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O cuidar da pessoa idosa no âmbito domiciliar: uma relação de ajuda na enfermagem.

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Academic year: 2017

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CUIDAR DA PESSOA IDOSA NO AMBITO DOMICILIAR:

UMA REA�O DE JUDA NA ENFERMAGEM

TH: HOM: H:ALTH CAR: FOR :LD:RLY P:R,ON: A H:LP R:LATION,HIP IN NUR,ING

:L CUI DADO D: LA P:R,ONA D: :DAD :N :L AMGITO DOMICILIAR: UNA R:LACION D: AYUDA :N LA :NF:RM:RIA

Silvana Sidney Costa Santos 1

RESUMO: Este estudo teve por objetivo estabelecer uma relagao de ajuda enfermeira e pessoa idosa no ambito domiciliar, fundamentada na Teoria das Relagoes Interpessoais de Peplau, visando a melhoria da qualidade de vida do cliente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso que teve como sujeito um indivfduo do sexo masculino, 68 anos de idade, viuvo, residindo com seus familiares em Recife-PE. Para a coleta dos dados, utilizou-se 0 processo interpessoal, as tecnicas de observagao

assistematica, a entrevista nao-estruturada, alem da aplicagao do Mini Mental Test e da Escala de Depressao Abreviada de lUNG, sen do estas tecnicas e instrumentos viabilizados por doze visitas domiciliares. Os dados foram analisados qualitativamente a partir do processo interpessoal enfermeira e cliente, utilizado durante as fases do processo de enfermagem, culminando numa relagao de ajuda. Os resultados obtidos permitiram perceber que a relagao de ajuda estabelecida segundo os pressupos­ tos de Peplau, realizada a partir da assistencia de enfermagem domiciliar a pessoa idosa, contribuiu para a melhoria da sua qualidade de vida.

PALAVRAS CHAVE: Relacionamento, Idoso, Assistencia domiciliar

ABSTRACT: This study had the following objective: to establish a relationship between the nurse and the aging person in the home extent, based on the Peplau theory of Interpersonal Relationship, aiming at the improvement of client's life quality. It involves a qualitative research of a unique type case, which had as the subject, a man of sixty years of age, widower, living with his relatves in Recife-PE. In order to collect the data, it was used the interpersonal process, the techniques of assistematic observation, a non­ structured interview, in addition to the application of the Mini Mental Test and the Abbreviated Depression Scale by lUNG. Were used these techniques and instruments were made possible by means of twelve home visists. The data have been analyzed qualitatively according to the Interpersonal Process between the nurse and the client, resulting in multual help. The results gathered, made it possible for us to reflect on the helping relation according To Peplau's presuppositions, which made possible the home nursing assistance to the elderly man and contributed to improve his life quality.

KEYWORDS: Relationship, Aging person, Lore care

RESUMEN: Este estudio tene por objeto establecer una relacion de ayuda enfermera y adulto major en el ambito de su domicilio, fundamentada en la Teorfa de las Relaciones Interpersonales de Peplau, buscando la mejora de la calidad de vida del cliente. Se trata de una investigacion de tipo estudio de caso que tiene como.sujeto al anciano varon, 68 aios de edad, viudo residindo con su familia en Recife - PE. Para la recopelacion de datos, se utiliza la relacion interpersonal, las tecnicas de observacion incidental, la entrevista no - estructurada ademas de la aplicacion de mini-test mental y de la Escala de la Depression Abreviada de lUNG, siend 0 esas tecnicas e instrumento facilitadas por doce visitas en su domicilio. Los datos fueron analisadas de forma calitativa a patir del processo interpersonal enfermera-cliente, utilizado durante las etapas del processo de enfermerfa, finalizando em una relacion de ayuda establecida, segun las presupuestos de Peplau, realizada partir de la asistencia de enfermerfa en domicilio a la persona ma or contribuirfa para mejorar su calidad de vida.

PALABRAS CLAVE: Relaciones Interpersonales, Anciano, Asistencia en domicilio

1 Profa. da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Grayas - FENSG. Universidade de Penambuco - UPE - Recife-PE. Ooutoranda em Enfermagem da UFSC. Integrante do Grupo de Estudos sobre Cuidados de Pessoas Idosas GESPIIUFSC.

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SA NTOS, Silvana Sidney Costa

1 I NT R O D U ÇÃO

o aumento d a população idosa no país traz grandes preocupações a todos, pois , sendo o B ras i l u m p a ís em desenvolvi mento e , não tendo ainda resolvido q uestões bás i cas e esse nciais a sua pop u l ação ativa , restam às pessoas idosas e i n ativas o descaso e a comp rovação de q u e a explosão demográfica de idosos é , n o contexto nacional , u m a q uestão de saúde p ú b l ica.

A p roporção de pessoas idosas no país deve rá aumentar m u ito . Para a apu ração p re l i m i n a r da pesq u i sa do u n ive rso do Censo Demográfico, em 1 9 9 1 , esta pop u l ação e ra de aproxi m adamente 1 0.7 m i l hões de habitantes, o que mostra a i m po rtância deste contige nte popu lacional . As esti m ativas i n d icam q u e no ano 2025 , o B ras i l deve rá ter 34 m i l hões de pessoas idosas , rep rese ntando 1 5% da pop u l ação tota l , to rnando-se a sexta p o p u l ação idosa do m u nd o , e m n ú m e ros absol utos . ( Veras, 1 995) .

A p reocupação da sociedade civi l e do gove rno com o a u m e nto da pop u l ação idosa b ras i l e i ra , começou a s u rg i r em 1 97 6 , q uando se real izou em B ras íl i a o I S e m i nário Nacional sobre o I doso. E m 1 988, d u rante a V I I I Conferência Nacional de Saúde foi ap resentado o P rograma sobre Pol ítica de Envelhecimento. Em 1 992 criou­ se o P ro g ra m a de Ate nção à Saúde do I doso, através do M i n i sté rio da Saúde. Em 04 de j a n e i ro de 1 994 foi i nstitu ída a Le i nQ 8842 que d i spõe sobre a Pol ítica N acional do I doso e cria o Conselho Nacional do I doso.

A reg u l a m entação da refe rida Lei ocorre u em 03 de j u l h o de 1 9 9 6 , através do Decreto nQ 1 948 , o qual gerou o Plano de Ação Governamental I ntegrado para o Desenvolvimento da Pol íti ca Nacional do I doso . ( B R AS I L, 1 99 6 , p A) .

Como p ri ncipal relevância deste estudo para a p rofissão d e enfermagem e para a pop u l ação destaco a m i n h a b usca e m d i scuti r sobre a assistência de e nfe rmagem d o m i c i l ia r voltada para a pessoa idosa, na te ntativa de torná- Ia alcançáve l à p rática das e nfe r m e i ras e, p r i n c i p a l m e nte , a l ca n çáve l às p róprias pessoas idosas . Para tal i ntento dese nvolvi o objetivo : Estabelecer uma relação de ajuda enfermeira e pessoa idosa no âmbito domiciliar, fundamentada na Teoria das Relações Interpessoais de Peplau, visando à melhoria da qualidade de vida do cliente.

2 E M BASAM E NTO TE Ó R I CO E R EVISÃO DA LITE RAT U R A

Como base teórica deste estudo optei pela Teoria das Relações I nterpessoais em E nfermagem, de Peplau , q u e e nfoca o potencial te rapêutico do re lacionamento e nferm e i ra e c l i e nte . Para Pepla u ( 1 952) "a e nfe rmagem é um i nstru m e nto educativo , u m a fo rça m ad u ra , q u e objetiva p ro move r a transição da p e rsonal idade e m d i reção a u m a vida criativa, construtiva e com u n itária" .

Para ate n d e r a assistência de enfermag e m , Pepla u, apud Reed ( 1 996) , desenvolveu o p rocesso i nterpessoa l , q u e é pautado na re lação de aj uda e nferm e i ra e c l iente , sendo p ri m o rdial q u e a enferm e i ra aj ude o clie nte a transfo rmar a ansiedade n u m a força p rodutiva . O p rocesso i nterpessoal é operacionalmente defi n i do em termos de q u atro fases d i sti ntas : orientação, i dentificação, exploração e resol ução.

A fase de orientação ocorre q uando o i n d iv íd u o e / ou a fam íl i a p e rcebem a necess idade de aj uda e p rocuram a assistência p rofissional . A enfe r m e i ra aj uda o c l i ente a recon hecer e entender seu p roblema, e , j u ntos dete r m i n a m s u a necessidade

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o Cuidar da Pessoa . . .

de aj uda N a fase de identificação a enfe r m e i ra perm ite a o c l i e nte expressar o q u e sente , ofe rece ndo-lhe toda a assistê n c i a de q u e necessita , nasce a relação de aj u d a . N a fase d e exploração verifica-se q u ando a enfe r m e i ra aj uda o c l i ente n a exploração de todos os cam i n hos da saúde. N a fase de resol u ção as necessi dades do c l i e nte são sati sfe itas através dos esfo rços cooperativos d e s i p róprio e da enfe rm e i ra . Ao longo das q u atro fases do p rocesso i nterpessoa l , Peplau descreveu seis d iferentes papéis p rofissionais , q u e são: pessoa estranha, pessoa como recu rso, professora, l íder, su bstituta e consel heira.

N a revi são de l ite ratu ra realizei u m a retrospectiva h istórica e atual ace rca dos diagnósticos de enfermagem da N o rth A m e rican N u rs i n g Diagnonis Associ ati on­ N A N DA. D iscorri tam b é m sobre a assistência de enfermagem domicil iar, q u e , para Ka wamoto; San tos; Ma tos ( 1 995) é u m ate n d i mento tanto e d u cativo , como assistencial , rea l i zado no â m b ito d o m i c i l iar. Para sua execu ção Bunside ( 1 979) descreve q u atro passos : a e ntrevista com o c l i e n te , a ava l iação do a m b i e nte f ís i co , a avaliação das re lações i nterpessoai s e a ava l iação da d i nâm ica fís i ca e psicológica .

3 A TRAJ ETÓ R I A M ETO D O LÓ G I CA P E R CO R R I DA

N este estudo uti l i ze i a pesq u i s a q u a l itativa do tipo estud o de caso real izado d u rante três meses , com uma pessoa idosa, do sexo m ascu l i n o , de 68 anos de idade , vi úvo , res i d i n d o com s e u s fam i l i a re s , n a cidade de Recife- P E .

Para a col eta dos dados estabeleci u m a rel ação d e aj u d a , a parti r d o p rocesso i nte rpessoal e nferm e i ra e c l i e nte descrito na Teoria de Peplau , uti l i zando a entrevista n ão-estruturad a , a observação assiste m ática , a a p l i cação d o M i n i M e ntal Test e da Escala de Depressão Abreviada de ZU N G , viabial izados por doze visitas domicil iares . O p roce d i m ento anal ítico d e u -se através da a p resentação dos re lató rios das vis itas d o m i c i l i a res e, d a i nterp retação desses re lato s , a p a rti r dos comportamentos do c l i e nte , de s e u s fam i l i a res e da pesq u isadora , e l ucidados d u rante as q u atro fases da Teoria de P e p l a u , tendo como s u p o rte a l iteratu ra pesq u isada e a m i n h a compreensão.

4 A P R E S E NTAÇÃO E D I S C U SSÃO DOS R E S U LTA DOS

Ass i m , a p rese nto os res u ltados deste estud o : p ri m e i ro , descrevendo os com p o rtam entos do c l i e nte, de s u a fam íl i a e os m e u s p róp rios , d u rante a re l ação de aj u d a ; seg u n d o , citando em q ual vis ita d o m i c i l i a r o com p o rtam e n to evidenciado acontece u ; terce i ro , identificando diagnósticos de e nfe rmagem , cujos t ítulos aparecem em neg rito , e s u as interve n ções corre latas real izadas , s e m p re q u e se fize ram necessári os ; q u a rto , ao final de cada uma das q u atro fases descritas por Pepl au , evidenciando o papel m a i s p rese nte d u rante a re lação de aj uda estabe l e c i d a .

4 . 1 FAS E D E O R I E NTAÇÃO 4.1 . 1 Apresentar-se ao cliente

Essa etapa não foi necessária porq u e a n o ra S r . José já havia fal ado de m i m p a ra e l e , o q u e fac i l itou a i nt rod u ção de todo o p rocesso de enfe rmagem rea l i zado .

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SA NTOS, Silva na Sidney Costa

4. 1 .2 Descrever ao cliente o meu papel e os objetivos da relação terapêutica N a p ri m e i ra vis ita dom ici l ia r fal e i com Sr. José sobre a m i n ha pesq u isa, e q u e o m e u obj etivo e ra contri b u i r para a m e l h o ria da q ual idade de v i d a d a s pessoas aci ma de 60 a n o s . Estas exp l i cações fo ram suficie ntes para o estabeleci m ento da re lação terapêutica .

4.1 .3 Clarificar as necessi dades, as expectativas e os objetivos do cliente Ele pergun tou: " ( . . . ) quanto eu vou l he pagar para a sen hora fazer este trabal ho?( .. . ) "( 1 ª visita domiciliar) .

Simpson ( 1 992) enfatiza q u e o q u ad ro da relação de aj uda deve s e r clarame nte estabelecido e o s e u contro l e é de responsab i l idade da enferm e i ra . Ela acrescenta a i n d a q u e , fixando os l i m ites desde o i n ício da relação , o n ível de ansiedade baixa s i g n ificativamente .

4.1 .4 Con hecer o c l iente

O Sr. José tem 68 anos, é viúvo há dois anos, te ve pouca escolaridade, mas, sabe ler e escrever. Ele é aposentado e recebe um salário minimo mensal. Sua familia é compos ta de seu filho único, sua nora e duas netas de 9 e 8 anos respectivamente. Sr. José está emagrecido, dispnéico, desidra tado, fala com dificuldades, às vezes tosse e tem expectoração abundante. Tem duas úlceras gástricas, é portador de enfisema pulmonar e de osteoporose. ( 1 ª visita domiciliar).

A ocupação principal de Sr. José foi ser passador de jogo do bicho. (3ª visita domiciliar) . Sobre o fa to de estar sozinho, ele disse.;' (. . .)realmente eu me sinto só quando o pessoal sai prá passar o dia fora e eu fico pensando, imaginando, se não tivesse meu ilho, onde eu tava agora ? em algum asilo ? "(. . .) Ele parecia triste (5 ª visita domicilia r ).

Ele disse "(. . .) até aumentei de peso, tinha 38 kg, me pesei esta semana e tou com 40. 400 kg (. . .) "In terroga do acerca de sua altura, ele disse "(. . .) tenho 1, 72 cm (. . .) (8ª visita domicilia r) .

E u co n s i d e ro o com p o rtame nto n ã o verbal , verificado nessa etapa, m u i to i m po rtante para o desenvolvi m e nto dessa re l ação de aj uda. Concordo com S i lva ( 1 996) q u ando afi rma q u e "perceber o (. . .) não verbal pode resga tar a capacidade da

enfermeira de ver com mais precisão os sen timen tos do cliente, suas dúvidas e

dificulda des de verbalização ".

I d e ntifi q u e i os seg u i ntes d i a g n ósticos de e nfe rmagem e m S r . José : N utrição alterada: i ngestão menor do que as necessidades corporais re lacionada à

i n a b i l idade para absorver n utrientes devido a fatores biológ icos evidenciada por baixo peso corpora l ; Desobstrução das vias aéreas ineficaz re lacionada à obstrução traq ueobrô n q u ica evi denciada por tosse p rodutiva i n s uficie nte para desobstru i r as vias aé reas ; Déficit de vol u me de l íq u ido re lacionado a fal ha nos m ecan is mos reg u l ado res evi d e n ciado por d i m i n u ição do tu rgo r da pele e m e m b ra n as m u cosas secas ; Mobi l idade física prej udicada re lacionada à red u ção da atividade f ís i ca secu n dária à dor n a co l u n a evi denciada por a m p l itude l i m itada de movi m e ntos e massa m uscular d i m i n u ída; Isolamento social re lacionado à alteração n o bem -estar evi denciado por senti m entos exp ressos de sol idão i m posta por outros .

As i nte rvenções de enfermagem q u e foram traçadas e rea l i zadas e m todas as

(5)

o Cuidar da Pessoa . .

fases da re lação d e aj u d a n ã o aparecem nesse a rti g o , estão p resentes n o trabal h o o ri g i nal . .

4.1 .5 Negociar u m contrato com o cl iente

Depois de uma viagem feita por mim, pergun tei como tinham sido os últimos dias para ele. Ele disse que não tinha novidades e acrescentou " . . .) eu fiquei muito

feliz porque a senhora mandou um bilhete me comunicando que não podia vim aqui, foi muita consideração da sua parte " . . .) . Eu lhe disse que temos um conta to, que precisamos ter consideração um pelo o outro (5ª visita domiciliar) .

Os a utores da rel ação de aj u d a , i n c l u i n d o Pepla u, e nfatizam a q uestão do contrato na relação d e aj u d a . Eles re l atam q u e este contrato deve conte r c i n co e l e m e ntos essenci a i s , q u e são: a h o ra d o e n contro , a data , o local , a expectativa dos dois parti cipantes e , se poss íve l , a d u ração da re lação .

4.1 .6 Avaliar a d u ração possível da relação

Disse-lhe que este era o nosso 59 encontro e que teríamos mais qua tro encon tros para concluir o relacionamento terapêutico(5ª visita domiciliar) .

E u real i ze i esta etapa com o fi m d e p repara r- m e , e de p repara r S r . J osé para o final d o re lacioname nto te rapêutico, pois Pepla u( 1 952) d i z q u e é necessário p repara r-se e prepa ra r o cliente para a finalização e, conseq uentemente , para a quebra dos e l os enferm e i ra e c l i e n te .

A o final das s e i s etapas evidenciadas n a fase d e orie ntação d a s i stematização da assistência da enfe rmagem segundo Peplau, verifiquei que o papel desempen hado por m i m , de forma mais freq üente , foi o d e estranha, já esperado no i n ício de q u a l q u e r relação .

4 . 2 FAS E D E I D ENTI F I CAÇÃO

4.2 . 1 Permiti r que o cl iente explore a sua vivência em profundidade

A con versa continuou sobre vários assun tos. Como sempre, eu ouvindo-o muito e ele falando sem parar (8ª visita domiciliar) .

O ouvi r foi p ri m o rd i a l nessa etapa, p o i s S r . J o s é se tornava m a i s tran q ü i l o , mais confiante . Concordo com Costa ; Madeira ( 1 994), q uando ressaltam que para se

co m u n icar com u m a pessoa idosa é necessário sabe r ouvi r, e q u e esta capacidade

n ão depende some nte da hab i l idade f ísica, mas tam b é m d a atitud e . E l as d izem ai nda que "pa a ser um bom ouvinte em relação à pessoa idosa, de ve-se ouvi-lo com o cérebro".

4.2.2 Verificar com o cliente as i nterpretações possíveis

Por s e apresenta r u m pouco mais dispnéico, pergun tei se não seria melhor ele fazer nebulizações (sei que ele tem um nebulizador) . Ele disse " ( .. .) não gosto de fazer nebulizações porque o remédio que o médico passou 'me deixa ' com as mãos trêmulas (. . .) ". Orien tei-o a fazer a nebulização usando somente o soro

fisiológico puro (3ª visita domiciliar) .

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SANTOS, Si/vana Sidney Costa

Ele disse U ( • .) uma coisa que vem me incomodando é 'uma prisão de ventre ', tou comendo ameixas mas ela não quer ceder( . . ) u. Pedi a ele para trazer os remédios que ele esta va tomando. Lendo as bulas verificamos que um dos remédios prescitos poderia ter como efeito cola teal a constipação ( 1 1 ª visita domiciliar) .

E u e S r. José verifica m os a s i nte rp retações poss íveis s u rgidas a parti r de suas expe riências rea i s . N esses m o m e ntos pude uti l i za r conheci m e ntos específicos adq u i ridos na acade m i a e na p ráti ca p rofiss iona l . Verifi q u e i q u e S r. J osé apresentava dois d i a g n ósticos de e nfe rmage m : Padrão respi ratório ineficaz re lacionado a dano m ús c u l o-esq u e lético evidenciado por d i s p n é i a e alte ração n a expansão torácica; Consti pação percebida re lacionada a uso de med icame nto evi denciada por ve rb a l i zação de alte ração n a e l i m i n ação intesti n a l .

4.2.3 Estabelecer com o cl iente as prioridades

Pedi a colaboação de Sr. José. Ele disse:" ( . .) olhe, agora, neste momento, eu me encontro muito fraco, muito doente, se a senhora esperar um pouco que eu me restabeleça ( . . )". Eu disse que sim e foi marcado o próximo encon tro para uma

semana depois ( 1 ª visita domiciliar) .

E s s a etapa f o i d i recionada para o controle da ansi edade d o c l i e n te , através d a exp l o ração de seus senti m entos e do fortaleci m e nto , cada v e z m a i s , da re lação d e aj uda.

4.2.4 Ajudar o cl iente a escolher meios para que ele atinja seus objetivos pessoais

Nesse momento Sr. José disse: U ( • .) Dona menina eu tou pensando

seriamente em voltar a trabalhar, em voltar a passar bicho, eu me sinto bem melhor, minha coluna tá sossegada e eu preciso fazer alguma coisa, ter uma

ocupação ( .. )". Eu disse a ele que fica va contente com essa decisão (7 ª visita

domiciliar) .

M e s m o p reocupada c o m a frag i l idade fís i ca de S r . José , i n centive i - o a voltar a trabal har. E n ce rrando a Fase de I d e ntificação , o papel mais dese m p e n hado por m i m n a re lação de aj uda enfe r m e i ra e pessoa idosa, foi o de l íder, q u e é demonstrado q uando a e n fe r m e i ra aj uda o c l i ente a c u m p r i r tarefas d i á rias através de um rel acioname nto de colaboração e participação ativa do m e s m o .

4.3 FAS E D E EXPLO RAÇÃO

4.3 . 1 Evidenciar a d i nâmica do comportamento do cliente

Essa etapa foi vive n ciada da p ri m e i ra à ú l t i m a visita d o m i c i l i a r e , p a ra mostrá­ l a , escol h i com p a rar a receptividade de Sr. J osé para com i g o , q uando ia vis itá-l o em seu d o m i c í l i o . Até a te rce i ra vis ita d o m i c i l i a r eu o e ncontrava s e m p re de itad o , sozinho e m s e u q u a rto . A parti r da q u a rta visita , e l e p róprio abria a p o rta e a cada d i a se mostrava mais i ndependente , fel iz e cumprimentando-me alegremente , m ostrando-se satisfeito com a assistência de enfermagem dom i c i l i a r real izad a .

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o Cuidar da Pessoa . . .

4.3.2 Anal isar o s meios util izados pelo cliente para resolver conflitos

A moça (sua noa) disse que esta va com muito medo porque eles aplicaram todo o dinheiro da indenização de seu marido na lanchonete, que esta va com pouco movimento. Então Sr. José falou: U (. • .) eu já disse a eles, dona moça, que no final

do ano o dinheiro só dar prá comprar roupas, sapatos, geladeira, televisão,

essas coisas, mas depois melhora, é ter paciência ( .. .) U (6ª visita domiciliar) .

Ve rifi q u e i q u e S r . J osé p rocu rava tranq ü i l izar a nora . O modelo de Pepla u, apud Tomey ( 1 989) perm ite à enfermeira começar a se afastar de u m a orientação de doença p a ra outra orie ntação pela q ual o s i g n ificado psicológico de eventos, de senti m e ntos e comportamentos podem ser expl o rados e i n corporados nas i nte rve nções de enfermagem .

4.3.3 Fazer mudanças

Sua nora disse que Sr. José tinha melhorado muito naquela semana, que ele esta va tomando bastante água, descendo para levar sol, tomando banho, pois fazia quase um mês que não toma va e vinha -se alimen tando melhor. (2 ª visita domiciliar) . Então ele disse: U ( .. .) estou fazendo nebulizações só com soro fisiológico,

como a senhora orientou, estou excelente do cansaço ( .. .) U (4ª visita domiciliar).

E ra m vis íve i s as m udanças que vinham acontece ndo na vida de S r . J os é , a parti r da re lação de aj uda real izada. P a ra Pepla u ( 1 994) , as relações i nterpessoais defi n e m e confi rmam autova l o rização, identificação , ace itação com o ser h u mano, senso de posse e o utras necessidades i nterpessoais essenci a i s , q u e d i recionam para u m a m e l h o r q u a l idade d e vida .

4.3.4 Estabelecer estratégias no relacionamento i nterpessoal

Sr. José: A menina, a neta mais velha de Sr. José, disse que o a vô fica de olhos fechados na cama, mas parece que está -se fazendo que está dormindo (entre a 2ª e a 3ª visita domiciliar) .

Enfermeira: A nora de Sr . José falou da lanchonete, perguntando s e e u já tinha conhecimen to dela. Eu olhei para Sr. José (que já me ha via con ta to tudo) e disse que não (6ª visita domiciliar) .

Pepla u ( 1 994) diz q u e as rel ações h u manas nas q u ai s a confiança e s i n ce ri dade

são i n g re d i entes , p e rm item a troca d e confidências e segredos em uma recip rocidade de a p o i o , boa vontade , com p reensão e s enti m ento d e cu m p l icidad e .

N essa etapa identifi q u e i u m outro Isolamento social e m S r . J o s é , relacionado a um recu rso pessoal i nadeq u ado evidenciado por falta d e com u n i cação e falta de contato o l h o a o l h o .

4.3.5 Fornecer ao cl iente campo para suas experimentações

Combinamos que Sr. José veria a possibilidade de para r de usar o supositório para as dores na coluna (3ª visita domiciliar) .

A conselhei-o a s e cuidar, a tomar bastante água, pois o sol esta va muito quente, e a usar um boné, mas o boné ele não aprovou (9ª visita domiciliar) .

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SANTOS, Silvana Sidney Costa

D u rante essa etapa da re lação de aj uda, a l g u mas vezes as aspi rações e as escolhas dos clientes i dosos não correspondem às expectativas da enfe rm e i ra . Nesse caso, a enfe rm e i ra deve ficar neutra e não p u n itiva ( Berger; Mailloux-Poirier, 1 995) .

4.3.6 Levar o cliente a tolerar s uas ansiedades

Sr. José falou: "(. . .)eu disse à senhora que ia parar com os supositórios, mas infelizmente não pude realizar o acordo, minha coluna ainda tá me

incomodando demais. . . )". Houve silêncio. Eu disse a ele que nem sempre o que

se promete, se pode cumprir, que isto acontecia com qualquer pessoa (4 ª visita domiciliar) .

Cabe à e nfe rm e i ra saber lidar com a ansiedade do cliente , levando-o a fortalecê­ lo. Uma forma eficaz de l idar com a ansiedade do cliente é uti l izar o s ilêncio te rapêutico, q u ando necessá rio, d u ra nte a relação de aj uda. Uti l izei m u ito o s i lê n c i o te rapêutico. Um diag nósti co de e nfermag e m identificado nessa etapa foi o de Impotência re lacionada à doença crô n i co-deg e n e rativa evidenciada por verba l i zação de falta de contro l e sobre a s ituação .

4.3.7 Manter contatos regu lares com o cliente

Passamos ao que eu chamo de con ta to pós-encon tro, combinando que ele continuaria tomando bastante água; desceria para tomar banho de sol; procuraria interagir mais com a família, con versaria mais com a família e ficaria menos no quarto.

Pergun tei se ele aceitaria umas revistas de reportagem. Marcamos o próximo encon tro (2ª visita domiciliar) .

Era o último encon tro. Perguntei s e ele esta va cumprindo o s nossos acordos, ele riu e disse: "(. . .) eles já fazem parte de mim (. . .) " ( 1 2ª visita domiciliar) .

Através dos contatos reg u l a res e s istemáti cos pude con q u i star a confia n ça de S r . José , tornando-o mais seg u ro , partici pativo e i nte rativo .

4.3.8 Conti nuar as i nterações de aj uda ao cl iente

Uma das preocupações a tuais de Sr. José é que seu filho foi recentemen te demitido. Lembrei-o que o rapaz esta va estudando para um concurso, que era jo vem e ia resolver, com a esposa, essa situação provisóia (2ª visita domiciliar) .

N esta etapa tam b é m foi verificada a q u estão da ansiedade no comportame nto do cl i e nte d u rante o p rocesso i n te rpessoa l . l dentifi q u e i o Processo fam i l iar alterado re lacionado à s ituação de tra n s i ção ou crise evidenciado por i n capacidade da fam íl ia para adaptar-se às m udan ças b ruscas .

4.3.9 Manter a esperança e o desejo de viver do cliente

Achei-o mais disposto e disse isso a ele (2ª visita domiciliar) .

Quanto à questão sente-se com esperança acerca do futuro ? ele disse: " (. . .)

meu futuro é ir para Papai do Céu, velho não tem futuro, o único futuro de velho é a morte(. . .) " (4ª visita domiciliar) .

(9)

o Cuidar da Pessoa . . .

Outra questão foi sente -se útil e necessáio ? Ele disse: "(. . .) não, porque não

posso dar presentes, não posso ajudar, como eu fazia antigamente (. . .) "( 4ª visita domiciliar) .

A outra questão de discussão foi sua vida é vazia ? Sr. José disse: " (. . . ) s ó pode ser vazia, sem fazer nada, só dando trabalho (. . .) " (4ª visita domiciliar) .

Quanto à questão ainda tem prazer e m fazer o q u e fazia antes ? Ele disse: " (. . .) tem

muita coisa que eu gostava muito de fazer e não gosto mais, por exemplo fumar um cigarrinho, ir à praia, visitar os amigos, não gosto porque não posso(. . . ) " ( 4ª visita domiciliar) .

É n otó rio q u e o c l i e nte idoso d eve adaptar-se a n u m e rosas p e rdas , ao d ec l í n i o f ís i co-ps icológico, ao l uto , por i s s o é i m po rtante q u e ao estabelecer a relação i nterpessoal a e nfe r m e i ra l eve esses aspectos e m con s i d e ração , porém s e m p re mantendo n o c l i e nte idoso a espera n ça e o desejo de vive r d i g namente. N essa etapa pôde-se verificar em Sr. J o s é , a Desesperança re l ac i o n ad a à cond i ção de e nfraq ueci m e nto fisiológico evi d e n ciada por falta de pe rspectiva q uanto ao futu ro ; Disfunção na reação de pesar relacionada à p e rd a d e trabalho e status evidenciada por verbal ização d e experi ê n c i as passadas e Distúrbio da auto-estima relacionada à doença crô n i co-dege n e rativa evidenciada por verba l i zação negativa s o b re s i mesmo.

4.3.1 0 Escolher atividades de partilha que visem a responder às necessidades específicas do cl iente

Levei o dominó para jogarmos, mas Sr. José disse que não gosta va de jogar dominó só com duas pessoas. Combinamos que quando suas netas estivessem de férias, jogaríamos os qua to (5ª visita domiciliar) .

Dois p a p é i s foram dese m p e n hados por m i m n e s s a te rce i ra fase , o de l íder

conti n u idade da fase anterior, e o d e conselhe i ra .

4 . 4 FAS E D E RESOLUÇÃO

4.4. 1 Avaliar com o cliente o que foi conseguido com a relação terapêutica

Eu disse a ele que acha va que nós está vamos fazendo um bom trabalho , ele disse: " (. . . ) essa menina, tem coisa melhor do que uma pessoa ouvir a gente ?,

e isso é o que a sua pessoa tem feito por mim . . .) "(8ª visita domiciliar) . P u d e verificar que o m a i s i m p o rtante para S r . José n o relacionamento te rapê utico, foi o fato d e e u o u v i - l o .

4.4.2 E ncorajar o cliente a expri m i r aqu i l o que ele sente rel ativamente ao fi nal do relacionamento terapêutico

Perguntei se ele teria mais alguma coisa a dizer, ele disse: " . . .) eu só tenho a agradecera sua pessoa pelos momentos que passamosjuntose pelos ensinamentos que a senhora me proporcionou. Foi muito bom lhe conhecer(. . .) " (12ª visita domiciliar) .

(10)

SANTOS, Silvana Sidney Costa

N essa fal a de S r. José, p e rce b i - m e enq uanto u m age nte de m udança, pois usando as orientações e aconselhamentos pude contri bu i r para o seu amadu recimento hol ístico e , p ri n c i p a l m e nte , pude contri b u i r para q u e ele adq u i risse con d i ções de

transformação da sua Ansiedade, que estava relacionada à crise situacional , ou sej a ,

a o p rocesso fisiológico de envelhecimento secundário à doença crônico-degenerativa .

4.4.3 Verificar com o cliente os benefícios da assistência domic i l iar

E s s a etapa n ã o foi real izada, sendo u m a d a s l i m itações deste estudo, p o i s eu deveria te r p e rg u ntado a S r . José se poderia estender a assistê ncia d o m i c i l ia r a ele d i recionada a o utras pessoas idosas , mas isso não acontece u . Poré m , p e rg u ntando

ao seu fi l h o sobre o trabalho que havia desenvolvido com seu pai , ele d i s s e : "(

. . . ) pai

está muito bem, excelente, e seria muito bom se mais pessoas da idade dele tivessem a opotunidade que ele teve . . .) o meu pai é outra pessoa ...) ".

4.4.4 Fazer auto-aval i ação da relação

Eu disse a Sr. José que com certeza nós nos ajudamos muito e que não éramos mais os mesmos, depois da relação terapêutica que aconteceu conosco. Eu disse ainda que crescemos e que um ajudou o outro a crescer, a ama durecer e a procurar viver melhor com as pessoas ( 1 2ª visita domiciliar) .

E s s a etapa fo i vivenciada na ú l t i m a visita domici l iar, que real izei j u nto a Sr. José , poré m agora, ao fazê-Ia sozi n h a s i nto q u e a relação de aj uda é u m a atividade árdua e que, sendo enfe rm e i ra e passando tanto tem po j u nto aos c l i entes , d u rante a p restação de c u i dados , ai nda s i nto n ecess idade de m u ito ape rfeiçoa m e nto para o dese m p e n h o dessa ass istência de e nfermage m . Relacioname nto i nte rpessoal a

e nfe rm e i ra aprende fazendo.

4.4.5 Ajudar o cliente a fazer uma transferência positiva com um outro interveniente

Pergun tei a Sr. José sobre a possibilidade de ele participar de um clube da melhor ida de. Disse-lhe que ha via um clube que funciona perto do bairro, com encon tros às quartas-feiras, às 1 6 horas, e que poderíamos ir jun tos na próxima semana, porém, ele não concordou ( 1 0ª visita domiciliar).

Q u e rendo i n trod uzi r S r . José num c l u be da melhor idade e u i nte ncionava q u e e l e estabelecesse novas relações i nterpessoais . E l e não concordou , porém , atualmente, soube q u e e l e está bem mais inte i rado com a s u a fam ília e com as outras pessoas .

4.4.6 Desped i r-se do cliente

Eu disse a Sr. José que também agradecia sua a tenção. Neste momento, pude consta tar a sua emoção e senti a minha emoção. Houve silêncio por algum tempo e, depois, despedimo-nos ( 1 2 ª visita domiciliar) .

Eu aprendi d u rante a g raduação q u e u m a enferme i ra n ã o deve envolver-se com os clientes . Essa lembrança deixou-me meio apreensiva, mas penso q u e encerrei bem esse p rocesso i nte rpessoa l , porém senti um certo senti me nto de tristeza , mas ,

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o Cuidar da Pessoa . .

confo rme dizem Beger ; Mailloux-Poirier ( 1 995) , s e n o final d a re l ação d e aj uda a e nferm e i ra e a pessoa idosa não senti re m tristeza, é necessário q u e cada u m q uestione sob re a s u a i m p l i cação rea l , e conti n u am : "A enfermeira que se apega ao cliente idoso não demonstra falta de profissionalismo; age como uma a utên tica terapeuta ".

O papel p rofissional mais p resente nesta fase foi o de consel heira, q uando aj u d e i o S r . José a apre n d e r com a experiência vivenciada e b uscasse uma m e l hor q u a l idade de vida.

Perceb i q u e a relação de aj uda estabe l ecida tornou m e l h o r o relacioname nto do c l i e nte com seus fam i l i a re s . M ostro essa expectativa nas palavras de sua n o ra , na ú lt i m a visita d o m i c i l iar, ao desped i rmo-nos todos: "(. . .) o Sr. José era uma pessoa dependente, fragilizada é era uma preocupação a mais na nossa vida. Agora os papéis se in verteram, o Sr. José é hoje, uma pessoa tranqüila, colaboradora e

tem dado mais assistência a nós do que nós a ele " (. . .).

5 C O N S I D E RAÇ Õ ES F I N A I S

A o estabelecer u m a assistência d o m i ci l ia r a u m a pessoa idosa, co n s i d e rando

os p ress u p ostos da Teoria de Pepla u, tive como s uas caracte rísticas pecu l ia res : ser

do sexo mascu l i n o ; te r 68 anos de idade; s e r apose ntad o ; s e r p o rtado r de doença c rô n i co-degene rativa ( e nfize m a p u l m o n a r , osteoporose e ú l ce ras gástricas) ; senti r­ se sozi n h o , m e s m o m o rando com q u atro fam i l i a res ; está p reocu pado com a situação de des e m p rego do fi l h o ; senti r-se i m pote nte d i ante de várias s i tuações q u e não pode modificar; sentir-se sem esperanças q u a nto ao futu ro .

N a fase d e o ri entação desenvolvi o papel d e estra n h a para o c l i e nte , poré m aos p o u cos a nossa i m pessoal idade d e u l ugar a u m a relação de confi ança m útua e de con s i d e ração . N a fase de ide ntificação , dese m p e n h e i o papel de l íder, à medida e m que aj u d e i o cl ie nte a participar ativam e nte da assistê n c i a d o m i c i l i a r real izada . Nessa fase s u rg i u a rel ação de aj uda e foram p ri m ord i a i s ao s e u dese nvolvi m e nto : s a b e r o u v i r o c l i e nte e saber respe itar as s uas l i m itações .

N a fase de exp l o ração , deixei de s e r l íd e r e passei a s e r conse l h e i ra , ou sej a , passe i a aj u d a r o cl ie nte a ente n d e r a situação vivenciada, de modo q u e e l e p u desse se tornar u m a pessoa mais fortalecida. Uti l izei o s i l ên c i o te rapêutico; p ude e n s i n a r o c l i e nte a l id a r c o m s u a a n s i edade, tra n sfo rmando-a n u ma e n e rg i a positiva . N a fase de reso l ução, conti n u e i des e m p e n h a n d o o papel de consel h e i ra . Te nte i i ntrod u z i r o c l i e nte e m u m c l u b e da m e l h o r i d ade , s e m êxito ; p e rcebi o reco n h e c i m e nto d a assistê ncia dom ici l i a r d e e nfe rmagem real izada , pelos fam i l i a res do cl i e n te .

De ntre o s d iagnósticos d e enfermagem i d entificados d u rante a s fases da s i ste m ati zação da assistência de enfermag e m , segundo Pepla u, corre l a c i o n e i os pad rões estabelecidos por Pepla uaos d i a g n ósticos de enfe rm a g e m da N A N DA . As i nte rven ções de e nfe rmagem real i zadas p a ra os d i a g n ósti cos ide ntifi cados , fora m d i re c i o n adas i n icial m e nte a estabelecer e m a n t e r u m a re lação de confi a n ça e , poste riormente , aj u d a r a pessoa i d o s a a con q u istar u m d i recioname nto de u m a f u n ção i n te rpessoal m a i s p rodutiva .

Sobre as recomendações da i nvestigação, s u g i ro que ao se real izar novos estudos com idosos ao n ível do dom icílio, seja dada mais ênfase à fam ília do mesmo,

(12)

SANTOS, Silvana Sidney Costa

visto q u e a abordagem fam i l ia r é p r i m o rdial ao estabelecime nto da relação de aj uda e m e l horia da q ua l i dade de vida do c l iente .

REFER ÊNCIAS B I B LIOGRÁFICAS

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Referências

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