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Doenças sexualmente transmissíveis e o HIV/AIDS: enfermagem discutindo essas ligações perigosas para as mulheres.

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Academic year: 2017

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PESQ U I SA

DOENÇAS SEXUALMENTE TANSMISSvElS E O HIV/AIDS:

ENFERMAGEM DISCUINDO ESSAS LIGAÇOES PERIGOSAS PAA

AS MULHERES

SEXUALLYTRANS M I TTED D I S EASES (STDS) AND TH E H IV/AI DS: A

D ISCUSS I ON ABOUT TH E RIKS FOR WOM EN

LAS ENFERMEDADES TRANSM ITI DAS SEXUALM ENTE Y EL S I DA:

ENFERM ERIA D I SCUTI ENDO ESAS RELAC I ONES PELlG ROSAS PARA

LAS M UJ ERES

Iara de Moraes Xavier

RESUMO: Este artigo tem como objetivo principal discutir as ligações perigosas entre as DSTs e o HIV/AIDS pelo prisma do gênero e da sexualidade. Apresenta a feminização da AIDS no Brasil como produto das relações sociais, econômicas, políticas e culturais. Pesquisa descritiva exploratória de natureza qualitativa . Focal iza m u lheres com H IV/AIDS que se contaminaram através de relações sexuais com parceiros fixos e únicos . Conclui que o cuidado de enfermagem , no contexto do processo saúde-doença , constitui-se em uma das principais oportunidades para a (o) enfermeira (o) trabalhar o diagnóstico precoce, o tratamento e a prevenção das DSTs e da AIDS.

PALAVRAS-CHAVE: DST/AIDS, gênero, sexualidade, Enfermagem

INTRODUÇÃO

Sa bemos que a S índrome da I m u nodeficiência Adq u i rida (AI DS) constitu i-se em um dos mais sérios problemas no contexto da Saúde Pública , de caráter pandêmico . Ela surgiu no i n ício da década de 80 nos Estados U nidos e ingressa no século XX I ainda co locando desafios à comu nidade científic a . Apesa r dos res u ltados favoráveis no controle da doença , com a ad ministração das terapias med icamentosas, anti-retrovirais e ini bidores de protease, a cura da AI DS ainda não foi a lcançada e ela co nti n u a avança ndo em direção aos espaços sociais que concentram os excl u ídos, os oprimidos e os desfavorecidos social e economica mente . A pandemia de AIDS tra nsformou-se em u m a das mais sérias crises i nternacionais da saúde . A d isseminação da i nfecção pelo H I V, onde q u er q u e tenha ocorrido, tornou a parentes as falhas básicas da d ivisão socia l .

Corrobora ndo com este pensamento, Parker(2000) menciona que: " a epidemia d e H I V/AI DS está mu ito viva e bem - que ela está de fato pros perando, mas que o seu enfoq ue tem mudado de espaço socia l , afeta ndo hoje em dia q uase exclusivamente os setores mais marginalizados da sociedade que vivem em situações caracterizadas pelas diversas formas de violência estrutural - devido à pobreza , ao racismo, à desigualdade de gênero , à opressão sexu al e à exclusão social de u m modo gera l . " (Parker, 2000, p . 8 ) .

A epidemiologia da AIDS confirma a feminização e a pau perização da epidemia n o Brasil a partir da década de 90. A feminização do H IV/AI DS, isto é, a dissemi nação da i nfecção entre

1 Professora Doutora Adjunta do Depatamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem Alredo Pinto da UniversIdade do Rio de Janeio (UNIRIO). Pesquisadora responsável pela linha de pesquisa "Gênero, Sexualidade e Saúde " do Programa de Mestrado em Enfermagem

da UlRIO

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as mul heres acontece basicamente pela via sexua l , através de seus parceiros , usuários ou não de drogas i njetáveis.

Com base na atua l realidade sanitária, justifica-se a rea l ização de pesqu isas q u e trata m dos vários aspectos relacionados à feminização da A I D S , por serem fu nda mentais no sentido de compreender o cotidiano feminino e conhecer o processo saúde-doença da mulher brasileira . Este trabalho tem os seg u intes objetivos: identificar a presença de doenças sexual mente tra nsmissíveis ( DSTs ) , a nteriormente à conta m i nação pelo H IV, nos relatos de m u l heres soropositivas ou com AI DS e discutir as ligações perigosas entre as doenças sexu a l mente transmissíveis ( DSTs) e o H IV/AI DS, tendo como categorias de a n á l ise as relações d e gênero e a sexualidad e . A q uestão-chave a ser respond ida, ou geradora de novos q u estionamentos , é a seg u i nte : A existência d e doenças sexu almente transmiss íveis (DSTs ) , nas histórias d e vida de m u l heres soropositivas ou com AIDS, pode sinalizar maior vulnerabil idade à contaminação pelo H IV/A I D S , através de relações sexu ais com parceiros fixos e ú n icos?

EPIDEMIOLOGIA DA AIDS: REVEANDO A FEMINIAÇAo

Com base nos ind icadores epidemiológicos podemos afirmar que houve u m deslocamento no perfil da s í ndrome - caracterizado i n icia l mente pelo homossexual e bissexual masculino, para inclu ir, cada vez mais, a m u l her de 1 5 a 45 anos de idade e a cria nça d e zero a 5 a nos d e i d a d e no rol de casos notificados.

Seg u ndo o Boletim Epidemiológ ico A I D S , de 1 980 até 2 d e setem bro d e 2000 fora m notificados 1 96 . 0 1 6 casos de AI DS no Brasi l . Destes , 1 46 .472 (74 , 7% ) são casos mascu l i nos e 49.544 (25,3%) femininos. E ntre os homens, no período 1 994-98, observou-se percentual de cresci mento d e 7 ,6% das notificações . O n ú mero de casos notificados em m u l heres cresceu 71 %, cerca de nove vezes mais que o observado entre os homens. (BRAS/L, 2000)

N o toca nte às categorias de exposição , em â m b ito nacion a l , constata mos q u e a heterossexual (42,8%) é aquela que apresenta maior proporção de casos , seg u ida da categoria homo/bi (22,0%) e U D I (9,9%). A proporção de indivíd uos notificados sem categoria de exposição conhecida permanece alta (23, 1 %). Os casos com exposição heterossexual ao H IV apresentaram a u mento no período 1 994-98, e , no último ano, o crescimento foi de 2 5 , 3 % . (BRAS/L, 2000).

A feminização da epidemia de AIDS pode ser comprovada nos Boletins Epidemiológicos publicados pela Coordenação Nacional de DST/AIDS do M i n istério da Saúde (ver seq üência de boletins no site ww.aids.gov. br) . Eles evidenciam a progressiva diminu ição da razão de novos casos mascu l i n os/fe m i n i nos, hoje em torno de 3 : 1 no país como u m todo , com d iversos m u n icípios com razões entre os sexos em torno de 2 : 1 .

Bastos et ai (199, p. 28) questionam "como entram as mul heres nesta epidemia q u e se caracterizava como quase inteiramente masculina, de homossexuais e hemofílicos?" Os próprios autores respondem acentuando q u e este é mais um dos pon tos onde é n itidamente vis ível a relação entre o ideológico e o biológico, em que se vê como as categorias sociais e representações moldam e i nfluenciam não apenas a nossa percepção da epidemia , mas ta mbém, pelo i mpacto das nossas atitudes, o seu próprio percurso.

METODOLOGIA

Para estudarmos o objeto "doenças sexualmente transmissíveis e o H IV/AIDS: ligações perigosas para as mulheres" , optamos pela pesq u isa descritiva exploratória e d e natureza qualitativa.

O problema i nvestigado focal iza vi nte m u l heres com H IV positivo ou com AIDS que se contami nara m através de relações sexuais com parceiros fixos e ú n icos e que se encontravam em acompanha mento ambulatorial no Hospital U n iversitário G afrée e G u i n l e ( H U G G ) da

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Doenças sexualmente transmissíveis .. .

U niversidade d o Rio d e Janeiro e n o Centro M u n icipal d e Saúde (CMS) Manoel José Ferreira da IV Região Admin istrativa , ambos situados no m u n icípio do Rio de Janeiro .

O projeto de pesq u isa foi s u bmetido à Comissão de Ética Profissional do H UG G , tendo sido aprovado por unanimidade e autorizado o seu desenvolvimento nos setores do hospital. No Centro M u n icipal de Saúde, a real ização d a i nvestigação foi autorizada pela direção do CMS . Foram usados nomes fictícios para identificar as respostas. A técn ica de coleta de dados foi a entrevista semi-estruturada e o instru mento foi o roteiro . Após o trabalho de ca mpo , as falas foram transcritas, ordenadas e anal isadas pela pesq uisadora , visando a lcançar os objetivos .

MULHER E AIDS: ARTICUANDO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA, G�NERO E SEXUALIDADE

N esta pesq uisa, adotamos a concepção d e A I DS como u m constructo bio-psico-social e cu ltural e a premissa que a m u lher brasileira , atua lmente, está mais vulnerável ao vírus H IV do que os outros segmentos populacionais por conta da posição que ela a i nda ocu pa na relação de gênero e na sexualidade. (Xavie; 1 997, p. 1 7 1).

AAI DS precisa ser encarada como u m fenômeno social q u e afeta homens e m u lheres . Esta premissa favorece a quebra do silêncio q u e vem envolvendo as m u l heres e a AIDS no Brasi l . As razões apontadas para essa transformação são complexas e de d iversas origens que vão da organização social das relações sexuais, à q uestão do sangue e à rá pida d isseminação do uso de drogas injetáveis por parte de homens e mulheres. Romper o silêncio significa explicitar as desigualdades estruturais entre homens e mulheres que são, na verdade, responsáveis pela vulnerabilidade feminina à contaminação pelo vírus H IV.

Esta real idade é comprovada pela epidemiologia ao revelar a femin ização da AIDS, que vem ati ngindo cad a vez mais m u l heres casadas ou com parceiros fixos, do lar ou profissiona l l i bera l na fa ixa etária de 20 a 35 a nos, conta m i nadas através de relações sexuais com esses parceiros que são bissexuais. O rápido crescimento da i ncidência da AI DS no segmento feminino a partir dos anos 90 tem desencadeado novas q uestões no complexo cenário desta epidemia, exigi ndo novas abordagens que contemplem como categorias de análise as relações de gênero e a sexual idade no contexto do processo saúde-doença da m u l her.

Assumimos como base teórica desta pesq u isa a Teoria da Determinação Social do Processo Saúde Doença , baseada no materialismo histórico e d ialético , onde a causa ú ltima do comportamento do processo saúde-doença deve ser buscada n a forma segu ndo a qual a sociedade se organ iza para a construção da vida socia l . Como cita Fonseca ( 1 997, p.9): "Esta teoria i nterpreta os fenômenos saúde e doença como expressões de um mesmo processo , evid enciando o seu d u plo caráter: o biológico e o socia l , uma vez q u e encara que a natureza humana, apesar de ter um lastro biológico, se determina a partir da vida do homem/mulher em sociedade.".

Ainda sobre o referencial teórico à Teoria da Determi nação Social do Processo Saúde Doença , a rticu la mos os conceitos d e gên ero e de sexu a l id a d e . Esta a rticu lação traz como fu ndamental a noção de determi nação , q u e pressu põe relação d ialética entre fenômenos não reproduzíveis igualmente em d iferentes condições .

Segundo Xavier (199, p. 9) , "gênero como a construção social e h istórica da relação entre os sexos, . . . . , se contra põe à compreensão biologicista que explica a inferioridade socia l da mulher em fu nção de s e u papel na reprod ução biológ ica . A relação de gêneros é u ma relação de poder em constante renegociação" .

Scot(1 990, p. 34) explica que "o núcleo da defi nição de gênero reside em uma conexão integral entre duas proposições: gênero como elemento constitutivo das relações sociais, baseado nas d iferenças perceptíveis entre os dois sexos e o gênero como forma básica de representar relações de poder em q u e as representações dominantes são apresentadas como naturais e inquestionáveis."

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N a verdade, ao analisarmos as q uestões complexas que estão envolvidas na feminização da A I D S , não resta d úvida q u e é fu nda mental constru ir um referencial teórico q ue congregu e gênero e sexualidade no contexto do processo saúde-doença da m u l her, considerando os significados s u bjetivos (psicológ icos) e i nters u bjetivos (sociais e culturais).

Em ú ltima a n á l ise, para compreendermos a problemática Mulher e AIDS é preciso que a sexualidade h u ma n a , como todos os aspectos da vida h u m a n a , sej a m abordados como construções sociais e culturais organizados dentro do contexto de diferenciações e desigualdades de ordens sociais específica s . ( Parke, 2000, p . 1 0)

Concordando com este posicionamento teórico , Corrêa e Ponella ( 1 994) conceitu a m a sexualidade como:

uma construção social que se articula em muitos pontos com as estruturas econômicas, sociais e pol íticas do mundo material. Ainda que a sexualidade, como toda atividade cultural humana, se baseia no corpo, porém a estrutura , a fisiologia e o funcionamento corporais não determinam direta nem simplesmente a sua configuração ou os seus significados . A sua construção social inclui ainda a forma de conceituar, definir, nomear e descrever o sexo em diferentes tempos e culturas. Se o sexo é u m produto cultura l , todas as representações, descrições e imagens dessa sexualidade também o serão. As i nformações e descrições das experiências individuais estão med iatizadas por formas , convenções e cód igos de sign ificação cultura i s , dos quais nem mesmo o d iscu rso fem i n i sta está isento . O corpo e seus atos são sempre com p reen d idos segu ndo os códigos de significação dominantes. (Corrêa e Pote/Ia, 199, p. 16).

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSrVEIS E HIV/AIDS: LlGAÇOES PERIGOSAS

Este estudo tem como base vi nte histórias de vida de treze m u l h eres com A I D S e sete soropositivas q u e contra íra m o H IV através de relações sexu ais com maridos , na morados , noivos ou companheiros. Podemos constatar q u e essas m u l heres, a ntes do H IV/AI D S , se consideravam saudáveis , a pesar de várias queixas (nervoso , corri mento , i nfecção, varizes , au mento de peso , insônia e falta de apetite), que eram vistas por elas como problemas menores e com u n s às m u l h eres .

Além d esses evento s , todas i nformara m já terem contra ído doenças sexualmente transmissíveis q u e fora m d iag nosticadas e tratadas por méd icos em u n idades públ icas d e s a ú d e situadas no m u n icípio do R i o de Ja neiro . E l a s afirmara m q u e tiveram q u e relatar essa situação para os parceiros e que eles não valorizaram nem demonstraram interesse pelo assunto . Os depoimentos dessas mul heres desvelara m aspectos marca ntes que contribuem para o estabelecimento das ligações perigosas entre as DSTs e o H IV/AIDS. Eles estão contemplados nas segu i ntes categorias: inidelidade masculina; posição da mulher na relação de gênero; exercício da sexualidade; saúde da mulher e atendimento prestado à mulher pelos profissionais de saúde.

Quanto à q uestão da infidelidade mascu lina nos relacionamentos heterossexuais, todas ass u m iram q u e s a b i a m e aceitava m os outros relacionamentos dos seus parceiros por considerarem como uma coisa natural para o homem. Esses relacioname ntos externos dos parceiros fazia m parte do mundo púlico masculino, onde elas não tra nsitava m e , por ta nto , não se senti a m tra ída s . Elas natura l izam a i nfidelidade mascu l i n a , j u stifica ndo q ue o corpo do homem é d iferente do corpo da mulher, por isso ele reage diferente e tem necessidades d iferentes . Além deste arg u mento, mencionaram q u e a sociedade incentiva o homem a ter outras m u lheres fora do casamento . Elas afirmaram q u e : É comum os homens terem outras mulheres na rua. Antes do diag nóstico soropositivo ao H IV, essas vi nte m u l heres não relacionavam as suas doenças sexual mente transmissíveis com a infidelidade dos parceiros . Elas atri b u íram a conta m i nação das DSTs a causas desconhecidas ou problemas org â n icos fem i n i nos .

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Doenças sexualmente transmissíveis .. .

Seg u ndo elas , ser fiel é característica d a m u l her porq u e a m u l her não d issocia sexo e amor. Fidelidade i ntegra o cenário feminino, o mu ndo privado, onde o a mor ordena as relações. J á o mundo públ ico mascu lino é permeado pelo sexo . Elas explicara m que a fidelidade da mulher é necessária , principalmente , porq ue a mulher gera os fil hos, cuida da casa e da família . Por isso , a sociedade não aceita a i nfidelidade fem i n i n a .

Este pensamento expressa a posição dessas mulheres em relação a infidelidade feminina: mulher que traí o mando é uma mulher perida para a soiedade. la é uma pecadora. Perde o

valor para a família. A idelidade é coisa de mulhe, ela nasce para ser fiel ao mando.

As outras categorias fora m a posição da m u l her na relação de gênero e o exercício da sexualidade. Os depoimentos reafirmara m a presença dos atributos tidos como femininos, afetividade, maternidade, passividade, submissão , compreensão, emoção, sensibilidade, e os atri butos tidos como mascu l i nos, decisão, i ndependência , a utono m i a , liderança na relação, racionalidade, domínio, nos relacionamentos heterossexuais estáveis. Elas reconheceram as condições de desigualdade entre homens e m u l heres e citaram a domi nação mascu l i na como um dos elementos normatizadores nesse tipo de relacionamento . Quanto à sexualidade, elas manifestaram posição coerente com a postura de gênero assumida na relação heterossexua l . A sexualidade feminina como expressão do a mor, afeto e matern idade, o n d e a fidelidade, a passividade, a tolerância , a sensibilidade e a dependência são valores fu ndamentais. Enquanto o prazer, a objetivid ade, o gosto pela aventura e a i m petuosid ade, fora m citados como características mascu linas. Para elas, a sexu a l idade mascu lina é "natura l izada", ou seja, o sexo para o homem é a expressão de u m desejo biológico , d esvi nculado do a mor e , porta nto , impulsivo e sem controle, onde o poder do homem é exercido em sua plenitude. Elas afirmaram q u e o homem é o caçado, a mulher a caça. Elas entendem a sexualidade de forma red uzid a , isto é , sexua lidade é s i n ô n i m o de ato sexua l .

C o m base nos depoimentos dessas m u l heres , pod emos deduzir q u e as mesmas consideram que a posição da m u l her na relação de gênero e no exercício da sexualidade são herdados pelo sexo ao nascer e estão consagrados pela sociedade. São i mutáveis e comuns às m u l h eres brasileiras, independentemente de classe soci a l , de n ível de escolaridade e de etn i a . Elas não consideram gênero e sexu alidade como con struções sociais e cu lturais, e sim, como destino biológico para o homem e para a mu lher com os papéis e identidades previamente defi n idos pelo sexo. Assim, o poder mascu l i no nas relações entre homens e mul heres também assume caráter biológico , natural e imutáve l . Na visão dessas m u l heres , o poder na relação está com o home m , porq u e ele nasceu homem .

Neste ponto, é fundamental retomarmos o estudo sobre gênero de Scot( 1 990), onde ela a presenta a proposição da desconstrução da lógica das operações binárias e, a partir d a í , desconstru ir a lógica d o s sistemas trad icionais de pensamento . Neste sentido, o autor defende a necessidade de uma rejeição do caráter fixo e permanente d a oposição binári a .

A pesq u isa traz, ainda, a s seg u intes categorias: saúde da mulher e atend imento prestado à mulher, pelos profissionais de saúde, nas u n idades públicas de sa úde no município do Rio de Janeiro . Essas vi nte m u l heres , a ntes do H IV/A I D S , se considerava m saudáveis e somente procurava m as i nstitu ições públicas de saúde para problemas com os fi lhos ou com elas considerados "menores e comuns às m u lheres" (gravidez, corrimento , i nfecção, febre , nervoso , i nsônia e etc). O aspecto q u e merece d estaq ue é a freq üência e a gravidade das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) nas histórias de vida dessas m u l h eres a ntes do H IV. Este fato nos confi rma que elas não usavam preservativos nas relações sexuais com os parceiros e q u e eles tinham outros relacionamentos heterossexuais e/ou b issexu ais.

Elas expl icaram q u e n u nca usaram ca misinha porq u e o u so da ca misinha na relação estável não é atitude fácil para a m u l her, pois coloca em d úvida a fid elidade e o a mor. Elas se sentiam proteg idas pelo "relaciona mento estável" na concepção feminina e não precisava m negociar o uso da ca misinha com os parceiros como meio de prevenção ao H IV/A I D S .

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Os profissionais de saúde, q u e atenderam a essas m u l heres nos serviços públ icos d e saúde, consideraram as DSTs como sinal izador i mportante do a u mento da vu l n erabilidade feminina em contrair o H IV/AI DS? Como esses profissionais se comportara m em relação a esta questão e como eles a bord ara m a saúde da m u l her?

Essas mulheres procuraram o méd ico por causa de corrimento e prurido i ntensos , dor e ma l-estar gera l . N a consu lta méd ica tomara m con hecimento q u e estavam com DS. Fizera m exames la boratoriais e u s o d e medicamentos prescritos pelo méd ico da u n idade pública de saúde. Seg u ndo elas, não recebera m i nformações nem orientações dos profissionais de saúde sobre as ligações perigosas entre as DSTs e a AI D S .

A seguinte descrição traz várias q uestões importantes que merecem u m a reflexão profunda pelos profissionais de saúde:

o médco ouviu o que eu estava sentindo, me examinou, pediu os exames e passou os remédio. Disse que eu estava com uma doença sexualmente transmissíve. Foi fio e rápído na consulta. Disse que meu marido também preisava fazer exame e usar a medicação. Não se interessou por detalhes sobre o meu relaionamento com o meu mando. Marcou a próxima consulta e me pediu para conversar com a enfermera do posto de saúde para ela me oienta. le não falou de AIDS Fui as consultas, tomei os remédios e fiquei boa da DST Nair, 30 anos, casada).

A atuação da enfermeira, ela relatou assi m :

A enfermeira foi gentIl e clara nas oientações. Me ensinou a tomar os remédios, falou da higiene e de não poder ter relações sexuais durante o tratamento. Vida normal somente depois da alta pelo médico. Falou de não faltar as consultas e para trazer o meu maido na próxima consulta. Disse que para eu icar boa, ele preisava se trata. Não ligou o meu problema a AIDS Falou bastante da doença que eu estava, dos sintomas e do tratamento. Não falou de sexo nem de como eu deveia falar com o meu mando sobre usar a camisinha. Disse que eu icaria boa daquela doença e que eu preisava tomar cuidado cpm a minha saúde. Nair, 30 anos, casada).

A presente pesq u isa evidenciou que a saúde da m u l her não foi considerada no contexto do processo saúde-doença . Ela foi a bordada como u ma especial ização q u e fragmenta o corpo feminino em partes. Os profissionais de saúde, não valorizaram os aspectos cultural, econômico, pol ítico e social nem as l igações existentes entre as DSTs e a A I D S . As DSTs foram vistas exclusiva mente como fenômenos biológicos , req u erendo respostas clínicas pontu ais. Esta concepção naturalista da doença padroniza o atendimento prestado pelos profissionais de saúde. Ele é igual para homens e mulheres. Segue o protocolo pautado no modelo biomédico e cartesiano. Dito de outra maneira , esse tipo de atendimento profissional não considera a história de vida das pessoas, isto é, os sign ificados cu ltu ra i s , sociais e psicológ icos . Esses sign ificados geram q u estões fu nda menta is no toca nte a saúde e a doença . O binômio saúde e doença -compreende fenômenos historica mente determinados. E neste contexto , q u e as categorias de a n á l i s e gênerQ e sexua l id a d e s e i mpõem nos estudos q u e trata m d a AI D S .

Respondendo a questão norteadora deste estudo, comprovamos a existência de ligações perigosas entre as DSTs clássicas e a A I D S . Este fenômeno sinaliza um conj u nto de fatores biológicos , sociais e culturais que potencial iza a vulnerabilidade feminina ao H IV, com destaque para as q uestões d e gênero e d e sexualidade.

Por conta desta rea l idade, as doença s sexu almente transmissíveis estão, atu a lmente , atraindo atenção em função da evidência d e acelerarem a transmissão do H IV. Dados recentes i nd ica m q u e elas são i m porta ntes co-fatores , ou portas de entrada, para a i nfecção pelo H IV, principalmente em m u l heres .

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Doenças sexua l mente transmiss íveis .. .

Ass i m , o H I V/AI D S , por suas características e evol ução, é a DST d e maior impacto em termos d e morbidade, mortal idade e repercussão econômica e soci a l . Sabem·os q u e as outras DSTs , particularmente as q u e ca usam úlceras genitais (sífi l i s , cancro mole e herpes genita l ) , podem a u mentar o risco de transmissão e aqu isição do H IV de 3 , 3 a até 1 8 ,2 vezes. H á , ta mbém, estudos q u e sugerem q u e a i nfecção pelo H IV pod e i nfl u i r na preva lência de outras DSTs , provavel mente através da facilitação de recorrências e maior d u ração das lesões.

Fenandes ( 1 995, p. 2) informa que "as DSTs não ulcerativas (síndromes com corrimento genita l ) ta mbém a u mentam a transmissão do H IV, variando entre 2 , 7 a 8 , 9 vezes o risco . S í n d romes com corri me nto vag i n a l i n c l u e m DSTs ta i s como g o norré i a , c h l a m myd i a e trichomoniasis , q u e podem causar secreção vaginal e/ou u retra l . "

Estas i nformações , q u e emanaram d o s depoimentos das m u l heres , expressam os significados femininos sobre q uestões fu ndamentais que i ntegra m a rede da epidemia de AI DS . E l a s devem s u bsidiar novas i nvestigações sobre m u l her e A I D S , b e m como orientar a s formulações de programas de prevenção e de tratamento d irigidos às m u l heres .

CONSIDEAÇOES FINAIS

Esta pesq u isa revelou que tod as as vinte mulheres entrevistadas tivera m mais de uma doença sexualmente transmissível , sem contar com o H IV/A I D S , isto é , antes do diagnóstico soropositivo ao H IV. As falas femin inas explicitaram que elas separava m as DSTs do H I V/AI DS. Para elas, a AI DS era u ma doença isolada das DSTs q u e elas j á tiveram. AAI D� é uma desgraça um "castigo", uma "coisa horrível", "representa a morte". Esse d i scurso vem impreg nado pelo preconceito e estigma do negativo. Já as outras DSTs, segu ndo elas, não alteraram o cotidiano femi n i n o . Eram vistas como s ituações comuns às mulheres .

Antes da soropositividade ao H IV, elas não se consideravam em risco de contrair AIDS e j ustificava m esta postura pelo relacionamento estável , u m ú n ico parceiro , vida tra n q ü i la . Esta j ustificativa baseava-se somente no comportamento feminino, não levava em consideração o comporta mento sexual do parceiro , apesar de elas não usarem preservativos, sa berem da infidelidade mascu lina e já terem história de DS. O posicionamento dessas m u lheres frente às relações afetivas explicita a realidade da saúde sexual feminina, demonstrando como as questões de gênero e de sexualidade participaram decisiva mente do processo saúde-doença dessas mulheres .

As m u lheres são mais suscetíveis à infecção por DST, tanto por fatores sociais como por fatores biológicos, e pela interação destes dois tipos de fator: pelas diferenças na genitália masculina e feminina; pela falta de métodos de prevenção controláveis pela mu lher; pela passividade e desconhecimento esperados da mulher no que diz respeito à sexualidade; pela falta de poder de barganha nas relações sexuais; pela violência sexual que é praticada contra a m u l her em larga esca l a ; e pela aceitação social e ocu lta mento da infidelidade masculina. (Lowndes e Gifin, 199, p. 4)

Este estudo mostra a necessidade de repensarmos novas a bordagens, estratégias e concepções a serem i mplementadas pelos profissionais de saúde q u e atua m na ass istência i nteg ra l à saúde da m u lher nos serviços de saúde. O desafio é constru ir novos protocolos de atendimento às DSTs/AI D S , no cmtexto do processo saúde-doença , q u e sej a m flexíveis , i nterd iscipli nares, globais e q u e considerem os aspectos cu ltu ra i s , soci a i s , econômicos e psicológ icos presentes nas histórias de vida de homens e m u l heres em sociedade. Tratar o singular de forma d i alética , sem perder a visão do coletivo contextua l izado.

Sobre este ponto , Parker(2000, p . 1 1 ) defende q u e "devemos ass u m i r u ma postura ao mesmo tempo i ntelectua l e pol ítica . . . . fazer u m reexame crítico das nossas su posições epistemológ ica s , das nossas estruturas conceituais e das nossas convicções pol íticas".

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Podemos declarar que a E nfermagem brasileira já vem participando desse movimento pol ítico e i ntelectual de repensar a A I D S , ao considerar as estrutu ras sociais, culturais, econômicas, pol íticas, as experiências e as necessidades da clientela , visando a fu ndamentar a a n á l ise d a problemática M u l her e AI DS e a formu l ação de pol íticas de i ntervenção d irigidas à epidemia de AIDS.

Confirmando esta assertiva , podemos citar vários a utores da E nfermagem, como por exemplo, Xavieret a. (199):

a reconstrução do saber de enfermagem e o repensar do paradigma dominante são tarefas primordiais que se colocam para os profissionais de enfermagem para que de fato se possa d a r v i s i b i l i d a d e à enfe rm a g e m como u m a c i ê n c i a soci a l q u e constrói um ca m po d e

conhecimento, da área da saúde, dirigido ao s e r humano, à comunidade e a o meio ambiente,

que form ula teorias e práticas historicam ente determ inadas sobre o cuidar no processo saúde-doença da coletividade, através de processos de trabalho.

o foco do trabalho de reconstrução epistemológ ica , conjugando ação i ntelectual e ação pol ítica , é o comporta mento da epidemia de A I D S nos vários cenários , es paços e mome ntos históricos onde ela avança . Por entend ermos a A I D S como um constru c lu biu-fJ::i.:u-;oc;!! : cultura l , d efendemos que a pesq u isa sobre AI DS d eve atender aos seg u i ntes req uisitos : ser contextualizada social e historicamente , adotar saberes de d iversas naturezas, usar concepção crítico-socia l , empregar desenho q u a l itativo e considera r a saúde da mu lher no contexto do processo saúde-doença , contemplando as q u estões de gênero e de sexualidade. Desta forma , os pesq u isadores poderão elucidar pontos ainda obscuros nessa rede de sign ificados da AIDS e a presentarem contri buições à formulação de prog ramas d e prevenção e trata mento do H IV/ AI DS d irigidos às m u l heres e aos homens .

F i n a l iza ndo, ass u m i mos o conceito d e cuidar d e Wa/dow ( 1 995) e propomos q u e é no exercício do cuidar de enfermage m , e m todos os n íveis de atenção, que a (o) enfermeira (o) deve valorizar o relato de eventos de DSTs nas histórias femininas, porque as DSTs potencializam a vu lnerabilidade das mulheres ao H IV, indicando mulheres em risco de contrair AIDS. O cuidado de enfermag em, no contexto do processo saúde-doença , constitu i-se em uma das pri ncipais oportunidades para a (o) enfermeira (o) trabalhar o d iagnóstico precoce, o tratamento e a prevenção das DSTs e da A I D S .

A (O) enfermeira (o), ao trabalhar esta tríade d irigida à problemática M u lher e AIDS, precisa adotar concepções e a bordagens contextua l izadas, críticas e sociais, que considerem as estruturas culturais, pol íticas, econômicas e socia is, com destaque para as q u estões d e gênero e de sexualidade. Desta form a , esta remos articu lando o atu ar técnico e o pol ítico , isto é, planejar e desenvolver u m cuidar q u a l itativo de enfermagem sem perder de vista que sem transformar as relações desiguais de poder que estrutura m os sexos em q uase todas as sociedades, as mulheres continuarão a ser um dos princi pais a lvos-chave da infecção pelo H IV e , de modo gera l , até o momento incapazes de negociar e garantir sua própria seg u ra nça .

ABSTRACT: The present article has as its main objective the discussion of the risky relationship between sexually transmitted diseases (STDs) and the H IV/AIDS under the perspective of gender and sexual ity. It presents the increase of AI DS among women as a consequence of socia l , politica l , cultural a n d economic relations. T h e study uses an exploratory methodology of qualitative nature. I t focuses on women who are H IV positive a n d acquired the disease through sexual relationships with a stable patner. The study concluded that n u rsing care is a vey impotant opportunity for nurses to make an early diagnosis, treatment and prevention of the STDs and AIDS.

KEWORDS: STDs, AIDS, H IV, gender, sexuality, nursing

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Doenças sexualmente transmissíveis .. .

RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo principal discutir las relaciones entre las Enfermedades Transm itidas Sexualmente y el S I DA , bajo el prisma dei género y l a sex u a l i d a d . P resenta la "femenización" dei S I DA en Brasil como resultado de las relaciones sociales , económicas, pol íticas y culturales. I nvestigación descriptivo- exploratoria de naturaleza calitativa . Se centra en las mujeres con S I DA que se contaminaron a través de relaciones sexuales con parejas fijas y únicas . Concluye que el cuidado de enfermería en el contexto dei proceso salud/enfermedad se constituye en una de las principales oportun idades para que la/el enfermera/-o pueda hacer un diagnóstico precoz y proceder ai tratamiento y a la prevención de las enfermedades transmitidas sexualmente y dei S I DA.

PALABRAS CLAVE : enfermedades sexualmente transmitidas/SI DA, género, sexualidad , enfermería

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Recebido em março de 2000 Aprovado em/unho de 200 1

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