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Energia escura e formação de estruturas em larga escala

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Academic year: 2017

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X X X

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IFT

Instituto de Fsia Teoria

Universidade Estadual Paulista

TESE DE DOUTORAMENTO IFT{T.012/07

Energia Esura e Forma~ao

de Estruturas em Larga Esala

Lamartine Liberato

Orientador

Prof. Dr. Rogerio Rosenfeld

(2)
(3)

Agradeimentos

AgradeoaosamigosRonaldoCastlhoMarquesLimaeAlexandre

Stefanipela revis~ao deste trabalho. Sou grato ao Prof. Dr. Rogerio

Rosenfeldporsuaorienta~ao e ontribui~ao.

AgradeoaindaaosolegasdetrabalhoProf. Dr. LuisRaulWeber

Abramoe RonaldoCarloto Batista.

(4)

Resumo

Investigamos a forma~ao, em larga esala, de estruturas no

Uni-verso, na presena da energia esura. Sua inu^enia sobre o

resi-mentodeperturba~oesosmologiaseexeridatantoatravesdoefeito

sobre a taxa de expans~ao do fundo osmio homog^eneo, quanto de

suas proprias utua~oes de densidade de energia. Para alularmos

a taxa de forma~ao de aglomerados de galaxias, empregamos uma

generaliza~ao do formalismo de olapso esferio para a inlus~ao de

uidos om press~ao. Um importante efeito de utua~oes de energia

esura assoiados a halos de materia esurae a indu~ao de halosde

energiaesura, que reprimemo resimento de estruturas quando

te-mos equa~oes de estado n~ao phantom; por outro lado,quando temos

equa~oesdeestadophantom,s~aogeradosvaziosdeenergiaesura,

au-mentando o resimento deestruturas de materia. Outro importante

efeito oorre quando onsideramos a possibilidade da energia esura

mudar sua equa~ao de estado quando ha grandes varia~oes de sua

densidade no interior dos halos em rela~ao ao fundo homog^eneo. O

grandenumerode parametriza~oesda energia esuraqueforam

obti-dosomdados,de supernovasIas~aosensveisapenasatedesviospara

o vermelho de ordem um. Mostramos que as parametriza~oes

pro-duzem assinaturas distintas na forma~ao de aglomerados om o uso

do formalismo de Press-Shehter. Portanto, futuras observa~oes de

aglomeradosgalatiospodemprovervnulosimportantesno

(5)

Abstrat

We investigate large sale struture formation in universe with

darkenergypresene. Thedark energyinueneonosmologial

per-turbationgrowth is exerted both throughits eet on the expansion

rate of bakground, and throughits own density utuation as well.

Toomputetherateofformationofmassiveobjetsweemployed the

spherial ollapse formalism, whih was generalized to inlude uids

with pressure. An important eet aused by utuations in dark

energy assoiated with dark matter halos is the indution of dark

energyhalosdampingthegrowthof strutureswhenthe equationsof

state arenon-phantom;on theother hand,phantom modelsgenerate

dark energy voids, enhaning thegrowth of matter halos. Other

im-portant eet ourswhen we onsider thepossibilityof dark energy

hangingitsequationofstatewhentherearelargedierenesbetween

densities in the bakground and in the halos. The large number of

dark energy parametrizations obtained with supernova Ia data are

onlysensitive to redshiftsupto order one. We showthese

parametri-zations produedistinguishable signatures inluster formationusing

the Press-Shehter formalism. Therefore, future observations of

ga-laxy lusters an provide important onstraints on the behavior of

(6)

1 Introdu~ao 1

2 O Modelo Padr~ao 4

2.1 A Metriade

Friedmann-Lema^tre-Robertson-Walker . . . 4

2.2 As Equa~oes de Einstein . . . 5

2.3 Energia Esura e Parametriza~oes da Equa~ao de Estado . . . 11

3 Modelo de Colapso Esferio 17 3.1 O ColapsoEsferio . . . 17

3.2 Energia EsuraHomog^eneaeEvolu~aoLinear das Perturba~oes 20 3.3 Energia Esura Homog^enea e Evolu~aoN~ao Linear doHalo . . 24

4 Contagens de Aglomerados de Galaxias 27 4.1 O Formalismode Press-Shehter . . . 28

4.2 Contagens de Aglomerados de Galaxias . . . 33

5 Energia Esura Inomog^enea 38 5.1 Evolu~ao N~aoLinear das Perturba~oes . . . 39

5.2 Evolu~ao Linear das Perturba~oes . . . 39

5.3 Modelos N~aoPhantom om w Constante . . . 42

5.4 Modelos Phantomom wConstante . . . 44

5.5 Equa~ao de Estado Variavelw e (z) . . . 46

5.6 Regime N~ao Linear . . . 48

5.7 Fun~aode Massa e EnergiaEsura Inomog^enea . . . 51

(7)

SUMARIO V

6 Transmuta~ao da Energia Esura 59

6.1 Flutua~oes doFluido . . . 59

6.2 Evolu~ao das Flutua~oes N~aoPhantom . . . 62

6.3 Evolu~ao das Flutua~oes Phantom. . . 64

7 Conlus~ao 66

(8)

Introdu~ao

Ha fortes evid^enias que sugerem que o Universo e espaialmente plano

e que sua omponente dominante na densidade de energia possui natureza

desonheida. Analises de dist^anias luminosas em grandes desvios para o

vermelho, doravante denominados redshifts, de supernovas do tipo Ia

leva-ram a onlus~ao de que a expans~ao do Universo esta aelerando, om

in-dia~oes de queesta aelera~aoereente, iniiadahapouosbilh~oesde anos

[1, 2,3, 4, 5, 6℄. Tais observa~oes s~aoorroboradas por pelo menos tr^es

ob-serva~oesextensaseindependentes, oespetroangulardasutua~oesde

tem-peraturadaradia~aoosmia de fundo emmiroondas[7,8℄, asobserva~oes

dadistribui~aoespaialde estruturas emgrande esala[9,10℄easosila~oes

austiasde barions [11℄.

Estes dados observaionais sinalizam para uma ontribui~ao dominante

a densidade de energia de um uido om press~ao negativa,usualmente

ha-mado de \energia esura". N~ao sabemos o que a energia esura e, e em

nossa ignor^ania de sua real natureza muitas parametriza~oes onstantes ou

variaveisom rela~aoaotempoouao redshiftforamintroduzidas atravesde

sua equa~ao de estado, numa tentativade desri~ao de sua evolu~ao.

A abordagem mais direta a energia esura em seu ontexto osmio e

a fenomenologia, reentemente adotada por varios autores [12, 13,14, 15℄,

na qual a equa~ao de estado e expressa em termos do fator de esala a ou

do redshift z, que s~ao relaionados ao tempo osmio. Este proedimento

gerou varios modelosbaseados na parametriza~ao daequa~ao de estado ou,

(9)

CAPITULO 1. INTRODUCAO 2

Embora determinar a equa~ao de estado omo fun~ao do redshift

prova-velmente n~ao ajude muito em revelar a natureza da energia esura, podera

diminuir o longo o aminho atraves da elimina~ao de varios modelos

exis-tentes. Portanto, uma das mais importantes tarefas no avano da

osmolo-giaobservaional e aumular dados suientes em numeroe preis~ao para a

inequvoa distin~ao entre t~ao numerosa diversidade de possibilidades.

As-sim,omo para os teorios, o desaoe determinar de que formas adiionais

aenergiaesurapode semanifestarouinueniaro omportamentodo

Uni-verso alem, obviamente, dataxade expans~ao aelerada doUniverso.

Osdados de supernovas Ias~aosensveisom rela~aoaequa~ao de estado

da energia esura somente em uma pequena faixa de redshifts, tipiamente

ate z = O(1). Esta e a raz~ao pelaqual ha grandevariedade de par^ametros

permitidosom diferentes equa~oes de estado. De fato,amaissimples

possi-bilidade,o modelo de onstante osmologia CDM ( Cold Dark Matter),

para o qual temos uma equa~ao de estado onstante e igual a 1, ainda

proporiona um dos melhores ajustes aos dados. Esse fato torna bastante

desejaveltermosoutroobservavel,sensvelemaltosredshifts,quepossa

que-brar adegeneres^enia entre tantasparametriza~oes propostas.

A energiaesuratem um efeitodramatiosobre adin^amiadoUniverso,

alterandoaformaomoasestruturas osmologiasresem [16℄. Istooferee

apossibilidadedequeobserva~oesdaforma~aodeestruturasemlargaesala

possam forneer um teste mais aprofundado das propriedades da energia

esura, omplementares as informa~oes derivadas dos dados de supernovas

Ia.

O desenvolvimento de estruturas no Universo om energia esura e

as-sunto de grande relev^ania em estudos orrentes [17, 18, 19, 20, 21, 22, 23,

24, 25,26,27, 28, 29℄partiularmenteatravesdo modelo de olapsoesferio

[30℄, em assoia~ao om fun~oes de massa omo a do formalismo de Press

& Shehter [31℄. Usaremos estas tenias na investiga~ao de modelos

os-mologios onde a omponente de energia esura permanee homog^enea nas

esalas de grandes estruturas ou permitimos sua aglomera~ao, i.e., energia

esura inomog^enea, para avaliarmos observaionalmente suas onsequ^enias

naforma~aode estruturas,espeialmenteatravesdonumerode aglomerados

de galaxias.

A base de nosso estudo e a inu^enia da energia esura em dois asos

esseniais quanto a perturba~oes, om objetivosdiferentes. O primeiroaso

(10)

possibili-CAPITULO 1. INTRODUCAO 3

dePress-Shehter paradistinguirefuturamenteonfrontarosdiversos

om-portamentosou parametriza~oes daenergiaesura aos dados observaionais

de estruturas em largaesala, omo desenvolvido em[32℄.

No segundo aso a densidade de energiaesura poderautuar, i.e.,riar

halosouvazios. Istoalteraraaforma~aodeestruturasdemateriaproduzindo

um enario araterstio que podera ser visto omo uma assinatura sobre

um omportamento fundamental da omponente de energia esura, se esta

aglomeraoun~ao. Esta possibilidade foi exploradaem[33℄.

Abordagens semelhantes tambemforam reentemente desenvolvidas por

ummodelodeNunes &Mota[26℄, Manera&Mota[28℄ eDutta&Maor[34℄.

Porem,estestrabalhosusaramampoesalarparaaenergiaesura. Todavia,

omo ja dissemos, aqui nosso foo esta na desri~ao do omportamento da

energiaesuraomoparametriza~oes daequa~aode estado,queemaisgeral

doque o ampo esalar,e possui arater fenomenologio, pois a equa~ao de

estadopodeserrelaionadadiretamenteomosobservaveismaisamplamente

usados namedidada aelera~ao osmia.

Ademais, em ontraste om [26, 28℄, somos apazes de investigar

onsis-tentementeo regimen~aolinear de aglomera~aode ambas as omponentes, a

de materia e a de energia esura, e enontramos que ha efeitos importantes

sobre aforma~aode objetosom grandes massas (M >10 13

M

(11)

O Modelo Padr~ao

2.1 A Metria de

Friedmann-Lema^tre-Robertson-Walker

Para a Relatividade Geral a Cosmologia e a tarefa de enontramos as

solu~oes das equa~oes de ampode Einstein ques~ao onsistentes om a

dis-tribui~ao em larga esala da energia e da materia no Universo ao longo de

sua evolu~aoosmia.

As observa~oes osmiasmodernast^emdemonstradoque oUniverso real

e altamentesimetrio emsuas propriedades emlarga esala. Entretanto, as

evid^eniasde talsimetriidadeaindaeram desonheidasquandoFriedmann

eLema^treomearamsuasinvestiga~oespioneirassobreumdosmaissimples

modelos de Universo, que pressup~oe homogeneidade e isotropia. De fato a

isotropiaimplia em homegeneidade, e.g.,[35℄.

Posteriormente Robertson e Walker, independentemente, demonstraram

quea metria usadaporLema^tre levaa geometria Riemannianamais geral

ompatvel om homogeneidade eisotropia.

Homogeneidadeosmiasignia,grossomodo,queoUniversoeomesmo

em todo lugar em um dado tempo, ou de maneira mais preisa, que para

ada evento no Universo ha uma `hipersuperfie de homogeneidade', i.e.,

ondi~oes fsias id^entias para todo evento nesta hipersuperfie. Em ada

(12)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 5

asmesmas.

A metria que ondensa estes oneitos e onheida omo a metria de

Friedmann-Lema^tre-Robertson-Walker, ou metria FLRW, omumente

ex-pressa omo ds 2 =g dx dx = dt 2 +R 2 (t) " dr 2 f 2 (r) +r 2 d 2 # ; (2.1)

onde osndies e referem-seas oordenadas, i.e., x 0

=t, x 1

=r, x 2

=

e x 3

= . R (t) e o fator de expans~ao do Universo, onheido omo fator

de esala, d 2 = d 2 +sin 2 d 2 e f 2

(r) = 1 kr 2

om k = 1

desre-vendo, matematiamente,um Universo \aberto"; k=+1, \fehado"ek =0

\plano".

2.2 As Equa~oes de Einstein

Adin^amiaosmiadeorredosvnulosimpostospelasequa~oesde

Eins-tein G =R 1 2 g

R= 8GT

; (2.2)

sobre o tensor metrio. Enontraremos, a seguir, as equa~oes de Einstein

paraametriade FLRWisotropiaehomog^enea(2.1). AsquantidadesR

,

R eT

ser~aodenidas ao longo dos alulos.

Considerealagrangeanadeuma partulalivrenoespao-tempodenido

pelametria FLRW,

L=g

dx d dx d ; (2.3)

onde eo par^ametro am, i.e., uma parametriza~ao das oordenadas.

As equa~oes de Euler-Lagrange s~ao

d d L _ x L x

=0: (2.4)

Usando o tensor metrio de FLRW (2.1) e alagrangeana (2.3)

enontra-mos asequa~oes de Euler-Lagrange. Ummetodopratio paradeterminar os

smbolosde Christofel ,  t+ R 2 R ! _ r 2 + R R r 2 ! _ 2 + R R r 2 sen 2 ! _ 2

(13)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 6  r+ 2 R R t ! _

tr_ R f df dr _ r 2 +f 2 r _ 2 f 2 r(sen 2 ) _ 2

= 0; (2.6)

 + 2 R R t ! _ t _ + 2 r _ r _ (senos) _ 2

= 0; (2.7)

 + 2 R R t ! _ t _ + 2 r _ r _ (2ot) _ _

= 0; (2.8)

onde opontosignia derivada om respeito ao par^ametro .

Lembrandoas equa~oes dageodesia,

 x + _ x _ x

=0; (2.9)

podemos extrair ossmbolosde Christoel das equa~oes (2.5), (2.6), (2.7) e

(2.8) de Euler-Lagrange,ou equa~oes dageodesia,

0 11 = R f 2 R t ; (2.10) 0 22 = R R t r 2 ; (2.11) 0 33 = R R t r 2 sen 2 ; (2.12) 1 01 = 1 R R t ; (2.13) 1 11 = 1 f df dr ; (2.14) 1 22 = f 2

r; (2.15)

(14)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 7

2

33

= senos; (2.19)

3 03 = 1 R R t ; (2.20) 3 13 = 1 r ; (2.21) 3 23

= ot; (2.22)

onde os ndies referem-se as oordenadas, i.e., x 0

= t, x 1

= r, x 2

= e

x 3

=.

ComestessmbolospoderemosenontrarotensordeRii,queeotensor

de Riemann-Christoel ontrado,

R = R = ; ; + ; (2.23)

onde avrguladenota derivada parial.

Utilizando o smbolos de Christoel na express~ao (2.23), do tensor de

Rii, enontramos osseguintes termos diferentes de zero:

R 00 = 3  R R ; (2.24) R 11 = R  R f 2 2 _ R 2 f 2 + 2f 0 fr ; (2.25) R 22 = f 2 r 2 0 R  R f 2 2 _ R 2 f 2 + f 0 fr 1 f 2 r 2 + 1 r 2 1 A ; (2.26) R 33 = (sen 2 )R 22 : (2.27)

Aima, opontodenotaderivada omrela~aoaotempoealinha derivada

om rela~aoa oordenadaradial r. Com estes termospodemos efetuarmais

(15)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 8

R = R

= g R = g 00 R 00 +g 11 R 11 +g 22 R 22 +g 33 R 33 ; (2.28)

neessariaparaobtermosoesalardeurvatura(2.29),paraasequa~oes(2.2)

de Einstein. Portanto, obtivemos,

R = 2f 2 R 2 0 3R  R f 2 3 _ R 2 f 2 + 2f 0 fr 1 f 2 r 2 + 1 r 2 1 A : (2.29)

O tensorde Energia-Momentopara um uidoperfeitoe dadopor

T

=pg

+(p+)U

U

; (2.30)

sendo ppress~ao, densidade eU

oquadri-vetor veloidade,

U = dx d ; (2.31) U i = v i q

(1 ~v 2 ) ; (2.32) U 0 = 1 q

(1 ~v 2

)

: (2.33)

Usando um refenial omovel, ouseja, um referenial onde o observador

desloa-se om o uido emada instante, temos U i

0 e U 0

1. Obtemos

ent~aoos elementosn~aonulos dotensor Energia-Momento,

T

00

= ; (2.34)

T 11 = p r R 2 f 2 (2.35) T 22 = p R 2 r 2 ; (2.36)

T = p R

(16)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 9

Portanto,nalmenteobtemosos elementos n~aonulos, dotensor de

Eins-tein, (2.2), G 00 = f 2 R 2 0 3 _ R 2 f 2 + 2f 0 fr 1 f 2 r 2 + 1 r 2 1 A ; (2.38) G 11 = 2R  R f 2 + _ R 2 f 2 + 1 f 2 r 2 1 r 2 ; (2.39) G 22 = f 2 r 2 2R  R f 2 + _ R 2 f 2 f 0 fr ! ; (2.40) G 33 = (sen 2 )G 22 : (2.41)

A densidadede energia(t) pode ser expressaatraves de R (t)e sua

deri-vada temporalpelaomponente tempo-tempodaequa~ao (2.2) de Einstein.

Ou seja, usando(2.38) e (2.34)temos

8G(t)=3 _ R 2 R 2 + 3k R 2 : (2.42)

Com o uso de qualquer uma das omponentes espaiais da equa~ao de

Einstein(2.2)eahipotesedeisotropiaenontramosamesmaequa~aoespa

o-espao, i.e., usando (2.39)e (2.35) ou (2.40) e(2.36) ou (2.41) e(2.37) om

p=p

r =p =p , enontramos

8Gp(t)= 2  R R 2 _ R R 2 k R 2 : (2.43)

Combinandoasequa~oes (2.42) e (2.43)enontramos

4G[(t)+3p(t)℄=3 

R

R 2

: (2.44)

O que poderamos ter feitodifereniando (2.42) om rela~ao aotempo e

ouso daequa~ao de ontinuidade abaixo,

_

(t)+3 _

R

R

((t)+p(t))=0: (2.45)

(17)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 10

De fatoestaindepend^eniae maisgeral. NoAp^endieAmostramos que,

a taxa de aelera~ao, da ontra~ao ou expans~ao, de uma esfera radialmente

inomog^eneatambem e independente da urvatura.

Podemos fazero fatorde esala R (t) sem dimens~aodenindo

a(t) R (t)

R

0

; (2.46)

portantoa

0 a(t

0

)= 1no tempo t

0

atual. Denimos tambem opar^ametro

de Hubble,

H(t) _ a(t)

a(t)

: (2.47)

Nesteasopodemosesreveraexpress~oes(2.42)e(2.44),onheidasomo

equa~oes de Friedmann, emsua forma onvenional

H 2

(t)= 8G

3 (t)

k

a 2

; (2.48)

 a(t)

a =

4G

3

[(t)+p(t)℄: (2.49)

Aequa~aodeFriedmann(2.48)revelaosurpreendentefatodequehauma

onex~ao direta entre a densidade de energia do Universo e sua geometria.

Para uma dada taxa de expans~ao, ha uma densidade rtia total,

r

,soma

detodasasomponentesdofundohomog^eneo,quelevaaumUniversoplano,

k=0, i.e.,

r (t)=

3H 2

(t)

8G

: (2.50)

UmUniversoomdensidadede energiaaimadestevalor,rtio,sera

es-paialmentefehado, poroutrolado,umadensidade deenergiamenorlevara

(18)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 11

2.3 Energia Esura e Parametriza~oes da Equa~ao

de Estado

A historia da expans~ao do Universo e determinada pelo par^ametro de

Hubble, H(t)=a=a,_ onde a(t) R (t)=R

0

e o fatorde esala denido de tal

formaque a(t

0 )=a

0

=1 hoje. Assumimos quea energiaesura possui uma

equa~ao que relaionasua press~ao p

e

e om sua densidade de energia

e em

umdadoinstanteatravesdep

e

(t) =!

e (t)

e

(t)ou,de formamaisapropriada,

em um dado redshift p

e

(z) = !

e (z)

e

(z). A omponente de materia n~ao

relativstia n~ao possui press~ao, p

m

=0. Para uma dada equa~ao de estado

ataxa de expans~ao doUniverso egovernadapela equa~ao de Friedmann

H 2 (a) H 2 0 = (0) m a 3 + (0) K a 2 + (0) e e g(a) ; (2.51)

onde usamoso par^ametro de densidade de energiadenido omo

i (t) i (t) r (t) =

8G

3H 2 (t) i (t)= (0) i H 2 0 H 2 (t) i (t) i (t 0 ) ; (2.52)

para ada omponente i de densidade de energia, ou seja, (0) m , (0) K e (0) e

que s~ao os par^ametros de densidade de energiarelativos a materia n~ao

rela-tivstia (bari^onia e n~ao bari^onia),urvatura e energiaesura,

respetiva-mente. Adotamosum Universo plano

K

(1

m

e

)=0. H

0

H(t

0 )

ea onstante de Hubble.

A equa~ao de estado determina a fun~ao g(a), ou seja, usando que p

e = w e e eque d e da

=aH d

e

dt

(2.53)

naequa~ao daontinuidade daenergia esura,temos que

_

e

+3H(+p

e )

d

e

dt

=0 ) d

e

e

= 3(1+w

e )

da

a

: (2.54)

Portanto, o omportamento da energia esura e determinado por sua

equa~ao de estado om

g(a)=3 Z

a

0

(19)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 12

Opar^ametrode densidade de materia

m

(a)eopar^ametrode densidade

de energia esura

e

(a)evoluem omo fun~ao dofatorde esala a(t):

m

(a)= (0)

m a

3 H

2

0

H 2

(a)

; (2.56)

e

e

(a)= (0)

e e

g(a) H

2

0

H 2

(a)

: (2.57)

Neste trabalho adotamos (0)

m

= 0;25, (0)

e

= 0;75, H

0

= 72 km s 1

Mp 1

[8℄ e zemos uso do redshift z omo variavel, uja orrespond^enia

om o fator de esala e z = (1 a)=a, para desrevermos a evolu~ao de

diferentes quantidades,espeialmente asobservaionais.

Medidasreentes de supernovasdotipoIa[4,5℄levaramaumaevid^enia

onlusiva de desaelera~ao da expans~ao doUniverso no passado (z >0;5),

evoluindo para um Universo em expans~ao aelerada ateo presente.

Aexist^eniadaenergiaesuraquereentementeaeleraaexpans~aoosmia

esta estabeleida ea magnitude atual dadensidade de energia esurae bem

onheida. Oobjetivoagoraedeterminaroomportamentopassadoda

den-sidade de energia esura e sua equa~ao de estado em epoas diferentes da

evolu~ao osmia. O andidato mais simples e natural e a onstante

os-mologia om par^ametrode densidade de energia

eequa~aode estado

!

e

= 1, o que ainda proporiona um bom ajuste aos dados atuais de

su-pernovas Ia,pelomenos emredshiftsmenores que1.

A exata forma funional da equa~ao de estado !

e

(z) da energia esura

poderiaseguirdeumateoriafundamentalsobreanaturezadestaenergia. Os

asos mais bem estudados s~ao os modelos de quintess^enia, onde a energia

esuraresulta de um ampo esalarom potenialderesente.

Na aus^enia de uma teoria siamente bem motivada sobre a energia

esura,t^em-seusadoumaabordagemfenomenologiaomaado~aodeformas

parametrias de !

e

(z) que permitam o uso dos dados de supernovas para

(20)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 13

Tabela2.1: Parametriza~oes P., para a energiaesura. Algunsdestes modelos

s~ao de[15℄.

P. H 2

(z)ou !(z) Par^ametros

Ia !(z)=!

0 +! 1 z (1+z) 2 =! 0 +! 1

(1 a)a !

0

= 1:3

!

1 =4

Ib !(z)=!

0 +! 1 z (1+z) 2 =! 0 +! 1

(1 a)a !

0

= 1:3

!

1 = 2

II !(z)=!

0 +! 1 z (1+z) 1:8 =! 0 +! 1 (1 a)a 0:8 ! 0 = 1:3 ! 1 =4 III H 2

(z)=H 2

0 [

(0)

m

(1+z) 3 + (0) e + a 1 =0:13 +a 1

(1+z) 3

[os (a

2 z+a

3

) os (a

3 )℄℄ a 2 =6:83 a 3 =4:57 IV H 2

(z)=H 2

0 f

(0)

m

(1+z) 3

+a

1

(1+z)+ a

1

= 4:16

a

2

(1+z) 2 +( (0) e a 1 a 2 )g a 2 =1:67 V H 2

(z)=H 2

0 [

(0)

m

(1+z) 3 q a 1 +a 2

(1+z) 3 a 1 =29:08 ( (0) e + p a 1 +a 2 )℄ a 2 = 0:097

VI !(z)= !

0

1+bl n(1+z)

!

0 = 1

b=0:25

VII !(z)=!

0 +!

1 z =!

0 +! 1 1 a a ! 0 = 1:4 ! 1 =1:67

VIII !(z)=!

0 +! 1 z 1+z =! 0 +! 1

(1 a) !

0

= 1:6

!

1 =3:3

!= 1 ou H

2

(z)=H 2

0 [

(0)

m

(1+z) 3

+ (0)

(21)

-CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 14

As parametriza~oes mostradas na Tabela2.1 s~aoobtidas de diversos

au-tores, nas parametriza~oes Ia e Ib usamosamesma fun~aoparametriaom

omesmovalorde !

0

mas om valordistintopara !

1

nafaixa de valores

per-mitidospeloSuperNova Legay Survey (SNLS) e peloWilkinson Mirowave

Anisotropy Probe (WMAP) [38℄. O modelo II e uma suave modia~ao do

modelo I. Os modelos III, IV e V s~ao ansatze motivados por osila~ao,

po-lin^omios quadratios [13℄ e branas para H(z), respetivamente. Usamos os

valores entrais de [15℄. O modelo VI foi proposto por [41℄ e seu melhor

ajuste aos par^ametros obtido por [24℄. As parametriza~oes VII [36, 40℄ e

VIII[21,39℄s~aoexpans~oes emTaylorateprimeiraordememtornode z =0

eem torno de a=1,respetivamente.

0

1

2

3

4

5

z

-

0.5

-

0.25

0

0.25

0.5

0.75

1

W

e

z

Figura2.1: Evolu~aodadospar^ametrosdedensidadedeenergiaesura

e omo

fun~ao do redshift z para parametriza~oes da Tabela 1. As linhas s~ao: CDM

(lisa),Ia(traourto),Ib(pontos),II(pontoduploetrao), III(traolongo),IV

(ponto e trao urto, V(ponto e traolongo), VI (ponto duplo e traolongo),

VII(traoduplo e ponto), VIII(pontotriplo etrao).

(22)

es-CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 15

maiorparte delas apresenta problemas, valores exessivamentegrandespara

redshifts maiores que 1. Varias parametriza~oes apresentam valores muito

altosparaopar^ametrodedensidadede energiaesuranopassado, indiando

uma domin^ania desta omponente que ainda n~aohavia, uma outra mostra

valores negativos do par^ametro de densidade de energia, que e absurdo por

si so. Muitas parametriza~oes ajustam-se bem aos dados de supernovas Ia,

entretanto, s~aosiamente improvaveisou impossveis quando onsideradas

em um enario mais amplo, em redshifts maiores dos que os obertos pelos

dados de supernovas Ia.

0

2

4

6

8

10

12

14

z

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

W

e

Figura 2.2: Evolu~ao dos par^ametros de densidade de energia esura

e om

rela~ao ao redshift z para modelos seleionados da Tabela 1. As linhas s~ao:

CDM (lisa), Ia (trao urto),Ib (pontos) e IV (pontoe traourto).

Em nosso estudo seleionamos apenas alguns dos modelos, om

ontri-bui~aoderesente de

e

(z) em rela~aoao

Total

(z),na dire~ao dopassado.

Esolhemos modelos om omportamentos aima e abaixo dos valores da

densidade de energia esura do modelo CDM, om proposito

ompara-tivo, usando-o omo limite entre os modelos ques~ao ditos phantom, quando

(23)

CAPITULO 2. O MODELO PADRAO 16

Os modelosesolhidos s~ao Ia, Ibe IV, ujos par^ametros de densidade de

energia e equa~oes de estado s~ao expostas, respetivamente, nas Figs. 2.2 e

2.3.

0

2

4

6

8

10

12

14

z

-

1.75

-

1.5

-

1.25

-

1

-

0.75

-

0.5

-

0.25

0

w

e

Figura2.3: Evolu~aodaequa~aodeestado!

e

(z)omrela~aoaoredshiftz para

modelos seleionados da Tabela 1. As linhas t^em a mesma rela~ao da Fig. 2.2.

Nas proximas Se~oes investigaremos as onsequ^enias destes diferentes

modelos aos par^ametrososmologios que s~ao relevantes na forma~aode

(24)

Modelo de Colapso Esferio

A ferramenta semi-analtia mais simples no estudo de forma~ao de

es-truturas em larga esala e o modelo de olapso esferio [30℄. As equa~oes

de olapso esferio podem ser derivadas da RelatividadeGeral, desde que o

shear (isalhamento)n~aotenha papelsigniante[42℄.

Amaiorpartedosestudossobreoimpatodaenergiaesuranaforma~ao

de estruturas foram realizados sob a hipotese de que esta e uniformemente

distribuda. Neste aso a energia esura afeta apenas a evolu~ao do fundo

homog^eneo.

Oolapsoesferio podesermodiadoparainorporarosefeitosde

ener-giaesura,porexemplo,aabund^aniade aglomeradosdegalaxiasestimadas

dentro do modelo de olapso esferio foram usadas para limitar as

propri-edades do uido de energia esura no aso mais simples de uma onstante

osmologia [17, 18℄, no aso da equa~ao de estado onstante w

e

6= 1

[16,20,25,43,44℄,assimomooasodemodelosdeenergiaesuradin^amios

om algumasparametriza~oes de w

e

(t)[32, 33℄.

3.1 O Colapso Esferio

A equa~ao de ontinuidade (2.45) para ada uido j om densidade de

energiaosmia homog^enea

j

epress~ao p

j =w

j

j

edada por

_

j

+3H

j

(1+w

j

(25)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 18

ondeH =a=a_ eopar^ametrodeHubbleeopontodenotaderivadatemporal.

Considere ent~aouma regi~aoesferiamentesimetriade raior e om

den-sidade de energia homog^enea

j

, a hamada distribui~ao top-hat. Suponha

que em um dado instante t tenhamos

j

(t) =

j

(t)+Æ

j

(t). Se noinstante

iniial t i tivermos Æ j (t i

) > 0 esta regi~ao esferiamente simetria

eventual-mente olapsara devido a seu proprio pux~ao gravitaional. Caso ontrario,

Æ

j (t

i

) <0, esta regi~ao se expandira mais rapido do que o uxo de Hubble,

gerando o queonheemos omo vazio.

A equa~ao de ontinuidade destas regi~oes esferias homog^eneas,

simpli-adas(top-hat),podeserdesritaemanalogiaproximaomaequa~aode

on-tinuidade(3.1). Usandoa equa~aode estadopara ohalo, p

j

(t)=w j (t) j (t), obtemos _ j +3h j

1+w

j

=0; (3.2)

onde h=r=r_ ea taxa de expans~ao loal, no interiordo halo.

Note que,emprinpio, poderamoster equa~oes de estado diferentes no

exterior e no interior da regi~ao esferia w

j 6=w

j

. De fato, a diferena entre

aequa~ao de estado loalea dofundo homog^eneo, Æw

j w j w j

,pode ser

relaionada om a veloidade efetiva do som do uido, 2 ef j Æp j =Æ j [45℄,

atravesde

Æw j =( 2 ef j w j ) Æ j

1+Æ

j

: (3.3)

Usualmente 2

ef

e onsiderado omo um par^ametro livre, apesar de que,

rigorosamente, em teoria de perturba~ao o unio outro par^ametro livre e a

verdadeira veloidade do som das inomogeneidades, 2

X

[46℄. Porem a

velo-idadedosom 2

ef

edenida omo araz~aoentre dois graus independentes de

liberdade daperturba~ao,portantotambempodera depender das ondi~oes

iniiais destas perturba~oes. Neste Captulo onsideraremos o aso onde a

equa~ao de estado e a mesma no interior da esfera olapsante e no fundo

homog^eneo,i.e. w

j =w

j

. Destaforma,temos 2

ef

j =w

j

eonsequentemente

Æw

j =0.

No Captulo 6 exploramos, um pouo, a possibilidade da equa~ao de

es-tado da energia esura no halo w

j

ser diferente da equa~ao de estado da

energiaesura nofundo homog^eneow

j

,omo feito em[47℄.

Denimos, de maneira usual, o ontraste de densidade de enrgia de um

dado uidoj pelaequa~ao

(26)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 19

Derivando(3.4) om rela~ao aotempo,podemosesrever

_

Æ

j

= 3(1+Æ

j ) _ a a

(1+w

j )

_ r

r

(1+w

j )

;

= 3(1+Æ

j

)(H h)(1+w

j

); (3.5)

onde assumimos que w

j =w

j

. Derivando novamente om rela~aoao tempo

obtemosa seguinte equa~ao n~ao linearpara Æ

j  a a  r r + _ a 2 a 2 _ r 2 r 2 ! = _ w j

3(1+w

j ) 2 _ Æ j

1+Æ

j +

1

3(1+w

j )



Æ

j

1+Æ

j

1

3(1+w

j ) _ Æ j 2

(1+Æ

j )

2

: (3.6)

Usando (3.5) temos que

_ r 2 r 2 = _ a 2 a 2 2

3(1+w

j ) _ a a _ Æ j

1+Æ

j +

1

9(1+w

j ) 2 _ Æ j 2

(1+Æ

j )

2

: (3.7)

Asegunda equa~aodeFriedmannapliadaaregi~aoesferiaehomog^enea,

top-hat,e

 r

r =

4G

3 (

+3p

) : (3.8)

Notequeaesfera de sobredensidade ousubdensidadede energiaa quese

refere a express~ao aima, neessariamente deve ter urvatura k 6=0.

Entre-tanto,aEq. (3.8)eindependentedestaurvatura,omopudemos omprovar

anteriormente, quando enontramos (2.44).

Apliandoasequa~oes defundohomog^eneo,alemde(3.7)e(3.8)em(3.6)

podemosobter aseguinteequa~aode evolu~aon~aolinear paraoontrasteÆ

j

de um uido qualquer

 Æ j + 2H _ w j

1+w

j ! _ Æ j "

4+3w

j

3(1+w

j ) # _ Æ 2 j

1+Æ

j =

4G(1+w

j

)(1+Æ

j )

n

X

k=1

(1+3w

k ) k Æ k : (3.9)

(27)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 20

enquantoque,asequa~oesdeontinuidade(3.2)s~aovalidasapenasparaada

uido,naaus^enia,e laro,de vnulosadiionaisentre taisuidos,alemdo

gravitaional.

Observe que a hipotese de termos uma equa~ao de estado dependente

do tempo e fundamentalem nossa abordagem de evolu~ao da densidade de

energiaesura eelevada em onsidera~aoem (3.9).

Para um sistema de n uidos que possam ser perturbados via intera~ao

gravitaional, devemos onsiderar n equa~oes tais quais a (3.9), onde ada

uidoj esta gravitaionalmenteaopladoom os demaisatraves dolado

di-reitodaequa~ao,otermoproporionalaonstantegravitaionalde Newton.

3.2 Energia Esura Homog^enea e Evolu~ao

Linear das Perturba~oes

Nesta se~ao exploraremos iniialmente um aso mais simples de

per-turba~oes na omponente n~ao relativstia de materia, pois neste aso

ad-mitiremosquea energiaesuran~aose aglomera,i.e., ontribui apenas omo

parte dofundo homog^eneo emesalas menores doque o horizonte[48℄.

En-tretanto veremos que a energiaesura, mesmo homog^enea,e apaz de

inu-eniara evolu~ao doontrastede materiaalemdoomportamentodofundo

homog^eneo eportantoo resimentode estruturas.

Considerando um Universo omposto por dois uidos, prinipalmente,

materia e energia esuras. A densidade de radia~ao eletromagnetia tem

poua inu^enia, pois sua densidade e pequena e ai rapidamente. Alem

disso, as utua~oes de densidade de materia s~ao onsideras apenas apos o

desaoplamento(z 1000).

Porenquanto,investigaremos apenasumaomponenteompossibilidade

de riar inomogeneidades, a materia. Podemos restringir a express~ao (3.9)

assumindo quea materia tem press~ao zero, p

m

=0, eque a energiaesurae

homog^enea,Æ

e

=0. Alemdissodesprezamosostermosn~aolineares. Obtemos

ent~ao omo aso partiular a bem onheida [49℄ equa~ao de ontraste de

densidade para amateria



Æ

m

+2H(t) _

Æ 3

2 H(t)

2

m

(t)Æ =0; (3.10)

(28)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 21

A equa~ao para a evolu~aodo ontraste de densidade de materia servira

melhoraonossos propositosseusarmosomovariaveloredshiftz. Portanto,

alteramosa variavelde t para z.

Sendo que usamosas equa~oes de Friedmann abaixo

H 2

(z)= _ a 2

a 2

= 8G

3

(z); (3.11)

e

 a

a =

4G

3

[(z)+3p(z)℄; (3.12)

om (z)=

m

(z)+

e

(z) ep(z)=p

e =w

e (z)

e (z).

Enontramos ent~ao,

Æ 00

m +

"

1

2(1+z)

! 0

e (z)

1+w

e (z)

+ 3

2(1+z) w

e (z)

e (z)

#

Æ 0

m =

= 3

2(1+z) 2

[1+w

e (z)℄

m (z)Æ

m

; (3.13)

onde alinha denota derivada om rela~aoaoredshift z.

Observe que esta transforma~ao,da variavel t para a z, torna mais

apa-renteainu^eniadaenergiaesuraem(3.13),sendoqueaevolu~aodofundo

homog^eneo aindaoorre atraves dopar^ametro de Hubble H(z) presente em

m

(z) e

e

(z),reveja as express~oes (2.56)e (2.57).

Na Fig. 3.1 mostramos a evolu~ao do ontraste de materia normalizado

por seu valor hoje D(z) Æ

m (z)=Æ

m

(0), para os modelos de energia esura

que seleionamos, alem de um aso de interesse omparativo, o de materia

pura, ouseja, =

m =1.

A solu~ao analtia para o aso de materia pura pode ser enontrada

failmenteom o uso da equa~ao (3.10) na variavel a, e da hipotese de que

a solu~aoe do tipo Æ

m =Aa

sendo A e onstantes. Com istotemos que

=1e portanto,Æ

m (z)=Æ

m

(0)=a(z)= 1

1+z .

A equa~ao diferenial (3.13) e resolvida numeriamente om o auxlio

do programa Mathematia 5. Utilizamos o mesmo programa nas demais

equa~oes difereniaisdeste trabalho.

Noteque,omo esperado, perturba~oes mais intensas nopassados~ao

ne-essariaspara alanarmosamesmaamplitudehoje(Fig.3.1),para modelos

(29)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 22

0

1

2

3

4

5

z

0.2

0.4

0.6

0.8

1

m



m

0

Figura 3.1: Evolu~ao do ontraste normalizado Æ

m (z)=Æ

m

(0) omo fun~ao do

redshift para os modelos de energia esura seleionados. As linhas s~ao as

mes-mas da Fig. 2.2 e para o aso de materia esura pura, que tem a solu~ao

Æ

m (z)=Æ

m

(0)=a(z) = 1

1+z

, representada pela linha traejada longa.

inibir o resimento de perturba~oes, pelo menos nos asos onde a energia

esuran~ao possui utua~oes.

A inu^enia do fundo de energia esura depende do qu~ao negativa e a

equa~ao de estado e da propor~ao entre materia e energia esura em ada

estagiodaevolu~aoosmia. Obviamentetodas estasquantidades~ao

depen-dentes da esolha da fun~ao !(z), porem a ompreens~ao fsia das

quanti-dades que levam a forma~ao de estruturas e mais failmente vista quando

analisamosestasquantidadesomrela~aoaseus efeitosnaforma~aode

aglo-meradosde galaxias.

(30)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 23

0

1

2

3

4

5

z

1

2

3

4

5

X

Figura 3.2: Comportamento da raz~ao X(z)

m (z)=

e

(z) omo fun~ao do

redshift para os mesmos enarios de energia esura da Fig. 2.2. As linhas s~ao

mesmas da referida gura.

de energia esura

X(a)

m (a)

e (a)

=

(0)

m

1

(0)

m e

3 R

1

a

dlnyw(y)

: (3.14)

Para valores grandes de X reuperamoso omportamento dominanteda

materia Æ

m

a. A raz~ao entre a densidade de materia e a densidade de

energia esura X(z) pode ser vista na Fig. 3.2. Note que, para todos os

modelos, exeto o modelo IV, a ontribui~ao de energia esura derese

ra-pidamente om o resimento do redshift. No modelo IV a densidade de

energia esura derese lentamente, mas para redshifts maiores do que 0;5

(31)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 24

3.3 Energia Esura Homog^enea e Evolu~ao

N~ao Linear do Halo

Paraprosseguirmosnadesri~aodaevolu~aon~aolineardohalodemateria

eenergiaesura,adotamos omodelode olapsoesferio [30℄ ondeoraior(t)

daregi~aoesferiahomog^eneasobredensaobedeeaequa~aodeRayhaudhuri,

 r

r =

4G

3

[+3p℄ 2

3

2

+ 2

3 !

2

+ 1

3 _ v

;

: (3.15)

Esta equa~ao tem sua origem na deomposi~ao do ampo de

quadri-veloidades v

de um uido no espao urvo [50, 51℄. A equa~ao (3.15)

esta expressaemtermos das quantidadesdaosmologiaFLRW apliadasao

halo de materia eenergia esura.

1

10

100

1+z

0.01

0.1

1

10

100

1000

10000

1e+05

1e+06

δ

Figura3.3: Evolu~ao doontrastelineardedensidadedemateria(traos)en~ao

linear (linhalisa) no modeloCDM para valores iniiais esolhidos de tal forma

(32)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 25

Considerando um uido isotropio e homog^eneo no halo, n~ao teremos

isalhamento,, nem vortiidade, !, nem gradientes de press~ao, v_

;

, onde o

ponto evrgula denotam derivada ovariante.

Portanto,apos umabreve manipula~ao,temos

 r=

3

2

(0)

e

[w(a)+1=3℄e g(a)

r 1

2

(0)

m

(1+

i )

1

r 2

; (3.16)

ondeotempotemedidoemunidadesde1=H

0 e

i

easobredensidadeiniial

naesfera. Note queesta equa~aojafoi obtida antes de outra forma,(3.12).

0

1

2

3

4

5

6

z

1.65

1.66

1.67

1.68

c

z

Figura3.4: Limiar desobredensidade om rela~ao ao redshiftpara os diferentes

modelos onsiderados. As linhas s~ao as mesmas da Fig.2.2.

Resolvemos esta a equa~ao, (3.16), n~ao-linear, numeriamente para um

tempoiniialt

i

ondea(t

i )=10

3

,omasondi~oes iniiaisesolhidasde tal

forma que a esfera que olapsa esta iniialmente no arrasto de Hubble, i.e.

r(t

i

)=a(t

i ) e r(t_

i

)=a(t_

i ).

Utilizando a solu~ao numeria, de maneira interativa, enontramos os

valoresde

i

paraqueoolapsooorrahoje. A evolu~aolinear doontraste

(33)

CAPITULO 3. MODELO DE COLAPSO ESFERICO 26

i

que enontramos,o queresulta novalordoontraste de densidade linear

rtio Æ

,queeum importanteelementonoformalismoPress-Shehter [31℄,

disutido noCaptulo seguinte.

NaFig. 3.3mostramos umexemplodomodelo CDMde evolu~aolinear

e n~ao linearpara uma sobredensidade

i =10

4:446

, esolhida de forma que

oolapso dohalo de materia oorra hoje.

EmumUniversodeEinstein-deSitter,ovalorexatoobtidoedeÆ

=1:686

[30℄, e veria-se que seu valor e bastante independente da osmologia de

fundo [22℄.

Todavia, alulamos Æ

(z) nos diferentes modelos, e sua evolu~ao om

rela~aoaoredshiftz. Osresultadosexpostos naFig.3.4mostramquede fato

n~aoha grandes diferenas entre os valores de adamodelo, emonord^ania

om[16,26℄. Usamos osvaloresdeÆ

(z)paraalularaabund^aniadehalos

naproximaSe~ao,quandoent~aoveremosqueexisteumagrandesensibilidade

aovalordoontraste de densidade rtio Æ

(34)

Contagens de Aglomerados de

Galaxias

O Universo que observamos, direta ou indiretamente, i.e., a parte

lumi-nosaen~aoluminosademateriabari^oniaeamateriaesura,apareem omo

adensamentossuavesde materiaemumaesala de 200h 1

Mp. Alemdesta

esala, os adensamentos de materia pareem se distribuirhomogeneamente.

Asobserva~oes de galaxias,aglomeradosde galaxiase super aglomeradosde

galaxiaspossuem um amplo intervalo de massas que araterizam estes

sis-temas,aproximadamente 10 9

10 10

M

, 10

11

10 13

M

, 10

12

10 14

M

, e

10 15

M

ondeM

eamassa solar. Estes objetos,ombinados,formama

ha-mada Estrutura em Larga Esala (LSS: Large Sale Struture) doUniverso.

Um desao fundamental na osmologia atual e entender a forma~ao e

evolu~ao das LSS, e para tanto preisamos de um arabouo teorio que

possa fazer previs~oes daforma~aode taisestruturas.

Asteoriasdeforma~aodeestruturast^emomopontodepartidaqueestas

nasemde pequenas perturba~oes dadistribui~aohomog^enea de densidades

de materia e energia no Universo primordial, que na maior partee suposta

ser omposta de materia esura.

Comomateriaesurasupomosumgasn~aorelativstiopresenteemtodos

os aglomerados galatios, a segunda maior omponente do Universo atual,

araterizada por n~ao emitir radia~ao eletromagnetia nem interagir om

esta, possuindo apenas, ou preponderantemente, intera~ao gravitaional.

(35)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 28

possvelextender este modeloinluindoa possibilidadede intera~oes, outras

quea gravitaional,entre amateria esura ea energiaesura.

A distribui~ao de materia, esura e bari^onia, em estruturas osmias,

oorreomo aglomeradosde galaxias. Onumerode aglomeradosdegalaxias

porunidade de volume em um intervalode massaeomumente hamadode

fun~ao de massa. A determina~ao preisa de tal fun~ao possui diuldades

ainda n~ao totalmenteresolvidas, doponto de vista teorio e observaional.

Umaprevis~aoexata, analtiadafun~aode massaeimpratiavel,mesmo

nos modelos osmologios mais simples, devido a forte n~ao linearidade da

din^amia gravitaionalenvolvidana forma~aode taisobjetos.

4.1 O Formalismo de Press-Shehter

Ha um onsenso geral de que uma boa aproxima~ao que desreve uma

fun~ao de massa em esala osmia naseu em 1974, om a publia~ao do

trabalhode Press &Shehter (PS)[31℄. Este trabalhoprop^osum raionio

heurstio para obter a fun~ao de massa. Seu suesso omeou a ser

reo-nheido em 1988, om a veria~ao dos primeiros resultados de numerosas

simula~oesdeN-orpos,revelandosurpreendentessemelhanasomaformula

dePS.MuitosautorestentaramestenderoformalismodePS, oupropuseram

alternativase.g., [52, 53, 54℄.

Os aglomerados de galaxias s~ao, por suposi~ao, formados por pios na

utua~ao da densidade de materia que s~ao aproximadamente esferios, o

que torna possvel o uso do modelo de olapso esferio na forma~ao destas

estruturas. Com o formalismo de PS podemos obter uma fun~ao de massa

quedaraonumerodesistemasgravitaionalmeteligadosqueestejamemum

erto intervalode massa ou, que exedam uma dada massa.

A prinipal hipotese do formalismo PS e a gaussianidade do ampo de

densidade de materia, adotando o perl de densidade top-hat, om o qual a

ondi~aoparaformarobjetosmaiostomaamediadadensidadedemateria

Æ em torno de ada ponto. A densidade de probabilidade da amplitude das

perturba~oes iniiais,porsuposi~ao, segueuma Gaussiana, assim temos

p(Æ

L ;R )=

1

p

2 e

Æ 2

L

2 2

; (4.1)

(36)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 29

esfera onde onsideramosesta vari^ania,e.g, o onheido

8

edenido omo

avari^ania dautua~ao linearÆ

L em R 8 =8Mp, 8 (R 8 ).

Ambos, (R ) e Æ

L

s~ao fun~oes do redshift z. Desta forma se assumimos

umadistribui~aoGaussiana,aprobabilidadedetermosum objetoolapsado,

um halo, de massa M om sobredensidade

(z) em um modelo linearizado

maior ouigual aÆ

e f(Æ L Æ

;M)= Z 1 Æ p(Æ L ;R )dÆ

L = 1 p 2(M) Z 1 Æ e Æ 2 L 2 2 (M) dÆ L ; (4.2)

que e suposto ser igual a fra~ao de massa em objetos ligados om M

4 3 m R 3

. Esta probabilidadeorresponde a fra~ao de volume da regi~aoom

ontrastededensidademaiorouigualaoontrastededensidadelinearrtio

Æ

(z)naamostradeUniversoomvolumeM=

m

. Portanto,adiferenaentre

f(Æ

L Æ

;M) e f(Æ

L Æ

;M +dM) representa a fra~ao de volume para a

regi~ao naqualÆ

L =Æ

preisamente.

Estamosinteressados nadensidade numeria omovelde objetos

olapsa-dos emum dadointervalode massa. Para obtermos talquantidadedevemos

tomaraderivadade f om rela~aoaM que forneeaquantidadede objetos

om massaentre M e M+dM. Multipliando por m

M

,oresultado e

onver-tido numa densidade numeria onde

m

ea densidade media de materia.

Oontraste de densidade de um halo preisa ser preisamente iguala Æ

,

poisum objetoomÆ

L >Æ

seria eventualmenteontado omoum objetode

um esala de massa maior. Como ovolume de ada objeto om massa M e

M=

m

,ent~ao obtemosa seguinterela~ao

n(M)dM = 2 m M f(Æ L Æ ;M)

M dM; = 2 m M df d d dM

dM; (4.3)

onde n(M) e a densidade do numero de halos om massa M, i.e., a fun~ao

de massa.

Entretanto, a regi~ao subdensa n~ao e oberta na equa~ao aima. Press e

Shehter simplesmentemultipliaram adensidade numeria pelofatordois.

O metodo mais onavel para se estudar a abund^ania de aglomerados

de galaxias no Universo e atraves de simula~oes numerias. Entretanto, a

(37)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 30

resultadosde simula~oes de N-orpos[55℄. Existemaproxima~oesmelhorese

mais reentes om par^ametroslivres extras, omo[53℄ e[52℄. Todavia

onti-nuaremos, porenquanto,nossaexplana~aoomabemonheidaabordagem

de PS.

Note queneste formalismo apenas quantidadeslineares s~aousadas.

Comestasonsidera~oeseousode(4.2)em(4.3),levamabemonheida

formulaanaltiapara adensidade omovelde halosde massa olapsadosno

intervalode massa M e M+dM emum redshift z.

dn

dM

(M;z)= s 2 m M Æ (z) (M;z)

dln(M;z)

dM exp " Æ 2 (z) 2 2 (M;z) # ; (4.4) onde m

e a densidade de materia media do Universo e Æ

(z) e a densidade

rtia, i.e., a extrapola~aolinear doontrastede densidade limiteaima da

qualestruturas olapsam, ouseja,Æ

(z)=Æ(z =z

ol ).

A vari^ania dautua~aolinear Æ

L ,

(M;z)=D(z)

M

; (4.5)

e a utua~ao de densidade em esferas de raio omovel R ontendo a massa

M. D(z)Æ

L (z)=Æ

L (0).

Aesala Resempreespeiada pelamassaepelovolumedenidos pela

fun~ao janela dotempo presente, veja e.g. [56℄. Em nossa analise usamos o

ajustedado por [18℄

M = 8 M M 8 (M)=3 ; (4.6) onde M 8

= 6 10 14 (0) m h 1 M

e a massa de uma esfera de raio R

8 = 8h 1 Mp, e 8

e a vari^ania da utua~ao da densidade suavizada em uma

esala de R

8

. O ndie e fun~ao da massa e do fator de forma, =

(0) m h e b b = (0) m ( b

= 0:05 e o par^ametro de densidade bari^onia), do

espetro de pot^enia damateria[18℄,

(M)=(0:3 +0:2) 2:92+ 1 3 log 10 M M 8 : (4.7)

Denotando ~(M)=

dln(M;z)

dM ,

~

(38)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 31

podemos reesrever (4.4) omo

dn

dM

(M;z)= s

2

m0

M Æ

(z)

(M;z) ~

(M) exp "

Æ

(z)

2

2(M;z) 2

#

: (4.9)

0

1

2

3

4

z

0

2

4

6

8

10

12

14

dn



dM

H

10

18

Mpc

3

L

0

1

2

3

4

5

z

-

1

0

1

2

D

dn



dM

H

10

18

Mpc

3

L

z

Figura 4.1: Fun~oes de massa Press-Shehter para modelos diferentes, todos

normalizados a ummesmo valor emz =0. As linhas~ao as mesmas da Fig.2.2.

Para um

8

xo o numero de halos de materia previstos, dados pela

formulaaima,euniamenteafetadopelosmodelosde energiaesuraatraves

daraz~aoÆ

(z)=D(z). Paraompararmosdiferentesmodelosnormalizamosas

fun~oes de massaa um mesmovalorhoje,ou seja,emz =0,om rela~aoao

modelo CDM, i.e., impomosque

M

8 =

Æ M

(z =0)

Æ

(z =0)

8

; (4.10)

onde ondie M india um dado modelo M, onde usamos

8

= 0:76 [8℄.

MostramosnaFig.4.1oresultadodealgumasfun~oes demassadediferentes

modelos.

O efeito da energia esura sobre os halos de materia e estudado pelo

alulode duas quantidades. A primeiraeonumerode halos de materiaem

um dado intervalode massaem todaa esfera eleste, N

bin

(z), dado por

N

bin (z)=

Z

4 d

Z

M

sup

M

dn

dM

(M;z) dV

dzd

(39)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 32

onde oelementode volume omovele dado por

dV(z)

dzd =

r 2

(z)

H(z)

; (4.12)

sendo quer(z)= R

z

0 H

1

(x)dxea dist^ania omovel.

A evolu~ao do elemento de volume omovel dV=dzd om rela~ao ao

redshiftparaosdiferentesmodelosdeenergiaesuras~aomostradosnaFig.4.2.

Note que o elemento de volume omovel n~ao depende das perturba~oes na

materia Æ

m

(z), depende apenas do omportamento do fundo de uidos. O

volume omovel e maior para equa~oes de estado mais negativas, pois isto

impliaemuma maioraelera~aona expans~ao,ompare as Figs. 2.3e 4.2.

0

2

4

6

8

10

z

0

1

2

3

4

5

dv



dzd

W

H

Mpc

3



10

10

L

Figura4.2: Evolu~ao do elemento de volumeomovelom respeito ao redshift

para os quatro enarios onsiderados ate aqui. As linha s~ao as mesmas da

Fig.2.2.

A segunda quantidade om rela~ao a estruturas emlarga esala que

al-ulamoseo numero de aglomerados de galaxias integradona esfera eleste,

aimade uma dada massa M

inf

, eate um redshift z [26℄

N(z;M >M

inf )=

Z

4 d

Z

1

M

inf Z

z

0 dn

dM dV

dz 0

d

dMdz 0

(40)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 33

4.2 Contagens de Aglomerados de Galaxias

As modia~oes ausadas pelaomponente de energia esura nonumero

deaglomeradosdegalaxiasnaformadeaglomeradosdematerias~aotestados

eonfrontados om o modelo de onstante osmologiaCDM.

0

1

2

3

4

z

0

5

10

15

20

25

N

bin



10

6

0

0.5

1

1.5

2

z

0

5

10

15

20

25

30

N

bin



10

4

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

z

0

10

20

30

40

50

N

bin

Figura 4.3: N umero de aglomerados de glaxias fun~ao do redshift para halos

emintervalosdemassa10 13

<M=(h 1

M

)<10

14

(quadrosuperioresquerdo),

10 14

< M=(h 1

M

)<10

15

(quadro superior direito) e 10 15

<M=(h 1

M

)<

10 16

(quadro inferior). A linha lisa orresponde ao modelo de CDM. Note os

fatores de normaliza~ao N

bin

10 6

e N

bin

10 4

nos quadros superiores da gura. As linhas

s~ao as mesmas da Fig. 2.2.

Examinamososefeitosdealgumasparametriza~oesdeequa~oes deestado

(41)

ilus-CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 34

trandodiferentes lasses,ou ordensde grandeza, de estruturas osmias. Os

intervalosqueusamosforam[10 13

;10 14

℄,[10 14

;10 15

℄e[10 15

;10 16

℄emunidades

de h 1

M

.

O numero de aglomerados de galaxias num dado intervalo de massa

N

bin

= dN=dz, obtido em (4.11), s~ao mostrados na Fig. 4.3. Em ada aso

destas gurasexpomos oefetivonumero de aglomerados galatios.

0

1

2

3

4

z

-

10

-

5

0

5

D

N

bin



10

6

z

0

0.5

1

1.5

2

z

-

10

-

8

-

6

-

4

-

2

0

2

4

D

N

bin



10

4

z

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

z

-

4

-

2

0

2

D

N

bin

z

Figura4.4: Diferenados modelosdaFig.4.3omorela~aoao modeloCDM,

sendoN

bin N

M

bin N

bin

. Osintervalosde massas~ao os mesmosdaFig.4.3.

Note as diferentes esalas de z entre os quadros e os fatores de normaliza~ao

N

bin

10 6

e N

bin

10 4

nos quadros superiores da gura. As linhas s~ao as mesmas da

Fig.2.2.

Reparequeestruturasommaiormassas~aomenosabundantese

formam-se mais tarde, omo deveria ser em modelos de forma~aohierarquia de

(42)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 35

de aglomerados de galaxias nos diferentes modelos de energia esura

onsi-derados.

Paraquepossamosompararmelhorosmodelosentresi,eomnosso

mo-delo padr~aoCDM, subtramos os valores N M

bin

, de ada modelo dos valores

de N

bin

do modeloCDM, omopode ser vistona Fig.4.4.

0

1

2

3

4

z

0

5

10

15

20

25

N



10

6

0

1

2

3

4

z

0

5

10

15

20

N



10

4

0

0.2 0.4 0.6 0.8

1

1.2 1.4

z

0

5

10

15

20

N

Figura 4.5: N umero de aglomerados de galaxias integrado ate o redshift z.

Os intervalos de massa s~ao os mesmos da Fig. 4.3, 10 13

< M=(h 1

M

) <

10 14

(quadro superior esquerdo), 10 14

< M=(h 1

M

) <10 15

(quadro superior

direito) e 10 15

< M=(h 1

M

) < 10 16

(quadro inferior). Note os fatores de

normaliza~ao N

10 6

e N

10 4

nosquadrossuperioresdagura. Aslinhass~aoasmesmas

da Fig. 2.2.

Adiferenaentre osmodelosresultade umaompeti~aoentre os

(43)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 36

Eq. (4.11).

Aima deste redshift o elemento de volume omovel n~ao varia

signia-tivamente, onde ent~ao as perturba~oes tornam-se as fontes dominantes na

arateriza~ao de diferenas entre os valores dos numeros de aglomerados

N

bin

(z) de adamodelo.

1

2

3

4

z

-

0.4

-

0.2

0

0.2

D

N



N

L

z

1

2

3

4

z

-

0.3

-

0.2

-

0.1

0

0.1

D

N



N

L

z

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

z

-

0.06

-

0.04

-

0.02

0

0.02

0.04

0.06

D

N



N

L

z

Figura 4.6: Diferenas absolutas do n umero de aglomerados integrado ate

o redshift z. Os intervalos de massa s~ao os mesmos da Fig. 4.3, 10 13

<

M=(h 1

M

) < 10 14

(quadro superior esquerdo), 10 14

< M=(h 1

M

) < 10 15

(quadro superior direito) e 10 15

< M=(h 1

M

) < 10 16

(quadro inferior). As

linhas s~ao as mesmas da Fig. 2.2.

Uma outra importante quantidade observaional e o numero de

estru-turas aima de uma dada massa obtida om o uso de (4.13).

Apresen-tamos os resultados do numero de halos integrado om massa aima de

10 13

h 1

M , 10 14

h 1

M e 10 15

h 1

(44)

CAPITULO 4. CONTAGENSDE AGLOMERADOS DE GALAXIAS 37

Fig. 4.5. Nos quadros da Fig. 4.6 mostramos as diferenas absolutas, (N

N

)=N

, om respeito ao nosso modelo duial CDM. Interrompemos a

integra~aonumeria emM

sup =10

18

h 1

M

na Eq.(4.13).

Observeoplat^ononumerode aglomerados integradoquereeteaepoa

de forma~ao de aglomerados de uma dada massa. Em outras palavras, n~ao

ha forma~ao de estruturas om massa aima de 10 13

h 1

M

, 10

14

h 1

M

e

10 15

h 1

M

pararedshiftsaproximadamenteaimade z =2,z =1ez =0:6,

respetivamentenosquadros superioresquerdo, superiordireito einferiorna

(45)

Energia Esura Inomog^enea

Amaiorpartedosestudossobreoimpatodaenergiaesuranaforma~ao

de estruturas foram realizados sob a hipotese de que a energia esura esta

uniformemente distribuda. Nestes asos, a energia esura afeta apenas as

quantidadesdofundohomog^eneo,tendoaindaassimalgumainu^eniasobre

oresimento de estruturas de materia, omo vimosnoCaptulo anterior.

Neste Captulo exploraremosum aso umpouo mais omplexodoqueo

anterior,ondealemdeutua~oesnaomponenten~aorelativstiademateria,

admitimosutua~oes naomponenteresponsavel pelareenteexpans~ao

ae-leradado Universo. Permitiremos que aenergia esurase aglomere, ouseja,

que ontribua omo parte do fundo homog^eneo em esalas menores do que

o horizonte, e que tambem inuenie diretamente o onteudo da densidade

de energiadaesfera emolapso, omuma novafontede gravita~ao,quetem

press~aonegativae variavel.

Enontramos asequa~oes difeniais n~ao lineares aopladas que mostram

o resimento destas utua~oes, em regi~oes simetriamente esferias sob a

hipotese de perl top-hat. O aoplamento entre os uidos, neste aso, e

apenas atravesda intera~ao gravitaional.

Mostraremos omo o ontraste da omponente de materia inuienia o

resimento das utua~oes daenergia esura,que porsua vez, altera o

om-portamento do halo de materia, mais intensamente de que quando e

ho-mog^enea. Mostraremosaindaque,aanergiaesura,emsuasvers~oesphantom

en~ao phamtominduzem efeitos ontrarios nohalo de materia.

(46)

CAPITULO 5. ENERGIA ESCURA INOMOGENEA 39

de estruturas formadas.

5.1 Evolu~ao N~ao Linear das Perturba~oes

Destaveztemosdoisuidosomutua~oes,materian~aorelativstia,que

inluimateriabari^oniaemateriaesuraeenergiaesuraqueearaterizada

por sua equa~ao de estado.

As regi~oes esferias om perl de densidade top-hat evoluem de aordo

om o sistema de equa~oes deduzido anteriormente. Usando (3.9) para dois

uidosque om utua~oes de densidade, temos

 Æ m +2H _ Æ m 4 3 _ Æ 2 m

(1+Æ

m ) = 3 2 H 2

(1+Æ

m )[

m Æ

m

+(1+3w

e )

e Æ

e

℄ ; (5.1)

 Æ e + 2H _ w e

1+w

e _ Æ e "

4+3w

e

3(1+w

e ) # _ Æ 2 e

1+Æ

e = 3 2 H 2

(1+w

e

)(1+Æ

e )[

m Æ

m

+(1+3w

e )

e Æ

e

℄ ; (5.2)

ondeÆ

m

eoontrastede densidadedemateriaeÆ

e

eoontrastededensidade

de energia esura. Este e o sistema de equa~oes n~ao lineares aopladas que

estudaremosnas proximas Se~oes.

5.2 Evolu~ao Linear das Perturba~oes

O regimelinear das perturba~oes e failmenteextradodo sistema

(5.1)-(5.2). Desprezando os termos de ordem O(Æ 2

), obtemos o sistema linear

aoplado  Æ m +2H _ Æ m = 3 2 H 2 [ m Æ m

+(1+3w

e )

e Æ

e

(47)

CAPITULO 5. ENERGIA ESCURA INOMOGENEA 40  Æ e + 2H _ w e

1+w

e _ Æ e = 3 2 H 2

(1+w

e )[

m Æ

m

+(1+3w

e )

e Æ

e

℄ : (5.4)

Podemosusarqualquerparametriza~aoparaaenergiaesuraomofun~ao

do tempo ou doredshift. Entretanto, seremosmais autelosos neste modelo

emquea energiaesuraaglomera. Iniialmenteempregaremos aequa~aode

estado w

e

=onstante.

Considere asEqs. (5.3)e(5.4) noperodoemquea materiaedominante

(z = 10 3

), quando podemos assumir que

e

0 e

m

1 no sistema

aoplado(5.1)-(5.2). Realizando uma mudanade variavel de t para a om

d

dt =a_

d

da

=H(a)a d da ; (5.5) e d 2 dt 2 = 1 2

[1+3w(a)℄ H(a)a d da +H 2 (a)a 2 d 2 da 2 ; (5.6)

onde usamosque _

H = 3

2

(1+3w)H 2 , obtemos Æ 00 m + 3 2a Æ 0 m 3 2a 2 Æ m

=0; (5.7)

Æ 00 e + 3 2a Æ 0 e 3 2a 2

(1+w

e )Æ

m

=0; (5.8)

onde alinha denota derivada om rela~aoaofator de esala a.

A solu~ao de (5.7) para o modo resente do ontraste de densidade de

materia, e Æ

m = 1 a, onde 1

e uma onstante arbitraria. Em (5.8) o

on-trastede materiaeumafonteparao resimentode perturba~oes naenergia

esura. Substituindo a solu~ao resente do ontraste de materia em (5.8),

enontramos asolu~aodomodo resente do ontraste de energiaesura

Æ

e =

1

[(1+w

e )a+

2

℄=(1+w

e )Æ m " 1+ 3

(1+w

e )a

#

: (5.9)

Esta solu~aomostra queÆ

e

!(1+w

e )Æ

m

para (1+w

e )a 3 . Mesmo omÆ e

0emuminstanteiniial,jÆ

e

jreseraatequeoequilbrioaimaseja

(48)

CAPITULO 5. ENERGIA ESCURA INOMOGENEA 41

Einteressantenotarqueaondi~aodeequilbrioÆ

e

=(1+w

e )Æ

m

e

onhe-ida omo modo \adiabatio", pois pode ser obtida onsiderando-se que as

expans~oes ouontra~oes dohalo oorremsem troade energiaom o fundo

[49℄. Ademais, note que, as utua~oes iniiais oorrem em um perodo em

que a materia e dominante. Qualquer queseja ovaloriniial das utua~oes

na energia esura este valor tendera a ser suprimido ou inrementado para

que oorra o equilbrio adiabatio imposto, pela omponente de materia e

pelaequa~ao de estadoda propria energia esura.

Devemosobservaraindaque,oasodomodeloCDMn~aopermitequeas

utua~oes naenergiaesuraresam, poisw

e

= 1, logoÆ

e

=(1 1)Æ

m =0.

Finalmente,onsidereadistin~aodeomportamentoqueasutua~oesna

energia esura possuem, quando temos um modelo n~ao phantom, w

e

> 1,

eum modelo phantom,w

e

< 1,quando onsideramosoequilbriodomodo

adiabatio.

A obedi^enia da adiabatiidade oorre enquanto tivermos a raz~ao entre

ontrastes Æ

e (t)=Æ

m

(t) = [1+w

e

(t)℄, o que leva o modelo n~ao phantom a

promover a aglomera~ao da energia esura quando a materia aglomera, ou

a promover a rarefa~ao da energia esura quando a materia e subdensa em

rela~aoao fundo, Æ

m

(z)<0.

Omodelophantomporoutrolado, promoveum omportamento

simetri-amenteontrario, i.e.,asobredensidade de materiapromoveuma

subdensi-dadede energia esura. Emoutraspalavras,quando temoshalos de materia

temos vazios de energia esura, e vie-versa. Esse e um omportamento

oposto quantoa forma~ao de halos entre osdois uidos.

O efeito das perturba~oes de energia esura sobre a evolu~ao das

per-turba~oes de materia pode ser entendida de maneira pitoria. Como

vi-mos, o ontraste de materia pode ser visto omo uma fonteque alimentaas

perturba~oes da energia esura e esta por sua vez retroalimenta o sistema

servindo omouma fontemais fraa para asperturba~oes da materia.

Quantoa forma~aode halos de materia, uma sobredensidade de energia

esura diminui a ei^enia om que a materia aglomera, o que de fato e

intuitivo, pois uma onentra~ao loal de energia esura e uma inu^enia

maiordoqueofundoparaaexpans~ao. Istooorreapenasnosasosdeenergia

esura n~ao phantom. Analogamente nos asos de energia esura phantom,

quandotemos umasubdensidade deenergiaesura, amateria aglomeraom

maior ei^enia, pois a onentra~ao de energiaesura no interior dohalo e

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