A R T I G O D E AT U A L I ZAÇÃO
A EN F E R MAG HA E
A H U MAN I ZAÇÃO DO PAC I ENTE
Lucia Herta Rockenbach
IROCK F N BACI I , . H . A e n rc rma��m e
a humanf.a:áu
d u pa.·lc n lc. <ev. Bras. Enf , B rasília, 38( 1 ) : 49-5 4 , jan./mar. J 9 H 5 .R E SUMO.
A
a u t o r a t a z u n a a n á l i se su c i nta d o s p r i nc i p a i s aspectos d a e nfermagem a serv iço d a h u m a n i zação do paciente. C a r acter i z a o p rocesso d e enfermage m , a i n tegração da equ i pe de e nfer m agem e as téc n i cas de tra ba l h o com o i nstrumentos a serviço da h u m a n i zação h osp ita l a r . E nfat i z a a motiv ação da equ i pe de e n fer magem como fator d eterm i n a n t e da h u m a n i z ação d o pac i e n te. S u gere rev i são dos obj et i v o s das i n st i tu ições, ao con tratarem e nferme i r o s para as a t iv idades de e n fermagem, e a d est i nação d e um espaço -horá r i o , d entro da j ornad a d iá r i a , para estudos e reflexões sobre a prática da enfermagem, com a par t i c i pação d e todos os membros d a equ i pe d e enfermagem.ABST RACT. The author m a k es a short a n a l y s i s of ma i n aspects of N u rsi ng, concern i ng a h u ma n i za t i o n serv i ce to the patient. The n u rs i n g p roce ss i s character i zed by the i n tegra t i o n of the n u rsi n g team and the work i n g tech n i q u �s as i n st r u m e nts a i m i ng at hospital h u m a n i za t i o n. She emphasizes n u r s i n g team mot iva t i o n as a d eter m i nant factor for the h u man i za t i o n of t h e p a t i ent. T h e author suggest the rev iew of object ives of the i nst i tu t io n s when h i r i ng n u r e s for n u rs i n g act i v i t i es a nd the e stab l i sh ment of a per i od of time, d u r in g the work sch ed u le , for stud ies a nd reflect ions o n n u r s i ng pract ice, w ith the partici pat ion of ali members of the nu rsi n g tea m .
I NT R O D U ÇÃO
Todos os acontecimen tos hist óricos tiveram uma fase de elaboração da própria história.
A
en fermagem n asceu há mui t os e muitos anos no rela cionamen to d a mãe com oilho.
A
n ível domésti co , foram fei tos os ensaios da e n fe r magem, que proc ura, ain da hoje , mante r ca racte r ís t icas de rela cionamento de pessoa a pessoa. Com o decorrer dos tempos, a en fe rmagem procurou se u suporte teórico e sua fun damentação n os princ ípios cie n t ífios.
Vale -se , h oje, do campo de o u tras ciências , pois u t ilia seu s postulados e cria as próprias teo rias com b ase n os conhecimen tos e saber de ou tras,í reas .
A
psi coloia,antropologi a
e sociologia sem pre mais orien tam e esclarecem o relacioname nto
da equipe de enfermagem com o paciente e os pró prios i n te gran tes da e quipe , entre si .A t.écn ica faeilmeu te doina o home m . l lá pouco tempo para os vári os n íveis de rc
lexão
c inter -relacioname nto pessoal . Falar em h umaniza :ão do paciente supõe u ma e quipe h um anizada .O t rabalho da en fermagem, con t ínuo e inin terrupto , a eonstan te vivência de fortes emoções d iante da vida muitas ve ze s em perigo , a permanen te adaptação às pessoas faze m co'm que o pessoal de en fe rmage m necessi te de boas condições de tra bal h o , para que a assis tência prestada seja ade
qua-Enfermeira , Prure ,sor T i t u ta r d a d i sc i p l i n a de Ad m in i , t ração e L i d e ranç a Aplicada à Enfermagem d o Curso de E n fer magem da E scola Supcnor de Ci!ncias d a Saúde e Prom oção Social da 1 " loSSe . Tubarão , Se. V :c ·Din:tora da ESCSI'S.
da e eicaz. O ambiente de trablho da enferma gem
é
tão hostil quan toé
hostil a situação de vida que leva a maioia da pop ulação brasileira . Não é o uniforme , muitas veesbranco,
que, de repen te , muda o cidadão comum em um super-h omem livre de emoções, estresse e problemas da vida diária.O
próprio desenvolvimento da enfermagem como proissão tem sido retardado pelas condições adversas em que atua a equipe de enfermagem. Os altos custos da manutenção dos hospitais e a defa sagem na remuneração dos se rviços prestados ten dem a piorar esta situação ora vigente . Temos no tado que a motivação dos trabalhadores de enfer magem decresce dia-a-dia , e a rotatividade em bus ca de melhores condições em outros setores tem se acentuado ultimamente .A
persistir esta situação , como poderemos falar em humanização do paciente , se an tes n ão podemos constatar a presença de equipes de enfer magem h umanizadas'!O
comproisso maior da enfermagem é com a população. Não só no sentido de prover uma ótima assistência por ocasião da hospitalização. Os com promissos vão além do hospital , no sentido de se dar orien tações e, mesmo , programar uma ed uca ção para a J ta.e
o hospi tal é proposto como cen tro irradiador de saúde , então seu objetivo é também promove r , mante r e rec uperar a saúde do indivíduo, dos grupos e da comunidade . Faz parte da humanização oferecer condições des
aú
de llIiSadequadas através da orien tação e acompanhanlen to por ocasião da alta hospitalar.
Na constante luta pela
sobrevivência,
a rede hospitalar pode , tanlbém, ser te ntada a relegar a assistência ao paciente a segundo plano. Aliás , a ilosoia da adinistração de termina quem é o centro das maiores a tenções. Pode até ser o capital acumulado ! A super especialização do pessoal e equipamentos nem sempre é o que a grande maio ia dos pacientes necessita. Uma redistribuiçãO dosrecursos t1nanceiros dispon íveis talvez implicasse na otimização dos serviços .
Tanto a equipe de enfermagem como o pa ciente emergem deste ambiente brasileiro onde a riqueza se concen tra sempre mais na mão de pou cos em detrimento da pobreza de muitos.
A
persistir esta situação , a humanização do paciente e da equipe de enfermagem se tona prati camen te inviável. Todo o esforçoé
válido quando direcionado ao tempo mínimo em que o pacien te es tá in ternado. Ao menos nestes mome n tos lhe seja dado o carinho, a assistência e o respeito que merece como pessoa.50 -Rev. Bras. Enf . Brasília, 38( l ) , j an. /mar. 1985
F U N DAME NTAÇÃO DA EN F E RMAG EM
E H UMAN I ZAÇÃO DO PAC I E NTE
Em que se baseia a enfermagem para dizer que sua prática visa à h umanização do paciente '!
A enfe rmagem como ciência tem o seu saber teórico-cien t íico e também o senso comum. Ela acredita na pessoa como um todo. Havendo dese quiJ lb rio de algum dos sistemas orgânicos , poderá haver interferências em outras áreas orgnicas ou mesmo desequil íbrios de ordem social , nutricional e outros. A gran de preocupação da enfermagem está em con tribuir para que se restabeleça o mis rápido pos ível a home ostase , isto
é,
para que se restabeleça o meio inteno constante , mdificado pela doença. Neste particular , vale-e dos princ í pios da isiologia . Como dizíamos , a enfermagem acredita no homem como um todo. Sua fundamen tação cientíllca é buscada principalmente nas ciên cias n aturais (anatomia, fisiologia, núcrobiologia, pa toloia ) e nas ciências sociais (psicologia, socio logia, an tTOpol oia). Dada a necessidade da funda men tação da enfermagem como ciência. decorre que há razes suicientes para que toda a equipe de enfermagemeja
estimulada a estudos e atualiza ção permanentes.A
re lexão diária e os aprofunda mentos mensais são eigência mínima para um bom desempenho das ações integradas no cuidado ao paciente . A adaptação diária da equipe de enfer magem às novas situações eà
rotatividade de pa cien tes requer conhecimen tos de relações humanas que se fundamentam na psicoloia .É
impossível lutar pela homeostase psicológica do paciente , se os integrantes da equipe de assistência de enferma gem estão dese quilibrados na satisfação de suas necessidades psicossociai s .Esta fundamen tação cient íica da enfermagem
é aplicada na execução das técnicas que são instru mentos para alcançar seu objetivo . Nos primórdios
do cristianismo , a preocupação ligava-se à salvação
da en fermagem devem ser agrupadas para fins de economia de te mpo e de maior presteza na exe cução . Os cuidados de enfermage m são distri b u í dos segundo o princ ípio da divisão de trabalho� um presta cuidados higiênicos a todos os pacientes da unidade , outro verifica os sinais vitais, outro distri
bui a medicação e outro encaminha os pacientes aos exames complementares e de diagnóstico. Nesta dis tribuição de trefas t am bém deve ser atendia a pes soa do pacien te . Os horários e st abelecid os devem res peitar os hábitos domésticos , incluindo as devidas orientações ou reorientaçõe s, se for o caso .
A
exe cução das técnicas de enfermagem é excelente oportunidade para o diálogo sobre ações de sa úde preven tiva , promoçãoà
saúde e educação para a alta hospitalar.Aplicando-se os princ ípios de administração cientíica , facilmente se perdem os princ ípios de humanização do paciente . O equi l lbrio entre os dois será o pon to óimo da assistência de enferma gem . Este preju ízo ao paciente é tan to mais sério quan to mais centrado for o capital .
A
centraliza ção das atenções no pacien te e na equipe de traba lho imprime linha diferente de atuação do que aquda do capitl .A
inspiração, o ideal , as características d a per sonalidade de cada inte grante da equipe de enfer magem são traduidos através da execução das técnicas e o conjunto das ações desenvolvidas na rotina diária de uma unidade de intenação . Todo o ambien te , ar , luz, hiiene , sol idaiedade, silêncio , hrmonia são de teminados pelo m aior ou menor grau de conhecimento e integração da equipe de trabalho .F U NÇÕ ES DA EQUIPE D E E N F E RMAG EM
A S E R Vi ÇO DA H UMAN IZAÇÃO
A
equipe de enfe rmagem, antes de atuar junto ao paciente , precisa estar integrada como grupo de pessoas, cujo objetivoé
comum : o bem-estar do paciente , que deve , dentro do menor prazo possí vel, ser capaz de voltar a realizar seu autocuidado.Toda a equipe tem o seu líde r . No caso da equipe de enfermagem, a lidernça é atribuída ao enfermeiro . Não significa que seja o melhor da equi pe .
Já foi privileiado pelo acesso às universidades.
A ele cabe coordenar as ações de enfermagem, res peitndo profundamente a individualidade do paciente e a individualidade dos integrantes da equipe de enfe rmagem . Só uma equipe de enferma gem humanizada é que poderá humanizar o pacien te . Cabe ao enfermeiro atuar no processo da assis tência de enfermagem, iden tiicando asnecessida-des de saúde do pacien te e sua famlia ; fazer diag nóstico de enfermagem e, a partir dele , elaborar o plano de cuidados e executá-lo junto com a equipe , delegando as funções mais simples aos técnicos, auxliares e atenden tes de enfermagem. Cabe-he também avaliar os cuidados de enfermagem.
A
equipe de enfermagem precisa estar constantemen te preocupada em melhorar o seu n ível de assistên cia ao paciente . Deve , portanto, estar animada pelo espírito de crítica e aprofundamento de seus conhecimentos . Isso pode ser alcançado através de reuniões de serviço, durante , pelo menos, quinze a vinte minutos diários e , mensalmente , de um estu do mais prolongado. Todos os membros da equipe de enfermagem são capazes de estudar e apresentar os resultados de seus estudos.A
prática diáia, a leitura de artigos sobre a saúde , a obervação desenvolvida pelos treinamen tos em serviço tam bém capacitam o aten den te para a fundamentação de sua prática .É
aconselhável que a equipe se orga nize e estimule os seus in tegran tes a participarem de atualizações , jonadas de enfermagem e outros que são promovidos em váios cen tros de estudos em enfermagem e associações de classe .Cabe ao enfermeiro participar da equipe admi nistrativa do hospitl orien tando todas as ações que vise m ao bom andamento dos serviços. Evite -se desviar o enfermeiro para as ações administrati vas que podem ser exercidas por outros agentes administrativos . Que as ações administrativas do enfermeiro sejam ações de administração da enfer magem .
A
enfermagem precisa sempre mais fundamen tar a sua assistência . Para tanto, deve reservar um tempo para realizar pesquisas de enfermagem.É
um procedimento que auxilia muito a eliminação de problemas que , às vezes, parecem sem soluções, ou cuja causaé
desconhecida. Um exemplo prático são as infecções que aparecem nos berçários.É
relativamente fácil eliminar a causa, após conheci do o agente da infecção .O desempenho d a enfermagem pressupõe a contínua atualiação da e quipe com referência aos progressos cient íicos e tecnológicos. Não
só
a equipe de enfermagem, mas dos próprios dirigentes de hospitais , para que possibilitem a atuação cons ciente da enfermage m . O dirigente hospitalaré
doutor em administração e não tem obrigação de sê-lo em enfermagem. Porém , a prática tem de monstrado que a con t ínua atulização do adinis trador lhe proporciona capacitação para ouvir e atender\ às reivindicações justas do pessoal que lhe é subordinado. Além disso, passa a solicitardios dos d i ve rsos
se torespara
estabelecer
ges t ões
ju n to aos órgãos de adminis tração central e
conve niados .Antes
de se falar e m humanização do p:ien
te ,
éi mportante e s t udar
eavaliar a hum
an izaçã
oda
equipe de enfermagem e ,por
que não
dizê -l o ,a
human izaçao de t oda a comun
i dad
e defuncioná
rios da i n st i t uição .
o P R OC ESSO D E E N F E RMAGEM COMO I NST R UM E NTO DE H UMAN I ZAÇÃO
DO PAC I E NT E
A
en f
e rmage m, comociência que
proc u
ra
sem
pre mai o
rfu
ndam
en tação dos se u s tra
balho
s, vem desc nvolve ndo te
ori
as quea
consagram dellni tivamen te como ciência . O pacien
tese co
mun
icacontin uamente com a
enfermage m , i n formando
sobre ele
esuas
condiçõe s . Aenfermage m
colhe asi
n
form
açõ
es
por meiod a sua obse rvação
ecapa
cidade de c
omu
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cação.
Est e nívd ,
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mado ,
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de e n fe rma ge m .É
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rudil lle n tar ,juaJl u o
único .
A s i n forma ç ões de
ste
n ívelpod e m ser passadas ve r b al men te
ou por escrito. Na m aioria das instit uições hospita
lar
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s de San ta Ca
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é fei ta verbal men te , regist ranuoo m ín imo
de i n forma�:ões que po
de
riam levar o
pacien te a rcalizar se u a u to cuida
do num
e spaço de tem
po bemmenor . lem
bramos que u m dos gra
nde
sobjetivos da e n ferma
ge m
é
a
uxiliar
o pa
cien
tea reaver
suas con diçõesde aU l ocuidado no menor tempo
poss ível . O segundo
IIível de at uação da
c n fe r ma g<!mseria o
ue comprar os re sultados obtidos através da obse rva
ção
e infoflllaçãocom os
índices con
side r
ados
ótimos e m sa úde .
Reconhece
as u i fe re nças
des tesínd ices ,
registra
-os e con t
ri bui para
orápido
res t a belecimen
lo do pacien te , pois , i n cl usive , os
profis siunais da m e d i d n a e o u t ro sp
rofissi
on
ais se valerão das anotações
paraa sua
cond u t
a terapê u tica .Um t
ercei
ro n ível dea t u açào
da enfe rmagem per mi tir-lhe-á fu
nci
onar como interventor dass
itua
ções
obse rvadas
ec
ompa
radas �om Ín dices consi
derados óti mos . I m e d i a t a me n t e , desenvolverá
açes para
d iminuir a d iferen(a e n tre o estado atual e od
esejado.
Exempl o : n um paciente que se apresen ta" com hipertermi a , puderi
am se r aplica·dos
os três nív
eisde a t ua\:âo
da enfe rma gem. Sea assistência de e n fe rmage m na reali dade
vi
sa à human i
zação do pac
ient
e, os inst rumen tos ea me tod ologia emprega dos precisam encon trar o
se u
re
spal
do técn ico-ci e n t ifico .A
i
nte
gr
aç
ão
multi-52 -R eI'. Bras.
Enf , Brasília,
J8(I), jan./mar.
1 115profi ssional
uescjada
depende muito
dacompe tê n
ciatécnica
eh uman a
d ae n fermage m .
M a i su ma
razãopara ince n tivar
a e qui p
ede
en fe rma
ge
ma
realizar estudos sistemáticos , visan uo ao aperfei
çoame nto e fun damen tação da sua p
rá
tica
. Apes
sah umana cono cen t ro das a tenções
deve ser res-"'pe
ita
da t ambé m no manejo adequado da recupe
raçãode sua saúde .
Vi sn
do ao rdenar
asinteven
çõe s ,
está sendo adotadoo
p ro cessode enferma
ge m como
inst rume n to siste má ticodo
est,igi
ode
mat uri
dade em que entra a pofissão atual me n te .É
o si
nal certo d a mel h oria d on
íve
l t eórico da en fe rmage m
também noHrasi l .
As auditorias emen
fe
rm
agem va l orizam
asi
nsti tuições em
que o poce sso de en fe
rmagem é aplica
do.
O
processo deenfermagem hoje é aceit
o
conoinst
ru
mento cien t ífico de trablho da enfermag
em. J á foi avaliado e
considerado e
tlciente
, carac te rizando-sep
el
asuces
são d inâmica
dasvárias fases e seu inter-relaciona
men to .
O p rimei ro passo
d
oprocesso de
enfermagemé o histórico
de e n fe rmage m .
L:
um roteiro sistema
tizado para levan tar dad os
doser h
um
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den t
ifiquem os se us problemas . Estes dados
serãosignificativos
para
ae
nf
ermage
m que coloca suacrença no h omem como um todo.
A suahistóia é
a
própr
ia dete rmi naJl te de se u estado a t ual .
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i n
tegrantes
d e
sua história familiar e
social .
O
levan tamento
dosdad
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observaç
ãoper
mi tem estabelece r
od i
agnóst
ic
o de elfermage m
,que é
o
segu
ndo psso do processo .N este segun
d
opasso ,
érealizada a i de n tificação das n ecessidades
h umanas básicas
que não foramatendidas
eque
causaram a intenação . Faz parte do
diagnóstico de
e n fermagem , també m , a
de termi n a çãodo grau de
dep
en
dên c
ia doat
endime
ntode enfe r magem.
Emdete rmi n ad as si t uaçõe s ,
aen fe rmagem te rá
quefazer
t udo pelo paciente .
É
ograu
de depen dênciamá>üma ,
ou total . Em ou tras si
tuações
, bastaaju
dar
o pacien
te
ou or
ienta
rcomo faze r . N u ma de
pendência
relat
iv
ap
od
erá se r suticiente supervisio
n a r
a s a ç e s do pacien te o ua i n d a e
nca
minhá-lo aou t ros profi
s
sion
ais para se u completo aj ustamen to uc saúde .
Uma ve z feito o d iagnóstico, encami nha-se o plano assistencial . Nada mais é uo que o pl
a
noglo
bal de assistência de e nfc rmage m
dian te dodiag
nóstico
estabeleci do.É
a ter
ceir
a fase do proc
es
sode enfermagem .
Este plan o ébase ado n os
probl
e
surgindo novas necessidade s , acontecerá a i mple mentação .
A constan te avaliação do plano assistencial
fornece os dados ao quar to passo : plano de c uida· dos ou prescrição de enfermagcm.
É
o roteiró' que coordcna a ação da e quipe de e n fcrmage m diaria men te , possIbilitan do u adequado a te n dimen to às necessidades básicas e espec íficas de cada ser hu man o .A rcsposta à assistência prestada a o pacie n te é regi strada d iariamen te e sucessivamente , constitu indo-se no quinto passo do processo.
É
den
omina
do evol ução de enfermagem.
Finalmente , como úl timo passo, é dado u prognóstico de enfer magem.
É
a estimativa da en fermage m quan toà
capacidade do pacien te de rea lizar o seu au tocuidado, não mais depen dendo da equipe de enfermage m . Em todo o tempo da apli cação do processo de enfermagem , são dadas orien tações de como melhorar o n ível de saúde . Por ocasião da al ta hospi talar, o pacicn te deve estar capacita do para a autocondução do equ il íbrio no atend imc n t o de suas necessidades bási cas . At ravés da el1ciência dos cuidados de enfe rmagem presta dos e da e ficácia da educação para a alta , pode riam , talvez, ser red uzi das as rc in te rnações de pa cie n tes , q ue são tão comuns en tre n ós . Aí se pe rce be a urge n te necessidade de unir a educação para a saúde e a recuperação de desequihbrios sérios ocorridos.A enfermagem planejada tem muitos passos a dar . Não basta
à
equipe te r habili dades , observa ção , comunicação , destreza manual , criatividade .É
preciso d ar condições para que esta e qui pe possa aplicar o mé todo cient ílicoe
os princ ípios cien t ífi cos na execução de suas atividades. A desunan iza ção da equipe , por fal ta de con dições de trabalho , provoca a d esu manização do pacien te , que deixa de receber os cuidad os a que te m direito. Após poucos dias de convivência com a fam ília , vol ta aohospital , porque n ão recebeu orien tações s u icie n tes e adequadas para o se u completo restabeleci men to .
O enfermeiro egres
s
o das escolas de enferma ge mhá
mais de dez anos está sen do capaci tado para a aplicação do processo de enfermagem. São bem poucas as unidades hospi talares que o adotamatravés do serviço de enfermagem. A contratação do en fermeiro para administrar ações que pode riam se r administradas por ou tros proissionais o desvia do cuidado dire to ao pacien te . O excesso de atividades burocráticas difi cul ta a implan tação do plano assistencil e até do plan o de cuidados
diá-rio . A expe riência de permi tn all enfermeiro orde nar a assis tência de enfermagem, sobretudo em
relação aos pacien tes com maior número de neces
sidades afe tadas, tem aume n tado
consideravelmen-te a realização profissionl de toda a e qu ipe que
veriica sign i fica tiva re dução dos dias de in te rn ação
dos pacie n tes. Neste e stilo de assistência as institui
ções passariam a ter a sua de inição original : l ocal
de repouso onde o ser humano reencon tra o n ível
ótimo de saúde deejado. O grau de satisfação do
paciente seria bem mais elevad o , pois elevado esta
ria também o grau de satisfação da e qu i pe de en
fermagem que veria melhores resultados d e sua
atuação .
A MOTIVAÇÃO DA EOU I P E D E
E N F E R MAG E M E A H UMAN I ZAÇÃO
DO PACI E NTE
A motivação é fator decisivo em qualquer em
preendimento i ndividual ou cole tivo .
É
um recursode administração a se r u tilizado sempre que e
reque r a cooperação do grupo, para alcançar deter
minado o bje tivo.
"É
um estado i n terno que dáenergia, tona a tivo ou move o organismo , dirigin
do ou canalizan do o comportamento em direção a
obje tivos" ( MANZOL LV .
"Motivação é o empenho de aumen tar ou manter tão al to quanto poss ível a capacidade de um indi v íduo, a im de que este possa alcançar excelência na e xecução das atividades das quai s dependem o sucesso ou o fracasso da organização a que perte nce "
(MNZOLUt .
"lcançar excelênca na execução das a tivida des" , segundo o a utor. Com muito mais razão se aplica este conce ito, quando as atividades se rão executadas dire tame n te junto à pessoa prejudicada no se u equil 1Hio orgânico , in dependen te da causa desencadeant e .
A motivação da equipe de enfermagem não reside no conforto materi al e remuneração finan ceira por trabalhos prestados. Como qualquer outra pessoa , há
os
moti vosidealistas
conójustiça ,
bon dade , cumprimen to do dever, honestidade , auto cr ítica , cooperação , ética e soli darie d a de . Talvez a obse rvação , por parte da chefia, seja descuidada destes aspectos , por considerar normal esta motiva ção. Por que l.10 estimlar o funcionári o , lembran do suas atitudes posi tivas em relação aos pacien tes? Em escala crescente estão as motivações pri márias ou biológicas , dada a di ficuldade por que passa a população para man te r sua vida (fome , sede , man utenção da fam lia ). Não se pode esquecer que tan to o paciente como os integrantes da equipe emergem deste contexto sócio-cultural . As necessidades humanas, tensões, conlitos, frustra ções, renúncias são outras tantas motivaçõe. que impulsionam as pessoas no seu agir diário. Na maioria das vezes, constatamos que o fator sobrevi vência caracteriza as maiores motivações. Os índi ces de aumento salarial , que deixam de acompa nhar até a in1ação vigente , levam às vezes a solici tar até as taxas de insalubridade . Não que o am biente seja considerado inslubre no seu grau máxi mo. A razão mesmo é aumentar um pouco a renda fmiliar.
A motivação muitas vezes exige mudanças. Toda mudança exige esforço em direção a alguém. Nem sempre os objetivos das instituições peritem ou favorecem estas mudanças . s própios dirigen tes superiores resistem em mudar suas estratégias e aceitar inovações de atitudes menos democráti cas. E a motivação é utilizada na administração democrática como est ímulo aos aspectos participa tivos. Na administração autocrática, as motivações são mais instintivas, como medo, repressão e ou tros. Os grandes opressores são , às vezes, os chefes de eqipe, porçm quase sempre orientados pela direção superior que não quer ser mal vista e assu mir seu processo autocrático.
A motivação é dinmica. epende da persona lidade dos indivíduos e da situação em que se en contrem. Cabe ao grupo conceder a cada indivíduo o seu espaço e respeitar os seus estágios motivacio nais.
CONC LUSÃO
Dinte do exposto, podemos dizer que sempre se faz mais neceisário o aprimormento da equipe de enfermagem não só como técnicos, mas, sobre tudo, como pessoas que se comunicam, às vezes num plano de grande empatia com os pacientes . O preparo proissional da enfermagem deveria in clir, necessariamente , treinos de ajustamento pessoal e vivências grupais. Não só as escolas deve riam se preocupar com estes aspectos, mas as pró prias instituições hospitalares , nos seus programas de formação permanente , deverim incluir, siste· maticamente, estudos e vivências terapêuticas de personalidade .
O nível de aspiração da equipe de enfermagem se situa um pouco lém da rotina diária. Como pes soas que emergem da sociedade comum trazem
54 - Rev. Bras. Enf , Brasília, 38( l ) , j an. /mar. 1 9 85
con dicionamentos e esperanças de vida qualitativa e pretendem, junto com o paciente e seus familia res , construir um mundo mais saudável e condizen te com os direitos da pessoa humana.
Estas relexões pretendem revisar um pouco a prática da enfermagem e lembrar que, segundo Ora . Wanda de Aguiar Horta, enfermeiro é gente , cui dando de gente .
ROCKEN BACH , L .H . N ursillg and patient human ization.
R ev. Bras. h'nl , Brasília , 38( 1 ) : 49-5 4 , j an. /mr. 1 9 8 5 .
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