• Nenhum resultado encontrado

Infecção pós-operatória nos pacientes submetidos ao controle de danos ortopédicos pela fixação externa.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Infecção pós-operatória nos pacientes submetidos ao controle de danos ortopédicos pela fixação externa."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

rev bras ortop.2015;50(6):625–630

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

original

Infecc¸ão

pós-operatória

nos

pacientes

submetidos

ao

controle

de

danos

ortopédicos

pela

fixac¸ão

externa

Noel

Oizerovici

Foni

,

Felipe

Augusto

Ribeiro

Batista,

Luís

Henrique

Camargo

Rossato,

José

Octavio

Soares

Hungria,

Marcelo

Tomanik

Mercadante

e

Ralph

Walter

Christian

FaculdadedeCiênciasMédicasdaSantaCasadeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem22dejulhode2014

Aceitoem26desetembrode2014

On-lineem25dedezembrode2014

Palavras-chave: Infecc¸ão

Fixadoresexternos

Fixac¸ãointernadefraturas

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Fazerumaanáliseretrospectivadecasossubmetidosaocontrolededanos

orto-pédicosemumprontosocorrodeortopediadehospital-escolacomoobjetivodeavaliaros

pacientescominfecc¸ãopós-operatóriaapósseremconvertidosparaosteossínteseinterna.

Métodos:Análiseretrospectivadepacientesdejunhode2012ajunhode2013submetidosao

controlededanosortopédicoscomfixadorexternoqueposteriormenteforamconvertidos

paraosteossíntesedefinitiva,comhasteouplaca.

Resultados: Encontramosumataxadeinfecc¸ãode13,3%emnossacasuísticaeverificamos

errostécnicosnaelaborac¸ãodofixadorem60,4%dasoportunidades.

Conclusão:Foiencontradaumataxade infecc¸ãoqueconsideramosalta,assimcomo de

inadequac¸õesnaconfecc¸ãodofixadorexterno.Salientamosqueesseprocedimentonão

éisentoderiscosetreinamentoparamédicosqueofazemdeveserobrigatório.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora

Ltda.Todososdireitosreservados.

Postoperative

infection

in

patients

undergoing

inspection

of

orthopedic

damage

due

to

external

fixation

Keywords: Infection

Externalfixators

Internalfracturefixation

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective:Toconductaretrospectiveanalysisoncasesundergoinginspectionof

orthope-dicdamage,atanorthopedicemergencyserviceinateachinghospital,withtheaimof

evaluatingpatientswithpostoperativeinfectionafterconversiontointernalosteosynthesis.

Methods:ThiswasaretrospectiveanalysiscoveringtheperiodfromJune2012toJune2013,

onpatientswhounderwentinspectionoforthopedicdamageduetoexternalfixationand

subsequentlywereconvertedtodefinitiveosteosynthesisusinganailorplate.

TrabalhofeitonoGrupodoTraumadoDepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,SantaCasadeSãoPaulo,SãoPaulo,SP,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:noelfoni@hotmail.com(N.O.Foni).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.09.006

(2)

Results: Wefoundaninfectionrateof13.3%inoursampleand,furthermore,foundthat

therehadbeentechnicalerrorsinsettingupthefixatorin60.4%ofthecases.

Conclusion: Wefoundaninfectionratethatweconsideredhigh,alongwithinadequacies

inconstructingtheexternalfixator.Weemphasizethatthisprocedureisnotrisk-freeand

thattrainingforphysicianswhoperformthisprocedureshouldbemandatory.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora

Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

Ocontrolededanosnaortopediaétáticacirúrgicaindicada

para pacientes politraumatizados ou com grave lesão das

partesmolesconsagradanaliteratura.1Noentanto,esse

pro-cedimentonãoéisentoderiscos.Sãorelatadascomplicac¸ões

locaisesistêmicasassociadasàfixac¸ãoexternaparacontrole

dedanos2eumadelaséainfecc¸ãoóssea.Estudosmostram

taxasdeinfecc¸ãonostrajetosdospinosquevariamde0,5a

30%.2,3

A contaminac¸ãobacteriana ea infecc¸ão no trajeto dos

pinos do fixador externo são relativamente comuns e a

conversãoparaosteossínteseinterna,sejacomhastes

intra-medulares ou placas, na vigência de tal condic¸ão, pode

determinar gravescomplicac¸ões, locaise/ousistêmicas.4 A

frequênciadessa associac¸ãodoseventos não estáclara na

literatura.3

Acorrelac¸ãoentreinfecc¸ãodotrajetodospinosdos

fixado-resexternoseosteomielitepós-traumáticaapósosteossíntese

internaqueconfigurainfecc¸ãocrônicadoaparelholocomotor

estábemestabelecida.5,6

Ainfecc¸ão na interface osso-pino dofixador tem,

com-provadamente,associac¸ãodiretacomatécnicadeinserc¸ão,

estabilidadeeposic¸ãono membro,durante acolocac¸ão do

pino, por estabelecer tensão ou não das partes moles. A

presenc¸adessesfatorescontribuiparaacomplicac¸ão

infec-ciosa após a conversão para uma osteossíntese interna

definitiva,sejahasteintramedularouplaca.7,8

Oobjetivodonosso trabalhoéidentificar nospacientes

submetidosaocontrolededanosmusculoesqueléticos

admi-tidos no pronto socorro durante um ano, a qualidade da

reduc¸ão efixac¸ãoea freqüênciade infecc¸ão ósseaapós o

tratamentodefinitivo.

Casuística

e

métodos

Estetrabalhofoidevidamentesubmetidoaoeaprovadopelo

ComitêdeÉticadainstituic¸ãoeestáregistradosoboprotocolo

CEPno624.307.

Foramavaliadosretrospectivamente120pacientes

subme-tidosàfixac¸ãoexternaparacontrolededanos

musculoesque-léticosdejunhode2012ajunhode2013atendidosnaocasião

daemergêncianoprontosocorrodoDepartamentode

Orto-pediaeTraumatologiaemnossainstituic¸ão.

Nesteestudoretrospectivoincluímosospacientes

subme-tidosàcirurgiadecontrolededanospelafixac¸ãoexternaque

Figura1–Infecc¸ãonotrajetodopinodeShanz.

apósaconversãoparaosteossíntesedefinitivaevoluíramcom

infecc¸ão.

Foram excluídos pacientes que apresentaram

complicac¸ões infecciosasnavigênciade alterac¸õeslocaise

sistêmicas, como vasculopatias, diabetes mellitusou doenc¸a

consuptiva e pacientes com distúrbios psiquiátricos que

possamterprejudicadoaevoluc¸ãoouoscuidadosdofixador

dealgumaforma.

Todasasradiografiasforamgeradasnaformadigitalizada

eanalisadasnoprogramaImpax.Asdistânciasentreorifício

e pinos de Schanz até a síntese definitiva foram

analisa-dasnopróprioprograma.Buscamosidentificarapresenc¸ade

errostécnicosduranteaperfurac¸ão(caracterizadospor

múlti-plasperfurac¸ões)ouanálisesubjetivafeitaportrêsdiferentes

gruposdedoisavaliadores.Umgrupoformadopormédicos

assistentes com pelomenoscinco anosde experiênciaem

traumaortopédico,outrocomdoisresidentesdoterceiroano

eoutrocomdoisresidentesdosegundoanodeortopedia.Os

avaliadoresforamdenominados(tabela1):

- Avaliador1:assistentecommaisdecincoanosde

experi-ência

- Avaliador2:assistentecommaisdecincoanosde

experi-ência

- Avaliador3:residentedoterceiroano

- Avaliador4:residentedoterceiroano

- Avaliador5:residentedosegundoano

- Avaliador6:residentedosegundoano

Foicaracterizadaainfecc¸ãopós-operatóriapeloexame

clí-nico,duranteainternac¸ãoounainvestigac¸ãoambulatorial,

pelos dadosanotadosnosprontuários.Foramconsiderados

comocritériosclínicosparainfecc¸ão:eritema,hiperemiaou

fístulanotrajetodospinosouincisãocirúrgica(fig.1).

Durante a fixac¸ão externa, foram sempre respeitadas a

(3)

rev bras ortop.2015;50(6):625–630

627

Tabela1–Análisedoscasospelogrupodeavaliadores

Caso Assistente1 Assistente2 R2a R2b R3a R3b

1 Inadequado Adequado Inadequado Inadequado Adequado Inadequado

2 Inadequado Adequado Inadequado Adequado Adequado Inadequado

3 Adequado Adequado Adequado Adequado Adequado Adequado

4 Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Adequado

5 Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Adequado

6 Adequado Adequado Inadequado Inadequado Adequado Inadequado

7 Inadequado Adequado Adequado Inadequado Inadequado Inadequado

8 Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado

9 Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado

10 Adequado Inadequado Inadequado Inadequado Adequado Inadequado

11 Inadequado Adequado Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado

12 Inadequado Adequado Adequado Adequado Inadequado Inadequado

13 Adequado Adequado Inadequado Adequado Adequado Adequado

14 Adequado Adequado Adequado Adequado Adequado Adequado

15 Inadequado Adequado Inadequado Inadequado Adequado Inadequado

16 Inadequado Inadequado Inadequado Inadequado Adequado Inadequado

Emnenhumcasotivemospinonazonadeexposic¸ãoda fra-tura.

Naavaliac¸ãodasradiografiasobservamososexamespré epós-operatórios, aferimosaposic¸ãoedistânciadospinos de Schanz em relac¸ão à síntese definitiva, a presenc¸a de perfurac¸õesemnúmeromaiordoqueospinosinstaladospor sugerirdificuldadeedanoadicionalnainstalac¸ãodofixador externo,presenc¸adeosteólisenosorifíciosdepermanência dospinosdeSchanzeseolocaldaperfurac¸ãodospinostrouxe problemasparaafixac¸ãointernadefinitiva.Dentreesses, evi-denciamoscirurgiapostergadaporinfecc¸ãonotrajetodopino, mudanc¸asdaincisãocirúrgicaparaosteossíntesedefinitivae procedimentoscirúrgicosnão planejadospararemontagem dofixadoremvirtudedemontageminstável.

Foiavaliado o tempomédio de conversãodos fixadores externosparaosteossíntesedefinitivapelaanálise retrospec-tivadosprontuários.

Resultados

Dos120pacientessubmetidosaocontrolededanos,16(13,3%) sofreramosteomielitepós-traumáticaapóssíntesedefinitiva. Nesses16pacientespudemosrelacioná-ladiretamenteà oste-ossínteseinternadefinitiva,poisinexistiamsinaisdeinfecc¸ão localapósafixac¸ãoexternanaurgência.

Aidademédiadesses16pacientesfoide43,4anos,variac¸ão de19a81.Observamosumapredominânciadosexo mascu-lino,com13pacientes(81,2%),eostrêsrestantes(18,8%)do feminino.

Quanto aotempo de conversãodo fixador externopara osteossíntesedefinitiva,omenorperíodofoidecincodiaseo maiorde30.Tivemosumamédiade15diasparaaconversão definitiva.

Ainfecc¸ãoocorreuemoitofraturasisoladasdaperna(50%), doispacientescomfraturasdofêmuretíbiaipsilateral(joelho flutuante),dois(12,5%)comfraturadotornozelo(12,5%),dois (12,5%)comfraturadoplanaltotibial,um(6,2%)comfratura defêmurisoladaeum(6,2%)comfraturadoúmero.

Dos16pacientescominfecc¸ãopós-traumática,em37,5% dasvezes(seispacientes)ocorreuapósfraturasfechadaseem

62,5%(10)apósfraturasexpostasgrau3AdeGustillo(tabela 2).

Em62,5%(10pacientes)ofixadorfoimontado

transarticu-larenosseisrestantes(37,5%)monostóticocomconfigurac¸ão

monolateral,comconexãotuboatubo.

Quanto ao agente etiológico, foi adequadamente

identi-ficado em 10 pacientes (62,5%) dos 16 infectados, em um

terc¸odesseshaviamúltiplasbactériasehouvenecessidadede

cirurgiaparalimpeza,debridamentoecuretagemdotrajeto

do orifício dopino. Os achados polimicrobianos

encontra-dosnasculturasintraoperatóriasforam:Staphylococcusaureus,

Staphylococcus coagulase negativa,Klebsiella sp, Acinetobacter baumanniePseudomonasaeruginosa.

Quanto à avaliac¸ão objetiva das múltiplas perfurac¸ões

ósseas, observamos em número maior do que o de pinos

usadosemoitopacientes(50%)dos16pacientesinfectados

pós-osteossíntesedefinitiva(fig.2).

Quandomensuramosadistânciaentreaposic¸ãodopino

de Schanz ea da osteossíntese, obtivemosuma média de

2,2cm,variac¸ãoaté6cm.Emsetecasos(43,8%)dos16

infecta-dos,adistânciamensuradafoi0cm,doisentre1e2cm,dois

entre3e4cm,umentre4e5cm,trêscom5cmeumcom

6cm(tabela2).Quantoàavaliac¸ãodaqualidadedefixac¸ãoe

reduc¸ão,pudemosobservarquedos16casosemquatro(25%)

osseisavaliadoresconcordaram,emdoisafixac¸ãofoi

conside-radaadequadaenosoutrosdoisinadequada;emcincocasos

(31,3%)cincoavaliadoresconcordaramquantoàqualidadeda

avaliac¸ão,emdoisfoiconsideradaadequadaeemtrês

inade-quada;emquatrocasos(25%)quatroavaliadoresconcordaram

comaavaliac¸ão,todasforamconsideradasinadequadas;em

trêscasos(18,7%)nãohouveconcordânciaentreos

avaliado-res,trêsconsideraramafixac¸ãoereduc¸ãoadequadaseoutros

trêsinadequada(tabela3).

Nos13casos(81,2%)nosquaishouvealgumaconcordância

(adequadaouinadequada),elafoiconsideradaadequadaem

quatro(30,8%)einadequadaemnove(69,2%).

Ao analisar as avaliac¸ões, obtivemos 96 avaliac¸ões, em

38 vezes (39,6%)foi consideradaadequadaeem58 (60,4%)

inadequada.Aoanalisarasavaliac¸õesdecadaavaliador,

obti-vemosparaoavaliadorum:cincocasos(31,3%)avaliadoscomo

(4)

r e v b r a s o r t o p . 2 0 1 5; 5 0(6) :625–630

Tabela2–Distribuic¸ãodospacientesestudados

Nome Sexo Idade Localda

fratura

Gustillo Fixadorexterno N◦depino Distânciapino-síntesedefinitiva Presenc¸ade

multiperfurac¸ões

Tempode conversão

1 M 19 Perna 3a Transarticulartornozelo 4 6cm 30dias

2 M 73 Perna 3A Transarticularjoelho 4 5cm 14dias

3 M 43 Perna 3A Linearperna 4 3,2cm(parafusodebloqueio) x 14dias

4 M 19 Perna 3A Linearperna 4 1,5cm(parafusodebloqueio) x 6dias

5 M 36 Perna 3a Linearperna 4 4,3cmparafusodebloqueio x 9dias

6 M 24 Fêmur 3A Tuboatubofêmur 4 1cm x 21dias

7 M 33 Úmero 3A Transarticularcotovelo 4 0 x 10dias

8 M 24 Fêmur+perna 3a Transarticularjoelho 8 0 5dias

9 M 56 Perna 3a Linearperna 6 0 x 21dias

10 M 37 Planalto 0 Transarticularjoelho 4 0 x 13dias

11 M 31 Fêmur+joelho 3a Transarticularjoelho 8 0 x 15dias

12 F 81 Tornozelo 0 Transarticulartornozelo 4 0 15dias

13 F 71 Tornozelo 0 Transarticulartornozelo 4 5cm 6dias

14 M 25 Perna 0 Linearperna 4 5cm(parafusodebloqueio) 10dias

15 F 74 Diafisáriatíbia+fíbula 0 Transarticulartornozelo 4 3,5cm 21dias

16 M 49 Planalto 0 Transarticularjoelho 4 0 10dias

(5)

rev bras ortop.2015;50(6):625–630

629

Tabela5–Avaliac¸ãosegundoaexperiência

Avaliador Noavaliac¸ões

adequadas(%)

Noavaliac¸ões

inadequadas(%)

Assistente 15(46,9) 17(53,1)

R3 14(43,7) 18(56,3)

R2 9(28,1) 23(71,9)

Total 38(39,6) 58(60,4)

Quando avaliamos isoladamente os ortopedistas com maisdecincoanosdeexperiência,obtivemos32avaliac¸ões, 15(46,9%)foramconsideradasadequadase17(53,1%) inade-quadas(tabela4).Nessegrupoocorreuconcordânciana

qua-lidadedafixac¸ãoereduc¸ãoemnovecasos(56,3%)enão

con-cordâncianossete(43,7%)restantes,dosnovecasoscom

con-cordânciaemquatro(44,4%)aqualidadedareduc¸ãoefixac¸ão

foiconsideradaadequadaeemcinco(55,6%)inadequada.

Quandoavaliamosisoladamenteosresidentesdoterceiro

ano, obtivemos 32 avaliac¸ões, 14 avaliac¸ões (43,7%) foram

consideradasadequadase18(56,3%)inadequadas(tabela4).

Nessegrupohouveconcordâncianaqualidadedareduc¸ãoe

fixac¸ãoemnovecasos(56,3%)enãoconcordâncianossete

restantes(43,7%),dosnovecasoscomconcordânciaem

qua-tro(44,4%)areduc¸ãoefixac¸ãofoiconsideradaadequadaeem

cinco(55,6%)inadequada.

Quandoavaliamosisoladamenteosresidentesdosegundo

ano,obtivemos32avaliac¸ões,nove(28,1%)foramconsideradas

adequadase23(71,9%)inadequadas(tabela4).Nessegrupo

houveconcordâncianaqualidade dareduc¸ão efixac¸ãoem

13casos(81,3%)enãoconcordâncianostrêsrestantes(18,7%),

dos13casoscomconcordânciaemtrês(23,1%)areduc¸ãoe

fixac¸ãofoiconsideradaadequadaeem10(76,9%)inadequada.

Ao observarmos as avaliac¸ões consideradas adequadas,

podemosperceberumatendênciaàsemelhanc¸adeavaliac¸ões

entreosassistenteseosresidentesdoterceiroano,masuma

avaliac¸ãomenorde casosconsideradosadequados paraos

residentesdosegundoano(tabela5).

Quandocomparamososcasosnosquaishouve

concordân-ciadosassistentescomaavaliac¸ãodosresidentesdoterceiro

ano,observamosque houveconcordânciaemcinco (31,3%)

dos16 casos, emtrês a reduc¸ão efixac¸ão foi considerada

adequadaeemdoisinadequada.Dos11casosrestantes,em

quatro,apesardaconcordânciadeavaliac¸ãodosassistentes,

nãohouveconcordânciacomosresidentesdoterceiroano,em

umcasoareduc¸ãoefixac¸ãofoiconsideradaadequadapelos

assistenteseemtrêsinadequada.

Quandocomparamososcasosnosquaishouve

concordân-ciadosassistentescomaavaliac¸ãodosresidentesdosegundo

ano,observamosquehouveconcordânciaemsete(77,8%)dos

novecasos,emdoisdessesareduc¸ãoefixac¸ãofoi

conside-radaadequadaeemcincoinadequada.Emumcasoquehouve

concordânciadosassistentes(consideradaadequada)os

resi-dentesdosegundoanoconsideraraminadequada.

Aoavaliarossetecasosemquenãohouveconcordância

entreosassistentescommaisdecincoanosdeexperiência,

observamosqueemumcasoosresidentes,quersejado

ter-ceiroquerdosegundo ano,também nãoconcordaram. Em

quatrocasos, osdois avaliadoresresidentesdoterceiroano

tambémnãoconcordarameemtrêscasososdois

avaliado-resresidentesdoterceiroanoconcordarameconsiderarama

reduc¸ãoefixac¸ãoinadequada.Dossetecasosqueos

assisten-tesnãoconcordaram,osavaliadoresresidentesdosegundo

anoconsideraramareduc¸ãoefixac¸ãoadequadaemumcaso

einadequadaemquatro.

Discussão

Osfixadoresexternos,dispositivosdefixac¸a˜omaisversáteis

quepermitemdiversostiposdemontagenseconfigurac¸o˜es,

podemsercolocadosdemaneirarápida,sãoaplicadosno

tra-tamentodasfraturasnassituac¸õesdeurgênciaeemergência

(controlededanos)edeformapercutânea,com ummenor

danoaostecidosmoles.

Esse procedimento, tanto provisório quanto definitivo,

aindaérotinaemmuitosservic¸osevariade32a89%da

esco-lhadeumgrupodeortopedistasemumestudoprévio.9No

entantoesseprocedimentonãoéisentoderiscos.

Na nossaamostra,verificamosafrequênciade 13,3%de

infecc¸ãoapósousodefixadorexternoparacontrolededanos.

Emboracompatívelcomaosdadosdaliteratura,quevariam

de0,5a30%,2,3preocupamo-nosporjulgaresseíndicemuito

elevadoentreascomplicac¸õespossíveis.

Aprimeiraquestãosemprelembradanabuscada

etiolo-giadainfecc¸ãoéoambienteemqueocorreotratamento,no

nossocasoumhospital-escola.Pareceumacorrelac¸ãocausae

efeitofraca,porqueoprocedimentoéconsideradodepequena

complexidadeehaviaaomenosummédicocomtrêsanosde

treinamentonaequipecirúrgica.

Outro fator que está envolvido com a complicac¸ão da

infecc¸ãoapósosteossínteseinternaéainfecc¸ãodotrajetodos

pinosdeSchanz.Nosnossospacientes,apresenc¸adesuspeita

clínicadeinfecc¸ãofoiindicac¸ãodatrocadopinoporinstalac¸ão

emoutralocalizac¸ãoouacontinuidadedotratamentocom

osteossíntesepelofixadorexterno.

Areduc¸ãoefixac¸ãoforamconsideradasinadequadasem

60%dasavaliac¸ões,valorconsideradomuitoalto,eemmédia

osassistenteseresidentesdoterceiroanoacharamareduc¸ão

efixac¸ãoadequadasemapenas50%dasavaliac¸ões.Isso

mos-traqueexisteanecessidadedemelhorensinonotratamento

dassituac¸õesdeemergênciacomfixadorexterno.

A fixac¸ão externa frequentemente é negligenciada em

nossomeiotantonasuaprogramac¸ãopré-operatóriaquanto

no procedimento e emcuidados posteriores. Em qualquer

procedimento de fixac¸ão externa deve-se sempre

conside-rar a futura síntese definitiva na montagem do fixador e

colocac¸ãodospinos.Talsituac¸ãosempredeveserdiscutida

comomédicoassistente,quepodefazerumaprogramac¸ão

pré-operatóriatendo-seemvistaafuturasíntese,sejaplaca

ouhaste.Nonossoestudo,em43,8%dasvezesolocaldopino

deSchanznãotinhadistânciadaosteossíntesedefinitiva.

Atécnicacorretadeinserc¸ãodopino,oscuidadoscomo

curativoecomaferidaoperatóriasãoimprescindíveisparaa

prevenc¸ãodessascomplicac¸ões.9,10 Pré-perfurac¸ão,inserc¸ão

manual dospinos,uso docorredorde seguranc¸asão

fato-res que não podem ser esquecidos durante a fixac¸ão. A

sistematizac¸ãodessescuidadosintraepós-operatórioséfator

queencontramospassíveldecontrolepelomédicopara

influ-enciarataxadeinfecc¸ãodotrajetodospinosdeSchanzno

(6)

Rotineiramenteaqualidadedareduc¸ãodafraturanãoétão

importanteparaseconsiderarinfecc¸ãopós-operatória,uma

vezqueousodofixadorexternoétemporário.8Noentanto,

em algumassituac¸ões nasquais o fixador permanece por

umtempoprolongadoessefatordeveserlevadoemconta.

Nanossacasuística, omaiorperíodopara conversãofoide

30diaseareduc¸ãotemporáriaéimportanteparaestabilizac¸ão

doquadro,oscuidadoslocaiseacondic¸ãogeral.

Emnossoscasos,observamosquetodosapresentavamo

corredordeseguranc¸arespeitadonaanálisedasradiografias

(emnossacasuísticanãoforamobservadaslesões

neurovas-culares).

Quandofomosidentificaraimportânciadaqualidadeda

instalac¸ãoeda montagemespacialdosfixadoresexternos,

pedimos amédicoscomdiferentes temposdetreinamento

quejulgassemaqualidadedamontagemebuscassemindícios

deinadequac¸ãotécnicanasradiografiasdosarquivos,oque

ocorreuem60%dasvezesnonossoestudo,valorconsiderado

muitoalto.

Quanto à frequência da infecc¸ão óssea pós-controle de

dano,comprovamosquedos13%infectadosem50%

identi-ficamosapresenc¸adeerroouinadequac¸ãotécnicaquepode

havercontribuídoparaodesfechoindesejável.

Aoconsiderarmosasmontagensdefixadoresexternos,não

podemoscorrelacionarafrequênciadeinfecc¸ãocom

determi-nadotipodemontagem.Existiuaprevalênciademontagens

dotipotransarticular,empregadasnasfraturas

metaepifisá-rias,nasfraturasde ossosipsilateral enaslesões extensas

departesmolesparaevitarasdeformidadesarticulares

pós--traumáticas(62,5%doscasos).

Emboranãotenhasido possívelcorrelacionarainfecc¸ão

pós-osteossínteseinternaeousodefixadoresnocontrolede

danos,apresenc¸adeinadequac¸ãonasmontagensnaurgência

sugereapossibilidadeenecessidadedetreinamentoeregras

paraseuusoemontagem.

Conclusão

Ocorreuinfecc¸ãoósseaem13,3%doscasostratadoscom

con-trolededanosmusculoesqueléticoapósosteossínteseinterna.

Nessescasos,areduc¸ãoefixac¸ãofoiconsideradaadequada

em39,6%dasavaliac¸õeseinadequadaem60,4%.Salientamos

queesseprocedimentonãoéisentoderiscosetreinamento

paramédicosqueofazemdeveserobrigatório.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

i

a

s

1.ScaleaTM,BoswellSA,ScottJD,MitchellKA,KramerME, PollakAN.Externalfixationasabridgetointramedullary nailingforpatientswithmultipleinjuriesandwithfemur fractures:damagecontrolorthopedics.JTrauma. 2000;48(4):613–21.

2.ParameswaranAD,RobertsCS,SeligsonD,VoorM.Pintract infectionwithcontemporaryexternalfixation:howmuchofa problem?JOrthopTrauma.2003;17(7):503–7.

3.MahanJ,SeligsonD,HenrySL,HynesP,DobbinsJ.Factorsin pintractinfections.Orthopedics.1991;14(3):305–8.

4.HarwoodPJ,GiannoudisPV,ProbstC,KrettekC,PapeHC.The riskoflocalinfectivecomplicationsafterdamagecontrol proceduresforfemoralshaftfracture.JOrthopTrauma. 2006;20(3):181–9.

5.GreenSA,RipleyMJ.Chronicosteomyelitisinpintracks.J BoneJointSurgAm.1984;66(7):1092–8.

6.ClasperJC,CannonLB,StapleySA,TaylorVM,WatkinsPE. Fluidaccumulationandtherapidspreadofbacteriainthe pathogenesisofexternalfixatorpintrackinfection.Injury. 2001;32(5):377–81.

7.MoroniA,VanniniF,MoscaM,GianniniS.Stateoftheart review:techniquestoavoidpinlooseningandinfectionin externalfixation.JOrthopTrauma.2002;16(3):189– 95.

8.CardozoRT,SilvaLG,BraganteLA,RochaMA.Tratamentodas fraturasdiafisáriasdatíbiacomfixadorexternocomparado comahasteintramedularbloqueada.RevBrasOrtop. 2013;48(2):137–44.

9.BalbachevskyD,BellotiJC,MartinsCVE,FernandesHJA, FaloppaF,ReisFB.Comosãotratadasasfraturasexpostasda tíbianoBrasil?Estudotransversal.ActaOrtopBras.

2005;13(5):229–32.

Referências

Documentos relacionados

k) Percepc ¸ão subjetiva de valência afetiva (PSA): usada para mensurar as respostas afetivas durante o esforc ¸o.. Essa escala foi aplicada na avaliac ¸ão controle e na avaliac

O artigo titulado ‘‘Comparac ¸ão entre bloqueios peridu- ral e paravertebral torácicos contínuos para analgesia pós-operatória em pacientes submetidos a toracotomias:

Objetivo: Avaliou-se a incidência de curarizac ¸ão residual pós-operatória (CRPO) na sala de recuperac ¸ão pós-anestésica (SRPA) após emprego de protocolo e ausência

Na comparac ¸ão entre as duas avaliac ¸ões houve reduc ¸ão mais acentuada na durac ¸ão do sono nos jovens com nível socioeconômico mais baixo (44 min) em relac ¸ão aqueles

Objetivo: Avaliar o resultado pós-operatório dos pacientes com fratura do tornozelo pelo mecanismo de supinac¸ão-rotac¸ão externa que foram submetidos a retirada do

Em relac¸ão à diferenc¸a observada entre os dois testes usa- dos na avaliac¸ão funcional do membro acometido devemos salientar que o teste de Sollerman tem como foco a

Objetivo: Fazer uma avaliac¸ão comparativa radiográfica retrospectiva da reduc¸ão e posic¸ão do implante na cabec¸a femoral em pacientes com fraturas pertrocantéricas tratados

O estado de conservac¸ão do LCA (presenc¸a ou ausência) foi correlacionado com a classificac¸ão de Ahlbäck em cinco graus e foi feita separadamente a avaliac¸ão nos joelhos em varo