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A enfermagem e a humanização do paciente.

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A R T I G O D E AT U A L I ZAÇÃO

A EN F E R MAG HA E

A H U MAN I ZAÇÃO DO PAC I ENTE

Lucia Herta Rockenbach

I

ROCK F N BACI I , . H . A e n rc rma��m e

a humanf.a:áu

d u pa.·lc n lc. <ev. Bras. Enf , B rasília, 38( 1 ) : 49-5 4 , jan./mar. J 9 H 5 .

R E SUMO.

A

a u t o r a t a z u n a a n á l i se su c i nta d o s p r i nc i p a i s aspectos d a e nfermagem a serv iço d a h u m a n i zação do paciente. C a r acter i z a o p rocesso d e enfermage m , a i n tegração da equ i pe de e nfer m agem e as téc n i cas de tra ba l h o com o i nstrumentos a serviço da h u m a­ n i zação h osp ita l a r . E nfat i z a a motiv ação da equ i pe de e n fer magem como fator d eterm i ­ n a n t e da h u m a n i z ação d o pac i e n te. S u gere rev i são dos obj et i v o s das i n st i tu ições, ao con­ tratarem e nferme i r o s para as a t iv idades de e n fermagem, e a d est i nação d e um espaço­ -horá r i o , d entro da j ornad a d iá r i a , para estudos e reflexões sobre a prática da enfermagem, com a par t i c i pação d e todos os membros d a equ i pe d e enfermagem.

ABST RACT. The author m a k es a short a n a l y s i s of ma i n aspects of N u rsi ng, concern i ng a h u ma n i za t i o n serv i ce to the patient. The n u rs i n g p roce ss i s character i zed by the i n tegra­ t i o n of the n u rsi n g team and the work i n g tech n i q u �s as i n st r u m e nts a i m i ng at hospital h u m a n i za t i o n. She emphasizes n u r s i n g team mot iva t i o n as a d eter m i nant factor for the h u man i za t i o n of t h e p a t i ent. T h e author suggest the rev iew of object ives of the i nst i tu­ t io n s when h i r i ng n u r e s for n u rs i n g act i v i t i es a nd the e stab l i sh ment of a per i od of time, d u r in g the work sch ed u le , for stud ies a nd reflect ions o n n u r s i ng pract ice, w ith the partici­ pat ion of ali members of the nu rsi n g tea m .

I NT R O D U ÇÃO

Todos os acontecimen tos hist óricos tiveram uma fase de elaboração da própria história.

A

en­ fermagem n asceu há mui t os e muitos anos no rela­ cionamen to d a mãe com o

ilho.

A

n ível domésti­ co , foram fei tos os ensaios da e n fe r magem, que proc ura, ain da hoje , mante r ca racte r ís t icas de rela­ cionamento de pessoa a pessoa. Com o decorrer dos tempos, a en fe rmagem procurou se u suporte teórico e sua fun damentação n os princ ípios cie n t í­

fios.

Vale -se , h oje, do campo de o u tras ciências , pois u t ilia seu s postulados e cria as próprias teo­ rias com b ase n os conhecimen tos e saber de ou tras

,í reas .

A

psi coloia,

antropologi a

e sociologia sem­ pre mais orien tam e esclarecem o relacioname n

to

da equipe de enfermagem com o paciente e os pró­ prios i n te gran tes da e quipe , entre si .

A t.écn ica faeilmeu te doina o home m . l lá pouco tempo para os vári os n íveis de rc

lexão

c inter -relacioname nto pessoal . Falar em h umaniza­ :ão do paciente supõe u ma e quipe h um anizada .

O t rabalho da en fermagem, con t ínuo e inin­ terrupto , a eonstan te vivência de fortes emoções d iante da vida muitas ve ze s em perigo , a permanen­ te adaptação às pessoas faze m co'm que o pessoal de en fe rmage m necessi te de boas condições de tra­ bal h o , para que a assis tência prestada seja ade

qua-Enfermeira , Prure ,sor T i t u ta r d a d i sc i p l i n a de Ad m in i , t ração e L i d e ranç a Aplicada à Enfermagem d o Curso de E n fer­ magem da E scola Supcnor de Ci!ncias d a Saúde e Prom oção Social da 1 " loSSe . Tubarão , Se. V :c ·Din:tora da ESCSI'S.

(2)

da e eicaz. O ambiente de trablho da enferma­ gem

é

tão hostil quan to

é

hostil a situação de vida que leva a maioia da pop ulação brasileira . Não é o uniforme , muitas vees

branco,

que, de repen te , muda o cidadão comum em um super-h omem livre de emoções, estresse e problemas da vida diária.

O

próprio desenvolvimento da enfermagem como proissão tem sido retardado pelas condições adversas em que atua a equipe de enfermagem. Os altos custos da manutenção dos hospitais e a defa­ sagem na remuneração dos se rviços prestados ten­ dem a piorar esta situação ora vigente . Temos no­ tado que a motivação dos trabalhadores de enfer­ magem decresce dia-a-dia , e a rotatividade em bus­ ca de melhores condições em outros setores tem se acentuado ultimamente .

A

persistir esta situação , como poderemos falar em humanização do paciente , se an tes n ão podemos constatar a presença de equipes de enfer­ magem h umanizadas'!

O

comproisso maior da enfermagem é com a população. Não só no sentido de prover uma ótima assistência por ocasião da hospitalização. Os com­ promissos vão além do hospital , no sentido de se dar orien tações e, mesmo , programar uma ed uca­ ção para a J ta.

e

o hospi tal é proposto como cen tro irradiador de saúde , então seu objetivo é também promove r , mante r e rec uperar a saúde do indivíduo, dos grupos e da comunidade . Faz parte da humanização oferecer condições de

s

a

ú

de llIiS

adequadas através da orien tação e acompanhanlen­ to por ocasião da alta hospitalar.

Na constante luta pela

sobrevivência,

a rede hospitalar pode , tanlbém, ser te ntada a relegar a assistência ao paciente a segundo plano. Aliás , a ilosoia da adinistração de termina quem é o centro das maiores a tenções. Pode até ser o capital acumulado ! A super especialização do pessoal e equipamentos nem sempre é o que a grande maio­ ia dos pacientes necessita. Uma redistribuiçãO dos

recursos t1nanceiros dispon íveis talvez implicasse na otimização dos serviços .

Tanto a equipe de enfermagem como o pa­ ciente emergem deste ambiente brasileiro onde a riqueza se concen tra sempre mais na mão de pou­ cos em detrimento da pobreza de muitos.

A

persistir esta situação , a humanização do paciente e da equipe de enfermagem se tona prati­ camen te inviável. Todo o esforço

é

válido quando direcionado ao tempo mínimo em que o pacien te es tá in ternado. Ao menos nestes mome n tos lhe seja dado o carinho, a assistência e o respeito que merece como pessoa.

50 -Rev. Bras. Enf . Brasília, 38( l ) , j an. /mar. 1985

F U N DAME NTAÇÃO DA EN F E RMAG EM

E H UMAN I ZAÇÃO DO PAC I E NTE

Em que se baseia a enfermagem para dizer que sua prática visa à h umanização do paciente '!

A enfe rmagem como ciência tem o seu saber teórico-cien t íico e também o senso comum. Ela acredita na pessoa como um todo. Havendo dese­ quiJ lb rio de algum dos sistemas orgânicos , poderá haver interferências em outras áreas orgnicas ou mesmo desequil íbrios de ordem social , nutricional e outros. A gran de preocupação da enfermagem está em con tribuir para que se restabeleça o mis rápido pos ível a home ostase , isto

é,

para que se restabeleça o meio inteno constante , mdificado pela doença. Neste particular , vale-e dos princ í­ pios da isiologia . Como dizíamos , a enfermagem acredita no homem como um todo. Sua fundamen­ tação cientíllca é buscada principalmente nas ciên­ cias n aturais (anatomia, fisiologia, núcrobiologia, pa toloia ) e nas ciências sociais (psicologia, socio­ logia, an tTOpol oia). Dada a necessidade da funda­ men tação da enfermagem como ciência. decorre que há razes suicientes para que toda a equipe de enfermagem

eja

estimulada a estudos e atualiza­ ção permanentes.

A

re lexão diária e os aprofunda­ mentos mensais são eigência mínima para um bom desempenho das ações integradas no cuidado ao paciente . A adaptação diária da equipe de enfer­ magem às novas situações e

à

rotatividade de pa­ cien tes requer conhecimen tos de relações humanas que se fundamentam na psicoloia .

É

impossível lutar pela homeostase psicológica do paciente , se os integrantes da equipe de assistência de enferma­ gem estão dese quilibrados na satisfação de suas necessidades psicossociai s .

Esta fundamen tação cient íica da enfermagem

é aplicada na execução das técnicas que são instru­ mentos para alcançar seu objetivo . Nos primórdios

do cristianismo , a preocupação ligava-se à salvação

(3)

da en fermagem devem ser agrupadas para fins de economia de te mpo e de maior presteza na exe­ cução . Os cuidados de enfermage m são distri b u í­ dos segundo o princ ípio da divisão de trabalho� um presta cuidados higiênicos a todos os pacientes da unidade , outro verifica os sinais vitais, outro distri­

bui a medicação e outro encaminha os pacientes aos exames complementares e de diagnóstico. Nesta dis­ tribuição de trefas t am bém deve ser atendia a pes­ soa do pacien te . Os horários e st abelecid os devem res­ peitar os hábitos domésticos , incluindo as devidas orientações ou reorientaçõe s, se for o caso .

A

exe­ cução das técnicas de enfermagem é excelente oportunidade para o diálogo sobre ações de sa úde preven tiva , promoção

à

saúde e educação para a alta hospitalar.

Aplicando-se os princ ípios de administração cientíica , facilmente se perdem os princ ípios de humanização do paciente . O equi l lbrio entre os dois será o pon to óimo da assistência de enferma­ gem . Este preju ízo ao paciente é tan to mais sério quan to mais centrado for o capital .

A

centraliza­ ção das atenções no pacien te e na equipe de traba­ lho imprime linha diferente de atuação do que aquda do capitl .

A

inspiração, o ideal , as características d a per­ sonalidade de cada inte grante da equipe de enfer­ magem são traduidos através da execução das técnicas e o conjunto das ações desenvolvidas na rotina diária de uma unidade de intenação . Todo o ambien te , ar , luz, hiiene , sol idaiedade, silêncio , hrmonia são de teminados pelo m aior ou menor grau de conhecimento e integração da equipe de trabalho .

F U NÇÕ ES DA EQUIPE D E E N F E RMAG EM

A S E R Vi ÇO DA H UMAN IZAÇÃO

A

equipe de enfe rmagem, antes de atuar junto ao paciente , precisa estar integrada como grupo de pessoas, cujo objetivo

é

comum : o bem-estar do paciente , que deve , dentro do menor prazo possí­ vel, ser capaz de voltar a realizar seu autocuidado.

Toda a equipe tem o seu líde r . No caso da equipe de enfermagem, a lidernça é atribuída ao enfermeiro . Não significa que seja o melhor da equi­ pe .

Já foi privileiado pelo acesso às universidades.

A ele cabe coordenar as ações de enfermagem, res­ peitndo profundamente a individualidade do paciente e a individualidade dos integrantes da equipe de enfe rmagem . Só uma equipe de enferma­ gem humanizada é que poderá humanizar o pacien­ te . Cabe ao enfermeiro atuar no processo da assis­ tência de enfermagem, iden tiicando as

necessida-des de saúde do pacien te e sua famlia ; fazer diag­ nóstico de enfermagem e, a partir dele , elaborar o plano de cuidados e executá-lo junto com a equipe , delegando as funções mais simples aos técnicos, auxliares e atenden tes de enfermagem. Cabe-he também avaliar os cuidados de enfermagem.

A

equipe de enfermagem precisa estar constantemen­ te preocupada em melhorar o seu n ível de assistên­ cia ao paciente . Deve , portanto, estar animada pelo espírito de crítica e aprofundamento de seus conhecimentos . Isso pode ser alcançado através de reuniões de serviço, durante , pelo menos, quinze a vinte minutos diários e , mensalmente , de um estu­ do mais prolongado. Todos os membros da equipe de enfermagem são capazes de estudar e apresentar os resultados de seus estudos.

A

prática diáia, a leitura de artigos sobre a saúde , a obervação desenvolvida pelos treinamen tos em serviço tam­ bém capacitam o aten den te para a fundamentação de sua prática .

É

aconselhável que a equipe se orga­ nize e estimule os seus in tegran tes a participarem de atualizações , jonadas de enfermagem e outros que são promovidos em váios cen tros de estudos em enfermagem e associações de classe .

Cabe ao enfermeiro participar da equipe admi­ nistrativa do hospitl orien tando todas as ações que vise m ao bom andamento dos serviços. Evite­ -se desviar o enfermeiro para as ações administrati­ vas que podem ser exercidas por outros agentes administrativos . Que as ações administrativas do enfermeiro sejam ações de administração da enfer­ magem .

A

enfermagem precisa sempre mais fundamen­ tar a sua assistência . Para tanto, deve reservar um tempo para realizar pesquisas de enfermagem.

É

um procedimento que auxilia muito a eliminação de problemas que , às vezes, parecem sem soluções, ou cuja causa

é

desconhecida. Um exemplo prático são as infecções que aparecem nos berçários.

É

relativamente fácil eliminar a causa, após conheci­ do o agente da infecção .

O desempenho d a enfermagem pressupõe a contínua atualiação da e quipe com referência aos progressos cient íicos e tecnológicos. Não

a equipe de enfermagem, mas dos próprios dirigentes de hospitais , para que possibilitem a atuação cons­ ciente da enfermage m . O dirigente hospitalar

é

doutor em administração e não tem obrigação de sê-lo em enfermagem. Porém , a prática tem de­ monstrado que a con t ínua atulização do adinis­ trador lhe proporciona capacitação para ouvir e atender\ às reivindicações justas do pessoal que lhe é subordinado. Além disso, passa a solicitar

(4)

dios dos d i ve rsos

se tores

para

estabelecer

ges t ões

j

u n to aos órgãos de adminis tração central e

conve­ niados .

Antes

de se falar e m humanização do p:ien ­

te ,

é

i mportante e s t udar

e

avaliar a hum

an i

zaçã

o

da

equipe de enfermagem e ,

por

q

ue não

dizê -l o ,

a

human izaçao de t oda a comun

i d

ad

e de

funcioná­

rios da i n st i t uição .

o P R OC ESSO D E E N F E RMAGEM COMO I NST R UM E NTO DE H UMAN I ZAÇÃO

DO PAC I E NT E

A

e

n f

e rmage m, como

ciência que

pr

oc u

r

a

se

m

pre ma

i o

r

fu

nda

m

en t

ação dos se u s tra

bal

ho

s, vem desc nvolve ndo t

e

or

i

as que

a

consagram dellni­ tivamen te como ciência . O pacie

n

te

se co

m

un

ica

contin uamente com a

enfermage m , i n formando

sobre ele

e

suas

condiçõe s . A

enfermage m

colhe as

i

n

f

orm

õ

e

s

por meio

d a sua obse rvação

e

capa

ci­

dade de c

omu

n

i

cação

.

Est e n

ívd ,

de

apenas regis­

trar

o obse

rva

do ou i

n

fo

r

mad

o ,

é o mais comum dos s

e

r

v

iço

s

de e n fe rma ge m .

É

o prim

e

i

r

o

estági o .

3astan

t e

rudil lle n tar ,

juaJl u o

únic

o .

A s i n forma­ ç ões d

e

st

e

n ível

pod e m ser passadas ve r b al men te

ou por escrito. Na m aioria das instit uições hospita­

lar

e

s de San ta C

a

t

a

ri n

a

,

a

tr

a

ns

m

i

s

o

é fei ta verbal men te , regist ranuo

o m ín imo

de i n forma�:ões que p

o

d

e

ri

am levar o

pacien te a rcalizar se u a u to­ cu

ida

d

o num

e spaço de te

m

po bem

menor . lem­

bramos que u m dos gra

nde

s

objetivos da e n ferma­

ge m

é

a

uxil

iar

o p

a

cie

n

te

a reaver

suas con dições

de aU l ocuidado no menor tempo

poss ível . O se­

gundo

II

ível de at uação da

c n fe r ma g<!m

seria o

ue co

mprar os re sultados obtidos através da obse rva­

ção

e infoflllação

com os

índices co

n

sid

e r

ad

os

ótimos e m sa úde .

Reconhece

as u i fe re nças

des tes

índ ices ,

regi

stra

-os e c

on t

ri bu

i para

o

rápido

res t a ­

belecimen

lo do pacie

n te , pois , i n cl usive , os

profis­ siunais da m e d i d n a e o u t ro s

p

rofiss

i

o

n

ais se vale­

rão das anotações

para

a sua

con

d u t

a terapê u tica .

Um t

erce

i

ro n ível de

a t u açào

da enfe rmagem per­ mi tir-lhe-á f

u

nc

i

onar como interventor das

s

it

ua

­

ções

obse rvadas

e

c

omp

a

rada

s �om Ín dices consi­

derados óti mos . I m e d i a t a me n t e , desenvolverá

açes para

d iminuir a d iferen(a e n tre o estado atual e o

d

esejado

.

Exempl o : n um paciente que se apresen ta" com hipertermi a , pude

ri

am se r aplica·

dos

os três ní

v

eis

de a t ua\:âo

da enfe rma gem. Se

a assistência de e n fe rmage m na reali dade

vi

sa à huma

n i

zação do p

ac

ien

t

e, os inst rumen tos e

a me tod ologia emprega dos precisam encon trar o

se u

r

e

sp

al

do técn ico-ci e n t ifico .

A

i

nt

e

g

r

a

ç

ã

o

multi-52 -R eI'. Bras.

Enf , Brasília,

J8(

I), jan./mar.

1 115

profi ssional

uescjada

depende muito

da

compe tê n ­

cia

técnica

e

h uman a

d a

e n fermage m .

M a i s

u ma

razão

para ince n tivar

a e qu

i p

e

de

e

n fe rma

g

e

m

a

realizar estudos sistemáticos , visan uo ao aperfei­

çoame nto e fun damen tação da sua p

r

á

tic

a

. A

pes­

sa

h umana cono cen t ro das a tenções

deve ser res-"'

pe

i

ta

d

a t ambé m no manejo adequado da recupe­

ração

de sua saúde .

V

i sn

do a

o rdenar

as

inteven­

çõe s ,

está sendo adotado

o

p ro cesso

de enferma­

ge m como

inst rume n to siste má tico

do

est

,igi

o

de

mat ur

i

dade em que entra a pofissão atual me n te .

É

o s

i

nal certo d a mel h oria d o

n

í

ve

l t eórico da en fe rmag

e m

também no

Hrasi l .

As auditorias em

en

f

e

r

m

a

gem va l orizam

as

i

n

sti tuições em

que o poce sso de e

n fe

rmagem é apl

ica

do

.

O

processo de

enfermagem hoje é aceit

o

cono

inst

r

u

mento cien­ t ífico de trablho da enfe

rmag

em. J á foi avaliad

o e

considerado e

tlcient

e

, carac te rizando-se

p

e

l

a

suces­

são d inâmica

das

várias fases e seu inter-relaciona­

men to .

O p rimei ro passo

d

o

processo de

enfermagem

é o histórico

de e n fe rmage m .

L:

um roteiro sistema­

tizado para levan tar dad os

do

ser h

u

m

a

n

o jUC

i

de

n t

i

fiquem os se us problemas . Estes dados

serão

significativos

para

a

e

n

f

erm

age

m que coloca sua

crença no h omem como um todo.

A sua

históia é

a

p

rópr

i

a dete rmi naJl te de se u estado a t ual .

Os

d esequi l lb rios hiopsicossociais são partes

i n

tegran­

tes

d e

sua história familia

r e

social .

O

levan tamento

dos

dad

os e

a

o

bservaç

ão

per­

mi tem estabelece r

o

d i

agnós

t

i

c

o de elferma

ge m

,

que é

o

se

gu

ndo psso do processo .

N este segun

d

o

passo ,

é

realizada a i de n tificação das n ecessidades

h umanas básicas

que não foram

atendidas

e

que

causaram a intenação . Faz parte do

diagnóstico de

e n fermagem , també m , a

de termi n a ção

do grau de

dep

en

n c

ia do

at

endi

me

nto

de enfe r magem.

Em

dete rmi n ad as si t uaçõe s ,

a

en fe rmagem te rá

que

fazer

t udo pelo paciente .

É

o

grau

de depen dência

má>üma ,

ou total . Em ou tras s

i

tu

ações

, basta

aju­

dar

o pacie

n

t

e

ou o

r

ien

ta

r

como faze r . N u ma de­

pendência

rel

at

i

v

a

p

o

d

e

rá se r suticiente supervisio ­

n a r

a s a ç e s do pacien te o u

a i n d a e

nc

a

minhá-lo a

ou t ros profi

s

s

ion

ais para se u completo aj ustamen ­

to uc saúde .

Uma ve z feito o d iagnóstico, encami nha-se o plano assistencial . Nada mais é uo que o pl

a

no

glo­

bal de assistência de e n

fc rmage m

dian te do

diag­

nóstico

estabeleci do.

É

a t

er

cei

r

a fase do pr

oc

e

s

so

de enfermagem .

Este plan o é

base ado n os

pr

obl

e

­

(5)

surgindo novas necessidade s , acontecerá a i mple­ mentação .

A constan te avaliação do plano assistencial

fornece os dados ao quar to passo : plano de c uida· dos ou prescrição de enfermagcm.

É

o roteiró' que coordcna a ação da e quipe de e n fcrmage m diaria­ men te , possIbilitan do u adequado a te n dimen to às necessidades básicas e espec íficas de cada ser hu­ man o .

A rcsposta à assistência prestada a o pacie n te é regi strada d iariamen te e sucessivamente , constitu­ indo-se no quinto passo do processo.

É

d

en

o

mina­

do evol ução de enfermagem.

Finalmente , como úl timo passo, é dado u prognóstico de enfer magem.

É

a estimativa da en­ fermage m quan to

à

capacidade do pacien te de rea­ lizar o seu au tocuidado, não mais depen dendo da equipe de enfermage m . Em todo o tempo da apli­ cação do processo de enfermagem , são dadas orien­ tações de como melhorar o n ível de saúde . Por ocasião da al ta hospi talar, o pacicn te deve estar capacita do para a autocondução do equ il íbrio no atend imc n t o de suas necessidades bási cas . At ravés da el1ciência dos cuidados de enfe rmagem presta­ dos e da e ficácia da educação para a alta , pode­ riam , talvez, ser red uzi das as rc in te rnações de pa­ cie n tes , q ue são tão comuns en tre n ós . Aí se pe rce­ be a urge n te necessidade de unir a educação para a saúde e a recuperação de desequihbrios sérios ocorridos.

A enfermagem planejada tem muitos passos a dar . Não basta

à

equipe te r habili dades , observa­ ção , comunicação , destreza manual , criatividade .

É

preciso d ar condições para que esta e qui pe possa aplicar o mé todo cient ílico

e

os princ ípios cien t ífi­ cos na execução de suas atividades. A desunan iza­ ção da equipe , por fal ta de con dições de trabalho , provoca a d esu manização do pacien te , que deixa de receber os cuidad os a que te m direito. Após poucos dias de convivência com a fam ília , vol ta ao

hospital , porque n ão recebeu orien tações s u icie n­ tes e adequadas para o se u completo restabeleci­ men to .

O enfermeiro egres

s

o das escolas de enferma­ ge m

mais de dez anos está sen do capaci tado para a aplicação do processo de enfermagem. São bem poucas as unidades hospi talares que o adotam

através do serviço de enfermagem. A contratação do en fermeiro para administrar ações que pode­ riam se r administradas por ou tros proissionais o desvia do cuidado dire to ao pacien te . O excesso de atividades burocráticas difi cul ta a implan tação do plano assistencil e até do plan o de cuidados

diá-rio . A expe riência de permi tn all enfermeiro orde­ nar a assis tência de enfermagem, sobretudo em

relação aos pacien tes com maior número de neces­

sidades afe tadas, tem aume n tado

consideravelmen-te a realização profissionl de toda a e qu ipe que

veriica sign i fica tiva re dução dos dias de in te rn ação

dos pacie n tes. Neste e stilo de assistência as institui­

ções passariam a ter a sua de inição original : l ocal

de repouso onde o ser humano reencon tra o n ível

ótimo de saúde deejado. O grau de satisfação do

paciente seria bem mais elevad o , pois elevado esta­

ria também o grau de satisfação da e qu i pe de en­

fermagem que veria melhores resultados d e sua

atuação .

A MOTIVAÇÃO DA EOU I P E D E

E N F E R MAG E M E A H UMAN I ZAÇÃO

DO PACI E NTE

A motivação é fator decisivo em qualquer em­

preendimento i ndividual ou cole tivo .

É

um recurso

de administração a se r u tilizado sempre que e

reque r a cooperação do grupo, para alcançar deter­

minado o bje tivo.

um estado i n terno que dá

energia, tona a tivo ou move o organismo , dirigin­

do ou canalizan do o comportamento em direção a

obje tivos" ( MANZOL LV .

"Motivação é o empenho de aumen tar ou manter tão al to quanto poss ível a capacidade de um indi v íduo, a im de que este possa alcançar excelência na e xecução das atividades das quai s dependem o sucesso ou o fracasso da organização a que perte nce "

(MNZOLUt .

"lcançar excelênca na execução das a tivida­ des" , segundo o a utor. Com muito mais razão se aplica este conce ito, quando as atividades se rão executadas dire tame n te junto à pessoa prejudicada no se u equil 1Hio orgânico , in dependen te da causa desencadeant e .

A motivação da equipe de enfermagem não reside no conforto materi al e remuneração finan­ ceira por trabalhos prestados. Como qualquer outra pessoa , há

os

moti vos

idealistas

conó

justiça ,

bon­ dade , cumprimen to do dever, honestidade , auto­ cr ítica , cooperação , ética e soli darie d a de . Talvez a obse rvação , por parte da chefia, seja descuidada destes aspectos , por considerar normal esta motiva­ ção. Por que l.10 estimlar o funcionári o , lembran­ do suas atitudes posi tivas em relação aos pacien­ tes? Em escala crescente estão as motivações pri­ márias ou biológicas , dada a di ficuldade por que passa a população para man te r sua vida (fome , sede , man utenção da fam lia ). Não se pode esque

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cer que tan to o paciente como os integrantes da equipe emergem deste contexto sócio-cultural . As necessidades humanas, tensões, conlitos, frustra­ ções, renúncias são outras tantas motivaçõe. que impulsionam as pessoas no seu agir diário. Na maioria das vezes, constatamos que o fator sobrevi­ vência caracteriza as maiores motivações. Os índi­ ces de aumento salarial , que deixam de acompa­ nhar até a in1ação vigente , levam às vezes a solici­ tar até as taxas de insalubridade . Não que o am­ biente seja considerado inslubre no seu grau máxi­ mo. A razão mesmo é aumentar um pouco a renda fmiliar.

A motivação muitas vezes exige mudanças. Toda mudança exige esforço em direção a alguém. Nem sempre os objetivos das instituições peritem ou favorecem estas mudanças . s própios dirigen­ tes superiores resistem em mudar suas estratégias e aceitar inovações de atitudes menos democráti­ cas. E a motivação é utilizada na administração democrática como est ímulo aos aspectos participa­ tivos. Na administração autocrática, as motivações são mais instintivas, como medo, repressão e ou­ tros. Os grandes opressores são , às vezes, os chefes de eqipe, porçm quase sempre orientados pela direção superior que não quer ser mal vista e assu­ mir seu processo autocrático.

A motivação é dinmica. epende da persona­ lidade dos indivíduos e da situação em que se en­ contrem. Cabe ao grupo conceder a cada indivíduo o seu espaço e respeitar os seus estágios motivacio­ nais.

CONC LUSÃO

Dinte do exposto, podemos dizer que sempre se faz mais neceisário o aprimormento da equipe de enfermagem não só como técnicos, mas, sobre­ tudo, como pessoas que se comunicam, às vezes num plano de grande empatia com os pacientes . O preparo proissional da enfermagem deveria in­ clir, necessariamente , treinos de ajustamento pessoal e vivências grupais. Não só as escolas deve­ riam se preocupar com estes aspectos, mas as pró­ prias instituições hospitalares , nos seus programas de formação permanente , deverim incluir, siste· maticamente, estudos e vivências terapêuticas de personalidade .

O nível de aspiração da equipe de enfermagem se situa um pouco lém da rotina diária. Como pes­ soas que emergem da sociedade comum trazem

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con dicionamentos e esperanças de vida qualitativa e pretendem, junto com o paciente e seus familia­ res , construir um mundo mais saudável e condizen­ te com os direitos da pessoa humana.

Estas relexões pretendem revisar um pouco a prática da enfermagem e lembrar que, segundo Ora . Wanda de Aguiar Horta, enfermeiro é gente , cui dando de gente .

ROCKEN BACH , L .H . N ursillg and patient human ization.

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Referências

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