~, ~em ~elação eom out~em não
h~ neee~~idade mo~al: o indivIduo eomo tal
eonheee
apena~ a anomia
e
não a autonomia. Inve~~amente, toda~elação eom out~em, na qual inte~vem o ~e~peito unila
te~al, eonduz a hete~onomia.
A
autonomia ~Õ apa~eeeeom a ~eeip~oeidade, quando o ~e~peito mútuo
ê
ba~tante
óo~te pa~a que o indivIduo exp~imente inte~io~me~te
a neee~~idadede
t~ata~ o~ out~o~ eomo 90~ta~iade
~e~ t~atado".
ram sagradas, passam a ter legalidade devido ao consentimento mu
tua.
o
dever que era heterônimo passa a ser reC1proco, e o ato,...
antes julgado pelas consequ~ncias, e agora julgado pelas
inten-ções do ator.
2 - PESQUISAS
Teoria de Desenvolvimento Moral de
J.
Piaget
Colocamos como marco da pesquisa do uso da informação
Consequ~ncia e Intenção, no desenvolvimento moral, o
traba-lho de Piaget (1932/1977)
"o
Julgamento Moral na Criança",publicado originalmente em 1932. Neste trabalho,
utilizan-do o métoutilizan-do clínico, pesquisou crianças de 6 a la anos de
idade de ambos os sexos.
o
material da pesqu1sa constou de histórias sobrede-sajeitamentos, roubos e mentiras. Transcreveremos s omen te
as historias sobre desa]eitamentos, pois
e
sobre elas quefaremos comparações e críticas.
1 - Historias sobre "des aj ei tamentos":
1. a) Um menino, que se chama Jean, está em seu quarto.
E chamado para jantar. Entra na sala para comer.
Mas atrás da porta há uma cadeira. Sobre a cadeira há
uma bandeja com quinze xícaras. J e a n não p o d e s a b e r que
dej a, e, bumb a ~ as quinze XI.caras se quebram. ,
1. b) Era uma vez um menino chamado Henri. Um dia em que sua
mae estava ausente, foi pegar doces no armário. Subiu
nu-ma cadeira e estendeu o braço. Mas os doces estavam muito alto
e ê1e não pode alcançá-los para comer. Entretanto, tentando
a-panhá-Ios esbarrou numa xícara. A xícara caiu e se quebrou .
2. a) Havia um menino que se chamava Jules. Seu paI. saI.ra. Ju-
...
les teve entao a idéia de brincar com o tinteiro dele.
Brincou um pouco com a caneta, e depois deixou cair uma pequ~
na mancha na toalha da mesa.
2.b) Um menino, chamado Auguste, VI.U que o tinteiro de seu paI.
estava vazio. Um d i a e m que seu p a i s a i u, t e ve a i d
é
i a, p~ra lhe prestar um favor, de encher o tinteiro, para que, quando
ele voltasse, o encontrasse com a tinta. Só que, ao abrir o vi
dro de tinta, deixou cair uma grande mancha na toalha da mesa.
3.a) Era uma vez uma menI.na cham~da Marie. Ela querI.a fazer
uma surpresa agradável
ã
sua mae, e cortou-lhe um vestido.Mas como não sabia mexer com tesoura, fez um grande buraco na
fazenda.
3.b) Uma menina chamada Marquerite, foi procurar a tesoura de
sua mae, num dia em que ela saI.ra.
...
Brincou um pouco coma tesoura e, como não sabia utilizar-se bem dela, fez um
peque-no buraco em seu vestido.
comparaçoes:
a) 19 Par- la. história:
-2a. história:
b) 29 Par - la. his tória:
- 2a. história:
c) 39 Par - la. história:
- 2a. his tória:
Intenção neutra
Consequência com dano
mate-rial grave
Intenção negativa
Consequência com dano
mate-rial leve
Intenção negativa
Consequência com dano
mate-rial leve
Intenção positiva
Consequência com dano
mate-rial grave
Intenção positiva
Consequência com dano mate-·
rial grave
Intenção negativa
Consequência com dano
mate-ri a 1 1 eve .
Em todas estas histórias a ordem de apresentaçao dos
estimqlos foi a seguinte: primetra apresentado a Intenç~o e de
pois a Consequência.
o
procedimento constou de contar cada par deria a cada criança, seguida de duas perguntas:
histó-a) as crianças sao igualmente culpadas, ou entao, uma
é mais culpada que a outra?; e
b) qual das duas é a mais culpada, e por qu~?
Os resultados evidenciaram que até os 10 anos de
ida-de, coexistem dois tipos de respostas. Para algumas crianças,os
atos são avaliados em função dos resultados, independente das
intenções do ator, e para outras, só importa a intenção. Mas há
crianças que ora julgam em função das consequ~ncias, ora em fun
ção das intenções dependendo do tipo de história. Em linhas
ge-rals, o julgamento em função das consequ~ncias
(responsabilidde objetiva) é a conduta predominante para as crianças com 7
a-nos em media, e para as crianças com 9 aa-nos em média, o
julga--mento em função das intenções (responsabilidade subjetiva) e a
conduta predominante. Não foi possível obter-se julgamento coe
rentes de crianças menores de 6 anos, e em relação as maiores de
10 anos não foi encontrado julgamento em função das
consequ~n--clas.
.
Este paradigma de pesquisa:
a) metodo de pesquisa clínico;
b) analise qualitativa dos dados;
c) apresentação das histórias-estímulos aos pares (In
tençao Positiva/Consequ~ncia Grave pareado com
In-tençao Negativa/Consequ~ncia Leve)
d) o sujeito julga os atores em termos de qual
é
opior, predominou até o início da década de 70 (Kar
Karniol (1978) em urna revisão das pesqu1sas que usam
este paradigma, concluiu que os resultados ficam confusos
devi-dos a duas causas principais:
a) os atos intencionais nao sao claramente especific~
dos; e
b) a valência da intenção nao está explicitada.
Posteriormente, Grueneich (1982), analisando como as
crianças usam as informações intenção e consequência, para faz~
rem avaliações mora1S, reconceitua o problema e oferece algumas
linhas de base para a pesquisa nesta area.
Para cumpr1r esta finalidade, o julgamento moral e
considerado em termos de quatro maiores componentes. O primeiro
componente envolve os conceitos de Intenção e Consequência.
g
considerado que estes conceitos nao representam urna simples
di-cotomia, mas S1m, urna complexa estrutura. O segundo componente,
preocupa-se com as histórias em si mesmo. O terceiro
componen-te,
é
a questão de como as crianças memorizam ashistórias-es-tímulos. O quarto e último componente e a compreensao e
repre-sentaçao interna das histórias-estímulos.
Quanto
ã
Intenção, urna parte do primeiro componente.Grueneich (1982) define corno
" . a~ eondiç~e~ men~ai~ ou p~ieol5giea~ que da
pen!
pee~iva da p~ieologia ingenua, ~ão neleva~e~ pana o
eompon~amen~o do a~on".
(fi-gura n9 01), cada um envolvendo um contraste em dois ou mais
possíveis valores.
o
enquadramento destes temas provem dos n~-...
veis de atribuição de responsabilidade de Heider (1970).
o
primeiro tema, com respeito a Intenção, é se o in divíduo que está sendo avaliado produziu fisicamente a
consequen-cia, e os valores para este tema serao "Causal" e "Não-Causal".
o
valor "Não-Causal" e o-
caso de alguém emprestar um revólvera outra pessoa e esta provocar danos com a arma. Neste caso o
indivíduo que está sendo avaliado não foi o causador da
conse-quencl.a. A "Não-Causalidade" recebe dois valores: (a)
"res-ponsável" e (b) "não responsável".
Se o ator produziu a consequencia do evento, isto e,
se o valor "causal" aplica-se, o ato pode ser acidental ou
in-tencional. Dentro destes dois temas "acidental" e "intencional",
temos três sub-temas para o "acidental" e dois sub-temas para
o "intencional", todos com seus respectivos valores.
o
primeiro sub-tema de "acidental", refere-se se o;to foi "voluntário" ou "involuntário" corrio o indivíduo que tem
um tique nervoso e derruba um vaso (acidental-involuntário) ou
joga uma pedra para acertar um determinado alvo e quebra uma
janela (acidental voluntário).
o
segundo sub-tema de "acidental" refere-se se o atorteve "cuidado" ou agiu "sem cuidado" na realização do ato.
o
terceiro sub-tema de "acidental" refere-se a motivaçao que sub-jaz ao ato, que tem valores "neutro", "positivo" e
o
primeiro sub-tema de "intencional", refere-se ao"motivo" que desencadeou a açao e pode ter os valores "neutro",
"positivo" e "negativo".
o
segundo sub-tema de "intencional", refere-se aofa-to do afa-tor ter agido "expontaneamente" ou "sob coaçao, que - ti
po-de ser po-de dois tipos:
a) coagido (agiu sob coaçao ou ameaça); e
b) provocaçao (uma criança briga com a outra devido a
provocaçao que recebeu).
Estes temas e valores nao sao conceitos estanques,mas
sim interrelacionados. Neste exemplo: uma criança joga uma b~
la para que o colega brinque com ela, temos um ato:
causal-in-tencional-expontâneo-positivo.
A segunda parte do primeiro componente, a
consequen-cia do ato (figura n9 2), tem dois temas: a consequência pode
ter efeitos "físicos" ou "sociais" •
.
As consequências "físicas"envolvem resposta imediata do comportamento do ator e indica
fatos como objetos quebrados, danos materiais, etc. As conse
quencias "sociais" envolvem resultados menos imediatos, que
re-fletem como o ator ou outras pessoas pensam, sentem ou
compor-tam-se em resposta as consequencias.
o
tema "consequência física" tem dois sub-temas: "pe~soaI" e "material", que referem-se a quando os danos foram
cau-sados em pessoas ou materiais, e ambos os sub-temas tem dois va
Também o terna "consequência social" tem sub-ternas, que
-sao:
a) apologia do ator: quando o ator discute quando e~
tá errado ou expressa satisfação pelos resultados
de suas açoes;
b) quando envolve a resposta da vítima ou do benefici
-
.
ar10 da açao; e
c) quando está relacionado com a figura "autoridade",
tal Corno o pa1 ou professor, respondendo ao compo~
tamento do ator.
Os ternas e valores da Consequência também sao interre
lacionados, corno no exemplo seguinte: urna criança recebe a
bo-,
la e fica feliz; ternos aSS1m urna consequência social rec1p1e~
te.
Além dos ternas e sub-ternas da Intenção e Consequência,
pode-se identificar ainda assuntos adicionais, tais corno idade
e sexo da vítima ou do agressor, ou relações entre os atores en
volvidos na ação, corno amigo versus estranho.
O segundo componente do julgamento moral, a
constru-çao das histórias-estímulos, deve obedecer a certas regras para
que os resultados possam ser confiáveis. Existem várias formas
para analisar a estrutura e conteúdo das histórias. Segundo
Grueneich (1982) a "análise de gramática de histórias" de Stein
e Glenn é a mais adequada.
catego-rias de informação contidas nas histócatego-rias, e indica corno estas
categorias estão relacionadas.
Resumidamente, esta gramática identifica as ma10res ca
tegorias informacionais contidas nas histórias usadas em quase
todas as pesquisas de julgamento moral. A principal estrutura
nesta gramática
ê
o episódio, que envolve urna sequênciacompor-tamenta1, descrita em termos de seis categorias.
A
primeira categoriaê
a "situação" que introduz osatores e especifica a localização física e temporal. A segunda
categoria
é
o "event o inician te", que ê o evento que o ator 1n1cia a sequenc1a comportamental. A terceira categoria, e a
"resposta interna", resposta esta evocada pelo "evento inician
te", que pode incluir respostas afetivas, cognições ou metas,
e elas motivam ou tornam os atores aptos a realizar urna "ação",
que
ê
a quarta categoria, onde o ator age para realizar suas metas, que resulta numa "consequência direta" (quinta categoria).
Finalmente, "a consequência direta" causa urna "reação" (sexta c~
tegoria) que expressa corno o ator ou outro protagonista sente--
..
se, pensa ou comporta-se em resposta a "consequência direta".
Existem duas vantagens principais na análise
gramati-cal que sao:
a) as categorias e relações representam as estruturas
internas cognitivas, ou esquemas que os sujeitos ~
sam para codificar e organizar a informação
b) é uma ferramenta útil para identificar e
classifi-car as informações implícitas e explícitas nas his
tórias.
o
terceiro componente do julgamento moral, refere-se aocontrole da memória; pesquLsas evidenciaram que crianças
peque-nas tem uma memória menor do que as maLores (Shantz e Voydanoff,
1973, in Grueneich, 1982).
Entre as estratégias para controlar memorLa, temos as
-
.
seguintes:
a) permitir que a memória das informações das
histó-rias variem e, entao, determinar como a perfeição
da memória é relacionada com as avaliações morais.
Isto é feito experimentalmente, corrigindo os
er-ros de memor1a de um grupo e não de outro, e veri-
-
.
ficando como o julgamento difere entre eles. Ou p~
de ser feito de maneira correlacionaI, avaliando,
mas nao corr igindo os e rros de memóri a, e en dio de
terminando como a variação de memor1a e relaciona-
-.
-da a variaçao do julgamento moral;
b) requerer da criança uma memória adequada antes de
avaliá-la, que pode ser feito tornando grupos de 1
dade equivalentes com respeito a sua memória da 1n
formação da história;
c) a "lembrança livre", onde pede-se que as crianças
"questões chaves", onde pede-se que as crianças res
pondam a determinadas questões sobre a história que
acabou de ouvir;
d) uso de figuras acompanhando as histórias; e
e) variando a ordem de apresentaçao das informações In
tençao e Consequência.
o
quarto e último componente do julgamento moral refere-se a compreensão da história, que difere da memória, no
sen-tido de que nao é uma simples representaçao do que acabou de o~
vir, e sim, uma codificação interna da história, que
cluir tanto informações inferidas como explícitas.
pode
l.n-Através de questões-chave pode-se controlar como as
crianças de diferentes idades compreendem as histórias.
Resumindo, Grueneich sugere que devemos controlar
es-tes quatro pontos principais, ao fazer uma pesquisa sobre julg~
mento moral, que sao:
a) conceituação adequada da informação Intenção e Con
sequencia;
b) controlar as histórias-estímulos;
c) controlar memória; e
d) controlar compreensao.
Tendo como referência as críticas evidenciadas por
tra-ba1hos que usaram uma metodologia modificada do paradigma piag~
tiano, e dos que usaram um novo paradigma de pesqu1sa, o de
Hebb1e (1971).
Uma modificação no paradigma de Piaget foi feita por
Armsby (1971), usando histórias tradicionais de Piaget mais his
tórias revisadas, em que manipulou a informação Consequência, u
sando quatro n1ve1S de gravidade. ~
.
Evidenciou-se que crianças fazem julgamentos morais intencionais ma1S cedo do que Piaget po~
tu1ou, embora nao haja uma demarcação clara entre o uso de
1n-tençao e Consequência. Crianças de 6 e 8 anos já usam a
inten-ciona1idade, mas ainda sao influenciadas pela severidade da con
sequenc1a.
Gutkin (1972) ampliou o numero de pares de histórias,
com a finalidade de explorar o uso da intencional idade. Além do
par usado por Piaget, êle criou mais cinco pares de histórias, v!!..
riando 1ntenç~es e Consequências (cada uma com dois nIveis).
U-ma linha de pesquisa complexa experimentalmente, p01S podemos
construir 16 pares de histórias, com dois nIveis em cada
variá-ve1 (figura n9 3). Gutkin usou os pares de n9 5 (tradicional
de piaget), 1, 7, 8 , 9 e 13. Os resultados evidenciaram que os
julgamentos formam uma escala tipo Guttman com quatro estágios
progressivos de refinamento no uso da 1ntenciona1idade.
Chandler, Greenspan e Barenboim (1973), usando
histó-rias pareadas, variando Intenç~es e Consequências em dois
veis cada, pesquisou a influência do meio utilizado para
trans-mitir as histórias-estimulo as crianças. Nesta pesquisa,
vez do próprio pesquisador. Os resultados evidenciaram que cri
anças menores de 7 anos frequentemente sao capazes de
conside--rar as Intenções do ator e que o foco deste processo de
julga--menta varia em função do meio utilizado na transmissão das
his-tórias. Estes resultados sao questionados por Rybash e Roo di n
(1978), em dois pontos:
a) que o senso comum diria que a apresentaçao de
-
VTlevaria ao aumento do uso da Consequência e nao da
Intenção (pois a Consequência estaria bem visível
na gravação e a Intenção e inferida). A
apresen-tação verbal, por outro lado, produz efeitos
opos-tos, a criança fica sabendo que a transgressão foi
feita por algum motivo; e
b) o procedimento por VT produz julgamentos baseados
em Intenções por evidenciarem reaçoes emocionais fa
ciais do transgressor.
Keasey (1977) usando histórias pareadas, explorou os
pares de histórias de números 7 e 8 (figura n9 3), juntamente
com o par numero 5, com a finalidade de evidenciar o julgamento
da Intencionalidade. Manipulou ainda o julgamento, quando o
ator poderia ser o próprio sujeito ou outro indivíduo qualquer.
Resultados evidenciaram que as crianças distinguiram a
manipu-lação "eu/outro". Crianças do jardim da infância usaram mais a
Intencionalidade em julgamento na condição "eu" do que na condi
ção "outro". f sugerido que o julgamento da Intencionalidade a
Uma nova abordagem do julgamento moral começou com
Hebble (1971). Seu paradigma de pesquisa constou de contar aos
sujeitos quatro variações de sete histórias. Estas variaçoes
foram as combinações de dois n1ve1S de Intenção com dois níveis ~
.
de Consequência, formando as seguintes histórias: Boa Intenção/
Dano Leve; Boa Intenção/Dano Grave;
Má
Intenção/Dano Leve eMa
Intenção/Dano Grave.
Neste paradigma, os sujeitos julgavam o caráter do
ator das histórias, usando uma escala de O a 3 (de mau para bom),
em vez de comparar o comportamento de dois atores, como Piaget
fazia.
Os dados foram analisados usando-se uma Análise de Va
riância.
Embora este novo paradigma tenha tornado os dados mais
claros, nao foram relatados detalhes das histórias usadas;
as-sim não pudemos conhecer as relações entre os temas da Intenção
e Consequência, bem como a própria estrutura das histórias. Tam
bém não há registro sobre o controle -de memória e compreensao
-das histórias. Os resultados evidenciaram um
desenvolvimen-to com a idade no julgamendesenvolvimen-to da Intenção e uma diminuição no
uso da Consequência. Nã~ houve diferenças de julgamento,
quan-to ao sexo dos sujeiquan-tos.
Feldman, Klosson, Parsons, Rholes e Ruble (1976),
u-sando o paradigma de Hebble, ampliaram o foco de pesqu1sa,
con-trolando a ordem de apresentação dos estímulos. Além da
apre--sentaçao tradicional, primeiro a Intençao, depois a
primeiro lugar. Não foram relatadas as histórias usadas como
estimulos mas houve controle de memoria. Os resultados eviden
ciaram que as crianças menores dependem da última informação a
presentada, para fazerem seu julgamento moral, enquanto as
maiores usam, na ordem tradicional, julgamentos baseados na In
tenção e Consequência (dependendo da historia) na ordem inver
tida, julgam mais em função das Intenções.
Os dados referentes a memoria sugerem que a
lembran-ça tem um impacto direto no processo de julgamento. Os
peque--nos esquecem a informação Intenção, quando foi apresentado pri
meiro mais frequentemente do que a informação Consequência. To
mando os dados como um todo, os menores nao usam Intenção,mais
por dificuldade em lembrar esta informação.
Sulz, Gutkin e Kalle (1979), introduziram a variável
Consequência Social, com dois níveis (positiva e negativa). Os
sujeitos julgavam os atores numa escala de um a sete (de mau
para bom). Não há descrição das historias usadas. Memoria e
compreensao foram controladas através de "questões chaves". Re
sultados evidenciaram que crianças com 5-5 anos distinguem
en-tre boas e mas intenções sob consequencias sociais positivas
-mas nao sob consequencias sociais negativas. As crianças
maio-res, distinguem intenções boas e más, sob ambas condições. A
informação consequêncai foi usada por todas as cr1anças,
en-quanto a informação intenções é mais usada
ã
medida queaumen-ta a idade.
Quanto ã idade em que as crianças começariam a usar
ser antes da idade demarcada por Piaget, 6 anos (Armsby, 1977,
Feldman, Klosson, Parsons, Rholes e Ruble, 1976).
Gruen, Domerty e Cohen (1979), pesquisando crianças
com 3-6 anos em média, usando paradigma de Hebble, evidenciou
que elas distinguem entre intenções boas, mas e neutras e embo-
-ra estes resultados provenham de histórias-estímulos mal
cons--truidas. No exemplo citado na pesquisa, urna história
classifi-cada Corno "Boa Intenção/Consequência Negativa", a Intenção fica
ria melhor classificada corno "Intenção-neutra-acidental".
Dentro desta linha, avaliar em que idade as crianças
começam a usar a informação Intenções, Nelson (1980) pesquisou
cr1anças de 3 a 4 anos de idade, manipulando a forma de aprese~
tação das histórias-estímulos (bem construídas, segundo recomen
dações de Grueneich) que eram apresentadas verbalmente;
verbal-mente mais figuras com intenção implícita e verbalverbal-mente ma1s
figuras com intenção explícita. Também foi manipulado a ordem
de apresentação dos estímulos, sendo que um grupo recebeu as
histórias na ordem Inten~ão-Consequência (IC) e outro na ordem
Consequência-Intenção (CI). Foi controlada a memória e a
com-preensao e codificadas estas respostas para uma análise estatís
tica. Resultados evidenciaram que quando a informação está
ex-plícita, bons e maus resultados têm maior efeito no julgamento
do que quando a informação esta so implícita ou ausente na fig~
ra. Para as crianças de 3 anos, no grupo so verbal, as
conse--quenc1as tiveram um efeito mais forte do que a intençao.
Con-clui-se que a forma de apresentação dos estímulos afeta signifi
cativamente o uso de intenção e consequência em crianças
Moran 111 e O'Brien (1983), manipulando a informação
*
Consequência, evidenciaram que crianças de 3-6 e 4-6 anos em
média, julgam histórias Intenção positiva/Consequência
negati-va, em função das consequencias, mas na situação Intenção neg~
tiva/Consequência positiva, as crianças de 4-6 anos fizeramju~
gamentos baseados nas Consequências somente para histórias com
danos a propriedade, sugerindo que o julgamento de intenções ~
ma1s precoce, quando as consequências envolvem pessoas, em vez
de propriedades.
Moran 111 e Cullers (1984), ampliando o esquema da
pesqu1sa anterior, com histórias envolvendo Intenção positiva
e negativa combinadas com Consequências positivas e negativas,
envolvendo quatro situações: quebra de regras, danos a propr~
edades, danos a propriedades com interação de parceiros e
da-nos pessoais. Resultados evidenciaram que crianças pequenas
julgam mais em função das consequenc1as, com exceçao quando as ~
.
consequências envolvem danos
-
as pessoas, situação em que jul-gam em função das Intenções. Efeito de recentividade do
estí-mulo foi evidenciado para as crianças de 4 e 7 anos, com as de
4 anos respondendo mais em função do aspecto negativo da histó
r1a, sendo intenção ou consequência.
A partir desta revisao de pesqu1sas sobre intenção e
consequência no julgamento moral elaboraremos nossos pressupo~
tos conceituais tomando por base o trabalho de Piaget (1932) e
as contribuições de Hebb1e (1971), Karnio1 (1978) e Grueneich
(1982 )
(*) Usaremos esta
ro
ã
esquerdade e o número
- "3 6" 'd d d
notaçao - para grafar 1 a e, on e o
do traço de união refere-se aos anos da
ã
direita refere-se aos meses da idade.3 -
PRESSUPOSTOS CONCEITUAIS E LIMITAÇOES DO ESTUDO
o
julgamento das açoes de outras pessoas por cr1ançasé pesquisado neste estudo usando-se histórias hipotéticas.
Embora estas histórias estejam afastadas da prática rea1,co~
sidera-se que este julgamento represente tanto o raciocínio
como a prática real das condutas infantis.
Como paradigma de pesquisa, escolhemos o de Hebb1e
(1971) em detrimento do de Piaget, devido as seguintes
ra
-zoes:
a) uso de história única: a criança julga o ator de
cada história isolada, através de uma escala grad~
ada, representando um contínuo de mau para bom.De~
ta forma não obrigamos a criança fazer um ju1game~
to de escolha forçada, como nas histórias pareadas,
onde a criança tem que escolher uma história ou
outra;
b) torna a experimentação menos complexa, permitindo
a avaliação de julgamento de crianças com idade me
nor que seis anos;
c) permite uma análise quantitativa ma1S sofisticada,
com o uso da Análise de Variância.
Associado ao paradigma de Hebb1e, controlamos os
qua-tro componentes citados por Grueneich, por serem
o
primeiro componente refere-se a conceituação adequ~da dos conceitos intençao e consequencia. Quanto ao pr1me1ro
conceito Intenção, em todas as quatro histórias ação
é:
a) causal: o ato
é
causado pelo próprio ator dahis-tória;
b) intencional: o ator tem intenção de provocar o
ato descrito na história;
c)
d)
espontaneo: o ator
valência do motivo:
age espontaneamente; e
nas histórias de numero I e 2,
a valência
é
positiva,lência é negativa.
nas de numero 3 e 4, a
va-No segundo conceito, consequencia, em todas as quatro histórias,
ela
é
de natureza físico-pessoal, com as histórias de numero Ie 3 tendo valência positiva e as de número 2 e 4 com
negativa.
valência
o
segundo componente refere-se a construçao das histõrias estímulos. Usamos a Análise Gramatical de Stein e Glenn
nesta tarefa.
o
terceiro e o quarto componentes, memória e compree~sao, respectivamente, foram controlados com perguntas-chave.
Usando o paradigma de Hebble e controlando os quatro
componentes citados por Grueneich, pesqu1samos o uso das
in-formaç;es Intehção e Consequência em crianças de nosso meio,
controlando Idade e Sexo e manipulando Ordem e Modo de Aprese~
Estas variáveis foram selecionadas, dentro de todas
as possíveis de serem pesquisadas, por abrangerem uma faixa de
problemas atuais nesta área de pesquisa.
A variável idade, com dois níveis, pretende avaliar o
desenvolvimento do uso da informação Intenção, que a u me n t a r i a
com a idade. Pesquisas, desde o trabalho pioneiro de Piaget, e
videnciaram este padrão de desenvolvimento (Piaget, 1932,Hebble,
1971, Gutkin, 1972, Sulz, Gutkin e Kalle, 1979, Nelson, 1980 e
Q ,,",,- ;
Moran 111, 1974).
Quanto a variável sexo, espera-se que nao haja
dife-rença significativa entre os resultados dos men~nos e men~nas.
Ao manipularmos ordem de apresentaçao das informações
intenção e consequencai,
é
esperado que as crianças menores,ju!guem em função da última informação apresentada, intenção ou
consequencia, demonstrando um efeito de recentividade do estímu
lo, efeito este que nao deve aparecer no grupo das crianças ma~o
res.
Juntamente com ordem de apresentaçao, a variável modo
de apresentação dos estímulos configura-se como uma das
peças-chave deste trabalho. Esta variável
é
apresentada em trêsní-veis:
a) primeiro nível: apresentaçao das histórias
somen-te de modo verbal;
b) segundo nível: apresentaçao das histórias de modo
cita"; e
c) terceiro nível: apresentação das histórias de
mo-do verbal mais figuras com informação "intenção ex
plícita".
Chandler, Greenspan e Barenboim (1973) evidenciaram que o mel.o
utilizado influencia o julgamento moral de crl.anças, embora
Ry-bash e Rodin
te. N eIs on
(1978)
(1980) ,
interpretem os resultados de forma
diferen-utilizando cartões com figuras dos atores,
onde a intençao estava implícita numa série e explícita em
ou-tra, evidenciou que crl.anças
este modo de apresentação de
de 3-6 anos
estímulo~-sao influenciadas por
Este trabalho utiliza o
mesmo tipo de material e procedimento da pesquisa de Nelson. Es
pera-se que as crianças do grupo menor sejam influenciadas pelo
modo e ordem de apresentação dos estímulos.
Já a presente pesquisa tem como delimitação o estudo
do julgamento moral, através de histórias, de uma amos t ra de
crianças da Cidade do Rio de Janeiro, usando-se um esquema exp~
rimental. Os dados resultantes sofrerão as limitações cabíveis
quanto
ã
generalização.Com a finalidade de propor uma avaliação de como os
conceitos de intenção e consequência sao usados na formação do
• julgamento moral de crianças, foram levantadas uma série de
4 -
QUESTOES LEVANTADAS
I - Como as crianças de nosso meio fazem julgamentos
morais?
2 - Qual a importância da intenção no julgamento
mo-ral?
3 - Qual a importância da consequência no
to moral?
julgamen-4 - Qual a influência da ordem de apresentaçao das
informações intenção e consequência no
julgamen-to moral?
5 - Qual a infl"uência do modo de apresentaçao das in
formações intenção e consequência no julgamento
5 -
HIPÔTESES
são estas as hipóteses de nossa pesquisa, que
refle--tem as variáveis estudadas:
1 - Crianças menores julgam em função da informação
conse-quenc1a, e as maiores, em função da informação
inten-çao.
2 - Crianças menores, do grupo apresentaçao só verbal,
or-dem IC, julgarão em função das consequências.
3 - Crianças menores, do grupo apresentaçao verbal ma1S
1n-tenção implícita, ordem IC, tenderão a julgar em função
da intenção.
4 - Crianças menores, do grupo verbal ma1S intenção explíci
ta, ordem IC, julgarão em funçã~ da intenção.
5 - Crianças menores, dos grupos só verbal; verbal ma1s
intenção implícita e verbal mais intenção explícita, or
dem CI, julgarão em função da intenção.
6 - Crianças maiores, julgarão em função da Intenção,
inde-pendente da ordem e modo de apresentação.
Para melhor compreensão, descreveremos os principais
6 -
DEFINIÇAO DE TERMOS
I - Desenvolvimento moral:
ê
o desenvolvimento das estruturas cognitivas e emocionais que permitem ao indivíduo
tornar-se um membro competente da sociedade.
2 - Julgamento moral:
de terceiros.
é
a avaliaç-ao dos atos proprios ou3 - Intenção: refere-se aos estados psicológicos ou
condi-çoes mentais, as qua1s, da perspectiva da psicologia 1n
genua, sio relevantes para o comportamento do ator.
Neste capítulo, o Problema, desenvolvemos a
fundamen-taçao teórica deste estudo e descrevemos as principais
pes-qU1sas que orientaram a formaçio dos pressupostos
tuais que levaram a elaboração das hipóteses.
concei
No próximo capítulo, Procedimentos Metodológicos, des
creveremos a populaçio e amostra, o esquema de pesqu1sa, as
variiveis os instrumentos, o procedimento, a coYeta de
CAP!TULO 11
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
1 - POPULAÇAO E AMOSTRA
A amostra consta de 120 crianças do pre-primario e
la. Série do 19 Grau do Colegio Bennet do Instituto Metodis
ta de Ensino, situado na Cidade do Rio de Janeiro - RJ.
Todos os sujeitos sao de nível soc~o-econom~co
-
.
-
.
de me--dia para alto, conforme dados fornecidos pelo próprio
colé-gio.
Os sujeitos foram divididos em dois grupos, com 60
crianças em cada um. O grupo dos menores, com média de ida
de igual a 4-3 tendo uma amplitude de idade variando de
3~10 a 5,3 anos. O grupo dos maiores, com media de idade
i
gual a 7-,-2 anos, tendo amplitude de idade variando de
6-10 a 8~6 anos. Cada grupo composto de metade de cada se
xo.
2 -
ESQUEMA DE PESQUISA
O esquema de pesquisa e um fatorial 2 x 2 x 2 x 3 x 4.
A primeira Variável Independente e Sexo, com dois níveis:mas
culino e feminino; a segunda Variável Independente é idade,
com do is n~ve~s:
..
.
grupo dos menores e grupo dos ma i o r e s • Ainformações: intenção e consequencia, com dois níveis, sendo o
primeiro a ordem IC (primeiro a informação "intenção" seguida
d a i n f o rm a ç ã o " c o n s e quê n c i a "), o s e g u n d o a o r d e m C I (primeiro
a informação "consequência", seguida da informação "intenção").
A quarta Variivel Independente ~ o modo de apresentação das hi~
tórias estímulos, com três níveis.
o
primeiro nível ~ aapre-sentação só verbal das histórias, o segundo nível ~ a apresent~
çao verbal mais figuras com intenção implícita, o terceiro
vel ~ a apresentaç-ao verbal mais figuras com intenção
explíci-ta. A quinta Variivel Independente ~ constituída das h is t
ó-rias, com quatro níveis, correspondendo as histórias de 1 a 4.
Esta variável ~ medida repetidamente em cada sujeito.
Os sujeitos foram aleatoriamente designados para cada
grupo experimentalmente manipulado, após ter sido feito o
con-trole de idade e sexo.
3 -
VARIJ\VEIS
1 - Variáveis Independentes
1.1 - Sexo: masculino
feminino
1.2 - Idade: menores (idade m~dia 4 - 3 anos)
maiores (idade m~dia 7 - 2 anos)
1.3 - Ordem de apresentaçao das histórias
1.3.1 - Ordem Ie: nesta ordem a informaç-ao inten
1.3.2 - Ordem CI: nesta ordem a informação consequência
precede a informação intenção.
1.4 - Modo de apresentaçao das histórias estímulos
1.4.1 - Apresentação so verbal:
-
neste modo deapresenta-çao o experimentador (E)
conta em voz alta para o sujeito (S) as
histórias-estimulo.
1.4.2 - Apresentação verbal ma1S figura com intenção
1m-plícita: neste modo de apresentação o
experimen-tador conta em voz alta para o sujeito
as histórias-estímulo acompanhadas de figura
(fi-guras n9 4, 8, 5, 6 e 7) sobre a história, com a
intenção do ator implícita.
1.4.3 - Apresentação verbal ma1S figura com intenção
ex-plícita: neste modo de apresentação o
experimen-tador conta em voz alta para o sujeito
acompanhado de figuras (figuras 9, la, 5, 6 e 7)
sobre a história, com a intenção do ator
exp1íci-ta.
1.5
-
HistóriasHl:~
IC: 1+ C+História n9 1
-CI: C+ 1+
H2:1
IC: 1+
C-História n9 2
-CI: C- 1+
H3:
~
IC: 1- C+
História n9 3
-CI: C+
1-H4:1
IC: 1-
C-História n9 4
1-2 - Variável Dependente
A Variável Dependente é a avaliação dos sujeitos qua~
to a bondade ou maldade da ação do ator na história
estímu-lo. Ele expressa este julgamento numa escala de cinco faces
(figura n9 11), de rancorosas a sorridentes, que o experime~
tador transforma posteriormente numa escala numérica de 1
(múito mau) a 5 (muito bom).
4 - INSTRUMENTOS
1.
Histórias-estimulo
Foram construídas para corresponder ao máximo possível do
ideal de história "bem construída" de Stein e Glenn (in Gru
eneich) . As histórias são apresentadas abaixo, em termos
de sua relação com a gramática, sendo as categorias da
gra-mática colocadas
ã
esquerda e o conteúdo correspondentehistória do lado direito.
CATEGORIA DA HIST6RIA
f
I
CONTEÚDO DA HISTÓRIA~================~
da
.
Situação --- Este men~no estava num parque
Evento inicial --- jogando bola e seu am~go nao
L.--C_A_T_E_G_0_R_I_A_D_A _ _ H_I_S_T_6_R_I_A _ _ _ _
--'11
CONTE uno nA H 1ST 6RIA Resposta interna- nível intencional I (motiva
çãoção positiva) --- Ele quis Jogar a bola para que
ele pudesse jogar.
- nível intencional 2 (motiva
ção negativa) - - - - Ele quis jogar a bola para que
atingisse no colega de
propó-sito.
Ação - - - - Ele entao jogou a bola.
Consequência direta
nível consequencia I (conse
quência positiva) - - - - Seu am1go pegou a bola e
fi-cou contente de jogar com ela.
nível consequenc1a 2 (conse
quência negativa) --- A bola bateu na cabeça de seu
amigo e ele chorou.
Os n1ve1S de intenção e consequência foram definidos
...
.
manipulando as categorias "respostas internas" e a
"consequên-cia direta" respectivamente, que combinadas fatorialmente pr~
duziram quatro histórias na ordem tradicional
A
ordem consequência/intenção(CI)
fo i produzida mo vendo-se a "resposta interna" de sua posição tradicional,colo-cando-a depois da "consequência direta", com a colocação
apro-priada, isto e, como neste exemplo:
-
"o menino jogou a bola po.!:.que . . . "
Desta forma as histórias passaram a ter a seguinte for
ma final:
- História n9 I (HI): intenção positiva combinada com consequê~
cia positiva.
"Este men1no estava num parque jogando bola e seu
am1-go não tinha nada para brincar. Ele quis Jogar a bola
para que ele pudesse jogar. Ele jogou a bola. Seu ami
go pegou a bola e ficou contente de jogar com ela".
- História n9 2 (H2) intenção positiva/consequência negativa.
"Este menino estava num parque jogando bola e seu ami
go não tinha nada para brincar. Ele quis jogar a bo-
.
la para que ele pudesse jogar. Ele jogou a bola. A
bola bateu na cabeça de seu amigo e ele chorou".
- História n9 3 (H3) intenção negativa/consequência positiva,
"Este menino estava num parque jogando bola e seu am1
go não tinha nada para brincar. Ele quis jogar a
bo-la para que atingisse ele de propósito. Ele jogou a
bola. Seu amigo pegou a bola e ficou contente de
- História n9 4 (H4) intenção negativa/consequência negativa.
"Este men~no estava num parque jogando bola e seu am~
go não tinha nada para brincar. Ele qu~s jogar a
bo-la para que atingisse ele de propósito. Ele jogou a
bola. A bola bateu na cabeça de seu amigo e ele
cho-rou".
- História n9 lA (H1A) consequencia positiva/intenção
positi-va.
"Este men~no estava num parque jogando bola e seu am~
go nao tinha nada para brincar. Ele jogou a bola
pa-ra ele, ele então a pegou e ficou contente. O menino
jogou a bola por que quer~a que seu amigo também brin
casse".
- História n9 2A (H2A) consequencia negativa/intenção
positi-va.
"Este men~no estava num parque jogando bola e seu am~
go não tinha nada para brincar. Ele entao jogou a
bola para êle. A bola bateu na cabeça de seu amigo e
ele chorou. O menino jogou a bola por que queria
que seu amigo também brincasse".
- História n9 3A (H3A) consequencia positiva/intenção
negati-va.
go nao tinha nada para brincar. Ele jogou a bola
pa-ra ele. Ele pegou a bola e ficou contente. O menino
jogou a bola porque quer1a que ela o atingisse de pr~
pósito".
- História n9 4A (H4A) consequencia negativa/intenção
negati-va.
"Este men1no estava num parque jogando bola e seu am1
go não tinha nada para brincar. Ele Jogou a bola
pa-ra ele. A bola bateu na cabeça dele e ele chorou. O
menino jogou a bola porque queria que ela o atingisse
de propósito".
2 - Figuras
Com a finalidade de pesquisar-se a influência do modo
de apresentação da informação '~ntençãd~ foram construidos
dois conjuntos de figuras (veja figuras de n9 4 a 10). Cada
figura foi feita num cartão de fundo branco de 23 x 25cm,d~
senhados de forma simples. Na primeira série a intenção do
ator está implícita por sua expressão facial. Na segunda se
-rie, a intenção está explicita no "pensamento" do ator,
re-presentado num "balão" tipo de história em quadrinhos.