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Opinião, conhecimento e atitudes de adolescentes sobre a sexualidade: uma contribuição para professores, médicos e enfermeiros

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Academic year: 2017

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

MIRTES SALANTIER ROMÃO

OPINIÃO, CONHECIMENTO E ATITUDES DE ADOLESCENTES SOBRE A SEXUALIDADE – UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PROFESSORES, MÉDICOS

E ENFERMEIROS

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

MIRTES SALANTIER ROMÃO

OPINIÃO, CONHECIMENTO E ATITUDES DE ADOLESCENTES SOBRE A SEXUALIDADE – UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PROFESSORES, MÉDICOS

E ENFERMEIROS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências.

Orientadora: Dra. Maria Sylvia de Souza Vitalle

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E SAÚDE NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA

Diretor Acadêmico: Prof. Dr. Marcos Cezar de Freitas

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OPINIÃO, CONHECIMENTO E ATITUDES DE ADOLESCENTES SOBRE A SEXUALIDADE – UMA CONTRIBUIÇÃO PARA PROFESSORES, MÉDICOS

E ENFERMEIROS

Guarulhos, ____ de _____________ de 2011.

________________________________

Profa. Dra. Maria Sylvia de Souza Vitalle UNIFESP

Presidente da Banca

_______________________________________ Prof. Dr. ______________________________ Instituição_____________________________

_______________________________________ Prof. Dr. ______________________________ Instituição_____________________________

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Aos meus pais que sempre confiaram e acreditaram em mim; que estiveram e estão ao meu

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À Deus que em sua infinita sabedoria, sabe sempre o que é melhor para nós.

À minha orientadora, Profa. Dra. Maria Sylvia de Souza Vitalle que sempre esteve à disposição para auxiliar-me em qualquer momento. Agradeço a amizade, as nossas conversas, nossas risadas, nossos cafés e almoços, aos puxões de orelha, a inigualável paciência, ao apoio e a confiança em momentos nos quais nem eu mesma tinha certeza de ser capaz.

Ao Diretor Acadêmico do campus UNIFESP de Guarulhos e querido professor, Dr. Marcos Cezar de Freitas, que permeado de paciência sempre se colocou a disposição em qualquer momento para sanar dúvidas, orientar, ensinar e repreender. Sem seus conhecimentos sobre a criança do ponto de vista educacional, nada poderia ser visto com a perspectiva apresentada nesta pesquisa.

Ao meu então chefe e amigo, Dr. José Carlos Hass que sempre apoio o meu desenvolvimento acadêmico e profissional, fomentando e implementando as minhas referências e revisando os meus textos.

Aos meus amigos, que são poucos, mas valem por muitos. Que compreenderam as minhas crises e devaneios. Que sempre estiveram comigo neste caminho.

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“As coisas têm muitos jeitos de ser, depende do jeito que a gente vê. O comprido pode ser curto e pouco pode ser muito. O manso pode ser bravo e o escuro pode ser claro. O fino pode ser redondo e o doce pode ser amargo. O quente pode ser frio e o que parece um mar também pode ser um rio. (...) Quem já se queimou num pedaço de gelo e sentiu muito frio depois de um banho quente não pode se espantar do frio poder queimar e o quente também esfriar. Uma árvore é tão grande se a gente olha lá para cima, mas do alto de uma montanha ela parece tão pequenina. Grande ou pequena depende do quê? Depende de onde a gente vê. ... O pouco pode ser muito, o quente pode ser frio, Será que tudo está no meio e não existe só o bonito ou só o feio?

O comprido pode ser curto, o fino pode ser redondo, Parece mesmo que no fim o bom pode ser ruim, E, neste caso então, por que não o ruim pode ser bom? Curto e comprido, bom e ruim, vazio e cheio, bonito e feio - são jeitos das coisas serem, depende do jeito da gente ver. Ver de um jeito agora e de outro jeito depois, ou melhor ainda, ver na mesma hora os dois.”

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Objetivo: verificar os conhecimentos e atitudes de adolescentes estudantes frente à contracepção, principalmente a de emergência, como e com quem foram adquiridos e sua opinião sobre como médicos, enfermeiros e professores podem melhor contribuir para sua orientação sexual. Método: de agosto a novembro de 2010, foram aplicados questionários em sala de aula, da EMPG Gen. Newton Reis. Utilizou-se questionário semi-estruturado, autopreenchível, anônimo, contendo perguntas gerais sobre sexualidade, métodos contraceptivos, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis, dúvidas quanto às transformações corporais e de como professores, enfermeiros e médicos podem auxiliar os adolescentes escolares a sanar suas dúvidas. Consistiu em pesquisa de caráter observacional, descritiva, quanti-qualitativa, corte transversal, prospectivo cuja técnica de investigação foi perguntas fechadas (quantitativas) e abertas – sob a forma de testemunho (qualitativas). Resultados: Dos 196 alunos matriculados de 5ª a 8ª séries 176 alunos presentes na ocasião da aplicação do questionário, 107 apresentaram a autorização (TCLE e TA). O percentual dos adolescentes do sexo feminino prevalece (62%). A idade média é de 13 anos entre os estudantes de 5ª. a 8ª. série do ensino fundamental. A maior parte dos adolescentes estudantes ainda não teve a primeira relação sexual (63% - masculino/ 86% - feminino). A menarca apareceu na idade média de 11 anos (27%). Os adolescentes estudantes não passam por consulta médica periódica (61% - masculino /58% - feminino). Conclusões: O método contraceptivo mais conhecido pelos adolescentes do sexo masculino e do sexo feminino é a camisinha masculina, conhecida, também, como condom. Sendo que a principal fonte de informação para o seu conhecimento dos métodos contraceptivos difere entre os grupos. Para o grupo masculino a principal fonte são os amigos e a escola; e para o grupo feminino são o professor e a família. Referente à opinião do adolescente escolar de como médicos, enfermeiros e professores podem contribuir para a sua orientação sexual. Segundo o seu ponto de vista, o professor não está preparado para abordar a temática de sexualidade em sala de aula simplesmente pelo fato de não serem técnicos da área.

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Objective: verify the knowledge and attitudes of teenage students about contraception, specially the emergency one, how and with whom they acquired them and their opinion about how doctors, nurses and teachers can best contribute to their sexual orientation. Method: from August to November 2010, questionnaires were distributed in classrooms of EMPG Gen. Newton Kings. Using semi-structured, anonymous and self-filling questionnaires containing general questions about sexuality, contraception, pregnancy, STDs, doubts regarding body transformations and how teachers, nurses and doctors can help teenage students to clarify their doubts. It was consisted of observational, descriptive, quanti-qualitative, forward-looking cross cutting research, in which technique of research was closed questions (quantitative) and open questions – in the form of testimony (qualitative). Results: From 196 students enrolled from 5th to 8th grades, 176 students present at the time of application of the questionnaire, 107 presented the authorization (TCLE and TA). The percentage of female adolescents prevails (62%). The average age is 13 years among students from 5th to 8th grades of elementary school. The majority of teenage students haven't had the first sexual intercourse (63%-86%-male/female). The menace appeared in the average age of 11 years (27%). The teenage students don´t undergo periodic medical consultation (61%-58%-male/female). Conclusions: the contraceptive method known by male and female adolescents is the male condom. The main source of information for their knowledge of contraceptive methods differ among groups. For boys, the main source are friends and schools; and for girls are teachers and the family. Concerning the adolescent's opinion about how schools, doctors, nurses and teachers can contribute to their sexual orientation. According to their point of view, the teachers are not prepared to address the theme of sexuality in classrooms, simply because they are not from this technical area.

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Tabela 1 – Caracterização da população segundo sexo, idade, série,

relação sexual, idade da menarca e consultas médicas... Pág. 22

Tabela 2 – Conhecimento dos adolescentes estudantes sobre os métodos

contraceptivos... Pág. 23

Tabela 3 – Atitude dos adolescentes estudantes sobre o uso dos métodos

contraceptivos... Pág. 24

Tabela 4 – Conhecimento dos adolescentes sobre o período

menstrual... Pág. 25

Tabela 5 – conhecimento dos adolescentes sobre a contracepção de

emergência (“pílula do dia seguinte”)... Pág. 26

Tabela 6 – Opinião dos adolescentes sobre a contracepção de emergência

(“pílula do dia seguinte”)... Pág. 28

Tabela 7 – Opinião dos adolescentes sobre o conhecimento sexual na

escola... Pág. 29

Tabela 8 – Opinião dos adolescentes sobre segurança na troca de

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xi AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida CE – Contraceptivo de Emergência

DSTs – Doenças Sexualmente Transmissíveis ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente MEC – Ministério da Educação e Cultura OMS – Organização Mundial de Saúde PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais TA – Termo de Assentimento

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TTs – Temas Transversais

UBSs – Unidades Básicas de Saúde

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Fundamentação teórica... Pág. 01

Justificativa... Pág. 08

Objetivos... Pág. 10

Métodos... Pág. 12

Resultados... Pág. 20

Resultados quantitativos... Pág. 21

Resultados qualitativos... Pág. 31

Discussão dos resultados quantitativos... Pág. 32

Discussão dos resultados qualitativos... Pág. 40

Contribuições... Pág. 56

Limitações do estudo... Pág. 57

Conclusão... Pág. 58

Considerações Finais... Pág. 60

Referências Bibliográficas... Pág. 62

Fontes Consultadas... Pág. 71

Apêndices... Pág. 73

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A paixão pela leitura foi percebida já na infância. Desde pequena brincar de ser professora demonstrava o meu futuro. Escolhi uma graduação que estivesse voltada para o meu prazer: a leitura. Assim, estudei Letras com habilitação em Espanhol. Comecei a trabalhar na área da docência já no último ano da universidade. Ministrei aulas por quatro anos consecutivos nas escolas estaduais de São Paulo, iniciei a minha pós-graduação lato-sensu na Pontifica Universidade Católica de São Paulo em Ensino de Espanhol para Brasileiros, quando recebi uma proposta de trabalho: atuar como secretaria de um Diretor Técnico em um grande hospital de São Paulo. Como gosto de desafios e estava desestimulada na área educacional, aceitei o convite.

Descobri que não bastava apenas interpretar corretamente os textos, mas precisava conhecer os termos técnicos utilizados. Fui em busca de conhecimentos. Terminei a pós-graduação da PUC e já iniciei outra em Administração dos Serviços de Saúde, concomitante ao outro curso de Administração Hospitalar e Administração em Controles de Infecções em Saúde. Comecei, assim, a familializar-me com os termos.

Mas, não estava contente. Algo me faltava. Precisava lecionar para me sentir profissional. Comecei a atuar em escolas privadas e logo estava ministrando aulas no ensino superior em faculdades privadas. Minha produção melhorou muito e fui convidada a assumir a Coordenação de Qualidade Hospitalar de um hospital de médio porte. Novo desafio aceito.

A partir deste momento, comecei a buscar mestrados que contemplassem a minha formação e acrescentassem na minha carreira acadêmica. Foi quando um amigo me informou que havia um campus da Unifesp em Guarulhos e que tinha um programa de mestrado contemplando as áreas de saúde e educação. Como ele mora próximo a Unifesp, ficou de buscar as informações. Logo pela manhã seguinte ele me ligou desesperado, informando que aquele era o último dia para inscrição e encaminhamento de um projeto. Como eu já tinha uma proposta desenhada, na mesma hora acessei o site e enviei o meu projeto.

Fiz a prova e a entrevista com a minha orientadora. Naquele momento sabia que tinha recebido um presente. Meu chefe me deu todo apoio e me liberou para freqüentar as aulas, claro que em troca de plantões de finais de semana para repor a carga horária. Um ano depois, recebi nova proposta na minha carreira: assumir a Gerência de Qualidade de onze hospitais do município de São Paulo.

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forma diferente de ver a sexualidade; Prof. Dr. Brêtas que com sua metodologia em aula, nos deu autonomia para caminharmos sós, mas sem estar fora do alcance de sua supervisão.

Desde o primeiro encontro, agradeço sempre pela minha orientadora. Consegui vencer mais um desafio, fazer o mestrado com três empregos não é algo impossível, como me falaram no começo. É uma questão de administração e perseverança.

O trabalho abordado na dissertação veio, inclusive, dar subsídios a dificuldades no meu percurso de docente, pois a abordagem de Temas Transversais sempre é difícil, demandando maior energia para os docentes, pois, tem que perpassar todas as disciplinas e algumas delas não se têm nenhuma intersecção.

Esta etapa que se finda contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Mostrou-me que o meu caminho da vida acadêmica sempre esteve correto. Fica a contribuição dos vários olhares sobre a criança e os adolescentes. As várias formas de abordagem que confluíram para a mesma perspectiva.

Toda esta pesquisa foi trabalhosa e enriquecedora, desde a formulação e desenho da proposta até o momento final. A entrega deste material representa muito mais que simples resultados obtidos de dados tabulados e analisados. A apresentação desta dissertação é o produto final de inúmeras etapas desenvolvidas minuciosamente. É a realização de um sonho.

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A adolescência é a etapa da vida fixada entre a infância e a fase adulta, marcada por inúmeras transformações de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial (Ministério da Saúde, 2005; Heilborn et al., 2006; Schoen-Ferreira et al., 2010). Para efeitos legais o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA - fixou a faixa etária de 12 a 18 anos o período compreendido como adolescência e a Organização Mundial de Saúde - OMS, 1975 - relaciona este período à segunda década da vida, ou seja, período compreendido de 10 a 19 anos.

As novas instituições, criadas ou remodeladas pelo discurso médico e psicopedagógico, surgiram em virtude da necessidade de instituir dispositivos apropriados para a educação de crianças e jovens com o objetivo da produção de novos sujeitos (César, 2008).

Historicamente, o adolescente começou a ser estudado em 1904, por Stanley Hall, apresentando o “adolescente americano”, em sua obra Adolescence. Estudo realizado com base em suas observações e influenciado pela teoria de evolução das espécies de Darwin, apresenta-se assim, as primeiras explicações sobre as transformações entre os estágios de criança e adulto (Melvin e Wolkmar, 1993; Mussen et al., 1997; Santrock, 2003; Cole e Cole, 2004).

De forma geral, Hall apresenta a adolescência como uma fase importante para todo o desenvolvimento humano, iniciando a maturação do organismo para a reprodução. É nesta fase que todas as influências permearão a vida adulta do indivíduo, principalmente pelas instituições em que ele convive: religião, economia, política, moral, entre outras (Formigli et al., 2000; Schoen-Ferreira et al., 2010).

O conceito de adolescência envolve um campo mais amplo de desenvolvimento biopsicossocial. A puberdade constitui apenas uma parte da adolescência cujas características são predominantemente influenciadas pela aceleração e desaceleração do crescimento físico, da mudança nítida do corpo, da eclosão hormonal e da maturação sexual (Ministério da Saúde, 2005; Santos, 2005; Ciampo e Ciampo, 2010; Silva et al., 2010; Schoen-Ferreira et al., 2010).

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fisiológicos e anatômicos, tendo como principal propulsor às alterações hormonais que preparam o adolescente para a reprodução.

A adolescência relaciona-se às mudanças psicossociais ocorridas nesta faixa-etária. É neste momento que se estabelece a identidade sexual, a individualização e a definição de sua identidade. Todavia, este período – adolescência – não tem sempre as mesmas características, expressões e formas, ela sobre alteração em todas as culturas, pois é o resultado das influências vivenciadas no meio em que se convive. Assim sendo, a adolescência é vista como um período da vida. Apesar de toda a evolução mundial, este período ainda é muito bem vigiado, isto pelos inúmeros motivos de desconfianças dos adultos que tenta controlá-lo de várias formas (Caramaschi, 2006; Ciampo e Ciampo, 2010).

Conforme o corpo se transforma e adquire a formação adulta, o adolescente se molda na imagem definitiva do seu sexo (Caramaschi, 2006).

Claro está que a adolescência é um período de transformações, questionamentos e curiosidades, principalmente relacionadas a sexualidade e ao sexo. É nesta fase que os adolescentes tomam conhecimento das transformações hormonais, das doenças sexualmente transmissíveis – DSTs – e dos métodos contraceptivos. Por vez, se não na maioria delas, é nesta fase que se inicia a atividade sexual e como fruto de atividade não planejada, ainda como forma de experimentação, pode acontecer a gravidez inoportuna, causando “transtornos” para o evoluir do desenvolvimento saudável da adolescente.

“O exercício da sexualidade na adolescência poderá constituir risco de grau variável para comprometimento do projeto de vida e até da própria vida, bastando para isto lembrar conseqüências como a gravidez precoce, o aborto, AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis” (Saito e Leal, 2000).

A gravidez na adolescência ocorre sem planejamento ou pretensão e, normalmente, é fruto de relacionamentos instáveis. Os riscos a saúde da adolescente são inúmeros como, por exemplo: o aborto, anemia, eclâmpsia, desproporção cefálico-pélvica, hemorragia, parto prolongado e até a morte materna (Saito e Leal, 2007). Sua conseqüência também tem reflexos na estrutura familiar e muitas vezes, por vergonha ou medo, o abandono escolar (Yazlle, 2006).

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A prevenção da gravidez não planejada pode ser reduzida em, aproximadamente, 50% quanto utilizado um programa de planejamento familiar articulado com a adolescência (Fernández et al., 2008).

Dentre as várias formas de contracepção existentes, o contraceptivo de emergência – CE – embora conhecido de longa data, é método moderno, porém com divulgação ainda inadequada e insuficiente. Existe hoje, no universo dos serviços de saúde pública e dos órgãos responsáveis pelas políticas na área de saúde reprodutiva do país, um esforço para divulgar e disponibilizar esta alternativa emergencial para ser usada. Cabe salientar que este não é um método contraceptivo típico; seu uso deve ser exceção e seu acompanhamento, preferencialmente, deve ser feito por profissional da saúde (Silva e Surita, 2008). Daí a importância de diagnosticar o conhecimento dos adolescentes escolares sobre este método.

Estudos realizados no início do século passado demonstraram que os extratos de estrógenos produzidos pelo ovário influenciavam na gravidez dos mamíferos. Os usos dos estrógenos após relações sexuais em seres humanos só começaram a ser utilizados na década de 40, no entanto demonstrações científicas só começam a aparecer depois dos anos sessenta (Botell e Bermúdez, 2006). Nesta época, as mulheres norte-americanas já utilizavam as concentrações de etinilestradiol ou de dietilestilbestrol em emergências nas relações sexuais desprotegidas e sem intenção de gravidez (González, 1998; Machado, 2001).

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a sobrecarga hormonal e, conseqüentemente, diversos efeitos colaterais no metabolismo que vão desencadear sintomas, principalmente gástricos, circulatórios e de cefaléia (Ministério da Saúde, 2005), segundo é eficaz do ponto de vista contraceptivo, porém, o uso regular desregula o ciclo menstrual e termina facilitando a ineficácia do método, favorecendo a gravidez (Figueiredo e Peña, 2000).

Desta forma, não se recomenda o uso indiscriminado havendo as seguintes indicações:

a) relação sexual sem uso rotineiro de método anticonceptivo;

b) falha reconhecida ou presumida do método utilizado de rotina – rompimento do preservativo ou deslocamento do diafragma;

c) uso inadequado de anticonceptivo – esquecimento (seja oral ou injetável), cálculo incorreto do período fértil, interpretação errada da temperatura basal;

d) violência sexual.

O uso da CE deve ser feito até cinco dias após a relação sexual, por consoante seus efeitos são melhores quando utilizadas nas primeiras 72 horas do pós-coito. Cabe salientar que apesar de ser contra-indicado o uso do CE em gravidez comprovada, comprovação de efeitos teratogênicos em situações que adversamente, a paciente o tenha usado (Hapangama et al., 2001; Vitalle e Reato, 2006; Leyva-López et al., 2010; Borges et al., 2010).

“O preservativo continua como método de primeira escolha para adolescentes, pois propicia a dupla proteção. Entretanto, a possibilidade de acidente com o preservativo deve ser considerada, e, nesse caso, a associação com a CE deve ser orientada” (Vitalle e Reato, 2006).

Por conseguinte, pode-se definir a CE como um medicamento ou dispositivo cuja finalidade é prevenir a gravidez depois de uma relação sexual desprotegida. Desta forma, esta significa uma segunda oportunidade para prevenir a gravidez não planejada (Peláez, 2001; Croxato, 2002; ACOG, 2005; Fernández, 2008). Por tanto, as adolescentes que tiveram uma relação desprotegida e não tem a intenção de engravidar podem optar pela CE como um recurso que pode tornar-se um vínculo entre o sistema de saúde e a forma de obter informações e orientações quanto aos métodos regulares de contracepção (Grossman e Grossman, 1994; Ho, 2000; Croxato, 2002; ACOG, 2005).

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escolares. Considerando que sexualidade é inerente à vida e à saúde e que se expressa desde cedo no ser humano, o Ministério da Educação e Cultura – MEC – observando que os alunos demonstram a necessidade de entender a sexualidade e compreendendo que cabe à escola desenvolver a ação crítica, reflexiva e educativa destas questões trazidas pelos alunos para dentro da escola, criou os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – em 1997 e os Temas Transversais – TTs , que em seu Volume 10 traz a Orientação Sexual cuja finalidade é fomentar a oferta de reflexões e discussões dos profissionais técnicos, dos professores e de toda a equipe pedagógica, incluindo os pais e responsáveis pelos adolescentes. Sendo assim, o principal foco é contribuir para que os alunos possam desenvolver e exercer sua sexualidade com prazer e responsabilidade, garantindo-lhes os direitos básicos de todos, como a saúde, a informação e o conhecimento (Ministério da Educação e Cultura, 1997).

“Se a meta é informar ou, melhor ainda, formar, a escola destaca-se entre os grupos de referência por ser esta a sua função precípua. Nesse espaço pedagógico, a orientação sexual torna legal a discussão sobre sexualidade” (Saito e Leal, 2000).

No momento em que a orientação sexual passa a ser desenvolvida na escola, apresentando, caracterizando, informando e orientando quanto as DSTs, métodos contraceptivos entre outros, há a promoção de saúde dos adolescentes (Ministério da Educação e Cultura, 1997).

É importante salientar que tanto a gravidez não planejada como o aborto provocado podem ser prevenidos mediante uma ação da área da saúde – que abarca o Planejamento Familiar – na oferta de orientação e de uma variedade de métodos contraceptivos seguros e eficazes (Fernández et al., 2008).

Com o intuito de agregar conhecimentos para um único objetivo – promoção da saúde – entende-se o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na inserção sócio-cultural e busca na promoção a prevenção e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável (Ministério da Saúde, 2007).

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“A maioria dos temas corresponde a tópicos que, até nossos dias, foram oficialmente silenciados ou tratados de modo ambíguo, nas práticas escolares e sociais. Talvez, por esse motivo as professoras tenham tal aspecto como uma lacuna em sua formação. Deste modo, desenvolver o projeto de educação comprometida com o desenvolvimento das capacidades que permitam intervir na realidade para transformá-la”, proposto pelo texto de apresentação dos TTs seja algo distante das possibilidades de trabalho da maioria das educadoras. Assim como pode representar uma imposição e um tarefa impossível, em vista das características de sua formação para a docência, a organização dos conteúdos em torno de projetos, como prevê a política educacional em questão. Vale notar que, no documento de Apresentação dos TTs, há o reconhecimento da insuficiência da formação de professoras para o lido com as questões em pauta. Apesar disso, não são mencionadas alternativas para solucionar esse problema da formação inicial e em docência das professoras (Auad, 2005b).

Dada a importância pode-se concluir que programas objetivando prevenir a gravidez indesejada na adolescência são especialmente importantes, além da oferta de informações de transformações corporais, DSTs e métodos contraceptivos.

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Objetivo Geral

Verificar os conhecimentos e atitudes de adolescentes estudantes frente à contracepção, principalmente a de emergência, como e com quem foram adquiridos e sua opinião sobre como médicos, enfermeiros e professores podem melhor contribuir para sua orientação sexual.

Objetivos Específicos

1. Verificar qual o método contraceptivo mais conhecido pelos adolescentes do sexo masculino e do sexo feminino.

2. Verificar qual a principal fonte de informação para os adolescentes quanto ao seu conhecimento dos métodos contraceptivos;

3. Avaliar o conhecimento dos adolescentes do sexo feminino e do sexo masculino quanto ao uso da contracepção de emergência;

4. Observar quais as principais fontes de aquisição de conhecimento sobre contracepção de emergência nos adolescentes escolares dos sexos feminino e masculino;

5. Avaliar a porcentagem de adolescentes do sexo feminino e do sexo masculino que já tiveram relação sexual;

6. Avaliar com que freqüência os adolescentes utilizam métodos contraceptivos nas relações sexuais;

7. Avaliar segundo a opinião do adolescente escolar dos sexos feminino e masculino como professores, médicos e enfermeiros podem contribuir para sua orientação sexual;

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Casuística

Os questionários foram aplicados na escola, em sala de aula, na presença do investigador principal que se colocava disponível para orientar sobre dúvidas de preenchimento. Dos 196 alunos matriculados de 5ª. a 8ª. séries, 176 estavam presentes na ocasião da aplicação do questionário, sendo que 107 apresentaram a autorização (TCLE e TA) motivo pelo qual a amostra se constituiu em 107 questionários respondidos.

A população de estudo foi composta pelos alunos regularmente matriculados na Escola Municipal de Primeiro Grau General Newton Reis. Nesta instituição as aulas que compreendem as séries de 5ª. a 8ª. são ministradas das 11h às 19h. Os dados foram coletados em duas 5ª. séries; uma 6ª. série; duas 7ª. séries e uma 8ª. série, no período de agosto a novembro do ano letivo de 2010.

Métodos

Este estudo está de acordo com a Resolução 196/96 do Comitê Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, tendo sido aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo/ Hospital São Paulo – UNIFESP, sob o registro 1518/10 (Anexo 1).

Consistiu em pesquisa de caráter observacional, descritiva, quanti-qualitativa, corte transversal, prospectivo cuja técnica de investigação foi perguntas fechadas (quantitativas) e abertas – sob a forma de testemunho (Laville, 1999).

Utilizou-se questionário semi-estruturado, autopreenchível, anônimo, contendo perguntas gerais sobre sexualidade, métodos contraceptivos, gravidez, doenças sexualmente transmissíveis, dúvidas quanto às transformações corporais e de como professores, enfermeiros e médicos podem auxiliar os adolescentes escolares a sanar suas dúvidas.

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Os adolescentes foram questionados quanto a sua opinião e atitude no que se refere ao CE ser um método abortivo, se o seu uso estimularia a relação sexual desprotegida e se há algum risco à saúde quando do seu uso. Também, foram questionados se já fizeram uso e/ou estimularia sua parceira a utilizar.

Perguntados sobre a sua opinião acerca dos conhecimentos de orientação sexual na escola, foram apresentadas questões se a escola ou o professor esclarece dúvidas, se ele é o profissional mais indicado para esta questão e, além disso, como médicos e enfermeiros poderiam contribuir nesta área.

Por não haver questionários validados em nosso meio e pela escassez de trabalhos com este objetivo na literatura nacional, foi desenvolvido questionário para este fim, a partir de um modelo de experiência anterior, usando em parte o modelo proposto por Silva et al., (2010) e Silva (2009).

Dos 196 alunos matriculados de 5ª. a 8ª. séries, 176 estavam presentes na ocasião da aplicação do questionário, por consoante apenas 107 apresentaram a autorização (TCLE – Anexo 2 e TA – Anexo 3) motivo pelo qual a amostra se constituiu em 107 questionários respondidos.

Com o intuito de se contemplar questões específicas para cada sexo, foram elaborados dois questionários formulados contendo perguntas comuns a ambos os sexos e as específicas (Apêndice A e B). Ambos os questionários continham 46 (quarenta e seis) perguntas, sendo 27 (vinte e sete) de múltipla escolha e 19 (dezenove) mista (múltipla escolha com dissertativa). As questões de múltipla escolha poderiam contar mais de uma resposta. As questões mistas eram para serem respondidas na forma dicotômicas: sim ou não e explicar o porquê.

Os testes de múltipla escolha tiveram como campo de abrangência verificar a opinião, conhecimento e atitudes dos adolescentes em relação à sexualidade em geral e do CE em particular.

a) perguntas fechadas: - Idade;

- Sexo; - Série;

- Com quantos anos você ficou menstruada pela primeira vez? - Qual a data da sua última menstruação?

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- Você sabe qual o primeiro dia do período menstrual? - É possível engravidar durante a menstruação?

- A ovulação, geralmente, ocorre em que período menstrual?

- Você já ouviu falar sobre a “pílula do dia seguinte” ou contracepção de emergência? - Como você ficou conhecendo a “pílula do dia seguinte”?

- Você sabe até quanto tempo no máximo, depois de uma relação sexual desprotegida, é aconselhável utilizar a “pílula do dia seguinte”?

- Em qual(is) situação(ões) abaixo, você acha que a “pílula do dia seguinte” está indicada?

- O resultado da prevenção à gravidez quando se usa “pílula do dia seguinte” após relação sexual desprotegida é:

- Você acha que a possibilidade de utilização da “pílula do dia seguinte” pode estimular as meninas a terem relação sexual desprotegida?

- Você acha que para a menina há algum risco em se utilizar a “pílula do dia seguinte”?

- Qual(is) é (são) este(s) risco(s)?

- Você acha que a “pílula do dia seguinte” é remédio que provoca aborto? - Você já teve relação sexual?

- Com que idade você teve sua primeira relação sexual? - Quantos(as) parceiros (as) você teve até o momento? - Quantos parceiros (as) você teve até o momento?

- Que método (s) contraceptivo (s) você e/ou seu parceiro (a) costumam usar?

- Com que freqüência vocês usam o(s) método(s) contraceptivo (s) assinalado(s) acima?

- Você teve relação sexual nas últimas quatro semanas?

- Qua(is) método(s) contraceptivo(s) você e/ou seu parceiro(a) usaram na última relação sexual?

- Você passa por consulta médica periódica?

- Com quem você se sente mais a vontade para conversar sobre sexualidade? - Para você, quem é a pessoa mais indicada para tirar suas dúvidas de sexualidade?

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As perguntas dissertativas verificavam as opiniões dos adolescentes sobre o tema sexualidade e sobre o papel de médicos, enfermeiros e professores na abordagem do tema.

b) as perguntas dicotômicas (sim/não) foram acrescidas do item por que e eram: - Aulas de sexualidade seriam úteis?

- A escola onde estuda, oferece a você orientação quanto a sexo?

- Qual a melhor orientação que você já teve na escola sobre sexualidade?

- Você acha que o professor está preparado a tratar do tema de sexualidade com você? - Seria útil para você se médicos ou enfermeiros dessem aulas/palestras de sexualidade na sua escola?

- Para você, haveria alguma outra forma de abordagem, além de aulas/palestras que poderiam ser úteis?

- Você acha que o professor tem condições de identificar a necessidade de temas que abordem a sexualidade?

- A Equipe da saúde do seu bairro tem algum trabalho específico para você sobre orientação à sexualidade?

- Visitas regulares de médicos/enfermeiros na sua escola ajudaria você a sanar ou esclarecer suas dúvidas sobre sexualidade?

- O acompanhamento e orientação sexual feita na escola pelos médicos e enfermeiros da unidade do bairro ajudaria na prevenção de DSTs e gravidez na adolescência?

c) perguntas abertas eram: - O que é sexo para você?

- O que é sexualidade para você?

- No que mais poderia ajudar o acompanhamento e orientação sexual feita na escola por médicos e enfermeiros da unidade de saúde do bairro?

- Na sua opinião, de quem é a responsabilidade de orientar sobre sexualidade?

(31)

discursos, auxiliando em sua compreensão além do seu significado imediato. A análise do conteúdo é:

“Um conjunto de técnicas, visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens” (Bardin, 2004).

Para as perguntas dissertativas, obtidas pelo método de testemunho, foram identificados os seguintes eixos direcionadores (Pereira, 2004):

Eixo 1 - O papel do médico e enfermeiro na abordagem da sexualidade no ambiente escolar.

Eixo 2 - A contribuição do professor na orientação sexual. Eixo 3 - Opinião dos adolescentes estudantes sobre sexualidade.

As perguntas que compuseram o eixo 1 foram:

Visitas regulares de médicos/enfermeiros na escola ajudaria você sobre orientação à sexualidade?

O acompanhamento e orientação sexual feita na escola por médicos e enfermeiros da unidade do bairro ajudaria na prevenção de DSTs e gravidez? Por quê?

Seria útil se médicos ou enfermeiros dessem aulas/palestras de sexualidade na sua escola? Por quê?

Para você, haveria alguma outra forma de abordagem, além de aulas/palestras que poderiam ser interessante? Quais? Por quê?

No que mais poderia ajudar o acompanhamento e orientação sexual feita na escola pelos médicos e enfermeiros da unidade do bairro? Por quê?

As perguntas que compuseram o eixo 2 foram:

Você acha que o professor está preparado a tratar do tema de sexualidade com você? Por quê?

(32)

As perguntas que compuseram o eixo 3 foram: O que é sexo para você?

O que é sexualidade para você?

Na sua opinião de quem é a responsabilidade de orientar sobre sexualidade?

O questionário foi pré-testado em 15 (quinze) estudantes adolescentes – que não participaram do universo da pesquisa – cursando entre a 5ª. e 8ª. séries em uma escola pública da cidade de São Paulo para corrigir as possíveis imperfeições e adequar as questões técnicas aos termos lingüísticos utilizados pelos adolescentes, sendo que estes testes não foram computados na avaliação final dos resultados.

Os questionários foram respondidos em sala de aula, após explanação do pesquisador sobre o objetivo e a natureza da pesquisa, sendo mantidos o anonimato e a confidencialidade. Anterior a data acordada para a aplicação do questionário, foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido –TCLE para que os adolescentes escolares apresentassem aos seus responsáveis e obtivessem a autorização para participação da pesquisa, e o Termo de Assentimento – TA para a manifestação do próprio estudante em querer participar da pesquisa.

Todos os resultados foram gerados utilizando-se os softwares: SPSS V16, Minitab 15 e Excel Office 2007.

Seleção da Amostra

A seleção da escola foi feita por conveniência condicionada à permissão do dirigente.

“O próprio nome insinua que as amostras por conveniência ou acidentais são as selecionadas por alguma necessidade ou conveniência do pesquisador. É utilizada geralmente para testar idéias ou para obter idéias sobre determinado assunto de interesse” (Leite, 2008).

I) Definição de adolescência

(33)

II) Critérios de inclusão

O critério de inclusão consiste em ser aluno regularmente matriculado na escola E.M.P.G. General Newton Reis no ano letivo de 2010 e ser adolescente que freqüenta da 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental II.

III) Critério de exclusão

O critério de exclusão utilizado foi não querer participar da pesquisa e/ou não estar presente em sala de aula no dia da aplicação.

Análise Estatística

Com o intuito de minimizar o máximo possível de erros, foi realizada dupla digitação dos dados para cada item (quantitativos e qualitativos).

(34)

_______________________________________________________

(35)

Resultados quantitativos

Os questionários foram aplicados na escola, em sala de aula, na presença do investigador principal. Dos 196 alunos matriculados de 5ª a 8ª séries 176 alunos estavam presentes na ocasião da aplicação do questionário, 107 apresentaram a autorização (TCLE e TA) motivo pelo qual a amostra se constituiu, então, em 107 questionários respondidos.

(36)

Tabela 1 - Caracterização da população segundo sexo, idade, série, relação sexual (sim, não), idade da menarca e consultas médicas (sim, não)

Sexo N % p

Feminino 66 61,68

Masculino 41 38,32 <0,001

TOTAL 107 100

Idade N % p

10 anos 3* 2,80 <0,001

11 anos 15 14,02 0,005

12 anos 29 27,10 0,650

13 anos 32 29,91 0,820

14 anos 17 15,89 0,015

15 anos 11* 10,28 <0,001

TOTAL 107 100%

Série N % p

5ª Série 22 20,56 0,015

6ª Série 38 35,51 0,681

7ª Série 33 30,84 0,468

8ª Série 14* 13,08 <0,001

TOTAL 107 100

Masculino Feminino Você já teve relação sexual? N % N % p

Sim 15 37 9 14

Não 26 63 57 86 0,006

TOTAL 41 100 66 100

Com quantos anos você teve a menarca?&$ N % p

9 anos 2* 3,33 <0,001

10 anos 8 13,33 0,046

11 anos 17 28,33 0,780

12 anos 15 25,00 0,685

13 anos 7 11,67 0,024

14 anos 3* 5,00 <0,001

Não teve a menarca 8 13,33 0,046

TOTAL 60 100 0,012

&Pergunta feita somente para estudantes do sexo feminino. $Nem todos os estudantes responderam a esta pergunta.

(37)

Tabela 2 - Conhecimento dos adolescentes estudantes sobre os métodos contraceptivos?

Dos métodos contraceptivos abaixo, qual (is) você conhece ou já ouviu falar?#

Masculino Feminino

N % N % p

camisinha masculina (codom) 35 85 56 85 0,942

diafragma 4 9,8 10 15 0,421

pílula (anticoncepcional oral) 27 66 42 64 0,816

tabelinha 8 20 15 23 0,694

anticoncepcional injetável 12 29 20 30 0,910

coito interrompido 3 7,3 6 9,1 0,748

camisinha feminina 23 56 51 77 0,021

adesivo 2 4,9 5 7,6 0,583

DIU (dispositivo intra-uterino) 10 24 16 24 0,986

implante subdérmico 1 2,4 2 3 0,857

anel vaginal 10 24 9 14 0,157

outros. Qual (is)? 2 4,9 1 1,5 0,306

Como você ficou conhecendo o(s) método(s) contraceptivo(s) assinalado(s) acima?#

Masculino Feminino

N % N % p

médicos ou outros profissionais de saúde 12 29 16 24 0,565

amigos 20 49 27 41 0,425

escola 20 49 30 45 0,797

TV e/ou rádio 18 44 24 36 0,438

professor 18 44 36 55 0,284

Internet 6 15 11 17 0,780

jornal/ revistas 7 17 6 9,1 0,219

membro da família. Quem? 12 29 32 48 0,050

outros. Qual (is)? 2 4,9 0 0 0,070

#mais de uma alternativa possível.

(38)

Tabela 3 - Atitude dos adolescentes estudantes sobre o uso dos contraceptivos

Que método (s) contraceptivo (s) você e/ou seu parceiro ou você e/ou sua parceira costumam usar?#$

Masculino Feminino

N % N % p

camisinha masculina (codom) 8 53 6 66 0,849

pílula (anticoncepcional oral) 0 0 1 11 0,242

tabelinha 0 0 1 11 0,242

camisinha feminina 1 6 0 0 0,362

Nenhum 3 25 1 11 0,383

Com que freqüência vocês usam o(s) método(s) contraceptivo(s) assinalado(s) acima?#$

Masculino Feminino

N % N % p

em todas as relações sexuais 4 26 6 60 0,091

na minoria das relações sexuais 1 6 0 0 0,362

nunca 4 26 1 11 0,197

#mais de uma alternativa possível.

$somente responderam esta pergunta os estudantes que afirmaram que já tem vida sexual ativa

(39)

Tabela 4 - Conhecimento dos adolescentes sobre o período menstrual

Você sabe qual o primeiro dia do período menstrual?§

Masculino Feminino N % N % p

o último dia da menstruação 3 8 2 3 0,307

o primeiro dia da menstruação 7 19 26 42 0,015

um dia após término da menstruação 2 5 4 6 0,796

não sei 24 66 29 47 0,142

É possível engravidar durante a menstruação?§

Masculino Feminino N % N % p

sim 16 42 33 53 0,268

não 10 26 17 27 0,874

não sei 12 32 11 18 0,123

A ovulação, geralmente, ocorre em que período menstrual?§

Masculino Feminino N % N % p

o último dia da menstruação 5 13 9 15 0,830

o primeiro dia da menstruação 11 29 10 16 0,139

um dia após término da menstruação 1 3 9 15 0,053

não sei 21 55 32 52 0,783

§nem todos os estudantes responderam esta questão

(40)

Tabela 5 - Conhecimento dos adolescentes sobre a Contracepção de Emergência ("pílula do dia seguinte")

Você já ouviu falar sobre a “pílula do dia seguinte” ou contracepção de emergência?§

Masculino Feminino

N % N % p

sim 24 63 32 52 0,311

não 8 21 25 40 0,046

Como você ficou conhecendo a “pílula do dia seguinte?#

Masculino Feminino

N % N % p

médicos ou outros profissionais de saúde 7 18 6 10 0,219

membro da família. Quem? 9 24 22 35 0,207

amigos 12 32 15 24 0,449

escola 10 26 14 23 0,702

TV e/ou rádio 9 24 6 10 0,062

Internet 1 3 5 8 0,262

jornal/ revistas 2 5 4 6 0,796

outros. Qual (is)? 1 3 1 2 0,732

Você sabe até quanto tempo no máximo, depois de uma relação sexual desprotegida, é aconselhável utilizar a “pílula do dia seguinte”?§

Masculino Feminino

N % N % p

até 24 horas ou 01 dia 12 32 18 29 0,823

até 48 horas ou 02 dias 3 8 3 5 0,545

até 72 horas ou 03 dias 4 11 5 8 0,693

até 120 horas ou 05 dias 0 0 1 2 0,428

não sei 13 34 17 27 0,505

Em qual (is) situação (ões) abaixo, você acha que a “pílula do dia seguinte” está indicada§

Masculino Feminino

N % N % p

após relação sexual, se nenhum outro método estava sendo usado 13 34 27 44 0,339

após relação sexual, caso a camisinha rasgue, fure ou escorregue 18 47 26 42 0,645

após estupro 10 26 17 27 0,874

após relação sexual, caso a menina esteja tomando irregularmente sua pílula, ou esqueceu de

tomar algum dos comprimidos da cartela 6 16 11 18 0,78

após relação sexual, caso tenha esquecido ou atrasado o uso do anticoncepcional injetável 6 16 9 15 0,885

após relação sexual,como método contraceptivo de rotina, substituindo outros métodos

anticoncepcionais 4 11 4 6 0,48

O resultado da prevenção à gravidez quando se usa “a pílula do dia seguinte” após relação sexual desprotegida é:§

Masculino Feminino

N % N % p

maior do que se estivesse usando uma pílula anticoncepcional normal regularmente e

adequadamente 3 8 10 16 0,228

igual a que se estivesse usando uma pílula anticoncepcional normal regularmente e

adequadamente 6 16 3 5 0,068

menor do que se estivesse usando uma pílula anticoncepcional normal regularmente e

adequadamente 2 5 11 18 0,070

não sei 20 53 15 24 0,005

(41)
(42)

Tabela 6 - Opinião dos adolescentes escolares sobre a Contracepção de Emergência (pílula do dia seguinte)

Você acha que a possibilidade de utilização da pílula do dia seguinte pode estimular as meninas a terem relação sexual desprotegida?§

Masculino Feminino N % N % p

sim 20 53 23 37 0,153

não 6 16 10 16 0,942

não sei 3 8 11 18 0,163

Você acha que para a menina há algum risco em se utilizar a “pílula do dia seguinte”?§ Masculino Feminino

N % N % p

sim 14 37 13 21 0,094

não 12 32 27 44 0,224

Qual(is) é (são) esse(s) risco(s)? §

Masculino Feminino N % N % p

infertilidade futura 4 11 8 13 0,706

má-formação fetal caso se utilize e já esteja grávida 6 16 16 26 0,232

sangramento vaginal de grande volume 6 16 14 23 0,396

não sei 11 29 12 19 0,290

outros 2 5 2 3 0,624

Você acha que a “pílula do dia seguinte” é um remédio que provoca aborto?§ Masculino Feminino

N % N % p

sim 13 34 21 34 0,990

não 11 29 14 23 0,504

não sei 4 11 8 13 0,706

§nem todos os estudantes responderam esta questão

(43)

Tabela 7 - Opinião dos adolescentes escolares sobre o conhecimento sexual na escola

Aulas de sexualidade seriam úteis?

Masculino Feminino N % N % p

sim 37 97 52 84 0,124

não 1 3 2 3 0,857

não sei - - 7 11 0,031

A escola onde estuda, oferece a você orientação quanto a SEXO?§

Masculino Feminino N % N % p

sim 29 76 49 79 0,691

não 8 21 10 16 0,558

Qual a melhor orientação que você já teve na escola sobre SEXO?&

Masculino Feminino N % N % p

funcionamento dos aparelhos reprodutivos; 13 34 16 26 0,398

métodos de anticoncepção; 8 21 9 15 0,419

DST/AIDS; 16 42 38 61 0,062

Nenhum 9 24 9 15 0,264

&mais de uma alternativa possível.

§nem todos os estudantes responderam esta pergunta

(44)

Tabela 8 - Opinião dos adolescentes sobre segurança na troca de informação sobre sexo

Com quem você se sente mais a vontade para tirar suas dúvidas sobre sexualidade?§ Masculino Feminino

N % N % p

Pais 20 53 26 42 0,34

Amigos 12 32 30 48 0,096

Professores 3 8 8 13 0,426

Médicos/Enfermeiros 1 3 9 15 0,053

Outros. Quem? 2 5 7 11 0,299

Para o você, quem é a pessoa mais indicada para tirar suas dúvidas de sexualidade?& Masculino Feminino

N % N % p

Pais 21 55 29 47 0,463

Amigos 7 18 4 6 0,068

Professores 9 24 15 24 0,925

Médicos/Enfermeiros 7 16 22 35 0,066

Outros. Quem? 0 - 6 10 0,047

&mais de uma alternativa possível.

§nem todos os estudantes responderam esta pergunta

(45)

Resultados qualitativos

O questionário aberto propicia um espaço para que o indivíduo redija sua opinião, visto que não há respostas pré-determinadas como nas perguntas fechadas - o que limita a expressão correta das opiniões, forçando o respondente a escolher uma resposta dentre as opções ofertadas no questionário (Ludke e Meda, 1986). Todavia, algumas preocupações foram consideradas para obter melhor taxa de respostas, tais como: aplicação de um questionário curto, com espaço adequado ao preenchimento logo após a questão e perguntas redigidas de forma clara e simples. Além disso, foi solicitado o preenchimento no local, com a presença da pesquisadora, para esclarecer quaisquer dúvidas de interpretação durante o preenchimento.

É imprescindível, ainda, o respeito e cuidado do pesquisador, que vão desde a sua disponibilidade para elucidar as dúvidas de preenchimento, respeitar o “tempo” do pesquisado, dentro do espaço oferecido para a aplicação do questionário, até o entendimento em relação à cultura e valores do entrevistado. Além disso, pode-se considerar respeito o cumprimento de local e horários agendados de acordo com a conveniência, e a garantia de sigilo e anonimato sobre as informações prestadas (Ludke e Meda, 1986).

"Nesse tipo de questionário é possível exprimir o pensamento pessoal, traduzindo-o com suas próprias palavras, usando seu próprio sistema de referências" (Laville, 1999).

Como ilustração, os resultados dos dados qualitativos foram também representados em gráficos (Apêndice C) cuja seqüência de apresentação segue a organização dos eixos temáticos obtidos, sendo estes:

· Eixo 1 – O papel do médico e enfermeiro na abordagem da sexualidade no

ambiente escolar.

(46)

Discussão dos Resultados Quantitativos

Conforme a Associação Brasileira de Estatística e Pesquisa (ABEP, 2011), a escola pública ou privada é um indicador socioeconômico, sendo que a escola privada responde pelas classes altas da sociedade, enquanto que a escola pública representa as classes médias e baixas. Para classificar a escola pública deve-se levar em consideração a sua localidade, desta forma será indicador de classe média quando a escola pública estiver em bairro de classe alta e quando estiver localizada em bairros periféricos, a escola pública é indicador de baixa classe social. Assim sendo, como este estudo foi conduzido em escola pública na periferia da cidade de São Paulo, Zona Leste, pode-se inferir como de baixo nível socioeconômico o universo estudado. Talvez a diferença socioeconômica influencie de alguma maneira na opinião, conhecimento e atitudes dos adolescentes acerca do assunto. A intenção inicial era fazer a avaliação socioeconômica dos indivíduos envolvidos na pesquisa, porém, somente 9,5% de estudantes responderam às questões que tinham este objetivo, a maioria deixando em branco. Não conseguimos uma explicação razoável para entender este resultado, embora seja possível salientar algumas barreiras como: a extensão do questionário e a vergonha de se expor.

(47)

Como dito, conforme o critério cronológico para definir adolescentes, isto é, indivíduos de 10 a 19 anos de idade (OMS, 1975), observou-se na população estudada, a idade predominante de 13 (treze) anos, portanto dentro do conceito de adolescência precoce (Souza et al., 1996; Costa e Souza, 1998; Costa et al., 2001; Vitalle, 2003). Em relação às séries, houve aderência maior das 5as., 6as. e 7as. séries obtendo-se menor participação da 8a. série. Este fato nos leva a questionar o porquê da não participação dos alunos da 8a. série e, dentre as possíveis hipóteses, está à vergonha em discorrer sobre o tema; a pouca importância à temática abordada ou a preocupação da exposição, ainda que garantido o anonimato. Portanto, para investigar o público da 8as séries sugere-se a utilização de outro recursos que não o uso de questionário.

(48)

com a menstruação, as cólicas presentes, os desconfortos freqüentes, entre outros.

Sobre a principal fonte de informação para o conhecimento dos métodos contraceptivos, houve diferença entre os grupos, sendo que a principal fonte para o grupo masculino são os amigos (49%) e a escola (49%) e para o grupo feminino são o professor (55%) e a família (48%). Interessante, portanto, notar que o sexo masculino procura informação principalmente entre os pares: "os amigos", e o sexo feminino em figuras ou instituições de poder: "a família" e "a escola". No entanto, ao realizar-se esta análise deve-se atentar para um grupo que foi formado por duas alternativas apresentadas: escola e professor. Muitos vinculam a imagem da escola à do professor, e vice-versa (Pérez-Jiménez, 2003; Ruiz, 2003). Assim sendo, quando os adolescentes apontam à escola podem estar relacionando à imagem do professor, ainda que tenha sido alternativa apresentada em separado. Desta forma, deve-se considerar, então, o total designado à escola (48,5%) acrescido do total dado ao professor (44%), totalizando 92,5% para os adolescentes masculinos, tornando a escola e o professor sua principal fonte de informação (Brêtas et al., 2009). Exposto desta forma, estes resultados não são diferentes dos do grupo feminino: professor (54,5%) e escola (45,5%), totalizando 100% para os grupos de adolescentes femininos. Assim sendo, tal resultado corrobora com estudos realizados anteriormente que demonstram que a principal fonte de informação dos métodos contraceptivos é a escola (Tornis e Lino, 2005; Mendonça e Araujo, 2009).

(49)
(50)

mostra-se ineficaz. Neste sentido outras ações poderiam ser desenvolvidas no contexto escolar que possibilitam aos adolescentes reflexões sobre o ato biológico, que perpassem pelo afetivo-emocional, como por exemplo, a utilização de recursos de teatro, leituras, gibis, jograis, enfim recursos lúdicos, integrativos e que fazem parte do desenvolvimento pedagógico e que costumam ser de interesse para essa faixa etária (Grazzini et al., 2002).

Com relação ao conhecimento do CE (Tabela 5), ambos os sexos (53%) já ouviram falar do método, mas a principal fonte de informação para este conhecimento difere entre os grupos, sendo que para o sexo masculino são os amigos (29%) e para o feminino é o membro da família (33,5%), sendo que entre os entes familiares são freqüentes a tia e a irmã. Tais resultados também são semelhantes a outros estudos realizados (Tucker et al., 2001; Torres, 2008). No entanto, quando questionados sobre o período eficaz do fármaco, ambos informaram que é de 24h pós-coito desprotegido (29%M - 27,5%F) e o que é, também, preocupante, 28% relataram desconhecimento sobre esta informação. Como apontado em estudos (Hapangama et al., 2001; Vitalle e Reato, 2006) o uso pode ser realizado até as primeiras 120 horas do pós-coito desprotegido, embora caia a eficácia ao longo do tempo.

Questionados sobre quais as situações o CE está indicado, as respostas diferiram entre os sexos: o sexo feminino informou que está indicado que após a relação sexual, se nenhum outro método estava sendo utilizado (27/66); o grupo masculino referiu que é após relação sexual, caso a camisinha rasgue, fure ou escorregue. Conceitualmente, existe uma classificação da adolescência em precoce, média e tardia, que considera as mudanças comportamentais que se está vivenciando. Assim sendo, a adolescência precoce vai dos 10 aos 14 anos, e a adolescência média, dos 14 aos 17 anos. Na adolescência precoce o indivíduo ainda está muito ligado à família, a relação amorosa, por vezes, platônicas. Na adolescência média há, além da vinculação dos pais, o descobrimento da sexualidade, no tocante à experimentação de modo geral, ainda não há a formação de vínculos. O interesse está voltado à descoberta de si mesmo, através do outro, portanto, a descoberta da sexualidade, passa pelo que “eu” sinto ao me relacionar com o outro. O que demonstra o quanto nesta faixa etária, adolescência precoce, ainda estão voltados para si mesmo e não para o outro. De qualquer forma, chama a atenção que embora o comportamento seja o descrito para indivíduos na adolescência média, portanto faixa etária de 14 aos 17 anos, os indivíduos que participaram desta pesquisa tem a idade média de 13 anos, logo, estão na adolescência precoce, pois a moça pensa em sua proteção e não na do outro, da mesma forma que o rapaz, ao relatar somente problemas com a camisinha.

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sabem informar. Existem critérios (Figueiredo e Peña, 2000; Peláez, 2001; Vitalle e Reato, 2006; Figueiredo e Conceição, 2008), já descritos anteriormente, da utilização do CE (relação sexual sem uso rotineiro de método contraceptivo; falha reconhecida ou presumida do método utilizado de rotina - rompimento do preservativo ou deslocamento do diafragma; uso inadequado de anticonceptivo - esquecimento do contraceptivo (oral ou injetável), cálculo incorreto do período fértil, interpretação errada da temperatura basal; violência sexual), foram apresentadas todas as opções plausíveis de uso e no entanto os adolescentes não mostraram conhecimento adequado de nenhuma das opções, estando, portanto, sujeitos a vulnerabilidade, riscos e a gravidez inoportuna.

Quanto à opinião (Tabela 6) de haver riscos à saúde feminina dada à utilização do CE, as respostas diferem, sendo que para o grupo masculino há riscos (37%) e para o grupo feminino não (44%). Importante diagnosticar, para ambos os sexos, os possíveis riscos para a saúde feminina, dada a sua utilização. Estudos comprovam que o uso beneficia e serve para retardar a gravidez e um possível aborto, todavia é importante ter o conhecimento correto de sua utilização, porque dada a sua utilização errônea ou o uso sem orientação acarretará numa sobrecarga hormonal e, conseqüentemente, diversos efeitos colaterais no metabolismo feminino que poderão desencadear problemas, principalmente gástricos, circulatórios e freqüente cefaléia, sem contar que o uso regular do método desregula o ciclo menstrual, favorecendo a gravidez (Figueiredo e Peña, 2000; Figueiredo e Conceição, 2008). Perguntou-se, também, quais seriam os riscos à saúde embora os indivíduos do sexo masculino não soubessem informar qual; sabiam que existiam riscos (29%). Por outro lado, o sexo feminino, além de pontuar a existência de riscos, tem opiniões formadas a respeitos de quais sejam enfatizando a má-formação fetal caso se utilize e já esteja grávida (26%). Para finalizar a questão de por em risco à saúde feminina quando da utilização do CE, perguntou-se se a "pílula do dia seguinte" é um remédio que provoca aborto, 47% responderam que sim, tanto no sexo feminino quanto no masculino é refutado pelo estudo. O que não é confirmado pelos estudos. O contraceptivo de emergência é método seguro e não demonstrou efeitos teratogênicos em situações que a adolescente utilize estando já grávida (Hapangama et al., 2001; Vitalle e Reato, 2006; Saito e Leal, 2007).

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pontuar, perguntamos, então, qual foi à melhor orientação sobre sexo que eles receberam na escola e o resultado, para ambos os sexos, foram DST/AIDS (50,5%) seguido dos funcionamentos dos aparelhos reprodutivos (28%). Salvo as orientações quanto a Doenças Sexualmente Transmissíveis, o funcionamento dos aparelhos reprodutivos é parte obrigatória do currículo da disciplina de Ciências (Britzman, 2001; Giroux e Simon, 2006). O que se percebe que é que as informações que são ofertadas aos adolescentes não atendem às suas necessidades, não que não sejam importantes, mas a abordagem não faz com que o individuo crie assimilação em processos que não lhe interessam. Claro está que há mais algo a ser feito no ambiente escolar. Somente informações biológicas não estão resolvendo. Fazendo-se uso da temática dos Temas Transversais: Orientação Sexual, o professor, a instituição, toda a comunidade pode utilizar-se de meios para atingir o objetivo, mas antes de tudo há necessidade de se rever os conceitos atuais e questionar-se se o que está sendo oferecido é realmente o que atende a demanda do adolescente.

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Resultados Qualitativos

O questionário aberto propicia um espaço para que o indivíduo redija sua opinião, visto que não há respostas pré-determinadas como nas perguntas fechadas - o que limita a expressão correta das opiniões, forçando o respondente a escolher uma resposta dentre as opções ofertadas no questionário (Ludke e Meda, 1986). Todavia, algumas preocupações foram consideradas para obter melhor taxa de respostas, tais como: aplicação de um questionário curto, com espaço adequado ao preenchimento logo após a questão e perguntas redigidas de forma clara e simples. Além disso, foi solicitado o preenchimento no local, com a presença da pesquisadora, para esclarecer quaisquer dúvidas de interpretação durante o preenchimento.

É imprescindível, ainda, o respeito e cuidado do pesquisador, que vão desde a sua disponibilidade para elucidar as dúvidas de preenchimento, respeitar o “tempo” do pesquisado, dentro do espaço oferecido para a aplicação do questionário, até o entendimento em relaçao à cultura e valores do entrevistado. Além disso, pode-se considerar respeito o cumprimento de local e horários agendados de acordo com a conveniência, e a garantia de sigilo e anonimato sobre as informações prestadas (Ludke e Meda, 1986).

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Discussão dos Resultados Qualitativos

Uma das preocupações na elaboração das perguntas, principalmente, nos itens que abarcavam os "por que" foi a perfeita elaboração de modo que propiciasse que os participantes desdobrassem o seu pensamento, ponto de vista e, o principal objetivo, a sua opinião.

Apesar de todas as dificuldades no uso de questionários (necessidade de afirmação dos entrevistados, sua motivação, validade, objetividade e confiabilidade de cada item ou grupo de itens, por exemplo) se obteve adequado retorno dos alunos. O uso de questionário deve ser cauteloso em pesquisa, sua utilização deve ser feita somente após preparação cuidadosa, as perguntas e as respostas devem refletir, sem tendenciosidade e com integridade, as informações e os objetivos procurados, e para este fim foi realizado anteriormente o projeto piloto, como descrito em Métodos.

Com o intuito de sistematizar a apresentação dos resultados qualitativos, eles foram organizados em eixos temáticos e, assim, portanto, discutidos.

Eixo 1 - O papel do médico e enfermeiro na abordagem da sexualidade no

ambiente escolar

Objetivou verificar a opinião dos adolescentes sobre como desenvolver outras possibilidades para facilitar e/ou aprimorar meios que propiciem seu conhecimento sobre sexualidade e como que outros profissionais: médicos e enfermeiros (dada à temática), além da equipe pedagógica, pudessem contribuir de forma a sanar as dúvidas sobre sexualidade. Assim sendo, verificou-se como a presença regular de médicos e/ou enfermeiros ajudaria e seria útil nas orientações de sexualidade de modo geral, bem como o acompanhamento e orientação sexual com o intuito de disseminar informações para promover a prevenção de DSTs e, principalmente, na gravidez inoportuna na adolescência. Este eixo, também, por objetivo corroborou quais outras formas, além das palestras e/ou aulas e em quais outros aspectos estes profissionais poderiam contribuir.

Referências

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